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APS - Velhice pronto

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
PSICOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO: CICLO VITAL
A Velhice e suas características
SANTOS
2019
PSICOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO: CICLO VITAL
A Velhice e suas características
Atividade prática supervisionada (DP). Apresentado à disciplina de Psicologia de Desenvolvimento: Ciclo Vital junto a Universidade Paulista – UNIP, Campus Rangel, período noturno. 
SANTOS
2019
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO
	O envelhecer é um processo natural que ocorre desde que nascemos e se torna mais evidente quando chegamos à terceira idade. A qualidade de vida a qual o organismo é submetido está diretamente relacionada com a qualidade do envelhecimento. 
	Devido ao aumento da população idosa nos últimos anos, a sociedade tem se dedicado um pouco mais a eles, uma vez que este avançado tem se demonstrado pouco em relação à população mais velha e uma ineficiência para lidar com uma situação futura que pressupõem um aumento significativo da população mais envelhecida. 
	Se faz necessário abordar este tema, podendo assim proporcionar uma reflexão a respeito da experiencia existencial da terceira idade, mostrando que para um envelhecimento consciente e livre de patologias é importante favorecer a qualidade de vida, além de passar a enxergar a pessoa idosa em sua totalidade. 
	O objetivo do presente trabalho é de juntamente com a revisão bibliográfica, correlacionar a teoria apresentando o envelhecer de uma forma natural, observando as mudanças psicossociais e os aspectos psicológicos, buscando mostrar um envelhecer de modo mais saudável. 
DESENVOLVIMENTO
A VELHICE 
O ponto de entrada tradicional na velhice, também chamada de terceira idade, é quando a pessoa completa 65 anos. Está é a última fase da vida, porém, muitos dos adultos que chegaram nos 65 anos, ou até mesmo os que estão entre os 75 e 85 anos não agem e nem se sentem como “velhos”. 
	As diferenças de cada pessoa tornam-se mais evidente com passar dos anos. A maior parte dos adultos mais velhos apresentam uma boa saúde mental e física, que quando mantidas ativas, podem continuar firmes na maior parte dos aspectos. O desempenho físico e cognitivo tem efeitos psicossociais, a qual constantemente determina o estado emocional de um individuo e a possibilidade de viver independentemente. 
MUDANÇAS FÍSICAS
No decorrer do envelhecimento, ocorrem algumas mudanças físicas perceptíveis a observação, como os cabelos grisalhos e finos, nota-se a escassez de pelos pelo corpo, a perda de flexibilidade da pele, o aparecimento de manchas e palidez. Ocorre a diminuição de gorduras e músculos e o enrugamento da pele. Ocorre também mudanças menos perceptíveis a observação, mas que afetam os órgãos internos e os sistemas corporais, como o cérebro e o funcionamento sensório, motor e sexual. 
Órgãos internos e Sistemas Corporais 
As mudanças ocorridas no funcionamento orgânico e sistêmico tem uma alta taxa de variação entre indivíduos, podendo assim, um organismo declinar mais rapidamente, enquanto o outro não. O estresse crônico no envelhecimento pode ocasionar um enfraquecimento na função imunológica, tornando-os mais suscetíveis a doenças como infecções respiratórias e sua probabilidade de recuperação bem baixa. Em compensação, o sistema digestivo segue relativamente eficaz, mesmo com o alto risco de desnutrição nesta fase. O coração tende a diminuir sua frequência de batimentos e se tornar irregular. 
Contamos com uma capacidade extra que auxilia o funcionamento do organismo até seu limite em período de estresse, chama-se capacidade de reserva, que com o decorrer da idade esses níveis tendem a cair e grande parte dos idosos não conseguem responder as demandas físicas extras como antes, como uma pessoa que costumava caminhar e depois lavar o carro, agora esgota sua capacidade cardíaca apenas caminhando e talvez até tenha que diminuir o ritmo durante a caminhada.
Funções Cerebrais
As mudanças que ocorrem no envelhecimento do cérebro de pessoas saudáveis, são mais sutis, fazendo moderadas mudanças em seu funcionamento, variando de pessoa para pessoa, de uma região do cérebro para outra. 
	Na terceira idade, ocorre gradativamente a diminuição de volume e peso do cérebro, em espacial no córtex-frontal, onde são controladas as funções executivas (habilidades cognitivas) tais como o controle de pensamento, ações e emoções. Essa diminuição gradual antes foi referida à perda de neurônios, porém, grande parte dos pesquisadores atuais concordam que essa perda de neurônios não é substancial, portanto, não afeta a cognição
	Ocorre a diminuição na quantidade ou densidade nos neurotransmissores da dopamina devido à perda de sinapses. São os receptores de dopamina são de extrema importância na medida que auxiliam na regulação da atenção, onde este declínio resulta geralmente em um tempo de resposta mais devagar. 
	Aos 50 anos, começa a ocorrer a diminuição da bainha de mielina, responsável por permitir uma rápida transmissão dos impulsos neurais em regiões do cérebro. Está deterioração da mielina no cérebro acarreta declínio cognitivo e motor. 
	As mudanças que ocorrem no cérebro, não são todas destrutivas, foi descoberto que cérebros mais velhos são capazes de criar novas células nervosas a partir de células-tronco. Foram encontradas evidências de divisão celular no hipocampo, região envolvida na aprendizagem e na memória. 
Funcionamento Sensório e Psicomotor 
Ocorre um declínio nas funções sensório-motoras em pessoas mais velhas, variando entre cada uma delas. Algumas percebem essas mudanças declinando mais rapidamente, enquanto para outras, esse declínio é quase imperceptível na vida cotidiana. Uma mulher de 80 anos pode passar 2h dançando diariamente, outra pode não conseguir ficar muito tempo de pé. Um homem de 70 anos pode ouvir cada uma das palavras ditas por uma pessoa que fala extremamente baixo, outro pode não ouvir o interfone. Conforme a idade dos idosos vai avançando, tende a ser mais severa a diminuição de sua capacidade, onde problemas auditivos e visuais acabam privando-os do relacionamento social e de sua independência, e problemas motores limitam suas atividades diárias.
	A visão vai ficando mais debilitada entre os adultos mais velhos, precisam de mais luz para ver, são sensíveis aos brilhos e tendem a ter problemas para localizar e visualizar objetos. Pode ocorrer dificuldades na percepção de profundidade e de cor, dificultando nas atividades diárias e ocasionando quedas. 
	A perda da audição pode colaborar na falsa impressão de que as pessoas mais velhas são distraídas ou desatentas, influenciando negativamente no bem-estar e na relação social. 
	Os adultos perdem aproximadamente de 10 a 20% de sua força aos 70 anos e seguem perdendo muito mais. Essas perdas podem ser parcialmente reversíveis. Adultos mais idosos que praticam exercícios físicos, adaptam-se e fazem com que o cérebro ative e coordene as atividades exercidas. Essa plasticidade é de extrema importância, pois com o tempo, os músculos podem atrofiar, ocasionando quedas e fraturas, se fazendo necessária a ajuda de outra pessoa nas tarefas do cotidiano. 
Funções Sexuais
Na terceira idade, o fator de maior importância para a manutenção do funcionamento sexual é a atividade sexual regularmente ao longo dos anos. Os homens tem maior propensão de se manter sexualmente ativos na velhice, pois são menos numerosos e tendem a ter uma parceira. Na vida adulta tardia, o sexo se torna diferente do que era antes. Os seios e outros sinais de excitação sexual nas mulheres são menos intensos que antes e a lubrificação diminui, precisando de lubrificação artificial. Geralmente nos homens, a ereção e a ejaculação podem demorar mais para acontecer. 
	Para a atividade sexual na velhice ser mais satisfatória, é preciso que as pessoas reconheçam que estaé uma atividade normal e saudável. Familiares e cuidadores devem refletir mais sobre as necessidades sexuais da terceira idade. 
MUDANÇAS COGNITIVAS 
A idade avançada traz ganhos assim como perdas. Durante a vida adulta o desempenho cognitivo é irregular, onde atingimos o auge de algumas capacidades em diferentes idades. Com a velhice, algumas capacidades declinam, enquanto outras, mantem-se estáveis ou se aperfeiçoam durante a vida adulta. Podem ocorrer também alterações nas capacidades de processamento refletindo na deterioração neurológica, mas que tem uma grande variação individual, sugerindo que esse declínio nas funções não é inevitável, mas pode ser prevenido.
Para medir a inteligência de adultos mais velhos, geralmente é usado pelos pesquisadores a Escala Wechsler de Inteligência Adulta (WAIS), que em seus subtestes revelam QI verbal, QI de execução e QI total. Pessoas idosas tendem a ter um baixo desempenho da WAIS comparado com adultos mais jovens, onde a principal diferença ocorre na velocidade de processamento e no desempenho não verbal. Nas escalas de execução, tais como identificar a parte que falta em uma figura, copiar um desenho e montar um quebra-cabeça, os resultados decaem com a idade, porém, nas escalas verbais, tais como testes de vocabulário, informação e compreensão, os resultados decaem bem pouco e gradualmente. Sendo assim, os itens verbais são mantidos com a idade por serem baseados no conhecimento, não exigindo que a pessoa se submeta a uma nova descoberta. Já no desenvolvimento das tarefas, acarreta o processamento de novas informações, se fazendo necessária a habilidade motora e velocidade perceptual, que reflete no enfraquecimento muscular e neurológico.
	No Estudo Longitudinal de Seattle, pesquisadores mensuraram seis principais habilidades mentais sobre Inteligência Adulta, são elas: significados verbais, fluência verbal, números, orientação espacial, raciocínio indutivo e velocidade perceptual. De acordo com outros estudos, este também apresenta um declínio rápido e cedo na velocidade perceptual, enquanto o declínio cognitivo não se apresentou em todos e foi mais lento. Aparentemente, para a maioria das pessoas, o funcionamento decairá em algum momento, mas pouquíssimos pioram em todas ou em grande parte das habilidades, e uma boa parte melhora em algumas. 
	Em questão das resoluções de problemas cotidianos, os adultos mais velhos não apresentam declínio precoce, como geralmente são encontradas em avaliações de inteligência fluidas, e foram constatadas nítidas melhoras em algumas pesquisas, em especial contextos avaliativos em que o idoso já estava familiarizado, que contenha relevância emocional. 
	A diminuição na atividade do sistema nervoso central em pessoas mais velhas, tem uma grande contribuição na perda de eficiência do processamento de informações e modificações nas habilidades cognitivas. Uma das primeiras habilidades a declinar é a velocidade de processamento, que se relaciona com questões de saúde, equilíbrio e o andar, assim como aos desempenhos cotidianos como conferir o troco e procurar um número telefônico. 
	
MUDANÇAS PSICOSSOCIAIS 
À medida que ocorre o envelhecimento, as pessoas tendem a procurar atividades e novas pessoas, buscando que essas lhes proporcionem gratificação emocional. Além do que, os adultos mais velhos têm uma grande habilidade em controlar suas emoções, e possivelmente, isso explique o porquê tendem a serem mais felizes e alegres comparados com adultos mais jovens, experimentando emoções negativas com menos frequência e mais breve. Portanto, pessoas mais velhas tornam-se mais seletivas em relação a contato social, se restringindo a familiares e amigos que correspondam á suas necessidades de satisfação emocional. Assim, mesmo que tenham poucos amigos, este são íntimos e lhes proporcionam contato social mais gratificante. 
	Conforme a idade vai avançando, os adultos mais velhos têm o direito e tendem a se aposentar. Porem, antes da crise de 2007, os adultos mais velhos que continuavam a trabalhar após a possibilidade de aposentar-se, tinha como motivo o fato de gostar do seu emprego e não o acharem estressante. Mas com a mudança na situação econômica, muitos trabalhadores mais velhos acabam sendo forçados a trabalhar, não porque querem, mas sim por conta da situação financeira, onde os custos estão cada vez mais altos inclusive na assistência médica. 
	Os trabalhadores mais velhos vão contrariamente aos estereótipos relativos à velhice, muitas vezes acabam sendo mais produtivos que os jovens. Seu trabalho é mais lento, porém, mais minucioso. Um ponto chave pode ser o fato de terem mais experiencia por estar mais tempo trabalhando nesta área e não por serem mais velhos.
	O modo como o aposentado vai usar seu tempo pode ser influenciado pelo nível socioeconômico. O padrão mais comum é o estilo de vida onde o foco é na família, onde as atividades são acessíveis e de baixo custo em família e companheiros, como conversar, assistir algo na televisão, fazer visitas a amigos e parente, jogar algum jogo etc. O outro padrão é o investimento equilibrado, onde o aposentado sabe distribuir melhor seu tempo entre família, trabalho e lazer. Pode ocorrer mudança nesses padrões com a idade. Aposentados mais jovens e mais realizados com sua qualidade de vida, tendem a viajar com frequência e participam de eventos culturais, porém, conforme envelhecem mais, as atividades relacionadas a família e ao lar produziam uma maior satisfação. 
	Alguns adultos mais velhos optam por envelhecer em casa, continuar morando em sua própria casa ou em sua comunidade. Essa possibilidade é relacionada as pessoas que conseguem cuidar de si sozinhas ou que precisam de uma ajuda mínima, que conseguem se manter com a renda que tem, querem sua independência e privacidade, são felizes onde moram e estão próximos dos amigos e família. Para adultos mais velhos com alguma deficiência que necessite de ajuda com a refeição, transporte e cuidados com a saúde em domicílio, um apoio secundário pode ser útil, como a inserção de utensílios em casa que facilite suas atividades, fazendo com que essa pessoa possa permanecer no seu lar.
	 Outra opção de vivência é a com os filhos mais velhos, embora este padrão venha mudando rapidamente. Os adultos mais velhos que relutam para não morar com os filhos, por não querer sobrecarregar e nem renunciar a sua liberdade. Para que de certo, é preciso que a decisão do pai ou da mãe morar na casa do filho seja mútua, analisando quais serão os cuidados necessários e que a dignidade e autonomia de cada um seja respeitada. 
	Há casos em que os adultos mais velhos que vão viver em instituições, mesmo eles e grande parte da família não querendo. Muito dos idosos se sente rejeitado quando internado, e seus filhos culpados. Mas, por uma necessidade de cuidado e pela situação da família, a internação parece ser a única saída, visto que a pessoa se encontra ausente das atividades sociais, apresentam problemas de saúde ou invalidez. 
CONCLUSÃO
Desde o nascimento, passamos por diversas modificações, onde na velhice, se tornam mais evidentes algumas mudanças físicas que são perceptíveis à observação, como também ocorrem mudanças físicas internas, cognitivas e psicossociais, onde estas podem variar entre os indivíduos. Estas mudanças acabam por influenciar nas relações do adulto mais velho com a família e amigos, os tornando mais seletivos e optando por manter apenas pessoas que o façam bem por perto.
Como apresentado no trabalho, a velhice não é composta só de perdas e limitações, podemos observar que a população de adultos mais velhos tem crescido. As pessoas entram na terceira idade, mas não perdem tão rapidamente sua independência e disposição, pelo contrario, muitos continuam trabalhando, sejam em empresas ou em órgão beneficentes, continuam se exercitando ou é quando começam a praticar alguma atividade física.
Devemos enxergar a velhice com outros olhos, procurar estimular e incentivar o adulto mais velho e não limita-lo.Não devemos tirar sua autonomia a menos que seja necessário, por decorrência de alguma doença ou algum problema que se faça necessária da ajuda de outra pessoa. Envelhecer não significa estar doente ou incapaz, e sim mais uma fase do desenvolvimento, onde devemos procurar vive-la da melhor forma
REFERÊNCIAS
PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
GRIFFA, M. C. Chaves para a Psicologia do Desenvolvimento. Tomo 2. 8ª ed. São Paulo: Paulinas, 2011.

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