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um serviço de saúde (Quadro 8). Se a família não souber reconhecer os sinais de perigo que requeiram atendimento imediato da criança, a possibilidade de morte é maior. Por isso, é importante orientar a família sobre os sinais de perigo, o momento e o local onde buscar assistência adequada e oportuna. Quadro 8 – Medidas preventivas em relação às quais os pais/responsáveis devem ser orientados Medidas: • Iniciar a amamentação logo após o nascimento e manter aleitamento materno exclusivo, à vontade, oferecendo as mamas em torno de 8 a 10 vezes ao dia. Deixar o bebê mamar até esvaziar bem a primeira mama para então trocar de mama. Na mamada seguinte oferecer primeiro a mama que ofereceu por último na mamada anterior • Lavar as mãos antes de tocar o bebê • Limpar o umbigo com álcool 70%, três vezes ao dia. Não cobrir e não aplicar outras substâncias no umbigo • Dar banho diariamente • Vestir o RN com roupas limpas e confortáveis, de acordo com o clima • Colocar o bebê para dormir de barriga para cima • Proporcionar afeto, conversando, sorrindo e acariciando o bebê • Caso a criança não esteja em aleitamento materno exclusivo, ensinar a mãe como preparar outros leites e limpar os utensílios para prevenir problemas de infecção e/ou nutrição • Orientar líquidos adicionais, além do leite materno, nos episódios de diarreia para prevenir desidratação • Levar o bebê para as consultas de rotina • Obedecer ao calendário de vacinação • Aprender a reconhecer os sinais de perigo • Não fumar dentro de casa Sinais de perigo em crianças menores de 2 meses: • Peso ao nascer abaixo de 2.500g • Sucção do seio materno débil ou ausente • Dificuldade respiratória • Secreção purulenta no umbigo • Apatia (estar pouco reativo, “largado” ou “não estar bem”) • Diarreia ou fezes com sangue • Febre ou hipotermia • Vômitos em grande quantidade • Icterícia • Cianose Fonte: MS/SAS. Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 170 Ministério da saúde 9.2 Risco ao nascer Antes do parto, é fundamental obter da mãe informações relacionadas a sua saúde e às condições da gestação para melhor avaliar o risco de problemas ao nascimento. O Quadro 9 lista as principais informações para a classificação do risco ao nascer. Quadro 9 – Informações utilizadas para classificar o risco ao nascer Perguntar Observar • Gestação a termo? • Líquido amniótico claro? • Houve ruptura prematura de membranas? Há quanto tempo? • A mãe teve ou tem febre? • A mãe teve doenças durante a gravidez? (Torchs*, hipertensão, infecção urinária, diabetes, doença sistêmica grave) • O RN necessitou de procedimentos de reanimação? • Cor • Respiração • Choro • Vitalidade • Anomalias congênitas • Sinais de infecção intrauterina (Torchs* – microcefalia, petéquias, equimoses, catarata, hepatomegalia, esplenomegalia, etc.) • Lesões graves decorrentes do parto Determinar • Peso e idade gestacional • Temperatura axilar • Frequência respiratória Fonte: MS/SAS. *Torchs 2 - toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, HIV, sífilis. Com base nessas informações, é possível classificar o grau de risco e, assim, determinar as medidas mais adequadas a serem adotadas em relação ao RN (Quadro 10). Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 171 Cuidados na Comunidade 9 Capítulo Quadro 10 – Classificação do risco ao nascer Avaliar os sinais Classificar como Medidas a serem tomadas Se estiver presente ao menos um dos seguintes sinais: • Peso ao nascer <2.000g ou >4.000g • Idade gestacional <35 semanas • Temperatura axilar <36 ou >37,5°C • Dificuldade respiratória, frequência respiratória >60 ou <30 irpm • Febre materna ou corioamnionite • Ruptura prematura de membranas >12 horas ou mais antes do parto • Palidez ou pletora (bebê muito vermelho) • Infecção intrauterina (Torchs) • Anomalias congênitas maiores • Lesão grave devido ao parto • Reanimação com ventilação com pressão positiva ou massagem cardíaca ALTO RISCO AO NASCER • Encaminhar urgentemente para um hospital de acordo com as normas de estabilização e transporte (Apêndice A e capítulo 8 – volume 1 desta obra) • Favorecer o contato pele a pele quando as condições da criança e da mãe permitirem • Iniciar a amamentação, se possível, exceto se mãe HIV+ • Manter o RN aquecido • Se a ruptura prematura de membranas tiver ocorrido mais de 12h antes do parto, iniciar a primeira dose dos antibióticos recomendados (Apêndice A) • Verificar o cumprimento dos cuidados de rotina em sala de parto (capítulo 2 – volume 1 desta obra) • Orientar a mãe sobre os motivos da transferência Se estiver presente ao menos um dos seguintes sinais: • Peso ao nascer entre >2.000g e <2.500g • Idade gestacional entre >35 e <37 semanas • Idade gestacional ≥42 semanas • Anomalias congênitas menores • Procedimentos de reanimação sem necessidade de ventilação com pressão positiva ou massagem cardíaca MÉDIO RISCO AO NASCER • Encaminhar para consulta médica especializada • Colocar o RN em contato pele a pele com a mãe • Iniciar amamentação na primeira hora de vida, se possível, exceto se mãe HIV+ • Orientar a mãe a manter o RN aquecido • Verificar o cumprimento dos cuidados de rotina em sala de parto (capítulo 2 – volume 1 desta obra) • Orientar a mãe quanto a medidas preventivas e sinais de perigo que requerem retorno imediato (Quadro 8) • Consulta de seguimento em três dias Se o RN apresentar: • Respiração regular • Choro forte • Pele e mucosas rosadas • Boa atividade • Peso ao nascer >2.500g e <4.000g • Idade gestacional >37 e <42 semanas BAIXO RISCO AO NASCER • Colocar o RN em contato pele a pele com a mãe • Iniciar amamentação na primeira hora de vida, se possível, exceto se mãe HIV+ • Orientar a mãe a manter o RN aquecido • Verificar o cumprimento dos cuidados de rotina em sala de parto (Capítulo 2) • Orientar a mãe sobre os cuidados com o RN em casa • Orientar a mãe quanto a medidas preventivas e sinais de perigo que requerem retorno imediato (Quadro 8) • Agendar consulta de seguimento em três dias • Indicar vacinação de acordo com o esquema do Ministério da Saúde Fonte: MS/SAS. Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 172 Ministério da saúde Um dos parâmetros utilizados para classificação do risco ao nascer é a idade gestacional do RN. O cálculo utilizando a data da última menstruação (DUM) muitas vezes não é possível, por falta dessa informação. O profissional pode estimar a idade gestacional utilizando-se da avaliação de sinais físicos e neurológicos. O método de Capurro3 é prático e baseia-se na observação de cinco características físicas e duas neurológicas para estimar a idade gestacional do RN. É bastante adequado para bebês com 29 semanas de gestação ou mais. Na determinação da idade gestacional para classificar o risco ao nascer, caso a DUM não seja conhecida, utiliza-se o método de Capurro somático, avaliando-se somente as cinco características físicas do método (Quadro 11). Quadro 11 – Avaliação da idade gestacional pelo método de Capurro3 Forma da orelha Chata, disforme. Pavilhão não encurvado 0 Pavilhão parcialmente encurvado na borda superior 8 Pavilhão encurvado em toda a borda superior 16 Pavilhão totalmente encurvado 24 CÁLCULO = Somar os pontos das 5 características e acrescentar a constante 204. Dividir o resultado por 7 = Idade gestacional em semanas Tamanho da glândula mamária Não palpável 0 Palpável: menor que 5mm 5 Palpável: entre 5 e 10mm 10 Palpável: maior que 10mm 15 Formação