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Francielle Cavilhas Martins Chiabotto Professor – Diogo Paiva Cartaxo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Processos Gerenciais (FLX1042) – Prática do Módulo 3 26/11/2018 A Importância da Qualidade de Vida no Trabalho RESUMO De maneira genérica, pode-se dizer que qualidade de vida no trabalho é um conjunto de ações de uma empresa que envolvem diagnóstico, implantação de melhorias, inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando propiciar condições plenas de desenvolvimento humano para a realização do trabalho. Qualidade de Vida no Trabalho, ou QVT, como também é conhecida, é o grau de satisfação que um colaborador tem com as funções exercidas e com o local em que trabalha. Diferente do que muitos acreditam, a satisfação de um profissional no ambiente de trabalho não é algo que diz respeito somente a ele. Esta, aliás, é uma questão que deve ser vista e ter a devida atenção por parte da gestão da organização, afinal, a satisfação do colaborador está diretamente ligada aos bons resultados que a empresa obtém ou deseja obter em um futuro próximo. Palavras-chave: Qualidade de vida. Trabalho. 1. INTRODUÇÃO Nos dias atuais, fala-se muito em qualidade: qualidade no serviço, qualidade no atendimento aos clientes, qualidade nos produtos e qualidade de vida. Estes, dentre outros, chama-se de qualidade total, que tem como objetivo criar uma organização na qual todos os funcionários estejam trabalhando para fazer dela a melhor do seu campo. Pode-se afirmar que uma empresa com qualidade é, entre outros fatores, aquela que possui colaboradores que, após atender suas necessidades básicas, estejam satisfeitos com a empresa e seus colegas de trabalho, isto é, sua equipe de trabalho. Neste caso, a conquista da qualidade de vida, em grande parte, depende do próprio indivíduo, seja na organização ou fora dela. Depende de sua auto-estima e auto-imagem, do engajamento profissional, político e social e, acima de tudo, de sua postura na transformação da realidade e da consciência de seus direitos e deveres. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E PROCESSO MOTIVACIONAL A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) trata-se de um princípio importante para as pessoas e organização de uma empresa. Para que um programa QVT possa ser bem organizado, bem como trazer benefícios aos funcionários e empresa, é importante que a liderança possa enxergar com outros olhos o ambiente de trabalho. Levando em conta os aspectos psicológicos, sociais e biológicos, esses são fatores importantes a serem trabalhados que influenciam no clima organizacional, podendo assim trazer bons resultados para a empresa (Libio, 2016). O programa QVT é um jeito construtivo de se refletir em algo com fins de apoiar e satisfazer e as necessidades do trabalhador durante a prestação de seu serviço na organização. Isso reflete em um conjunto de ações de uma empresa, enfatizando a implementação de inovações tecnológicas e gerenciais, melhorias e estruturação no ambiente de trabalho. Partindo da ideia que a motivação é importante para manter um melhor comprometimento de seus colaboradores, preservando os objetivos da organização, bem como se adequando aos interesses dos funcionários. (Ribeiro & Santana, 2015). A Qualidade de vida no Trabalho, determina o nível em os representantes da organização são capazes de satisfazer as necessidades pessoais através de seu trabalho prestado na organização (Santos, 2014; Chiavenato, 2014). A QVT é diferenciada em dois posicionamentos: a satisfação e o bem-estar, onde representam o nível em os colaboradores são capazes de satisfazer seus interesses através do trabalho e, por outro lado, a empresa buscando seus interesses próprios em atingir suas metas e objetivos (Carvalho, 2016; Chiavenato, 2009). Para que a “Qualidade de Vida” exista nas empresas é necessário que as condições psicológicas, físicas e sociais sejam essenciais e estejam direcionadas a melhorar, bem como propor um clima organizacional de satisfação aos funcionários no seu ambiente de trabalho. A gestão quando é direcionada a otimizar recursos humanos, bem como tem como meta gerar uma organização mais humanizada, o objetivo é eliminar a falta de motivação, a qual é uma ação gerada pela falta de QVT. (Chiavenato, 2009; Ribeiro & Santana 2015). Visando a perspectiva humana, a QVT se preocupa em considerar o ser humano. O ser humano como todo ser merece seu respectivo respeito, onde possuem sentimentos, sonhos, pretensões, realizações, necessidades e conhecimentos. (Moretti & Treichel, 2003; Amatuzzi, 1989). A QVT visando o seu lado filosófico, segundo Santos (2014), ocorre na cultura da organização, sendo argumento os valores que direcionam a importância do ser humano. A “Qualidade de Vida no Trabalho” constrói bem como se torna viável o ajuste benéfico ao ser humano nos aspectos psicológico, social e saúde. São aspectos importantes para o desempenho dos funcionários: satisfação com o serviço executado, promoções, reconhecimento profissional, percepção do salário, capacitação, relacionamento interpessoal, o ambiente de trabalho, liberdade para tomar decisões e liberdade para atuar de forma participativa na organização. A criatividade, motivação e a inovação para aceitar mudanças que agreguem valores para a empresa, são aspectos de QVT, onde está relacionado a motivação, sendo responsável em incentivar mudanças em atitudes comportamentais e pessoais de seus colaboradores, visto como algo importante para a produtividade. (Chiavenato, 2010; Ribeiro & Santana, 2015). O QVT visa promover um controle sobre um clima organizacional estabilizado, uma estrutura psicológica positiva, ou seja, compreender que o clima está direcionado com a motivação e satisfação, a qual faz parte de equilíbrio emocional dos colaboradores. O clima organizacional direciona os colaboradores a percepção sobre o ambiente de trabalho, o que cada funcionário sente em relação a empresa, sendo assim um ambiente negativo ou positivo (Chiavenato, 2010; Oliveira, Carvalho & Rosa, 2012). Empresas que enxergam com outros olhos, bem como investem em uma gestão que valoriza a Qualidade de Vida no Trabalho, na satisfação e na motivação de seus colaboradores, tornam-se eficazes, bem como enfrentam de frente os desafios do mercado. Sem a Qualidade de Vida e a motivação dentro da organização, as empresas enfrentariam diversas dificuldades. A motivação dos funcionários e a “Qualidade de Vida no Trabalho” mantem de fato um compromisso com a organização (Souza, 2015). A QVT possui o intuito de preservar o bem-estar do funcionário no espaço organizacional, prescindindo a insatisfação e fatores que venham a estressar o ambiente de trabalho, cujo possa comprometer a capacidade física e emocional do colaborador. Desta maneira, as consequências podem ser a desmotivação ou mesmo algo como mais sintomático como a depressão, ansiedade, doenças psicossomáticas, a qual trazem as pessoas um desconforto a sua vida profissional e pessoal (Carvalho, 2016). Para compreender a essência do conceito motivação, é necessário analisar como é formado o ciclo motivacional; a qual o mesmo constitui sobre uma ocorrência de fenômenos, tais como superar uma necessidade e sua satisfação, retomando assim ao estado inicial ou de equilíbrio. Quando se há uma necessidade, cria-se uma tensão estimulada por um certo impulso, onde assim gera um comportamento de realização da causa. Ao atingir um grau de satisfação, se produz a perda desta tensão,voltando assim ao estado inicial. (Santana, Andrade& Jesus, 2016). A dinâmica motivacional trata-se de um processo sistêmico, onde assim é constituído algumas fases de um ciclo. A 1° fase do ciclo está relacionado as necessidades, a ideia, o foco e a carência da pessoa em busca de alguma coisa. Na 2° fase ciclo a mudança de comportamento aparece em virtude do impulso gerado pela tensão, direcionando o querer em satisfazer a necessidade bem como a realização desta. Na 3° fase do ciclo, trata-se do incentivo ao colaborador, a constância para conseguir satisfazer suas necessidades e por fim inicia-se a 4° fase do ciclo, onde finaliza o processo com a realização do objetivo, dando inicio a um novo ciclo, com novas necessidades e com novos estímulos. (Santos, & Silva, 2015). A motivação trata-se de um sistema responsável e dinâmico, onde através da persistência de esforços, bem como uma direção, incentiva a pessoa a atingir uma determinada meta. Direção: foca o comportamento para alcançar algum objetivo. O objetivo pode ser individual ou organizacional. Intensidade: esforço que a pessoa aplica na direção definida, o objetivo desejado. Persistência: o tempo de persistência pelo objetivo (Santos & Silva, 2015; Robbins, 2005). Podemos representar a motivação como uma mola que se impulsiona ao trabalho. A organização que possui uma gestão que busca realizar as vontades pessoais, consequentemente visa o interesse em motivar seus colaboradores, gerando produtividade com maior envolvimento com a empresa. (Silva & Estender, 2015). A motivação trata-se de um processo que intensamente enfatiza o esforço e a persistência de um indivíduo, de modo a continuar ao alcance de seus objetivos (Ribas, 2011; Robbins, 2005). A motivação impulsiona a decisão e o desenvolvimento do ser humano. Algo importante na vida do indivíduo, tanto por conta de suas necessidades e de suas decisões. São razões subjacentes – ocultas - ao comportamento humano (Raquel, Borsa & Santos, 2012). A motivação é uma força que incentiva pessoas a agir e alcançar algum objetivo. Pressupondo que cada um disponha de recursos próprios, bem como sempre algo que necessitamos. Não podemos determinar a motivação através de ação vinda dos outros, mas sim através do próprio mundo (Gil, 2017; Donato, Gonçalves. & Sanches, 2011). A ação dinâmica esta relacionada a personalidade, ou seja, atividades que possuem relação ao comportamento, a inteligência, a necessidade do conhecimento, compreensão, raciocínio, pensamento, interpretação e elaboração. As necessidades estão direcionadas a emoções, desejos, instintos, experiencias vividas, bem como a todos os dados vinculados ao psiquismo ocorridos durante a vida. A força interna tensional possui a responsabilidade e capacidade de mudar o comportamento, seguindo assim adiante com fatos da vida, bem como na direção do motivo. (Constamtino, 2010). Quando a necessidade é reprimida, não é liberado o impulso de realização e desejo, ocasionando assim a frustação, onde no organismo é liberado a tensão através do meio filosófico e psicológico. Esta carga de tensão ocasiona um desiquilíbrio, ocasionando assim reações adversas, tais como: tensões nervosa e emocional, insônia, estresse, irritabilidade, etc, alterando o metabolismo mente-corpo. Uma necessidade que não esteja satisfeita de certo modo afeta diretamente o comportamento de uma pessoa, levando assim a desmotivação. O que de fato leva a necessidade de sentir-se valorizado e auto realizado, consiste em tornar-se o melhor o que você pode ou é capaz de ser (Paula, 2011). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) representa o grau em que os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais por meio de suas experiências na organização. A qualidade de vida no trabalho afeta atitudes pessoais e comportamentos importantes para a produtividade individual, tais como motivação para o trabalho, a adaptabilidade de mudança no ambiente de trabalho criatividade e vontade de inovar e aceitar mudanças. A busca pela qualidade total, antes voltada apenas para o aspecto organizacional, já deve voltar sua atenção para a qualidade de vida no trabalho, buscando uma maior participação das empresas. 4. REFERÊNCIAS Amatuzzi, M. M. (1989). 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