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manual neonatal (balão autoinflável com volume máximo de 750mL, reservatório de O2 e válvula de escape com limite de 30 – 40cm H2O e/ou manômetro) • Ventilador mecânico manual neonatal em T • Máscaras redondas com coxim para prematuros tamanho 00 e 0 e de termo 1 • Blender para mistura oxigênio/ar • Oxímetro de pulso com sensor neonatal e bandagem elástica escura Material para intubação traqueal • Laringoscópio infantil com lâmina reta nos 00, 0 e 1 • Cânulas traqueais sem balonete, de diâmetro uniforme 2,5/ 3,0/ 3,5 e 4,0mm • Material para fixação da cânula: tesoura, fita adesiva e algodão com SF 0,9% • Pilhas e lâmpadas sobressalentes • Detector colorimétrico de CO2 expirado Medicações • Adrenalina diluída em SF 0,9% a 1/10.000 em uma seringa de 5,0mL para administração única endotraqueal • Adrenalina diluída em SF 0,9% a 1/10.000 em uma seringa de 1,0mL para administração endovenosa • Expansor de volume (SF 0,9% ou Ringer-lactato) em duas seringas de 20mL • Álcool etílico 70% ou clorexidina alcoólica 0,5% • Nitrato de prata 1% e ampola de água destilada • Vitamina K1 Material para cateterismo umbilical • Campo fenestrado esterilizado, cadarço de algodão e gaze • Pinça tipo kelly reta de 14cm e cabo de bisturi com lâmina n° 21 • Porta agulha de 11cm e fio agulhado mononylon 4.0 • Sonda traqueal sem válvula n° 6 ou 8 ou cateter umbilical 5F ou 8F Outros • Luvas e óculos de proteção individual • Compressas e gazes esterilizadas • Estetoscópio neonatal • Saco de polietileno de 30x50cm e touca para proteção térmica do RN prematuro • Tesoura de ponta romba e clampeador de cordão umbilical • Seringas de 20mL, 10mL, 5mL e 1mL e agulhas • Balança digital e antropômetro Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 33 Cuidados na Hora do Nascimento 2 Capítulo 2.2 Avaliação da vitalidade ao nascer Imediatamente após o nascimento, a necessidade de reanimação depende da avaliação rápida de quatro situações referentes à vitalidade do concepto, sendo feitas as seguintes perguntas: • Gestação a termo? • Ausência de mecônio? • Respirando ou chorando? • Tônus muscular bom? Se a resposta é sim a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade e não necessita de manobras de reanimação.6-8 A determinação da necessidade de reanimação e a avaliação de sua eficácia dependem da avaliação simultânea de dois sinais: • Respiração. • Frequência cardíaca (FC). A FC é o principal determinante da decisão de indicar as diversas manobras de reanimação. Logo após o nascimento, o RN deve respirar de maneira regular e suficiente para manter a FC acima de 100bpm. A FC é avaliada por meio da ausculta do precórdio com estetoscópio, podendo eventualmente ser verificada pela palpação do pulso na base do cordão umbilical. Tanto a ausculta precordial quanto a palpação do cordão podem subestimar a FC.11 A avaliação da coloração da pele e das mucosas do RN não é mais utilizada para decidir procedimentos na sala de parto. Estudos têm mostrado que a avaliação da cor das extremi- dades, do tronco e das mucosas é subjetiva e não tem relação com a saturação de oxigênio ao nascimento.12 Além disso, RN com esforço respiratório e FC adequados podem demorar alguns minutos para ficarem rosados. Nos RNs que não precisam de procedimentos de re- animação ao nascer, a saturação de oxigênio com um minuto de vida situa-se ao redor de 60% – 65%, só atingindo valores de 87% – 92% no quinto minuto de vida.13 O processo de transição para alcançar saturação de oxigênio acima de 90% requer cinco minutos ou mais em RNs saudáveis que respiram ar ambiente.13 O boletim de Apgar não deve ser utilizado para determinar o início da reanimação nem as manobras a serem instituídas no decorrer do procedimento. No entanto, sua aferição longitudinal permite avaliar a resposta do RN às manobras realizadas e a eficácia dessas manobras. Se o escore é inferior a sete no quinto minuto, recomenda-se sua aplicação a cada cinco minutos, até 20 minutos de vida.14 Enfatiza-se que, apesar da subjetividade e da dificuldade em aplicá-lo em RN sob ventilação, o acompanhamento dos escores de Apgar Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 34 Ministério da saúde em uma instituição permite identificar a necessidade de implementar programas educa- cionais e melhoria no cuidado perinatal, além de verificar o impacto das intervenções na qualidade do serviço. É necessário que a documentação do escore de Apgar seja conco- mitante à dos procedimentos de reanimação executados, em formulário específico, como demonstrado no Quadro 4.14 Quadro 4 – Escore de Apgar ampliado14 Sinal 0 1 2 1 min. 5 min. 10 min. 15 min. 20 min. Frequência Cardíaca Ausente <100bpm >100bpm Esforço Respiratório Ausente Irregular Regular Tônus Muscular Flacidez total Alguma flexão extremidades Boa movimentação Irritabilidade Reflexa Ausente Alguma reação Espirros Cor Cianose/ palidez cutânea Corpo róseo Extremidades cianóticas Corpo e extremidades róseos TOTAL Comentários: Reanimação Minutos 1 5 10 15 20 O2 inalatório VPP CPAP nasal IOT M Cardíaca Adren/Expansor BPM – batimentos por minuto; VPP – ventilação com pressão positiva com balão/ventilador manual e máscara; CPAP – pressão positiva contínua nas vias aéreas; IOT – intubação traqueal; M. Cardíaca – massagem cardíaca; Adren./Expansor – Adrenalina/Expansor de volume. 2.3 Assistência ao RN a termo com boa vitalidade ao nascer Se, ao nascimento, verifica-se que o RN é a termo, está respirando ou chorando e com tônus muscular em flexão, sem a presença de líquido amniótico meconial, a criança apresenta boa vitalidade e não necessita de qualquer manobra de reanimação.6-8 Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 35 Cuidados na Hora do Nascimento 2 Capítulo Três metanálises recentes15-17 com vários ensaios clínicos randomizados, além de um estudo nacional,18 concluíram que o clampeamento em tempo oportuno do cordão umbilical é benéfico em comparação ao clampeamento imediato com relação aos índices hematológicos na idade de 3 a 6 meses. O RN a termo com boa vitalidade deve ser secado e posicionado sobre o abdome da mãe ou ao nível da placenta por, no mínimo, um minuto, até o cordão umbilical parar de pulsar (aproximadamente três minutos após o nascimento), para só então realizar-se o clampeamento. Após o clampeamento do cordão, o RN poderá ser mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o corpo da mãe como fonte de calor, garantindo-se que o posicionamen- to da criança permita movimentos respiratórios efetivos. O contato pele a pele imediata- mente após o nascimento, em temperatura ambiente de 260C, reduz o risco de hipotermia em RNs a termo que nascem com respiração espontânea e que não necessitam de venti- lação, desde que cobertos com campos preaquecidos.6-8 Nesse momento, pode-se iniciar a amamentação. A Organização Mundial da Saúde recomenda que o aleitamento materno seja iniciado na primeira hora de vida, pois está associado à menor mortalidade neonatal, ao maior período de amamentação, à melhor interação mãe-bebê e ao menor risco de hemorragia materna.19 Após a realização dos cuidados de rotina na sala de parto, a serem relatados ao final do texto, o RN em boas condições clínicas deve ser encaminhado com a mãe ao alojamento conjunto. 2.4 Assistência ao RN com líquido amniótico meconial Na presença de líquido amniótico meconial, fluido ou espesso, o obstetra não deve realizar a aspiração das vias aéreas, pois esse procedimento não diminui a incidência de síndrome de aspiração de mecônio, a necessidade de ventilação mecânica nos RNs que desenvolvem pneumonia aspirativa, nem o tempo de oxigenoterapia ou de hospitalização.20