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Aula 1 - da-aplicacao-da-lei-penal-no-tempo-parte-2

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AlfaCon Concursos Públicos
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Sumário 
 
 
 
 
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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Tempo do Crime 
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento 
 
Consoante o Art. 4º do Código Penal, “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. Nos sistemas penais é possível adotar 
a teoria da atividade na qual o que importa é o momento da conduta (omissiva ou comissiva) 
delituosa, pouco importando em que momento se deu o resultado. Há também a teoria do 
resultado, na qual se retira a importância do momento da conduta e o que importará é o momento 
em que se deu o resultado, ou seja, a consumação. Por fim, existe ainda a teoria mista ou da 
ubiquidade, que adota as duas teorias anteriores ao mesmo tempo. 
 
Conforme leitura do Art. 4º supracitado, fica evidente que o Código Penal pátrio adotou a teoria da 
atividade. Neste sentido, importa o momento da conduta comissiva ou omissiva para a prática de 
fato definido como crime. Assim, Rogério Greco, em seu Curso de Direito Penal (2010), afirma: 
“Pela teoria da atividade, tempo do crime será o da ação ou da omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado. Para essa teoria, o que importa é o momento da conduta, comissiva ou 
omissiva, mesmo que o resultado dela se distancie no tempo”. 
 
A importância do Tempo do Crime ainda se verifica quando da incidência da extratividade da lei 
penal. A extratividade da lei penal é composta de ultratividade e retroatividade. A primeira se dá 
quando a lei penal, mesmo já revogada, continua a regular fatos ocorridos ao tempo de sua 
vigência; já a segunda ocorre quando retroage para atingir fatos ocorridos antes da sua vigência. 
 Maior importância é com relação à ultratividade, uma vez que uma lei poderá estar em vigor 
durante o cometimento de um fato definido como crime. Entretanto, lei nova poderá dar um 
tratamento ainda mais rigoroso para os que praticarem tais condutas. Neste sentido, deverá ser a 
lei anterior mais benéfica ultrativa continuando a regular os fatos ocorridos ao tempo da sua 
vigência, prevalecendo a irretroatividade da novatio legis in pejus. 
Neste mesmo sentido, Cleber Masson em seu Código Penal Comentado (2013) acrescenta: “Pode 
ocorrer ainda a ultratividade da lei mais benéfica, que se verifica quando o crime foi praticado 
durante a vigência de uma lei, posteriormente revogada por outra prejudicial ao agente. Subsistem, 
no caso, os efeitos da lei anterior, mais favorável”. 
Este princípio traz o momento da ação ou da omissão do crime. Ou seja, independentemente do 
resultado, 
: caso um menor “A”, cometa disparos de arma de fogo contra “B”, vindo a feri-lo; devido 
às lesões causadas pelos disparos, três meses depois do fato, “B” vem a falecer. Nessa época, 
mesmo “A” tendo completado sua maioridade penal - 18 anos - ainda assim não poderá ser 
 
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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Tempo do Crime 
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento 
 
Consoante o Art. 4º do Código Penal, “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. Nos sistemas penais é possível adotar 
a teoria da atividade na qual o que importa é o momento da conduta (omissiva ou comissiva) 
delituosa, pouco importando em que momento se deu o resultado. Há também a teoria do 
resultado, na qual se retira a importância do momento da conduta e o que importará é o momento 
em que se deu o resultado, ou seja, a consumação. Por fim, existe ainda a teoria mista ou da 
ubiquidade, que adota as duas teorias anteriores ao mesmo tempo. 
 
Conforme leitura do Art. 4º supracitado, fica evidente que o Código Penal pátrio adotou a teoria da 
atividade. Neste sentido, importa o momento da conduta comissiva ou omissiva para a prática de 
fato definido como crime. Assim, Rogério Greco, em seu Curso de Direito Penal (2010), afirma: 
“Pela teoria da atividade, tempo do crime será o da ação ou da omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado. Para essa teoria, o que importa é o momento da conduta, comissiva ou 
omissiva, mesmo que o resultado dela se distancie no tempo”. 
 
A importância do Tempo do Crime ainda se verifica quando da incidência da extratividade da lei 
penal. A extratividade da lei penal é composta de ultratividade e retroatividade. A primeira se dá 
quando a lei penal, mesmo já revogada, continua a regular fatos ocorridos ao tempo de sua 
vigência; já a segunda ocorre quando retroage para atingir fatos ocorridos antes da sua vigência. 
 Maior importância é com relação à ultratividade, uma vez que uma lei poderá estar em vigor 
durante o cometimento de um fato definido como crime. Entretanto, lei nova poderá dar um 
tratamento ainda mais rigoroso para os que praticarem tais condutas. Neste sentido, deverá ser a 
lei anterior mais benéfica ultrativa continuando a regular os fatos ocorridos ao tempo da sua 
vigência, prevalecendo a irretroatividade da novatio legis in pejus. 
Neste mesmo sentido, Cleber Masson em seu Código Penal Comentado (2013) acrescenta: “Pode 
ocorrer ainda a ultratividade da lei mais benéfica, que se verifica quando o crime foi praticado 
durante a vigência de uma lei, posteriormente revogada por outra prejudicial ao agente. Subsistem, 
no caso, os efeitos da lei anterior, mais favorável”. 
Este princípio traz o momento da ação ou da omissão do crime. Ou seja, independentemente do 
resultado, 
: caso um menor “A”, cometa disparos de arma de fogo contra “B”, vindo a feri-lo; devido 
às lesões causadas pelos disparos, três meses depois do fato, “B” vem a falecer. Nessa época, 
mesmo “A” tendo completado sua maioridade penal - 18 anos - ainda assim não poderá ser 
 
 
 
FIQUE LIGADO! 
Não existe o princípio do “resultado” no Código Penal. O princípio utilizado pelo nosso Código 
Penal é o da atividade, previsto no Art. 4º. As provas de concursos costumam indagar sobre esse 
quesito. Assim vai a dica: se a questão mencionar o princípio do resultado, está errada! 
 
Casos concretos da parte especial do CP 
 
Art. 121 
Aumento de pena 
 “§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância 
de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não 
procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o 
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.” (Grifo nosso) 
 
 
 
FIQUE LIGADO! 
 
 
Questão comentada 
1) (CESPE) De acordo com o Código Penal, considera-se praticado o crime no momento em que 
ocorreu seu resultado. 
Gabarito: Errado 
 
Comentário: a teoria utilizada no Art. 4º do Código Penal é a teria da atividade, que diz: 
“considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão ainda que outro seja o momento 
do resultado”. 
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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio decomunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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2) (ALFACON) Anísio, com 17 anos de idade, no dia anterior ao que ele completaria 18 anos, no 
horário de 23h58min, atirou na cabeça de Huck. Este, em decorrência do disparo, faleceu no dia 
seguinte. De acordo com o Código Penal, é possível afirmar que Anísio responderá por crime 
com resultado morte, na modalidade consumada. 
Gabarito: Errado 
 
Comentário: de acordo com o entendimento do STF, Anísio era inimputável quando realizou a 
ação e, ainda que o resultado tenha ocorrido em momento posterior, em que o agente já era maior 
de idade, o momento do crime é o da ação ou da omissão – teoria da atividade. Neste caso, Anísio, 
por ser menor de idade, não poderá responder por CRIME, mas por ato infracional. 
 
Atenção, Aluno! 
Devemos, contudo, ficar atentos aos crimes permanentes e continuados. É o caso do 
sequestro, por 
 
Nesta situação em questão, “A” não será mais inimputável, pois no momento de sua prisão já 
havia completado 18 anos, não considerando neste caso, o momento em que se iniciou a ação, mas 
sim, quando cessou. 
 
 
Questões comentadas 
3) (CESPE) Considere que Manoel, penalmente imputável, tenha sequestrado uma criança com o 
intuito de receber certa quantia como resgate. Um mês depois, estando a vítima ainda em 
cativeiro, nova lei entrou em vigor, prevendo pena mais severa para o delito. Nessa situação, a 
lei mais gravosa não incidirá sobre a conduta de Manoel. 
Gabarito: Errado 
 
Comentário: o crime de extorsão mediante sequestro é classificado como crime permanente e sua 
consumação se protai (estende) no tempo, de acordo com a vontade do agente. Dessa forma, 
conforme Súmula 711 STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou permanente, se 
sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou permanência”. 
 
4) (CESPE) No delito continuado, a lei penal posterior, ainda que mais gravosa, aplica-se aos fatos 
anteriores à vigência da nova norma, desde que a cessação da atividade delituosa tenha 
ocorrido em momento posterior à entrada em vigor da nova lei. 
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2) (ALFACON) Anísio, com 17 anos de idade, no dia anterior ao que ele completaria 18 anos, no 
horário de 23h58min, atirou na cabeça de Huck. Este, em decorrência do disparo, faleceu no dia 
seguinte. De acordo com o Código Penal, é possível afirmar que Anísio responderá por crime 
com resultado morte, na modalidade consumada. 
Gabarito: Errado 
 
Comentário: de acordo com o entendimento do STF, Anísio era inimputável quando realizou a 
ação e, ainda que o resultado tenha ocorrido em momento posterior, em que o agente já era maior 
de idade, o momento do crime é o da ação ou da omissão – teoria da atividade. Neste caso, Anísio, 
por ser menor de idade, não poderá responder por CRIME, mas por ato infracional. 
 
Atenção, Aluno! 
Devemos, contudo, ficar atentos aos crimes permanentes e continuados. É o caso do 
sequestro, por 
 
Nesta situação em questão, “A” não será mais inimputável, pois no momento de sua prisão já 
havia completado 18 anos, não considerando neste caso, o momento em que se iniciou a ação, mas 
sim, quando cessou. 
 
 
Questões comentadas 
3) (CESPE) Considere que Manoel, penalmente imputável, tenha sequestrado uma criança com o 
intuito de receber certa quantia como resgate. Um mês depois, estando a vítima ainda em 
cativeiro, nova lei entrou em vigor, prevendo pena mais severa para o delito. Nessa situação, a 
lei mais gravosa não incidirá sobre a conduta de Manoel. 
Gabarito: Errado 
 
Comentário: o crime de extorsão mediante sequestro é classificado como crime permanente e sua 
consumação se protai (estende) no tempo, de acordo com a vontade do agente. Dessa forma, 
conforme Súmula 711 STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou permanente, se 
sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou permanência”. 
 
4) (CESPE) No delito continuado, a lei penal posterior, ainda que mais gravosa, aplica-se aos fatos 
anteriores à vigência da nova norma, desde que a cessação da atividade delituosa tenha 
ocorrido em momento posterior à entrada em vigor da nova lei. 
Gabarito: Correta 
 
Comentário: aqui está a aplicação da Súmula 711 STF – “A Lei penal mais grave aplica-se ao Crime 
Continuado ou Crime Permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência.” 
Trata-se de questão de interpretação da lei. Não usamos a mais leve ou a mais grave, tampouco a 
intermediária; sempre a última, ou seja, do momento da cessação da conduta do agente. 
 
 
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EXERCÍCIOS 
1) Maria saiu em busca de diversão na cidade do Rio de Janeiro e, por não conhecer bem a cidade, 
entrou em um bairro perigoso. Nesse momento, um traficante atirou nela pensando que ela 
fosse policial. Maria foi levada ao hospital e veio a falecer dois dias após o fato. Assim, 
considera-se praticado o crime no momento em que a vítima foi atingida, e não no momento 
em que faleceu. 
 
2) Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em continuidade delitiva e sob 
a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em processo contra ele, a lei vigente ao tempo em 
que cessaram os delitos, ainda que seja mais gravosa. 
 
3) A regra do Código Penal é a aplicação da lei do tempo do crime, podendo ocorrer em exceção a 
retroatividade de lei mais benéfica, a ultratividade de lei mais benéfica, mas nunca a 
retroatividade de lei mais gravosa. 
 
4) Considera-se praticado o crime sempre no momento em que ocorre o resultado delituoso 
desejado pelo agente. 
 
5) Em relação à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, no Código Penal adotaram-se, 
respectivamente, as teorias da atividade e da ubiquidade. 
 
 
 
GABARITO 
1. CERTO 
2. CERTO 
3. CERTO 
4. ERRADO 
5. CERTO

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