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14 - Semiologia Pediátrica

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podem ser conduzidas de maneiras diferentes: 
 1
os
 meses: nos primeiros meses de vida, a consulta não é tão dificultosa, e geralmente é feito 
acompanhamentos mensais até o 3º mês, avaliando o diâmetro torácico, perímetro cefálico, peso, avaliação e 
confirmação de vacinas, exame físico do tórax, abdome e genitália externa. 
 6 - 8 meses  2 - 3 anos: Geralmente nessa época a consulta passa a se tornar mais dificil. A partir dos 6 
meses a criança já é capaz de reconhecer os pais, daí a importância de frequentar sempre o mesmo pediatra, 
pois com a criança identificando aquela pessoa, a consulta se tornará mais tranquila. 
 Pré-escolar: nessa fase as consultas já são direcionadas para a queixa principal do paciente, entretanto deve-
se sempre lembrar de alguns itens que são indispensáveis durante a realização do exame. 
 Escolares / Adolescentes: nos adolescentes normalmente na primeira consulta não é necessária uma 
avaliação completa, embora adolescente, sabendo das diversas alterações que ocorrem nessa idade, deve-se 
primeiro conquistar sua confiança para realizar um exame mais específico, ou seja, que seja necessário retirar a 
roupa. 
 
De um modo geral, durante o exame físico de uma criança, o médico vai comprovar todos os achados que foram 
relevantes coletados durante a anamnese. Dessa forma, os sinais (dados que podem ser verificados de maneira 
objetiva) e os sintomas (dados subjetivos, que o médico só terá conhecimento com o relato do paciente) poderão ser 
evidenciados e, desta forma, caracterizar síndromes (conjunto de sinais e sintomas que estão ligados alguma mesma 
entidade nosológica) e, portanto, todos estes dados devem ser cuidadosamente investigados pelo médico, para que 
possa ser estabelecido uma hipótese diagnóstica concreta. 
Em resumo, o exame físico caracteriza-se por: 
 Avaliação dos aspecto gerais e dados vitais 
 Medidas antropometricas 
 Avaliação de órgãos e sistemas 
 
AVALIAÇAO DOS ASPECTOS GERAIS (ECTOSCOPIA) 
 Neste momento inicial do exame físico, devemos observar o aspecto geral da criança logo ao chegar, dando 
ênfase ao seguintes dados: 
 Nível de consciência 
 
 Atitude e posição: posição que o paciente adota com a finalidade de se sentir confortável. 
o Atípica (normal): não há preferências. 
o Típica: Sugere um desconforto. 
 Genupeitoral: geralmente a criança adota essa posição, pois ela permite uma melhor 
oxigenação e ventilação, por isso, nesses casos deve-se suspeitar de alguma cardiopatia 
congênita. 
 Ortopnêica: em crianças a ortopneia deve-se sempre pensar em edema agudo de pulmão. 
Nesses casos o exame do aparelho respiratório é de extrema importância, podendo nesses 
casos auscultar ruídos adventícios (estertores finos), mostrando na radiografia congestão 
bilateral. Diferentemente em adultos ocorre devido a enfisema pulmonar, cardiopatias, 
insufiência cardíaca congestiva. 
 Cócoras: Também sugere doenças cardíacas. 
 Antálgica: pode se manifestar de várias formas: (1) Colocação da mão sobre o local, (2) 
decúbito lateral sobre o local, (3) decúbito lateral oposto ao local, (4) decúbito ventral, (5) 
decúbito dorsal / flexão MMII. 
 Posições contraturais: (1) Opistótono: contratura muscular intensa em que a criança 
permaneça apoiada sobre os calcanhares e região nuncal. Pode ocorrer devido a irritação 
meníngea infecciosa (meningite) ou ainda, nos casos avançados de tétano; (2) Ortótono, (3) 
Pleurotótono, (4) Gatilho. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SEMIOLOGIA 
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 Condições de higiene 
 
 Ativo ou hipoativo 
 
 Estado psíquico 
 
 Biotipo: 
 Longilíneo; 
 Brevilíneo; 
 Normolíneo; 
 
 Fala: 
 Disfonia; 
 Afonia; 
 Disfasia; 
 Dislalia; 
 Dislexia. 
 
 Marcha: forma de andar da criança. 
o Atáxica: lesões do SNC 
 Tabética: lesões posteriores da medula 
 Cerebelar: lesões cerebelares 
o Escarvante / Parética. 
 Lesão de nervos periféricos 
 Lesões Esquistossomóticas da medula 
o “Em Foice”: Hemiplegias 
o Anserina ou “de pato”: Miopatias 
o “De passos miúdos”: Doença de Parkinson 
o Claudicante: Dor ao andar 
 
 Coloração da pele: um sinal clínico importante nesses pacientes é a palidez cutâneo-mucosa. Este sinal pode 
ser simplesmente devido a uma má-alimentação, ou ainda, predizer condições graves, como ocorre por 
exemplo, nos casos de hipoxemia, que mesmo a criança com hemograma normal, apresenta-se pálida, nesses 
casos é necessária a utilização de O2. Quando a palidez está acompanhada de sudorese, extremidade frias, 
oligúria, pode ser devido a hipotensão, sinais importantes de choque (inclusive, diferentemente do adulto, a 
hipotensão é um sinal tardio de choque na criança). 
 
 Dados vitais: 
 Temperatura em graus Celsius: axilar, auricular e retal. 
 Frequência cardíaca; 
 Pulso; 
 Frequência respiratória. 
 
 Peso: 
o Desnutrição: ocorre naqueles casos em que há um deficit alimentar, nesses casos são chamadas de 
desnutrição primária. Já nos casos de desnutrição secundária, ocorre devido a patologias específicas. 
o Obesidade: é o resultado de um desequilíbrio energético, em que, a oferta é maior que a gasto de 
energia. Com isso, o alimento é armazenado na forma de tecido adiposo. 
 
OBS
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: É importante estabelecer o diagnóstico diferencial de edema com obesidade. Geralmente crianças desnutridas 
apresentam um quadro de hipoproteinemia e, devido a um desequilíbrio osmótico, podem apresentar edema 
generalizado, o que erroneamente pode ser interpretado pelas mães como obesidade. Além disso, ainda é necessário 
fazer diagnóstico diferencial com doenças renais. 
 
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 
Os dados aqui obtidos devem ser colocados em gráficos específicos, e incluem: 
 Peso 
 Estatura 
 Perímetro cefálico 
 Perímetro torácico 
 Perímetro abdominal 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SEMIOLOGIA 
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PESO 
A pesagem de recém-nascidos (com até 16kg) deve ser feita em balanças próprias para esta faixa etária; 
quando acima de 16kg, utilizar balança para adultos. 
 
 IDADE PESO (kg) 
03 a 12 meses Idade (meses) + 9 
2 
01ano a 6 anos Idade (anos) x 2 + 8 
 
07anos a 12 anos Idade (anos) x 7 - 5 
 2 
 
 
Quanto ao ganho de peso, devemos considerar o seguinte padrão: 
 Primeiros 4 ou 5 dias –ocorre perda fisiológica de 3 a 10% do peso; 
 O peso se recupera em torno do décimo dia de vida; 
 Primeiro trimestre-em média-30g/dia; 
 Segundo trimestre-20g/dia; 
 Terceiro trimestre-10g/dia; 
 Dobra o peso de nasc. entre 5 e 6 meses; 
 Triplica o peso de nasc. em torno os 12 meses; 
 Aos 5 anos-dobra o peso em relação aos 12 meses; 
 Aos 10 anos -triplica o peso em relação aos 12 meses; 
 Aos 14 anos -quadruplica o peso em relação aos 12 meses; 
 
 
ESTATURA 
A medição da estatura deve ser feita mensalmente, pelo menos, e devidamente registrada nas curvas de 
crescimento. Para crianças menores de 2 anos, devemos medí-la deitada, com antropômetro de Harpender; para 
crianças maiores de 2 anos, a medição deve ser feita em pé, com escala métrica ou em balança antropométrica. 
Desta forma, temos os seguintes padrões para aumento da estatura: 
 Primeiro ano de vida- 25 cm; 
 Segundo ano de vida- 12,5 cm; 
 Terceiro ano de vida- 9 cm; 
 Cerca de 6cm/ano até a puberdade; 
 Entre 4 e 5 anos - duplica a estatura em relação ao nascimento; 
 Entre 12 e 13 anos - triplica a estatura em relação ao nascimento; 
 
 
PERÍMETRO CEFÁLICO 
A medição do perímetro cefálico deve ser feito com auxílio de fita métrica, passando pela glabela e pelo 
occipício, sem abranger as orelhas. 
 O padrão normal é o que segue: 
 Primeiro ano de vida em torno de 12 cm; 
 Primeiro semestre 1cm /mês; 
 Segundo semestre ½ cm /mês. 
 
 
AVALIAÇÃO DOS ÓRGÃOS E SISTEMAS 
 Os seguintes parâmetros devem ser avaliados: 
 Cadeias ganglionares 
 Cabeça e pescoço 
 Exame do tórax 
 Aparelho cardiovascular 
 Exame
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