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Apostila_Ed_Fis_Ens_Fund_Anos_Finais_2019

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Organização 
 
Prof. Demerval Andrade de Souza 
 
Educação Física no Ensino Fundamental 
 
 
 
 
 
Fevereiro / 2019
 
 
Organização: Prof. Demerval Andrade de Souza – Educação Física no Ensino Fundamental 2 
Sumário 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................... 3 
- LDB (LDBEN) – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/96 ....................................................... 3 
- Educação Física como componente curricular ...................................................................................................... 3 
- Educação Básica: ................................................................................................................................................... 3 
- Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) – 1997 (Fund 1) / 1998 (Fund 2) ..................................................... 3 
CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO ............................................................................................................... 4 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ....................................................................................................... 5 
OBJETIVOS GERAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL .................................................... 5 
Objetivos para terceiro e quarto ciclos ..................................................................................................................... 5 
BLOCOS DE CONTEÚDOS ......................................................................................................................................... 6 
DIMENSÕES DOS CONTEÚDOS: CONCEITUAIS, PROCEDIMENTAIS E ATITUDINAIS ................................. 7 
ORGANIZAÇÃO DOS BLOCOS DE CONTEÚDOS CONFORME AS DIMENSÕES DE CONTEÚDOS ............... 8 
3º E 4º CICLOS (6º AO 9º ANO) – ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS ....................................................................... 8 
Atitudes (para os 3 blocos)........................................................................................................................................ 8 
Conceitos e procedimentos (Conhecimentos sobre o corpo) .................................................................................. 10 
Conceitos e procedimentos (Esportes, jogos, lutas e ginásticas) ............................................................................ 11 
Lutas e ginásticas .................................................................................................................................................... 13 
Conceitos e procedimentos (Atividades rítmicas e expressivas) ............................................................................. 13 
CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL .............................................................. 15 
Conhecimento sobre o corpo: ................................................................................................................................. 15 
Esportes, jogos, lutas e ginásticas: ......................................................................................................................... 15 
Ginásticas: .............................................................................................................................................................. 15 
Possibilidades: ........................................................................................................................................................ 15 
Atividades rítmicas e expressivas: .......................................................................................................................... 16 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................................................. 16 
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS - ORIENTAÇÕES GERAIS ..................................................................................... 17 
ORGANIZAÇÃO SOCIAL DAS ATIVIDADES E ATENÇÃO À DIVERSIDADE ................................................. 17 
DIFERENÇAS ENTRE MENINOS E MENINAS ...................................................................................................... 18 
COMPETIÇÃO E COMPETÊNCIA ........................................................................................................................... 18 
PROBLEMATIZAÇÃO DAS REGRAS ..................................................................................................................... 19 
USO DO ESPAÇO ....................................................................................................................................................... 19 
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR ............................................................................................................ 20 
LINGUAGEM ............................................................................................................................................................. 20 
UNIDADES TEMÁTICAS.......................................................................................................................................... 21 
Unidade temática: Brincadeiras e jogos ................................................................................................................. 21 
Unidade temática: Esportes .................................................................................................................................... 21 
Unidade temática: Ginásticas ................................................................................................................................. 23 
Unidade temática: Danças ...................................................................................................................................... 23 
Unidade temática: Lutas ......................................................................................................................................... 24 
Unidade temática: Práticas corporais de aventura ................................................................................................ 24 
DIMENSÕES DE CONTEÚDOS ................................................................................................................................ 25 
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL ...................... 27 
EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS: UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS 
DE CONHECIMENTO E HABILIDADES ................................................................................................................. 28 
EDUCAÇÃO FÍSICA – 6º E 7º ANOS..................................................................................................................... 28 
EDUCAÇÃO FÍSICA – 8º E 9º ANOS..................................................................................................................... 30 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................................. 32 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 3 
EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
- LDB (LDBEN) – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/96 
 
- Educação Física como componente curricular 
➢ Art. 26, parágrafo 3º - A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente 
curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: 
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
III – que estiver prestando serviço militar inicial ouque, em situação similar, estiver obrigado à prática 
da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 
1º.12.2003) 
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) 
- Educação Básica: 
• Educação Infantil 
 - Pré-escola - (4 e 5 anos) 
• Ensino Fundamental – Anos iniciais 
 - 1º ao 5º ano (6 a 10 anos) 
• Ensino Fundamental – Anos finais 
 - 6º ao 9º ano (11 a 14 anos) 
• Ensino Médio 
 - 1ª a 3ª série (15 a 17 anos) 
 
- Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) – 1997 (Fund 1) / 1998 (Fund 2) 
• 1º Ciclo – 1ª e 2ª série (2º e 3º ano) – Ens. Fundamental 1 (Anos iniciais) 
• 2º Ciclo – 3ª e 4ª série (4º e 5º ano) – Ens. Fundamental 1 (Anos iniciais) 
• 3º Ciclo – 5ª e 6ª série (6º e 7º ano) – Ens. Fundamental 2 (Anos finais) 
• 4º Ciclo – 7ª e 8ª série (8º e 9º ano) – Ens. Fundamental 2 (Anos finais) 
- Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – 2017 
• 1º Ciclo – 1º e 2º ano – Ens. Fundamental - Anos iniciais 
• 2º Ciclo – 3º ao 5º ano – Ens. Fundamental - Anos iniciais 
• 3º Ciclo – 6º e 7º ano – Ens. Fundamental - Anos finais 
• 4º Ciclo – 8º e 9º ano – Ens. Fundamental -Anos finais 
 
 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 4 
CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO 
 
“O conjunto de posturas e movimentos corporais representa 
valores e princípios culturais – atuar no corpo implica atuar sobre 
a sociedade na qual esse corpo está inserido. Todas práticas 
institucionais que envolvem o corpo humano, sejam elas 
educativas, recreativas, reabilitadoras ou expressivas, devem ser 
pensadas nesse contexto, a fim de que não se conceba sua 
realização de forma reducionista, mas se considere o homem 
como sujeito da vida social.” (Daólio, 1995, p.42) 
 
• Conjunto de práticas corporais construídas historicamente e transmitidas socialmente. 
• São representações de contextos sociais diferenciados, construídos ou reproduzidos. 
• As práticas corporais sofrem influências sociais, culturais, mas também exercem influência sobre 
esses mesmos contextos. 
• O ser humano, desde suas origens, produziu cultura. 
• Tudo o que faz está inserido num contexto cultural, produzindo e reproduzindo cultura. 
• O conceito de cultura é entendido como produto da sociedade, da coletividade, à qual os indivíduos 
pertencem, antecedendo-os e transcendendo-os. 
 
Os inúmeros conhecimentos e representações que se 
transformaram ao longo do tempo, tem ressignificado as 
intencionalidades e formas de expressão do ser, se constituindo 
no que se chama: cultura corporal. (PCNS, 1997, p.26) 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 5 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS 
 
Ensino fundamental 
 
OBJETIVOS GERAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 
➢ Espera-se que ao final do ensino fundamental os alunos sejam capazes de: 
 
• Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os 
outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si próprio e dos 
outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais; 
• Repudiar qualquer espécie de violência, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e 
solidariedade nas práticas da cultura corporal de movimento; 
• Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultura corporal do 
brasil e do mundo, percebendo-as como recurso valioso para a integração entre pessoas e entre 
diferentes grupos sociais e étnicos; 
• Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis de higiene, 
alimentação e atividades corporais, relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de 
melhoria da saúde coletiva; 
• Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando e dosando o esforço 
em um nível compatível com as possibilidades, considerando que o aperfeiçoamento e o 
desenvolvimento das competências corporais decorrem de perseverança e regularidade e devem 
ocorrer de modo saudável e equilibrado; 
• Reconhecer condições de trabalho que comprometam os processos de crescimento e 
desenvolvimento, não as aceitando para si nem para os outros, reivindicando condições de vida 
dignas; 
• Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho que existem nos diferentes 
grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando 
criticamente os padrões divulgados pela mídia e evitando o consumismo e o preconceito; 
• Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais 
adequados para promover atividades corporais de lazer, reconhecendo-as como uma necessidade 
básica do ser humano e um direito do cidadão, em busca de uma melhor qualidade de vida. 
 
Objetivos para terceiro e quarto ciclos 
 
Espera-se que ao final do quarto ciclo os alunos sejam capazes de: 
 
• Participar de atividades de natureza relacional, reconhecendo e respeitando suas características 
físicas e de desempenho motor, bem como a de seus colegas, sem discriminar por características 
pessoais, físicas, sexuais ou sociais. Apropriar-se de processos de aperfeiçoamento das 
capacidades físicas, das habilidades motoras próprias das situações relacionais, aplicando-os com 
discernimento em situações-problema que surjam no cotidiano; 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 6 
• Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade na prática dos jogos, lutas e dos 
esportes, buscando encaminhar os conflitos de forma não-violenta, pelo diálogo, e prescindindo da 
figura do árbitro. Saber diferenciar os contextos amador, recreativo, escolar e o profissional, 
reconhecendo e evitando o caráter excessivamente competitivo em quaisquer desses contextos; 
• Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações da cultura 
corporal, adotando uma postura despojada de preconceitos ou discriminações por razões sociais, 
sexuais ou culturais. Reconhecer e valorizar as diferenças de desempenho, linguagem e 
expressividade decorrentes, inclusive, dessas mesmas diferenças culturais, sexuais e sociais. 
Relacionar a diversidade de manifestações da cultura corporal de seu ambiente e de outros, com o 
contexto em que são produzidas e valorizadas; 
• Aprofundar-se no conhecimento dos limites e das possibilidades do próprio corpo de forma a poder 
controlar algumas de suas posturas e atividades corporais com autonomia e a valorizá-las como 
recurso para melhoria de suas aptidões físicas. Aprofundar as noções conceituais de esforço, 
intensidade e frequência por meio do planejamento e sistematização de suas práticas corporais. 
Buscar informações para seu aprofundamento teórico de forma a construir e adaptar alguns 
sistemas de melhoria de sua aptidão física; 
• Organizar e praticar atividades corporais, valorizando-as como recurso para usufruto do tempo 
disponível, bem como ter a capacidade de alterar ou interferir nas regras convencionais, com o 
intuito de torná-las mais adequadas ao momento do grupo, favorecendo a inclusão dos 
praticantes. Analisar, compreender e manipular os elementos que compõem as regras como 
instrumentos de criação e transformação; 
• Analisar alguns dos padrões de beleza, saúde e desempenho presentes no cotidiano, ecompreender sua inserção no contexto sociocultural em que são produzidos, despertando para o 
senso crítico e relacionando-os com as práticas da cultura corporal de movimento; 
• Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais 
adequados para promoção de atividades corporais e de lazer, reconhecendo-as como uma 
necessidade do ser humano e um direito do cidadão, em busca de uma melhor qualidade de vida. 
 
BLOCOS DE CONTEÚDOS 
 
1. CONHECIMENTO SOBRE O CORPO 
2. ESPORTES, JOGOS, LUTAS E GINÁSTICAS 
3. ATIVIDADES RÍTMICAS E EXPRESSIVAS 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 7 
DIMENSÕES DOS CONTEÚDOS: CONCEITUAIS, PROCEDIMENTAIS E ATITUDINAIS 
Os conteúdos são assumidos como portadores de três características distintas: temos, assim, os 
conteúdos conceituais, os procedimentais e os atitudinais. Os conteúdos conceituais põem os alunos 
em contato com as informações, fatos e princípios. É a teoria abordada em aula. Assim, são responsáveis 
por toda construção da aprendizagem: são as bases para assimilação e organização dos fatos da 
realidade. Inconscientemente, o ser humano guarda e atenta a tudo que vê, mas não entende. Como uma 
reação em cadeia, os fatos (sendo utilizados como exemplos da realidade) auxiliam na compreensão. 
Seguindo uma linha de posse dos conteúdos conceituais, o aluno detém os fatos, mas não pode 
lidar com eles. Os conteúdos procedimentais visam o saber fazer, atingindo uma meta através das 
ações, ou seja, é a aula sendo vivenciada na prática. No caso da Educação Física é a vivência e 
participação das práticas corporais, na perspectiva da cultura corporal de movimento. Ao contrário do que 
ocorre na maioria das vezes em que muitas aulas são realizadas na perspectiva não-diretiva, é necessária a 
intervenção do professor, pois este não é um processo somente individual, mas coletivo, ou seja, os 
alunos aprendem também com os outros alunos. O professor oferece instrumentos e situações-problema 
para serem resolvidas. Nesse sentido os alunos trocam informações e conhecimentos, tendo a intervenção 
orientada do professor na construção do conhecimento. 
Por sua vez, os conteúdos atitudinais estão presentes em todo conhecimento escolar, estão 
enredados no dia a dia e proporcionam ao aluno posicionar-se perante o que apreendem. Detentores 
dos fatos e de como resolvê-los, é imprescindível que o aluno tenha uma postura perante eles. É na 
escola onde se forma grande parte do indivíduo, por isto a escolha deste conteúdo é complexa: sobre o 
estudante, devem ser levados em consideração o lado emocional e o grupo a que pertence, os valores 
adquiridos, tais como respeito, solidariedade, colaboração, cooperação, vivência em grupo, bem como 
valorizar e apreciar as atividades corporais vivenciadas em aula, sem discriminação ou pré-conceitos. As 
questões devem ser tratadas de maneira imparcial pelo educador, formando assim verdadeiros cidadãos. 
Talvez a questão mais polêmica que envolve um Currículo Escolar é quanto a sua finalização. 
Estará ele completo? Nada, em tese, pode ser avaliado. Todo projeto necessita da prática, de tempo para 
consolidação: um projeto recente ainda não teve seu reflexo. Deste modo, um Currículo está sempre em 
construção. É necessário acompanhar os resultados junto às salas de aula para melhorá-los sempre e 
compartilhar as descobertas de um professor com todos os outros. 
Outra grande discussão pedagógica é a falência de alguns tópicos em todas correntes pedagógicas, 
sendo que nenhuma se mostrou totalmente capaz, pois o ser humano é pluralista: o professor sabe que é 
necessário adaptar-se. Isso nos remete a questão anterior, que muitos professores não detêm 
informações sobre modelos pedagógicos, o que eles sabem é o que convém ou não em uma sala de aula, 
que acaba acarretando no pluralismo necessário para aplicar o projeto. 
A experiência é a maior conselheira. A Psicologia se utiliza dela para respaldar seus projetos, seja 
pela História, pela Sociologia ou pela Antropologia. Nenhuma ciência pode ser utilizada isoladamente 
quando se trata do ser humano. 
A maneira mais correta para trabalhar os conteúdos na escola é em conjunto, sem distinção, 
uma relação continua e imparcial. Uma linha a ser seguida, permeada pela constante atenção do 
professor, que auxilia na compreensão, organização, realização e postura perante os fatos. As três 
categorias de conteúdos estão presentes, hoje, no sistema escolar brasileiro, mas a maneira com que são 
tratadas é deficiente: a aprendizagem mecânica ainda corroe o ensino, os alunos detêm os fatos, mas não 
sabem resolvê-los - teoria desacompanhada da prática - e, assim, tomam posicionamentos errôneos 
perante a realidade. O processo de aprendizagem tem que partir do conhecimento que o aluno tem 
em sua vivência e, desta forma, trabalhá-lo. 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 8 
ORGANIZAÇÃO DOS BLOCOS DE CONTEÚDOS CONFORME AS DIMENSÕES DE CONTEÚDOS 
3º e 4º CICLOS (6º ao 9º ano) – Ensino Fundamental – Anos finais 
 
Atitudes (para os 3 blocos) 
 
• Predisposição a cooperação e solidariedade (ajudar o outro, dar segurança, contribuir com um 
ambiente favorável ao trabalho etc.). 
• Predisposição ao diálogo (favorecer a troca de conhecimento, não sonegar informações úteis ao 
desenvolvimento do outro, valorizar o diálogo na resolução de conflitos, respeitar a opinião do 
outro). 
• Valorização da cultura popular e nacional. 
• Predisposição para a busca do conhecimento, da diversidade de padrões, da atitude crítica em 
relação a padrões impostos, do reconhecimento a outros padrões pertinentes a diferentes 
contextos. 
• Respeito a si e ao outro (próprios limites corporais, desempenho, interesse, biotipo, gênero, classe 
social, habilidade, erro etc.). 
• Valorização do desempenho esportivo de um modo geral, sem ufanismo ou regionalismo. 
• Predisposição para experimentar situações novas ou que envolvam novas aprendizagens. 
• Predisposição para cultivar algumas práticas sistemáticas (exercícios técnicos, de manutenção das 
capacidades físicas etc.). 
• Aceitação da disputa como um elemento da competição e não como uma atitude de rivalidade 
frente aos demais. 
• Predisposição em aplicar os conhecimentos técnicos e táticos. 
• Valorização do próprio desempenho em situações competitivas desvinculadas do resultado. 
• Reconhecimento do desempenho do outro como subsídio para a própria evolução, como parte do 
processo de aprendizagem (diálogo de competências). 
• Disposição em adaptar regras, materiais e espaço visando à inclusão do outro (jogos, ginásticas, 
esportes etc.). 
• Disposição para aplicar os conhecimentos adquiridos e os recursos disponíveis na criação e 
adaptação de jogos, danças e brincadeiras, otimizando o tempo disponível para o lazer. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como parte do patrimônio cultural da comunidade, 
do grupo social e da nação. 
• Valorização do estilo pessoal de cada um. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como instrumento de expressão de afetos, 
sentimentos e emoções. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como possibilidade de obter satisfação e prazer. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como linguagem, como forma de comunicação e 
interação social. 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 9 
• Respeito a diferenças e características relacionadas ao gênero presente nas práticas da cultura 
corporal de movimento. 
• Predisposição para responsabilizar-se pelo desenvolvimento e manutençãode suas capacidades 
físicas (resistência aeróbica, força, velocidade, flexibilidade). 
• Predisposição para conhecer a sua própria postura comprometendo-se com a utilização dos 
conhecimentos obtidos sob o tema, responsabilizando-se pelo registro do processo e a avaliação 
do trabalho. 
• Valorização dos efeitos que as práticas corporais e hábitos saudáveis exercem sobre a aptidão 
física e a qualidade de vida. 
• Predisposição para aplicar os princípios que regem a melhora das habilidades: qualidade e 
quantidade. 
• Valorização dos efeitos que, para as condições de saúde e qualidade de vida, têm a prática 
habitual de atividades desportivas. 
• Disposição favorável para a superação de limitações pessoais. 
• Aceitação de que o competir com outros não significa rivalidade, entendendo a oposição como uma 
estratégia do jogo e não como uma atitude frente aos demais. 
• Predisposição para vivenciar e aplicar os conceitos técnicos e táticos adquiridos. 
• Predisposição para participar em jogo esportivo, recreativo, ginásticas, lutas e atividades rítmicas e 
expressivas. 
• Predisposição para criar, transformar e adaptar regras na criação de jogos e atividades que dêem 
prioridade à inclusão de todos. 
• Reconhecimento e valorização de atitudes não discriminatórias quanto a habilidade, sexo ou 
outras, como conduta eficiente para inclusão de todos nas práticas da cultura corporal de 
movimento. 
• Valorização dos jogos recreativos e das danças populares como forma de lazer e integração social. 
• Cooperação e aceitação das funções atribuídas dentro do trabalho em equipe (nos jogos, 
coreografias, mímicas etc.). 
• Predisposição para aplicar os fundamentos adquiridos e os recursos disponíveis na criação e 
adaptação de jogos, danças e brincadeiras (mímicas e representações), otimizando o tempo de 
lazer. 
• Valorização da cultura corporal de movimento como parte do patrimônio cultural da comunidade. 
• Reconhecimento e valorização da aplicação dos procedimentos para a prática segura. 
Responsabilidade para aplicar formas de auxílio e segurança aos colegas durante as execuções 
das práticas da cultura corporal. 
• Valorização e respeito pelas sensações e emoções pessoais e as dos colegas. 
• Respeito ao limite pessoal e ao limite do outro. 
• Respeito à integridade física e moral do outro. 
• Predisposição em cooperar com o colega ou grupo nas situações de aprendizagem. 
 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 10 
Conceitos e procedimentos (Conhecimentos sobre o corpo) 
 
• Compreensão dos aspectos relacionados com a boa postura. 
• Compreensão das relações entre as capacidades físicas e as práticas da cultura corporal de 
movimento. 
• Compreensão das técnicas de desenvolvimento e manutenção das capacidades físicas básicas. 
• Vivência de diferentes formas de desenvolvimento das capacidades físicas básicas. 
• Identificação das funções orgânicas relacionadas às atividades motoras. 
• Vivências corporais que ampliem a percepção do corpo sensível e do corpo emotivo. 
• Conhecimento dos efeitos que a atividade física exerce sobre o organismo e a saúde. 
• Compreensão dos mecanismos e fatores que facilitam a aprendizagem motora. 
• Compreensão dos fatores fisiológicos que incidem sobre as características da motricidade 
masculina e feminina. 
 
• Identificação das capacidades físicas básicas: 
 Análise do grau de implicação das diferentes capacidades em uma determinada 
atividade física. 
 
• Condicionamento físico e desenvolvimento das capacidades físicas: 
 Conceitos, princípios e sistemas para seu desenvolvimento, abordando o nível das 
capacidades físicas pessoais para a aplicação concreta de sistemas de desenvolvimento 
dessas capacidades, segundo necessidades e características individuais. 
 
• Identificação das funções orgânicas relacionadas com a atividade motora: 
 Contração muscular: tensão e relaxamento; 
 Circulação cardiovascular: frequência cardíaca; 
 Captação de oxigênio: frequência respiratória; 
 Utilização de algumas relações (frequência cardíaca e respiratória) como indicadores da 
intensidade e do esforço. 
 
• Conhecimento dos efeitos da atividade física sobre o organismo e a saúde; 
 Funções dos aparelhos e sistemas orgânicos com relação aos exercícios e adaptações 
destes aos exercícios; 
 Efeitos das atividades físicas sobre o organismo e a saúde: benefícios, riscos, indicações 
e contra-indicações; 
 O aquecimento: fundamentos e formas de aquecimento como preparação para a 
atividade física (aquecimento geral e específico). 
 
• Planejamento do trabalho de condicionamento físico: 
 Elaboração de programas de condicionamento físico para manutenção, desenvolvimento 
das capacidades físicas; 
 Trabalhos com a automotivação; 
 Projetos de desenvolvimento da responsabilidade do aluno na construção, aplicação, 
manutenção e avaliação desses programas. 
 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 11 
• Reconhecimento na aprendizagem motora: 
 Os mecanismos envolvidos e fatores que os facilitem (feedback intrínseco e extrínseco, 
quantidade de execução); 
 Adaptação das capacidades coordenativas às alterações morfológicas próprias da 
adolescência. 
 
• Reconhecimento na análise postural: 
 Análise dos movimentos e posturas do cotidiano a partir de elementos socioculturais e 
biomecânicos (trabalho, esporte, risco de lesões, esforço); 
 Percepção do próprio corpo e consciência de posturas e movimentos não prejudiciais no 
cotidiano; 
 Reconhecimento dos principais grupos musculares e estruturas articulares relacionadas 
com os movimentos e envolvidos no equilíbrio postural; 
 Percepção dos movimentos mais sutis dos músculos diretamente relacionados ao 
equilíbrio postural; 
 Percepção dos diferentes níveis de tensão dos músculos diretamente relacionados ao 
equilíbrio postural, e as interferências causadas pelo excesso ou carência de tensão/ 
tônus; 
 Vivência de exercícios de alongamento e conscientização sobre a musculatura 
diretamente relacionada ao equilíbrio postural. 
 
• Reconhecimento do corpo sensível e emotivo: 
 Compreensão da dimensão emocional que se expressa nas práticas da cultura corporal 
de movimento; 
 Compreensão da dimensão do corpo sensível que se expressa nas práticas da cultura 
corporal de movimento; 
 Percepção do corpo sensível e do corpo emotivo por meio de vivências corporais 
(técnicas de massagem, jogos dramáticos, representações de cenas do cotidiano etc.). 
 
Conceitos e procedimentos (Esportes, jogos, lutas e ginásticas) 
• Compreensão dos aspectos históricos sociais relacionados aos jogos, às lutas, aos esportes e às 
ginásticas. 
• Participação em jogos, lutas, e esportes dentro do contexto escolar de forma recreativa. 
• Participação em jogos, lutas, e esportes dentro do contexto escolar de forma competitiva. 
• Vivência de jogos cooperativos. 
• Desenvolvimento das capacidades físicas e habilidades motoras por meio das práticas da cultura 
corporal de movimento. 
• Compreensão e vivência dos aspectos relacionados à repetição e à qualidade do movimento na 
aprendizagem do gesto esportivo. 
• Aquisição e aperfeiçoamento de habilidades específicas a jogos, esportes, lutas e ginásticas. 
• Compreensão e vivência dos aspectos técnicos e táticos do esporte no contexto escolar. 
• Desenvolvimento da capacidade de adaptar espaços e materiais na criação de jogos. 
• Desenvolvimento da capacidade de adaptar espaços e materiais para realizar esportes 
simultâneos, envolvendo diferentes objetivos de aprendizagem.• Vivência de esportes individuais dentro de contextos participativos e competitivos. 
• Vivência de esportes coletivos dentro de contextos participativos e competitivos. 
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Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 12 
• Vivência de variados papeis assumidos no contexto esportivo (goleiro, defesa, atacante, técnico, 
torcedor, juiz). 
• Participação na organização de campeonatos, gincanas, excursões e acampamentos dentro do 
contexto escolar. 
• Compreensão das diferentes técnicas ginásticas relacionadas com diferentes contextos histórico-
culturais e com seus objetivos específicos. 
• Compreensão e vivência dos aspectos de quantidade e qualidade relacionados aos movimentos 
ginásticos. 
• Aspectos histórico-sociais dos jogos e esportes mais atuais e relevantes: 
 A inclusão e exclusão da mulher em determinados esportes, em determinados momentos 
históricos; 
 A mídia e o esporte-espetáculo; 
 Esporte e a violência; 
 A transformação do jogo em esporte; 
 A história das olimpíadas (questão das condições, do apoio ao esporte nos diversos 
países com as políticas de marketing); 
 A inclusão e exclusão do negro nos esportes em determinados momentos históricos; 
 Pré-concepções relacionadas ao desempenho físico e esportivo relacionados a etnias, a 
faixa etária e a portadores de necessidades especiais; 
 Influências e contribuições dos imigrantes na formação da cultura corporal de movimento 
no Brasil; 
 Aspectos socioculturais do surgimento dos esportes radicais, alternativos ou não 
convencionais no contexto da sociedade atual. 
 
• Construção do gesto esportivo: 
 Percepção e desenvolvimento das capacidades físicas e habilidades motoras 
relacionadas às atividades desportivas; 
 Compreensão e vivência dos aspectos relacionados à repetição e à qualidade do 
movimento na aprendizagem do gesto esportivo; 
 Aquisição e aperfeiçoamento das habilidades específicas relacionadas aos esportes; 
 Aquisição e aperfeiçoamento das habilidades específicas relacionadas aos jogos; 
 Reconhecimento e utilização da técnica para resoluções de problemas em situações de 
jogo (técnica e tática individual); 
 Vivência de situações que gerem a necessidade de ajustar as respostas individuais à 
estratégia do grupo (tática coletiva); 
 Participação em atividades desportivas recreativas coletivas e individuais; 
 Participação em atividades desportivas de competições coletivas e individuais 
(campeonatos entre as classes, campeonatos entre escolas, municipais etc.); 
 Vivência de esportes radicais, alternativos ou não convencionais (skate, surfe, mergulho, 
alpinismo, ciclismo etc.). 
 
• Compreensão, discussão e construção de regras aplicadas aos jogos e esportes: 
 Compreensão das transformações nas regras e sua relação com o desenvolvimento do 
nível técnico; 
 Vivência de situações de aprendizagem para utilização e adaptação das regras ao nível 
da capacidade do grupo, do espaço e dos materiais disponíveis (exemplos: futebol 
jogado em um corredor onde não existe lateral, vôlei jogado em um campo reduzido 
tendo como rede um fio de varal, basquete em que não se considere a regra das duas 
saídas em função do nível de competência do grupo). 
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Lutas e ginásticas 
 
➢ As lutas e as ginásticas pertencem ao mesmo bloco de conteúdos dos esportes e jogos, mas essa 
descrição tem por objetivo acrescentar o que deve ser ressaltado como específico dessas práticas, 
somando-se a tudo que foi tratado anteriormente. 
 
• Aspectos histórico-sociais das lutas: 
 Compreensão do ato de lutar: por que lutar, com quem lutar, contra quem ou contra o 
que lutar; 
 Compreensão e vivência de lutas dentro do contexto escolar (lutas x violência); 
 Vivência de momentos para a apreciação e reflexão sobre as lutas e a mídia; 
 Análise sobre os dados da realidade das relações positivas e negativas com relação a 
prática das lutas e a violência na adolescência (luta como defesa pessoal e não arrumar 
briga). 
 
• Construção do gesto nas lutas: 
 Vivência de situações que envolvam perceber, relacionar e desenvolver as capacidades 
físicas e habilidades motoras presentes nas lutas praticadas na atualidade (capoeira, 
caratê, judô etc.); 
 Vivência de situações em que seja necessário compreender e utilizar as técnicas para 
resoluções de problemas em situações de luta (técnica e tática individual aplicadas aos 
fundamentos de ataque e defesa); 
 Vivência de atividades que envolvam as lutas, dentro do contexto escolar, de forma 
recreativa e competitiva. 
 
• Aspectos histórico-sociais das ginásticas: 
 Compreensão e vivência das diferentes formas de ginásticas relacionadas aos contextos 
histórico-sociais (modismos e valores estéticos, ginásticas com diferentes origens 
culturais. 
 Por exemplo: aeróbica, chinesa, ioga. 
 
• Construção do gesto na ginástica: 
 Vivência de situações em que se faça necessário perceber, relacionar e desenvolver as 
capacidades físicas e habilidades motoras presentes na ginástica esportiva e acrobática 
(estrelas, rodantes, mortais etc.); 
 Compreensão e vivência das situações em que estejam presentes os aspectos 
relacionados à repetição e à qualidade do movimento na aprendizagem do gesto 
ginástico, tanto no que se refere às acrobacias como à criação de sequências de 
exercício com e sem material (espaldar, barra fixa, corda, 
 Exercícios em duplas, trios etc. 
 
Conceitos e procedimentos (Atividades rítmicas e expressivas) 
 
• Compreensão dos aspectos histórico-sociais das danças. 
• Percepção do ritmo pessoal. 
• Percepção do ritmo grupal. 
• Desenvolvimento da noção espaço/tempo vinculada ao estímulo musical e ao silêncio com relação 
a si mesmo e ao outro. 
• Exploração de gestos e códigos de outros movimentos corporais não abordados nos outros blocos. 
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Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 14 
• Compreensão do processo expressivo partindo do código individual de cada um para o coletivo 
(mímicas individuais, representações de cenas do cotidiano em grupo, danças individuais, 
pequenos desenhos coreográficos em grupo). 
• Percepção dos limites corporais na vivência dos movimentos rítmicos e expressivos. 
• Predisposição a superar seus próprios limites nas vivências rítmicas e expressivas. 
• Vivências das danças folclóricas e regionais, compreendendo seus contextos de manifestação 
(carnaval, escola de samba e seus integrantes, frevo, capoeira, bumba-meu-boi etc.). 
• Reconhecimento e apropriação dos princípios básicos para construção de desenhos coreográficos 
e coreografias simples. 
• Vivência da aplicação dos princípios básicos na construção de desenhos coreográficos. 
• Vivência das manifestações das danças urbanas mais emergentes e compreensão do seu contexto 
originário. 
• Vivência das danças populares regionais, nacionais e internacionais e compreensão do contexto 
sociocultural onde se desenvolvem. 
• Aspectos histórico-sociais das danças: 
 As várias manifestações das danças nas diferentes culturas, em diferentes contextos, em 
diferentes épocas (danças rituais, sagradas, comemorativas, danças circulares etc.); 
 Cultivo da cultura corporal de movimento por meio da cultura popular (regional, folclórica 
etc.); 
 Conhecimento sobre as danças só para os homens, sobrepondo-se à ideia de que os 
homens não dançam; 
 A dança como atividade não competitiva dentro da cultura corporal de movimento (o 
esporte como sobrepujança induz à comparação; a dançacomo expressão induz à 
comunicação; são atividades que podem ser vistas como complementares). 
 
• Construção do movimento expressivo e rítmico a partir do/da: 
 Equilíbrio entre a instrumentalização e a liberação do gesto espontâneo (nem só técnica, 
nem só movimento pelo movimento; contextualizar a instrumentalização sempre que for 
conveniente, não só para apresentações). 
 Percepção do seu ritmo próprio; 
 Percepção do ritmo grupal; 
 Desenvolvimento da noção espaço/tempo vinculada ao estímulo musical e ao silêncio 
com relação a si mesmo e ao outro; 
 Compreensão do processo expressivo relacionando o código individual de cada um com 
o coletivo (mímicas individuais, representações de cenas do cotidiano em grupo, danças 
individuais, pequenos desenhos coreográficos em grupo); 
 Percepção dos limites corporais na vivência dos movimentos fluidos e alongados, criando 
a oportunidade de transcender as limitações. 
 
• Danças populares, manifestações culturais e desenhos coreográficos: 
 Vivência de danças folclóricas e regionais, compreendendo seus contextos de 
manifestação (carnaval, escola de samba e seus integrantes, frevo, capoeira, bumba-
meu-boi etc.); 
 Reconhecimento e apropriação dos princípios básicos para construção de desenhos 
coreográficos simples; 
 Utilização dos princípios básicos na construção de desenhos coreográficos. 
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CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
Conhecimento sobre o corpo: 
 
1. Anatomia (músculos e ossos) 
2. Fisiologia (durante a atividade): frequência cardíaca, queima de calorias, perda de água e sais minerais 
(longo prazo): melhora da condição cárdio-respiratória, aumento da massa muscular, da força, 
flexibilidade e diminuição do tecido adiposo. 
3. Hábitos posturais e atitudes corporais. 
 
Esportes, jogos, lutas e ginásticas: 
 
1. Esporte: práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas em 
federações regionais, nacionais e internacionais. 
2. Jogos: podem ter uma flexibilidade maior nas regulamentações, que são adaptados em função do 
espaço físico, nº de participantes, etc. 
3. Lutas: são disputas em que o oponente deve ser subjugado mediante técnicas e estratégias de 
desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações 
de ataque e defesa (cabo de guerra, braço de ferro, capoeira, judô e caratê). 
 
Ginásticas: 
 
➢ São técnicas de trabalho corporal que assumem caráter individualizado com finalidades diversas (ex. 
Preparação para outras modalidades, como relaxamento, manutenção e recuperação da saúde, 
ainda de forma recreativa, competitiva e de convívio social), podendo ser realizada com ou sem 
aparelhos, em recinto fechado, aberto, na água, etc. 
 
 
Possibilidades: 
 
• Jogos pré-desportivos: queimada, pique-bandeira, guerra das bolas, jogos pré-desportivos do 
futebol (gol a gol, controle, chute-em-gol, rebatida, drible, bobinho, dois toques); 
• Jogos das populares: bocha, malha, taco, boliche; 
• Brincadeiras: amarelinha, pular corda, elástico, bambolê, bolinha de gude, pião, pipas, lenço atrás, 
corre cutia, esconde-esconde, pega-pega, coelho-sai-da-toca, duro-ou-mole, agacha-agacha, 
mãe-da-rua, carrinhos de rolimã, cabo-de-guerra, etc. 
• Atletismo: corridas de velocidade, de resistência, com obstáculos, de revezamento; saltos em 
distância, em altura, triplo, com varas; arremessos de peso, de martelo, de dardo e de disco; 
• Esportes coletivos: futebol de campo, futsal, basquete, vôlei de praia, handebol, futevôlei, etc. 
• Esportes com bastões e raquetes: beisebol, tênis de mesa, tênis de campo, pingue-pongue. 
• Esporte sobre rodas: hóquei, hóquei incline, ciclismo; 
• Lutas: judô, capoeira, caratê; 
• Ginásticas: de manutenção de saúde (aeróbica e musculação); de preparação e aperfeiçoamento 
para a dança; de preparação e aperfeiçoamento para os esportes, jogos e lutas; olímpica e rítmica 
desportiva. 
 
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Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 16 
Atividades rítmicas e expressivas: 
 
➢ Manifestações da cultura corporal (danças e brincadeiras cantadas). Os conteúdos deste bloco são 
amplos e diversificados. 
 
• Danças brasileiras: samba, baião, valsa, quadrilha, afoxé, catira, bumba-meu-boi, maracatu, 
xaxado, etc.; 
• Danças urbanas: rap, funk, break, pagode, danças de salão; 
• Danças eruditas: clássicas, modernas, contemporâneas, jazz, etc.; 
• Danças e coreografias associadas a manifestações musicais: blocos de afoxé, olodum, timbalada, 
trios elétricos, escolas de samba; 
• Lengalengas; 
• Brincadeiras de roda, cirandas; 
• Escravos de Jó. 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 
• Realizar as práticas da cultura corporal do movimento. 
Pretende-se avaliar se o aluno realiza as atividades, agindo de maneira cooperativa, utilizando formas de 
expressão que favoreçam a integração grupal, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e 
solidariedade. Se o aluno realiza as atividades, reconhecendo e respeitando suas características físicas e 
de desempenho motor, bem como a de seus colegas, sem discriminar por características pessoais, físicas, 
sexuais ou sociais. Da mesma forma, se o aluno organiza e pratica atividades da cultura corporal de 
movimento, demonstrando capacidade de adaptá-las, com o intuito de torná-las mais adequadas ao 
momento do grupo, favorecendo a inclusão de todos. 
 
• Valorizar a cultura corporal de movimento. 
Pretende-se avaliar se o aluno conhece, aprecia e desfruta de algumas das diferentes manifestações da 
cultura corporal de movimento de seu ambiente e de outros, relacionando-as com o contexto em que são 
produzidas, e percebendo-as como recurso para a integração entre pessoas e entre diferentes grupos 
sociais. Se reconhece nas atividades corporais e de lazer, uma necessidade do ser humano e um direito do 
cidadão. 
 
• Relacionar os elementos da cultura corporal com a saúde e a qualidade de vida. 
Pretende-se avaliar se o aluno consegue aprofundar-se no conhecimento dos limites e das possibilidades 
do próprio corpo de forma a poder controlar algumas de suas posturas e atividades corporais com 
autonomia e a valorizá-las como recurso para melhoria de sua aptidão física. Se ele integra a dimensão 
emocional e sensível do corpo à cultura corporal de movimento ampliando sua compreensão de saúde e 
bem-estar. Como o aluno se apropria de informações e experiências da cultura corporal de movimento, e de 
que modo estabelece relações entre esses conhecimentos no plano dos procedimentos, conceitos, valores 
e atitudes, tendo em vista a promoção da saúde e a qualidade de vida. 
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Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 17 
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS - ORIENTAÇÕES GERAIS 
ORGANIZAÇÃO SOCIAL DAS ATIVIDADES E ATENÇÃO À DIVERSIDADE 
• Um dos objetivos da educação → ajudar as crianças a conviverem em grupo de maneira produtiva, de 
modo cooperativo. 
• Proporcionar situações de aprendizado: 
o Diálogo: falar e ouvir o outro; 
o Ajuda mútua: ajudar e pedir ajuda; 
o Trocar ideias e expor experiências; 
o Aproveitar críticas e sugestões. 
Ex: analisar habilidades dos colegas em um jogo. 
• Experiências e competências corporais são muito diversificadas: 
o Por isso não se pode querer que todo o grupo realize a mesma tarefa, ou 
o Que uma atividade resulte numa mesma aprendizagem para todos. 
o Favorecer troca de repertórios e procedimentos de resolução de problemas de movimento 
o Variar formas deorganização das atividades. 
Exemplo: Organização de uma aula de voleibol: 
▪ Dividir a classe em três grupos, tendo como critério o grau de habilidade dos alunos; 
▪ Um grupo com os mais hábeis, outro com os médios e outro com os menos hábeis; 
▪ Permite ao professor visualizar em que ponto estão as habilidades de cada grupo; 
▪ Propor um desafio adequado para cada um. 
▪ Os que têm menos habilidade podem arriscar algumas tentativas sem se exporem frente ao 
grupo dos mais habilidosos. 
▪ Numa aula posterior com a mesma classe, o professor pode dividir o grupo, usando os mais 
hábeis como “cabeças de chave”, distribuindo-os entre os três grandes grupos. 
▪ Nessa situação, a natureza da aprendizagem estará vinculada à troca de informações e à 
cooperação, e na tentativa de se superar, enfrentando um grau maior de desafio, as 
crianças podem avançar nas suas conquistas. 
• Valorizar as diferenças: 
o Atividades com ênfase nas capacidades de equilíbrio, força, velocidade, coordenação, agilidade 
e ritmo de forma equitativa; 
o Atividades que exijam diferentes habilidades; 
o Professor viabiliza que as características individuais sejam valorizadas; 
o Todos, sem exceção, têm algum tipo de conhecimento. 
o Trabalho em duplas, em grupos; 
o Competição, cooperação, estratégias, etc.; 
o Atividades de caráter expressivo; 
o Promoção da construção de estilo pessoal, exercendo práticas diferenciadas da cultura corporal 
de movimento. 
 
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DIFERENÇAS ENTRE MENINOS E MENINAS 
• Cuidado especial. 
• Aulas mistas: 
o Oportunidade para que meninos e meninas convivam, observem-se, descubram-se e possam 
aprender a ser tolerantes; 
o Não discriminar e a compreender as diferenças, de forma a não reproduzir estereotipadamente 
relações sociais autoritárias. 
• Muitas dessas diferenças: 
o São determinadas social e culturalmente; 
o Decorrem para além das vivências anteriores de cada aluno, de preconceitos e comportamentos 
estereotipados; 
o Habilidades com a bola, por exemplo, é mais proporcionada socialmente aos meninos → 
desenvolvem-se mais do que meninas e, assim, brincar com bola se transforma em “brincadeira 
de menino”. 
o Raciocínio inverso também é possível; 
o Existem habilidades que as meninas acabam por aperfeiçoar em função de uma maior 
experiência; 
o O fundamental: 
▪ Existe um estilo diferenciado entre meninos e meninas; 
▪ Existe um estilo diferenciado entre diferentes pessoas na prática de uma mesma atividade 
lúdica ou expressiva. 
o Portanto, são modos diferentes de ser e atuar → completar e enriquecer mutuamente → ao invés 
de entrar em conflitos pautados em estereótipos e preconceitos. 
• Intervenções didáticas → propiciar experiências de respeito às diferenças e de intercâmbio. Exemplos: 
▪ Meninas com a tarefa de ensinar uma sequência do jogo de elástico; 
▪ Atribuir aos meninos o papel de técnicos num jogo de futebol disputado por times de 
meninas. 
COMPETIÇÃO E COMPETÊNCIA 
• Nas atividades competitivas → competências individuais se evidenciam; 
• Professor → organizar de modo a democratizar as oportunidades de aprendizagem. 
• É comum que crianças mais hábeis monopolizem situações de ataque em jogos; 
• Menos hábeis → papeis de defesa, de goleiro ou mesmo a exclusão; 
• Intervenção direta do professor → promover formas de rodízio desses papeis → criar regras nesse 
sentido; 
o Exemplo: A cada ponto num jogo de pique-bandeira → grupo de crianças que ficou no ataque 
deve trocar de posição com o grupo que ficou na defesa; 
• Professor → localizar alunos que apresentem dificuldades em competências corporais → promover 
atividades de avanço. 
 
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• A aula de Educação Física, para alcançar todos os alunos: 
o Deve tirar proveito dessas diferenças; 
o Não configurá-las como desigualdades; 
o Proporcionar pluralidade de ações pedagógicas pressupõe → capacidade de se expressarem de 
formas diferentes → isso possibilita igualdade de condições entre alunos; 
o Promover um melhor conhecimento e respeito de si mesmo e dos outros. 
PROBLEMATIZAÇÃO DAS REGRAS 
• Abordar diferentes jogos e atividades para se discutir as regras em conjunto com os alunos; 
• Tentar encontrar as razões que as originaram; 
• Propor modificações, testando-as, repensando sobre elas e assim por diante; 
• A compreensão das normas → diferente de quando as regras são consideradas absolutas, 
inquestionáveis e imutáveis. 
• Mover-se dentro de limites espaciais, gestuais, de relação com objetos e com os outros: 
o Constitui problemas a serem resolvidos; 
o Não é qualquer tipo de movimento que vale, mas um certo tipo que se ajuste àquelas 
delimitações que a regra impõe. 
• Combinar com os alunos que algumas regras não são previstas, devendo ser discutidas no momento 
em que ocorrem. 
• As regras dos jogos podem ser adaptadas para diferentes situações e contextos. 
• Numa situação recreativa pode-se considerar válida uma série de movimentos e procedimentos que, 
numa situação de competição, não seriam adequados. 
USO DO ESPAÇO 
• Inadequação de espaços disponíveis para a prática e a aprendizagem de jogos, lutas, danças esportes 
e ginásticas. Adequá-los através de adaptações. Exemplos: 
o Colchões sobre pneus para salto em altura; 
o Cabos de vassouras cortados para usá-los como bastão; 
o Estender cordas entre árvores → pendurar, equilibrar, escalar; 
o Pneus e aros nas árvores → alvos em jogos de arremesso 
o Utilização de desníveis de terreno como parte dos circuitos com materiais diversos e obstáculos. 
o Utilização de pátio, um jardim, um campinho, dentro ou próximo à escola, para realizar as 
atividades de Educação Física. 
• As próprias crianças fazem adaptações cotidianamente: 
o Gol a gol na porta de aço de uma garagem; 
o Portão como rede para um jogo de voleibol adaptado. 
• Mesmo em se tratando de quadras convencionais, o professor pode e deve, conforme a exigência da 
situação, dividi-las de diferentes formas, possibilitando a execução de atividades de natureza 
diferenciada, simultaneamente. 
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BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
LINGUAGEM 
 
A Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas 
formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas 
dos sujeitos e patrimônio cultural da humanidade. 
Nessa concepção, o movimento humano está sempre inserido no âmbito da cultura e não se limita 
a um deslocamento espaço-temporal de um segmento corporal ou de um corpo todo. Logo, as práticas 
corporais são textos culturais passíveis de leitura e produção. Esse modo de entender a Educação Física 
permite articulá-la à área de Linguagens, resguardadas as singularidades de cada um dos seus 
componentes, conforme reafirmado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 
Nove Anos (Resolução CNE/CEB nº 7/2010)1. 
Nas aulas, tais práticas devem ser abordadas como fenômeno cultural dinâmico, diversificado, 
pluridimensional, singular e contraditório. Desse modo, é possível assegurar aos alunos a (re)construção de 
um conjunto de conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a respeito de seus movimentos e dos 
recursos para o cuidado de si e dos outros e desenvolver autonomia para apropriação e utilização da cultura 
corporalde movimento em diversas finalidades humanas, favorecendo sua participação de forma confiante 
e autoral na sociedade. É fundamental frisar que a Educação Física oferece uma série de possibilidades 
para enriquecer a experiência das crianças, jovens e adultos na Educação Básica, permitindo o acesso a 
um vasto universo cultural. Esse universo compreende saberes corporais, experiências estéticas, emotivas, 
lúdicas e agonistas, que se inscrevem, mas não se restringem, à racionalidade típica dos saberes científicos 
que, comumente, orienta as práticas pedagógicas na escola. Experimentar e analisar as diferentes formas 
de expressão que não se alicerçam apenas nessa racionalidade é uma das potencialidades desse 
componente na Educação Básica. 
Há três elementos fundamentais comuns às práticas corporais: 
1) movimento corporal como elemento essencial; 
2) organização interna (de maior ou menor grau), pautada por uma lógica específica; 
3) produto cultural vinculado com o lazer/entretenimento e/ou o cuidado com o corpo e a saúde. 
 Portanto, entende-se que essas práticas corporais são aquelas realizadas fora das obrigações 
laborais, domésticas, higiênicas e religiosas, nas quais os sujeitos se envolvem em função de propósitos 
específicos, sem caráter instrumental. 
Cada prática corporal propicia ao sujeito o acesso a uma dimensão de conhecimentos e de 
experiências aos quais ele não teria de outro modo. A vivência da prática é uma forma de gerar um tipo de 
conhecimento muito particular e insubstituível e, para que ela seja significativa, é preciso problematizar, 
desnaturalizar e evidenciar a multiplicidade de sentidos e significados que os grupos sociais conferem às 
 
1 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da União, Brasília, 15 de dezembro de 2010, Seção 1, p. 34. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2017. 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
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diferentes manifestações da cultura corporal de movimento. Para além da vivência, a experiência efetiva 
das práticas corporais oportuniza aos alunos participar, de forma autônoma, em contextos de lazer e saúde. 
Na BNCC, cada uma das práticas corporais tematizadas compõe uma das seis unidades temáticas 
abordadas ao longo do Ensino Fundamental. Cabe destacar que a categorização apresentada não tem 
pretensões de universalidade, pois se trata de um entendimento possível, entre outros, sobre as 
denominações das (e as fronteiras entre as) manifestações culturais tematizadas na Educação Física 
escolar. 
 
UNIDADES TEMÁTICAS 
 
Unidade temática: Brincadeiras e jogos 
 
Explora atividades voluntárias exercidas dentro de determinados limites de tempo e espaço. 
São caracterizadas pela criação e alteração de regras, pela obediência de cada participante ao 
que foi combinado coletivamente, bem como pela apreciação do ato de brincar em si. Essas práticas não 
possuem um conjunto estável de regras e, portanto, ainda que possam ser reconhecidos jogos similares em 
diferentes épocas e partes do mundo, esses são recriados, constantemente, pelos diversos grupos culturais. 
Mesmo assim, é possível reconhecer que um conjunto grande dessas brincadeiras e jogos é difundido por 
meio de redes de sociabilidade informais, o que permite denominá-los populares. 
É importante fazer uma distinção entre jogo como conteúdo específico e jogo como ferramenta 
auxiliar de ensino. 
Não é raro que, no campo educacional, jogos e brincadeiras sejam inventados com o objetivo de 
provocar interações sociais específicas entre seus participantes ou para fixar determinados conhecimentos. 
O jogo, nesse sentido, é entendido como meio para se aprender outra coisa, como no jogo dos “10 passes” 
quando usado para ensinar retenção coletiva da posse de bola, concepção não adotada na organização dos 
conhecimentos de Educação Física na BNCC. Neste documento, as brincadeiras e jogos têm valor em si e 
precisam ser organizados para ser estudados em aula. 
 
Unidade temática: Esportes 
 
Reúne tanto as manifestações mais formais dessa prática quanto as derivadas. O esporte como 
uma das práticas mais conhecidas da contemporaneidade, por sua grande presença nos meios de 
comunicação, caracteriza-se por ser orientado pela comparação de um determinado desempenho entre 
indivíduos ou grupos (adversários), regido por um conjunto de regras formais, institucionalizadas por 
organizações (associações, federações e confederações esportivas), as quais definem as normas de 
disputa e promovem o desenvolvimento das modalidades em todos os níveis de competição. No entanto, 
essas características não possuem um único sentido ou somente um significado entre aqueles que o 
praticam, especialmente quando o esporte é realizado no contexto do lazer, da educação e da saúde. 
Como toda prática social, o esporte é passível de recriação por quem se envolve com ele. As 
práticas derivadas dos esportes mantêm, essencialmente, suas características formais de regulação das 
 Ed. Física no Ensino Fundamental-Anos finais 
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ações, mas adaptam as demais normas institucionais aos interesses dos participantes, às características do 
espaço, ao número de jogadores, ao material disponível etc. Isso permite afirmar, por exemplo, que, em um 
jogo de dois contra dois em uma cesta de basquetebol, os participantes estão jogando basquetebol, mesmo 
não sendo obedecidos os 50 artigos que integram o regulamento oficial da modalidade. Para a estruturação 
dessa unidade temática, é utilizado um modelo de classificação baseado na lógica interna, tendo como 
referência os critérios de cooperação, interação com o adversário, desempenho motor e objetivos táticos da 
ação. Esse modelo possibilita a distribuição das modalidades esportivas em categorias, privilegiando as 
ações motoras intrínsecas, reunindo esportes que apresentam exigências motrizes semelhantes no 
desenvolvimento de suas práticas. Assim, são apresentadas sete categorias de esportes: 
• Marca: conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar os resultados registrados em 
segundos, metros ou quilos (patinação de velocidade, todas as provas do atletismo, remo, ciclismo, 
levantamento de peso etc.). 
• Precisão: conjunto de modalidades que se caracterizam por arremessar/lançar um objeto, procurando 
acertar um alvo específico, estático ou em movimento, comparando-se o número de tentativas 
empreendidas, a pontuação estabelecida em cada tentativa (maior ou menor do que a do adversário) ou 
a proximidade do objeto arremessado ao alvo (mais perto ou mais longe do que o adversário conseguiu 
deixar), como nos seguintes casos: bocha, curling, golfe, tiro com arco, tiro esportivo etc. 
• Técnico-combinatório: reúne modalidades nas quais o resultado da ação motora comparado é a 
qualidade do movimento segundo padrões técnico-combinatórios (ginástica artística, ginástica rítmica, nado 
sincronizado, patinação artística, saltos ornamentais etc.). 
• Rede/quadra dividida ou parede de rebote: reúne modalidades que se caracterizam por arremessar, 
lançar ou rebater a bola em direção a setores da quadra adversária nos quais o rival seja incapaz de 
devolvê-la da mesma forma ou que leve o adversário a cometer um erro dentro do período de tempo em 
que o objeto do jogo está em movimento. Alguns exemplos de esportes de rede são voleibol, vôlei de praia, 
tênis de campo, tênis de mesa,badminton e peteca. Já os esportes de parede podem ser pelota basca, 
raquetebol, squash etc.). 
• Campo e taco: categoria que reúne as modalidades que se caracterizam por rebater a bola lançada pelo 
adversário o mais longe possível, para tentar percorrer o maior número de vezes as bases ou a maior 
distância possível entre as bases, enquanto os defensores não recuperam o controle da bola, e, assim, 
somar pontos (beisebol, críquete, softbol etc.). 
• Invasão ou territorial: conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar a capacidade de uma 
equipe introduzir ou levar uma bola (ou outro objeto) a uma meta ou setor da quadra/campo defendida pelos 
adversários (gol, cesta, touchdown etc.), protegendo, simultaneamente, o próprio alvo, meta ou setor do 
campo (basquetebol, frisbee, futebol, futsal, futebol americano, handebol, hóquei na grama, polo aquático, 
rúgbi etc.). 
• Combate: reúne modalidades caracterizadas como disputas nas quais o oponente deve ser subjugado, 
com técnicas, táticas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado 
espaço, por meio de combinações de ações de ataque e defesa (judô, boxe, esgrima, tae kwon do etc.). 
 
 
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Organização: Prof. Demerval A. de Souza – Ed. Física no Ens. Fundamental-Anos finais 23 
Unidade temática: Ginásticas 
 
São propostas práticas com formas de organização e significados muito diferentes, o que leva à 
necessidade de explicitar a classificação adotada2: 
(a) ginástica geral; 
(b) ginásticas de condicionamento físico; 
(c) ginásticas de conscientização corporal. 
 
A ginástica geral3, também conhecida como ginástica para todos, reúne as práticas corporais que 
têm como elemento organizador a exploração das possibilidades acrobáticas e expressivas do corpo, a 
interação social, o compartilhamento do aprendizado e a não competitividade. Podem ser constituídas de: 
Exercícios no solo, no ar (saltos), em aparelhos (trapézio, corda, fita elástica) de maneira individual 
ou coletiva, combinação bem variada de piruetas, rolamentos, paradas de mão, pontes, pirâmides humanas 
etc. Integram também essa prática os denominados jogos de malabar ou malabarismo4. 
As ginásticas de condicionamento físico se caracterizam pela exercitação corporal orientada à 
melhoria do rendimento, aquisição e manutenção da condição física individual ou modificação da 
composição corporal. Geralmente, são organizadas em sessões planejadas de movimentos repetidos com 
frequência e intensidade definidas. Podem ser orientadas de acordo com uma população específica, como a 
ginástica para gestantes, ou atrelada a situações ambientais determinadas, como a ginástica laboral. 
As ginásticas de conscientização corporal5 reúnem práticas que empregam movimentos suaves e 
lentos, tal como a recorrência a posturas ou à conscientização de exercícios respiratórios, voltados para a 
obtenção de uma melhor percepção sobre o próprio corpo. Algumas dessas práticas que constituem esse 
grupo têm origem em práticas corporais milenares da cultura oriental. 
 
Unidade temática: Danças 
 
Explora o conjunto das práticas corporais caracterizadas por movimentos rítmicos, organizados em 
passos e evoluções específicas, muitas vezes também integradas a coreografias. As danças podem ser 
realizadas de forma individual, em duplas ou em grupos, sendo essas duas últimas as formas mais comuns. 
Diferentes de outras práticas corporais rítmico-expressivas, elas se desenvolvem em codificações 
particulares, historicamente constituídas, que permitem identificar movimentos e ritmos musicais peculiares 
associados a cada uma delas. 
 
 
2 As denominadas ginásticas competitivas foram consideradas como práticas esportivas e, por tal motivo, foram alocadas na unidade temática 
Esportes com outras modalidades técnico-combinatórias. Essas modalidades fazem parte de um conjunto de esportes que se caracterizam pela 
comparação de desempenho centrada na dimensão estética e acrobática do movimento, dentro de determinados padrões ou critérios técnicos. 
Portanto, contempla as modalidades de ginástica acrobática, aeróbica esportiva, artística, rítmica e de trampolim. 
3 Essa manifestação da ginástica pode receber outras tantas denominações, como ginástica básica, de demonstração, acrobacias, entre outras. 
4 Prática corporal milenar que consiste em manipular um ou mais objetos arremessando-os ao ar de forma alternada, em um movimento contínuo, 
sem perder o controle ou mantendo-os em equilíbrio. Os jogos de malabar caracterizam-se por sua dificuldade e beleza, desafiando o jogador 
(malabarista) a aprender técnicas específicas, utilizando diversas partes do corpo, principalmente as mãos. 
5 Essas práticas podem ser denominadas de diferentes formas, como: alternativas, introjetivas, introspectivas, suaves. Alguns exemplos são a 
biodança, a bioenergética, a eutonia, a antiginástica, o Método Feldenkrais, a ioga, o tai chi chuan, a ginástica chinesa, entre outros. 
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Unidade temática: Lutas6 
 
Focaliza as disputas corporais, nas quais os participantes empregam técnicas, táticas e 
estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado 
espaço, combinando ações de ataque e defesa dirigidas ao corpo do adversário. Dessa forma, além das 
lutas presentes no contexto comunitário e regional, podem ser tratadas lutas brasileiras (capoeira, huka-
huka, luta marajoara etc.), bem como lutas de diversos países do mundo (judô, aikido, jiu-jítsu, muay thai, 
boxe, chinese boxing, esgrima, kendo etc.). 
 
Unidade temática: Práticas corporais de aventura 
 
Exploram-se expressões e formas de experimentação corporal centradas nas perícias e proezas 
provocadas pelas situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage com um 
ambiente desafiador. Algumas dessas práticas costumam receber outras denominações, como esportes de 
risco, esportes alternativos e esportes extremos. Assim como as demais práticas, elas são objeto também 
de diferentes classificações, conforme o critério que se utilize. Neste documento, optou-se por diferenciá-las 
com base no ambiente de que necessitam para ser realizadas: na natureza e urbanas. As práticas de 
aventura na natureza se caracterizam por explorar as incertezas que o ambiente físico cria para o praticante 
na geração da vertigem e do risco controlado, como em corrida orientada, corrida de aventura, corridas de 
mountain bike, rapel, tirolesa, arborismo etc. Já as práticas de aventura urbanas exploram a “paisagem de 
cimento” para produzir essas condições (vertigem e risco controlado) durante a prática de parkour, skate, 
patins, bike etc. 
Em princípio, todas as práticas corporais podem ser objeto do trabalho pedagógico em qualquer 
etapa e modalidade de ensino. Ainda assim, alguns critérios de progressão do conhecimento devem ser 
atendidos, tais como os elementos específicos das diferentes práticas corporais, as características dos 
sujeitos e os contextos de atuação, sinalizando tendências de organização dos conhecimentos. Na BNCC, 
as unidades temáticas de Brincadeiras e jogos, Danças e Lutas estão organizadas em objetos de 
conhecimento conforme a ocorrência social dessas práticas corporais, das esferas sociais mais familiares 
(localidade e região) às menos familiares (esferas nacional e mundial). Em Ginásticas, a organização dos 
objetos de conhecimento se dá com base na diversidade dessas práticas e nas suas características. Em 
Esportes, a abordagem recai sobre a sua tipologia (modelo de classificação),enquanto Práticas corporais 
de aventura se estrutura nas vertentes urbana e na natureza. 
Ainda que não tenham sido apresentadas como uma das práticas corporais organizadoras da 
Educação Física na BNCC, é importante sublinhar a necessidade e a pertinência dos estudantes do País 
terem a oportunidade de experimentar práticas corporais no meio líquido, dado seu inegável valor para a 
segurança pessoal e seu potencial de fruição durante o lazer. Essa afirmação não se vincula apenas à ideia 
de vivenciar e/ou aprender, por exemplo, os esportes aquáticos (em especial, a natação em seus quatro 
estilos competitivos), mas também à proposta de experimentar “atividades aquáticas”. São, portanto, 
práticas centradas na ambientação dos estudantes ao meio líquido que permitem aprender, entre outros 
 
6 As lutas esportivas também são tratadas na unidade temática Esporte, especificamente no objeto de conhecimento denominado como categoria 
de esportes de combate. 
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movimentos básicos, o controle da respiração, a flutuação em equilíbrio, a imersão e os deslocamentos na 
água. 
Ressalta-se que as práticas corporais na escola devem ser reconstruídas com base em sua 
função social e suas possibilidades materiais. Isso significa dizer que as mesmas podem ser transformadas 
no interior da escola. Por exemplo, as práticas corporais de aventura devem ser adaptadas às condições da 
escola, ocorrendo de maneira simulada, tomando-se como referência o cenário de cada contexto escolar. 
É importante salientar que a organização das unidades temáticas se baseia na compreensão de 
que o caráter lúdico está presente em todas as práticas corporais, ainda que essa não seja a finalidade da 
Educação Física na escola. Ao brincar, dançar, jogar, praticar esportes, ginásticas ou atividades de 
aventura, para além da ludicidade, os estudantes se apropriam das lógicas intrínsecas (regras, códigos, 
rituais, sistemáticas de funcionamento, organização, táticas etc.) a essas manifestações, assim como 
trocam entre si e com a sociedade as representações e os significados que lhes são atribuídos. Por essa 
razão, a delimitação das habilidades privilegia oito dimensões de conhecimento: 
 
DIMENSÕES DE CONTEÚDOS 
 
• Experimentação: refere-se à dimensão do conhecimento que se origina pela vivência das práticas 
corporais, pelo envolvimento corporal na realização das mesmas. São conhecimentos que não podem ser 
acessados sem passar pela vivência corporal, sem que sejam efetivamente experimentados. Trata-se de 
uma possibilidade única de apreender as manifestações culturais tematizadas pela Educação Física e do 
estudante se perceber como sujeito “de carne e osso”. Faz parte dessa dimensão, além do imprescindível 
acesso à experiência, cuidar para que as sensações geradas no momento da realização de uma 
determinada vivência sejam positivas ou, pelo menos, não sejam desagradáveis a ponto de gerar rejeição à 
prática em si. 
 
• Uso e apropriação: refere-se ao conhecimento que possibilita ao estudante ter condições de realizar de 
forma autônoma uma determinada prática corporal. Trata-se do mesmo tipo de conhecimento gerado pela 
experimentação (saber fazer), mas dele se diferencia por possibilitar ao estudante a competência397 
necessária para potencializar o seu envolvimento com práticas corporais no lazer ou para a saúde. Diz 
respeito àquele rol de conhecimentos que viabilizam a prática efetiva das manifestações da cultura corporal 
de movimento não só durante as aulas, como também para além delas. 
 
• Fruição: implica na apreciação estética das experiências sensíveis geradas pelas vivências corporais, 
bem como das diferentes práticas corporais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos. Essa 
dimensão está vinculada com a apropriação de um conjunto de conhecimentos que permita ao estudante 
desfrutar da realização de uma determinada prática corporal e/ou apreciar essa e outras tantas quando 
realizadas por outros. 
 
 
7 Ser competente em uma prática corporal é apresentado no texto no sentido de poder dar conta das exigências colocadas no momento de sua 
realização no contexto do lazer. Trata-se de um grau de domínio da prática que permite ao sujeito uma atuação que lhe produz satisfação. 
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• Reflexão sobre a ação: refere-se aos conhecimentos originados na observação e análise das próprias 
vivências corporais e daquelas realizadas por outros. Vai além da reflexão espontânea, gerada em toda 
experiência corporal. Trata-se de um ato intencional, orientado a formular e empregar estratégias de 
observação e análise para: (a) resolver desafios peculiares à prática realizada; (b) apreender novas 
modalidades; e (c) adequar as práticas aos interesses e possibilidades próprios e aos das pessoas com 
quem compartilha a sua realização. 
 
• Construção de valores: vincula-se aos conhecimentos originados em discussões e vivências no contexto 
da tematização das práticas corporais, que possibilitam a aprendizagem de valores e normas voltadas ao 
exercício da cidadania em prol de uma sociedade democrática. A produção e partilha de atitudes, normas e 
valores (positivos e negativos) são inerentes a qualquer processo de socialização. No entanto, essa 
dimensão está diretamente associada ao ato intencional de ensino e de aprendizagem e, portanto, 
demanda intervenção pedagógica orientada para tal fim. Por esse motivo, a BNCC se concentra mais 
especificamente na construção de valores relativos ao respeito às diferenças e no combate aos 
preconceitos de qualquer natureza. Ainda assim, não se pretende propor o tratamento apenas desses 
valores, ou fazê-lo só em determinadas etapas do componente, mas assegurar a superação de estereótipos 
e preconceitos expressos nas práticas corporais. 
 
• Análise: está associada aos conceitos necessários para entender as características e funcionamento das 
práticas corporais (saber sobre). Essa dimensão reúne conhecimentos como a classificação dos esportes, 
os sistemas táticos de uma modalidade, o efeito de determinado exercício físico no desenvolvimento de 
uma capacidade física, entre outros. 
 
• Compreensão: está também associada ao conhecimento conceitual, mas, diferentemente da dimensão 
anterior, refere-se ao esclarecimento do processo de inserção das práticas corporais no contexto 
sociocultural, reunindo saberes que possibilitam compreender o lugar das práticas corporais no mundo. Em 
linhas gerais, essa dimensão está relacionada a temas que permitem aos estudantes interpretar as 
manifestações da cultura corporal de movimento em relação às dimensões éticas e estéticas, à época e à 
sociedade que as gerou e as modificou, às razões da sua produção e transformação e à vinculação local, 
nacional e global. Por exemplo, pelo estudo das condições que permitem o surgimento de uma determinada 
prática corporal em uma dada região e época ou os motivos pelos quais os esportes praticados por homens 
têm uma visibilidade e um tratamento midiático diferente dos esportes praticados por mulheres. 
 
• Protagonismo comunitário: refere-se às atitudes/ações e conhecimentos necessários para os 
estudantes participarem de forma confiante e autoral em decisões e ações orientadas a democratizar o 
acesso das pessoas às práticas corporais, tomando como referência valores favoráveis à convivência 
social. Contempla a reflexão sobre as possibilidades que eles e a comunidade têm (ou não) de acessar

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