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* Avaliação Fonoaudiológica da Gagueira (criança, adolescente, adulto) Profa. Andrea C. R. Grüdtner Métodos Clínicos em Fluência * Bases para a avaliação Anamnese onde conste informações sobre o início dos sintomas e como foram se desenvolvendo são imprescindíveis. Centrar anamnese infantil no desenvolvimento da criança (anamnese da clínica) e anamnese de apoio para adultos. * Bases para a avaliação Em todos os casos (crianças, adolescentes, adultos), a entrevista (anamnese) deve ser dirigida o mais próximo possível da história do paciente. Quando já temos informações (PU) preparar anamnese dirigida ao caso. * Bases para a avaliação Importante para adultos e crianças: Outros membros da família que também gaguejam ou que falam rápido? Incidentes neurológicos prévios? Doenças associadas (que a família/sujeito associe com o início da gagueira)? Eventos emocionais / traumas (afogamento, acidentes, susto, morte de familiares) associados ao início da gagueira? * Lembrando que..... Não há duas pessoas iguais; portanto, não vamos encontrar duas gagueiras iguais..........a história pregressa do distúrbio sempre será diferente....as diferenças entre pessoas e gagueiras são muito vastas podendo ser observadas nos comportamentos das pessoas / crianças que gaguejam e na forma como lidam com suas experiências. * Bases para a avaliação do ADULTO e ADOLESCENTE São colhidas amostras de fala gravadas em vídeo (preferencial) em situação de fala espontânea e leitura em voz alta. As amostras são analisadas em termos de: Tipologia das rupturas (disfluências comuns e disfluências gagas) Velocidade de fala Freqüência de rupturas Mínimo de 200 sílabas expressas.......o paciente precisa falar!!! * Bases para a avaliação do ADULTO e ADOLESCENTE A fala espontânea também é analisada em relação à estruturação textual (habilidades para descrever um evento, fato, etc; narrar um acontecimento, fato ocorrido com ele; argumentar sobre algum assunto). Também são investigados fatores que melhoram ou pioram a gagueira (vide anamnese apoio adultos). Quando necessário, também incluímos avaliação específica de compreensão de fala, vocabulário, leitura, escrita e audição. * Bases para a avaliação da CRIANÇA Coleta de uma amostra de fala, gravada em vídeo (preferencial), que pode ser colhida em uma situação de interação da criança com a família (situação informal de conversação). OBS: uma situação de jogo não estabelece fala espontânea. Também pode ser colhida por meio de discurso com estímulo visual (mostrar figura para a criança e pedir que ela fale tudo o que quiser sobre a figura). * Bases para a avaliação da CRIANÇA O terapeuta deve evitar interromper o discurso dos sujeitos, a menos que haja necessidade de incentivar a produção: 200 sílabas expressas. * Atenção!!!! Uma boa avaliação da fluência, tanto no adulto como na criança é obtida a partir de boas amostras de fala. Amostra obtida material suficiente para análise. A obtenção de uma adequada amostra de fala nos dá indícios suficientes para uma ANÁLISE QUALITATIVA e QUANTITATIVA da fluência da fala. * Além da fala........ Observar: Distorções faciais Movimentos com o corpo (balança perna, braço,outros...) Tremor de lábios Anormalidades vocais (alteração na intensidade e tonalidade) Adiamentos (pequenas frases usadas para adiar a tentativa de falar: “pera aí”; “deixa ver”, “só um pouco”) Movimentos anormais dos olhos * Além da fala........ Observar: Tremores nas mãos Movimentos repetitivos com as mãos Tensão física Rubor Transpiração excessiva Vergonha Choro * Amostra obtida – ANÁLISE QUANTITATIVA da Fluência A amostra de fala (200 sílabas expressas) deve ser transcrita, literalmente, em sua totalidade (sílabas fluentes e disfluentes), segundo os critérios abaixo (legenda): Eventos de disfluência: marcados em negrito Seguimento ininteligível:~~~~~~~~~~~~~~ Interrupção do terapeuta: // Hesitação: # Pausa: ______ Bloqueio: / antes da sílaba bloqueada * Amostra obtida – ANÁLISE QUANTITATIVA da Fluência 7. Prolongamento: _ depois do segmento (som ou sílaba prolongada) 8. Intrusão na palavra; o segmento de intrusão fica entre //segmento intruso//. Exemplo: P: /Quando e-eu ch-cheguei aqui ~~~~~~ /tentei f__alar com a s___ecretária ______. T: //E então? P: E- e- e- então e-e-e-eu ga-ga-gaguei f___eio. * Amostra obtida – ANÁLISE QUANTITATIVA da Fluência Após a transcrição do corpus de fala do paciente, aplicar o cálculo da FREQÜÊNCIA e da SEVERIDADE da GAGUEIRA (Jakubovicz, 2009). * ANÁLISE da Fluência TIPOLOGIA DAS DISFLUÊNCIAS (Andrade, 2009): COMUNS: hesitações, interjeições, revisões, palavras não terminadas, repetições de segmentos e repetições de frases. GAGAS: duas ou mais repetições de sons e/ou sílabas e/ou palavras, prolongamentos, bloqueios, pausas e intrusão. * ANÁLISE da Fluência DISFLUÊNCIAS COMUNS HESITAÇÃO: (ex.: é..., ã..., hum...) INTERJEIÇÃO: (ex.: ta, né, aí, daí, então, tipo assim) REVISÃO: (revisão daquilo que se pretende dizer, podendo haver mudança no contexto do enunciado, ex.: ele viu.....comeu todo o doce). * ANÁLISE da Fluência DISFLUÊNCIAS COMUNS PALAVRA NÃO TERMINADA: (palavra que é abandonada, em geral, seguida por uma revisão, ex.: maria ganhou uma bone...um brinquedo legal.) REPETIÇÃO DE SEGMENTOS: (repetição de um segmento da frase, ex.: que dia, que dia bonito) REPETIÇÃO DE FRASES: (ex.: saí cedo, saí cedo, saí cedo.) * ANÁLISE da Fluência DISFLUÊNCIAS GAGAS REPETIÇÃO DE SÍLABAS: (ex.: ga-ga-ga-gato, ca-ca-café) PROLONGAMENTO: (ex.: f__farinha, salientando-se o prolongamento no /f/) BLOQUEIO: (ex.: b-boneca, salientando-se a pressão no /b/) * ANÁLISE da Fluência DISFLUÊNCIAS GAGAS PAUSA: (ex.: depois eu vou__________sair com o meu amigo) INTRUSÃO: (produção de sons ou palavras não pertinentes ao contexto, ex.: comprei uma, lá...uma blusa nova) * Conclusão da ANÁLISE da Fluência Com todos os dados obtidos a partir da amostra de fala, é possível traçar um perfil QUANTITATIVO e QUALITATIVO da fala do paciente. Depois……………TRATAMENTO!!!!
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