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	terça, 10 set 2019, 16:46
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	Concluída em
	terça, 10 set 2019, 17:03
	Tempo empregado
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Questão 1
Correto
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Texto da questão
O texto abaixo é um trecho do discurso “Guerra contra a pobreza”, realizado por Martin Luther King Jr., em 1968.  Nesse momento, a figura do pastor batista já não era tão consensual entre a militância dos EUA, e seu discurso foi alvo de ataques na imprensa.
 
Leia o trecho a seguir para responder à questão apresentada:
 
A recém instaurada lei dos direitos civis aproxima o Negro americano do limiar de se tornar um membro de primeira classe em nossa sociedade. Mas até que ele seja liberado da privação econômica, ele não poderá ser considerado completamente liberto. Os Negros ainda ocupam o último nível da escada econômica. Eles estão acorrentados aos últimos degraus por uma fechadura dupla: uma o aprisiona por princípios de cor de pele, enquanto a outra o prende a uma cultura de pobreza. [...]
A pobreza nos EUA tende a se concentrar entre grupos em desvantagem. Metade de todas as famílias negras nos Estados Unidos é considerada pobre pela definição de renda anual abaixo de 3.000 dólares. [...]. Em resumo, Negros na América passam mais tempo desempregados, tem menores ganhos quando estão empregados e tem menos educação [...].
Infelizmente, eu acho que a tendência é o aumento do desemprego do Negro. É irônico que no mesmo dia em que o presidente assinou a Lei dos Direitos Civis, 2 de Julho de 1964, o Departamento de Trabalho tenha informado o fato de que o desemprego de junho tinha ido de 5,1 para 5,3 por cento. Em termos humanos – pessoas, não porcentagens – isso representou um aumento de um milhão e cem mil pessoas, das quais um quarto são negras.
O negro hoje não está lutando por alguma noção abstrata, vaga de direito, mas pelo concreto e pronto melhoramento de sua vida.  Em que ele lucrará por poder mandar seus filhos para uma escola integrada [sem segregação racial] se a renda da família é insuficiente para comprar-lhes roupas para irem à escola? O que ele ganhará por ser permitido mudar-se para um bairro integrado se ele não pode pagar porque ele está desempregado ou tem um emprego com baixo salário e sem futuro? De que vantagem é para o negro estabelecer que ele pode ser servido em restaurantes integrados ou se hospedar em hotéis integrados, se ele está preso ao tipo de servidão financeira que não o permitirá tirar férias ou até mesmo levar a sua esposa para jantar fora? Negros não devem apenas ter o direito de ir a qualquer estabelecimento aberto ao público, mas eles também devem ser absorvidos em nosso sistema econômico de tal maneira que eles possam custear o exercício desse direito. (LUTHER KING, 1968). Disponível em: <https://goo.gl/D7trgg>. Acesso em: 05 out. 2018. Tradução do autor.
A partir do texto apresentado e da história da luta pelos direitos civis, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
 Ao afirmar “Infelizmente eu acho que a tendência é o aumento do desemprego do Negro”, Martin Luther King Jr. aponta para o fato de que empregadores se recusavam a contratar empregados negros apesar dos níveis de escolaridade similares entre afro-americanos e brancos naquele país.
b.
No trecho apresentado, Martin Luther King Jr. aponta a falta de educação de qualidade disponível para a população negra como um empecilho na luta pela igualdade, pois os afro-americanos ainda tinham em mente uma “noção abstrata, vaga de direito”.
c.
Podemos encontrar uma crítica de Martin Luther King Jr. ao capitalismo quando ele afirma que Negros “também devem ser absorvidos em nosso sistema econômico de tal maneira que eles possam custear o exercício desse direito”.
d.
No discurso apresentado, Martin Luther King Jr. aponta para impasses da sociedade posterior à conquista da Lei dos Direitos Civis, no ano de 1964, pois afirma que a desigualdade se mantém por meio de fatores econômicos. 
e.
Ao apontar para a ironia presente no fato de que, enquanto se assinava a Lei dos Direitos Civis, o Departamento de Trabalho informava o aumento do desemprego, Martin Luther King Jr. mostra que toda a luta anterior foi em vão.
Questão 2
Correto
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Texto da questão
A notícia abaixo trata de um espetáculo encenado no Rio de Janeiro em 2018:
 
A respeito do encontro entre os personagens mostrados, é correto dizer que:
Escolha uma:
a.
A militância do nacionalismo cristão de Malcolm X caminhava para uma aproximação daquela realizada por Luther King Jr., quando este último foi assassinado por membros do movimento negro – o que impediu uma maior aproximação entre as lideranças.
b.
O discurso apaziguador de Martin Luther King Jr. sobre a não-violência deu lugar a ideia de ação direta após o encontro e a influência marcante de Malcolm X.
c.
Malcolm X e Martin Luther King Jr. discordavam em alguns aspectos da militância, mas, em geral, concordavam com a possibilidade de integração entre brancos e negros nos EUA como a solução para os problemas da segregação racial. 
d.
A divergência central entre as lideranças tinha um fundo religioso: enquanto Martin Luther King Jr. sonhava com um país unido sob o cristianismo, Malcolm X, juntamente dos “nacionalistas negros”, defendia a conversão de todo o país ao islamismo.
e.
O encontro descrito na cena acima foi um acontecimento raro na história, já que, durante muito tempo, as militâncias de Malcolm X e Martin Luther King Jr. eram opostas em muitos sentidos tanto nas metas quanto nas estratégias.
Questão 3
Correto
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Texto da questão
Para responder à questão, leia abaixo um trecho do mais famoso discurso de Martin Luther King Jr:
 
Cem anos atrás um grande americano, em cuja sombra simbólica nos encontramos hoje, assinou a proclamação da emancipação [dos escravos]. Este decreto momentoso chegou como grande farol de esperança para milhões de escravos negros queimados nas chamas da injustiça abrasadora. Chegou como o raiar de um dia de alegria, pondo fim à longa noite de cativeiro.
Mas, cem anos mais tarde, o negro ainda não está livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro ainda é duramente tolhida pelas algemas da segregação e os grilhões da discriminação. Cem anos mais tarde, o negro habita uma ilha solitária de pobreza, em meio ao vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro continua a mofar nos cantos da sociedade americana, como exilado em sua própria terra. (LUTHER KING JR, 1963.) Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/veja-na-integra-o-historico-discurso-de-martin-luther-king/>. Acesso em: 02 out. 2018.
A partir do discurso de Luther King Jr. e da história da segregação racial nos EUA, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
 No trecho “Cem anos mais tarde, a vida do negro ainda é duramente tolhida pelas algemas da segregação”, Martin Luther King Jr. faz uma crítica à segregação na época, que só acabaria com a aprovação das Jim Crow Laws.
b.
A referência ao “grande americano” realizada por Luther King remete a Abraham Lincoln, presidente da União durante a Guerra Civil, quando os escravizados foram libertados. 
c.
Ao afirmar “Mas, cem anos mais tarde, o negro ainda não está livre”, Martin Luther King Jr. se refere à contínua existência da escravidão ilegal no interior dos Estados Unidos daquela época.
d.
O discurso de Martin Luther King Jr. reitera uma visão de vitimização do negro que espera privilégios da sociedade, pois, a partir da abolição da escravidão, todos passaram a ser iguais diante da lei.
e.
Ao afirmar “Cem anos mais tarde, o negro habita uma ilha solitária de pobreza”, Martin Luther King Jr. se refere às cidades pobres dos EUA habitadas exclusivamente pela população negra.
Questão 4
Correto
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Texto da questão
Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estruturada sociedade se movimenta com ela”
 
Filósofa norte-americana exortou que o feminismo negro defenda punições alternativas à prisão. Professora defendeu que movimento no Brasil, incluindo o das domésticas, seja referência para EUA.
As pessoas que lotavam as cadeiras [...] ouviram a filósofa e ícone da luta pelos direitos civis dos EUA conclamar contra os que considera algozes, do Governo Trump ao sistema carcerário mundial "depositário dos humanos considerados lixo": "Com a força e o poder das mulheres negras desta região, nós resistiremos".
A ativista argumentou que é preciso relacionar a violência de gênero a "violências institucionais" para buscar outras maneiras de combater o sexismo: "Não são as pessoas individualmente que decidem que a violência é a resposta; são as instituições ao nosso redor que estão saturadas de violência. Se o Estado usa a violência policial para solucionar problemas, há a mensagem de que a violência também pode ser usada para resolver problemas em outras esferas como os relacionamentos. Não podemos excluir a violência de gênero de outras violências institucionais", pontuou a filósofa.
Presa em 1970 acusada de conspiração e homicídio após envolvimento com o movimento dos Panteras Negras nos EUA e pesquisadora sobre o sistema carcerário, a ativista estabeleceu as relações entre o sistema escravista e o sistema prisional. [...]
Davis lembrou a trajetória de mulheres negras brasileiras e enfatizou a sua importância na construção de novas lideranças e de novos formatos de liderança. Questionou seu lugar como difusora privilegiada das ideias do feminismo negro por ser norte-americana. "As mulheres dos EUA têm muito a aprender com a longa história de luta do feminismo negro no Brasil." "Mãe Stela de Oxossi me falou sobre a importância das mulheres negras na preservação das tradições do candomblé. Vi a importância de Dona Dalva para manter a tradição do samba de roda no Recôncavo Baiano", contou. Ela também elogiou o movimento organizado bem-sucedido das trabalhadoras domésticas negras. "Nos EUA não conseguimos estruturar essa categoria com sucesso. A liderança dessas mulheres não se estrutura naquele individualismo carismático masculino que vimos no passado. É um tipo de liderança que enfatiza o coletivo e as comunidades onde vivem", afirmou ela.
A professora fez questão de mencionar Carolina Maria de Jesus, autora de Quarto de despejo, um diário de uma moradora de favela em São Paulo dos anos 60, para dizer que a escritora “nos lembrou que a fome deveria nos fazer refletir sobre as crianças e o futuro”. Também disse que a antropóloga e ativista baiana Lélia Gonzalez foi pioneira nas conexões entre raça, classe e gênero quando pouco se falava nisso. "Ela já falava sobre os elos entre negros e indígenas na luta por direitos. Essa é uma das lições que os EUA podem aprender com o feminismo negro daqui.''
Davis foi ovacionada ao dizer que considera o movimento das mulheres negras o mais importante do Brasil hoje "na busca por liberdade". Antes de Salvador, num encontro internacional sobre feminismo negro e decolonial em Cachoeira, ela já havia defendido o poder de transformação da mobilização: "Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela, porque tudo é desestabilizado a partir da base da pirâmide social onde se encontram as mulheres negras, muda-se a base do capitalismo". Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/27/politica/1501114503_610956.html>. Acesso em: 05 out. 2018.
A partir das reflexões de Angela Davis e sua atuação na luta contra a segregação nos EUA, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
A referência a diferentes militantes comunistas da história brasileira reitera a percepção socialista da realidade social pretendida por Angela Davis.
b.
A ação de Angela Davis, como líder dos Panteras Negras, sempre foi marcada pela violência -  postura que diferenciava o movimento de líderes passivos, como Rosa Parks.
c.
A relação que Davis estabelece entre Brasil e Estados Unidos só é possível por conta do passado escravocrata dos dois países, porém, diferentemente de nosso país, os EUA estabeleceram políticas efetivas de integração e reparação nos anos seguintes à abolição.
d.
Ao afirmar que “Mãe Stela de Oxossi me falou sobre a importância das mulheres negras na preservação das tradições do candomblé”, Angela Davis reitera uma visão de que a resistência da população negra nas Américas também se dá por meio da preservação de suas culturas ancestrais. 
e.
 Ao afirmar que “A liderança dessas mulheres não se estrutura naquele individualismo carismático masculino que vimos no passado”, Davis questiona as capacidades dos homens como líderes da sociedade no futuro.
Questão 5
Correto
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Texto da questão
A fotografia abaixo foi realizada na prisão de Birmingham, no Alabama, onde Martin Luther King Jr. foi preso como “agitador” da paz pública. Na prisão, ele escreveu em resposta aos líderes religiosos que o acusavam de “insensato” e “inoportuno”, por organizar manifestações e protestos:
 
 
 
 
Vocês deploram as manifestações que estão ocorrendo em Birmingham. Mas sua declaração, sinto dizer, deixa de expressar preocupação semelhante com as condições que provocaram as manifestações. Tenho certeza de que nenhum de vocês gostaria de descansar contente com o tipo raso de análise social que trata meramente dos efeitos e não ataca as causas subjacentes. É lamentável que as manifestações estejam ocorrendo em Birmingham, mas é ainda mais lamentável que a estrutura de poder dos brancos da cidade tenha deixado a comunidade negra sem alternativa. [...]
Sabemos por meio de experiências dolorosas que a liberdade nunca é voluntariamente concedida pelo opressor; ela tem de ser exigida pelo oprimido. Francamente, ainda não tomei parte em uma campanha de ação direta que fosse “oportuna” na visão daqueles que não sofreram indevidamente da doença da segregação. Já faz anos que ouço a palavra “Espere!” Ela ressoa nos ouvidos de cada negro com uma familiaridade aguda. Esse “espere” quase sempre significou “nunca”. Temos de chegar à percepção, junto com um de nossos eminentes juristas, de que “a justiça adiada por muito tempo é justiça negada”. (LUTHER KING JR., 1963). Disponível em: <www.reparacao.salvador.ba.gov.br/index.php/noticias/822-sp-1745380961>. Acesso em: 07 out. 2018.
A partir dos documentos apresentados e da biografia de Martin Luther King Jr., é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
Ao afirmar “Francamente, ainda não tomei parte em uma campanha de ação direta que fosse ‘oportuna’ na visão daqueles que não sofreram indevidamente da doença da segregação”, Martin Luther King Jr. nega o protagonismo dos negros na ação direta.
b.
Na carta apresentada, Martin Luther King Jr. mostra como a ideia de não-violência está diretamente relacionada à passividade, à ideia de que os negros deviam esperar pela conclusão dos debates jurídicos para garantir seus Direitos Civis.
c.
Ao afirmar “É lamentável que as manifestações estejam ocorrendo em Birmingham”, Martin Luther King Jr. mostrou se arrepender de suas ações anteriores como agitador político.
d.
Martin Luther King Jr. vê protestos e prisões como resultados de uma sociedade injusta e não as causas dos problemas vividos, daí a sua discordância das demais lideranças “que tratam meramente dos efeitos e não atacam as causas subjacentes”. 
e.
O trecho apresentado corresponde a uma mudança no discurso de Martin Luther King Jr., que, ao afirmar “que a liberdade nunca é voluntariamente concedida pelo opressor; ela tem de ser exigida pelo oprimido” abandona seus antigos princípios de não-violência.
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	terça, 10 set 2019, 17:20
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Questão 1
Correto
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Texto da questão
O que une os famososdiscursos de Luther King, Robert Kennedy e Obama
 
 
Livros que reúnem grandes discursos celebram o domínio da arte da persuasão. São volumes repletos de floreios retóricos, de apelos comoventes a ideais universais, com cadências elevadas e promessas fáceis. Porém, dois dos retóricos mais importantes do século 20 - ambos assassinados há 50 anos - protagonizaram discursos impregnados de dúvidas, de caráter autorreflexivo e questionador, que expressavam uma vulnerabilidade íntima.
Martin Luther King, principal liderança do movimento pelos direitos civis nos EUA, foi morto em 4 de abril de 1968. No mesmo dia, o então senador Robert F. Kennedy desembarcava no Estado de Indiana, onde faria campanha para ser nomeado candidato a presidente pelo Partido Democrata. Ao tomar conhecimento do crime, ele mudou a agenda e proferiu um extraordinário discurso improvisado, inspirado em um baque pessoal - o assassinato do irmão mais velho, o presidente John F. Kennedy, cinco anos antes - e em autores clássicos que ajudaram a moldar sua visão de mundo.
"Meu poeta favorito é Ésquilo", disse Kennedy à plateia, antes de citar um trecho de Agamemnon, tragédia grega de autoria do dramaturgo, traduzida pela historiadora Edith Hamilton em 1930:
"Em nosso sono, a dor que não se pode esquecer cai gota a gota no coração até que, em nosso desespero, contra nossa vontade, a sabedoria vem a nós pela sublime graça de Deus." [...]
[...] suas palavras moderadas tiveram um efeito poderoso. O público em Indianápolis se dispersou em silêncio, diferentemente do que aconteceu em outras 110 cidades dos EUA em que houve tumulto após o anúncio da morte do ativista negro.
Na manhã seguinte ao assassinato de Luther King, Kennedy falou em Cleveland, no Estado de Ohio, sobre "a ameaça insensata da violência". Ele condenou não só a violência das balas e das bombas, mas "a violência das instituições; a indiferença, a inação e a lenta decadência", assim como a alienação que nos leva a "olhar para nossos irmãos como alienígenas: homens com os quais compartilhamos uma cidade, mas não uma comunidade; homens ligados a nós por uma moradia em comum, mas não por um esforço comum".
Luther King pregava sobre estarmos "entrelaçados em um único tecido do destino". E Kennedy estendeu a metáfora: "Sempre que rasgamos o tecido da vida que outro homem de forma dolorosa e desajeitada teceu para si próprio e para seus filhos, toda a nação é degradada".
É difícil não se surpreender com a candura presente em "dolorosa e desajeitada". Essas palavras expressam nossas tentativas desastradas e imperfeitas de criar uma vida significativa, assim como nossa vulnerabilidade, cujo reconhecimento não é uma fraqueza, mas uma fonte de força. O restante do discurso de Kennedy foi caracterizado por essa sensibilidade aguçada:
"Mas talvez podemos nos lembrar - mesmo que só por um tempo - que aqueles que vivem conosco são nossos irmãos; que compartilham conosco o mesmo curto período de vida; que buscam - como nós - nada mais a não ser a chance de viver suas vidas com propósito e felicidade, com toda a satisfação e realização que puderem ter."
"Certamente, esta ligação de uma fé comum, esta ligação de um objetivo comum pode começar a nos ensinar algo. Certamente, podemos aprender, no mínimo, a olhar para aqueles ao nosso lado como companheiros. E certamente podemos começar a trabalhar mais para curar as feridas entre nós e nos tornarmos, em nossos próprios corações, irmãos e compatriotas novamente", acrescentou.
'Amor difícil'
Os apelos à empatia universal geralmente são apresentados sem complexidade, mas Kennedy oferece uma ressalva em sua fala: "mesmo que só por um tempo". Há uma honestidade sedutora nessa sugestão: devemos amar nossos companheiros cidadãos perpetuamente, mas esse compromisso emocional é uma tarefa significativa. Não é fácil honrar nosso elo comum todos os dias ("mas talvez podemos nos lembrar") ou não cair nas temíveis representações do "outro", a quem somos encorajados a desconfiar.
Luther King trabalhou para criar o que ele chamava de "comunidade amada" e escreveu extensivamente sobre o ágape, a noção grega de "amor sem interesse". Não se trata do sentimento correspondido, mas do amor "pelo inimigo-vizinho de quem você não pode esperar nada de bom em troca". Uma generosidade radical, um "altruísmo perigoso". Esse compromisso com aqueles que são hostis ou indiferentes, que não retribuirão nosso afeto, pode ser chamado de "amor difícil".
Como discursou Kennedy, "não o amor descrito com tanta facilidade nas revistas populares… o verdadeiro amor é altruísta e envolve o sacrifício e a doação".
O último sermão de Luther King para sua congregação, na Igreja Batista Ebenezer, em Atlanta, em 4 de fevereiro de 1968, expressa o cerne do "amor difícil". Ao descrever como gostaria de ser lembrado em seu funeral, o líder negro disse: "Gostaria que alguém falasse do dia em que Martin Luther King tentou amar alguém". O verbo "tentar" mostra que a tarefa de amar é desafiadora e interminável. Não pode ser resumida a um clichê ou tratada com a "facilidade" que Kennedy ironizou. Tanto o então senador quanto Luther King evitavam oferecer soluções fáceis ou favorecer preconceitos preguiçosos. Eles consideravam o coração como o músculo mais importante: quanto mais ele ama, melhor ele ama. A princípio, não é fácil exercitá-lo - somos cautelosos, desconfiados em relação aos outros e temos medo da rejeição -, mas a fluência só vem com a prática.
Na véspera de ser assassinado, quando as ameaças de morte se intensificaram, Luther King proferiu um discurso profético em apoio à greve dos trabalhadores de saneamento público em Memphis, no Tennessee. I've Been to the Mountaintop ("Eu Estive No Topo da Montanha", em tradução livre) é uma obra-prima em termos de desenvoltura e entrega, que faz uma verdadeira viagem de Jericó ao Monte Olimpo, do Alabama até a Roma Antiga.
O ápice retórico do discurso é um momento de grande intimidade ("se eu tivesse espirrado, teria morrido", em referência à ocasião em que Luther King foi apunhalado com um estilete por uma mulher com transtornos mentais) e revela o tema principal de sua fala: ele se sentia privilegiado em participar da luta pelos direitos civis e havia nascido, como diz a passagem bíblica, "para um tempo como este". [...]
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-cul-44035726>. Acesso em: 06 nov. 2018.
A partir do texto apresentado, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
Os discursos de Luther King Jr. e Bob Kennedy eram “repletos de floreios retóricos, de apelos comoventes a ideais universais, com cadências elevadas e promessas fáceis”.
b.
Figuras do Partido Democrata, como Robert Kennedy, questionavam a legitimidade da militância exercida por Martin Luther King Jr.
c.
A ideia de um “Amor difícil” reflete a desilusão de Martin Luther King Jr. com os caminhos dos EUA e sua abdicação do princípio da não violência como estratégia política.
d.
Tanto Bob Kennedy quanto Luther King Jr. debatiam sempre situações particulares, específicas, para evitarem as generalizações típicas dos princípios universalizantes.
e.
Após o assassinato de Martin Luther King Jr., diferentes cidades estadunidenses foram tomadas por tumultos. 
Questão 2
Correto
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Texto da questão
Medgar Evers, o outro "Luther King" cujo assassinato gerou protestos nos EUA
EFE INTERNACIONAL por EFE 29/08/2013
 
O sonho de Martin Luther King era também o de Medgar Evers, um jovem negro filho de agricultores e veterano de guerra cujo assassinato, em junho de 1963, foi o ponto de partida para a Marcha sobre Washington pelos direitos civis, que foi lembrada ontem pelo seu 50º aniversário. A morte de Evers comoveu o país e foi inspiração para canções, poemas, livros e filmes em um ano sacudido pelos atentados racistas contra ativistas negros. Nina Simone e Bob Dylan escreveram músicas sobre a figura do jovem que ficariam para a história, enquanto o filme "Fantasmas do Passado" (1996), com Whoopi Goldberg e AlecBaldwin, relatou sua morte. Seu assassinato foi um incentivo a mais para as quase 300 mil pessoas que se reuniram no Monumento a Washington e perante as quais Martin Luther King proclamaria seu histórico discurso "I have a dream" ("Eu tenho um sonho"). Evers morreu no dia 12 de junho de 1963, poucas horas depois do discurso do então presidente americano, John F. Kennedy, a favor dos direitos civis. O jovem foi atingido pelas costas com um tiro de rifle ao voltar a sua casa após uma reunião com a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), com a qual colaborava. Kennedy, que também seria assassinado cinco meses mais tarde, traçou com suas palavras daquela noite o início da legislação de justiça social mais radical na história dos Estados Unidos, a Lei de Direitos Civis de 1964. Um sonho que Evers compartilhou com Luther King, mas não pôde chegar a ver. Nascido em Decatur (Mississipi), no dia 2 de julho de 1925, era o terceiro dos cinco filhos de James e Jessie Evers, agricultores e trabalhadores de uma serraria. Sua morte, aos 37 anos de idade, comoveu todo o país e seus restos mortais receberam honras no famoso cemitério de Arlington, onde foi enterrado ao calor das mais de três mil pessoas que compareceram para dizer adeus. Criado em uma família humilde, Evers abandonou o ensino médio aos 17 anos para se alistar no Exército, ainda segregado, com o qual chegou a participar da Batalha da Normandia (junho de 1944) e alcançou a categoria de sargento. Em seu retorno da Europa, Evers começou a se envolver com algumas organizações locais de direitos civis, e em 1954, quando a Corte Suprema americana anulou a segregação nas escolas públicas, foi um dos primeiros negros a solicitar admissão na Faculdade de Direito da Universidade do Mississipi - que foi negada. Cansado das diferenças sociais entre brancos e negros, Evers participou da NAACP em busca de ajuda, e acabou se tornando um de seus mais importantes líderes. As ameaças de morte não demoraram a aparecer após seu envolvimento no caso de Emmett Till, um menino negro de apenas 14 anos sequestrado em agosto de 1955 por um grupo de homens brancos que haviam ouvido rumores de que Till estava flertando com uma mulher branca. O corpo do adolescente apareceu desfigurado no rio Tallahatchie, no Mississipi, três dias depois. Semanas antes de sua morte, Evers sofreu uma série de ameaças. Suas investigações públicas sobre o assassinato de Till e seu apoio notório a outras causas o transformaram em um alvo dos extremistas. No dia 28 de maio de 1963, um coquetel molotov foi lançado na garagem de sua casa, e cinco dias antes de sua morte, foi quase atropelado por um carro após sair do escritório da NAACP em Jackson, onde então vivia. A gota d'água para os extremistas foi um pequeno discurso que Evers deu em uma televisão local, o primeiro no Mississipi, no qual expôs os objetivos da luta pelos direitos civis na cidade, apenas uma semana antes de seu assassinato. A Justiça americana levou mais de 30 anos para condenar seu assassino, Byron De La Beckwith, após dois julgamentos com júris compostos integralmente por brancos. No terceiro, a viúva de Evers, Myrlie Evers-Williams, conseguiu que o assassino de seu marido finalmente pagasse pelo crime. Myrlie, que mais tarde voltaria a se casar, continuou com o legado de Evers, e inclusive chegou a ser escolhida presidente da NACCP pouco após a condenação de De La Beckwith. A viúva de Medgar Evers foi, de fato, uma das duas únicas mulheres convidadas como oradoras para acompanhar Luther King aos pés do Monumento a Lincoln, mas não pôde comparecer. Em janeiro deste ano, Myrlie Evers-Williams se tornou a primeira mulher a pronunciar a oração de abertura durante a posse do segundo mandato de Barack Obama, o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos, que, além disso, naquele dia, jurou o cargo sobre uma Bíblia do doutor King.
Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/08/29/medgar-evers-o-outro-luther-king-cujo-assassinato-gerou-protestos-nos-eua.htm>. Acesso em: 18 out. 2018.
 
Sobre esse assunto, leia as seguintes assertivas:
I. Ao narrar Medgar Evers como o “outro Luther King Jr”, o texto apresentado permite pensar como a liderança de Luther King Jr, apesar de importante, fazia parte de uma rede de lideranças que tratavam de um debate em comum.
II. Ao ler o relato apresentado, é possível pensar em relações históricas entre os assassinatos de Emmett Till, Medgar Evers e à luta pelos direitos civis.
III. A bíblia escolhida por Barack Obama ao realizar o juramento como presidente dos EUA carrega um forte simbolismo para a história dos EUA e relacionada à luta pelos direitos civis dos negros.
IV. Segundo a notícia apresentada, o assassino de Medgar Evers foi inocentado ao final de todos os julgamentos por ter sido julgado “com júris compostos integralmente por brancos”.
Sobre a segregação racial nos EUA, quais assertivas estão corretas?
Escolha uma:
a.
Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.
b.
Apenas as assertivas I e III estão corretas.
c.
Apenas as assertivas I, II e III estão corretas. 
d.
Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
e.
As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
Questão 3
Correto
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Texto da questão
Leia a notícia abaixo e responda à questão a seguir:
EUA reabrem, após 63 anos, caso do assassinato de jovem negro que expôs a brutalidade da segregação racial
Mulher confessa, meio século depois, que mentiu ao júri que absolveu os dois homens brancos que lincharam Emmett Till
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos reabriu a investigação sobre o brutal assassinato de Emmett Till, um menino negro de 14 anos que foi sequestrado e linchado em 1955 no Mississippi. O rosto completamente desfigurado e o corpo mutilado do adolescente expuseram com ferocidade ao resto do país e do mundo a repressão contra os negros no sul dos Estados Unidos. O assassinato contribuiu para o surgimento do movimento pelos direitos civis, que acabou com a segregação legal dos afro-americanos. Um júri do Mississippi, composto apenas por cidadãos brancos, inocentou os dois assassinos brancos, já falecidos. Mas, falando a um investigador que escrevia um livro sobre o caso, a mulher de um deles admitiu que mentiu ao juiz, o que motivou esperanças de obter justiça mais de 60 anos depois.
O Departamento de Justiça comunicou em março ao Congresso que voltaria a investigar a morte de Till depois de receber “novas informações”, mas o anúncio passou despercebido até ser noticiado nesta quinta-feira pela agência Associated Press. O Departamento de Justiça não revelou qual foi o fator novo, mas tudo indica tratar-se da publicação, no ano passado, de um novo livro sobre o caso. A investigação já havia sido reaberta em 2004, mas voltou a ser arquivada três anos depois, pela prescrição de alguns fatos.
O ensaio de Timothy Tyson incluía declarações de Carolyn Donham, que no momento do assassinato era casada com um dos réus. Em uma entrevista em 2008, a mulher disse que “não era correta” a versão dos fatos que apresentara ao juiz meio século antes. Embora seu depoimento afinal não tenha sido utilizado, ela mentiu quando afirmou que o adolescente a tocou e tentou fazer avanços sexuais em seu estabelecimento comercial na localidade de Money, um povoado no Mississippi rural. “Nada do que esse menino fez poderia jamais justificar o que aconteceu com ele”, disse ela ao pesquisador.
Emmett Till vivia num bairro de classe trabalhadora em Chicago, e no verão boreal de 1955 viajou ao Mississippi para visitar familiares. Sua mãe o advertiu de que deveria ter cuidado no Sul segregado, onde o racismo nos espaços públicos era protegido por lei. Em 24 de agosto, Till estava no lado de fora de uma loja. Brincou que tinha uma noiva branca em Chicago, e seus primos e amigos o desafiaram a falar com Donham, a balconista branca da loja. Ao sair do local, dirigiu-lhe um galanteio.
Roy Bryant, o marido da balconistae dono do estabelecimento, entrou em fúria quando soube do ocorrido. Quatro dias depois, dirigiu-se ao amanhecer, com seu meio-irmão J. W. Milam, à casa dos familiares do adolescente. Levaram Till em seu carro. Dirigiram até a beira de um rio, onde o obrigaram a se despir e o ataram a um pesado ventilador para algodão, cheio de arames. O surraram com tal força que um olho dele saltou fora. Atiraram na sua cabeça e jogaram o corpo no rio, junto com o ventilador.
O cadáver, com um aspecto indescritível, foi achado três dias depois. A mãe do menino, Mamie Bradley, pediu que o corpo fosse transladado para Chicago. Lá foi exibido em caixão aberto, para que se pudesse ver a cara irreconhecível de Till. E uma revista afro-americana tirou fotos do cadáver. As imagens assustadoras colocaram os EUA diante do incomodíssimo espelho do racismo e galvanizaram o movimento dos direitos civis. Contribuíram, por exemplo, para que em dezembro daquele ano Rosa Parks decidisse se sentar em um assento reservado para brancos num ônibus público no vizinho Estado do Alabama.
Nada disso, entretanto, impediu que os dois assassinos deixassem de pagar por sua atrocidade. Foram acusados de homicídio, mas um júri do Mississippi os absolveu. Ambos posaram vitoriosos depois da decisão judicial. Anos depois, os dois homens admitiram o crime numa entrevista, mas nunca voltaram a ser julgados com vida. Donham, porém, continua viva, tem 83 anos e reside na Carolina do Norte.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/12/internacional/1531418542_061754.html>. Acesso em: 15 out. 2018.
A partir da notícia apresentada e da história da segregação racial nos EUA, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
O racismo era garantido pela lei em muitos estados do sul dos EUA na época do ocorrido. 
b.
A notícia permite ilustrar como esse tipo de atrocidade acontecia tanto em cidades do Norte quanto do Sul, pois Emmett Till era de Chicago, no estado de Illinois onde nasceu a Ku Klux Klan.
c.
Apesar da violência do ocorrido, esse tipo de tragédia não favoreceu a causa da luta pelos direitos civis dos negros, pois militantes como Rosa Parks e Martin Luther King Jr. acreditavam, sobretudo, no diálogo como arma política.
d.
A história narrada na notícia apresentada mostra apenas um crime passional, sem qualquer relação com questões raciais.
e.
A notícia apresentada mostra como o sistema judiciário dos EUA foi capaz de reverter as injustiças cometidas contra Emmett Till, assim que a aprovação das leis dos direitos civis foi garantida, no final dos anos 1960.
Questão 4
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 Família Obama é alvo de racismo no Facebook
Usuários do Facebook têm usado grupos fechados dentro da rede social para ofender Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e sua família. As ofensas seguem estereótipos racistas e foram identificadas por um grupo de pesquisadores da Universidade Baylor, no Texas.
Ao todo, mais de 20 grupos e páginas foram analisados no estudo da instituição americana. Para mapear as ofensas, os acadêmicos usaram as palavras-chave “ódio” (hate, em inglês), “Barack Obama” e “Michelle Obama”. Mia Moody, PhD e professora assistente de jornalismo, foi quem liderou a pesquisa.
Os grupos, que recrutam seus integrantes por meio de panfletos ou boca a boca, espalham mensagens dizendo que os negros são inferiores e afirmam que a raça, historicamente, sempre sofreu opressão. Os membros usam ainda termos degradantes e associam a raça a animais e a demônios.
“O crescimento de grupos dentro do Facebook para uma atividade marginal ilustra uma evolução da propagação do ódio também dentro das redes sociais”, explica Moody. “Essas comunidades recrutam muitas pessoas on-line e crescem rapidamente”, diz.
Segundo a pesquisadora, a família Obama se tornou um alvo dentro desses grupos, nos quais seus membros se autodenominam simpáticos ao racismo.
Embora o Facebook incentive seus usuários a denunciarem esse tipo de ação dentro da rede, minorias continuam usando a plataforma para denegrir pessoas públicas, celebridades, atletas e políticos.
Disponível em: <https://veja.abril.com.br/tecnologia/familia-obama-e-alvo-de-racismo-no-facebook/>. Acesso em: 20 out. 2018.
A respeito da notícia apresentada e da permanência do racismo nos EUA, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
A associação entre negros e “demônios” realizada por grupos racistas na internet parte do histórico de igrejas brancas e protestantes dos EUA que consideravam a religião dos negros escravizados, o catolicismo, demoníaco.
b.
Como a notícia destaca, esse tipo de ofensa é realizado por poucos indivíduos isolados e, portanto, não permite refletir sobre a permanência do racismo naquela sociedade.
c.
Quando realizadas pela internet, esse tipo de ofensa (como aquelas recebidas pelo presidente Obama) não configura ato de racismo ou injúria racial, podendo ser compreendido como simples exercício da liberdade de expressão.
d.
A existência de grupos que se utilizam de diferentes instrumentos, digitais ou não, para divulgar mensagens racistas mostra como a luta pelos direitos civis não resultou em garantias legais para os negros dos EUA de hoje.
e.
Ao afirmar que “os negros são inferiores e [...] que a raça, historicamente, sempre sofreu opressão”, os grupos racistas mostram que se baseiam em um longo histórico de racismo que, no caso dos EUA, remonta à escravidão. 
Questão 5
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Texto da questão
A imagem a seguir retrata uma mobilização realizada no Harlem (bairro negro de Nova York), em apoio à marcha de Selma à Montgomery, a favor do reconhecimento dos direitos civis da população negra estadunidense e pelo fim dos obstáculos legais que impediam negros de votarem em algumas cidades do Sul.
 
 
A faixa ao centro diz “Nós marchamos com Selma! ”, abaixo os cartazes dizem “Liberdade começa em casa” e “Liberdade agora”. Disponível em: <http://www.lbjlibrary.org/press/marches-for-civil-rights>. Acesso em: 21 out. 2018.
A partir da imagem apresentada sobre a história da luta contra a segregação racial, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
O tamanho da marcha presente na foto acima mostra como a militância de Martin Luther King Jr. foi capaz de fortalecer uma mobilização nacional em torno da questão dos direitos civis no país. 
b.
A ausência de pessoas brancas na foto indica que o movimento de luta pelos direitos civis dos negros contava apenas com a mobilização da população afro-americana.
c.
Sendo o Harlem um bairro negro de Nova York, esse tipo de mobilização não foi capaz de pressionar as autoridades, pois estava confinado apenas à própria “bolha” dessa militância.
d.
A marcha ocorrida no estado do Alabama foi um acontecimento isolado que não mobilizou demais movimentações.
e.
Esse tipo de militância era comum nos EUA e acontecia, pacificamente, com o apoio das forças policiais que garantiam o exercício da livre expressão e manifestação.
Questão 6
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Texto da questão
 Memória afro na capital dos EUA
WASHINGTON DC - O jovem não se contenta em observar a escultura dos atletas olímpicos, uma das peças que mais atrai a atenção no Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, em Washington DC. Ele se posta ao lado dela e imita a imagem dos dois americanos que, em 1968, reproduziram no pódio a saudação do grupo Panteras Negras, em protesto contra a discriminação racial no país. Com a cabeça baixa, mão fechada e punho ao alto, o menino espera que o pai bata uma foto e logo sai da pose, para dar lugar a outro visitante, que repetirá seu gesto.
 
 
 
A cena parece ter virado rotina no espetacular museu, inaugurado há um ano na capital americana. E é só um exemplo da reação dos espectadores — majoritariamente negros — diante de um acervo que cobre a História afro-americana, do período da escravidão até aqui.
Adiante, outro destaque referente à chamada era da luta pelos direitos civis no país: o vestidode Rosa Parks, a costureira e ativista que, em dezembro de 1955, recusou-se a ceder seu lugar no ônibus a um branco. Entre as outras centenas de peças do museu, vamos encontrar as que lembram a contribuição dos negros, por exemplo, nas áreas da cultura e dos esportes: como as luvas de Muhammad Ali e o Cadillac de Chuck Berry.
Uma cidade-museu dos direitos civis
Em agosto 1963, foi a vez de Martin Luther King deixar seu nome associado para sempre ao memorial. Literalmente. Como um dos organizadores da Marcha sobre Washington — eram mais de 250 mil pessoas pedindo emprego, liberdade e fim da segregação racial —, o reverendo fez o discurso que marcou toda uma era. A famosa frase “I have a dream” está gravada na escadaria do memorial, no lugar em que King estava, quando a pronunciou.
Inspirado em um templo grego, o monumento tem 30m de altura e 36 colunas que correspondem aos 36 estados que os EUA tinham quando Lincoln morreu, em 1865. A escultura do presidente mede 5,8m, o equivalente, proporcionalmente, a 8,5m se ela tivesse sido modelada de pé. O memorial pode ser visitado todo dia.
 
 
 
Luther King. O Martin Luther King Jr. Memorial pode parecer inacabado pelo tipo de corte na pedra de onde sai sua imagem. Não está. E, para muitos, a forma como a escultura foi trabalhada mostra que a luta pelos direitos civis ainda está em processo.
A obra está dividida em duas partes. Dois enormes montes de pedra estão ligeiramente posicionados antes da escultura de King, de 9 metros de altura, como se estivessem abrindo passagem para o Nobel da Paz de 1964, assassinado em 1968. Alvo de diferentes críticas — da escolha do projetista, o escultor chinês Lei Yixin, a algumas das frases de King ali inscritas —, o monumento recebe milhares de turistas todo dia. Em meio aos jardins do National Mall, de frente para a Tidal Baisin, pode ser visitado a qualquer hora. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/boa-viagem/memoria-afro-na-capital-dos-eua-21966561>. Acesso em: 30 out. 2018.
A partir da notícia apresentada e da luta pelos direitos civis nos EUA, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
O memorial organiza uma narrativa bem-intencionada sobre a luta pelos direitos civis dos negros, mas termina por reproduzir um discurso vitimista ao dar destaque apenas para figuras que foram atacadas pelo racismo.
b.
A presença de figuras do esporte e da música no memorial dilui a proposta política da luta pelos direitos civis dos negros, que reivindicou mudanças da lei e não das práticas culturais do país.
c.
A criação de um memorial dedicado à memória afro-americana mostra como nos EUA, diferentemente do Brasil, há uma integração da história de origem africana ao entendimento da narrativa nacional daquele país.
d.
O monumento também foi alvo de críticas, que passaram pelo debate em torno de quais frases de Martin Luther King Jr. seriam escolhidas – o que mostra que o legado de Dr. King ainda pode ser alvo de discussões nos dias de hoje. 
e.
O fato de que o memorial seja visitado majoritariamente por negros mostra como brancos e latinos nos EUA são avessos à memória da luta pelos direitos civis.
Questão 7
Correto
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Texto da questão
Há pouco menos de vinte anos após a Guerra Civil, a maioria dos negros apenas transitara da situação da escravidão para a de párias. O projeto de Thaddeus Stevens, o arquiteto do programa Radical de Reconstrução, que visava desmantelar os latifúndios sulistas e dividi-lo em lotes de “40 acres de terra e uma mula”, nunca foi implementado. Sem terras e sem salários, num Sul empobrecido pela derrota na guerra, os ex-escravos voltaram a cair na dependência dos seus antigos senhores. Grande parte deles tornou-se meeiro nas lavouras onde antes eram escravos. Podiam pelo menos casar e constituir famílias, bem como formarem congregações religiosas separadas. As igrejas protestantes do Sul, particularmente as batistas, tornaram-se, nos longos e difíceis anos que se seguiram, os centros da comunidade negra e seu oásis espiritual. Por isso foram os alvos preferencias do terrorismo da Ku Klux Klan que as incendiavam em ataques noturnos. Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/educacao/historia/1963-a-luta-pelos-direitos-civis-de-abraham-lincoln-a-martin-luther-king,53cce93a0c2fb3be3d784c049ad7271axzxdpf88.html>. Acesso em: 15 out. 2018.
A partir do texto apresentado e da história da segregação racial nos EUA, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
Ao afirmar que os “ex-escravos voltaram a cair na dependência dos seus antigos senhores”, o texto reafirma os afro-americanos como um grupo passivo na política dos EUA daquele momento.
b.
O projeto de Thaddeus Stevens, de “40 acres de terra e uma mula”, seria incapaz de combater a desigualdade social, pois não havia interesse dos negros do Sul em trabalhar com atividades rurais.
c.
A KKK, baseada nos princípios de seu fundador, Dr. King, tinha um discurso racista violento, causando pânico em diversas áreas dos EUA.
d.
As igrejas protestantes do sul dos EUA se tornaram, ao mesmo tempo, espaço de acolhimento das comunidades afro-americanas e alvo dos ataques racistas de grupos como a KKK. 
e.
Após o fim da escravidão, os negros estadunidenses foram menos eficientes que os brancos na economia liberal dos EUA e, por isso, em um regime meritocrático, se tornaram o grupo mais pobre daquele país.
Questão 8
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Texto da questão
No centenário de Mandela, luta contra racismo continua atual
O líder sul-africano, com seu rosto tranquilo e voz calma, ensinou as pessoas que o racismo deveria ser substituído pelo amor
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela, o homem que pregou o amor ao invés do racismo faria 100 anos nesta quarta-feira (18). E a África do Sul está em festa nesta quarta-feira. (...)
O regime do Apartheid
A África do Sul foi colonizada por britânicos e holandeses. A presença dos colonizadores era pequena, se comparada à população local, mas isso não impediu que, no começo do século XX, leis que dividiam o país entre negros e brancos, favorecendo o segundo grupo, fossem aprovadas. (...) Nesta África do Sul dividida, brancos e negros não tinham acesso aos mesmos serviços de educação, saúde e nem mesmo podiam se casar.
Líder em um país partido
Foi neste país, partido pelas desigualdades, que Mandela viveu. Mas ele não se conformou e lutou contra elas. Após recusar se tornar um líder estudantil na Universidade Fort Hare, a primeira que frequentou, Mandela se mudou para Joanesburgo. Foi ali, na capital do país, que Mandela teve contato com o CNA. E começou a atuar na militância.
No início, ele fazia parte da ala que defendia estratégias de resistência não violentas. No entanto, à medida que aumentava a violência do Estado contra as pessoas negras, ele se viu obrigado a mudar de posição. Mandela ajudou a fundar e participou ativamente da criação do Umkhonto we Sizwe (Lança de uma Nação, em tradução livre do xhosa), o braço armado do CNA, também conhecido pela sigla MK.
Vigiado pela CIA
Sua liderança chamou tanta atenção que assim como os líderes dos movimentos de direitos civis nos EUA, Martin Luther King, Malcolm X e Medgar Evers, Mandela passou a ser vigiado pela CIA. Santoro destaca que a figura de Mandela surgiu no mesmo momento em que os Estados Unidos também viviam uma política de segregação racial. Por isso, os líderes negros norte-americanos estavam observando atentamente tudo o que se passava na África, em busca de inspiração. Portanto, Mandela pode ser considerado "uma das grandes referências na luta antirracista no século XX.
Prisão perpétua
Na cadeia, Mandela foi confinado e mal podia receber visitas. Sua própria mãe morreu acreditando que ele fosse um criminoso. Sua esposa na época, Winnie Mandela — uma mulher tão atuante quanto ele na luta contraa segregação racial, ela mesma presa diversas vezes — também não conseguia vê-lo mais que uma vez por ano. Ele não estava autorizado sequer a receber informações do mundo exterior e jornais não chegavam até a prisão. Com o tempo, Mandela se interessou por aprender o africâner, idioma falado principalmente pelos brancos na África do Sul. As pressões do governo contra ele também foram diminuindo, ao mesmo tempo que a pressão de instituições internacionais pela sua liberdade, aumentavam e ele recebia homenagens em vários lugares do mundo, mesmo estando preso.
 
A imagem de Mandela saindo da prisão com o punho erguido se tornou universal
Com a chegada de Frederik de Klerk ao poder, em 1989, as negociações para a soltura de Mandela avançam. No ano seguinte, o líder é posto em liberdade. Após ganhar o Nobel da Paz, em 1993 e ser eleito presidente no ano seguinte, Mandela se tornou um dos líderes mais conhecidos do planeta. Sua morte, em 2013, consternou o mundo inteiro. Mandela, com seu rosto tranquilo, ensinou as pessoas que o racismo deveria ser substituído pelo amor.
Disponível em: <https://noticias.r7.com/internacional/no-centenario-de-mandela-luta-contra-racismo-continua-atual-18072018> Acesso em: 18 out. 2018.
Considerando a história de vida de Nelson Mandela e a luta contra o racismo nos EUA e no restante do mundo, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
De acordo com a notícia, Mandela inicia sua militância aceitando estratégias de “respostas violentas à opressão violenta”, mas rapidamente mudou sua postura e adotou a não violência como princípio político.
b.
A biografia de Nelson Mandela permite pensar em uma série de paralelismos com àquelas das lideranças do movimento pelos direitos civis nos EUA: a luta dos negros por direitos contra a segregação nos anos 1960, a violência da repressão e o controle da CIA. 
c.
A prisão de Mandela nos EUA mostra como a presença da CIA no combate aos movimentos de independência na África se deu de maneira explícita.
d.
O fato de que Mandela se tornou ícone político é uma evidência de que o mundo de hoje, diferentemente do que acontecia no Apartheid, superou o racismo.
e.
A biografia de Nelson Mandela o distancia em muitos aspectos da militância realizada por lideranças como Martin Luther King Jr. e Malcolm X, pois, diferentemente dos dois últimos, ele viveu em país cujo regime (Apartheid) legalizava a segregação entre brancos e negros.
Questão 9
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 Aretha protagonizou revolução musical e política
Cantora foi pioneira ao levar o canto gospel para o pop
Ao levar para todos o canto que só o seu público da igreja conhecia, Aretha Franklin fez a revolução no pop. Mulher e negra que despontou numa época de feroz luta contra a segregação sexual e racial, ela o fez sem perder o sentido espiritual que guiou sua trajetória. A música de Aretha Franklin é aquela que chama para a ação, mas que também traz conforto para as almas angustiadas.
E tudo começou com “Respect”, canção do astro da soul music Otis Redding (1941-1967), à qual Aretha deu a versão definitiva em 1967, chegando com ela, pela primeira vez, ao primeiro lugar da parada americana de sucessos. Em sua voz, os versos de Otis atingiram os vários americanos que estavam necessitados de algum respeito para continuarem vivendo — mulheres, negros e jovens. A música, como disse a cantora em sua autobiografia, refletia “a necessidade de uma nação, a necessidade do homem e da mulher medianos na rua, do empresário, da mãe, do bombeiro, da professora — todos queriam respeito. Foi também um dos gritos de guerra do movimento pelos direitos civis. A canção assumiu um significado monumental. ”
[...]
Filiada ao Partido Democrata, ela cantou na posse de três presidentes americanos — incluindo Barack Obama, em 2009. Aretha foi ativa na luta pelos direitos civis, mesmo que atuando muitas vezes nos bastidores. Ajudou a financiar Martin Luther King e se articulava para soltar militantes da prisão. Esta semana, voltou a circular na internet uma reportagem dos anos 1970, que detalha os esforços da cantora para libertar a ativista Angela Davis, dos Panteras Negras, então chamada de "terrorista" pelo presidente Richard Nixon. Chegou a colocar em risco a sua reputação tentando pagar a fiança de Davis.
 
 
A partir da notícia apresentada e da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
 A canção Respect ganhou um “significado monumental” como hino dos Panteras Negras e lideranças como Angela Davis.
b.
Aretha Franklin, de acordo com a notícia, utilizou a luta pelos direitos civis para conseguir maior notoriedade em sua carreira.
c.
 O fato de que a canção Respect chegou ao primeiro lugar entre as músicas mais tocadas nas rádios americanas mostra a unanimidade da luta pelos direitos civis nos EUA.
d.
O texto permite pensar a associação entre grandes nomes da música negra dos EUA e a luta pelos direitos civis por meio de diferentes lideranças. 
e.
A classificação de Angela Davis como terrorista por parte do presidente republicano Richard Nixon mostra como os Panteras Negras estavam associados ao Partido Democrata e refletiam a divisão política dos EUA.
Questão 10
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Em 2018, fez 50 anos da morte de Martin Luther King, famoso ativista americano que lutou pelo fim da segregação racial nos Estados Unidos.
Seu discurso mais famoso dizia: " Tenho o sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em uma nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pelo teor do seu caráter".
Sobre o racismo nos Estados Unidos, assinale a alternativa correta.
Escolha uma:
a.
As restrições impostas aos negros estavam concentradas nos direitos políticos, ou seja, a impossibilidade de votar e serem votados.
b.
A lei garantia que brancos e negros tivessem o mesmo tratamento por parte do Estado, o que encerrava as contradições impostas pelo racismo.
c.
A abolição encerrou a segregação racial e os espaços públicos foram compartilhados entre brancos e negros.
d.
Vários foram os movimentos formados por negros, em busca de direitos iguais. 
e.
Assim como ocorreu no Brasil, a escravidão foi encerrada por pressão internacional.
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MUHAMMAD ALI (1942-2016)
O campeão que atirou uma medalha olímpica ao rio
Cassius Marcellus Clay Jr. nasceu a 17 de Janeiro de 1942, em Louisville. Seu pai, Cassius Marcellus Clay, pintava outdoors, e fora batizado com o nome do político americano com o mesmo nome, defensor da emancipação dos negros no século XIX. [...]
 
Fama e racismo
Em 1960, com 18 anos, surgiu o primeiro grande sucesso internacional ao arrebatar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma na categoria de meio-pesado (até 79,4kg), batendo na final o experiente polaco Zbigniew Pietrzykowski. De regresso à sua cidade natal, foi recebido em euforia por uma multidão, mas nem todos ficaram convencidos com o feito do jovem Clay. Na sua autobiografia, publicada em 1975, relata que entrou num restaurante cheio de brancos para comer um hambúrguer, mas o empregado recusou-se a servi-lo por ser negro e de nada adiantou dizer quem era e o que tinha feito. Decepcionado e revoltado, confessou ter atirado, por impulso, a medalha olímpica ao Rio Ohio [...]...em 1996, durante os Jogos Olímpicos de Atlanta, Clay recebeu uma medalha de substituição. O episódio do restaurante não seria esquecido e encorajaria a sua luta pelos direitos dos negros e pela igualdade racial.
O dia em que Ali voltou a ser "O Maior"
Em outubro de 1960 estreou-se como profissional, encerrando a fase amadora com um impressionante registro de 100 triunfos e cincoderrotas. Quatro anos depois chega a Miami, no estado da Florida, para discutir o mundial, com um currículo de 19 vitórias em outros tantos combates. Pela frente tem o favorito Sonny Liston, detentor do título desde 1962, com um impressionante registro de 28 triunfos consecutivos. Mas, sete assaltos depois, Clay era o novo campeão de pesos-pesados. “Eu sou o maior”, gritou perante a assistência chocada que preenchia o Convention Hall naquele dia 25 de fevereiro.
Nasce Muhammad Ali
Entre a multidão, encontravam-se os Beatles, que realizavam a sua primeira digressão pelos EUA, e um amigo recente de Cassius Clay: Al Hajj Malik Al-Shabazz, batizado como Malcolm Little e conhecido por Malcolm X. A história desta relação é relatada no recente livro “Blood Brothers: The Fatal Friendship Between Muhammad Ali and Malcolm X”, de Randy Roberts e Johnny Smith, publicado em 2016. Segundo os autores, Clay e Malcolm (que seria assassinado em fevereiro de 1965) conheceram-se em junho de 1962, numa cafeteria, em Detroit, quando o pugilista se preparava para assistir a uma reunião da Nação do Islã, uma organização afro-americana, de cariz político-religioso. Malcolm X passou a ser o seu conselheiro espiritual e político.
Por altura do combate com Liston, já corriam rumores de que Clay se havia juntado ao grupo muçulmano e o pugilista haveria desfazer todas as dúvidas, poucos dias depois, ao anunciar que se convertera ao islamismo, alterando o seu nome para Muhammad Ali. As suas posições políticas foram gerando cada vez mais polêmica, até que, em 1967, depois de se recusar a servir o exército americano na Guerra do Vietnã, solicitando o estatuto de objeto de consciência, e ter criticado o envio de soldados para este conflito, foi despojado do seu título mundial (recuperado posteriormente, por decisão do Supremo Tribunal dos EUA) e proibido de praticar boxe durante três anos. Estava no seu auge atlético.
 
 
 
[...] Em 1984, iniciaria aquela que foi a maior luta da sua vida, depois de lhe ser diagnosticada a doença de Parkinson. O “combate” durou 32 anos e Mohammad Ali acabou por sofrer, este sábado o seu primeiro KO. Durante estes anos, usou a sua popularidade para promover as pesquisas de cura para esta enfermidade, ao mesmo tempo que rodou o mundo, encontrando-se com líderes políticos, apoiando ações de beneficência e espalhando mensagens de paz e igualdade. Amado ou odiado, permaneceu por meio século como um dos personagens mais carismáticos do planeta e a sua lenda continua a inspirar gerações. Adaptado de: <https://www.publico.pt/2016/06/04/desporto/noticia/morreu-muhammad-ali-o-maior-pugilista-de-sempre-1734065>. Acesso em: 17 nov. 2018.
A partir da notícia apresentada, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
A proximidade de Muhammad Ali com a militância de Malcolm X mostra como o islamismo era o fator aglutinador majoritário na luta dos negros estadunidenses dos anos 1950 e 1960.
b.
A transformação do nome de Cassius Clay para Muhammad Ali é similar àquela realizada por Martin Luther King Jr., que alterou seu nome como homenagem a Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante.
c.
A recusa dos funcionários ou do restaurante em atender clientes negros, enquanto escolha de uma empresa particular, não estava em debate na luta pelos direitos civis, que dizia respeito a direitos políticos.
d.
O episódio do restaurante em que os funcionários se recusaram a servir o jovem Cassius Clay mostra como a conquista dos Direitos Civis dos negros não teve qualquer impacto no combate ao racismo nos EUA.
e.
Apesar de sua proximidade com Malcolm X, na biografia de Muhammad Ali encontramos alguns pontos em comum com a militância de Martin Luther King Jr. e a inspiração na luta por igualdade racial para além das fronteiras dos EUA. 
Questão 2
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Em 1967, Martin Luther King Jr. realizou o discurso abaixo:
Para além do Vietnã
E eu sabia que a América jamais investiria as verbas ou as energias necessárias para reabilitar os seus pobres, enquanto aventuras como a do Vietnã continuassem a drenar homens, habilidades e dinheiro como uma força demoníaca e destrutiva. Então me senti cada vez mais compelido a ver a guerra como um inimigo dos pobres e a atacá-la como tal.
[...]
Os jovens negros que foram frustrados pela nossa sociedade são enviados ao Sudeste Asiático, para garantir, a mais de 12 mil quilômetros de distância, liberdades que inexistem aqui no Sudoeste da Geórgia ou no Leste do Harlem. Assim fomos repetidamente confrontados pela cruel ironia de assistir pela televisão a jovens negros e brancos morrerem lado a lado por uma nação que não permitiu que dividissem os mesmos bancos escolares. Assistimos, então, a essa brutal solidariedade que os levava a incendiar juntos as casas de uma aldeia, mas percebemos que dificilmente eles morariam no mesmo quarteirão em Chicago. Não poderia me silenciar diante de tão cruel manipulação dos pobres.
Minha terceira razão leva-me a um nível ainda mais profundo de consciência, por nascer da minha experiência nos guetos do Norte, ao longo dos três últimos anos, em particular, dos três últimos verões. Ao andar entre jovens desesperados, rejeitados e agressivos, eu dizia-lhes que coquetéis molotov e rifles não resolveriam os seus problemas. Tentei oferecer-lhes a minha profunda compaixão enquanto mantinha a minha convicção de que a mudança social se conquista de forma significativa por meio da não violência. Mas, com razão, eles perguntavam: “E o Vietnã?” Eles me perguntavam se nossa própria nação não estava usando doses maciças de violência para resolver os seus problemas, para forjar as mudanças que desejava. As perguntas atingiram o alvo, e eu soube que jamais poderia levantar minha voz outra vez contra a violência dos oprimidos nos guetos sem antes falar claramente do maior fornecedor de violência do mundo hoje: o meu próprio governo. Em nome desses rapazes, em nome desse governo, em nome dos povos 
atemorizados pela nossa violência, não posso silenciar. Para aqueles que me perguntam: “Você não é um líder dos direitos civis?” e, dessa forma, desejam excluir-me do movimento pela paz, tenho a seguinte resposta. Em 1957, quando criamos a Conferência da Liderança Cristã do Sul, escolhemos como lema “Salvar a alma da América”. Estávamos convencidos de que não poderíamos limitar a nossa visão a certos direitos para os negros, mas sim afirmar a convicção de que a América jamais se libertaria de si mesma até que os descendentes de escravos fossem totalmente libertados dos grilhões que ainda carregavam. De certa forma, concordávamos com Langston Hughes, o bardo negro do Harlem, que anteriormente escreveu: Oh, sim, falo com clareza, A América nunca foi América para mim, E, no entanto, eu juro: Será, enfim!
KING JR., Martin Luther. Um apelo à consciência - Os melhores discursos de Martin Luther King. Rio de Janeiro: Zahar, 2006, p. 87-88.
Considere, agora, as seguintes assertivas:
I. De acordo com Martin Luther King Jr., havia uma grande contradição entre a luta dos EUA em nome da liberdade no Vietnã enquanto a população negra estadunidense vivia impedida do exercício pleno de sua cidadania em bairros e escolas segregadas.
II. Na luta pela não violência, Martin Luther King Jr. considerava o governo dos Estados Unidos como o maior fornecedor da violência no mundo naquele momento.
III. As críticas de Martin Luther King Jr. apontam para a impossibilidade de uma sociedade integrada entre negros e brancos nos EUA.
IV. O discurso de Martin Luther King Jr. aponta também para seus críticos que desejavam excluí-lo do movimento pela paz e o definiam como um militante apenas da causa dos direitos civis.
É correto o que se afirma em:
Escolha uma:
a.
Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas. 
b.
Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
c.
Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
d.
Apenas a assertiva I está correta.
e.
Apenas as assertivas I e II estão corretas.
Questão 3
Correto
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Texto da questão
 Chefe da Marvel Studios sugere que Stan Lee deixou várias participações gravadas para filmes do estúdio
Após a morte de Stan Lee, nesta segunda (12), surgiu a informação de que o lendário quadrinista deixou a sua participação em Vingadores 4 gravada. Mas, ao que indica o presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, disse que há muito mais filmagens para futuros filmes da editora.
Após a triste notícia, a Variety relembrou uma informação que surgiu ainda em 2017 e a questionou ao executivo. Stan Lee tinha deixado inúmeras cenas para futuros longas. No entanto, os títulos dessas produções não foram revelados.
“Eu não vou contar para vocês especificamente, mas Stan sempre adora uma boa surpresa”, indicou Kevin Feige.
O presidente da Marvel ainda destacou a estratégia criada pela empresa nos cinemas. O executivo garante que Stan Lee teve grande ajuda no sucesso dos filmes da editora.
“Stan sempre foi gracioso com todos nós da Marvel Studios e sempre nos encorajou. Além da sua persona dos palcos, Stan era muito humilde. Ele não era o tipo de pessoa que chegava e nos dizia como ser, mas nos encorajava para seguir a sua liderança. Pegue Pantera Negra – pessoas falam sobre a importância do filme e o quanto é bravo a Disney ter investido em um elenco inteiramente afro-americano – o que é totalmente verdade. Mas, Stan e Jack Kirby fizeram isso na década de 60, criando o personagem durante a Guerra dos Direitos Civis”, destacou o presidente da Marvel.
A causa da morte de Stan Lee ainda não foi divulgada, mas o quadrinista sofria com problemas de saúde desde a morte de sua esposa, em 2017. Disponível em: <https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/filmes/2018/11/chefe-da-marvel-studios-sugere-que-stan-lee-deixou-varias-participacoes-gravadas-para-filmes-do-estudio>. Acesso em: 18 nov. 2018.
Considerando a notícia apresentada e a história da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
A criação do personagem “Pantera Negra”, ao exaltar o direito de uma resposta violenta da comunidade afro-americana diante da opressão, era também uma crítica ao pacifismo pregado por Martin Luther King Jr.
b.
A notícia mostra como apenas atualmente foi possível transformar o personagem Pantera Negra em metáfora para a questão do racismo, com o apoio de grandes estúdios de cinema.
c.
A notícia apresentada demonstra como a indústria cultural se opôs à luta pelos direitos civis ao transformá-la em produtos culturais sem qualquer impacto social, como os quadrinhos de heróis.
d.
Na condição de homem branco, Stan Lee não poderia ter qualquer relevância para a militância em favor dos direitos civis dos negros dos EUA.
e.
A criação de um herói chamado “Pantera Negra” durante os anos 1960 mostra um posicionamento político de Stan Lee e Jack Kirby favorável à luta pelos direitos civis. 
Questão 4
Correto
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Texto da questão
Em 1957, Martin Luther King Jr proferiu o discurso abaixo:
Deixem-nos votar
Deixem-nos votar, e não mais importunaremos o governo federal para falar de nossos direitos básicos. Deixem-nos votar, e não mais imploraremos ao governo federal pela promulgação de uma lei antilinchamento; com a força de nosso voto, inscreveremos essa lei nas leis do Sul e acabaremos com os atos covardes dos encapuzados que disseminam a violência. Deixem-nos votar (Deixem-nos votar), e transformaremos as más ações visíveis de multidões sanguinárias na calculada boa ação de pacatos cidadãos. Deixem-nos votar (Deixem-nos votar), e encheremos as assembleias legislativas com homens de boa vontade e enviaremos às câmaras sagradas do Congresso homens que, devotos do manifesto da justiça, jamais assinarão um “Manifesto Sulista”.11 Deixem-nos votar (Sim), e colocaremos, nos tribunais do Sul, juízes que atuarão com justiça e amarão a misericórdia, e colocaremos, à frente dos estados sulistas, governadores que experimentaram não só a amargura dos homens, mas o ardor de Deus. Deixem-nos votar (Sim), e implementaremos com calma e não-violência, sem rancor ou ressentimento, a decisão da Suprema Corte de 17 de maio de 1954 (Isso mesmo). Neste momento decisivo da história de nossa nação, precisamos com urgência de uma liderança corajosa e dedicada. Se desejamos solucionar os problemas futuros e tornar a justiça racial uma realidade, essa liderança deve ser quadruplicada. Em primeiro lugar, precisamos de uma liderança forte e agressiva por parte do governo federal. Até agora, apenas o Poder Judiciário mostrou-se capaz de exercer essa liderança. Se os Poderes Executivo e Legislativo estivessem tão preocupados com a proteção dos direitos dos cidadãos quanto os tribunais federais, então a transição de uma sociedade segregacionista para uma integracionista seria infinitamente mais suave. Mas, com essa preocupação, muitas vezes olhamos para Washington em vão. Em meio a um trágico colapso da lei e da ordem, o Poder Executivo federal permanece demasiadamente silencioso e apático. Em meio à desesperadora necessidade de uma legislação dos direitos civis, o Poder Legislativo permanece demasiadamente estagnado e dissimulado.
KING JR, Martin Luther. Um apelo à consciência - Os melhores discursos de Martin Luther King. Rio de Janeiro: Zahar.2006, p. 37.
Considere agora as seguintes asserções:
I. No discurso apresentado, Martin Luther King Jr. considera que os principais entraves para a construção de uma sociedade integrada são os obstáculos legais que impedem o negro
de votar e o poder judiciário, incapaz de exercer um papel de liderança no combate à segregação
II. Para Martin Luther King Jr., a transição de uma sociedade segregacionista para uma integracionista não poderia ser suave se os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) não exercessem o papel de liderança na proteção dos direitos do cidadão.
É correto o que se afirma em:
Escolha uma:
a.
A primeira asserção está incorreta e a segunda correta. 
b.
A segunda asserção está incorreta e a primeira está correta.
c.
Ambas as asserções estão corretas, mas uma não justifica a outra.
d.
As duas asserções estão corretas e a segunda é uma justificativa da primeira.
e.
As duas asserções estão corretas e a primeira é uma justificativa da segunda.
Questão 5
Correto
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Texto da questão
Malcolm X e Martin Luther King, ícones da luta contra o racismo
Malcolm X pregava o enfrentamento, enquanto Luther King adotava um discurso mais pacifista: qual mensagem seria mais eficiente nos dias de hoje?
Neste mês de abril, completam-se 50 anos da morte do pacifista Martin Luther King, Prêmio Nobel da Paz, em 1964. Ele também foi considerado o Homem do Ano de 1963 pela Revista Time pelo seu discurso histórico, “I have a dream“.
O professor Ricardo Alexino Ferreira destaca a importância de Luther King, mas questiona se o seu discurso pacifista fazia de fato efeito em um mundo tão violento.
Com outro discurso mais enfático, Malcolm X, outra liderança negra contemporânea de Luther King, pregava o enfrentamento em que a violência seria uma autodefesa dos negros contra o racismo.
Martin Luther King morreu a tiros, em 4 de abril de 1968; Malcolm X morreu também a tiros, em 21 de fevereiro de 1965.
Segundo o professor Alexino Ferreira, a contemporaneidade apresenta uma intensidade maior do racismo em todas as suas formas, o que significa que os modelos Luther King e Malcolm X precisariam ser revistos.
Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/malcom-x-e-martin-luther-king-icones-da-luta-contra-o-racismo/>. Acesso em: 19 nov. 2018.
A partir do texto apresentado, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
De acordo com o entrevistado, vivemos um mundo com um racismo mais intenso nos dias de hoje e, por isso, a militância pacifista de Martin Luther King Jr. não teria sido tão efetiva quanto é enaltecida, ainda nos dias de hoje. 
b.
Segundo o professor entrevistado, apenas o discurso de Malcolm X teria qualquer alcance naviolenta contemporaneidade e, por isso, ele deveria ser recuperado pela militância atual.
c.
Segundo o professor entrevistado, os modelos de militância propostos por Dr. King e Malcolm X, apesar de suas divergências, poderiam ser utilizados – revisitados - nos dias de hoje com efeitos positivos.
d.
De acordo com o entrevistado, graças a militância de figuras como Martin Luther King Jr. e Malcolm X, vivemos hoje em um mundo menos racista do que no passado.
e.
De acordo com o entrevistado, as ideias de Martin Luther King Jr., marcadas pelo pacifismo, seriam um importante contraponto para a violência do mundo contemporâneo.
Questão 6
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
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Texto da questão
O trecho abaixo é do livro de Angela Davis, Mulheres, Raça e Classe:
Elizabeth Cady Stanton e Susan B. Anthony concordavam com os abolicionistas radicais, que diziam que o fim da Guerra Civil poderia ser precipitado por meio da emancipação da população escrava e de seu alistamento no Exército da União. Elas tentaram reunir um número massivo de mulheres em torno dessa posição, lançando uma convocação para que fosse organizada a Liga das Mulheres pela Lealdade. No encontro inaugural, centenas de mulheres concordaram em promover o esforço de guerra, fazendo circular petições pela emancipação da população escrava. Elas não foram unânimes, contudo, em sua reação à resolução proposta por Susan B. Anthony de associar os direitos das mulheres à libertação do povo negro.
A resolução proposta afirmava que nunca haveria paz verdadeira na república até que fossem reconhecidos na prática “os direitos civis e políticos de todos os cidadãos de descendência africana e de todas as mulheres”. Infelizmente, considerando os desdobramentos do pós-guerra, parece que essa resolução havia sido motivada pelo medo de que as mulheres (brancas) fossem deixadas de lado quando as pessoas escravizadas aflorassem sob a luz da liberdade. Contudo, Angelina Grimké propôs uma defesa principista da unidade entre a libertação negra e a libertação feminina: “Quero ser igualada ao negro”, ela insistia. “Até que ele tenha seus direitos, nós nunca teremos os nossos”.
Alegro-me imensamente que a resolução nos una ao negro. Sinto que estivemos com ele; que o ferro entrou em nossa alma. Verdade, nós não sentimos o açoite do senhor de escravos! Verdade, não tivemos nossas mãos algemadas, mas nosso coração foi arrasado.
Nessa convenção de fundação da Liga das Mulheres pela Lealdade – para a qual todas as veteranas da campanha abolicionista e do movimento pelos direitos das mulheres foram convidadas –, Angelina Grimké, como de hábito, propôs a interpretação mais inovadora da guerra, que ela descreveu como “nossa segunda revolução”:
“A guerra não é, como o Sul falsamente alega, uma guerra de raças, nem de setores, nem de partidos políticos, mas é uma guerra de princípios, uma guerra contra as classes trabalhadoras, brancas ou negras [...]. Nessa guerra, o homem negro foi a primeira vítima, o trabalhador de qualquer cor, a seguinte; e agora todas as pessoas que defendem os direitos ao trabalho, à liberdade de expressão, às escolas livres, ao sufrágio livre e a um governo livre [...] são levadas a participar da batalha em defesa desses direitos ou a sucumbir com eles, vítimas da mesma violência que, por dois séculos, manteve o homem negro como prisioneiro de guerra. Enquanto o Sul travou essa guerra contra os direitos humanos, o Norte esteve a postos para deter aqueles que apedrejavam a liberdade até a morte [...]. A nação está em uma luta de vida ou morte. Ou ela se tornará uma imensa escravocracia de pequenos tiranos, ou realmente a terra dos livres [...].”
 
(DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 76-77))
A partir do texto apresentado é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
Ao afirmar que as participantes da Liga das Mulheres “não foram unânimes, contudo, em sua reação à resolução proposta por Susan B. Anthony de associar os direitos das mulheres à libertação do povo negro”, Davis mostra como a luta contra o racismo e o machismo não podem se articular em suas diferentes pautas.
b.
Ao afirmar “Até que ele tenha seus direitos, nós nunca teremos os nossos”, Angelina Grimké relaciona a libertação dos negros e o direito civil das mulheres. 
c.
Ao longo da história dos EUA, não foi possível integrar o negro à sociedade de classes, dada a ação de grupos femininos.
d.
Ao afirmar “A nação está em uma luta de vida ou morte”, Angelina Grimké se refere à luta das mulheres negras contra as condições de trabalho dos EUA durante a Guerra Civil.
e.
A Guerra Civil nos EUA não tinha como um de seus dilemas principais a questão racial, mas militantes – como os descritos acima – utilizaram o conflito para popularizar a pauta abolicionista.
Questão 7
Correto
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Texto da questão
 O 20 de novembro e o negro no Brasil de hoje
Kabengele Munanga
De todos os africanos transportados para as Américas através do tráfico atlântico entre os séculos XVI e XIX, cerca de 40% deles tiveram o Brasil como país de destinação. De acordo com os resultados do último censo populacional realizado pelo IBGE em 2010, a população negra, isto é, preta e parda, constitui hoje cerca de 51% da população total, ou seja, 100 milhões de brasileiros e brasileiras em termos absolutos. O que faz do Brasil o maior país de população negra das Américas, e mesmo em relação à África dita Negra, o Brasil só perde da Nigéria, que é o país mais populoso da África Subsaariana.
Mas qual é o lugar que essa população negra ocupa no Brasil de hoje depois de 130 anos da abolição da escravatura? Responderia que este lugar entrou no processo afirmativo de sua construção somente a partir dos últimos vinte anos no máximo. Se depois da assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, o Brasil oficial tivesse desde já iniciado o processo de inclusão dos ex-escravizados africanos e seus descendentes no mundo livre e no mercado de trabalho capitalista nascente, a situação do negro no Brasil de 2018 seria certamente diferente em termos de inclusão social. Nada foi feito, pois o negro liberto foi abandonado à sua própria sorte e as desigualdades herdadas da escravidão se aprofundaram diante de um racismo sui generis encoberto pela ideologia de democracia racial. Trata-se de um quadro de desigualdades raciais acumuladas nos últimos mais de trezentos anos que nenhuma política seria capaz de aniquilar em apenas duas ou três décadas de experiência de políticas afirmativas. Por isso, a invisibilidade do negro, ou melhor, sua sub-representação em diversos setores da vida nacional que exigem comando e responsabilidade vinculados a uma formação superior, ou universitária e técnica, de boa qualidade é ainda patente.
Era preciso começar a partir de algum momento, em vez de ficar eternamente preso ao mito de democracia racial que congelou a mobilidade social do negro nesses 130 anos da abolição. O início é como todos os inícios, geralmente lento, pois encontra em seu caminho hesitações, resistências e inércia das ideologias anteriores. Mas, de qualquer modo, se começou sem recuo, como se pode perceber hoje em algumas áreas como a Educação. As universidades que adotaram políticas de cotas para ingresso de negros e indígenas tiveram nos últimos dez anos um número de alunos negros e indígenas proporcionalmente superior ao de todos os negros que ingressaram em suas escolas durante quase um século da criação da universidade brasileira. Dizer que essas políticas são paliativas, como ouvi tantas vezes, não condiz com o progresso de inclusão observável e inegável. Certo, concordamos todos que é preciso melhorar o nível da escola pública, realidade à qual ninguém se contrapõe, apesar da consciência de que a escola pública não melhorará amanhã diante dos lobbys dos donos das escolas privadas e da falta da mobilização da sociedade civil brasileira em todas as suas classes sociais para mudá-la.
A data de 13 de maio é sem dúvida uma data histórica importante,

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