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inquerito policial

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Inquérito 
Policial 
Carreiras Policiais 
 
 
 
 
Direito Processual 
Penal 
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APRESENTAÇÃO: 
 
A presente apostila foi desenvolvida especificamente para os concursos voltados para 
as carreiras policiais, especificamente a polícia judiciária, seja no âmbito estadual 
(PC) ou no âmbito federal (PF). Nela estaremos abordando, de forma teórica e com 
questões comentadas, os principais temas cobrados para esses concursos dentro da 
matéria de direito processual penal. 
 
Após um levantamento das últimas provas das Polícias Civis do país, bem como da 
Polícia Federal, nos diversos cargos destas (com especial atenção aos cargos de 
Delegado, Escrivão, Investigador e Perito Criminal), separamos os temas que são 
mais cobrados nestes concursos na matéria de direito processual penal, os quais estão 
sendo abordados na referida apostila. 
 
A apostila está dividida com os seguintes tópicos: A presente apostila é conteúdo 
gratuito que contém somente um tópico da apostila original, qual seja: Inquérito 
Policial. 
 
Ao final do referido tópico disponibilizamos 20 questões comentadas. 
 
 
 
 
 
 
Bons estudos!! 
 
 
 
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Sumário 
 
2. Inquérito Policial ...................................................................................................... 1 
2.1 Atribuição (Competência) ................................................................................ 2 
2.1.1 Da Atribuição em Face da Natureza da Infração Penal .............................. 4 
2.1.2 Da Atribuição em Face do Local da Consumação da Infração Penal ........ 7 
2.2 Verificação de Procedência das Informações (VPI) ......................................... 8 
2.3 Características do Inquérito Policial ................................................................. 8 
2.3.1 Escrito ......................................................................................................... 9 
2.3.2 Inquisitorial (Inquisitivo / Inquisitório) ...................................................... 9 
2.3.3 Discricionário ........................................................................................... 10 
2.3.4 Oficial ....................................................................................................... 12 
2.3.5 Oficioso .................................................................................................... 12 
2.3.6 Sigiloso ..................................................................................................... 12 
2.3.7 Indisponível .............................................................................................. 15 
2.3.8 Dispensável ............................................................................................... 15 
2.4 Valor Probatório do Inquérito Policial ........................................................... 17 
2.5 Prazos para Conclusão do Inquérito Policial .................................................. 19 
2.5.1 Regra Geral ............................................................................................... 19 
2.5.2 Prazos Especiais ....................................................................................... 19 
2.5.3 Prazo para Conclusão do Inquérito Policial no Caso de Indiciado Preso 
Temporariamente .................................................................................................... 21 
2.5.4 Contagem dos Prazos ............................................................................... 21 
2.6 Vícios .............................................................................................................. 22 
2.7 Notícia do Crime (Notitia Criminis) ............................................................... 22 
2.7.1 Espécies de Notícia Crime ........................................................................ 23 
2.7.1.1 Notícia Crime Direta ou Espontânea (Cognição Imediata) ............... 23 
2.7.1.2 Notícia Crime Inqualificada ou Delação Apócrifa (a chamada 
“denúncia anônima”) .......................................................................................... 23 
2.7.1.3 Notícia Crime Indireta ou Provocada (Cognição Mediata) ............... 24 
2.7.1.3.1 Requisição do juiz ou do Ministério Público ................................ 24 
2.7.1.3.2 Requerimento da Vítima ............................................................... 24 
2.7.1.3.3 Delação ......................................................................................... 25 
 
 
 
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2.7.1.3.4 Representação da Vítima (Delatio Criminis Postulatória) ........... 25 
2.7.1.3.5 Requisição do Ministro da Justiça ................................................ 25 
2.7.1.4 Notícia Crime Revestida de Forma Coercitiva ................................. 26 
2.8 Procedimentos do Inquérito Policial............................................................... 27 
2.8.1 Início ......................................................................................................... 27 
2.8.2 Desenvolvimento ...................................................................................... 27 
2.8.2.1 Indiciamento ...................................................................................... 29 
2.8.2.1.1 Indiciado Menor ............................................................................ 30 
2.8.2.1.2 Desindiciamento ........................................................................... 30 
2.8.2.1.3 Vedação do Indiciamento ............................................................. 31 
2.8.3 Final do Inquérito Policial ........................................................................ 34 
2.8.3.1 Destino dos Autos do Inquérito Policial ........................................... 34 
2.8.3.1.1 Crimes de Ação Penal Pública ...................................................... 36 
2.8.3.1.2 Crimes de Ação Penal Privada ...................................................... 38 
2.9 Arquivamento do Inquérito Policial ............................................................... 39 
2.9.1 Efeitos do Arquivamento do IP ................................................................ 41 
2.9.2 Arquivamento Implícito ........................................................................... 44 
2.9.3 Arquivamento Indireto ............................................................................. 45 
2.10 Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) ............................................... 45 
2.11 Controle Externo da Atividade Policial .......................................................... 46 
2.12 Questões ......................................................................................................... 47 
 
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2. Inquérito Policial 
 
A persecução criminal apresenta dois momentos distintos: o da investigação e 
o da ação penal. Esta
consiste no pedido de julgamento da pretensão punitiva, 
enquanto a primeira é atividade preparatória da ação penal, de caráter preliminar 
e informativo. Em outros termos, a persecução penal estatal se constitui de duas 
etapas: (1) a investigação preliminar, gênero do qual é espécie o inquérito 
policial, objeto deste capítulo, cujo objetivo é formar lastro probatório mínimo 
para a deflagração válida da fase seguinte; e (2) o processo penal, que é 
desencadeado pela propositura de ação penal perante o Judiciário. 
 
Inquérito Policial é um procedimento administrativo inquisitório e 
preparatório, anterior ao processo, presidido pela autoridade policial 
(Delegado de Polícia) que conduz diligências, as quais objetivam a colheita de 
elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração 
penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 
 
● Natureza Jurídica: Procedimento Administrativo 
 
Procedimento: Não se trata, pois, de processo judicial, nem tampouco de processo 
administrativo, porquanto dele não resulta a imposição direta de nenhuma sanção. 
 
Administrativo: O inquérito policial é um procedimento administrativo, porque é 
realizado pela polícia judiciária, que é um órgão do Poder Executivo, poder este que tem 
como função típica a de administrar a coisa pública. Apesar do nome polícia judiciária, ela 
não é subordinada ao Poder Judiciário e sim ao Poder Executivo, haja vista o delegado da 
polícia estadual (a PC como um todo) está subordinado ao Secretário de Segurança Pública, 
e este, por sua vez, está subordinado ao Governador de Estado, responsável pela 
administração pública estadual. De igual modo, o delegado da polícia federal (a PF como 
um todo) está subordinado ao Ministro da Justiça, e este, por sua vez, está subordinado ao 
Presidente da República, responsável pela administração pública federal (caso queira saber mais 
acerca da organização dos órgãos de segurança pública, os quais se inserem a PC e a PF – Apostila Revisão 
Final – Carreiras Policiais – Direito Constitucional, tópico 6, páginas 169 a 173). 
 
● Finalidade: Preparatório – informar o titular da ação penal sobre o resultado da 
investigação criminal, colaborando com a formação da sua opinião quanto à existência e à 
autoria de determinado crime. 
 
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2.1 Atribuição (Competência) 
 
Anote-se que, conforme disposto na Constituição Federal, a atividade de polícia 
de segurança compreende a polícia ostensiva (administrativa) e a polícia 
judiciária. A polícia ostensiva tem por objetivo prevenir os delitos de forma a 
se preservar a ordem pública. A polícia judiciária exerce atividades de 
investigação, de apuração das infrações penais e de indicação de sua autoria, a 
fim de fornecer os elementos necessários ao Ministério Público em sua função 
persecutória das condutas criminosas, ou seja, é a polícia judiciária que é 
responsável pela produção do inquérito policial (IP), especificamente a 
autoridade da polícia judiciária (Delegado de Polícia que preside o IP – art. 2º, 
§1º, da Lei 12.830/13). 
 
Desse modo, A atividade policial no Brasil pode ser analisada em duas espécies: 
 
● Polícia Administrativa (Ostensiva) 
A polícia administrativa, enquanto exerce atividade policial, é aquela que tem 
natureza preventiva do ilícito penal e possui uma característica ostensiva, 
como a Polícia Militar (PM) a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia 
Ferroviária Federal (PFF). 
 
● Polícia Judiciária 
A polícia judiciária atua quando a polícia administrativa não funciona. A sua 
natureza é repressiva, ocorrendo a sua atuação quando o ilícito penal já 
ocorreu. A polícia judiciária dos Estados e do Distrito Federal é a Polícia Civil 
(PC), e a Polícia Federal (PF) é exclusiva da União. A Polícia Civil e a Polícia 
Federal são polícias judiciárias não subordinadas ao Poder Judiciário. A Polícia 
Civil é subordinada aos governadores dos Estados e do Distrito Federal, e a 
Polícia Federal, ao Presidente da República, ou seja, ambas ao Poder Executivo. 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade Policial 
Polícia Administrativa 
(Ostensiva): 
→ Prevenir delitos (é 
preventiva). 
→ Atua antes mesmo de 
ocorrer um crime. 
Funções típicas da: PRF, 
PFF e PM 
Polícia Judiciária: 
 
→ Atividades de investigação, 
de apuração das infrações 
penais e a indicação de sua 
autoria (responsável pelo IP) 
 
→ Auxilia o judiciário. 
 
→ Atua depois que ocorreu o 
crime (é repressiva). 
Funções típicas da: PF e PC. 
 
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Importante ressaltar, todavia, que, se tratando de crimes militares, a atribuição 
para as investigações recai sobre a autoridade de polícia judiciária militar 
(PM, Corpo de Bombeiros, Exército, Marinha ou Aeronáutica), a quem 
compete determinar a instauração de inquérito policial militar (IPM). 
 
Desse modo, as autoridades dos seguintes órgãos podem instaurar e presidir um 
inquérito policial (IP) para investigar infrações penais: 
 
→ Polícia Civil 
 
→ Polícia Federal 
 
Temos ainda o inquérito policial militar (IPM), o qual é instaurado e presidido 
pela autoridade da: 
 
→ Polícia Judiciária Militar - (PM, Corpo de Bombeiros, Exército, 
Marinha e Aeronáutica) – trata-se de uma EXCEÇÃO / função atípica, 
ocorre nos casos de crimes militares - IPM. 
 
**OBS: Na presente apostila estaremos tratando especificamente do inquérito 
policial propriamente dito, que é aquele que compete a PC e a PF, sem 
adentrar em especificidades do IPM (salvo quando falarmos expressamente de 
que se trata do IPM), uma vez que estamos abordando estritamente o CPP, e 
não do CPPM. 
 
Não obstante, vale lembrar que a atividade investigatória que antecede uma 
ação penal NÃO é exclusiva da Polícia Judiciária. Com efeito, o próprio 
Código de Processo Penal, em seu art. 4°, parágrafo único, acentua que a 
atribuição para a apuração das infrações penais e de sua autoria não excluirá a 
de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 
Ou seja, existem outros instrumentos que investigam infrações penais que 
 
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não são policiais (que NÃO são inquéritos policiais), tais quais: Inquérito 
Parlamentar, o qual fica a encargo da Comissão Parlamentar de Inquérito; 
Investigação Criminal a encargo do Ministério Público (apesar de haver 
entendimento doutrinário divergente, o STF reconheceu a legitimidade do 
Ministério Público para promover, por autoridade própria, investigações de 
natureza penal – info 785 do STF); as investigações de infrações penais 
praticadas por magistrados ou por promotores, as quais são presididas pelos 
órgãos de cúpula de cada carreira, de acordo com o que dispõe o art. 33, 
parágrafo único, da LOMAN, e art. 41, parágrafo único, da LONMP; dentre 
outros. 
 
2.1.1 Da Atribuição em Face da Natureza da Infração Penal 
 
Estabelecidos quais os órgãos que podem instaurar IP, cabe agora estabelecer 
quando será a competência de cada um destes para exercer tal função. 
 
A autoridade policial responsável para instauração de um IP (a competência para 
investigação) será definida, a princípio, pela natureza da infração praticada,
valendo lembrar que eventual investigação policial em andamento somente 
poderá ser avocada ou redistribuída por superior hierárquico, mediante despacho 
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de 
inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que 
prejudique a eficácia da investigação (Lei no 12.830/13, art. 2°, § 4°). 
 
Em se tratando de crime militar, a atribuição para as investigações recai sobre a 
autoridade de polícia judiciária militar, a quem compete determinar a 
instauração de inquérito policial militar (IPM), seja no âmbito das Polícias 
Militares ou dos Corpos de Bombeiros, nos crimes da alçada da Justiça Militar 
Estadual, seja no âmbito do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica, em 
relação aos crimes militares de competência da Justiça Militar da União. No 
caso de militares federais de corporações distintas, mas sujeitos à Justiça Militar 
 
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da União (v.g., crime militar praticado em coautoria por um militar do Exército e 
outro da Aeronáutica), afigura-se possível uma interpretação extensiva do art. 
97, parágrafo único, do CPPM, concluindo-se, então, que a atribuição para a 
presidência do IPM será determinada pela prevenção. Caso, todavia, o crime 
tenha sido cometido por um oficial da ativa do Exército e um soldado da 
Marinha, prevalece a atribuição da corporação à qual pertence o oficial da ativa, 
daí por que, nessa hipótese, o IPM deveria ser instaurado no âmbito do Exército. 
 
No caso de infrações penais de competência da Justiça Federal, a atribuição 
para a realização das investigações incide sobre a Policia Federal. Afinal, de 
acordo com o art. 144, § 1°, I, primeira parte, da Constituição Federal, à Polícia 
Federal incumbe a apuração de infrações penais contra a ordem política e social 
ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades 
autárquicas e empresas públicas. Ademais, de acordo com o art. 144, § 1°, IV, 
da Carta Magna, cabe à Polícia Federal exercer, com exclusividade, as funções 
de polícia judiciária da União. 
 
Na hipótese de crimes da competência da Justiça Eleitoral, a qual é tida como 
uma Justiça da União, a atribuição para a realização das investigações é, 
precipuamente, da Polícia Federal (regra). 
 
Todavia, como já se pronunciou o próprio Tribunal Superior Eleitoral, 
verificando-se a prática de crime eleitoral em município onde não haja órgão da 
Polícia Federal, nada impede que sua investigação seja levada a efeito pela 
Polícia Civil (exceção) - TSE, HC 439, DJ 27/06/2003. Portanto, a atribuição 
legal da Polícia Federal para a instauração de inquéritos policiais de apuração da 
prática de crimes eleitorais não exclui a atribuição subsidiária da autoridade 
policial estadual, quando se verificar a ausência de órgão da Polícia Federal no 
local da prática delituosa. 
 
Cuidando-se de crime da competência da Justiça Estadual, as investigações 
devem ser presididas, em regra, pela Polícia Civil. No entanto, por força da 
 
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própria Constituição Federal, também é possível a atuação da Polícia Federal 
(execeção). Deveras, de acordo com o art. 144, § 1°, I, in fine, da Constituição 
Federal, à Polícia Federal também incumbe a apuração de infrações penais cuja 
prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão 
uniforme, segundo se dispuser em lei. 
 
A lei a que se refere o dispositivo é a Lei n° 10.446/02, cujo art. 1º preceitua que, quando 
houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o 
Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade 
dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial 
das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das 
seguintes infrações penais: I - sequestro, cárcere privado e extorsão mediante sequestro, se 
o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função 
pública exercida pela vítima; II - formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4° da 
Lei n° 8.137/90); III - relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa 
do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja 
parte; IV - furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em 
operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou 
bando (associação criminosa – art. 288, CP) em mais de um Estado da Federação; V - 
falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais e venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do produto falsificado, 
corrompido, adulterado ou alterado (art. 273 do- Código Penal).- este inciso V foi incluído 
pela Lei no 12.894/13; VI - furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo 
agências bancárias ou caixas eletrônicos, quando houver indícios da atuação de associação 
criminosa em mais de um Estado da Federação (Incluído pela Lei no 13.124/15). 
 
Ademais, segundo o art. 1°, parágrafo único, da Lei no 10.446/02, verificada a repercussão 
interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, o Departamento de Polícia 
Federal procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou 
determinada pelo Ministro de Estado da Justiça. 
 
Importante não perder de vista que, por força do art. 11 da Lei Antiterrorismo (Lei n° 
13.260/16), a Polícia Federal também passou a ter atribuições investigatórias para apurar os 
delitos previstos no referido diploma normativo: terrorismo propriamente dito (art. 
2°),organização terrorista (art. 3°), preparação de terrorismo (art. 5") e financiamento ao 
terrorismo (art. 6°). 
 
 
 
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2.1.2 Da Atribuição em Face do Local da Consumação da Infração 
Penal 
 
Firmada a atribuição da Polícia Civil, Federal, ou da Polícia Judiciária Militar, o 
passo seguinte é determinar à qual delegacia caberá a investigação do fato 
delituoso. 
 
Nesse ponto, tem-se que, nos mesmos moldes como é fixada a 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL do juízo para processar e julgar o crime, a 
atribuição para as investigações também é determinada em virtude do local onde 
se consumou a infração penal, ou no caso de tentativa, com base no local em 
que foi praticado o último ato de execução. Assim, se um crime de competência 
da Justiça Estadual foi perpetrado na cidade de São Mateus/ES, temos que a 
atribuição para investigá-lo recai sobre a autoridade policial da circunscrição a 
que pertencer o referido município. 
 
Essa atribuição da autoridade policial para apurar os fatos ocorridos dentro de 
sua circunscrição não impede a realização de diligências em outra circunscrição, 
desde que esteja na mesma comarca; caso contrário, será necessária a expedição 
de carta precatória (CPP, art. 22). 
 
Nada impede que essa atribuição territorial para a investigação também 
seja subdividida a partir da natureza da infração penal. Isso porque, visando 
ao aperfeiçoamento das investigações, e considerando as vantagens que a 
divisão do trabalho
proporciona, tanto a Polícia Federal quanto a Polícia Civil 
tem instituído delegacias especializadas (Delegacia Antissequestro, Delegacia 
da Mulher, Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Delegacia de 
Repressão a Roubos e Assaltos, dentre outras) no combate a certas espécies de 
crimes. 
 
 
 
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De todo modo, ainda que uma investigação tenha sido presidida por autoridade 
policial que não detinha atribuições para fazê-lo, quer nos casos de um "crime 
federal" investigado pela Polícia Civil, quer nas hipóteses de investigação 
presidida por autoridade policial territorialmente sem atribuições, como o 
inquérito policial é considerado mera peça informativa de valor probatório 
relativo, trata-se de mera irregularidade, que não tem o condão de contaminar 
com nulidade o processo penal a que der origem (STJ, 6ª Turma, HC 44.154/SP, 
Rei. Min. Hélio Quaglia Barbosa, j. 09/03/2006, DJ 27/03/2006 p. 337). 
 
2.2 Verificação de Procedência das Informações (VPI) 
 
A verificação de procedência de informações recebida pela autoridade policial é 
um procedimento simplificado, iniciado de forma prévia ao inquérito 
policial. O dispositivo legal que possibilita a instauração dessa espécie de 
sindicância preliminar ao IP é o §3º, do art. 5º, do CPP. De acordo com o teor 
desse enunciado, a partir da notícia crime levada ao conhecimento da autoridade 
policial, esta, verificada a procedência das informações, ordenará a instauração 
de IP. 
 
Vale dizer, a VPI é a forma preliminar de constatação de elementos mínimos 
necessários para que um inquérito policial não seja instaurado 
temerariamente. Ou seja, antes de instaurar um IP, a autoridade policial deve 
verificar a constatação dos indícios mínimos de materialidade e autoria de um 
crime (esse é o procedimento a ser adotado em casos em que a suspeita se baseia 
exclusivamente em denúncia anônima, por exemplo – nesse sentido: STJ. 6ª 
Turma. HC 204.778/SP). 
 
2.3 Características do Inquérito Policial 
 
São várias características do inquérito policial. Vejamo-las, separadamente. 
 
 
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2.3.1 Escrito 
 
Todas as diligências realizadas no curso do inquérito policial devem ser 
passadas a termo (escritas), para que seja facilitada a troca de informações 
entre os órgãos responsáveis pela persecução penal. 
 
O delegado tem a faculdade de filmar ou gravar diligências realizadas, mas isso 
não afasta a obrigação de transcrever todas por escrito. 
 
CPP, art. 405, § 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do 
investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou 
recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, 
inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações 
 
Sendo assim, possível que o delegado, havendo meios, documente atos do IP 
através das formas de tecnologia existentes, inclusive captação de som e 
imagem. 
 
2.3.2 Inquisitorial (Inquisitivo / Inquisitório) 
 
Cuida-se, a investigação preliminar, de mero procedimento de natureza 
administrativa, com caráter instrumental, e não de processo judicial ou 
administrativo. Dessa fase pré-processual não resulta a aplicação de uma sanção, 
destinando-se tão somente a fornecer elementos para que o titular da ação penal 
possa dar início ao processo penal. Logo, ante a impossibilidade de aplicação de 
uma sanção como resultado imediato das investigações criminais, como ocorre, 
por exemplo, em um processo administrativo disciplinar, NÃO se pode 
EXIGIR a observância do contraditório e da ampla defesa (pelo menos não 
de forma plena) nesse momento inicial da persecução penal. 
 
As atividades investigatórias estão concentradas nas mãos de uma única 
autoridade (Delegado de Polícia), que deve conduzir a apuração de maneira 
discricionária (e não arbitrária) de modo a colher elementos quanto à autoria e 
 
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materialidade do fato delituoso. Logo, não há partes no IP, temos somente o 
delegado de polícia investigando um crime e, consequentemente, um suspeito. 
 
Desse modo, o IP caracteriza-se como um procedimento inquisitório em razão 
dos seguintes elementos: 
 
» Não obrigatoriedade da existência do contraditório e da ampla defesa 
(de forma plena) – entendimento majoritário. 
Não obstante, cumpre observar que o Estatuto da OAB, bem como o STF, através da súmula 
vinculante n.º 14, estabelecem direitos ao advogado durante o IP, os quais devem ser observados: 
Estatuto da OAB, art. 7º São direitos do advogado: [...]XIV - examinar, em qualquer instituição 
responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de 
investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital. [...]XXI - assistir a seus 
clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do 
respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos 
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, 
inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos; 
Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo 
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por 
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
 
» Atribuições concentradas nas mãos de uma única autoridade 
(Delegado de Polícia) 
 
» Inexistência de partes 
 
2.3.3 Discricionário 
 
Ao contrário da fase judicial, em que há um rigor procedimental a ser observado, 
a fase preliminar de investigações é conduzida de maneira discricionária 
(liberdade de atuação dentro dos limites traçados pela lei) pela autoridade 
policial, que deve determinar o rumo das diligências de acordo com as 
peculiaridades do caso concreto. 
 
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O rumo das diligências está a cargo do delegado, e os arts. 6° e 7'º, do CPP 
indicam as diligências que podem ou devem ser desenvolvidas por ele. A 
autoridade policial pode atender ou não aos requerimentos patrocinados pelo 
indiciado ou pela própria vitima (art. 14, CPP), fazendo um juízo de 
conveniência e oportunidade quanto à relevância daquilo que lhe foi solicitado. 
Só não poderá indeferir a realização do exame de corpo de delito, quando a 
infração praticada deixar vestígios, pelo que se pode afirmar que 
discricionariedade do inquérito não é absoluta. Havendo denegação da diligência 
requerida, nada impede que seja apresentado recurso administrativo ao Chefe de 
Polícia, por analogia ao art. 5°, § 2º, CPP. Sempre é bom lembrar que apesar de 
não haver hierarquia entre juízes, promotores e delegados, caso os dois 
primeiros emitam requisições ao último, este está obrigado a atender, por 
imposição legal (art. 13, I, do CPP). 
 
Discricionariedade implica liberdade de atuação nos limites traçados pela 
lei. Se
a autoridade policial ultrapassa esses limites, sua atuação passa a ser 
arbitrária, ou seja, contrária à lei. Logo, não se permite à autoridade policial a 
adoção de diligências investigatórias contrárias à Constituição Federal e à 
legislação infraconstitucional. 
 
Não podemos entender discricionariedade como uma faculdade do delegado 
iniciar ou não uma investigação, porque, conforme veremos adiante, em alguns 
casos a investigação é obrigatória. A discricionariedade está relacionada às 
diligências que o delegado irá adotar durante as investigações, haja vista que 
cada crime é um acontecimento único e, como tal, não existirá uma “receita” 
certa para solucioná-lo, devendo o delegado adotar os procedimentos previstos 
em lei que acredita serem os mais adequados para alcançar tal finalidade. 
 
 
 
 
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2.3.4 Oficial 
 
A realização do inquérito policial é atribuição de um órgão oficial do Estado 
(Polícia Judiciária), com a presidência deste incumbida a autoridade policial do 
respectivo órgão (Delegado de Polícia – art. 2º, §1º, da Lei 12.850/13). 
 
2.3.5 Oficioso 
 
Ao tomar conhecimento de notícia de crime de ação penal pública 
incondicionada, a autoridade policial é obrigada a agir de ofício, 
independentemente de provocação da vítima e/ou qualquer outra pessoa. Deve, 
pois, instaurar o inquérito policial de ofício, nos exatos termos do art. 5°, I, do 
CPP, procedendo, então, às diligências investigatórias no sentido de obter 
elementos de informação quanto à infração penal e sua autoria. Cumpre 
observar, entretanto, que o delegado deve, antes de instaurar o IP, verificar a 
constatação de elementos mínimos para que se possa instaurar um IP (VPI). 
 
No caso de crimes de ação penal pública condicionada à representação e de 
ação penal de iniciativa privada, a instauração do inquérito policial está 
condicionada à manifestação da vítima ou de seu representante legal. 
 
Essa característica da oficiosidade do inquérito policial não é incompatível com 
a discricionariedade de que tratamos acima. A oficiosidade está relacionada à 
obrigatoriedade de instauração de inquérito policial quando a autoridade policial 
toma conhecimento de infração penal de ação penal pública incondicionada; a 
discricionariedade guarda relação com a forma de condução das investigações, 
seja no tocante à natureza dos atos investigatórios (provas periciais, acareações, 
oitiva de testemunhas, etc.), seja em relação à ordem de sua realização. 
 
2.3.6 Sigiloso 
 
Ao contrário do que ocorre no processo, o inquérito NÃO comporta 
publicidade, sendo procedimento essencialmente sigiloso, disciplinando o art. 
 
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20, do CPP, que "a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade". 
 
→ Finalidade do sigilo 
 
O sigilo do IP tema a finalidade de preservar a imagem do suspeito e, ainda, 
garantir a eficiência das investigações. 
 
→ Classificação do sigilo 
 
Sigilo externo: destinado aos terceiros desinteressados e a imprensa. 
 
Sigilo Interno: destinado aos interessados no processo. 
 
O sigilo do IP NÃO atinge o juiz e o membro do Ministério Público. 
 
Quanto ao advogado do investigado, o Estatuto da OAB traz, em art. 7º, XIV, a 
seguinte redação: 
 
Art. 7º São direitos do advogado: [...]XIV - examinar, em qualquer 
instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, 
autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em 
andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e 
tomar apontamentos, em meio físico ou digital. 
 
Complementando o raciocínio, o STF editou a seguinte súmula vinculante: 
 
Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, 
ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
 
 
 
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Desse modo, em regra, o sigilo também MÃO se estende ao advogado do 
investigado, podendo este ter acesso aos elementos de prova já documentados 
no procedimento investigatório conduzido pela polícia judiciária (investigações 
já concluídas e passadas a termo). Quanto aos elementos ainda não 
documentados, ou seja, em relação às investigações ainda em andamento, o 
advogado não terá acesso, o qual só será concedido após o término da 
diligência, haja vista que o acesso a diligências ainda em andamento poderia 
comprometer a eficiência destas (não pode o advogado, por exemplo, ter acesso 
a uma interceptação telefônica ainda em curso, pois este acesso evidentemente 
comprometeria a diligência). 
 
Assim sendo, caso o advogado seja impedido de ter acesso aos autos do IP, 
ele poderá se valer de duas ferramentas contra essa ilegalidade: o Mandado de 
Segurança ou uma Reclamação Constitucional, que é a ferramenta eficaz para 
combater o desrespeito a uma súmula vinculante. 
 
Apesar do IP ser sigiloso, o delegado, quando achar conveniente, pode quebrar 
o sigilo, prestando informações à imprensa, tais como: diligências que serão 
realizadas, divulgar retrato do suspeito, etc. 
 
• Decretação do segredo de justiça (preservar a imagem da vítima) 
 
Como acabamos de ver, o delegado pode, em alguns casos, quando achar 
conveniente, divulgar informações à imprensa. Para evitar tal conduta, 
visando especificamente a proteger a imagem da vítima ou do investigado, o 
juiz pode decretar segredo de justiça da investigação; então as informações 
não poderão vazar. Mas nesse caso, é mantido o acesso aos autos pelo juiz, 
MP e advogado. 
 
 
 
 
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2.3.7 Indisponível 
 
A persecução criminal é de ordem pública, e uma vez iniciado o inquérito, não 
pode o delegado de polícia dele dispor. Se diante de uma circunstância fática, 
o delegado percebe que não houve crime, nem em tese, não deve iniciar o 
inquérito policial. Daí que a autoridade policial não está, a princípio obrigada a 
instaurar de qualquer modo o inquérito policial, devendo antes se precaver, 
aferindo a plausibilidade da notícia do crime, notadamente aquelas de natureza 
apócrifa (delação anônima). Contudo, uma vez iniciado o procedimento 
investigativo, deve levá-lo até o final, não podendo arquivá-lo, em virtude 
de expressa vedação contida no art. 17 do CPP. 
 
● Delegado NÃO pode arquivar IP (art. 17 do CPP). 
Quem ordena o arquivamento do IP é o juiz, a pedido do membro do MP, no caso de ação penal 
pública (art. 18, CPP) – (no caso de ação penal privada, os atos do IP serão encaminhados ao juiz 
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão 
entregues ao requerente, se este assim requerer, mediante traslado – art. 19, CPP). Caso o magistrado 
discorde do requerimento de arquivamento do IP realizado pelo MP, este deverá encaminhá-lo ao 
Procurador Geral, o qual poderá oferecer a denúncia, designar outro
órgão do MP para oferecê-la, ou 
insistir no pedido de arquivamento, ficando o juiz, neste último caso, obrigado a atender (art. 28, 
CPP). 
 
2.3.8 Dispensável 
 
Da leitura de dispositivos que regem a persecução penal preliminar, a exemplo 
art. 39, § 5º, CPP, podemos concluir que o inquérito NÃO é imprescindível 
para a propositura da ação penal. Se os elementos que venham lastrear a 
inicial acusatória forem colhidos de outra forma, não se exige a instauração do 
inquérito policial. Tanto é verdade que a denúncia ou a queixa podem ter por 
base, como já ressaltado, inquéritos não policiais (em investigações, outras, que 
não sejam policiais), dispensando-se a atuação da polícia judiciária. Contudo, se 
o inquérito policial for a base para a propositura da ação, este vai acompanhar a 
inicial acusatória apresentada (art. 12, CPP). 
 
 
 
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2.4 Valor Probatório do Inquérito Policial 
 
Como visto anteriormente, a finalidade do inquérito policial é a colheita de 
elementos de informação quanto à autoria e materialidade do delito, no intuito 
de auxiliar o titular da ação penal (MP, no caso de ação penal pública; ou 
ofendido ou seu representante legal, no caso de ação penal privada). Tendo em 
conta que esses elementos de informação não são colhidos sob a égide do 
contraditório e da ampla defesa, deduz-se que o inquérito policial tem 
VALOR PROBATÓRIO RELATIVO. 
 
Se esses elementos de informação são colhidos na fase investigatória, sem a 
necessária participação dialética das partes, ou seja, sem a obrigatória 
observância do contraditório e da ampla defesa, questiona-se acerca da 
possibilidade de sua utilização para formar a convicção do juiz em sede 
processual. 
 
Prevalece o entendimento, assim como preconiza o art. 155 do CPP, de que os 
elementos de informação colhidos durante a fase investigatória NÃO podem 
ser utilizados exclusivamente como fundamento de uma decisão, haja vista 
que estes são colhidos sem a obrigatória observância dos princípios 
constitucionais do contraditório e da ampla defesa. 
 
No entanto, tais elementos podem ser usados de maneira subsidiária, 
complementando a prova produzida em juízo sob o crivo do contraditório. 
Como já se manifestou o Supremo, "os elementos do inquérito podem influir na 
formação do livre convencimento do juiz para a decisão da causa quando 
complementam outros indícios e provas que passam pelo crivo do contraditório 
em juízo" (STF, 2º Turma, RE-AgR 425.734/MG. Em sentido semelhante: STF, 
1º Turma, RE 287.6S8/MG; STF, 1º Turma, HC 83.348/SP). 
 
Desse modo, pode-se dizer que, isoladamente considerados, elementos 
informativos não são idôneos para fundamentar uma condenação. Todavia, não 
devem ser completamente desprezados, podendo se somar à prova produzida em 
 
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juízo e, assim, servir como mais um elemento na formação da convicção do 
órgão julgador. 
 
Importante ressaltar, todavia, que o próprio art. 155 do CPP faz ressalvas em 
relação às provas cautelares, não repetíveis e antecipadas, as quais, portanto, 
ainda que produzidas durante o inquérito, podem ser utilizadas exclusivamente 
para fundamentar uma sentença condenatória. 
 
→ Provas cautelares: São aquelas em que há um risco de desaparecimento do 
objeto da prova por decurso do tempo. Se não forem produzidas logo perdem sua 
razão de produção, depende de autorização judicial, mas tem seu contraditório 
postergado/diferido/retardado- ex: interceptações telefônicas, busca e apreensão. 
 
→ Provas não repetíveis ou irrepitíveis: São aquelas que quando produzidas 
não tem como serem produzidas novamente, o exemplo mais citado é o exame de 
corpo de delito, não dependem de autorização judicial e seu contraditório 
também é diferido. 
 
→ Provas antecipadas: São aquelas em que sua colheita é feita em momento 
processual distinto daquele legalmente previsto, por isso a classificação (era uma 
prova que deveria ser produzida durante o processo, porém, teve que ser 
antecipada, uma vez que correria o risco de não ter como fazê-la, caso houvesse a 
demora). Possuem contraditório real (o contraditório também é antecipado para o 
momento de realização da prova), exemplo clássico da testemunha que está no 
hospital em fase terminal. Depende de autorização judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
Valor Probatório 
do IP 
Provas cautelares, 
não repetíveis ou 
antecipadas 
Elementos de 
informação 
NÃO podem, isoladamente, embasar uma 
sentença condenatória 
Difere de prova, uma vez que não precisa 
observar o contraditório e a ampla defesa 
PODEM, isoladamente, embasar uma 
sentença condenatória 
 
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2.5 Prazos para Conclusão do Inquérito Policial 
 
O inquérito policial não pode se estender indefinidamente (é temporário), 
dispondo o Código de Processo Penal e a legislação extravagante acerca dos 
prazos de sua conclusão. 
 
2.5.1 Regra Geral 
 
Como regra geral, para os crimes da atribuição da polícia civil estadual, o prazo 
para a conclusão do inquérito é de 10 dias, estando o indiciado preso, prazo 
este improrrogável, e de 30 dias, se o agente está solto. Este último prazo 
comporta prorrogação, a requerimento do delegado e mediante autorização do 
juiz (art. 10, CPP), não especificando a lei qual o tempo de prorrogação nem 
quantas vezes poderá ocorrer, o que nos leva a crer que esta pode se dar pela 
frequência e pelo tempo necessários, desde que haja autorização judicial para 
tanto. Não se fez previsão quanto à prévia oitiva do MP para que haja ou não 
prorrogação. 
 
2.5.2 Prazos Especiais 
 
A legislação extravagante consagra regras especiais de conclusão do inquérito 
policial. As principais regras são: 
 
● Inquéritos a cargo da polícia federal: Se o indiciado estiver preso, o prazo 
para conclusão do inquérito é de 15 dias, prorrogável por igual período, 
pressupondo autorização judicial (art. 66 da Lei n° 5.010/1966). Estando solto o 
indiciado, seguimos a regra geral, ou seja, 30 dias para a conclusão, 
prorrogáveis mediante solicitação do delegado e autorização do juiz, cabendo a 
este estipular o prazo, haja vista o silêncio da lei sobre o quanto de prorrogação. 
Nada impede, a toda evidência, que haja mais de uma prorrogação. 
 
 
 
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● Crimes contra a economia popular: O §lº do art.10 da Lei n.º 1.521/1951 
prevê o prazo de 10 dias para a conclusão do inquérito policial. Todavia, não faz 
distinção entre indiciado preso ou solto, logo o prazo é único, NÃO 
contemplando prorrogação. 
 
● Lei Antitóxicos (Lei de Drogas): A nova lei de repressão aos entorpecentes, 
Lei n.º 11.343/2006, prevê o prazo de 30 dias, duplicáveis,
em estando o 
indiciado preso, e de 90 dias, também duplicáveis, se solto estiver, por 
deliberação judicial, ouvindo-se o Ministério Público, mediante pedido 
justificado da autoridade de polícia judiciária (art. 51). 
 
● Inquéritos militares: Caso o indiciado esteja preso, o encerramento do 
inquérito policial militar deve ocorrer em 20 dias. Já se solto estiver, o prazo é 
de 40 dias, prorrogáveis por mais vinte dias pela autoridade militar superior, 
desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja 
necessidade de diligências indispensáveis à elucidação do fato (art. 20, caput, § 
1°, CPPM). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.5.3 Prazo para Conclusão do Inquérito Policial no Caso de Indiciado 
Preso Temporariamente 
 
No que se refere aos prazos aplicados para conclusão do inquérito policial 
quando o indiciado estiver preso, estes NÃO serão aplicados quando se tratar 
de PRISÃO TEMPORÁRIA, haja vista que, tratando-se de prisão temporária, 
o prazo para conclusão do IP será o prazo de duração desta, ou seja, o prazo 
para conclusão do IP quando o indiciado estiver preso temporariamente será de: 
 
→ Regra: 05 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e 
comprovada necessidade (art. 2º, caput, da Lei 7.960/89) 
 
→ Crimes hediondos ou equiparados: 30 dias, prorrogável por igual 
período em caso de extrema e comprovada necessidade (art. 2º, §4º, da Lei 
8.072/90). 
 
Cumpre salientar que só caberá prisão temporária quando se tratar dos crimes 
previstos no rol do art. 1º da Lei 7.960/89 e/ou quando se tratar de crimes 
hediondos ou equiparados (OBS: prisão temporária será mais bem abordada em 
tópico específico). 
 
2.5.4 Contagem dos Prazos 
 
Estado o indiciado solto, o prazo tem como termo inicial a Portaria de 
Instauração do IP. Trata-se aqui de prazo processual, ou seja, exclui o dia de 
começo e inclui o último dia (art. 798, §1º, do CPP). 
 
Estando o indiciado preso, o prazo terá como termo inicial a data da 
efetivação da prisão (data em que se executar a ordem de prisão). Trata-se aqui 
de prazo material, ou seja, inclui-se o dia de começo e exclui o último dia (art. 
10 do CP). 
 
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Se o prazo do inquérito encerrar-se em dia onde não há expediente forense, 
não cabe falar-se em prorrogação para o primeiro dia útil subsequente, assim 
como se a prisão em flagrante ocorreu no final de semana, o inquérito terá o seu 
início imediatamente, afinal as delegacias de polícia atuam em sistema de 
plantão. 
 
2.6 Vícios 
 
Os vícios ocorridos no inquérito policial não atingem a ação penal. 
 
Tem prevalecido tanto nos tribunais como na doutrina que, sendo o inquérito 
dispensável, algo que não é essencial ao processo, não tem o condão de, uma 
vez viciado, contaminar a ação penal. Em outras palavras, os males ocorridos 
no inquérito não têm a força de macular a fase judicial. A irregularidade-
ocorrida durante o inquérito poderá gerar a invalidade ou ineficácia do ato 
inquinado, todavia, sem levar à nulidade processual. Ex.: havendo prisão em 
flagrante ilegal durante o inquérito, ela deve ser relaxada; todavia, este fato não 
leva à nulidade do futuro processo contra o suposto autor do fato. Nesse sentido: 
STF- Primeira Turma- HC 111094; STJ- Sexta Turma- HC 216.201. 
 
2.7 Notícia do Crime (Notitia Criminis) 
 
É o conhecimento pela autoridade, espontâneo ou provocado, de um fato 
aparentemente criminoso. 
 
A notícia do crime pode ser endereçada a autoridade policial (delegado), ao 
membro do Ministério Público ou ao magistrado. Caberá ao delegado, diante do 
fato aparentemente típico que lhe é apresentado, iniciar as investigações. O 
MP, diante de notícia crime que contenha em si elementos suficientes revelando 
a autoria e a materialidade, dispensará a elaboração do inquérito, oferecendo a 
denúncia; diante de notícia crime deficiente, poderá requisitar diligências à 
 
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autoridade policial. Já o magistrado, em face da notícia crime que lhe é 
apresentada, poderá remetê-la ao MP, para providências cabíveis, ou requisitar 
a instauração do inquérito policial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.7.1 Espécies de Notícia Crime 
 
2.7.1.1 Notícia Crime Direta ou Espontânea (Cognição Imediata) 
 
É o conhecimento direto dos fatos pela autoridade policial ou através de 
comunicação informal. Ex.: a autoridade tem notícia da infração através de suas 
investigações ou pela imprensa. 
 
2.7.1.2 Notícia Crime Inqualificada ou Delação Apócrifa (a chamada 
“denúncia anônima”) 
 
A chamada delação apócrifa ou notitia criminis inqualificada é o que 
vulgarmente chamamos de denúncia anônima. Em que pese a Constituição 
Federal consagrar a livre manifestação de pensamento, vedando o anonimato 
(art. 5º, IV), certo é que a polícia deve acautelar-se diante da notícia anônima, e 
proceder às investigações com cuidado redobrado, porém não deixando de atuar. 
Nesse sentido é que STF e STJ têm admitido a denúncia anônima apenas quando 
precedida de diligências preliminares que atestem a verossimilhança dos fatos 
noticiados (STJ- Sexta Turma, HC 237.164; STF- Segunda Turma- HC 105484. 
Notícia do Crime 
Membro do MP 
Oferece a denúncia ou requisita 
diligências à autoridade policial 
Autoridade Policial Inicia as investigações 
Magistrado Remete ao MP ou requisita a 
instauração de IP 
 
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2.7.1.3 Notícia Crime Indireta ou Provocada (Cognição Mediata) 
 
É o conhecimento da infração pela autoridade mediante provocação de terceiros. 
 
2.7.1.3.1 Requisição do juiz ou do Ministério Público 
 
Nos crimes de ação penal pública, o juiz ou o promotor de justiça podem 
determinar a instauração do inquérito policial através da requisição. Aqui, 
requisição é sinônimo de imposição, devendo a autoridade dar início ao 
inquérito policial. Se o procedimento instaurado é visivelmente arbitrário, a 
autoridade requisitante deve ser indicada como coatora (juiz ou promotor), o 
que vai direcionar a competência para apreciar eventual habeas corpus 
trancativo, é dizer, o TJ, se a autoridade é estadual, ou o TRF, se é federal. 
 
É importante ressaltarmos que, apesar da requisição ser sinônimo de ordem, 
o delegado não é subordinado hierarquicamente ao MP ou ao Juiz, 
entretanto, a requisição é uma ordem lastreada na lei. O art. 13, II, do CPP, 
determina que aquele deve cumprir as requisições emanadas pelo juiz ou 
pelo membro do MP. 
 
2.7.1.3.2 Requerimento da Vítima 
 
A vítima da infração ou o seu representante legal noticiam o fato à 
autoridade policial através de requerimento, devendo conter a narração dos 
fatos e suas circunstâncias; a individualização do suposto autor da infração, 
ou seus sinais característicos e razões de convicção de ser o mesmo o sujeito 
ativo do delito; a nomeação de testemunhas, com indicação da profissão e 
das respectivas residências (art. 5º, § 1°, CPP).
Caso o delegado de polícia indefira o requerimento do ofendido para 
instauração do inquérito policial, por entender que não há infração penal a 
apurar, poderá haver recurso administrativo ao chefe de polícia (art. 5º, 
§2°, CPP). 
 
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2.7.1.3.3 Delação 
 
Qualquer do povo, nos crimes de ação penal pública incondicionada, pode, 
validamente, noticiar o fato delituoso à autoridade policial, dando ensejo à 
instauração do inquérito, através da delação. Esta não tem cabimento nos 
crimes de ação privada e pública condicionada, já que nestas hipóteses o 
inquérito, para ser iniciado, pressupõe manifestação do legítimo interessado. 
 
2.7.1.3.4 Representação da Vítima (Delatio Criminis Postulatória) 
 
Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, ou seja, 
naqueles em que o legislador, por urna questão de política criminal, conferiu 
à vítima o poder de autorizar ou não a persecução criminal, se ela resolve 
fazê-lo, noticiando o fato para que o inquérito seja instaurado, estará 
representando. 
 
A representação funciona como verdadeira condição de procedibilidade, e 
sem ela, o inquérito não poderá ser instaurado. E se for? A vítima poderá 
impetrar mandado de segurança para trancá-lo, afinal é latente a violação de 
direito líquido e certo do ofendido de não ver iniciada a investigação sem 
sua autorização. 
 
2.7.1.3.5 Requisição do Ministro da Justiça 
 
Em alguns crimes, ditos de ação pública condicionada, a persecução 
criminal está a depender de autorização do Ministro da Justiça, também 
chamada de requisição. O que é sempre conveniente distinguir é que esta 
requisição, apresentada pelo Ministro da Justiça, ao contrário da requisição 
emanada dos juízes e promotores, NÃO é sinônimo de ordem, e sim uma 
mera autorização para o início da persecução criminal em algumas infrações 
que a exigem. 
 
 
 
 
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2.7.1.4 Notícia Crime Revestida de Forma Coercitiva 
 
É aquela apresentada juntamente com o infrator preso em flagrante. Pode 
representar hipótese de notícia crime espontânea, quando quem realiza a prisão 
é a própria autoridade policial ou seus agentes, ou provocada, quando quem 
realiza a prisão é um particular (art. 301, CPP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.8 Procedimentos do Inquérito Policial 
 
Após estudarmos as regras fundamentais sobre o inquérito policial, podemos ver 
os procedimentos adotados na sua confecção. São eles: o início, o 
desenvolvimento e o final do inquérito policial. 
 
2.8.1 Início 
 
Após o recebimento da notícia do crime, o delegado dá início ao inquérito 
policial através de um documento chamado de PORTARIA. Ela é a peça que 
inicia/instaura o inquérito policial e nela deve conter as seguintes 
informações: 
 
→ O fato a ser investigado. 
 
→ Envolvidos. 
 
→ Diligências a serem imediatamente realizadas. 
 
→ Determinação do início das investigações. 
 
2.8.2 Desenvolvimento 
 
O IP se desenvolve por meio da realização de diligências que objetivam apurar a 
autoria e a materialidade do crime. O art. 6º do CPP traz um rol exemplificativo 
de algumas diligências que podem ser adotadas pela polícia judiciária no curso 
de um inquérito policial. 
 
Esse rol é exemplificativo, pois o IP é um procedimento discricionário, ou seja, 
o delegado tem liberdade para escolher as diligências que achar conveniente 
para o sucesso da investigação. Vejamos o que dispõe o art. 6º do CPP. 
 
 
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Art. 6º - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial 
deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das 
coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II – apreender os instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o fato; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos 
criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do 
Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que 
Ihe tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer 
outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer 
juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e 
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e 
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu 
temperamento e caráter. 
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem 
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, 
indicado pela pessoa presa. 
 
Reprodução Simulada dos Fatos 
 
Também chamada de reconstituição do crime, é uma diligência prevista no art. 
7º do CPP, cobrada em questões de concursos com frequência. 
 
A reprodução simulada dos fatos é a famosa reconstituição do crime; tem a 
finalidade de verificar se a infração foi praticada de determinado modo. Nesse 
caso, o suspeito não é obrigado a contribuir com a diligência, uma vez que 
ninguém é obrigado a produzir provas contra si, porém, estará obrigado a 
comparecer. 
 
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Cumpre ressaltar que NÃO será admitida reprodução simulada do fato que 
contrarie a moralidade ou a ordem pública. Imagine uma reprodução 
simulada do fato que tentasse reproduzir um crime de estupro; não é possível, 
pois estaria contrariando a moralidade. Ou imagine uma reconstituição do delito 
que tentasse reproduzir um incêndio; também não é possível, porque estaria 
contrariando a ordem pública. 
 
2.8.2.1 Indiciamento 
 
É a informação ao suposto autor a respeito do fato objeto das investigações. É a 
cientificação ao suspeito de que ele passa a ser o principal foco do inquérito. 
Saímos do juízo de possibilidade para o de probabilidade e as investigações são 
centradas em pessoa determinada. Logo, só cabe falar em indiciamento se 
houver um lastro mínimo de prova vinculando o suspeito à prática delitiva, o 
que se faz após análise técnico-jurídica do fato, indicando-se autoria, 
materialidade e circunstâncias, como dispõe a Lei no 12.830/2013. Deve a 
autoridade policial deixar clara a situação do indivíduo, informando-lhe a 
condição de indiciado sempre que existam elementos para tanto. O indiciamento 
não pode se consubstanciar
em ato de arbítrio. Se feito sem lastro mínimo, é 
ilegal, dando ensejo à impetração de habeas corpus para ilidi-lo ou até mesmo 
para trancar o inquérito policial iniciado. 
 
O indiciamento é ato privativo do Delegado de Polícia (art. 2º, §6º, da Lei 
12.830/13). Ou seja, não pode o magistrado, nem o membro do MP, requisitar 
que o Delegado de Polícia faça o indiciamento (nesse sentido: STF- Segunda 
Turma- HC 115015). 
 
NÃO é ato discricionário, pois se fundamenta nas provas colhidas durante as 
diligências. Se as provas apontam um suspeito, ele DEVE ser indiciado; se não 
apontam, o delegado não pode indiciar ninguém. 
 
 
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2.8.2.1.1 Indiciado Menor 
 
Os indivíduos entre dezoito e vinte e um anos, antes do advento do atual 
Código Civil, eram reputados relativamente capazes. Assim, praticando 
infração, deveriam ser assistidos, ainda na fase do inquérito, por curador. 
Contudo, com o advento do Código Civil de 2002, seu art. só passou a 
considerar os maiores de dezoito anos absolutamente capazes, pelo que 
parte da doutrina veio a entender que o art. 15 do CPP- que impõe a 
nomeação de curador na fase inquisitorial - teria perdido a razão de 
existir. Não obstante, o certo é que com a revogação de dispositivo do 
Código de Processo Penal que preconizava a necessidade de curador ao 
menor de vinte e um anos e maior de dezoito para o ato de interrogatório 
perante o juiz, pela Lei no 10.792/2003, uniformizaram-se doutrina e 
jurisprudência no sentido de ser desnecessária a nomeação de curador ao 
indiciado menor de vinte e um anos, bem como no de que se operou 
revogação tácita do mencionado art. 15, do Código. 
 
Subsiste, todavia, a possibilidade de nomeação de curador para o índio não 
aculturado (isto é, não, adaptado ao convívio em sociedade), bem como para 
a pessoa inimputável (art. 151, CPP 
 
2.8.2.1.2 Desindiciamento 
 
Nada impede que a autoridade policial, ao entender, no transcurso das 
investigações, que a pessoa indiciada não está vinculada ao fato, promova o 
desindiciamento, seja na evolução do inquérito, ou no relatório de 
encerramento do procedimento. De qualquer sorte, tudo deve ser descrito no 
relatório, de forma a permitir a pronta análise pelo titular da ação penal. É 
possível também que o desindiciamento ocorra de forma coacta, pela 
procedência de habeas corpus impetrado no objetivo de trancar o inquérito 
em relação a algum suspeito. 
 
 
 
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2.8.2.1.3 Vedação do Indiciamento 
 
Algumas autoridades não podem ser objeto de indiciamento formal por 
parte da autoridade policial, segundo disposição legal ou por força de 
entendimento jurisprudencial. As respectivas regras destacam que toda vez 
que, no curso de investigação preliminar, existir indício de prática de 
infração penal por parte de agente com prerrogativa de função, a autoridade 
policial, civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de 
responsabilidade, os respectivos autos ao Chefe da respectiva instituição, a 
quem competirá tomar as providências previstas para o prosseguimento da 
apuração. São elas: (1) magistrados (art. 33, parágrafo único, da Lei 
Complementar no 35/1979); e (2) membros do Ministério Público (art. 18, 
parágrafo único, da Lei Complementar n° 75/1993; art. 41, parágrafo único, 
da Lei n° 8.625/1993). 
 
Desse modo, NÃO podem ser indiciados: 
 
● Magistrados 
 
● Membros do Ministério Público 
 
Quanto às autoridades com foro por prerrogativa de função (“foro 
privilegiado”), deve ser observado, quando se tratar de foro no STF, o 
mais recente entendimento do Supremo Tribunal Federal, que torna possível 
o indiciamento de autoridades com foro por prerrogativa de função, desde 
que previamente autorizado pelo Ministro Relator (aquele que autorizou 
a instauração do IP) do tribunal competente para o julgamento (info 825 do 
STF). Aliás, é exigida a autorização do Ministro Relator inclusive para a 
abertura de inquérito policial contra autoridades que possuam foro por 
prerrogativa de função (STF - Tribunal Pleno - Pet 3825 QO). 
 
● Assim sendo, para que seja instaurado IP contra autoridades com foro por 
prerrogativa de função NO STF, bem como para que a autoridade policial (Delegado 
de Polícia) possa indiciar essas autoridades, é necessária a autorização do respectivo 
tribunal (especificamente do Ministro Relator responsável). 
 
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Todavia, em relação às autoridades com foro por prerrogativa de função nos 
demais tribunais, de acordo com o STJ (precipuamente julgados a partir 
de 2018), o foro por prerrogativa não incide na etapa investigativa, podendo 
o delegado de polícia investigar e indiciar sem intervenção do respectivo 
Tribunal. Nesse sentido: STJ, 5º Turma, Recurso Especial 1.563.962/RN; 
STJ, 5º Turma, HC 404.228/RJ. 
 
***Até que o STF decida acerca dessa divergência, devem-se levar em 
consideração os dois entendimentos!! 
 
Não obstante, cumpre salientar que o STF passou a entender que as normas 
da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por 
prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, 
aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o 
exercício do cargo e em razão dele. 
 
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser 
diplomado como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, 
devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de 
parlamentar federal. 
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no 
mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, 
também não haverá foro privilegiado. 
Foi fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por prerrogativa de função aplica-
se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados 
às funções desempenhadas. 
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
03/05/2018. 
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de 
intimação para apresentação de alegações finais, a competência para 
processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente 
público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que 
seja o motivo. 
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018. 
 
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Tal entendimento tem bastante impacto no que tange a investigação das 
autoridades com foro por prerrogativa de função, haja vista que, a partir do 
momento que o crime supostamente praticado não foi durante o exercício do 
cargo e/ou não tem relação com as funções desempenhadas, a autoridade 
supostamente autora do delito passa a não ter o foro especial para 
julgamento, fazendo com que a competência para o processamento e o 
julgamento seja da 1º instância e, consequentemente, passa a NÃO se exigir 
a autorização do tribunal (aquele que teria a competência para julgar em 
razão do foro por prerrogativa de função) para a instauração do IP, 
tampouco para o indiciamento da
autoridade. 
 
Autoridades com Foro por Prerrogativa de Função 
Situação Atribuição para Investigar 
Se o crime foi praticado antes da 
diplomação; ou 
Se o crime foi praticado depois da 
diplomação (durante o exercício do 
cargo), mas o delito não tem relação 
com as funções desempenhadas. 
Ex: homicídio culposo no trânsito. 
Polícia (Civil ou Federal). 
Não há necessidade de autorização 
do Tribunal para a instauração do 
IP, tampouco para o indiciamento. 
Medidas cautelares são deferidas 
pelo juízo de 1ª instância (ex: quebra 
de sigilo) 
Se o crime foi praticado depois da 
diplomação (durante o exercício do 
cargo) e o delito está relacionado 
com as funções desempenhadas. 
Ex: corrupção passiva. 
Polícia Federal, com supervisão 
judicial do STF. 
Há necessidade de autorização do 
Tribunal para instauração do IP, 
bem como para o indiciamento. 
 
Esse entendimento que restringe o foro por prerrogativa de função vale para 
todas as hipóteses de foro privilegiado? Até o presente momento, NÃO! 
 
Em que pese à tendência de que tal entendimento passe a ser aplicado a 
quase todas as autoridades com foro especial por prerrogativa de função, só 
 
 
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há, até o presente momento, precedentes nesse sentido em relação às 
seguintes autoridades: 
 
→ Deputados Federais e Senadores (STF. Plenário. AP 937 QO/RJ); 
→ Ministros de Estado (STF, Inq 4703 QO/DF); e 
→ Governadores e Conselheiros de Tribunais de Contas dos Estados (STJ. Corte 
Especial. APn 857/DF; STJ. Corte Especial. APn 866/DF) 
 
2.8.3 Final do Inquérito Policial 
 
Após a abertura do IP, realizado por meio da portaria, e seu desenvolvimento, 
vermos o seu desfecho. 
 
O inquérito policial é finalizado com a produção de um documento chamado 
RELATÓRIO. Nele, o delegado vai relatar as diligências realizadas, dentre 
outras. Veja as suas características: 
 
» É uma peça descritiva 
» Vai indicar as diligências realizadas no IP 
» Justifica as diligências que não foram realizadas por algum motivo 
» O delegado NÃO deve emitir opinião no relatório, ressalva feita à Lei n.º 
11.343/2006 (Lei de Drogas), prevendo que, na elaboração do relatório, a 
autoridade policial deva justificar as razões que a levaram à classificação do 
delito (art. 52). 
 
Após a confecção desse relatório o inquérito policial estará concluído. 
 
2.8.3.1 Destino dos Autos do Inquérito Policial 
 
Os autos do inquérito, integrados com o relatório, serão remetidos ao 
JUDICIÁRIO (art. 10, § 1°, CPP), para que sejam acessados pelo titular da 
ação penal. 
 
 
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Não obstante, existem algumas legislações estaduais prevendo a tramitação 
direta de inquéritos policiais entre a Polícia Judiciária e o Ministério Público. 
 
Aqui há, até o presente momento, uma divergência entre o STJ e o STF 
quanto a esta possibilidade: 
 
STJ: Não é ilegal a portaria editada por Juiz Federal que, fundada na 
Res. CJF n. 63/2009, estabelece a tramitação direta de inquérito policial 
 
 
entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. STJ. 5ª Turma. 
RMS 46.165-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 19/11/2015 (Info 
574). 
 
STF: já decidiu que é INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a 
tramitação direta do inquérito policial entre a polícia e o Ministério 
Público. STF. Plenário. ADI 2886/RJ, red. p/ o acórdão Min. Joaquim 
Barbosa, julgado em 3/4/2014 (Info 741). 
 
Não obstante, foi ajuizada uma ADI (ADI nº 4305) impugnando a 
constitucionalidade da Resolução nº 063/2009-CJF (que possibilita a tramitação 
direta do IP entre a Polícia Judiciária e o MP), Resolução esta utilizada para 
fundamentar a decisão do STJ. Até o presente momento não houve o julgamento 
da referida ADI (que irá pacificar o tema, ante o efeito vinculante e a eficácia 
erga omnes que a referida ação possui), permanecendo a divergência quanto ao 
tema entre o STJ e o STF. 
 
Pois bem, chegando ao juízo os autos do inquérito, teremos o seguinte: 
 
 
 
 
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2.8.3.1.1 Crimes de Ação Penal Pública 
 
Deve o magistrado abrir vistas do inquérito ao titular da ação penal, 
leia-se, o Ministério Público. 
 
Os destinatários do IP, no caso de ação penal pública, são classificados da 
seguinte forma: 
» Destinatário IMEDIATO ou DIRETO: MP 
» Destinatário MEDIATO ou INDIRETO: Juiz 
 
É pertinente reparar na inversão que temos aqui. O delegado encaminha o IP 
ao juiz (destinatário mediato) que encaminha ao promotor (destinatário 
imediato). Essa classificação não leva em consideração a ordem de 
recebimento e sim a finalidade dada por essas autoridades ao inquérito. O 
juiz exerce controle, e por isso também é destinatário do IP, mas o IP é 
preparado para o titular da ação penal, que é, no caso de ação penal pública, 
o MP. 
 
Recebido o IP, o MP então deverá proceder da seguinte forma: 
 
(1) Se o inquérito foi exitoso, e apurou a contento a autoria e a 
materialidade delitiva, deverá o membro do Parquet exercer a ação 
penal, oferecendo denúncia no intuito de que o processo criminal se 
inicie. Sobre essa etapa, trataremos no próximo capítulo, quando do 
estudo da ação penal. 
 
(2) Caso o inquérito não tenha apurado os elementos que o MP repute 
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia, abre-se a oportunidade da 
requisição de novas diligências, que terão por finalidade complementar 
o material que já foi colhido (art. 16, CPP). Esta requisição passa pelo 
juiz, já que seguimos o sistema presidencialista, e deve ser remetida à 
autoridade policial com prazo para cumprimento. Realizadas as 
diligências, retornam ao magistrado que deverá abrir vistas ao promotor. 
Satisfeito com o material angariado, abre-se então ao Ministério Público 
 
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a oferta da denúncia. Caso contrário, em não sendo o material 
complementar elucidador, restaria a promoção do arquivamento. 
Vale destacar que as diligências complementares só poderão ser 
requisitadas se o suspeito estiver solto. Caso esteja preso, a sua 
colocação em liberdade é de rigor, afinal, se ainda não existem 
elementos para a propositura da denúncia, com muita razão não há 
lastro para a manutenção da prisão. 
 
(3) Já se entender que não é caso de oferecer a denúncia, pela absoluta 
ausência de elementos mínimos a indicar a autoria ou a materialidade 
delitiva, ou até mesmo a existência de alguma infração, deve promover 
o arquivamento, aguardando então o surgimento de novos elementos a 
justificar a propositura da inicial acusatória (OBS: abordaremos o 
arquivamento mais adiante). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante ressaltar que, caso o MP se mantenha inerte (não ofereça 
denúncia, não requisite novas diligências e não promova o arquivamento) 
dentro do prazo 5 dias, estando o investigado (ou indiciado) preso 
(lembrando que nessa hipótese o MP não poderá requisitar novas 
diligências, haja vista que tal requisição acarretaria a liberdade do 
investigado

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