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Aula 8 Hist e Emb

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Disciplina: Histologia e Embriologia
Aula 8: Tecido cartilaginoso e tecido ósseo
Apresentação
Nesta aula, falaremos de mais um tipo de tecido conjuntivo especializado, o tecido cartilaginoso. Compreenderemos os
elementos básicos que compõem sua forma especí�ca, sempre relacionando com sua função. Veremos, também, que
existem tipos de tecidos cartilaginosos que podem ser encontrados em nosso corpo, que apresentam características
especí�cas e sua possível maneira de realizar a nutrição e oxigenação.
Em seguida, abordaremos outro tipo de tecido conjuntivo, que apresenta características morfológicas bem evidentes, em
especial sobre os componentes de sua MEC e suas células, o conhecido tecido ósseo.
Aprenderemos a identi�car a classi�cação desse tecido em ósseo primário e ósseo secundário, com suas particularidades
e função. Por �m, abordaremos os processos de ossi�cação existentes.
Bons estudos!
Objetivos
Reconhecer as características gerais e as funções do tecido cartilaginoso, destacando os elementos que formam
sua MEC e suas células;
Relacionar as características gerais do tecido ósseo e sua respectiva função, destacando sua morfologia;
Diferenciar o tecido ósseo primário do tecido ósseo secundário, especialmente as particularidades histológicas de
cada um.
Tecido cartilaginoso
O tecido cartilaginoso pode ser considerado um tipo de tecido conjuntivo
especializado, de consistência rígida. Apresenta sua origem nas células
mesenquimais do embrião.
Vejamos a seguir as características do tecido cartilaginoso.
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De maneira geral, apresenta funções de:
• Oferecer suporte aos tecidos moles;
• Revestir superfícies articulares ósseas (absorvendo choques e favorecendo ao deslizamento);
• Participação ativa do crescimento e formação dos ossos longos.
Função 
É composto, basicamente, por células, entre elas, os condrócitos e condroblastos , além de abundante matriz
extracelular, muito especializada.
Morfologia 
1 2
 Fonte: https://www.coladaweb.com/biologia/histologia/tecido-cartilaginoso
MEC, também conhecida como matriz cartilaginosa, �bras de colágeno (em especial tipo I e II, que se referem à
resistência à tensão do tecido), �bras elásticas (que são �exíveis), macromoléculas de proteoglicanas (que auxilia na
manutenção de sua consistência rígida) e glicoproteínas adesivas.
Como o tecido é avascularizado, sua nutrição e oxigenação, em geral são realizadas por tecido conjuntivo propriamente
dito adjacente (chamado de pericôndrio) ou por líquido sinovial.
Composição 
 Fonte: http://enfermagemtecidoconjuntivo.blogspot.com/2014/09/tecido-conjuntivo-cartilaginoso-e-suas.html
Esse tecido pode se diferenciar em três tipos básicos, encontradas em nosso corpo, com funções e particularidades
histológicas distintas: 
Cartilagem hialina
É caracterizada pela presença de matriz homogênea, com aspecto vítreo, consistência de gel rígido, presença de �bras de
colágeno tipo II associadas a proteoglicanas abundantemente hidratadas e glicoproteínas adesivas. A fresco apresenta
coloração de aspecto branco-azulada.
Cartilagem elástica
A cartilagem elástica é bastante semelhante à cartilagem hialina, contém �bras de colágeno tipo II, mas apresenta
também grande quantidade de redes de �bras elásticas em sua matriz cartilaginosa, o que permite maior �exibilidade. A
fresco possui coloração amarelada. Além disso, sua nutrição e oxigenação são realizadas por meio do pericôndrio.
Cartilagem �brosa
Chamada também de �brocartilagem, além das �bras de colágeno tipo II, também contém �bras de colágeno tipo I. Seus
condrócitos podem se apresentar en�leirados entre as �bras colágenas, por isso, a cartilagem tem a característica �brosa
que oferece resistência à tração e à deformação sob estresse.
Tipos 
Saiba mais
Para saber mais sobre esse assunto, leia o texto “Tipos de tecido cartilaginoso <galeria/aula8/docs/tecido.pdf> ”.
Atividade
1 - Os componentes que fazem parte do tecido cartilaginoso abrangem células imersas em abundante matriz cartilaginosa.
Essas podem se apresentar em três tipos distintos: cartilagem hialina, cartilagem elástica e cartilagem �brosa. Elas podem ser
encontradas em determinadas regiões do nosso corpo. A cartilagem �brosa, por exemplo, pode ser observada:
a) No pavilhão auricular
b) Na superfície articular
c) Na laringe
d) No disco intervertebral
e) No nariz
Tecido ósseo
É um tipo de tecido especializado do tecido conjuntivo, caracterizado por rigidez e
dureza.
 Tecido ósseo | Fonte: Choksawatdikorn / Shutterstock
Vejamos a seguir as características do tecido ósseo.
Função
Além de serem os principais constituintes dos ossos que
formam o esqueleto humano, eles desempenham
importante papel para sustentação, sistema de alavancas
possibilitando o movimento, proteção de órgãos vitais, para
alojar e proteger a medula óssea (local para a formação das
células sanguíneas), e armazenamento de íons (como
cálcio, fosfato).
Morfologia
Como nos demais tecidos conjuntivos é possível observar a presença de células, como: osteoprogenitoras, osteócitos,
osteoblastos e osteoclastos imersos em abundante MEC mineralizada, a matriz óssea. A imagem a seguir ilustra essas células.
 Estrutura das células do tecido conjuntivo | Fonte: Ducu59us / Shutterstock
A nutrição e oxigenação do tecido ósseo são realizadas por meio de canalículos que se encontram na matriz óssea, conforme
ilustra a imagem a seguir.
 Fonte: Shutterstock
Vamos conhecer um pouco mais sobre as osteoprogenitoras, osteócitos, osteoblastos e osteoclastos.
 Fonte: Shutterstock
As células osteoprogenitoras (ou osteogênicas) são derivadas das células mesenquimais, que surgem durante o
desenvolvimento embrionário, e dão origem aos osteoblastos. Apresentam formato fusiforme, com núcleo alongado e são
localizadas na superfície da matriz óssea.
 Fonte: Shutterstock
Os osteoblastos são responsáveis pela deposição orgânica da matriz óssea e participam da mineralização, uma vez que
sintetizam o componente que é responsável pela mineralização da matriz.
Seu núcleo é excêntrico, e se encontram lado a lado unidos por meio de junções comunicantes. Eles têm o formato cúbico
quando ativos, e forma alongada quando inativos.
 Fonte: Shutterstock
Quando os osteoblastos se apresentam aprisionados na matriz (as lacunas) e se comunicam por seus prolongamentos
localizados nos canalículos são chamados de osteócitos, e são responsáveis pela manutenção da matriz óssea.
 Fonte: Shutterstock
Os osteoclastos atuam sobre a matriz óssea promovendo sua reabsorção, cujas células precursoras são originadas na medula
óssea (pertencendo à linhagem dos macrófagos).
Apresentam irregularidades na superfície, com pequenas projeções, que aumentam sua superfície de contato. São células
consideradas gigantes e multinucleadas.
A matriz óssea é formada por uma parte orgânica e outra inorgânica. Vejamos:
Orgânica
Composta por �bras de colágeno tipo I,
glicosaminoglicanas, proteoglicanas e proteínas
de adesão. 
Inorgânica
Apresenta cálcio e fosfato (esses dois em
especial na forma de hidroxiapatita), magnésio,
potássio, e são responsáveis pela rigidez e
dureza do tecido.
Os ossos são revestidos por bainhas conjuntivas, que
apresentam células osteoprogenitoras:
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Reveste sua superfície externamente, que contém, em
especial, �bras colágenas e �broblastos, cujas �bras de
Sharpey (feixes de �bras colágenas do periósteo)
penetram o tecido ósseo, prendendo-o �rmemente.
Periósteo 
Realiza o mesmo revestimento do periósteo
internamente.
Endósteo 
Essas camadas, além de fornecer as células osteoprogenitoras, com osteoblastos importantes para o processo crescimento e
recuperação óssea, também desempenham papel essencial na nutrição desse tecido.Atividade
2. As células que compõem o tecido ósseo são de extrema importância para determinadas funções desempenhadas por ele,
em especial relacionadas ao remodelamento ósseo, podendo destacar os osteoblastos e osteoclastos. Nesse panorama, os
osteoblastos estão relacionados com:
a) Reabsorção da matriz óssea.
b) Produção de matriz óssea.
c) Manutenção da matriz óssea.
d) Formação de novas células ósseas.
e) Formação das membranas conjuntivas internas e externas.
Remodelamento ósseo
Como foi possível presumir, duas células são essenciais para o remodelamento ósseo: os osteoblastos e os osteoclastos, que
atuam de maneira constante, coordenada e com grande interação entre si.
Nesse processo, os osteoclastos, por meio de um complexo mecanismo, conseguem diferir a parte orgânica da matriz óssea e
os minerais são endocitados pelos osteoclastos e depois liberados pelos capilares.
Conheça cada etapa a seguir:
1 Após a liberação, essa reabsorção modela o osso, fazendo com que os componentes da matriz se alinhemnovamente e, quando concluem essa etapa, sofrem apoptose.
2 Enquanto isso, os osteoclastos sintetizam nesse mesmo local uma matriz óssea (orgânica) preenchendo acavidade de reabsorção, que posteriormente é calci�cada.
3 Após essa formação óssea, alguns desses osteoblastos sofrem apoptose, enquanto outros se transformam emosteócitos.
4 Ao �nal de cada ciclo desse remodelamento ósseo, o período de repouso é restaurado e, com isso, a manutençãoda integridade óssea.
Saiba mais
A osteoporose é uma doença ocasionada pela diminuição da massa óssea. Para saber mais sobre esse assunto, leia o texto
“Osteoporose <galeria/aula8/docs/osteoporose.pdf> ”.
Tipos de tecidos ósseos
Anatomicamente, podem ser divididos em:
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Que constitui a parte externa do osso e sem cavidades
aparentes.
Osso compacto 
Que se localiza internamente, com aspecto trabecular
e inúmeras cavidades intercomunicantes visíveis.
Osso esponjoso 
O tecido ósseo abriga a medula óssea, que podem se apresentar em dois tipos:
1
Medula óssea vermelha
Que se relaciona à produção de células sanguíneas.
2
Medula óssea amarela
Que é preenchida por tecido adiposo.
Microscopicamente pode ser dividido em dois tipos: osso imaturo ou primário e o osso maduro ou secundário.
 Tecido ósseo primário | Fonte: Jose Luis
Calvo / Shutterstock
Tecido ósseo primário
É o primeiro tecido ósseo a surgir, estrutura-se durante a vida embrionária, sendo substituído pelo tecido ósseo secundário. Em
geral, apresenta-se pouco mineralizado, e suas �bras colágenas se encontram pouco organizadas. Por isso, são considerados
relativamente frágeis.
Nos adultos, também é possível encontrá-los em locais como: suturas cranianas, alvéolos dentários, alguns pontos em que os
tendões se inserem e, é claro, em locais de reparo ósseo.
 Tecido ósseo secundário | Fonte:
Vetpathologist / Shutterstock
Tecido ósseo secundário (ou lamelar)
Nesse tipo, é possível observar um nível de organização, devido à presença das lamelas, que são dispostas concentricamente
ao redor de vasos sanguíneos, sendo chamado de sistema de Havers.
Esse sistema se comunica com ele mesmo, com a cavidade medular e com a superfície óssea por meio de canais transversais
ou oblíquos, chamados de canais de Volkman, que é a principal via de entrada do sangue no tecido ósseo pela cavidade
medular e a saída pelas veias do periósteo.
Ossi�cação
Por meio da microscopia não é possível visualizar diferenças, mas há duas maneiras que a formação de tecido ósseo pode
acontecer:
1
Ossi�cação intramembranosa
2
Ossi�cação endocondral
Ambas formarão tecido ósseo primário, que será posteriormente substituído
por tecido ósseo secundário.
Vamos conhecê-las a seguir.
Ossi�cação intramembranosa
Também conhecida como endoconjuntiva. Durante o
desenvolvimento embrionário, as células mesenquimais se
diferenciam em osteoblastos e se inicia o processo de
ossi�cação (o local onde ocorre esse processo pode ser
chamado de centro de ossi�cação primária).
No decorrer do processo também ocorre a formação de
cavidades, que são penetradas por vasos sanguíneos e
células que dão origem à medula óssea. As células
envolvidas nesse tecido que não sofrem ossi�cação
participam da formação do periósteo e endósteo,
começando a se estruturar com características do tecido
ósseo. Estão envolvidas com a formação dos ossos chatos
e a parede cortical dos ossos longos e curtos.
 Ossificação intramembranosa | Fonte: Jose Luis Calvo / Shutterstock
Ossi�cação endocondral
Relaciona-se ao processo de formação óssea, de ossos
longos e curtos, a partir de um molde cartilaginoso, que é
destruído de forma gradual, sendo substituído por tecido
ósseo.
Resumidamente, a cartilagem hialina sofre modi�cações,
cujos condrócitos ali contidos se hipertro�am, dilatando as
cápsulas nas quais estão inseridos. Esse fato desencadeia
complexos processos que resultam na formação de vasos
sanguíneos a partir do pericôndrio. Com isso, essas células
se transformam em osteoprogenitoras, dando origem aos
osteoblastos, que iniciam a produção do tecido ósseo
primário.
 Ossificação endocondral | Fonte: Timonina / Shutterstock
Saiba mais
Leia o texto “Fratura óssea <galeria/aula8/docs/fratura.pdf> ” para entender o que são traumatismos.
Atividade
3 - O tecido ósseo tem um processo de histogênese muito particular, que pode ser visualizado de duas maneiras distintas.
Quando ocorre o processo de substituição da cartilagem hialina por tecido ósseo, comum de acontecer na maioria dos ossos
longos e curtos, estamos nos referindo ao processo de:
a) Remodelamento ósseo
b) Consolidação de fratura
c) Ossificação intramembranosa
d) Ossificação intermembranosa
e) Ossificação endocondral
Condrócitos 1
São células mais velhas e com pouca atividade de síntese.
Morfologicamente os condrócitos são mais esféricos, com núcleo ovoide. Durante seu processo ocorre uma retração, gerando
um espaço da matriz, conhecido como lacuna (importante lembrar que essa lacuna pode conter mais de um condrócito).
 Fonte: https://pt.slideshare.net/HarshaPratap/microscopic-anatomy-of-hyaline-cartilage
Condrócitos 1
As células condroblastos são consideradas jovens, com alta capacidade de síntese de proteínas da MEC, como colágeno,
proteoglicanas e glicoproteínas.
Morfologicamente, os condroblastos apresentam-se mais alongados e com projeções, com grande núcleo.
 Fonte: https://pt.slideshare.net/HarshaPratap/microscopic-anatomy-of-hyaline-cartilageReferências
ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S.H.I.V. Imunologia celular e molecular. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
CARVALHO, H.F.; RECCO-PIMENTEL, S.M. A Célula. 2.ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2007.
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YOUNG, B. W. Histologia Funcional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 
Próxima aula
Características gerais e especí�cas do tecido muscular;
Morfologia e função do tecido muscular;
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