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Prof. Me. Hykaroo Mendonça ENFOQUE DO HISTÓRICO DO ATLETISMO, CAPACIDADES MOTORAS NA MODALIDADE, CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS (SALTOS, CORRIDAS E ARREMESSO). ESTUDO DO ENSINO E APRENDIZAGEM DAS PROVAS DO ATLETISMO E PROGRAMAS DE COMPETIÇÕES POR FAIXA ETÁRIA. EMENTA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM COMPETÊNCIAS RELACIONADAS ▪ Articular a relação histórica do homem e o atletismo. ▪ Classificar os grupos de provas do atletismo. ▪ Aplicar aspectos metodológicos do ensino do atletismo. ▪ Avaliar criticamente as possibilidades de intervenção do atletismo. ▪ Avaliar criticamente a aplicabilidade do atletismo em outras áreas relacionadas à educação física. DATAS AULA 1 HISTÓRIA E CARACTERIZAÇÃO DO ATLETISMO. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ▪ Compreender a História e caracterização do atletismo. INTRODUÇÃO • O Atletismo é chamado de esporte-base, pois sua prática corresponde aos movimentos naturais do homem. • Falar de sua origem, portanto, é contar um pouco da história humana no planeta, pois as competições nasceram das habilidades desenvolvidas por nossos ancestrais há milhares de anos. • A simplicidade das regras explica a universalidade do Atletismo. É campeão o mais rápido, quem dá o maior salto ou lança mais longe. • Quando o homem começou a contar sua história, primeiro com a pintura rupestre nas cavernas, e depois com a escrita, apareceram as primeiras referências às competições. • Há registros de disputas que remontam há, pelo menos, cinco mil anos. • Na Grécia Antiga, os Jogos esportivos existiam três mil anos atrás, e quase sempre tinham base religiosa. ORIGEM DO ATLETISMO Os acontecimentos desportivos vêm sendo organizados desde há quase três mil anos. O Atletismo é a forma mais antiga de um desporto organizado. Na realidade, trata-se de uma mistura de vários desportos, que engloba as corridas, os saltos e os lançamentos, vem dos tempos de outrora em que correr, saltar e lançar eram encarados como uma aprendizagem vital na caça e na guerra. O Atletismo conta a história esportiva do homem no Planeta. É chamado de esporte-base, porque sua prática corresponde a movimentos naturais do ser humano: correr, saltar, lançar. À partir disso, diferentes povos foram criando formas variadas e competitivas de corridas, saltos e lançamentos com diversas finalidades: preparação para a guerra, agradecimento aos deuses e homenagem aos heróis desaparecidos. HISTÓRICO DO ATLETISMO Nos primeiros jogos de que há registro efetuado na Grécia, em 776 a.C., existiu apenas uma prova, a corrida no estádio. Antigamente, as provas disputadas eram as de corrida e lançamento de disco, feitos de pedra ou bronze. O número de modalidades e a extensão dos jogos foi aumentando gradualmente. Hoje, a corrida, o salto e os lançamentos têm uma posição destacada no mundo do desporto. O atletismo nasceu na Grécia (377 a.C.), onde foram criados os estádios para realização das corridas a pé. Foi na Grécia também que houve o primeiro registro de uma competição de atletismo. JOGOS ÍSTMICOS Os mais famosos e importantes eram os Jogos Olímpicos, realizados na cidade de Olímpia. A primeira edição olímpica registrada é a de 776 a.C., quando uma única prova era disputada: uma corrida de cerca de 200 m, que os gregos chamavam de Stadium. JOGOS NEMEUSJOGOS PÍTICOSJOGOS OLÍMPICOS Haviam quatro Jogos Pan-Helênicos que abrangiam todo o mundo: Nesse ano, a vitória foi de Koroebus, representante da cidade de Elis, e primeiro campeão olímpico conhecido da história. Outras provas atléticas – lançamento do disco, lançamento do dardo, salto em distância e pentatlo – entraram em seguida no programa. Durante séculos apenas homens das cidades gregas competiam. Com a dominação romana, estes também passaram a competir. E o gosto romano passou a prevalecer. E as provas atléticas perderam a primazia para as lutas e as disputas equestres. Já em nossa era, com a oficialização do cristianismo como a religião do Império por Constantino, os Jogos Olímpicos foram considerados uma festa pagã. Nessa época (século IV dC), o prestígio do evento caíra muito. Assim, a história praticamente não registra reação quando os Jogos foram proibidos por um decreto do imperador Teodósio, em 393 da nossa era. O próprio Império Romano vivia seus últimos tempos no Ocidente. Já a prática esportiva, sem a organização de antes, continuou de maneira esparsa no período medieval. Com o Renascimento, no século XV, voltou o interesse pela cultura greco- romana. Surgem, então, as sociedades de ensino e prática esportiva. Mas é apenas no século XIX que o esporte assume um lugar de destaque na sociedade moderna. A maioria das modalidades – caso do Atletismo – ganhou seu formato atual na Inglaterra. FIM DOS JOGOS OLÍMPICOS Coubertin visitou a Inglaterra e os Estados Unidos, em busca de diferentes modelos de ensino. Antenado à educação e ao esporte, Coubertin viu florescerem as corridas de campo (cross country) e eventos de pista e campo: corridas, saltos e lançamentos, inclusive com disputas profissionais. Ele conheceu também organizadores de festivais olímpicos, como William P. Brookes, na Inglaterra, e Evangelis Zappas, na própria Grécia. É nesse ambiente que nasce em 1863, na França Pierre de Fredy – que entrou na história como Barão de Coubertin. Barão de Coubertin. O Movimento Olímpico e seu principal articulador Pierre de Coubertin chegam a um grande momento em 1894, quando, se torna um dos fundadores do Comitê Olímpico Internacional (COI). O Congresso ainda elegeu Atenas como sede dos Jogos da Primeira Olimpíada Moderna, e definiu a competição para 1896. A escolha da capital da Grécia estava carregada de simbolismo, pois a retomada dos Jogos aconteceria na pátria- mãe dos Jogos Antigos. O encontro de 1894 aconteceu no prédio da Sorbonne, sede da Universidade de Paris. Coubertin foi escolhido secretário-geral e a presidência ficou para o grego Dimitrios Bikelas. PRIMEIRA OLIMPÍADA MODERNA A HEGEMONIA DO ATLETISMO O mundo evidentemente mudou em 15 séculos, da proibição dos Jogos Antigos por Teodósio em 393 até 1896, ano da Primeira Olimpíada Moderna. O homem mudou, assim como o seu jeito de fazer esporte. Uma situação, porém, permaneceu: a hegemonia do Atletismo, confirmado como o esporte olímpico número 1. Afinal, quase um terço dos 313 atletas que participaram dos Jogos de Atenas competiu no torneio de Atletismo. Dois fatos destes Jogos de 1896 corroboram a visão sobre a hegemonia dos eventos atléticos: Assim como o primeiro campeão dos Jogos Antigos (Koroebus) era um nome do Atletismo, o primeiro campeão de 1896 , também era um atleta: Jimmy Connolly, dos Estados Unidos, ganhador do salto triplo. O primeiro herói olímpico moderno foi o grego Spiridon Louis, campeão da maratona em 1896. A prova entrou no programa em homenagem ao feito do soldado Feidípides, que no séc. V aC teria corrido da localidade de Maratona até Atenas, para avisar da vitória grega sobre os persas. Diz a lenda que Feidípedes caiu morto após avisar: “Vencemos”. A HEGEMONIA DO ATLETISMO EVOLUÇÃO A fundação da IAAF durante a Olimpíada de Estocolmo, em 1912, por 17 países foi importante para o desenvolvimento do esporte. As regras do Atletismo foram escritas e as listas de recordes ganharam credibilidade. Cem anos depois, em 2012, as federações nacionais filiadas à IAAF eram 212. De Atenas 1896 a Londres 2012, o número de atletas pulou de 313 para 10 mil. No Atletismo são com cerca de dois mil participantes. As mulheres estrearam nos Jogos de Amsterdã 1928 e agoramilênio passam de 40 % do total. Tudo isso fez o COI decidir que o Atletismo é a modalidade número 1 dos Jogos e que as Olimpíadas podem ser feitas apenas com ele, nunca sem ele. O Atletismo moderno ganhou muitos adeptos na Inglaterra, seu país de origem, nos Estados Unidos e na maioria das nações da Europa. Aos poucos, sua pátria chegou a todos os continentes. No século XIX havia competições regulares, com atletas amadores e profissionais. A volta dos Jogos, no entanto, fez prevalecer o estatuto amador que dominou o ambiente oficial dos esportes olímpicos boa parte do século XX. ATLETISMO NO BRASIL No Brasil, o Atletismo começa nas últimas décadas do século 19. Em 1931, a seleção nacional começou a participar dos Campeonatos Sul-Americanos. Em 1932, Clovis Rapozo (8º no salto em distância) e Lúcio de Castro (6º no salto com vara) chegaram às finais nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos estados Unidos. Quatro anos depois, Sylvio de Magalhães Padilha foi o 5º nos 400 m com barreiras nos Jogos de Berlim, na Alemanha. Lúcio de Castro Sylvio de Magalhães Nos anos 1880, o Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, anunciava resultados de competições na cidade. Nas três primeiras décadas do século 20, a prática atlética foi consolidada no País. Em 1914, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) filiou-se à IAAF. Em 1921, o Clube Atlético Paulistano inaugurou o primeiro estádio para a prática do atletismo no Brasil. Em 1924, o País participou pela primeira vez do torneio olímpico, ao mandar uma equipe aos Jogos de Paris, na França. No ano seguinte, em 1925, foi instituído o Campeonato Brasileiro. Em 1952, nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, Adhemar Ferreira da Silva conquistou a medalha de ouro no salto triplo, em 23 de julho, três dias depois de José Telles da Conceição ganhar a de bronze no salto em altura. Adhemar foi o primeiro dos grandes triplistas brasileiros, a subir ao pódio olímpico e a estabelecer recordes mundiais na prova. Ele foi bicampeão quatro anos depois, em Melbourne, na Austrália. Depois, Nelson Prudêncio ganhou prata e bronze, e João Carlos de Oliveira, duas de bronze. ATLETISMO NO BRASIL Os Jogos Pan-Americanos foram disputados pela primeira vez em Buenos Aires, na Argentina, em 1951. Até a 16ª edição do PAN, realizada em Guadalajara, no México, em 2011, o Atletismo conquistou para o Brasil nada menos que 160 medalhas: 56 de ouro, 45 de prata e 59 de bronze. O atleta com mais títulos ganhos no PAN é João Carlos de Oliveira, com dois ouros no triplo e dois no salto em distância, nos Jogos do México em 1975 e de Porto Rico, quatro anos depois. Claudinei Quirino é um dos grandes destaques da história dos Jogos, com cinco medalhas conquistadas no total – sendo três de ouro, uma de prata e uma de bronze. Maurren Maggi foi a primeira mulher brasileira campeã olímpica em esportes individuais. Venceu o salto em distância nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. Thiago Braz deu ao Brasil a medalha de ouro no salto com vara nos Jogos do Rio, em 2016, na primeira Olimpíada realizada na América do Sul. ATLETISMO NO BRASIL
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