Buscar

FunCon-U2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

85
INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA 
DA CONTABILIDADE
Objetivos
• Interpretar a Contabilidade como instrumento de organização da 
informação no ambiente empresarial.
• Distinguir as diferenças de representação dos fenômenos patrimoniais 
pela Contabilidade ao redor do mundo.
• Compreender e interpretar a mecânica de lançamentos contábeis.
• Realizar uma incursão exploratória nas modalidades de lançamentos e nos 
aspectos informativos e legais que os envolvem.
• Identificar incorreções de escrituração e aplicar métodos adequados para 
saná-las.
• Compreender e interpretar a estrutura hierárquica de representação do 
patrimônio por meio das contas.
• Identificar as diversas naturezas das contas e associá-las à sua representação.
• Reconhecer e entender a complexidade do patrimônio e a estrutura de 
trocas de informação.
Conteúdos
• Funções da Contabilidade e seus usuários.
• Contabilidade aplicada às diversas necessidades administrativas.
• Planificação contábil.
• Características das contas nos grupos do Ativo.
• Ativos quanto à sua capacidade de realização.
UNIDADE 2
86 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
• Características das contas nos grupos do Passivo.
• Passivos quanto à sua característica de exigibilidade.
• Características das contas nos grupos do Patrimônio Líquido.
• Patrimônio Líquido quanto à sua natureza.
• Contas de Resultado.
• Escrituração ou mecânica contábil.
• Livros contábeis, fiscais e societários.
• Lançamento, fórmulas e razonetes.
• Erros de escrituração: estorno, complementação, reclassificação e redação.
• Exercício econômico.
• Balancetes de Verificação: duas e seis colunas.
• Ética Profissional.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Não se limite ao conteúdo deste material didático, busque outras 
informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas 
apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade 
EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu 
crescimento intelectual.
2) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos explicitados no Glossário 
e suas ligações pelo Esquema dos Conceitos-Chave para o estudo de todas 
as unidades deste material. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu 
desempenho.
3) Leia as informações práticas para facilitar o estudo desta unidade, tais 
como os objetivos que pretendemos atingir ao desenvolvê-la. Lembre-se 
ainda que a sua participação pode significar a diferença entre ler conteúdo 
ou transformar conhecimentos em ferramentas de trabalho importantes 
para sua vida profissional.
4) Para fundamentar seus conhecimentos, é importante que você analise e 
compreenda os exemplos, a fim de obter um melhor entendimento do 
87© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
texto apresentado. Não deixe dúvidas para trás, afinal, elas o impedirão 
de caminhar com sucesso.
5) É importante, também, que você procure ler com atenção os conteúdos 
desta unidade, pois eles serão imprescindíveis à sua prática. Ademais, não 
deixe de anotar as ideias principais que encontrar.
6) Lembre-se que os balancetes são ótimas ferramentas para sintetizar 
movimentações extensas ou mesmo encontrar erros de classificação. 
Desse modo, use-os sem economia.
88 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
1. INTRODUÇÃO 
Na Unidade 1 você pode conhecer a trajetória e o 
crescimento da Contabilidade na história das organizações.
Além disso, identificou que a profissão de contador 
é regulamentada pelos órgãos competentes e que essa 
regulamentação rege às normas e condutas da profissão.
Ao estudar a Unidade 2, você interpretará a Contabilidade 
como um instrumento de organização da informação no 
ambiente empresarial.
Apresentaremos as características de natureza das contas 
contábeis e o seu relacionamento como células que culminam na 
formação do patrimônio.
A escrituração é uma técnica contábil que consiste em 
registrar, por ordem cronológica, todos os fatos administrativos 
que ocorrem no patrimônio das entidades.
Os fatos administrativos são escriturados pela Contabilidade 
aplicando-se um conjunto de regras com uniformidade.
O Método das Partidas Dobradas criado por Luca Paccioli, 
é a forma mais difundida e universalmente aceita para a 
escrituração dos fatos administrativos.
Ele consiste no princípio de que todo débito em uma conta 
gera, simultaneamente, um crédito em outra.
Da mesma maneira, em um lançamento, a soma dos 
débitos será igual à soma dos créditos ou, ainda, a soma dos 
saldos devedores será igual à soma dos saldos credores.
Vale a pena conhecer alguns conceitos acerca do que vem 
a ser débito e crédito em Contabilidade.
89© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Pois bem!
Utilizando uma linguagem simples da terminologia contábil, 
podemos afirmar que o débito assume conotações distintas.
A mais expressiva e significante é aquela que o define 
como representando os elementos positivos dentro do contexto 
patrimonial.
Em contrapartida, ou seja, na linguagem comum e não 
contábil, a palavra “débito” significa “dívida”, “situação negativa”, 
“estar em débito com alguém” ou “dever para alguém”.
Portanto, você sempre deve ter esse conceito em mente, 
pois, quando o aluno iniciante no curso de Contabilidade não se 
conscientiza disso, dificilmente consegue aceitar que o débito 
pode representar os elementos patrimoniais positivos.
Em se tratando do crédito, temos que na linguagem 
comum, pode significar uma situação positiva, o que dá direito 
às pessoas comprarem a prazo em estabelecimentos comerciais.
Já na terminologia contábil, o termo “crédito” também 
pode possuir alguns significados diferentes. Desse modo, as 
mesmas observações que fizemos para a palavra “débito” podem 
ser aplicadas ao termo “crédito”.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de 
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua 
compreensão integral, é necessário um estudo criterioso dos 
conteúdos apresentados no Conteúdo Digital Integrador.
90 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
2.1. TRANSAÇÕES ECONÔMICO-FINANCEIRAS REPRESENTA-
DAS NA CONTABILIDADE
O conjunto de acontecimentos que constituem a dinâmica 
patrimonial é proveniente dos atos e fatos administrativos.
Atos administrativos são ocorrências que não alteram 
diretamente o patrimônio, restringindo-se à troca de valores no 
âmbito de contas patrimoniais, ou seja, não geram modificação 
nas contas de resultado.
Por exemplo: transferência de mercadorias para a produção, 
transferência de funcionários entre departamentos etc.
Fatos administrativos são ocorrências que alteram o 
patrimônio, trocando (permutando) seus valores ou modificando 
o Patrimônio Líquido.
Assim, eles podem ser permutativos e modificativos.
•	 Fatos permutativos são os que provocam variações 
dos elementos do Ativo e do Passivo, sem influenciar 
o resultado ou a situação líquida da empresa (lucro ou 
prejuízo). 
Dessa forma, podemos dizer que esse tipo de fato altera a 
qualidade do patrimônio sem alterar sua quantidade.
•	 Fatos modificativos produzem alterações na situação 
líquida do patrimônio, ou seja, geram lucro ou prejuízo 
através do uso das contas de resultado.
Podemos afirmar então, que fatos modificativos ocorrem 
por meio de contas de resultado, sendo responsáveis pela 
apuração da situação líquida do patrimônio (lucro ou prejuízo). 
No caso de representarem lucro, serão fatos modificativos 
aumentativos do patrimônio.91© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Por outro lado, se representarem prejuízo, serão fatos 
modificativos diminutivos do patrimônio.
Estrutura do Patrimônio e seus componentes
A seguir apresentaremos os principais conceitos da 
estrutura contábil.
Patrimônio é uma palavra latina que significa “bens 
originários dos pais”.
Na antiguidade, estava associado às posses de uma família, 
posses estas que garantiam a manutenção da vida.
Por exemplo, um rebanho, a terra, sementes, entre outros, 
eram necessidades que deviam ser registradas e controladas 
para que não houvesse fome.
Com o passar dos tempos, a ampliação do comércio, o início 
da era industrial e, finalmente, com a ascensão do capitalismo, 
o patrimônio passou a ser a denominação do conjunto de Bens, 
Direitos e Obrigações pertencentes a uma organização.
Dadas as afinidades entre os termos que compõem o 
patrimônio, é interessante conceituá-los para que se possa fazer 
perfeita distinção entre eles.
1) Bem: pela ótica econômica, é produto que possui 
utilidade, prazer ou satisfação. Pela ótica financeira, 
é todo produto suscetível de avaliação em dinheiro e 
que satisfaz uma necessidade humana.
2) Bens de capital ou simplesmente Capital: são 
utilizados pelas indústrias e fazendas, na produção de 
outros bens (máquinas, terra agricultável etc.).
92 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
3) Capital financeiro: representado pelo meio de troca, ou 
seja, o papel moeda (dinheiro). Dinheiro não representa 
riqueza, especificamente, mas, sim, a capacidade de 
uma empresa ou indivíduo de adquirir bens de capital ou 
bens de consumo. É apenas uma medida representativa 
de riqueza, e não propriamente a riqueza.
4) Bens de consumo: são aqueles resultantes do processo 
produtivo, e que se destinam diretamente ao consumo 
do homem.
5) Recursos econômicos: são classificados como recursos 
de propriedade e recursos humanos. Recursos de 
propriedade são os naturais (terra, materiais) ou 
os artificiais (máquinas, insumos de produção) que 
produzem bens.
6) Poupança: é tudo o que deriva da capacidade de 
trabalho, mas não é consumido, e, sim, revertido como 
reserva para aproveitamento futuro.
7) Direito: representa a oportunidade futura de obtenção 
de recursos. Essa oportunidade, normalmente, tem sua 
origem na venda sem o recebimento pecuniário de um 
bem ou serviço.
8) Obrigações: representam compromissos futuros de 
pagamento. Esse compromisso, geralmente, origina-se 
da aquisição de um bem ou serviço, sem o desembolso 
da respectiva quantia pecuniária.
9) Patrimônio Líquido: é o nome dado à diferença obtida 
entre os fluxos de entrada e de saída de capital na 
empresa. É obtido pela seguinte equação: BENS + 
DIREITOS – OBRIGAÇÕES = PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
93© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
10) Bens e direitos: são representados no Balanço Patrimonial 
como ativos. Todas as entradas de capital são registradas, 
por convenção, do lado Direito do quadro.
11) Obrigações: são representadas no Balanço Patrimonial 
como passivos. Todas as saídas de capital são registradas, 
por convenção, do lado esquerdo do quadro.
12) Patrimônio Líquido: pode ser definido como a diferença 
entre o valor do Ativo e do Passivo em um determinado 
momento de uma entidade. As fontes do Patrimônio 
Líquido podem ser provenientes de:
•	 Investimentos: efetuados pelos proprietários em 
troca de ações, quotas ou outras participações.
•	 Lucros: acumulados na entidade como fonte 
(adicional) de financiamento.
A seguir serão apresentadas as possíveis situações líquidas:
Situação 1
O resultado apurado é o lucro
Nessa situação, existem recursos suficientes para 
pagamento de todas as obrigações contraídas, ou seja, existe 
riqueza própria.
Situação 2
O resultado apurado é o prejuízo
Nessa configuração, há “Passivo a descoberto”, ou seja, 
as obrigações contraídas são superiores ao volume de riqueza 
própria.
94 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Situação 3
A situação é neutra
Essa configuração corresponde a uma situação teórica que 
raramente poderia ocorrer na prática, já que, pelos volumes 
aleatórios de compra e venda, uma empresa dificilmente teria 
igualdade em seus volumes de negócios.
Estados patrimoniais
No Balanço Patrimonial, o Ativo representa os Bens e os 
Direitos, enquanto o Passivo representa todas as obrigações.
O Balanço Patrimonial reflete a posição financeira de uma 
empresa em um determinado momento.
É constituído por duas colunas: a coluna do lado direito 
é denominada Passivo e Patrimônio Líquido, a coluna do lado 
esquerdo é denominada Ativo.
O Balanço Patrimonial tem suas contas dinâmicas, ou seja, 
elas variam o saldo em relação ao tempo.
Isso quer dizer que, a cada momento, o saldo pode estar 
diferente.
O diferencial entre o Ativo e o Passivo sempre será dado 
pelo Patrimônio Líquido. Considerando que as somas dos dois 
lados do Balanço sempre devam ser iguais.
Resumindo, o patrimônio constitui-se de uma parte 
representativa de bens e direitos denominada Ativo, e de uma 
parte representativa de obrigações denominada Passivo.
A diferença entre Ativo e Passivo é denominada Patrimônio 
Líquido e representa os investimentos dos sócios para a abertura 
95© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
da empresa, assim como os resultados obtidos (lucro ou prejuízo) 
nas operações.
Ativo
O Ativo representa o conjunto de Bens e Direitos da 
entidade, a parte positiva do patrimônio. É tudo aquilo que a 
entidade possui ou que tem a receber de terceiros.
São exemplos de direitos a receber de terceiros: duplicatas, 
promissórias, aluguéis etc.
Os elementos que compõem o Ativo são revestidos 
de algumas características especiais, tais como: apresentar 
potencialidade de gerar benefícios econômicos para a entidade, 
ser um recurso econômico, ser de propriedade ou estar na posse 
de alguma entidade e ser mensurável monetariamente.
Assim, todo o elemento Ativo que não seja mais útil à 
entidade e, portanto, tenha perdido sua capacidade de gerar 
fluxo de caixa, não deve ser classificado como um elemento 
Ativo.
Os bens são divididos em tangíveis (bens materiais com 
forma física e palpável) e intangíveis: (têm como principal 
característica a virtualidade, ou seja, a inexistência de corpo 
físico).
O valor dos bens tangíveis é determinado intrinsecamente 
pelo valor de aquisição, ou extrinsecamente pelo valor que 
podem alcançar no mercado.
Já o valor dos bens intangíveis está vinculado a uma 
capacidade tangível, que pode ser orçada em termos financeiros.
96 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Uma patente, por exemplo, é um bem intangível que pode 
representar o direito de reproduzir um bem de consumo.
Assim, o que dita o valor da patente é a expectativa de seu 
proprietário em obter recursos financeiros a partir da utilização 
da tecnologia contida na patente ou de outorgar a um terceiro o 
direito de explorar essa tecnologia.
O Código Civil Brasileiro distingue os bens em móveis, dos 
bens imóveis. Como bens móveis temos: animais, máquinas, 
equipamentos, estoques de mercadoria, entre outros. Bens 
imóveis são os vinculados ao solo e que não podem ser retirados 
sem destruição ou danos, tais como: edifícios, árvores, entre 
outros.
Passivo
O Passivo representa todas as obrigações financeiras que 
uma empresa tem com terceiros provenientes de transações 
passadas, realizadas a prazo, com data de vencimento e 
beneficiário certo e conhecido.Dessa forma, os valores representados no Passivo 
referem-se a capitais de terceiros, que, tendo vendido a prazo, 
emprestaram recursos para a empresa, gerando uma obrigação 
desta para com eles.
Do lado do Passivo, encontra-se o Patrimônio Líquido, 
configurando também uma obrigação da empresa (pessoa 
jurídica) com seus sócios (pessoas físicas).
O Passivo, portanto, abrange o capital de terceiros, o capital 
próprio e suas variações presentes no Patrimônio Líquido.
97© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Patrimônio e Patrimônio Líquido
Patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações 
vinculados a uma pessoa física ou jurídica, com finalidade 
definida e mensurável economicamente.
O Patrimônio Líquido consiste na diferença entre a soma 
dos Bens e dos Direitos, subtraindo-se as Obrigações.
É formado pelo capital próprio da entidade, constituído 
pelos valores aportados pelos sócios para a constituição da 
empresa, adicionados dos resultados obtidos pelas operações.
A Contabilidade analisa o patrimônio sob o aspecto 
qualitativo e quantitativo.
Qualitativamente, o patrimônio é estudado sob os aspectos 
da terminologia típica de cada um dos elementos que o compõe, 
tais como: bens numerários (caixa e bancos), bens de venda 
(mercadorias, produtos acabados e matéria-prima), bens de 
renda (veículos e imóveis para alugar) e bens de uso (máquinas e 
equipamentos, materiais úteis e ferramentas).
Quantitativamente, os componentes patrimoniais são 
estudados pelo valor financeiro que representam.
Esse valor refere-se ao custo histórico de sua aquisição, 
quando se trata de bens e obrigações, valor representativo da 
venda, quando se trata de mercadorias ou produtos e custo 
histórico de aporte de capital, quando se trata do capital.
Graficamente o patrimônio é representado pelo Balanço 
Patrimonial, no qual, do lado esquerdo encontra-se o Ativo e do 
lado direito encontra-se o Passivo o Patrimônio Líquido.
98 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Estruturação e classificação de grupos do Ativo
De acordo com a legislação que regulamenta as Sociedades 
por Ações, as contas do Ativo devem ser alocadas em ordem 
decrescente do Grau de Liquidez (capacidade de pagamento), 
enquanto as contas do Passivo devem ser alocadas de acordo 
com o Grau de Exigibilidade.
Podemos visualizar essa obrigação no Balanço Patrimonial, 
instrumento contábil que indica a situação financeira, econômica 
e patrimonial de uma entidade e no qual as contas são 
classificadas nos seguintes grupos:
Ativo Circulante
O Ativo Circulante é composto pelos Bens e Direitos que 
irão ser convertidos em dinheiro, no prazo de até 12 meses.
Divide-se nos subgrupos: Disponível ou Disponibilidades, 
Realizável a curto prazo ou Direitos, Estoques e Despesas 
Antecipadas ou Despesas do Exercício Seguinte. Vejamos cada 
um deles.
1) Disponível: composto pelas exigibilidades imediatas, 
representadas pelas contas de caixa, bancos conta 
movimento, cheques para cobrança e aplicações no 
mercado aberto. Exemplos: caixa, bancos e fundo de 
aplicação financeira.
2) Realizável a Curto Prazo: alocam os direitos a receber 
no prazo de até 12 meses. Exemplos: impostos a 
recuperar, duplicatas a receber ou clientes, (-) duplicatas 
descontadas, (-) Perdas Estimadas com Créditos 
de Liquidação Duvidosa. Estas duas últimas contas 
representam contas retificadoras da conta duplicatas a 
99© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
receber ou clientes e são classificadas no Ativo, tendo 
saldos credores, por isso são demonstradas com o 
sinal negativo (-).
3) Estoques: representam os bens destinados à 
venda e que variam de acordo com a atividade da 
entidade. Exemplos: produtos acabados, produtos em 
elaboração, matérias-primas e mercadorias.
4) Despesas Antecipadas: compreende as despesas 
pagas antecipadamente que serão consideradas como 
custos ou despesas no decorrer do exercício seguinte. 
Exemplos: seguros a vencer, aluguéis a vencer e 
encargos a apropriar.
Ativo Não Circulante
O Ativo Não Circulante é um grupo composto pelos 
seguintes subgrupos: Realizável a Longo Prazo, Investimentos, 
Imobilizado e Intangível.
1) Realizável a Longo Prazo: é composto pelos direitos 
que serão recebidos após o término do exercício 
seguinte, isto é, após 12 meses. Exemplos: duplicatas 
a receber (+12 meses), aluguéis a receber e contas 
a receber. Independentemente do prazo, ainda são 
classificadas nesse grupo, de acordo com a Lei das 
S.A., as seguintes contas: adiantamentos a sócios, 
adiantamentos a acionistas, empréstimos a coligadas, 
empréstimos a controladas etc.
2) Investimento: são todas as aplicações de recursos 
que não têm por finalidade o objetivo principal da 
entidade. Exemplos: imóveis para aluguel, terrenos 
para expansão, ações em outras empresas, participação 
100 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
em empresas coligadas, participação em empresas 
controladas e obras de arte.
3) Imobilizado: representam as aplicações de recursos 
em bens instrumentais que servem de meios para que 
a entidade alcance seus objetivos. Os bens materiais 
sofrem depreciação, os bens imateriais sofrem 
amortização e os terrenos sofrem exaustão. Exemplos: 
veículos, máquinas e equipamentos, imóveis, 
embarcações, marcas e patentes e direitos autorais.
4) Intangível: representado por bens que possuem a ine-
xistência de corpo físico.
Estruturação e classificação dos grupos do Passivo
Passivo Circulante
O Passivo Circulante é composto por todas as obrigações 
com prazo de vencimento em até 12 meses.
Exemplos: fornecedores, duplicatas a pagar, salários a 
pagar, provisão para férias, provisão para imposto de renda e 
empréstimos bancários.
Passivo Não Circulante
O Passivo Não Circulante representa as obrigações com 
prazo de vencimento após 12 meses.
Exemplos: empréstimos bancários e financiamentos.
Nesse grupo, também são classificadas as seguintes 
contas: adiantamentos de sócios, adiantamentos de acionistas, 
empréstimos de coligadas e empréstimos de controladas.
101© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
São apresentadas também neste grupo as receitas recebidas 
antecipadamente, também conhecidas como Resultados de 
Exercício Futuro, que, de acordo com o regime de competência, 
pertence ao exercício futuro.
Exemplos: receita antecipada e custos atribuídos à receita 
antecipada.
Estruturação e classificação do Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido
Representa o capital que pertence aos proprietários. 
Exemplos: capital social, reservas de capital, reservas de lucros 
(legal, estatutária, contingência) e prejuízos acumulados.
1) Capital Social: discrimina o valor subscrito e o valor 
que ainda será realizado pelos sócios ou acionistas.
2) Reservas de Capital: são as contas que registram 
doações recebidas, eventualmente, pela entidade. No 
caso de sociedades anônimas, o ágio na emissão de 
ações, o produto da alienação de partes beneficiárias, 
entre outras.
3) Reservas de Lucros: são as contas constituídas pela 
apropriação de lucro da empresa.
4) Prejuízos Acumulados: registra o resultado negativo 
da entidade, pois o positivo deve ser distribuído.
2.2. MECÂNICA CONTÁBIL
A Contabilidade é obtida a partir de lançamentos contábeis.
102 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Os lançamentos contábeis são realizados com o objetivo 
de documentar as transações financeiras das empresas.
Ela se preocupa em guardar toda a história de 
movimentações ocorridasdurante um Exercício Contábil, que 
dura um ano e que, geralmente, acompanha o ano civil, ou seja, 
vai de janeiro a dezembro.
Há casos, entretanto, de exercícios contábeis que 
consideram outros meses do ano, como por exemplo, de abril a 
março.
Como padrão, a Contabilidade considera alguns elementos 
básicos que compõem os lançamentos contábeis e que são 
julgados como suficientes para que, no futuro, esses lançamentos 
sejam corretamente interpretados.
Lançamentos
Consideramos como elementos de um lançamento 
contábil:
1) Data da transação.
2) Conta(s) de Débito.
3) Conta(s) de Crédito.
4) Histórico.
5) Valor financeiro da transação.
Um lançamento contábil alimenta uma Conta Contábil, 
que é a menor divisão do patrimônio.
Para efeito de controle, ele é dividido em pequenas partes, 
cada uma correspondendo respectivamente a um tipo diferente 
de bem, direito ou obrigação.
103© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Por exemplo, dizemos que dinheiro é um bem e, como um 
bem, faz parte do Ativo.
O Ativo é composto de uma série grande de bens, e cada 
um deles corresponde a uma conta. O mesmo ocorre no Passivo 
e no Patrimônio Líquido. Isso significa que uma conta armazena 
valores da mesma espécie.
Os lançamentos atendem a duas funções: histórica, 
consiste na narração do fato em ordem cronológica (dia, mês, 
ano e local) e monetária, compreende o registro da expressão 
monetária dos fatos e o seu agrupamento conforme a natureza 
de cada um.
Eles devem ser escriturados de acordo com algumas 
disposições técnicas, tais como: evidenciar o local e a data do 
registro, a(s) conta(s) debitada(s), a(s) conta(s) creditada(s), o 
histórico da operação e o valor da operação.
Fórmulas de lançamentos
Há quatro fórmulas para registrar os fatos contábeis, de 
acordo com o número de contas debitadas e creditadas.
1ª Fórmula: uma conta debitada e outra creditada.
Exemplo: Recebimento de duplicatas no valor de R$ 
1.000,00 em dinheiro.
D: Caixa..........................................R$ 1.000,00
C: Duplicatas a Receber.................R$ 1.000,00
104 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
2ª Fórmula: uma conta debitada e mais de uma conta 
creditada.
Exemplo: Recebimento de duplicatas no valor de R$ 
1.000,00 mais 10% de juros devido ao atraso no pagamento 
efetuado pelo cliente em dinheiro.
D: Caixa..........................................R$ 1.100,00
C: Duplicatas a Receber...................R$ 1.000,00
C: Juros Ativos....................................R$ 100,00
3ª Fórmula: mais de uma conta debitada e uma conta 
creditada.
Exemplo: Pagamento a fornecedores em dinheiro no valor 
de R$ 1.000,00 mais juros de 10% devido ao atraso no pagamento.
D: Fornecedores........................R$ 1.000,00
D: Juros Passivos..........................R$ 100,00
C: Caixa.....................................R$ 1.100,00
4ª Fórmula: mais de uma conta debitada e mais de uma 
conta creditada.
Exemplo: Compra de mercadorias no valor de R$ 1.000,00 
e de móveis no valor de R$ 1.500,00 com pagamento de 50% à 
vista e o restante a prazo.
D: Mercadorias......................R$ 1.000,00
D: Móveis e Utensílios...........R$ 1.500,00
C: Caixa..................................R$ 1.250,00
C: Duplicatas a Pagar.............R$ 1.250,00
105© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
2.3. PLANIFICAÇÃO CONTÁBIL
A escrituração contábil, ou seja, o registro dos fatos 
que ocorrem nas empresas e modificam seu patrimônio, são 
realizados a partir da utilização das contas contábeis.
Elas são apresentadas no Plano de Contas e servem como 
suporte aos profissionais da área contábil.
O Plano de Contas envolve todas as contas previstas como 
necessárias aos registros dos fatos contábeis de uma empresa.
Em razão disso, o Plano de Contas assume o papel de 
instrumento de consulta para o profissional da área contábil.
Nele, estão determinados os parâmetros a serem seguidos 
para decidir qual a origem e qual a aplicação de cada evento 
contábil.
O plano ainda oferece a vantagem de uniformização das 
contas utilizadas em cada registro, além de orientar a estrutura 
das Demonstrações Contábeis.
Desse modo, o objetivo central do plano é estabelecer 
normas de conduta para o registro das operações da organização.
Portanto, na sua elaboração, devem ser considerados três 
objetivos fundamentais:
•	 Atender às necessidades de informações da 
administração da entidade.
•	 Observar um formato compatível com os princípios 
contábeis e com a norma legal que regula a elaboração 
do Balanço Patrimonial e das demais Demonstrações 
Contábeis, ou seja, a Lei nº 11.638/07.
106 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
•	 Adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos 
agentes externos à entidade, como, por exemplo, os 
fornecedores, os bancos, os órgãos fiscais, a auditoria 
externa e, particularmente, as regras da legislação do 
Imposto de Renda.
O plano completo deve apresentar os seguintes elementos:
1) Título das contas.
2) Classificação quanto ao grupo e subgrupo.
3) Função.
4) Relação entre os grupos ou mesmo entre as contas.
5) Normatização para registro de novas contas.
6) Critérios de codificação e previsão de derivações das 
contas.
O título de cada conta deve expressar o significado 
adequado das operações nela registradas, considerando-se que 
as Demonstrações Contábeis originárias da escrituração contábil 
não serão utilizadas apenas por usuários internos, mas também 
por usuários externos, como bancos, e, no caso de Sociedades 
Anônimas de capital aberto, por acionistas e investidores.
Dessa forma, quanto mais detalhado for o Plano de 
Contas, melhor será sua interpretação pelos diversos usuários 
da informação contábil.
A classificação das contas é dada em grupos que permitem 
a comparação entre si, evidenciando a proporcionalidade entre 
Bens, Direitos e Obrigações.
O Plano de Contas deve atender às necessidades da 
empresa e ser elaborado segundo normas técnicas.
107© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Essa normatização está presente na lei que rege as 
Sociedades Anônimas e que, por conseguinte, atende, também, 
às empresas que são constituídas de formas distintas das 
Sociedades Anônimas, mas que devem atender às mesmas 
exigências legais com relação à prestação de contas.
Nesse sentido, fica evidente a importância de um Plano de 
Contas devidamente estruturado.
No momento da elaboração do Plano de Contas devem ser 
determinados os níveis hierárquicos entre elas. Eles têm como 
objetivo, estabelecer graus de dependência entre as contas.
Assim, a dependente deve ter sempre classificação inferior 
com relação à principal, bem como saldos desdobrados.
Normalmente, são empregados dois graus:
•	 Conta sintética ou principal (1º grau).
•	 Conta analítica ou derivada (2º grau).
Por exemplo:
1.1 Ativo Circulante – sintética
 1.1.01.01 Caixa Principal – analítica
Cada conta deve ser identificada por um código que poderá 
ser numérico ou alfabético ou ainda, utilizar a combinação de 
letras e números que a distingue das demais, reproduzindo 
sempre os graus de relacionamento hierárquico existentes. Por 
exemplo:
1. Ativo
 1.1 Ativo Circulante
 1.1.1 Caixa Empresa
108 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
O plano varia de acordo com a natureza da operação da 
entidade e não pode ser inflexível.
Portanto, ele deve permitir não apenas alterações que 
tenham como finalidade reproduzir o dinamismo do mercado 
em que a empresaatua, como também modificações nas 
legislações comercial e fiscal, assim como nas normas e métodos 
que regulam a atividade empresarial.
Nesse contexto, faz-se necessária a apresentação de um 
Plano de Contas padrão possível de ser utilizado pela maioria das 
empresas brasileiras, o qual deve conter as contas mais usuais, 
quanto de modelos mais específicos e direcionados a cada tipo 
de empresa.
A criação de novas contas, o cancelamento de algumas e 
o desdobramento de outras devem ser permissíveis pelo plano, 
o que permitirá que os registros acompanhem a evolução dos 
fatos e permitam a melhor reprodução da dinâmica de mercado.
Para ilustrar a organização do Plano de Contas, segue uma 
estrutura com as contas mais usuais.
Plano de Contas––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 
1. ATIVO
1.1 Circulante
1.1.01 Disponível
1.1.01.01 Caixa
1.1.01.01.01 Caixa
1.1.01.02 Banco conta Movimento
1.1.01.02.01 Banco do Brasil S/A.
109© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
1.1.01.02.02 Banco Itaú S/A.
1.1.01.02.03 Banco Bradesco S/A.
1.1.01.03 Aplicações Financeiras
1.1.01.03.01 Banco do Brasil S/A.
1.1.01.03.02 Banco Itaú S/A.
1.1.01.03.03 Banco Bradesco S/A.
1.1.02 Clientes
1.1.02.01 Cliente X
1.1.02.02 Cliente Y
1.1.03 Duplicatas a receber
1.1.04 (-) Duplicatas descontadas
1.1.05
(-) Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação 
Duvidosa
1.1.06 Adiantamento a fornecedores
1.1.06.01 Fornecedor X
1.1.07 Adiantamento a Empregados
1.1.07.01 Adiantamento Salarial
1.1.08 Títulos a receber
1.1.08.01 Nota Promissória a receber
1.1.09 Impostos Diversos a Compensar
1.1.09.01 ICMS a recuperar
1.1.09.02 IPI a recuperar
1.1.09.03 IRRF a recuperar
1.1.09.04 CSLL a recuperar
1.1.09.05 PIS a recuperar
1.1.09.06 INSS a recuperar
1.1.09.07 COFINS a recuperar
110 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
1.1.09.08 Outros tributos a recuperar
1.1.10 Estoques
1.1.10.01 Mercadoria para Revenda
1.1.10.02 Produtos em elaboração 
1.1.10.03 Matéria Prima
1.1.10.04 Material de Embalagem
1.1.10.05 Materiais de Uso/Consumo.
1.1.10.06 Insumos para a Produção
1.1.11 Títulos e valores mobiliários
1.1.11.01 Depósito P/ incentivo fiscal
1.1.12 Despesas Antecipadas
1.1.12.01 Juros s/empréstimos de capital de giro
1.1.12.02 Juros s/financiamento Imobilizados
1.1.12.03 Despesas Financeiras
1.1.12.04 Seguros
1.1.12.05 Vale Transporte
1.1.12.06 Outras
1.2 Não Circulante
1.2.01 Realizável a Longo Prazo
1.2.01.01 Aplicações em Incentivos Fiscais
1.2.02 Investimentos
1.2.02.01 Participação empresas ações diversas
1.2.02.02 Outros Investimentos
1.2.03 Imobilizado
1.2.03.01 Terrenos
1.2.03.02 Móveis e Utensílios
111© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
1.2.03.03 (-) Depreciação Móveis e Utensílios
1.2.03.04 Instalações
1.2.03.05 (-) Depreciação Instalações
1.2.03.06 Máquinas, equipamentos e ferramentas
1.2.03.07
(-) Depreciação maquinas, equipamentos e 
ferramentas
1.2.03.08 Computadores e periféricos
1.2.03.09 (-) Depreciação Computadores
1.2.03.10 Veículos
1.2.03.11 (-) Depreciação de Veículos
1.2.03.12 Imóveis
1.2.03.13 (-) Depreciação de Imóveis
1.2.04 Intangíveis
1.2.04.01 Marcas e Patentes
1.2.04.02 (-) Amortização Marcas e Patentes
1.2.04.03 Pesquisa e desenvolvimento
1.2.04.04 (-) Amortização Pesquisa e Desenvolvimento
1.2.04.05 Direitos Autorais
1.2.04.06 (-) Amortização sobre direitos Autorais
2. PASSIVO
2.1 Circulante
2.1.01 Obrigações Operacionais
2.1.01.01 Salários a Pagar
2.1.01.02 Fornecedores
2.1.01.03 Duplicatas a Pagar
2.1.01.04 Empréstimos e Financiamentos
112 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
2.1.01.05 Imposto a pagar / Recolher
2.1.01.06 Títulos a pagar
2.1.01.07 Encargos Sociais a Recolher
2.1.01.08 Outros Títulos a Pagar
2.1.01.09 Aluguéis a Pagar
2.1.01.10 Água e Luz a Pagar
2.1.01.11 Dividendos Propostos a Pagar
2.2 Não Circulante
2.2.01 Exigível a Longo Prazo
2.2.01.01 Promissórias a Pagar de Longo Prazo
2.3 Patrimônio Liquido
2.3.01 Capital Social
2.3.01.01 Capital Subscrito
2.3.01.02 (-) Capital a Integralizar
2.3.02 Reservas de Capital
2.3.02.01 Ágio na emissão de Ações
2.3.02.02 Alienação de partes beneficiárias
2.3.03 Reservas de Reavaliação (saldos de 2007)
2.3.04 Ajustes de Avaliação Patrimonial
2.3.05 Reservas de Lucros
2.3.05.01 Reserva Legal
2.3.05.02 Reserva Estatutária
2.3.05.03 Reserva para Contingências
2.3.05.04 Reservas de Incentivos Fiscais
2.3.05.05 Reserva de Retenção de Lucros
2.3.05.06 Reserva de Lucros a Realizar
113© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
2.3.05.07
Reserva Especial p/ Dividendos Obrigatórios 
Não Distribuídos
2.3.06 (-) Ações em Tesouraria
2.3.07 (-) Prejuízos Acumulados
2.3.07.01 Lucros do Exercício
2.3.07.02 (-) Prejuízos do Exercício
3. DESPESAS
3.1 Custos diretos da produção e custos das mercadorias
3.1.01 Custos dos produtos vendidos
3.1.01.01 CPV
3.1.02 Custos das Mercadorias Vendidas
3.1.02.01 CMV
3.02 Despesas Operacionais
3.2.01 Despesas Administrativas
3.2.01.01 13º Salário
3.2.01.02 Adicional Noturno
3.2.01.03 Água / Esgoto
3.2.01.04 Alimentação
3.2.01.05 Aluguéis e Arrendamento
3.2.01.06 Assistência médica / social
3.2.01.07 Associação de Classe
3.2.01.08 Contribuição / Donativos
3.2.01.09 Correios
3.2.01.10 Depreciação / Amortização
3.2.01.11 Despesas com manutenção da loja
3.2.01.12 Farmácia
114 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
3.2.01.13 Férias
3.2.01.14 FGTS
3.2.01.15 Gás
3.2.01.16 Horas Extras
3.2.01.17 Impostos e Taxas
3.2.01.18 Impressos
3.2.01.19 Indenizações / Aviso Prévio
3.2.01.20 INSS
3.2.01.21 Legais e Judiciais
3.2.01.22 Luz
3.2.01.23 Materiais de Consumo
3.2.01.24 Multas de trânsito
3.2.01.25 Multas Fiscais
3.2.01.26 Pró-Labore Administração
3.2.01.27 Propaganda e Publicidade
3.2.01.28 Reproduções
3.2.01.29 Revistas e Jornais
3.2.01.30 Salários e Ordenados
3.2.01.31 Seguros
3.2.01.32 Serviços Terceiros pessoa Física
3.2.01.33 Serviços Terceiros pessoa Jurídica
3.2.01.34 Telefone
3.2.01.35 Vale Transporte
3.2.01.36 Viagens e representações
3.2.02 Despesas Comerciais
3.2.02.01
Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação 
Duvidosa
115© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
3.2.02.02 Amostra grátis
3.2.02.03 Combustível
3.2.02.04 Comissões de Venda
3.2.02.05 Embalagens
3.2.02.06 Frete na entrega
3.2.02.07 Imposto s/ veículos
3.2.02.08 Manutenção de veículos
3.2.02.09 Propaganda e Publicidade
3.2.03 Despesas Financeiras
3.2.03.01 Encargos e Juros de Mora
3.2.03.02 Despesas Bancárias
3.2.03.03 CPMF
3.3 Despesas não operacionais
4. RECEITAS
4.1 Receita Bruta S/ vendas e serviços
4.1.01 Receita Bruta de Vendas
4.1.01.01 Revenda de mercadorias
4.1.02 Receita Bruta de Serviços
4.1.02.01 Prestação de Serviços
4.2 Dedução de receita bruta de vendas / serviços
4.2.01 Dedução de receita bruta de vendas
4.2.01.01 Cancelamento de devoluções
4.2.01.02 Abatimento incondicional
4.2.01.03 ICMS
4.2.01.04 COFINS
4.2.01.05 PIS s/vendas e serviços
116 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
4.2.02 Dedução de receita bruta s/ serviços
4.2.02.01 ISS
4.3 Receitaoperacional
4.3.01 Receita Financeira
4.3.01.01 Variação monetária ativa
4.3.01.02 Juros s/aplicações financeiras
4.3.01.03 Descontos obtidos
4.3.01.04 Receita de aplicações pré-fixadas
4.3.01.05 Multas ativas
4.3.01.06 Dividendos
4.3.01.07 Juros s/ duplicatas
4.3.02 Recuperações diversas
4.3.02.01 Reembolsos diversos
4.3.02.02 Venda de sucatas
4.3.03 Receitas Patrimoniais
4.3.03.01 Resultado de venda de bens
4.4 Receita de Participações Societárias
4.4.01 Receita em Participações com Empresas Coligadas
4.4.01.01 Receita de Participações Societárias
4.5 Outras Receitas não operacionais
5. CONTAS TRANSITÓRIAS
5.1 Resultado do Exercício
5.1.01 Apuração de resultado
5.1.01.01 Resultado do exercício
5.1.01.02 Resultado com mercadorias
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
117© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
2.4. CONTAS PATRIMONIAIS
As contas patrimoniais possuem a característica de terem 
saldos dinâmicos. Isso significa que no transcorrer do ano 
contábil, elas terão saldos flutuantes com números que podem 
aumentar ou diminuir.
Os saldos das contas patrimoniais são transferidos de um 
ano para outro e procuram representar a evolução econômica e 
financeira através das transações comerciais desenvolvidas pela 
empresa.
Podemos identificar alguns exemplos de contas contábeis 
classificadas nesse grupo com base na análise de um Plano de 
Contas devidamente estruturado.
Nesse sentido, citamos a seguir algumas contas que servem 
de exemplos de contas patrimoniais e a sua caracterização dentro 
do grupo ao qual pertence.
No grupo do Ativo Circulante, por exemplo, temos a conta 
contábil que representa o dinheiro que a empresa tem em seu 
caixa, expresso na conta contábil Caixa.
O dinheiro disponível em contas bancárias nas quais a 
empresa possui uma conta corrente é representado na conta 
contábil denominada Bancos Conta Movimento.
Vale observar que essas contas são, normalmente, 
discriminadas pelo nome da instituição bancária propriamente 
dita, especificando assim, a conta que deve ser movimentada 
quando da escrituração de um fato contábil que a utilize.
Outros exemplos de contas patrimoniais do grupo do 
Ativo Circulante são aquelas que representam os tributos que a 
118 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
empresa tem o direito de recuperar, ou seja, de reaver quando 
da escrituração fiscal.
Geralmente os saldos dessas contas são gerados com base 
na não cumulatividade de alguns tributos, ou seja, no benefício 
gerado por conta dessa modalidade de apuração do tributo.
Nesse grupo de contas encontramos, por exemplo, o ICMS 
a Recuperar, o IPI a Recuperar, o PIS a Recuperar, a COFINS a 
Recuperar entre outras.
Esse é um grupo de contas que merece atenção quando 
do seu estudo, especialmente na contabilização das operações 
mercantis de compra e venda, nas quais os tributos são incidentes 
e geram movimentação.
Estoques
Esse é outro grupo de contas patrimoniais de muita 
representatividade.
Nele, são apresentados os saldos contábeis de todos os 
estoques que a empresa possui independentemente da sua 
categoria.
Seu controle é feito por intermédio da Contabilidade, em 
registros contábeis de entrada e saída, e, fisicamente, por meio 
do almoxarifado, que deve manter um controle em conformidade 
com as políticas da empresa, confrontando com periodicidade o 
saldo físico com o contábil.
Como exemplos temos:
1) Estoque de Mercadoria para Revenda.
2) Produtos em Elaboração.
3) Matéria-prima.
119© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
4) Material de Embalagem.
5) Materiais de Uso e Consumo.
Já o grupo do Ativo Não Circulante contempla um conjunto 
de contas patrimoniais de especial relevância nos estudos da 
Contabilidade.
Nele encontramos registrado todo o imobilizado da 
empresa, lembrando que o imobilizado é composto por bens 
utilizados na sua operação.
Como exemplos temos:
1) Móveis e Utensílios.
2) Máquinas, Equipamentos e Ferramentas.
3) Computadores e Periféricos.
4) Veículos.
Uma observação em relação a esse grupo de contas é 
que todo componente patrimonial nele registrado sofre um 
processo de desvalorização por conta da sua utilização. A isso, 
denominamos depreciação.
Essa depreciação é acumulada e representa uma despesa 
para a empresa.
Sendo assim, a Contabilidade deve registrar essa 
depreciação, apresentando seu valor sempre abaixo do valor do 
componente (imobilizado) depreciado.
Temos, portanto, a depreciação dos Móveis e Utensílios, 
das Máquinas, Equipamentos e Ferramentas, dos Computadores 
e Periféricos, dos Veículos e assim por diante.
120 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Nas contas do Passivo também observamos particularidades, 
sendo elas apresentadas distintamente nos grupos Circulante e 
Não Circulante.
Como o Passivo representa as obrigações da empresa, é 
claro que nesse grupo de contas encontramos as obrigações 
operacionais expressas por meio das contas contábeis como:
1) Salários a Pagar.
1) Fornecedores.
2) Duplicatas a Pagar.
3) Empréstimos e Financiamentos.
4) Imposto a Recolher etc.
Uma observação a ser feita diz respeito à nomenclatura 
da conta Impostos a Recolher. Na verdade, a empresa apura e 
repassa o valor dos impostos aos cofres públicos Municipais, 
Estaduais ou Federais.
Nesse sentido, a expressão “a Recolher” é mais coerente, 
pois as empresas estão recolhendo e não pagando o tributo.
Afinal, esses tributos são repassados e não propriamente 
devidos pelas empresas.
Alguns impostos que configuram essa explicação são:
1) ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação 
de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços 
de Transporte Interestadual e intermunicipal e de 
Comunicação e Energia Elétrica).
2) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
3) ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza).
4) IE (Imposto de Exportação).
121© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
No Passivo Não Circulante temos as contas que representam 
obrigações da empresa a longo prazo, daí a expressão “Não 
Circulante”.
São obrigações exigíveis em um longo período de tempo, 
ou seja, mais de um exercício social.
Um exemplo seria a conta contábil Promissórias a Pagar de 
Longo Prazo.
O Patrimônio Líquido é o último grande grupo de contas 
patrimoniais. Nele podemos identificar algumas contas como a 
que representa o Capital Social que a empresa foi constituída.
As reservas e o resultado das atividades da empresa 
também são apresentados nesse grupo de contas.
Como exemplos destacamos as reservas constituídas a 
partir do lucro:
1) Reserva Legal.
2) Reserva Estatutária.
3) Reserva para Contingências.
4) Reservas de Incentivos Fiscais.
A Lei nº 11.638/07 que regulamenta as Sociedades 
por Ações (S.A.) estabelece que as contas do Ativo devem ser 
alocadas em ordem decrescente de acordo com seu Grau de 
Liquidez, ou seja, sua capacidade de pagamento, ao passo que 
as contas do Passivo devem ser alocadas de acordo com o Grau 
de Exigibilidade, ou seja, necessidade de desembolso.
O Balanço Patrimonial precisa representar essa 
obrigatoriedade e desse modo, sempre será organizado de tal 
forma que as contas do Ativo estejam posicionadas da mais 
líquida para a menos líquida.
122 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Da mesma forma, as contas do Passivo relacionadas aos 
prazos de vencimento, devem estar posicionadas da mais urgente 
para a menos urgente.
As contas patrimoniais estão,portanto, organizadas em 
grupos obedecendo sua liquidez e sua exigibilidade.
Características das contas nos grupos do Ativo
Os componentes do Ativo representam os Bens e os 
Direitos da empresa e possuem como característica os saldos 
evolutivos e não apenas acumulativos. Isso significa que os saldos 
dessas contas são dinâmicos e podem aumentar e diminuir, 
considerando as transações que ocorrerem.
Ativos quanto à sua capacidade de realização
A realização de um Ativo significa a sua conversão em 
dinheiro, considerado o bem mais líquido. Isso significa que 
quanto mais rápido converter um bem em dinheiro, maior será 
o Grua de Liquidez.
Em Contabilidade classifica-se como de Curto Prazo ou 
Circulante, toda transação liquidada no período de 12 meses, 
enquanto que os ativos que serão liquidados após 12 meses, são 
classificados como de Longo Prazo ou Não Circulante.
Como você pode imaginar, se um ativo for conversível em 
dinheiro em longo prazo, ele será menos líquido que o ativo 
conversível em curto prazo.
Ativos pertencentes ao grupo do Imobilizado não são 
conversíveis em dinheiro, uma vez que são bens de capital e são 
utilizados na atividade-fim, ou seja, nas operações da empresa. Se 
123© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
esses ativos fossem vendidos, a empresa ficaria impossibilitada 
de operar ou teria sua capacidade de operação reduzida.
Entretanto, em determinadas circunstâncias, ativos 
pertencentes ao grupo do Imobilizado são vendidos.
Isso acontece nos casos em que o bem não serve mais para 
a operação a que se destina em virtude de sua obsolescência 
ou de sua depreciação. Um bem totalmente depreciado não é 
necessariamente obsoleto.
Nesse caso, o bem totalmente depreciado pode ser vendido 
para uma empresa que não demande um bem novo.
Características das contas nos grupos do Passivo
A totalidade dos valores que irão compor o Passivo deve 
estar atualizada até a data do balanço, acrescida de todos os 
juros devidos e não pagos até aquela data.
São características do Passivo:
1) Requerer um dispêndio de dinheiro futuro.
2) Ser resultado de uma transação do passado.
3) Ser passível de mensuração ou de aproximação razoável.
4) Ter contrapartida no Ativo, nas Despesas ou no próprio 
Passivo/Patrimônio Líquido.
Passivos quanto à sua característica de exigibilidade
Todo passivo possui uma característica que determina sua 
necessidade de pagamento. Por essa razão, é considerado um 
desembolso ou um exigível.
124 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
A liquidação desses valores que constam no Passivo 
normalmente ocorre em favor do Governo, na forma dos 
tributos, em favor de fornecedores pelos produtos ou Bens de 
Capital que forneceram e em favor de instituições financeiras 
quando representam tomada de capital financeiro.
Essas pessoas detêm a posse do capital que se encontra na 
empresa.
Logo, podemos afirmar que o Passivo representa as 
dívidas da empresa para com terceiros, as quais também são 
denominadas de Capital de Terceiros.
Os exigíveis são classificados pela sua necessidade de 
desembolso. Essa característica é determinada pelo tempo para 
pagamento.
Conforme a definição que já expusemos, os exigíveis que 
devem ser amortizados ou quitados dentro de 12 meses são 
classificados Curto Prazo ou Circulante.
Acima de 12 meses os exigíveis são classificados Longo 
Prazo ou Não Circulante.
Características das contas nos grupos do Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido pode ser encontrado por meio da 
diferença entre o Ativo e o Passivo.
Usualmente, ele é interpretado como uma obrigação 
da empresa para com os seus proprietários. Embora não haja 
a obrigação do reembolso de sua aplicação, esses sócios terão 
direito aos lucros auferidos pelas atividades empresariais.
Desse modo temos no lado da origem ou fontes dos 
recursos, dois tipos de obrigações:
125© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
•	 Obrigações Exigíveis: capital de terceiros.
•	 Obrigações Não Exigíveis: capital próprio.
Patrimônio Líquido quanto à sua natureza
O Patrimônio Líquido demonstra o total de recursos 
aplicados na empresa pelos proprietários.
As aplicações dos proprietários normalmente são 
compostas pelo Capital Social e pelos lucros retidos, ou seja, 
pela parte do lucro não distribuída aos donos, mas reinvestida 
na empresa.
Conforme a legislação brasileira, o Patrimônio Líquido é 
dividido, além do Capital Social, em Reservas (destinos específicos 
para o lucro não distribuído) e outros itens.
Entretanto, para simplificação contábil, o ideal é ver o 
Patrimônio Líquido como investimentos dos donos da empresa, 
ou seja, o quanto os proprietários aplicaram nela.
A seguir, estudaremos outro tipo de conta: as Contas de 
Resultado.
2.5. CONTAS DE RESULTADO
As Contas de Resultado, diferentemente das Contas 
Patrimoniais não têm seu saldo dinâmico, mas sim cumulativo.
Isso significa que os saldos dessas contas apenas crescem 
com o passar do exercício financeiro, o que se deve ao fato de 
elas servirem ao propósito de medir o montante gerado em 
despesas e receitas.
126 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Esses montantes podem ser observados através das contas 
de Receitas, que representam entrada de capital, e Despesas, 
que geram saída de capital.
Ao final do exercício, confrontando-se o montante de 
receitas com o montante de despesas, obtém-se o Resultado do 
Exercício, que pode ser lucro (se o total das receitas for superior 
ao total das despesas) ou prejuízo (se ocorrer o contrário).
Dessa forma, realiza-se a documentação dessa 
movimentação puramente contábil transferindo-se os saldos das 
contas de Despesas e de Receitas para uma conta transitória, 
denominada de Resultado do Exercício.
As contas de Despesa sempre possuirão saldos devedores, 
logo, receberão débitos de forma cumulativa até o final do 
exercício, quando serão zeradas.
Da mesma forma, as contas de Receita sempre possuirão 
saldos credores, logo, receberão créditos de forma cumulativa 
até o final do exercício, quando serão zeradas.
Assim, as contas de resultado não transferem saldos para o 
ano subsequente, diferentemente das contas patrimoniais, que 
transferem seus saldos de um ano para outro.
Quando é efetuado o controle de estoques, a empresa 
apura, conjuntamente a ele, o custo das mercadorias, dos 
produtos ou dos serviços. Esse custo é expresso na conta CMV 
– Custo das Mercadorias Vendidas, sendo ela um exemplo de 
conta de resultado.
Se a empresa não for uma indústria, ou seja, se não 
produzir efetivamente um bem, ela poderá ser classificada como 
comércio ou prestadora de serviços.
127© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
O que diferencia uma da outra é, basicamente, o objeto 
de trabalho da empresa, a finalidade com que foi constituída: 
indústria, comércio ou prestação de serviços.
Encontramos outras despesas que compõem o elenco de 
contas dessa natureza.
Como exemplo, podemos observar grupos específicos de 
despesas, como as Despesas Financeiras, as Despesas Comerciais 
e as Despesas Administrativas.
Alguns exemplos são:
1) 13º Salário, Adicional noturno.
2) Água e Esgoto.
3) Alimentação.
4) Correios.
5) Depreciação/Amortização/Exaustão.
6) Farmácia.
7) Impressos.
8) Energia Elétrica.
9) Revistas e Jornais.
10) Telefone.
11) Combustível etc.
Com relação às receitas, dizemos que estas podem ser 
geradas a partir de algumas operações distintas, sendo obtidas, 
basicamente, pela venda de produtos ou de mercadorias, bem 
como pela prestação de serviços.No entanto, as receitas não se limitam a essas fontes. 
Identificamos, também, outras formas de obtenção de renda 
para a empresa gerando receitas, as quais são perfeitamente 
128 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
perceptíveis ao se obter um rendimento sobre aplicações 
bancárias ou ao se vender outros bens da empresa, como o 
imobilizado em desuso ou a venda de sucatas.
Como exemplos temos as seguintes contas:
1) Venda de Mercadorias.
2) Prestação de Serviços.
3) Variação Monetária Ativa.
4) Juros sem Aplicações Financeiras.
5) Venda de Sucatas etc.
2.6. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL OU MECÂNICA CONTÁBIL
De acordo com o art. 1.179 do Código Civil Brasileiro, 
todas as empresas estão obrigadas a seguir um sistema de 
Contabilidade com base na escrituração uniforme dos seus livros, 
em correspondência com a documentação que as identifique.
Existem diversos processos para registrar os fatos 
administrativos na Contabilidade tais como: manual (escrituração 
manuscrita), mecanizada (efetuada em máquinas datilográficas 
comuns) e eletrônica (com a utilização de softwares aplicativos).
Mas, independentemente da forma de escrituração, os 
livros sempre serão constituídos a partir delas.
No processo eletrônico, atualmente o mais difundido, os 
lançamentos são introduzidos por digitação e processados por 
um programa de computador que poderá, a qualquer momento, 
fornecer as informações contábeis.
Essas informações podem ser, por exemplo, guias para 
o pagamento de tributos, folha de pagamento, relatórios de 
129© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
contas a receber e a pagar, relatórios gerenciais, sínteses de 
movimentações, demonstrativos de Fluxo de Caixa etc.
Você consegue perceber a abrangência que a escrituração 
exerce nas empresas?
Sem ela, não é possível fazer o acompanhamento da 
evolução patrimonial ocorrida durante um exercício social.
Quando falamos de Contabilidade, não podemos nos 
esquecer de que ela pode ser considerada um grande sistema 
de informação.
Nesse contexto, a maneira ideal de divulgar as informações 
é por meio de relatórios, também conhecidos como livros.
2.7. LIVROS CONTÁBEIS, FISCAIS E SOCIETÁRIOS
Para registrar os fatos administrativos que alteram o 
patrimônio e atender às obrigações das legislações comercial, 
tributária, trabalhista e previdenciária, as empresas, 
independentemente de sua natureza jurídica, utilizam-se dos 
diversos livros contábeis de escrituração.
Alguns dos livros não são obrigatórios, mas normalmente 
são escriturados pelas empresas no sentido de representar 
um esforço de melhor administrar, e por isso também são 
escriturados.
2.8. LANÇAMENTO
O lançamento é o registro dos fatos contábeis realizados 
por meio do Método das Partidas Dobradas.
130 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Aqui, a partida devedora é representada pela aplicação 
do recurso, e a partida credora é representada pela origem do 
recurso.
Ao elaborar um lançamento contábil, este deve atender 
a duas funções específicas: a função histórica que narra o fato 
em ordem cronológica, e a função monetária que expressa 
monetariamente o fato em evidência.
Além disso, os lançamentos devem ser registrados 
seguindo algumas disposições técnicas, representadas por cinco 
componentes básicos, a saber: data, conta devedora, conta 
credora, histórico e valor da operação.
Por exemplo: compra de mercadorias à vista de 
“Nepomuceno e Filhos Ltda.” no dia 10 de agosto de 20XX, 
conforme nota Fiscal 578 no valor de R$ 42.000,00.
Fórmulas de lançamentos
Dispomos de quatro maneiras distintas para registrar 
os acontecimentos contábeis em função do número de contas 
debitadas e creditadas utilizadas no lançamento, as quais são 
denominadas de fórmulas.
1ª Fórmula: uma conta debitada e outra creditada
Recebimento de duplicatas em dinheiro no valor total de 
R$ 5.000,00.
D: Caixa
C: Duplicatas a Receber.....................................R$ 5.000,00
131© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
2ª Fórmula: uma conta debitada e mais de uma conta creditada
Recebimento de duplicatas em dinheiro no valor de 
R$ 5.000,00 somando-se 10% de juros em razão do atraso no 
pagamento por parte do cliente.
D: Caixa...........................................R$ 5.500,00
C: Duplicatas a Receber..................R$ 5.000,00
C: Juros Ativos....................................R$500,00
Observe o desdobramento dos créditos. Os R$ 500,00 
representam os juros cobrados de pessoas que adquiriram 
produtos da empresa, mas pagaram em atraso a duplicata.
Esse valor não faz parte da duplicata em si, mas representa 
encargos financeiros.
Por essa razão deve ser representado na Contabilidade em 
separado.
Veja que, embora os valores dos créditos estejam 
desdobrados, sua soma é igual ao valor do débito. 
3ª Fórmula: mais de uma conta debitada e uma conta creditada
Pagamento a fornecedores no valor de R$ 6.000,00 em 
dinheiro, mais juros de 5% devido ao atraso no pagamento.
D: Fornecedores...............................R$ 6.000,00
D: Juros Passivos.................................R$ 300,00
C: Caixa............................................R$ 6.300,00
Observe o desdobramento dos débitos. Ao contrário do 
exemplo da 2ª Fórmula, nesse caso pagam-se juros em vez de 
receber.
132 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Da mesma forma, os juros não integram o valor da fatura. 
Por essa razão, devem ser representados em separado.
Note que mesmo com o desdobramento, a soma dos 
débitos é igual ao crédito.
4ª Fórmula: mais de uma conta debitada e mais de uma conta 
creditada
Compra de mercadorias no valor de R$ 1.000,00 e de 
móveis no valor de R$ 2.000,00 com pagamento de 50% à vista e 
o restante a prazo.
D: Mercadorias ...............................R$ 1.000,00
D: Móveis e Utensílios.....................R$ 2.000,00
C: Caixa............................................R$ 1.500,00
C: Duplicatas a Pagar.......................R$ 1.500,00
Observe o desdobramento dos débitos. Uma única compra 
refere-se a duas qualidades distintas de ativos: Mercadorias 
que vão para os Estoques e Móveis que é imobilizado e por isso 
devem ser registrados em separado.
Pelo lado do crédito, o Caixa representa a parcela paga à 
vista, isto é, um desembolso imediato. Já a conta Duplicatas a 
Receber vai figurar como uma obrigação no Passivo até o efetivo 
pagamento.
Assim, como nos outros casos, observe que, embora os 
valores dos débitos e dos créditos estejam desdobrados, a soma 
dos créditos é igual à soma dos débitos.
Não podemos nos esquecer de que todo esse processo 
de escrituração está embasado em alguns passos que devem 
133© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
ser rigorosamente seguidos, caso contrário o lançamento não 
atingirá seu objetivo.
•	 1º passo: verificar o local e a data da ocorrência do fato.
•	 2º passo: verificar o documento emitido para comprovar 
a operação.
•	 3º passo: identificar, no fato, os elementos patrimoniais 
envolvidos.
•	 4º passo: verificar, no Plano de Contas, quais contas 
serão utilizadas para registrar cada um dos elementos 
patrimoniais identificados no passo anterior.
•	 5º passo: preparar o histórico do evento.
•	 6º passo: identificar a conta a ser debitada e a conta a 
ser creditada.
•	 7º passo: efetuar o lançamento contábil.
Para uma melhor visualização dessa dinâmica, 
apresentamos a você uma sequência de fatos gerados pela 
escrituração contábil por meio dos lançamentos.
Lançamento– exemplos
10/01 – Três amigos resolveram organizar uma empresa à qual 
denominaram “Comercial Três Amigos Ltda.” com um capital 
integralizado no ato em moeda corrente do país no valor de R$ 
35.000,00.
As primeiras operações (fatos) dessa empresa foram as 
seguintes:
D: Caixa..............................................................R$ 35.000,00
C: Capital Social..................................................R$ 35.000,00
134 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
12/01 – Compra de um imóvel no valor de R$ 30.000,00 pagos 
da seguinte maneira: R$ 3.000,00 em dinheiro e o restante 
mediante uma nota Promissória com vencimento para 90 dias.
D: Imóveis..........................................................R$ 30.000,00
C: Caixa................................................................R$ 3.000,00
C: Promissórias a Pagar......................................R$ 27.000,00
14/01 – Compra à vista dos móveis necessários à instalação da 
empresa no valor de R$ 3.000,00.
D: Móveis e Utensílios.......................................R$ 3.000,00
C: Caixa..............................................................R$ 3.000,00
16/01 – Foram comprados da “Cia. 123 S.A.” por R$ 8.500,00 a 
prazo, alguns equipamentos necessários ao bom funcionamento 
da empresa.
D: Máquinas e Equipamentos............................R$ 8.500,00
C: Fornecedores.................................................R$ 8.500,00
18/01 – Abertura de uma conta corrente em um estabelecimento 
bancário com um depósito inicial de R$ 1.000,00.
D: Bancos Conta Movimento..................................R$ 1.000,00
C: Caixa....................................................................R$ 1.000,00
24/01 – Pagamento em dinheiro de parte da dívida contraída na 
compra dos equipamentos no valor de R$ 5.000,00.
135© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
D: Fornecedores......................................................R$ 5.000,00
C: Caixa....................................................................R$ 5.000,00
26/01 – Os sócios resolveram aumentar o capital da empresa em 
R$ 100.000,00 integralizado em dinheiro.
D: Caixa...................................................................R$ 100.000,00
C: Capital Social......................................................R$ 100.000,00
28/01 – Compra de peças para manutenção que abastecerão o 
estoque no valor de R$ 17.000,00 à vista com pagamento em 
dinheiro.
D: Estoques...............................................................R$ 17.000,00
C: Caixa.....................................................................R$ 17.000,00
01/02 – Compra de um terreno no valor de R$ 20.000,00 
onde futuramente será construído um barracão que servirá de 
depósito da empresa com pagamento à vista.
D: Terrenos................................................................R$ 20.000,00 
C: Caixa......................................................................R$ 20.000,00
05/02 – Aquisição de um veículo que será utilizado pelo setor 
comercial no valor de R$ 18.000,00 sendo pagos R$ 6.000,00 
à vista em dinheiro e o restante em duas parcelas iguais de R$ 
6.000,00 cada uma mediante a emissão de duplicatas.
D: Veículos................................................................R$ 18.000,00
136 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
C: Caixa........................................................................R$ 6.000,00
C: Duplicatas a Pagar.................................................R$ 12.000,00
09/02 – Obtenção de empréstimo bancário no valor de R$ 
15.000,00.
D: Bancos Conta Movimento...................................R$ 15.000,00
C: Empréstimo Bancário a Pagar..............................R$ 15.000,00
11/02 – Compra de mesas, cadeiras e estantes para o escritório 
no valor de R$ 7.000,00 pagos em cheque.
D: Móveis e Utensílios.............................................R$ 7.000,00
C: Bancos Conta Movimento...................................R$ 7.000,00
14/02 – Depósito bancário no valor de R$ 10.000,00
D: Bancos Conta Movimento................................R$ 10.000,00
C: Caixa.................................................................R$ 10.000,00
Razonetes
Também denominados de “contas T”, os razonetes servem 
para representar a razão contábil de forma simplificada.
O Livro Razão serve para controlar separadamente, de 
forma individualizada, o movimento do saldo das contas.
O controle individualizado das contas é importante para se 
conhecer a estrutura e a composição do seu saldo em diversos 
137© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
momentos, possibilitando o rastreamento de lançamentos, a 
apuração de resultados e a elaboração de relatórios contábeis.
Uma das vantagens do razonete é sua simplicidade 
gráfica, que auxilia a visualização da dinâmica do lançamento e, 
consequentemente, o aprendizado da Contabilidade.
Os razonetes funcionam como “contas correntes”, ou seja, 
seus saldos sempre são atualizados com base nos lançamentos 
realizados durante o período.
Nas Contas Patrimoniais eles recebem os saldos anteriores. 
Já, nas Contas de Resultado eles são abertos no início de cada 
exercício social com saldos zerados.
Lembrando que, cada conta tem seu razonete específico!
Nesse momento, como não haverá mais lançamento, é 
necessário apurar o saldo contábil de cada conta movimentada, 
apresentando, assim, a situação patrimonial da empresa após 
alguns meses de operação.
Além disso, é preciso estar atento ao equilíbrio contábil, 
ou seja, o total dos saldos das contas com saldos devedores deve 
ser igual ao total das contas com saldos credores.
2.9. ERROS DE ESCRITURAÇÃO
Os erros de escrituração devem ser corrigidos mediante 
a retificação do lançamento por meio do estorno, da 
complementação e da reclassificação.
O estorno é utilizado quando ocorre um erro de lançamento 
que obriga o contador a excluí-lo.
138 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Assim, há a necessidade de inutilizar esse lançamento, 
realizando outro ao contrário.
Por exemplo: considerando uma aquisição à vista de 
móveis e utensílios que, de fato, não se concretizou, temos:
Lançamento incorreto
D: Móveis e Utensílios
C: Caixa.......................................R$ 3.500,00
Histórico: Nota Fiscal 930 de “Irmãos Gouvêa Ltda.”.
Estorno para correção
D: Caixa
C: Móveis e Utensílios...................R$ 3.500,00
Histórico: Estorno do lançamento referente a Nota Fiscal 
930 de “Irmãos Gouvêa Ltda.” processado em 00/00/0000 
lançado indevidamente.
A complementação é efetuada para corrigir o valor 
registrado anteriormente, aumentando-o ou reduzindo-o.
Por exemplo: se o lançamento for processado 
incorretamente com um valor menor, deverá ser feita uma 
complementação.
Retomando o exemplo de aquisição de móveis e utensílios, 
temos:
Lançamento incorreto
D: Móveis e Utensílios
C: Caixa......................................R$ 3.000,00
Histórico: Nota Fiscal 930 de “Irmãos Gouvêa Ltda.”.
139© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Correção
D: Móveis e Utensílios
C: Caixa.......................................R$ 500,00
Histórico: Valor complementar referente à Nota Fiscal 930 
de “Irmãos Gouvêa Ltda.” lançada a menor em 00/00/0000.
Reclassificação
A reclassificação regulariza o lançamento da conta debitada 
ou creditada indevidamente por meio da transposição do valor 
para a conta adequada.
Por exemplo, caso haja a classificação incorreta de uma 
conta em um lançamento de aquisição à vista de umitem de 
Móveis e Utensílios classificado incorretamente em Veículos, o 
lançamento será apresentado da seguinte maneira:
Lançamento Incorreto
D: Veículos
C: Caixa.......................................R$ 3.500,00
Histórico: Nota Fiscal 930 de “Irmãos Gouvêa Ltda.”.
Correção
D: Móveis e Utensílios
C: Veículos...................................R$ 3.500,00
Histórico: Valor referente à Nota Fiscal 930 de “Irmãos 
Gouvêa Ltda.” classificada incorretamente e lançada em 
00/00/0000.
140 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
2.10. EXERCÍCIO ECONÔMICO
A atividade de gestão administrativa das entidades é 
contínua, mas é necessário estabelecer períodos de geralmente 
um ano, coincidindo com o ano civil, para obter informações 
sobre as situações patrimonial, econômica e financeira em 
determinados períodos.
Ao final desse exercício, apura-se o valor do patrimônio e 
oferece-se essa informação à fiscalização.
É de acordo com ela que os impostos sobre a atividade 
econômica são calculados e recolhidos após a declaração de 
ajuste.
A Lei nº 11.638/07, que regulamenta as entidades 
constituídas em forma de Sociedades por Ações (S.A.), estabelece 
que seus balanços devem ter periodicidade de um ano, sem 
fixar a época em que devem iniciar e terminar os períodos 
administrativos.
Os meses mais comuns de apuração do balanço são 
dezembro ou abril.
A legislação do Imposto de Renda estabelece que os 
balanços apresentados com base no pagamento do imposto, 
incidente sobre a atividade econômica, devem compreender o 
período de 12 meses e encerrar-se no dia 31 de dezembro de 
cada ano. 
No entanto, esse período pode ser inferior a 12 meses caso 
a entidade tenha sido constituída no decorrer do ano calendário, 
ou seja, caso a empresa tenha iniciado suas atividades em junho, 
optando pela apuração do balanço em dezembro, a primeira 
apuração será realizada com seis meses de operação.
141© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
Dessa forma, denomina-se exercício econômico o 
período de gestão em que são registrados os fatos de natureza 
econômica utilizados para informar o resultado do desempenho 
administrativo, evidenciando lucro ou prejuízo.
As entidades sem fins lucrativos, nas quais predominam 
registros contábeis de pagamentos e de recebimentos, como, por 
exemplo, a União, os Estados, os Municípios e o Terceiro Setor, 
trabalham com o período administrativo de gestão denominado 
de exercício financeiro.
As organizações sem fins lucrativos, as filantrópicas e as de 
cunho social, como as Organizações não Governamentais (ONGs), 
são chamadas de Terceiro Setor por não estarem compreendidas 
ao cunho econômico (Segundo Setor) ou governamental 
(Primeiro Setor). Um exemplo desse tipo de organização é a Ação 
Educacional Claretiana, mantenedora deste curso.
2.11. BALANCETES DE VERIFICAÇÃO
Todas as empresas têm, mensalmente, dezenas de 
transações, as quais são registradas na Contabilidade pelo 
método das partidas dobradas, em que, para cada lançamento 
de débito efetuado, deve haver um lançamento de crédito 
correspondente, de forma que o valor total de débitos deve ser 
sempre igual ao valor total dos créditos em cada lançamento.
Consequentemente, a qualquer momento, a soma dos 
saldos devedores da Contabilidade de uma organização deve ser 
exatamente igual à soma dos saldos credores.
Para que seja possível verificar se os fatos administrativos 
foram lançados corretamente dentro do esperado pelo sistema 
142 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
de partidas dobradas, produz-se um demonstrativo contábil 
chamado de Balancete de Verificação.
Preparar um balancete consiste em relacionar todas as 
contas da Contabilidade de uma organização que tenham saldo 
diferente de zero, colocando, em colunas apropriadas, o valor do 
saldo de cada uma delas.
A estrutura dos Balancetes de Verificação varia em função 
da necessidade e da acuracidade com que os dados devem ser 
evidenciados. Em termos gerais, os balancetes mais usuais são 
os construídos com duas ou seis colunas.
O balancete de duas colunas é o mais simples. Ele 
representa apenas os saldos das contas contábeis em um 
determinado período.
O balancete de seis colunas mostra a evolução do saldo 
das contas do mês anterior para o mês corrente.
Os Balancetes de Verificação podem ser extraídos a 
qualquer tempo.
Entretanto, o procedimento mais usual é o de preparar 
balancetes mensais acerca da posição financeira da companhia 
para conhecimento e informação da administração.
Algumas empresas preferem preparar balancetes apenas 
trimestralmente e outras, semestralmente.
Com o modelo de Balancete de Verificação de seis colunas 
não é diferente, afinal, mantém-se a igualdade patrimonial 
existente tanto na movimentação do período quanto nos saldos 
finais após a movimentação mensal em análise.
143© FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
2.12. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As demonstrações e os relatórios constituem a fase de saída 
do sistema de informações contábeis e compreendem todas as 
demonstrações contábeis exigidas pela legislação vigente em 
nosso país.
Essa legislação compreende os dispositivos legais da Lei 
nº 6.404, de 15/12/1976, e alterações pela Lei nº 11.638, de 
28/12/2007 e pela Lei nº 11.941, de 27/05/2009.
Tal legislação faz as seguintes referências à publicação das 
Demonstrações Contábeis:
•	 As demonstrações de cada exercício serão publicadas 
com a indicação dos valores correspondentes das 
demonstrações do exercício anterior.
•	 As demonstrações serão complementadas por Notas 
explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações 
contábeis necessárias para esclarecimento da situação 
patrimonial e dos resultados do exercício.
Em função da globalização dos mercados com o advento 
do Mercosul e do interesse por parte de novos investidores 
internacionais orientados por analistas de mercado, dois novos 
demonstrativos entraram em vigor desde a publicação da Lei 
11.638/2007.
Agora, obrigatórios, eles vêm sendo divulgados pelas 
empresas e já foram institucionalizados.
São eles: a Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC, que veio 
substituir a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
(DOAR) e a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), por ser 
144 © FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
UNIDADE 2 – INFORMAÇÃO, PATRIMÔNIO E PRÁTICA DA CONTABILIDADE
de natureza mais econômica e recomendada pela ONU, por 
influência da comunidade europeia que já adota esse relatório.
Vale destacar que temos as demonstrações mencionadas 
anteriormente.
Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada 
a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, a posição 
patrimonial e financeira da entidade em determinada data.
Ele representa o patrimônio da empresa de forma 
estática e discrimina, ordenadamente, os valores observados no 
encerramento do exercício social, em forma crescente de liquidez 
no Ativo e em forma crescente de exigibilidades no Passivo.
Essa demonstração deve, ao ser elaborada, obedecer 
alguns aspectos legais e técnicos, os quais apresentamos a seguir:
•	 Dentre outras determinações pertinentes à espécie, 
as legislações comercial e tributária obrigam sua 
elaboração pelo menos uma vez por ano de atividade, 
ou seja, ao encerrar um exercício social.
•	 Tecnicamente, não é conveniente que a data do 
levantamento seja concomitante com a época de maior 
movimento comercial ou produtivo.
De acordo com a representação gráfica do Patrimônio 
apresentada a seguir, identifica-se como é elaborado e 
apresentado um Balanço Patrimonial, balanço este publicado

Continue navegando