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Apostila 4 curso de redação

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Prévia do material em texto

REDAÇÃO
ETAPA 4
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso sobre Serviço Social
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Autora
Iara de Oliveira
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge
Revisão
Jóice Gadotti Consatti
UNIDADE 4: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• Ler adequadamente diversificados gêneros textuais.
• Interpretar adequadamente os variados textos verbais.
• Interpretar com adequação os diferentes textos não verbais.
• Comparar textos estabelecendo relação com seus contextos de produção.
O Capítulo 4 dedica-se ao estudo da leitura e interpretação dos mais variados 
gêneros discursivos, quer sejam verbais, quer sejam não verbais. Por isso, está organizado 
em três tópicos. Da mesma forma que nos capítulos anteriores, ao final, há exercícios 
que ajudam na fixação e reelaboração dos conhecimentos.
Tópico 1: O ato de ler.
Tópico 2: O texto verbal e o texto não verbal.
Tópico 3: Competência leitora e habilidade leitora.
2 REDAÇÃO
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INTRODUÇÃO
Tão importante quanto produzir um texto é lê-lo de forma adequada. Afinal, o 
texto é produzido para ser lido, ele se concretiza no ato da leitura. Por isso, o Capítulo 4 é 
dedicado ao estudo da leitura e da interpretação de textos. Primeiro, veremos um pouco 
sobre a leitura, seu conceito e características. Na sequência, estudaremos as diferenças 
e particularidades dos textos verbais e não verbais. Em seguida, teremos uma visão 
sobre habilidade e competência leitora, bem como aprenderemos sobre observação, 
análise, identificação, inferência, dedução, conclusão, contextualização e interpretação, 
habilidades importantes para a efetivação de uma leitura adequada. Sigamos em frente!
4.1 O ATO DE LER
Há quem diga que não gosta de ler. Essa é uma visão um pouco equivocada 
porque ler vai além da perspectiva de gostar ou não gostar, ler é essencial para se 
viver em sociedade, para a comunicação. Vimos que nos manifestamos sob a forma de 
textos os quais são “recebidos” por outrem. Da mesma forma, “recebemos” os textos 
que são produzidos pelas pessoas com as quais interagimos. Esse “receber” é efetuar 
uma “leitura”. Caso não a façamos não conseguiremos nos comunicar, entender o que 
nos rodeia. 
Desse modo, todo o tempo estamos efetuando leituras, assim como produzimos 
textos. Quando acordamos pela manhã e tentamos entender o sonho que tivemos, 
estamos efetuando um processo de leitura e análise; quando lemos o rótulo do doce que 
passamos no pão; quando lemos a expressão facial dos que moram conosco; quando 
lemos o letreiro do ônibus para saber se é a linha que temos que tomar; quando lemos os 
outdoors, as placas; quando conversamos; quando lemos o que nos mandam por e-mail, 
no WhatsApp etc. Estamos cercados por textos e, portanto, não há como interagirmos 
sem lê-los.
Para que de fato entendamos os textos que nos cercam, precisamos ir além do mero 
ato de decodificar (decifrar os signos com os quais o texto foi construído). “Ler bem, ou 
ser um leitor competente, não é apenas compreender o que está dito, mas compreender 
também o não dito, as entrelinhas, o implícito no texto” (CEREJA; COCHAR; CLETO, 
2009, p. 11).
O ato de ler exige que tenhamos um olhar crítico, que analisemos não apenas o 
texto, mas todos os elementos que o circundam (contexto, enunciatário, gênero, intenção 
etc.), que assumamos uma postura ativa diante do que lemos/ouvimos, confrontando 
o que está ali com o que já construímos de conhecimento. Ler exige um esforço de 
comparação, enfrentamento, preenchimento de lugares vazios. Por isso, é um processo 
complexo, multidimensional, para o qual precisamos dedicar tempo, esforço, intelecto.
3 REDAÇÃO
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É preciso considerar, também, que há diferentes formas de produzir textos. 
Sabemos que este nome tem origem na palavra tecido e lhe cabe bastante bem 
porque, de fato, o texto é uma trama de elementos que constituem em um “tecido” de 
informações. Normalmente, como estamos acostumados a pensar no texto como algo 
escrito, associamos os elementos que constituem esse tecido às palavras. No entanto, 
veremos que um texto não se faz apenas com elas.
4.2 O TEXTO VERBAL E O TEXTO NÃO VERBAL
Vamos fazer um exercício que já fizemos anteriormente, observe o que segue:
FIGURA 16 – CARTÃO VERMELHO
FONTE: Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/upload/e/cartao%20vermelho.jpg>. Acesso em: 
24 abr. 2016.
FIGURA 17 – GARFIELD
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_pZZMKzoqazU/TSpn0hKwXoI/
AAAAAAAAAuA/UU8zV7mcsQw/s1600/Garfield_003.png>. Acesso em: 24 abr. 2016.
4 REDAÇÃO
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FIGURA 18 – MAFALDA
FONTE: Disponível em: <http://www.jlcarneiro.com/mafalda-e-o-costume-da-televisao/>. Acesso em 
24 abr. 2016.
FIGURA 19 – TERRA DE GIGANTES
Terra de Gigantes
Hey mãe!
Eu tenho uma guitarra elétrica
Durante muito tempo isso foi tudo
Que eu queria ter
Mas, hey mãe!
Alguma coisa ficou pra trás
Antigamente eu sabia exatamente o que fazer
Hey mãe!
Tem uns amigos tocando comigo
Eles são legais, além do mais,
Não querem nem saber
Mas agora, lá fora
Todo mundo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas
5 REDAÇÃO
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De qualquer lugar 
Nessa terra de gigantes
Eu sei, já ouvimos tudo isso antes
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes
As revistas, as revoltas, as conquistas
Da juventude são heranças
São motivos pras mudanças de atitude
Os discos, as danças, os riscos
Da juventude
A cara limpa, a roupa suja
Esperando que o tempo mude
Nessa terra de gigantes
Tudo isso já foi dito antes
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes
Hey mãe!
Já não esquento a cabeça
Durante muito tempo 
Isso foi só o que eu podia fazer
Mas, hey hey mãe!
Por mais que a gente cresça
Há sempre coisas que a gente
Não pode entender
Por isso, mãe
Só me acorda quando o sol tiver se posto
Eu não quero ver meu rosto
Antes de anoitecer
Pois agora lá fora,
O mundo todo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas...
Nessa terra de gigantes
Que trocam vidas por diamantes
6 REDAÇÃO
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A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes (2x)
Hey mãe (2x)
FONTE: Engenheiros do Hawaii. Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/engenheiros-do-
hawaii/terra-de-gigantes.html>. Acesso em: 24 abr. 2016.
No capítulo 1, quando fizemos esse desafio, queríamos saber se todas as imagens 
eram textos e a resposta foi sim. Agora sabemos que as imagens aqui apresentadas 
são textos, mas observe que são diferentes. Na primeira temos uma imagem (cartão 
vermelho), na segunda uma sequência de imagens, na terceira há imagens e palavras e 
na última apenas palavras. Quando vemos o cartão vermelho automaticamente lemos: 
“você cometeu uma infração, está fora!”, na sequência da tirinha do Garfield o sentido 
vai sendo construído à medida que vamos lendo cada imagem: “Garfield quer que 
lhe coce as costas”; na tirinha da Mafalda são as palavras, associadas às imagens que 
permitem sua significação: Mafalda se dá conta que a televisão está desligada somente 
depois de ter reclamado sobre o programa que estava passando; na última as palavras 
vão mostrando as inquietações de um jovem diantedos desafios do mundo.
As figuras 16 e 17 são textos não verbais, fazem uso de elementos gráficos 
(imagens). Já a figura 18 é um texto denominado de misto, composto por linguagem 
não verbal (imagens) e linguagem verbal (palavras ditas por Mafalda). A figura 19 é 
um texto verbal, composto apenas por palavras.
Perceba que tanto os textos verbais quanto os textos não verbais exigem que 
analisemos o que está dentro do texto e o que o cerca, em relações que chamamos de 
paratextuais. Nos textos não verbais, é importante dar atenção aos aspectos gráficos: 
cores, texturas, disposição das imagens no espaço, relação entre as formas que compõem 
a imagem, dados colocados em legendas ou à margem etc. Também os títulos são 
importantes porque direcionam nosso olhar para o sentido do texto. 
Observe a seguinte charge:
7 REDAÇÃO
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FIGURA 20 – CHARGE
FONTE: Disponível em: <https://esteeomeusangue.wordpress.com/2010/09/28/cristo-redentor-e-eleito-
uma-das-maravilhas-do-mundo/>. Acesso em: 13 jul. 2016.
A charge apresenta a imagem que associamos à figura de Jesus Cristo, no entanto, 
percebemos que não é uma representação genérica de Cristo, é um específico, o Cristo 
Redentor. Essa referência nos remete a um espaço geográfico claramente definido: Rio 
de Janeiro, capital. No entanto, nosso Cristo Redentor não está como de costume, ele tem 
algo diferente em seu traje: um colete à prova de balas. Está cercado por projéteis e traz 
no semblante uma expressão assustada, aflita. Além disso, ele reformula a famosa frase 
“Pai afasta de mim este cálice...” para “Pai, se possível, afasta de mim essas balas”. Por 
fim, o título “A nova paixão de Cristo” permite que lembremos que a “antiga” paixão 
foi a crucificação e a “nova” parece ser morte por bala perdida. Associando todos os 
elementos, podemos ler que a charge faz uma crítica à violência instalada no Rio de 
Janeiro, a qual foi exaustivamente noticiada quando se iniciou o período de pacificação (a 
partir de 2008). É importante destacar que chegamos a essa conclusão porque observamos 
todos os elementos que a imagem trazia, verbais e não verbais.
Vejamos outro caso:
8 REDAÇÃO
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FIGURA 21 – GRÁFICO SOBRE DOENÇAS QUE MAIS ATINGEM OS IDOSOS
FONTE: Disponível em: <https://www.infoenem.com.br/dicas-para-interpretacao-de-graficos-no-
enem/>. Acesso em: 10 maio 2016.
Ao reconhecermos que se trata de um gráfico, devemos observar, inicialmente, o 
título, pois ele identifica o tema abordado; o subtítulo, porque, de forma geral, esclarece 
o tema e explicita alguma variante do gráfico; e a fonte, para que saibamos de onde 
vieram tais informações, em qual época e contexto (também pode ajudar a identificar 
a credibilidade da informação). Aqui o título remete às doenças que acometem os 
idosos, o subtítulo destaca a pressão alta e a fonte é o IBGE, instituto conhecido pelo 
desenvolvido de pesquisas socioeconômicas em nosso país, mostrando dados de uma 
pesquisa efetuada em 2008.
Identificados esses três primeiros itens, podemos dar atenção ao gráfico em si, 
percebendo as medidas utilizadas, as variáveis, o que se relaciona a cada eixo, vertical 
e horizontal. No gráfico, na vertical, estão os percentuais de idosos e, na horizontal, as 
doenças por eles acometidas. Para fazer uma leitura adequada do gráfico, teremos que 
cruzar as informações de cada eixo na horizontal e na vertical. Assim, concluímos que 
mais de 50% dos idosos entrevistados sofrem de hipertensão; menos de 10% sofrem de 
asma ou bronquite etc.
Pensemos, agora, nas tabelas, outro texto frequente em nosso meio acadêmico e 
profissional e recorrente em provas como Enem, Enade, concursos e processos seletivos 
de modo geral. Assim como os gráficos, quando lemos tabelas precisamos observar o 
título e a fonte, já que eles indicam o tema, o local e o tempo, respectivamente, situando-
nos em um contexto específico. Além disso, devemos também observar o que diz cada 
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linha e cada coluna. Finalmente, fazemos um cruzamento entre as linhas e as colunas, 
que nos permite tirar as conclusões necessárias para a correta leitura desse material.
FIGURA 22 – RELAÇÃO ENTRE SANEAMENTO BÁSICO E MORTALIDADE INFANTIL EM 5 
PAÍSES
FONTE: Disponível em: <http://calculemais.com.br/exercicios-de-matematica/img/interpretacao-
graficos-e-tabelas-exercicio-20.gif>. Acesso em: 10 maio 2016.
Na tabela acima, por exemplo, a linha referente ao país I mostra que a taxa de 
mortalidade infantil nele é maior entre mães que estudaram por um período de no 
máximo 3 anos, e que os índices referentes a abastecimento de água e saneamento estão 
abaixo de 50%. Observando a linha referente ao país III, o índice de mortalidade infantil 
entre mães que estudaram no máximo 3 anos é de 34,8 e os índices de abastecimento de 
água e saneamento ultrapassam os 80%. Isso permite que concluamos, a grosso modo, 
que países que investem em saneamento básico têm menor índice de mortalidade infantil. 
Com isso, podemos afirmar que o processo de leitura se dá da seguinte forma:
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FIGURA 23 – PROCESSO DE LEITURA
FONTE: A autora (2016).
Quando nos deparamos com um texto, primeiro o observamos como um objeto, 
verificamos como está composto e decodificamos seus signos. Na sequência, damo-nos 
conta das sensações despertadas pelo texto (se gostamos ou não; se temos dificuldade 
em entender a linguagem ou o estilo de escrita etc.). Em seguida, analisamos a estrutura, 
as informações contidas, estabelecemos relações, fazemos comparações. Por fim, 
confrontamos o que tiramos do texto com nossos conhecimentos prévios sobre o assunto 
e, sob vários aspectos, emitimos um julgamento sobre o texto.
Fazer esse processo de decodificação, associação, comparação, relação, conclusão, 
permitindo que consigamos fazer uma leitura adequada, quer de textos verbais, quer de 
textos não verbais, demonstra que estamos recorrendo às habilidades e à competência 
leitora.
4.3 COMPETÊNCIA LEITORA E HABILIDADE DE LEITURA
Fazer uma leitura é mais do que simplesmente identificar o código utilizado para 
construir o texto e decodificá-lo. Há um conjunto de conhecimentos que são acionados 
no processo de ler e uma série de ferramentas que permitem que depreendamos as 
informações, ou seja, para ler precisamos utilizar habilidades de leitura e competência 
11 REDAÇÃO
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leitora. O que isso significa?
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Azevedo e Rowell (2009) definem competência como “capacidade, 
desenvolvida pelo sujeito conhecedor, de mobilizar, articular e aplicar 
intencionalmente conhecimentos (sensoriais, conceituais), habilidades, 
atitudes e valores na solução pertinente, viável e eficaz de situações que se 
configurem problemas para ele”. A competência diz respeito a um conjunto 
de saberes que precisam ser mobilizados para resolver determinado 
problema, para agir em um contexto específico, para entender dada 
situação, ou seja, a competência diz respeito ao “saber fazer”.
As mesmas autoras definem habilidade como: “[...] um conhecimento 
operacional, procedimental, uma sequência de modos operatórios, de 
analogias, de intuições, induções, deduções, aplicações, transposições” 
(AZEVEDO; ROWELL, 2009). Assim, as habilidades se referem ao “como 
fazer”.
O processo de leitura apresenta, na concepção de Cabral (1986), quatro 
etapas: decodificação, compreensão, interpretação e retenção. Na decodificação, há o 
reconhecimento dos signos e a atribuição de significados; na compreensão o leitor capta 
as principais informações do texto e sua temática; na etapa da interpretaçãoo leitor 
faz julgamentos acerca do que leu, fazendo cruzamentos, comparações, estabelecendo 
relações entre o texto e seus conhecimentos prévios; por fim, na retenção o leitor 
“absorve” tudo que compreendeu e interpretou do texto lido.
Quando tratamos de leitura e interpretação de textos, fazemos uso de nossa 
competência leitora, a qual se vale de nossas habilidades de leitura, concretizando-
se por meio de esquemas de ação que permitem a apreensão da informação contida 
no texto. Ao lermos um texto, observamos, analisamos, relacionamos, comparamos, 
concluímos. Essas ações permitem utilizarmos nossas habilidades de leitura. Na 
sequência, estudaremos algumas dessas habilidades.
4.3.1 OBSERVAÇÃO, ANÁLISE E IDENTIFICAÇÃO
A primeira perspectiva que temos quando nos deparamos com um texto é 
observar. Buscamos informações internas e externas ao texto para conseguir compreender 
adequadamente sua mensagem. Analisemos uma questão de Enade para entender 
melhor como funciona:
12 REDAÇÃO
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FIGURA 24 – QUESTÃO 5 PROVA DO ENADE 2015 PARA COMUNICAÇÃO SOCIAL – 
JORNALISMO
FONTE: Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 26 abr. 
2016.
A primeira habilidade a que recorremos é a da observação. Decodificamos o que 
está no enunciado, voltamos nosso olhar para a imagem e a reconhecemos como um 
gráfico porque é um conhecimento de que já dispomos. Notamos que o enunciado nos 
dá uma espécie de panorama, localizando temática e aspectos espaciais, temporais e que 
o gráfico mostra os números de alguns países em relação ao tema. Nossa observação 
nos permite também verificar que os dados são de países da Europa, considerado 
um continente em que predominam países desenvolvidos, dois países do continente 
americano, o Canadá e os Estados Unidos (também considerados desenvolvidos), e o 
Japão, um país asiático de grande destaque econômico, ou seja, fazemos um levantamento 
do que sabemos e confrontamos com o que está no texto. 
Após esse primeiro confronto com o texto, fazemos uma análise dos componentes 
(informações, gráfico, dados etc.), identificando suas partes e as relações existentes 
entre elas para a construção do sentido do texto. Como temos alternativas a serem 
analisadas na questão, o leitor também faz comparações entre elas e entre elas e os 
13 REDAÇÃO
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dados do texto para, então, seguir para a identificação. Ao tomar os dados do texto como 
referência, buscamos identificar qual a alternativa corresponde total ou parcialmente 
com essa referência. Esse é o processo de identificação. Assim, após observar e analisar, 
identificamos que a resposta correta é a letra d. O gráfico deixa claro que a Alemanha 
teve um aumento expressivo se comparado aos outros países.
Essas são as primeiras habilidades de leitura a que recorremos quando nos 
deparamos com um texto, no entanto, há ainda outras que também utilizamos no 
processo de leitura e interpretação de textos. Por exemplo:
a) Comparação – “pressupõe adotar um ou mais critérios e cotejar dois ou mais elementos 
segundo critérios adotados” (CEREJA; COCHAR; CLETO, 2009, p. 54). Assim, 
comparar é confrontar dois ou mais textos e verificar o que eles têm em comum ou 
quais as diferenças existentes entre eles. Essa é uma habilidade bastante utilizada 
na resolução de questões em provas do Enem, do Enade, em concursos e processos 
seletivos.
b) Memorização – habilidade de recordar de datas, dados, fatos que, expostos no texto, 
acionam nossos conhecimentos pré-existentes sobre o tema abordado.
c) Relação – estabelecer conexões entre os textos, valendo-nos de alguns parâmetros 
para chegar às conclusões necessárias à interpretação adequada.
Além das habilidades já mencionadas, para que nossa leitura seja efetiva e 
possamos, de fato, construir sentidos, também, fazemos uso da inferência, da dedução 
e da conclusão.
4.3.2 INFERÊNCIA, DEDUÇÃO E CONCLUSÃO
Uma habilidade que utilizamos bastante é a inferência. “Inferência é um processo 
pelo qual, com base em determinados dados, chega-se a uma conclusão” (CEREJA; 
COCHAR; CLETO, 2009, p. 78). Se voltarmos para o exemplo anterior, a questão do 
Enade 2015, perceberemos que tivemos que fazer inferências ao lermos o gráfico. 
Observamos os dados, fizemos cruzamentos entre eles e chegamos à conclusão de que 
a Alemanha teve um aumento maior no número de empregos para mulheres do que 
os demais países mencionados. 
Inferir, portanto, é chegar a conclusões tomando por base não apenas as relações 
estabelecidas entre as informações contidas no texto, mas também o que está nas 
entrelinhas, o que está subentendido, o que está por detrás do texto.
A inferência permeia as habilidades de dedução e conclusão. O próprio dicionário 
Houaiss (2001) da língua portuguesa, ao apresentar o conceito de inferência, associa 
a ela os verbos deduzir e concluir. A lermos um texto, verbal, não verbal ou misto, 
levantamos hipóteses, fazemos deduções em virtude do que encontramos nele e 
14 REDAÇÃO
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chegamos a conclusões que nos permitem dar um sentido adequado ao texto.
Vejamos como isso se processo na leitura do texto:
O QUE VOCÊ QUER SER QUANDO CRESCER?
Recebi um e-mail da escola do meu filho: seu primeiro “boletim”, relatório de 
sete páginas sobre alguém que não tem nem quatro palmos de altura.
Como o veem, como ele se comporta diante de outros, é legal, fofo, extrovertido, 
animado?
Ele é querido, solidário, justo?
Já se reconhecem algumas habilidades que apontem um futuro promissor?
O primeiro dia de aula:
“Quando o convidamos para brincar perto do baú, não se importou em se afastar 
da mamãe e continuou bem animado… Depois de tantas brincadeiras, fomos para a 
sala tomar lanche. Quando o ajudamos a sentar no banquinho, ele achou engraçado 
e começou a bater as mãos na mesa fazendo barulho e contagiando os amigos, que 
passaram a imitá-lo. Ao oferecermos os alimentos, comeu muito bem o que trouxe e 
ainda experimentou alimentos das outras crianças”.
Vejo liderança: capitão de um time de futebol, presidente de um banco, diretor 
de redação de um jornal. Espero não ser empreiteiro ou petroleiro, carreiras criminais 
de risco alto.
“Joaquim é um grande explorador do parque! No início, engatinhava e agora 
anda pelo espaço, observa as mais variadas situações que acontecem ao seu redor e, 
quando algo o interessa, para, olha, às vezes sorri e continua a andar”.
Seu dom Indiana Jones foi revelado. Nada de jornais. Poderá trabalhar no 
History ou Discovery Channel.
“Ama subir e descer a rampa, sendo que às vezes segura no vidro da lateral e 
fica olhando os amigos no calçadão e dando gritinhos para chamar a atenção deles. 
Quando aparecemos do outro lado e brincamos, dizendo ‘Vou te pegar, Joaquim!’, 
ele cai na risada e desce a rampa correndo bem rápido. É muito engraçado!”
Será um presidente da República?
“Quando montamos trilhas com pneus, tábuas, bancos, túneis e brinquedões 
de espuma, seguramos sua mão e ele vai fazendo o percurso, mas ao chegar ao túnel, 
fica um tempão entrando e saindo e às vezes deita lá dentro. Então explicamos que 
as outras crianças querem passar e ele volta a engatinhar rapidinho e sai com a maior 
cara de sapeca!”
Volta a possibilidade de ser empreiteiro.
Enfim, uma boa notícia, que pode aproximá-lo do Grupo Corpo ou da titia 
Débora Colker.
“Os elásticos que amarramos entre as árvores têm chamado bastante sua 
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atenção: ele observa, puxa, estica um pouco e solta em seguida, intrigado com a 
experiência. Os brinquedos fixos também são bastante procurados por ele. Algumas 
vezes aproxima-se de umdos balanços coletivos, segura e fica empurrando para frente 
e para trás. Ao perguntarmos se quer ir, balança a cabeça fazendo que sim e, depois 
que o ajudamos a sentar, segura firme na corda enquanto o embalamos e cantamos 
algumas músicas, como A Cobra Não Tem Pé, Formiguinha e Jacaré Passeando na 
Lagoa. Ele acompanha mexendo o corpo todo animado. Muito bonitinho!”
Volta o temor de que pode entrar para a política:
“Em seguida reunimos o grupo no túnel e, quando ele vê a turma do Integral, 
começa a fazer a maior farra, sobe no banco, pega os brinquedos e quer levar com ele. 
Explicamos que não podemos levar porque outras crianças estão usando e que precisa 
devolver, mas ele balança a cabeça fazendo que não e segue em frente”.
O momento vergonha: “Joaquim passou alguns dias virando o prato em cima 
da mesa e espalhando as frutas. Nas vezes em que isso aconteceu, conversávamos sério 
com ele, explicando que não dá para jogar o lanche, e ele nos olhava fazendo carinha de 
bravo. Então o ajudávamos a colocar tudo de volta no prato, e ele rapidamente deixou 
de jogar. O pequeno come muito bem e adora experimentar alimentos dos amigos”.
O momento da escolha do gênero artístico: “Sempre cantamos algumas 
músicas enquanto as crianças vão chegando, e é muito bonitinho ver como Joaquim 
já cantarola junto e acompanha as canções fazendo todos os gestos. Ao cantarmos 
Foguete, passa uma mão na outra e imita o foguete subindo; em O Elefante Queria 
Voar, bate a mão no bumbum, dando risada, e ao ouvir A Dona Aranha ou Caracol, 
mexe os dedinhos”. Será que adentrará no bizarro universo do axé- music? Alguém 
tem o telefone da titia Débora?
“Joaquim gosta muito de propostas corporais, nas quais se diverte e não para 
um só instante! Empurra os rolos de espuma, passa por túneis, sobe na escadinha 
de espuma e desce deslizando de barriga, se jogando no colchão, monta no jacaré e 
no camelo e bate os pés nas laterais como se estivesse cavalgando. Também adora 
mexer no armário do salão, onde sabe que ficam os instrumentos musicais e pega 
alguns, fazendo muita farra e chamando a atenção de todos”. Um apresentador de 
TV. Quando Faustão se aposenta?
“Ao montarmos uma casinha, pega um prato, uma colher e finge que está 
comendo. Quando perguntamos se está gostoso, balança a cabeça afirmando”. Não! 
O político já está em campanha!
“Sobe e desce do escorregador pequeno com autonomia, embora sempre 
fiquemos ao seu lado, porque de vez em quando ele fica em pé dançando, antes de 
escorregar. É uma figurinha!” Ufa, um palhaço. Alô Parlapatões.
“Gosta de pegar um copo que tem um líquido dentro e descobriu que, ao virá-
lo, o líquido desaparece e ao desvirá-lo, ele reaparece. Joaquim fica intrigado com isso 
e passa um bom tempo mexendo no copinho, tentando entender como isso acontece. 
Muito bonitinho”. Ministro da Fazenda?
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“Nas brincadeiras de escritório, gosta de apertar os teclados de computador, 
achando graça ao ouvir o som de seus dedinhos nas teclas. Também pega um telefone 
e balbucia, depois aperta os botões e volta a balbuciar, sendo que muitas vezes entrega 
o aparelho para o amigo que está ao seu lado e fica olhando: se a criança fala alguma 
coisa, ele dá risada, se fica quieta ou coloca o telefone na mesa, ele olha bravo e pega 
de volta”. Jornalista?!
“Temos que ficar sempre de olho para pegá-lo assim que acordar, caso contrário, 
ele tira as chupetas das crianças que ainda estão dormindo, pega os paninhos, balbucia 
como se estivesse chamando todos e dá risada. É muito sapeca!” Vai ser político. 
Estamos fritos.
FONTE: PAIVA, Marcelo Rubens. O que você quer ser quando crescer? 17 ago. 2015. Disponível em: 
<http://cultura.estadao.com.br/blogs/marcelo-rubens-paiva/o-que-voce-quer-ser-quando-
crescer/>. Acesso em: 10 maio 2016.
Com base neste texto, verdadeiramente, em fragmentos dele, o site provaonline.
ev.org.br, elaborou a seguinte questão:
Ao comparar as atividades do filho com a carreira de um político, é 
possível deduzir que seu autor tem uma opinião:
a) Contrária ao tempo que os políticos dedicam aos seus eleitores, como mostra o 
trecho “dando gritinhos para chamar a atenção deles”.
b) Desfavorável ao comportamento antiético de alguns políticos, como comprova o 
trecho “Volta o temor de que pode entrar para a política”.
c) Favorável à atitude dos políticos de serem dissimulados, como afirma o trecho 
“Não! O político já está em campanha!”
d) Indiferente aos atos realizados por políticos, como atesta o trecho “algumas 
habilidades que apontem um futuro promissor?”
e) Simpatizante com a postura inconsequente de alguns políticos, como ilustra o trecho 
“Ama subir e descer a rampa”.
Note que a proposta é deduzir a partir da leitura, portanto, é necessário fazer 
uso da inferência e das deduções para chegarmos à conclusão adequada. À medida que 
vamos avançando na leitura do texto, damo-nos conta de que é mais irônico nos trechos 
em que menciona a tendência política do filho. Expressões como: “volta o temor de 
que possa ser político”; “Não! O político já está em campanha!”; permitem-nos inferir 
que o autor não vê com bons olhos aqueles que seguem a carreira política. Com isso, 
deduzimos que o escritor deste artigo é contra as atitudes de alguns políticos que agem 
de forma corrupta, dissimulada. Assim, a alternativa que resume a conclusão a que se 
chega, após as inferências e deduções feitas a partir da leitura do texto é a letra b.
Por fim, quando lemos procuramos contextualizar nossa leitura e fazemos 
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interpretações. Essas são, também, habilidades a que recorremos quando fazemos uso 
de nossa competência leitora.
4.3.3 CONTEXTUALIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO
Kleiman (1995) apresenta uma diferenciação entre compreensão e interpretação 
de textos. Para a autora, compreender um texto significa apoiar-se no texto, fazendo 
uso de percepção, experimentação e construção de significados. Já a interpretação tem 
relação direta com as práticas culturais do leitor, ou seja, em uma primeira instância há 
a compreensão textual (informações percebidas a partir do que está no texto) e depois 
há a interpretação (relações que estabelecemos entre os sentidos do texto e o contexto 
sociocultural). Interpretar é ir além do texto, fazendo uso de nossos conhecimentos já 
construídos para situá-lo em um contexto comunicativo.
Desse modo, sempre buscamos nos textos pistas que nos permitam reconstruir 
o contexto de sua produção e, ao mesmo tempo, ajudem-nos a estabelecer as relações 
adequadas para uma interpretação satisfatória do texto.
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ANT
E! �
Ao pensarmos em contexto, direcionamos nosso olhar para duas direções, 
uma dentro do texto: as palavras, as expressões e o significado que adquirem 
dentro do texto; e uma fora do texto: a situação comunicativa que o gerou.
Mais uma vez, vejamos como fazemos uso destas habilidades na interpretação 
de texto solicitação em uma questão do Enade 2014 para o curso de Letras.
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FIGURA25 – 
FONTE: Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/guest/enade/provas-e-gabaritos-2014>. Acesso 
em: 10 maio 2016.
Perceba que o pequeno texto (formado por enunciados e gráfico) apresenta um 
contexto bastante claro: a jornada de trabalho de homens e mulheres brasileiros (os 
anos indicados nas fontes das informações, localizam o texto nos primeiros anos do 
século XXI). Além desse macrocontexto, no qual a temática e a discussão exposta no 
texto se inserem, há também o microcontexto representado pela organização textual 
e as escolhas vocabulares, sintáticas e morfológicas feitas para sua construção. Nesse 
sentido, em uma primeira leitura, já conseguimos delimitar o contextoe a partir dele 
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fazer nossas inferências e deduções iniciais. Ao analisarmos as informações contidas 
no texto e no gráfico, percebemos que se somarmos os números referentes à jornada 
de trabalho (em casa e profissional) para cada um dos gêneros (homens e mulheres), 
as mulheres apresentarão números superiores. Na parte verbal, o primeiro parágrafo 
mostra que embora mulheres e homens disputem equitativamente o espaço de trabalho, 
ainda são remunerados de forma diferenciada. O segundo, mostra que há a necessidade 
de desenvolver políticas que auxiliem as mulheres em suas duplas, às vezes, triplas 
jornadas de trabalho, permitindo uma maior igualdade de condições de trabalho entre 
homens e mulheres. Cabe-nos lembrar que todo o texto explorou a perspectiva do 
trabalho profissional e o trabalho doméstico. Assim, feitas as inferências, deduções, 
relações, podemos concluir que somente as afirmativas I e II apresentam interpretações 
adequadas do texto. A afirmativa III se torna inválida porque ressalta que o texto não 
destaca a questão do trabalho doméstico na totalização da jornada de trabalho de 
homens e mulheres.
Como vimos, as diversas habilidades leitoras foram mobilizadas para que, ao 
usarmos nossa competência de leitura, atribuamos significados adequados ao texto. 
Esse processo nos é automático, no entanto, era importante, nesta parte de nosso curso, 
que tomássemos consciência dele para melhor aproveitá-lo em nossas práticas leitoras.
Por fim, destacamos algumas dicas que ajudam no processo de interpretação 
textual:
a) Faça uma primeira leitura do texto, procurando adequar-se ao tipo de linguagem do 
texto. No caso de textos não verbais, observe a informação como um todo e depois 
verifique os elementos que a constituem.
b) Procure descobrir qual o propósito do texto (informar, denunciar, criticar, expor, 
argumentar, opinar etc.).
c) Faça uma segunda leitura do texto, observando as informações de forma mais 
detalhada.
d) Destaque as informações principais de cada parágrafo.
e) Faça uso das habilidades leitoras: observe, analise, compare, relacione, infira, deduza, 
conclua, interprete. Lembre-se de que o fio condutor está no próprio texto.
f) Releia o texto quantas vezes achar necessário. Cada um tem seu próprio ritmo e uma 
ou duas leituras podem não ser suficientes para apreender todas as informações.
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RESUMO
Neste capítulo vimos:
• O ato de ler vai além do que está escrito, buscando também o que está por detrás do 
texto.
• Há os textos verbais, os textos não verbais e os textos mistos:
  Texto verbal é aquele constituído pelas estruturas linguísticas (palavras).
  Texto não verbal é aquele constituído por imagens, símbolos etc.
  Texto misto é aquele que se compõe de palavras e imagens.
• A competência leitora é a capacidade de mobilizar determinadas habilidades que 
possibilitam efetivar uma leitura do texto, atribuindo-lhe os sentidos adequados.
• Habilidades de leitura são os procedimentos utilizados para efetivar a leitura de um 
texto. Algumas delas são:
  Observação: reconhecer os signos, os gêneros, as estruturas textuais.
  Análise: identificar e relacionar cada parte de um texto.
  Identificação: perceber os sentidos mais adequados ao texto.
  Comparação: confrontar os vários textos estabelecendo diferenças e semelhanças.
  Memorização: reter e recordar datas, fatos, dados inseridos nos textos.
  Relação: estabelecer conexões entre os textos, utilizando parâmetros para chegar 
às conclusões.
  Inferência: concluir com base em pistas fornecidas pelo texto.
  Contextualização: inserir o texto no contexto comunicacional em que foi produzido 
ou atribuir sentidos às palavras de acordo com sua utilização no texto.
  Interpretação: atribuir sentidos ao texto.
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1 Sobre as habilidades de leitura, analise as seguintes proposições:
I. A observação consiste em reconhecer os signos, os gêneros, as estruturas 
textuais.
II. A análise tem o propósito de identificar e relacionar cada parte de um 
texto.
III. A comparação diz respeito a confrontar os vários textos estabelecendo 
diferenças e semelhanças.
IV. A contextualização se refere a inserir o texto no contexto comunicacional 
em que foi produzido.
 Estão corretas:
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) I, III e IV.
c) ( ) II, III e IV.
d) ( ) Apenas II e IV.
e) ( ) I, II, III e IV.
2 (Texto adaptado do Blog Armazém do Texto) Leia o texto que segue: 
O “IMPEACHMENT” E A AUSÊNCIA DE 
RESPONSABILIDADE PRESIDENCIAL 
Tendo aludido ao lugar da obra de Rui Barbosa onde se lê 
“mais vale, no governo, a instabilidade que a irresponsabilidade” 
– essa nota dominante do presidencialismo – um dos nossos 
bons constitucionalistas retratou com suma clareza e singeleza a 
inoperância do impeachment, de origem anglo-saxônica, acolhido 
pelas Constituições presidencialistas, ao afirmar que “sendo um 
processo de ‘formas’ criminais (ainda que não seja um procedimento 
penal ‘estrito’), repressivo, a posteriori, seu manejo é difícil, lento, 
corruptor e condicionado à prática de atos previamente capitulados 
como crimes”. Sobre o impeachment, esse “canhão de cem toneladas” 
(Lord Bryce), que dorme “no museu das antiguidades constitucionais” 
(Boutmy) é ainda decisivo o juízo de Rui Barbosa, quando assevera 
que “a responsabilidade criada sob a forma do impeachment se faz 
absolutamente fictícia, irrealizável, mentirosa”, resultando daí no 
presidencialismo um poder “irresponsável e, por consequência, 
ilimitado, imoral, absoluto”. Essa afirmativa se completa noutra 
passagem em que Rui Barbosa, depois de lembrar o impeachment 
nas instituições americanas como “uma ameaça desprezada e 
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praticamente inverificável”, escreve: “Na irresponsabilidade vai dar, 
naturalmente, o presidencialismo. O presidencialismo, se não em 
teoria, com certeza praticamente, vem a ser, de ordinário, um sistema 
de governo irresponsável”. Onde o presidencialismo se mostra pois 
irremediavelmente vulnerável e comprometido é na parte relativa à 
responsabilidade presidencial. O presidencialismo conhece tão-somente 
a responsabilidade de ordem jurídica, que apenas permite a remoção do 
governante, incurso nos delitos previstos pela Constituição. Defronta-se 
o sistema, porém, com um processo lento e complicado (o impeachment, 
conforme vimos), que fora da doutrina quase nenhuma aplicação teve. 
Muito distinto aliás da responsabilidade política a que é chamado o 
Executivo na forma parlamentar, responsabilidade mediante a qual se 
deita facilmente por terra todo o ministério decaído da confiança do 
Parlamento (BONAVIDES, Paulo. Ciência política, p. 384).
 Sobre o texto se pode inferir que:
a) ( ) O autor se mostra desfavorável ao processo de impeachment que, 
segundo ele, carece de presteza e simplificação.
b) ( ) Apresenta argumentos que validam o uso do impeachment, embora 
o considere um instrumento constitucional ultrapassado.
c) ( ) Inclui o impeachment entre os responsáveis pela corrupção e a 
irresponsabilidade de conduta atribuída ao governo brasileiro. 
d) ( ) Baseia-se nas afirmações de Rui Barbosa em virtude de sua grande 
habilidade política, vendo-o como um grande estadista. 
e) ( ) O impeachment por ser uma criação brasileira, mostrou-se ineficaz 
em sistemas parlamentaristas de governo.
3 Analise as afirmativas que seguem, classificando-as como Verdadeiras ou 
Falsas:
( ) O ato de ler não exige olharcrítico ou reflexão, apenas saber decifrar o 
código utilizado na elaboração do texto.
( ) Os textos verbais são mais difíceis de ler porque não apresentam outros 
recursos além das palavras.
( ) Ao lermos fazemos uso da competência leitora, a qual mobiliza as 
habilidades de leitura que adquirimos e aprimoramos ao longo de nossa 
trajetória.
( ) Observar, analisar e identificar são exemplos de habilidades leitoras 
mobilizadas para que façamos uma leitura adequada do texto.
 A sequência correta é:
a) ( ) V, F, V, F.
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b) ( ) F, V, F, V.
c) ( ) F, F, V, V.
d) ( ) F, V, V, F.
e) ( ) V, F, F, V.
4 Leia o texto que segue:
Sob o ponto de vista individual, a corrupção pode ser vista como uma 
escolha racional, baseada em uma ponderação dos custos e dos benefícios 
dos comportamentos honesto e corrupto. No tocante às empresas, punir 
apenas as pessoas, ignorando as entidades, implica adotar, nesse âmbito, a 
teoria da maçã podre, como se a corrupção fosse um vício dos indivíduos 
que as praticaram no seio empresarial. O que constatamos é bem diferente 
disso. A corrupção era, para as empresas envolvidas na operação Lava 
Jato, um modelo de negócio que majorava o lucro em benefício de todos.
(Entrevista com Deltan Martinazzo Dallagnol [procurador público]. O Estado 
de S. Paulo, 18 mar. 2015. Adaptado.)
Sobre o texto analise as seguintes proposições:
I. A corrupção é um problema que pode ser explicado pela perspectiva 
pragmática,
POIS
II. é considerada, predominantemente, a avaliação dos efeitos práticos das 
ações.
Sobre as proposições é correto afirmar:
a) ( ) A proposição I é verdadeira e a proposição II é falsa.
b) ( ) As proposições I e II são verdadeiras.
c) ( ) As proposições I e II são falsas.
d) ( ) A proposição I é falsa e a proposição II é verdadeira.
e) ( ) As posições I e II são verdadeiras, mas a relação estabelecida entre 
elas pelo “pois” não se justifica.
5 Leia a tirinha de Calvin:
FONTE: Disponível em: <http://thumb.mais.uol.com.br/photo/9792685.
jpg?ver=0>. Acesso em: 13 jul. 2016.
24 REDAÇÃO
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Sobre a tirinha é correto afirmar:
a) ( ) Calvin faz uma crítica à duração das aulas que o impedem de 
aproveitar o parquinho.
b) ( ) Calvin questiona os métodos de ensino utilizados pela professora, 
por considerados ineficientes.
c) ( ) Calvin faz uso de uma linguagem formal para mostrar à professora 
e aos colegas sua erudição.
d) ( ) Calvin faz uma argumentação baseada na premissa de que a 
ignorância é condição necessária para a felicidade.
e) ( ) Calvin, ao gritar “Ditadura”, refere-se ao fato de que a professora 
não quer que ele seja feliz.
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GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
1 E
2 A
3 C
4 B
5 D
26 REDAÇÃO
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REFERÊNCIAS
AZEVEDO, T. M.; ROWELL, Vania Morales. Competências e habilidades no processo 
de aprendizagem. Caxias do Sul: [s.n.], 2009.
CABRAL, L. S. Processos psicolinguísticos de leitura e a criança. Letras de hoje, 1986.
CEREJA, Wiliam Roberto; COCHAR, Thereza; CLETO, Ciley. Interpretação de textos: 
construindo competências e habilidades em leitura. São Paulo: Atual, 2009.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 
2001.
KLEIMAN, A. (Org.). Os significados do letramento. Campinas: Mercado Aberto, 1995.
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