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03 - PEÇA - RESPOSTA À ACUSAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA  Nº ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FORTALEZA – CEARÁ. 
Autos nº (XXXX.XX.XXXXXX-X)
 GABRIELA, já qualificada nos autos em epígrafe, que lhe move o Ministério Público, por seu defensor(a) infra- assinado, vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência, no prazo legal, oferecer RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fulcro no art. 396- A do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direitos à seguir:
DOS FATOS
Gabriela foi denunciada pela suposta prática do delito de furto simples, previsto no art. 155, caput, c/c art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
Apesar de confirmar os fatos e se justificar, o magistrado perante o juízo competente recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público, onde foi concedida à mesma a liberdade provisória, deixando de converter o flagrante em preventiva, determinando assim a sua citação. Acontece que a liberdade provisória foi concedida antes da sua citação e, como na época dos fatos não possuía endereço fixo, não foi localizada para ser citada. 
O crime previsto aconteceu no ano de 2011, e no ano de 2015 a ré conseguiu emprego e estando em melhores condições, resolveu procurar o advogado já qualificado nos autos, para esclarecer sobre o prosseguimento da ação penal a qual respondia.
Ante o exposto, requer que sejam esclarecidos as circunstâncias do crime, sendo analisado a imputação que lhe é movida, diante do tipo penal que a mesma está sendo denunciada.
DO DIREITO 
I)PRELIMINARMENTE
 I. I) DA PRESCRIÇÃO
 O crime previsto aconteceu na data de 24 de dezembro de 2010, e a denúncia recebida na data de 18 de janeiro de 2011, iniciando o prazo para manifestação desta data. Como consta nos autos que houve tentativa de citação da ré, mas restou infrutífero devido não ter endereço fixo e por não ter condições de dar prosseguimento ao feito, se passaram mais de 04(anos) sem dar regular andamento no feito.
Está notório, portanto, a existência da prescrição da pretensão punitiva do Estado, na qual, o Estado diante de sua inércia, pela não observância do requisito do lapso temporal previsto em lei, ficou proibido de utilizar-se de seu poder de império para punir o sujeito ativo no processo criminal.
Tal requisito deve ser analisado, uma vez que sua não observância acarreta a extinção da punibilidade da agente, conforme previsão contida no capítulo art. 109, inciso V, do código penal:
 	Art. 109 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
	V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois.
Na época dos fatos a gente possuía 20(vinte) anos de idade, portanto, aplica-se a redução do prazo prescricional pela metade, conforme art. 115 do Código Penal:
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. 
Ainda que Vossa Excelência, não entenda pela inépcia da exordial acusatória, entendo que mesmo assim deverá absolver sumariamente a acusada, haja vista que compulsando os autos, foi observado, causa de extinção da punibilidade, nos termos do art. 397, inciso IV, do CPP:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
IV - extinta a punibilidade do agente. 
DO MÉRITO
II) ESTADO DE NECESSIDADE
Cabe ressaltar que se trata de um furto famélico, onde a motivação do mesmo, foi somente atender a necessidade de alimentar o seu filho, agindo para proteger a vida, o bem jurídico mais valioso do que a coisa alheia subtraída. O art. 23, inciso I e art. 24, caput, ambos do CPB, assim dispõe: 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade; 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
Portanto é cabível a absolvição sumária nos termos do art. 397, inciso I do Código Penal, nos termos do art. 397, inciso I, do Código de Processo Penal, diante do furto famélico como excludente de ilicitude por estado de necessidade.
III) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU CRIME DE BAGATELA
É sabido que, para que se constitua crime, é necessário a presença de três elementos fundamentais, quais sejam, tipicidade, ilicitude e culpabilidade.
No presente caso, não há em que se falar em conduta criminosa diante a constatação da ausência de atipicidade material, visto que, a denunciada subtraiu para si 02(dois) pacotes de macarrão, totalizando o valor de R$ 18,00 (dezoito reais).Ademais não houve emprego de violência ou grave ameaça, sendo a ré primária e de bons antecedentes.
Nesse sentido, deve ser reconhecida a mínima ofensividade da conduta, como conseqüente inexpressiva lesão jurídica ao bem.
Ante o exposto, requer a absolvição sumária da acusada, em razão da aplicação do princípio da insignificância, previsto no art. 397, inciso III do CPP.
Porém caso não seja entendido de Vossa Excelência a aplicação da Absolvição Sumária, requer assim que seja considerada a redução da pena com 1/3 a 2/3 ou somente a aplicação da pena de multa, nos termos do art. 155, § 2º do Código Penal.
IV) DA CONFISSÃO
Cabe ressaltar que em se policial, a Acusada confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos financeiros e a situação de fome e risco que a mesma e seu filho se encontravam.
Assim, caso a ré não seja absolvida sumariamente, que seja considerada a atenuante de confissão, prevista no art. 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal Brasileiro:
				Art. 65- São circunstâncias que sempre atenuam a pena:  
				III - ter o agente:  
				d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
V) DA MENORIDADE
Ainda nesse contexto, é importante registrar que na época dos fatos a acusada possuía 20(vinte) anos de idade, sendo cabível a atenuante de menoridade, prevista no art. 65, inciso I, do CPB. 
Assim, caso a ré não seja absolvida sumariamente, que seja considerada a atenuante de menoridade, conforme dispõe: 
Art. 65- São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
VI)DA ATIPICIDADE 
Por fim, pela leitura dos autos, é fácil se perceber que acusada possui os requisitos necessários para o reconhecimento do furto privilegiado e tem como condicionante a presença de dois requisitos: a primariedade da agente e o pequeno valor da coisa subtraída.
Assim caso nenhuma das teses acima mencionadas seja reconhecida por Vossa Excelência, que seja considerada o furto privilegiado, nos termos do art. 155, § 2º do CPB:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
VII)DAS PROVAS
Requer provar por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial, pelas provas documentais, testemunhais, periciais e depoimento pessoal.
IV) DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer que seja recebido a presente Resposta à Acusação, para que surta os efeitos legais.
a) Seja acolhida a preliminar de extinção da punibilidade da agente, nos termos do artigo 109, inciso IV do CPP.
c) Caso não seja o acolhido a tese de extinção de punibilidade, que a acusada seja absolvida sumariamente, com fulcro no art. 397, inciso IV, do CPP.
d) Na hipótese de nenhum dos itens a e b, requer a absolvição sumária da ré, com base no artigo 397, III, do CPP, em razão da atipicidade do crime decorrenteda aplicação do princípio da insignificância. 
e) Não entendendo este juízo por nenhum dos itens anteriores que seja considerado nos termos do art. 65, incisos I e III, as atenuantes de confissão e menoridade, e não sendo cabível as atenuantes, seja reconhecida a tipificação do crime como furto privilegiado, nos termos do art. 155, § 2º do CPB.
f) Por fim, requer ainda todos os meios de provas admitidos em direito, quais sejam: documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal.
Rol de testemunhas:
1)Maria, qualificação, endereço.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Fortaleza, 26 de março de 2015.
_____________________________________________________
ADVOGADO OAB/UF

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