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NR-10 Básico Apostila Completa

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NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
1 
 
 
NORMA REGULAMENTADORA 
Nº 10 
 CURSO BÁSICO 
 
 
SEGURANÇA EM SERVIÇOS 
COM ELETRICIDADE 
 
 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
 Pág. 
 
1 – Introdução à segurança com eletricidade ............................................................... 03 
 
2 – Eletricidade ................................................................................................................ 05 
 
3 – Técnicas de análise de risco .................................................................................... 
 
51 
 
4 – Medidas de controle do risco elétrico ..................................................................... 72 
 
5 – Normas técnicas brasileiras - NBR da ABNT e outras ........................................... 104 
 
6 – Regulamentações do MTE ........................................................................................ 108 
 
7 – Norma Regulamentadora Nº 10 ................................................................................ 121 
 
8 – Equipamentos de proteção coletiva......................................................................... 140 
 
9 – Equipamentos de proteção individual.................................................................... 142 
 
10 – Rotinas de trabalho.................................................................................................. 157 
 
11 – Documentação de instalações elétricas................................................................. 163 
 
12 – Responsabilidades.................................................................................................. 164 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
3 
 
 
 
CURSO BÁSICO DE 
SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E 
SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
 
 
1 - INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE 
 
 
A atualização da legislação brasileira (NR-10) referente à prevenção de acidentes do trabalho 
tornou-se um dos principais dispositivos à disposição de trabalhadores e empregadores para 
garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. 
 
Em 1983, entrou em vigor a 1a edição da Norma Regulamentadora Nº 10 (NR-10) do Ministério 
do Trabalho e Emprego (MTE). Embora de grande alcance para a época, seu texto se tornou 
inadequado às atuais exigências para a segurança do trabalhador. 
 
A Comissão Tripartite Paritária Permanente – CTPP, pelo Grupo Técnico Tripartite de Energia 
– GTTE, o Ministério de Trabalho e Emprego, promoveu a atualização da Norma que versa 
sobre o assunto de sua responsabilidade, alinhando-a a modernos conceitos de segurança e 
saúde em instalações e serviços com eletricidade 
 
O novo texto da Norma Regulamentadora Nº 10, foi instituído através da portaria nº 598 de 07 
de dezembro de 2004, e foi publicado no Diário Oficial da União de 08 de dezembro de 2004 e 
altera a redação anterior da Norma Regulamentadora n° 10, aprovada pela Portaria nº 3.214, 
de 1978. 
 
Esta revisão da Norma dispõe sobre diretrizes básicas para a implementação de medidas de 
controle e sistemas preventivos, destinados a garantir a segurança e a saúde dos 
trabalhadores que direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços com 
eletricidade nos seus mais diversos usos e aplicações, e quaisquer trabalhos realizados nas 
suas proximidades. 
 
 
SEGURANÇA EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
OBJETIVO: 
 
Estabelecer requisitos mínimos para garantir a segurança nos trabalhos em eletricidade e o 
cumprimento da NR-10 (Segurança em instalações e serviços em eletricidade). 
 
 
 
 
 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
4 
 
APLICAÇÃO: 
 
Aplica-se a todos os serviços em instalações, sistemas e equipamentos elétricos. 
 
Serviços em instalações elétricas são aqueles onde é previsto ou possível o contato do 
trabalhador com partes destinadas à condução de corrente elétrica em condições normais de 
desempenho da instalação. 
 
Dessa forma, são exemplos de serviços em instalações elétricas: 
 
- Extrair e inserir gavetas elétricas ou disjuntores, independente da tensão; 
 
- Executar ou reapertar ligações entre condutores elétricos; 
 
- Trocar lâmpadas, luminárias, reatores, bocais; 
 
- Trocar fusíveis; 
 
- Intervir em sistemas de corrente contínua de alta potência (Ex: Retificadores e bancos de 
baterias), mesmo se em extra-baixa tensão. 
 
Os serviços na chamada zona livre (ver Anexo I – Zona de Risco e Zona Controlada) são 
considerados serviços fora da área energizada. Exemplos de serviços na zona livre: 
 
- Reapertar parafusos de tampa de caixa de ligação ou de caixa de passagem, pelo lado de 
fora e com tampa fechada; 
 
- Também não são serviços em instalações elétricas aqueles em instrumentação (Ex: 
Solenóide, sensores, transmissores de sinal, conversores de sinal e controladores de 
processo), desde que alimentados em extra-baixa tensão (menor que 50Vca ou 120Vcc). 
 
 
 
ELETRICIDADE: 
 
A eletricidade é a forma de energia mais utilizada na sociedade atual, considerando a 
eletricidade silenciosa, inodora e invisível, mas que apresenta um grande potencial de 
acidentes em conseqüência dessa “invisibilidade”, a pessoa é, muitas vezes, exposta a 
situações de risco ignoradas ou mesmo subestimadas. Infelizmente, conforme demonstram as 
estatísticas, o acidente elétrico quase sempre deixa grandes sequelas e pode causar até a 
morte. 
 
O objetivo básico deste curso é permitir ao treinando o conhecimento básico dos riscos a que 
se expõe uma pessoa que trabalha com instalações ou equipamentos elétricos, incentivar o 
desenvolvimento de um espírito crítico que lhe permita avaliar tais riscos e apresentar de forma 
abrangente sistemas de proteção coletiva e individual que deverão ser utilizados na execução 
de suas atividades. 
 
 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
5 
 ELETRICIDADE 
 
1 - Introdução 
 
 
A eletricidade é a forma de energia mais usada em todo o mundo. Sem ela não há dúvida de 
que o homem não teria as maravilhas que dispõe hoje. Ao acendermos uma simples lâmpada 
ou ligarmos o mais complexo dos aparelhos devemos sempre estar conscientes de que vários 
fenômenos elétricos estão ocorrendo naquele momento. 
 
Podemos afirmar que a eletricidade está presente em quase todos os instantes de nossas 
vidas. Nos momentos de lazer ou de trabalho estamos de uma forma ou de outra, utilizando a 
eletricidade. 
 
Há muitos anos o homem vem se preocupando em desvendar os segredos que envolvem esta 
forma de energia tão maravilhosa; as pesquisas e os estudos têm sido muitos, mas, apesar de 
todos os avanços que têm sido alcançados podemos afirmar que a eletricidade, na sua 
essência, continua sendo um mistério. E é exatamente esta série de dilemas que nos faz cada 
vez mais ficar fascinados pelo estudo da eletricidade. 
 
 
Eletricidade 
 
 
1.1- Estrutura da Matéria 
 
 Todos os corpos existentes na natureza são constituídos de matéria. Se pudéssemos 
observar a menor parte (dividindo-a ao meio até encontrarmos esta parte) da matéria, veríamos 
que ela é formada de pequenas partículas que recebem o nome de átomos.Átomos São as Partículas Formadoras de Toda a Matéria 
 
 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
6 
 
Estudo do Átomo 
Os átomos são tão pequenos, que 100 milhões deles, um ao lado do outro, formarão uma reta 
de 10 mm de comprimento. 
 
100 000 000 de átomos = 
 
 
 
Um átomo não pode ser visto a olho nu, mas, caso isso 
fosse possível veríamos que ele é formado por três 
partículas: prótons, nêutrons e elétrons (que são 
chamadas de partículas subatômicas). Os prótons e 
nêutrons encontram-se numa parte central do átomo 
chamada de núcleo, enquanto os elétrons giram em torno 
desse núcleo, constituindo a eletrosfera. 
 
 
Os Átomos São Formados por Prótons, Nêutrons e Elétrons. 
 
 
 
1.2- CARGA ELÉTRICA 
 
Verifica-se que os prótons e os elétrons são providos de certa propriedade à qual se deu o 
nome de carga elétrica (também chamada de quantidade de eletricidade). Os nêutrons não 
apresentam essa propriedade e, por isso, são desprovidos de eletricidade. As cargas elétricas 
presentes nos prótons e nos elétrons são de características opostas e, por isso, diz-se que as 
primeiras são positivas (+), enquanto que as outras são negativas (-). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prótons: São partículas subatômicas que possuem cargas elétricas Positivas (+) 
 
 Elétrons: São partículas subatômicas que possuem cargas elétricas Negativas (-) 
 
 Nêutrons: São partículas subatômicas que não possuem cargas elétricas. 
 
 Núcleo: É o centro do átomo onde estão os Prótons e Nêutrons. 
 
 Eletrosfera: São as camadas ou órbitas formadas pelos elétrons que se movimentam 
 em trajetórias circulares em volta do núcleo. 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
7 
A eletrosfera pode ser composta por camadas, identificadas pelas letras maiúsculas K, 
L, M, N, O, P e Q. 
 
Cada camada da eletrosfera é formada por um número máximo de elétrons, conforme você 
pode observar na tabela abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A distribuição de prótons, nêutrons e elétrons é que de fato diferenciará um material do outro. 
 
 
- Mais camadas 
− Menos força de atração exercida pelo núcleo. 
Quanto mais elétrons. − Mais livres os elétrons da última camada. 
− Mais instável eletricamente. 
− Mais condutor o material. 
 
 
 
− Menos camadas 
− Mais força de atração exercida pelo núcleo. 
Quanto menos elétrons. − Menos elétrons livres. 
− Mais estável eletricamente. 
− Mais isolante o material. 
 
 
- Prata / Ar Seco 
- Cobre / Vidro 
Condutores / Isolantes - Alumínio / Mica 
- Zinco / Borracha 
- Latão / Amianto 
- Ferro / Baquelite 
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APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
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1.3- Corrente Elétrica 
 
 
A corrente elétrica é o movimento ordenado de cargas 
elétricas, mas, como sabemos que as únicas partículas 
que podem ser deslocadas são os elétrons e, mais 
facilmente os elétrons livres. Podemos então afirmar 
que: 
 
 
 
 
Corrente Elétrica é o Movimento Ordenado de Elétrons Livres em um Caminho Condutor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A corrente elétrica é representada por I ou i e a sua unidade de medida é o Ampére, que se 
abrevia sempre por A. 
 
 
O Instrumento Usado Para Medir Corrente Elétrica é o Amperímetro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
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Em eletricidade existem dois tipos de corrente que se distinguem pela forma como os elétrons 
se deslocam no interior dos condutores. A corrente contínua e a corrente alternada. Vejamos 
em linhas gerais quais as diferenças entre as duas: 
Corrente Contínua é Aquela em Que os Elétrons se Deslocam Sempre no Mesmo Sentido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corrente Alternada é Aquela em Que os Elétrons Períodicamente Invertem o Seu Deslocamento 
e em Cada Instante Tem um Valor Diferente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.4- Diferença de Potencial 
 
Vimos que a corrente elétrica é o movimento ordenado de 
elétrons. Mas para que os elétrons se desloquem é 
necessário que uma força atue sobre eles. Essa força 
recebe o nome de diferença de potencial (ddp) e 
também é conhecida por tensão (E), força eletromotriz 
(f.e.m) ou ainda voltagem (V). Todos estes termos 
servem para dar nome à força que dá origem ao 
movimento dos elétrons, isto é, a corrente elétrica. 
 
A unidade de medida da tensão elétrica é o VOLT, que é se abrevia sempre por V. 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
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O Instrumento Usado Para Medir Tensão Elétrica é o Voltímetro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5- Resistência Elétrica 
 
Quando uma corrente elétrica atravessa um material qualquer ela encontra uma certa 
dificuldade que recebe o nome de Resistência Elétrica. 
 
Resistência Elétrica é a Dificuldade Oferecida a Passagem da Corrente Elétrica. 
 
 
Todos os materiais existentes na natureza oferecem resistência à passagem da corrente 
elétrica. As características do material e as condições em que ele se encontra é que definem o 
valor da sua resistência elétrica. 
 
A resistência elétrica de um corpo é sempre representada pela letra R. A unidade de medida da 
resistência é o OHM, que se representa (Ω) . 
 
O Instrumento Usado Para Medir Resistência Elétrica é o Ohmímetro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
11 
 
 
 
1.5.1 - Fatores Que Influem na Resistência Elétrica de um Condutor: 
 
1.5.1.1- Temperatura 
 
Verifica-se, na prática que o valor da resistência elétrica de 
um corpo varia em função da sua temperatura. Essa 
afirmação pode ser constatada em laboratório ao 
medirmos a resistência de um determinado corpo à 
temperatura ambiente e depois de o aquecermos. Verifica-
se, nesse caso, que o valor da resistência dos metais 
aumenta quando eles são aquecidos e diminui quando os 
mesmos são resfriados. Dizemos então, que a resistência 
de um corpo metálico é uma função direta da sua 
temperatura. 
 
 
 
Ao Aquecermos um Corpo Metálico a Sua Resistência Elétrica Aumenta. 
Ao Resfriarmos um Corpo Metálico a Sua Resistência Elétrica Diminui. 
 
 
 
1.5.1.2- Comprimento 
 
Se um corpo tiver o seu comprimento cortado pela metade verificamos que a sua resistência 
também será reduzida à metade. Isto pode ser explicado da seguinte forma: Os elétrons, ao 
atravessarem o corpo inteiro, encontrarão um determinado número de obstáculos, o que vai 
caracterizar um certo valor de resistência elétrica, caso esse corpo tenha o seu comprimento 
cortado pela metade o mesmo ocorrerá com o número de obstáculos encontrados pelos 
elétrons no seu deslocamento, o que faz com que a resistência tenha seu valor reduzido à 
metade. 
 
 
 
A Resistência Elétrica é Diretamente Proporcional ao Comprimento do Corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE12 
1.5.1.3- Seção Transversal 
 
Um fenômeno inverso ocorre quando cortamos um corpo no sentido da sua seção transversal. 
Nesse caso a passagem para os elétrons torna-se mais difícil, fazendo, portanto, com que a 
sua resistência elétrica aumente. 
 
 
A Resistência Elétrica é Inversamente Proporcional a Seção Transversal do Corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5.1.4- Material 
 
 A resistência elétrica, também varia em função do material do corpo. 
 
 
1.6- Lei de Ohm 
 
George Simon Ohm foi o cientista que no século XIX demonstrou experimentalmente a 
constante de proporcionalidade, entre a corrente elétrica, a tensão e a resistência. Essa 
relação é denominada Lei de Ohm e é expressa literalmente como: 
 
 
A Intensidade da Corrente é Diretamente Proporcional a Tensão Aplicada e Inversamente 
Proporcional a Resistência do Circuito. 
 
 
Na forma de equação a Lei de Ohm é expressa como: I = V ∕ R 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
13 
 
1.7- Potência: 
 
Toda e qualquer forma de energia usada para realizar um trabalho. 
 
POTÊNCIA ELÉTRICA - É a capacidade que uma máquina elétrica possui de realizar trabalho 
num certo período de tempo. 
 
 
A unidade de potência mais usual é o Watt, mas algumas pessoas, usam também o cv 
(cavalo-vapor) e o HP (Horse-Power) que valem, aproximadamente 750 W. 
 
1 CV ou 1 HP = 750 Watts 
 
 
Obs: Pelas normas ABNT não é prática o uso das grandezas HP e cv, sendo adotada a 
grandeza kw. 
 
Há três fórmulas que nos permitem calcular a potência elétrica: 
 
 
 P = V I P = V2 / R P = R I2 
 
 
Nas três formulas P representa a potência medida em Watts, V representa a tensão medida em 
Volts, I representa a corrente medida em Ampéres e R é a resistência medida em Ω. 
 
 
1.7.1 - Potência Nos Circuitos Elétricos 
 
 
Potência nos Circuitos de CC 
 
A potência consumida por um circuito de corrente contínua é dada em watts, pelo produto da 
tensão pela corrente. 
 
 
Potência nos Circuitos de CC 
 
Em corrente alternada, o produto tensão x corrente, representa a potência aparente do circuito, 
isto é, a potência que o circuito aparenta ter uma vez que há uma defasagem entre E e I. 
É medida em volt-ampères (VA). 
 
 
ENERGIA: 
 
Para que um trabalho seja realizado, evidentemente, é necessário um certo tempo. Podemos 
afirmar que a energia é a velocidade com que a potência é usada na realização de um trabalho 
em um determinado tempo. Essa definição é genérica e serve para todos os tipos de energia, 
seja ela elétrica, mecânica, calorífica, luminosa ou outra forma qualquer existente na natureza. 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
14 
1.7.1.1- Circuito Resistivo 
 
Num circuito composto só por resistências tais como chuveiros, aquecedores, fornos elétricos, 
etc., vamos observar que a corrente permanente está em fase com a tensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1.7.1.2- Circuito Indutivo 
 
No circuito composto por bobinas, características dos motores, observamos uma defasagem de 
até ¼ ciclos entre a corrente e a tensão. 
 
A corrente fica atrasada em até 90º em relação à tensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.7.1.3- Circuito Capacitivo 
 
Em um circuito composto por capacitores vamos observar que também há uma defasagem de 
até 90º, só que a corrente será sempre adiantada em relação à tensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
15 
 
Se um circuito for constituído só por resistência (resistivo), encontramos uma energia que é 
transformada em outras formas de energia, denominada Potência Útil ou Potência Ativa. 
 
Se um circuito for constituído por Resistência e bobinas, encontramos além da Potência Ativa 
as Potências Reativa e Aparente. 
 
 
1.7.2 - Potência Ativa 
 
É aquela que efetivamente é transformada, produzindo trabalho nos circuitos de CA, é 
chamada potência ativa, e a sua unidade é o Watt (W), ou quilowatt (kW), é obtida pelo 
produto: 
W = E x I x cos 
 
È a energia faturada nos consumidores ligados em Baixa Tensão, a Concessionária somente 
apresenta o valor da Energia Ativa consumida no período (mês) expressa em kWh. 
 
 
1.7.3 - Potência Reativa 
 
É aquela que não produz trabalho, utilizada para criar fluxo magnético necessário ao 
funcionamento de equipamentos como motores, transformadores, reatores, etc. 
 
A potência Reativa pode ser indutiva (causada por bobinas) ou capacitiva (causada por 
capacitores) e sua unidade é o Volt Ampére Reativo (VAr) ou Quilo Volt Ampére Reativo 
(kVAr). 
 
1.7.4 - Potência Aparente 
 
Potência aparente ou Potência Total é aquela que a Concessionária realmente fornece ao 
consumidor. 
 
Somando-se vetorialmente as Potências Ativa e Reativas, obteremos a Potência Aparente que 
é expressa em Volt Ampére (VA) ou Quilo Volt Ampére (kVA). 
 
Triângulo das Potências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NR-10 
APOSTILA DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES 
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
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1.8 - Fator de Potência 
 
No triângulo das potências observamos que um ângulo é formado entre a Potência Ativa e a 
Potência Aparente. A razão entre a Potência Ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados 
das Potências Ativa e Reativa, consumidas num período especificado. 
 
 
Fp = Potência Ativa (kW) 
 Potência Aparente (kVA) 
 
 
 
Fp = _______kWh_________ 
 (kVArh)² + (kW) 
 
 
 
 
 
1.9 - Energia 
 
As Companhias Distribuidoras de Eletricidade preocupam-se em saber não apenas quantos 
Watts são consumidos, mas também o tempo durante o qual ocorre esse consumo. É evidente 
que o consumidor que deixe uma lâmpada de 100 W, por exemplo, ligada durante três horas 
terá que pagar mais que um outro que deixe a mesma lâmpada ligada durante duas horas. 
Para isso as concessionárias multiplicam a potência consumida pelo tempo durante o qual os 
aparelhos ficaram ligados. Calcula-se então, a energia elétrica que, nesses casos, é medida 
em kWh (Quilo – Watt hora). 
 
 
1 Kwh CORRESPONDE a 1000 WATTS CONSUMIDOS em 1 HORA 
 
 
Exemplo: 
 
Quanto se deve pagar no final de um mês de 30 dias por uma lâmpada de 100 W ligada 
durante 8 horas por dia? 
 
Dados: 
 
P = 100 W = 0,1 KW 
 
Tempo = t = 8 horas x 30 dias = 240 horas 
 
Custo do KWh = R$ 0,24 (valor usado como exemplo) 
 
Solução: 
 
Custo = 0,1 x 240 x 0,24 = R$ 5,76 
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E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 
 
 
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2 - RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE / 
DISCUSSÃO DE CASOS 
 
a) - O Choque Elétrico 
 
Os riscos de acidentes dos empregados que trabalham com eletricidade, em qualquer das 
etapas de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, são partes 
integrantes desta Norma Regulamentadora - Instalações e Serviços em Eletricidade - NR10 do 
Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
▪ O choque elétrico é o conjunto de perturbações de natureza e 
efeitos diversos, que se manifestam no organismo humano 
ou animal, quando este é percorrido por corrente elétrica. 
 
▪ O choque elétrico acontece porque o corpo humano se 
comporta como um condutor elétrico, possibilitando a 
passagem da corrente elétrica eoferecendo uma 
"resistência" através dele. 
 
Uma pessoa está em contato com o solo e toca em algo energizado (um motor, um chuveiro, 
uma resistência, um fio descascado, a parte metálica de uma lâmpada, etc). A corrente elétrica 
vai escoar para o solo por meio do corpo da pessoa, que dizemos, estará aterrando o circuito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A essa passagem de energia denominamos choque elétrico fase-terra. Também pode ocorrer 
choque elétrico se a pessoa entrar em contato com dois fios de fases diferentes. Nesse caso, 
independente se está em contato com o solo ou não, haverá a passagem de corrente elétrica 
pelo corpo, constituindo-se num choque elétrico entre fases. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ou seja, o choque elétrico só acontecerá quando a pessoa estiver submetida a uma diferença 
de potencial (força eletromotriz, tensão ou voltagem) e circular por seu corpo uma corrente 
elétrica. 
 
1 - Tensão elétrica - Quanto maior a tensão maior será o choque elétrico e suas 
conseqüências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 - Corrente elétrica 
 
É o movimento ordenado de elétrons livre, em um circuito fechado de material condutor, quando 
existir uma fonte de tensão elétrica (DDP). (Quanto maior for a corrente circulando pelo corpo, 
maior será o choque elétrico e suas consequências). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2- Choque produzido por contato com circuito energizado 
 
Aqui o choque surge pelo contato 
direto ou indireto da pessoa com a 
parte energizada da instalação; o 
choque dura enquanto permanecer o 
contato e a fonte de energia estiver 
ligada. 
 
O corpo humano, não só pela 
natureza de seus tecidos como pela 
grande quantidade de água que 
contém, tem comportamento 
semelhante a um condutor elétrico, ou 
seja, conduz corrente elétrica. As 
conseqüências do choque elétrico 
podem ser pequenas contrações, 
lesões irreparáveis e até mesmo a 
morte. 
 
Assim como todo elemento condutor, 
o corpo humano também apresenta 
valores de resistência elétrica – R 
(resistência ôhmica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 - Resistência elétrica – 
 
Embora o corpo humano deva ser considerado um condutor complexo, em parte eletrolítico e 
polarizável, pode-se assimilá-lo aos condutores metálicos e definir sua resistência ôhmica 
como o quociente da tensão a ele aplicada pela intensidade da corrente que nele transita. 
 
Quando o corpo humano é intercalado por um circuito energizado, passa a ser percorrido por 
uma corrente elétrica, cuja intensidade, de acordo com a lei de Ohm dependerá: 
 
• Da tensão existente entre os pontos de entrada e saída da corrente no corpo (V); 
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• Da resistência dos dois contatos do corpo com o circuito (Rc1 e Rc2); 
• Da resistência do corpo entre os dois contatos (Rh). 
 
O valor da resistência ôhmica do corpo humano varia de 
pessoa para pessoa, e depende de alguns fatores: 
a) área de contato; b) pressão de contado; c) resistência da 
pele; d) umidade da pele e e) trajetória da corrente pelo corpo 
humano. 
 
A oposição a passagem da corrente elétrica no corpo humano 
(a resistência), depende: 
- da pele (áspero, seco, úmido, calosidade, etc) - das condições físicas; - da natureza do 
contato (solo úmido); - da superfície; e - do tempo de contato. 
 
1.4 - Limiar 
 
 
1.4.1- Limiar de Sensação (Percepção) 
 
O corpo humano começa a perceber a passagem de corrente 
elétrica a partir de 1 mA. 
 
1.4.2- Limiar de Não Largar 
 
Quando tocamos um objeto energizado, o cérebro emite um 
impulso elétrico para a mão afim de que esta solte o objeto. Por 
outro lado, a corrente alternada a partir de determinado valor, 
excita os nervos provocando contrações musculares 
permanentes, com isso o efeito de agarramento que impede a 
vítima de se soltar do circuito. A intensidade de corrente para 
esse limiar varia entre 9 e 23 mA para os homens e 6 a 14 mA 
para as mulheres. Esse valor corrente é denominado limiar de 
não largar. 
 
1.4.3- Limiar de Fibrilação Ventricular 
 
Ocorre com baixos valores de correntes. 
 
 
 1.5 - Efeitos da Corrente Elétrica no Corpo Humano 
 
Os efeitos do choque elétrico no corpo humano variam e dependem principalmente dos 
seguintes fatores: 
 
a) Intensidade da Corrente 
Quanto maior for a intensidade da corrente que percorrer o corpo, pior será o efeito sobre o 
mesmo. As correntes elétricas de baixa intensidade provocam a contração muscular, situação 
em que a vítima muitas vezes não consegue se desprender do objeto energizado. 
 
b) Freqüência 
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Para o ser humano o limiar da sensação da corrente alternada cresce com a freqüência desta. 
De 1 mA para a corrente de freqüência industrial, chega a 1,5 mA para a freqüência de 500 Hz, 
atingindo 150 mA para a freqüência de 100.00Hz. 
 
As correntes de alta freqüência, acima de 100.000 Hz, têm seus efeitos limitados ao 
aquecimento (efeito jaule), o que, aliás, é explorado em eletroterapia. 
 
 CA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Tempo de Duração 
 
Quanto maior for o tempo de exposição à corrente elétrica, 
maior será seu efeito danoso no organismo. 
 
Dependendo do valor, a corrente produzirá asfixia e 
fibrilação ventricular, ocasionando uma parada cardíaca. 
 
 
 
d) Natureza da Corrente 
 
O corpo humano é mais sensível à corrente alternada de freqüência industrial (50/60 Hz) do que 
à corrente contínua. O limiar de sensação da corrente contínua é da ordem de 5 miliampères, 
enquanto que na corrente alternada é de 1 miliampère. A corrente elétrica passa a ser perigosa 
para o homem a partir de 9 miliampères, em se tratando de corrente alternada, e, 45 
miliampères para corrente contínua. 
Natureza da corrente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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22 
e) Condições Orgânicas do Indivíduo 
 
Os efeitos do choque elétrico variam de pessoa para pessoa, e dependem principalmente das 
condições orgânicas da vítima. Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios, mentais, 
deficiência alimentar, etc., estão mais propensas a sofrer com maior intensidade os efeitos do 
choque elétrico. Os idosos submetidos a uma intensidade de choque elétrico relativamente 
fraca, podem sofrer sérias conseqüências. 
 
 
f) Sintomas do Choque Elétrico: 
 
I)- Queimaduras dos ossos, músculos, órgãos, pele, etc.. 
 
Geralmente a corrente elétrica atinge o organismo humano através do revestimento cutâneo. 
Por este motivo, cerca de 84% das vítimas de acidentes com eletricidade apresentam 
queimaduras no seu corpo. As características das queimaduras provocadas por eletricidade 
apresentam diferenças em relação às queimaduras provocadas por agentes químicos ou 
radiações. 
 
Quando o organismo humano é submetido a um choque elétrico, as queimaduras são 
geralmente menos dolorosas, uma vez que a passagem da corrente elétrica poderá destruir as 
terminações nervosas, e tende a progredir em profundidade (com vaporização do plasma e 
sangue do corpo; perda de massa muscular e atrofia da região), pois elas tendem a progredirem 
profundidade, mesmo depois de desfeito o contato elétrico ou a descarga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em relação às queimaduras por efeito térmico, podemos afirmar que a passagem da corrente 
elétrica através de um condutor cria o chamado efeito jaule, ou seja, uma certa quantidade de 
energia elétrica é transformada em calor. 
 
Conforme a intensidade do choque elétrico, as queimaduras poderão ser: 
 
1º Grau ou Superficiais - Quando atingem a camada mais superficial da pele, causando 
ferimento leves, vermelhidão e ardor; 
 
2º Grau - Quando compromete a superfície e a camada intermediária da pele (epiderme e 
derme), provocando bolhas e dor intensa. 
 
3º Grau - Quando ocorre lesão da epiderme, derme e de tecidos profundos (músculos, nervos, 
vasos etc.). A pele fica carbonizada ou esbranquiçada e há ausência de dor. 
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Onde: 
 
 W - Energia dissipada 
 R - Resistência 
 I - Intensidade da corrente 
 t - Tempo 
 
II)- Parada respiratória; 
 
A parada respiratória pode ocorrer direta ou indiretamente devido ao choque elétrico. 
Choque com corrente elétrica menor do que a do limite de fibrilação ventricular do coração 
produz comprometimento na capacidade respiratória do indivíduo, devido a fadiga e 
tensionamento do músculo diafragma. 
 
Se o choque for maior, o tensionamento exagerado produz a tetanização do diafragma, e em 
conseqüência a parada respiratória. Se o coração continuar funcionando, a circulação será só 
de sangue venoso, o que deixa a vítima em estado de morte aparente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: Em dezembro de 2005 a American Heart Association (AHA) divulgou as mais recentes 
diretrizes do suporte de vida (ressuscitação cardiopulmonar-cerebral). 
 
Apartir de 2010 é sensato que os socorristas leigos e profissionais de saúde realizem 
compressões torácicas a uma frequência mínima de 100 compressões por minuto 
 
 
III)- Parada cardíaca; 
O choque pode produzir a tetanização das fibras musculares do tecido do coração. Este estado 
exagerado do tensionamento das fibras deixa o coração preso. É a parada cardíaca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
constante)ΙcomdtR.Ι(WtxΙxRW 2
t
t
2
2
1
→==
 
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Fibrilação ventricular - Quando a corrente elétrica é de intensidade menor do que a capaz de 
produzir a parada cardíaca, ela pode provocar a despolarização de partes do músculo cardíaco, 
ocasionando o fenômeno conhecido como fibrilação cardíaca. 
 
A fibrilação ventricular é um caso extremamente grave, por ter conseqüências idênticas à da 
parada cardíaca, com o agravante de que mesmo quando cessa o estímulo elétrico, ao contrário 
do que acontece na parada cardíaca, o ritmo normal do coração comandado pelo nodo 
sinoatrial (fica localizado na região superior do átrio direito, tem a função de marca-passo do 
coração, isto é, comanda o ritmo e frequência do coração) não é retomado e poderá perturbar o 
seu funcionamento. 
 
Os impulsos periódicos que em condições normais regulam as contrações (sístole) e as 
expansões (diástole) são alterados e o coração vibra desordenadamente (perde o passo). 
 A fibrilação é um fenômeno irreversível que se mantém mesmo depois de desfeito o contato do 
indivíduo com o ponto energizado. Só pode ser anulada mediante o emprego de um 
equipamento conhecido por desfibrilador; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IV)- Prolapso em órgãos ou músculos; 
 
Prolapso é o deslocamento, com mudança definitiva de órgão ou músculos, devido a passagem 
da corrente elétrica do choque. 
O corpo sofre uma convulsão. Os músculos se contraem, o sangue se dilata, há uma pane nos 
sistemas neurotransmissores. Em conseqüência, pode se produzido o prolapso de qualquer 
órgão. 
 
V)- Problemas mentais; 
Muitos acidentes ocorrem com choque na parte superior da cabeça e a corrente passando 
através do cérebro, pode produzir efeitos diversos, com seqüelas graves, inclusive a morte. 
 
Os efeitos são: 
• Inibição do cérebro; 
• Dessincronização nos seus comandos; 
• Edema; 
• Isquemia; 
• Aquecimento; 
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25 
 . Dilatação. 
No caso da isquemia (suspensão ou baixa, localizada de irrigação sanguínea, devido a má 
circulação arterial) as seqüelas podem ser: 
 
• Perda da memória; 
• Perda do raciocínio; 
• Perda da fala; 
• Comprometimento nos movimentos; 
• Perda da visão; 
 
O choque na cabeça ou pescoço, inevitavelmente atingirá o bulbo, produzindo conseqüências 
no centro cardiorrespiratório. 
 
VI)- Perdas de coordenação motora; 
 
Choque pode prejudicar a coordenação motora da pessoa, principalmente por: 
 
• Atrofia muscular; 
• Danos neurológicos; 
• Choque elétrico, superposto ao sinal transmissor natural do corpo, provoca uma pane 
geral, advindo daí toda a sorte de riscos e seqüelas. Seqüelas diversas, com possível 
perda de sensibilidade e coordenação motora. 
 
VII)- Problemas renais; 
 
A corrente elétrica, ao passar pelos rins pode comprometer o funcionamento deste órgão, 
geralmente produzindo os seguintes efeitos: 
 
• Insuficiência renal; 
• Enuresia (incontinência urinária). 
 
Os problemas renais geralmente aparecem depois de um certo tempo, ficando difícil fazer a 
correlação do efeito com choque elétrico. 
 
VIII)- Retensão sangüínea; 
 
No caso específico do corpo humano, que é constituído de 70% de matéria liquida, possui 
vários tipos de sais minerais, o choque em corrente contínua provoca a eletrólise no sangue e 
no plasma líquido de todo o corpo. Este efeito pode ocasionar: 
 
• Mudança da concentração de sais minerais, produzindo desequilíbrio, gerando mal 
funcionamento de outros elementos; 
• Aglutinação de sais, produzindo bolinhas que provocam coágulos no sangue. Estes 
coágulos aumentam ou se aglutinam com outros, aumentando o tamanho, provocando 
trombose nas artérias, veias, vasos, etc..com a conseqüente morte da pessoa. 
 
IX)- Outros. 
 
 
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Danos na Visão 
 
Os danos, decorrentes do choque, causados no olho humano, podem ser diretos ou indiretos. E 
pode prejudicar a visão. 
 
 
Tabela 1 – Possíveis Conseqüências do Choque Elétrico no Corpo Humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A morte por asfixia poderá ocorrer, se a intensidade da corrente elétrica for de valor elevado, 
normalmente acima de 30 mA e circular, pelo diafragma, por um período de tempo 
relativamente pequeno, normalmente por alguns minutos. 
 
A asfixia advém do fato do diafragma da respiração se contrair, cessando assim, a 
respiração. Se não for aplicada a respiração artificial dentro de um intervalo de tempo inferior a 
seis minutos, ocorrerão sérias lesões cerebrais e possível morte. 
 
 
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Tabela 2 – Classificação das características da pele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As chances de salvamento da vítima de choque elétrico diminuem com o passar de alguns 
minutos. Pesquisas realizadas apresentam as chancesde salvamento em função do número de 
minutos decorridos do choque aparentemente mortal. Pela análise da tabela 3 esperar a 
chegada da assistência médica para socorrer a vítima é o mesmo que assumir a sua morte, 
então não se deve esperar, o caminho é a aplicação de técnicas de primeiros socorros pela 
pessoa que esteja nas proximidades. 
 
 
Atenção: 
Se a vítima estiver em contato com o circuito energizado, afastá-la do circuito para iniciar os 
procedimentos de 1os socorros. 
 
Se for circuito de BT e não sendo possível desligá-lo, usar luvas de borracha antes de fazer 
contato com a vítima. 
 
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Se for circuito de AT desligá-lo antes de efetuar contato com a vítima, em casos de contato a 
nível de solo usar o bastão de salvamento. 
 
 
 
Bastão de salvamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O bastão de salvamento é feito em fibra de vidro com isolamento de 100kV a cada 30cm. Pode 
ser utilizado para tracionar a vítima pelo dorso ou pelo tornozelo. 
 
Como o ser humano que esteja com parada respiratória e cardíaca poderá ter morte cerebral a 
partir de 5 minutos, faz-se necessário prestar os primeiros socorros a acidentados, 
especialmente através de técnicas de reanimação cardiorrespiratória, logo após o resgate. 
 
Procedimento operacional - Manutenção em tensões elétrica ≥ 440VAC 
 
As instruções de como proceder em caso de descarga elétrica (primeiro socorros) deve estar 
afixada próximo a área de realização da tarefa. 
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Na eventual e improvável situação do operador que está realizando a medição em circuito 
energizado vir a receber uma descarga elétrica, o colega que está alerta e devidamente 
TREINADO deve providenciar o imediato desligamento do circuito energizado. 
Em seguida aplicar os primeiros socorros. 
 
Tabela 3 – Chances de Salvamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA SERÁ EXPRESSA PELA FÓRMULA: 
 
FÓRMULA: V = R X I onde I = V/R 
 
R será o somatório de todas as resistências envolvidas (Rc1 + Rc2 + Rh) 
 
A intensidade da corrente que passa pelo corpo humano será: 
 
I = (V: (Rc 1 + Rc2 + Rh) 
 
 
Onde: 
 
I = Intensidade da corrente que passa pelo corpo 
 
V= Tensão aplicada 
 
Rc1 = Resistência de contato inicial 
 
Rc2 = Resistência de contato final 
 
Rh = Resistência do corpo humano 
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1.6 - As resistências de contato e do corpo (Rc1 e Rc2) 
 
As resistências de contato podem variar dentro de largos limites, dependendo: 
 
 
1.6.1- Do tipo de pele: 
 
A resistência que o corpo humano oferece à passagem da corrente é quase que exclusivamente 
devida à camada externa da pele. 
 
Na pele seca (BB1) e que não apresenta cortes a resistência está situada entre 100KΩ e 600KΩ 
e a resistência da pele também depende do seu endurecimento (calosidade). 
 
Quando a pele encontra-se úmida (BB2), esta resistência pode cair a 1KΩ. A explicação para 
isto é que a água, penetrando em seus poros, melhora o contato elétrico entre as partes; cortes 
também oferecem baixa resistência elétrica. 
 
 
1.6.2- Resistência interna do corpo (Rh) 
 
A resistência interna do corpo humano depende do seu percurso, ou seja, dos pontos de ligação 
entre o corpo e o circuito energizado. 
 
 
OBS: 
Para trabalhadores do setor elétrico em geral, considera-se a pele em condições úmidas devido 
ao suor (condição BB2 – vide tabela) com o valor recomendado para cálculo 1000 ohms. Para 
resistência de contato recomenda-se usar 15.000 ohms dividido pela área de contato em cm². 
 
Exemplo explicativo 
 
Calcular o efeito da corrente que circula em uma pessoa que toque um condutor energizado 
com o dedo e uma máquina com a palma da mão, estando essa energizada com diferença de 
potencial de 120 volts. 
Considerar a área do dedo como 1 cm² e a área da palma da mão como 60 cm². 
 
 
Solução: 
 
R = Rc1 + Rcorpo + Rc2 
Rc1 = 15.000/1 = 15.000 ohms (1 é a área do dedo) 
Rcorpo = 1.000 ohms 
Rc2 = 15.000/60 = 250 ohms (60 é a área da palma da mão) 
R= 15.000 + 1.000 + 250 = 16.250 ohms 
I = 120/16.250 = 0,008 A 
 
 I = 8 mA 
 
 
 
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1) - Olhar na tabela o efeito do choque nestas condições. 
 
 
2) - E se ao invés de tocar com um dedo fosse com a palma da mão ou o pé? 
Exercício 1. 
 
Calcular o efeito da corrente que circula em uma pessoa que toque um condutor energizado 
com o dedo e uma máquina com a palma da mão, estando essa energizada com diferença de 
potencial de 220 volts. 
 
Considerar a área do dedo como 1 cm² e a área da palma da mão como 60 cm². 
 
Exercício 2. 
 
Qual dos circuitos (caso I) ou (caso II) é mais perigoso em caso com contato fase terra? 
 
 
 
 CASO I CASO II 
 
Tensão 3000 V Tensão 220 V 
Corrente 1 A Corrente 150 A 
 
 
A N 
B ______________________ F1 
 
C F2 
 
 F3 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
O Procedimento operacional PO-GROV-0008 determina que os operadores deverão estar 
com os EPI’s adequados, luvas de (borracha) alta tensão, carpete de isolação, botas com 
isolação adequada. 
 
 
 
1.7- Choque produzido por contato com corpo eletrizado 
 
Neste caso analisaremos o choque produzido por eletricidade 
estática, a duração desse tipo de choque é muito pequena, o 
suficiente para descarregar a carga da eletricidade contida no 
elemento energizado. Na maioria das vezes este tipo de choque 
elétrico não provoca efeitos danosos ao corpo, devido à 
curtíssima duração. 
 
 
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1.7.1- Choque produzido por raio (Descarga Atmosférica) 
 
Aqui o choque surge quando acontece uma descarga atmosférica e esta entra em contato 
direto ou indireto com uma pessoa; os efeitos desse tipo de choque são terríveis e imediatos. 
Ocorre caso de queimaduras grave e até morte imediata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descargas Atmosféricas 
 
O raio é um fenômeno de natureza elétrica, sendo produzido por nuvens do tipo cumulus 
nimbus, que tem formato parecido com uma bigorna e chega a ter quilômetros de altura e 
diâmetro. As tempestades com trovoadas se verificam quando certas condições particulares 
(temperatura, pressão, umidade do ar, velocidade do vento, etc.) fazem com que determinado 
tipo de nuvem se torne eletricamente carregada internamente. O mecanismo de autoprodução 
de cargas elétricas vai aumentando de tal modo que dá origem a uma onda elétrica (raio), que 
partirá da base da nuvem em direção ao solo, buscando locais de menor potencial, definindoassim uma trajetória ramificada e aleatória. Esta primeira onda caracteriza o choque líder que 
define sua posição de queda entre 20 a 100 metros do solo. A partir deste estágio, o primeiro 
choque do raio deixa um canal ionizado entre a nuvem e o solo, que desta forma permitirá a 
passagem de uma avalanche de cargas com corrente de pico em torno de 20.000 ampéres. 
Após esse segundo choque violento das cargas elétricas passando pelo ar, há o aquecimento 
deste até 30.000 ºC, provocando assim a expansão do ar (trovão). Neste processo os elétrons 
retirados das moléculas de ar retornam, fazendo com que a energia seja devolvida sob forma de 
relâmpago. A descarga atmosférica pode ser ascendente (da terra para a nuvem) ou 
descendente (da nuvem para a terra) ou ainda entre nuvens. 
O que são as Descargas Atmosféricas 
Descargas atmosféricas são descargas elétricas de grande extensão (alguns quilômetros) e de 
grande intensidade (picos de intensidade de corrente acima de um quiloàmpere), que ocorrem 
devido ao acúmulo de cargas elétricas em regiões localizadas da atmosfera, em geral dentro 
de tempestades. A descarga inicia quando o campo elétrico produzido por estas cargas excede 
a capacidade isolante, também conhecida como rigidez dielétrica, do ar em um dado local na 
atmosfera, que pode ser dentro da nuvem ou próximo ao solo. Quebrada a rigidez, tem início 
um rápido movimento de elétrons de uma região de cargas negativas para uma região de 
cargas positivas. Existem diversos tipos de descargas, classificadas em função do local onde 
se originam e do local onde terminam. 
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Como ocorrem 
Descargas atmosféricas podem ocorrer da nuvem para o solo, do solo para a nuvem, dentro da 
nuvem, da nuvem para um ponto qualquer na atmosfera, denominados descargas no ar, ou 
ainda entre nuvens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De todos os tipos de descargas, as intra-nuvem são as mais freqüentes, em parte devido ao 
fato de a capacidade isolante do ar diminuir com a altura em função da diminuição da 
densidade do ar, em parte devido às regiões de cargas opostas dentro da nuvem estarem mais 
próximas que no caso dos outros relâmpagos. Globalmente, elas representam cerca de 70% 
do número total de descargas. Este percentual varia com a latitude geográfica, sendo em torno 
de 80-90% em regiões próximas ao equador geográfico e em torno de 50-60% em regiões de 
médias latitudes. 
Descargas nuvem-solo 
As descargas nuvem-solo, também denominados raios, 
são os mais estudados devido ao seu caráter destrutivo. 
Elas podem ser divididas em dois tipos ou polaridades, 
definidas em função do sinal da carga efetiva transferida 
da nuvem ao solo: negativas e positivas. 
 
Os raios negativos, globalmente cerca de 90% dos raios, 
transferem cargas negativas (elétrons) de uma região 
carregada negativamente dentro da nuvem para o solo. 
Os raios positivos, cerca de 10%, transferem cargas 
positivas de uma região carregada positivamente dentro 
da nuvem para o solo (na realidade, elétrons são 
transportados do solo para a nuvem). 
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Os raios duram em média em torno de um quarto de 
segundo, embora valores variando desde um décimo de 
segundo a dois segundos têm sido registrados. Durante 
este período, percorrem na atmosfera trajetórias com 
comprimentos desde alguns quilômetros até algumas 
dezenas de quilômetros. 
A corrente elétrica, por sua vez, sofre grandes variações 
desde algumas centenas de àmperes até centenas de 
quiloàmperes. A corrente flui em um canal com um 
diâmetro de uns poucos centímetros, denominado canal do 
relâmpago, onde a temperatura atinge valores máximos tão 
elevados quanto algumas dezenas de milhares de graus e 
a pressão valores de dezenas de atmosferas. 
 
Embora o raio possa parecer para o olho humano uma descarga contínua, na verdade em 
geral ele é formado de múltiplas descargas, denominadas descargas de retorno, que se 
sucedem em intervalos de tempo muito curtos. Ao número destas descargas, dá-se o nome de 
multiplicidade do raio. Durante o intervalo entre as descargas, variações lentas e rápidas de 
corrente podem ocorrer. 
 Raios de Polaridade Negativa 
Um raio negativo é formado por diversas etapas. Ele inicia com fracas descargas na região de 
cargas negativas dentro da nuvem, em geral em torno de 5 km, que se deslocam em direção 
ao centro inferior de cargas positivas ao longo de um período de cerca de 10 milissegundos 
(ms) denominado período de quebra de rigidez preliminar. 
Ao final do processo de quebra de rigidez, uma fraca descarga luminosa, geralmente não 
visível, denominada líder escalonado, se propaga para fora da nuvem em direção ao solo com 
uma velocidade em torno de 400.000 km/h ao longo do canal de relâmpago. Por transportar 
cargas negativas, o líder escalonado é dito ser negativo. 
Líder Escalonado 
O líder escalonado segue um caminho tortuoso e em etapas, cada uma delas percorrendo de 
30- 100 m e com duração em torno de um microssegundo (ms), em busca do caminho mais 
fácil para a formação do canal. Ao final de cada etapa, há uma pausa de cerca de 50 ms. A 
maior parte da luminosidade é produzida durante as etapas de um m s, praticamente não 
havendo luminosidade durante as pausas. 
Ao todo, o líder escalonado transporta dez ou mais coulombs de carga e aproxima-se do solo 
em média em 20 ms, dependendo sobre a tortuosidade de seu caminho. A corrente média do 
líder escalonado é de algumas centenas de àmperes, com pulsos de ao menos um 
quiloàmpere (kA) correspondentes a cada etapa. Geralmente o líder escalonado ramifica-se ao 
longo de vários caminhos, embora na grande maioria das vezes um só ramo atinja o solo. 
Quando o líder escalonado aproxima-se do solo a uma distância de algumas dezenas a pouco 
mais de uma centena de metros, as cargas elétricas no canal produzem um campo elétrico 
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intenso entre a extremidade do líder e o solo, correspondente a um potencial elétrico da ordem 
de 100 milhões de volts. Este campo causa a quebra de rigidez do ar em um ou mais pontos no 
solo fazendo com que um ou mais líderes ascendentes positivos, denominados líderes 
conectantes, saiam do solo propagando-se de forma similar ao líder escalonado. As poucas 
medidas da velocidade de líderes conectantes indicam valores similares a dos líderes 
escalonados. Em cerca de 30% dos casos, mais de um líder surge a partir de diferentes pontos 
no solo. 
Descarga de Retorno 
No instante que um líder conectante encontra o líder escalonado, as cargas armazenadas no 
canal de líder escalonado começam a mover-se em direção ao solo na forma de uma intensa 
descarga acompanhada de um intenso clarão que propaga-se para cima ao longo do canal 
com uma velocidade de cerca de 400.000.000 km/h, cerca de um terço da velocidade da luz, 
iluminando o canal e todas as ramificações. A velocidade do clarão é máxima próxima do solo, 
diminuindo em até 50% próximo à base da nuvem. Esta descarga, denominada de descarga de 
retorno, dura cerca de 100 ms e produz a maioria da luz que vemos. As cargas depositadas no 
canal, bem como aquelas ao redor e no topo do canal movem-se para baixo, produzindo no 
ponto de contato do líder conectante com o solo (denominado base do canal) um pico de 
corrente médio de cerca de 30 kA, com variações desde uns poucos quiloàmperes até 
centenas de quiloàmperes. Valores superiores a 200 kA correspondem a menos de 0,1% doscasos. Até o presente, os máximos valores de corrente de raios negativos já registrados no 
solo são em torno de 280 kA. 
Um raio ao cair na terra pode provocar grande destruição, devido ao alto valor de sua corrente 
elétrica, que gera intensos campos eletromagnéticos, calor, etc. 
 
Além dos danos causados diretamente pela corrente elétrica e pelo intenso calor, o raio pode 
provocar sobretensões (denominada Sobretensão Transitória) em redes de energia elétrica, em 
redes de telecomunicações, de TV a cabo, antenas para parabólicas, redes de transmissão de 
dados, etc. 
 
Por sua vez, as sobretensões transitórias podem chegar até as instalações elétricas internas, de 
telefonia, de TV a cabo ou de qualquer unidade consumidora. Os seus efeitos, além de 
poderem causar danos a pessoas e animais, podem provocar a queima total ou parcial de 
equipamentos elétricos ou à própria instalação. 
 
 
Como se prevenir 
 
Durante uma tempestade, recomenda-se não sair de casa e não 
permanecer em ruas. Em casa, as chances de ocorrer acidentes 
diminuem, devido a prédios, árvores e outras residências com 
proteção, que atraem o potencial da descarga. Porém, mesmo estando 
em casa, não se deve usar o telefone, com exceção do tipo “sem fio” e 
também não se aproximar de objetos metálicos (janelas, grades ou 
tomadas). Os eletrodomésticos devem ser desligados da rede elétrica. 
Essas diretrizes evitam os efeitos indiretos das descargas, pois a boa 
condutividade presente nesses objetos pode provocar acidentes. 
 
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 Havendo a necessidade de permanecer nas ruas, deve-se evitar segurar objetos metálicos 
longos, como tripés, varas de pesca ou guarda-chuvas. Não se deve empinar pipa ou 
aviõezinhos com fio. Franklin, por pura sorte, escapou da morte em seu experimento com a 
pipa. Andar a cavalo também é uma atividade de risco. O cavaleiro comporta-se como uma 
ponta e poderá atrair o raio. 
 
Não se deve nadar. Relâmpagos ocorrem nessas superfícies, ao contrário do que se pensa. 
 
Nunca se deve ficar no interior de celeiros, barracos e tendas, que facilmente incendeiam ou se 
destroem pela força da descarga, tão pouco próximo a linha de energia elétrica ou árvores 
isoladas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns locais podem servir de esconderijos em uma tempestade: 
ônibus, veículos fechados metálicos, prédios e moradias com proteção, 
construções com estrutura metálica, barcos e navios metálicos 
fechados, abrigos subterrâneos, como túneis e metrôs, vales, 
desfiladeiros ou depressões no solo. 
 
 
 
Às últimas regras relacionam-se aos locais onde é extremamente perigoso permanecer: topos 
de morros, cordilheiras, prédios, áreas abertas como campos de futebol, estacionamentos 
abertos, quadras de tênis, cercados de arame, varais de metal, linhas aéreas, trilhos, torres de 
linha telefônica e linha de energia elétrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando não for possível realizar nenhum dos procedimentos acima citados, ainda há uma 
maneira de escapar de um acidente. Momentos antes de ocorrer à descarga, pessoas que 
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estejam nessas proximidades sentem sua pêlos arrepiados ou a pele coçando, indícios da 
atividade elétrica. Não se deve entrar em pânico, pode-se ficar na seguinte na posição: 
ajoelhando, curvado para frente, com as mãos colocadas nos joelhos e a cabeça entre eles. 
Imita-se, desse modo, uma esfera e não uma ponta, como na posição de pé. Jamais se deve 
deitar no chão, pois a descarga atingirá diretamente essa superfície. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCUSSÃO DE CASOS 
 
Acidentes provocados por raios 
 
 
 
 
Exemplo 1: 
 
Um raio caiu por volta das 10h de sexta-feira, 
28 de setembro de 2007, na Usina Ponte Preta 
(Comanche), localizada no município de 
Canitar, região oeste de São Paulo, a 356 
quilômetros da capital, decorrente de uma forte 
chuva que desabou na região e atingiu três 
reservatórios de álcool com capacidade para 
8.700 milhões de litros. 
 
 
 
 
Descarga elétrica 
A descarga elétrica atingiu um reservatório de 3 milhões de litros que entrou em combustão. 
Um funcionário disse que a tampa do tanque "voou" cerca de 5 metros de altura quando 
ocorreu a primeira explosão. Após o segundo estrondo, o fogo passou para outros dois 
tanques. 
 
 
 
 
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Exemplo 2: 
Mulher morre atingida por um raio dentro de casa no Agreste 
 
Publicado em 25.03.2008, às 08h56 
Do JC OnLine 
Com informações da TV Jornal 
Uma mulher morreu depois de ser atingida por um raio dentro de casa na noite dessa segunda-
feira (24), em Capoeiras, no Agreste do Estado. De acordo com testemunhas, Sângela Teixeira 
de Lima, 33 anos, estava olhando a chuva pela janela da residência, no Sítio Junco, quando 
recebeu a descarga elétrica. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. 
 
Este não é o primeiro caso de morte provocada por raio em Pernambuco neste ano. No dia 25 
de fevereiro, duas pessoas morreram após serem atingidas por raio, no município de São João, 
no Agreste do Estado. Os vizinhos: José Eduardo Marcelino, 31 anos, e Héliton do Nascimento 
Barbosa, 13, voltavam de Garanhuns pela PE-177 em uma motocicleta quando foram 
atingidos. 
 
De acordo com o pai de Héliton Barbosa, Severino Rozeno, chovia muito, com fortes trovoadas 
e raios, no momento em que eles retornavam para o Sítio Aroeira São João, na Zona Rural de 
São João, onde moravam. O pai e um irmão do adolescente estavam em outra moto e também 
foram atingidos pelo raio, mas não ficaram feridos. 
BRASIL - Segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos 
primeiros 50 dias do ano, 22 pessoas morreram em virtude de raios no País. O número supera 
o balanço do primeiro trimestre de 2007, quando foram registradas 18 mortes - o ano fechou 
com 46 casos. 
 O Brasil já é campeão mundial na incidência de raios, com cerca de 50 milhões de descargas 
elétricas por ano. Zaire e Estados Unidos são o segundo e terceiro colocados. O País lidera o 
ranking apesar de o Inpe fazer o levantamento apenas em nove Estados - Regiões Sudeste e 
Sul, mais Mato Grosso do Sul e Goiás. 
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aconselha que, para se proteger dos raios, as 
pessoas evitem ficar em áreas descampadas ou onde haja muita água, em dias nublados e 
chuvosos, e evitem se abrigar embaixo de árvores. 
 
 
 
 
 
 
 
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b) - Arco Elétrico 
 
Chama-se de arco elétrico a corrente elétrica que circula através do ar ou de um material 
isolante, após vencer a resistência de isolamento existente. 
 
Ou seja, ao se interromper um circuito a tensão gera um campo 
elétrico entre os contatos. Este campo acelera elétrons livres no 
ar a tal ponto que, ao colidir com as moléculas próximas, provoca 
uma ionização liberando outros elétrons que serão por sua vez 
acelerados. 
Assim o ar deixa de ser isolante passando a conduzir a 
eletricidade. 
A descarga elétrica aquece o ar em seu redor, como o ar quente 
tende a subir, a descarga o acompanha. 
Um arco elétrico produz calor que pode causar queimaduras de 
segundo ou terceiro graus. O arco elétrico possui energia 
suficiente para queimar roupas e provocarincêndios, além de 
emitir vapores de material ionizado e raio ultravioleta. 
 
 
ATENÇÃO: 
Sabe-se que o arco elétrico é um fenômeno de ocorrência comum em painéis elétricos, 
provocados geralmente por curtos-circuitos (entre fases ou fase e terra) ou em abertura de 
equipamentos. 
 
1- Formação e Extinção do Arco Elétrico 
 
1.1- Com os contatos fechados, sendo estes de material condutor, a corrente circula 
normalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2- Quando uma chave estiver sendo aberta e os contatos 
afastados à uma pequena distância, a resistência do ar não 
é suficiente para impedir a passagem de corrente. 
 
Circulação da Corrente elétrica 
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1.3- Quando à distância entre os contatos é muito grande, a 
resistência do ar aumenta de tal modo que impede que a 
corrente continue circulando. A interrupção do arco elétrico só 
é conseguida quando ele se extingue totalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
2 - Efeitos do Arco Elétrico 
 
2.1- No Homem 
 
 
2.1.1- Queimaduras: 
 
Normalmente, os efeitos do arco elétrico manifestam-se de 
forma drástica provocando queimaduras da pele humana, 
onde as conseqüências são imediatas. 
 
Suportabilidade da pele humana aos efeitos do arco elétrico. 
 
 
 
2.1.2- Temperatura Normal. 
 
Sangue ⇨ 36,5 °C 
Pele ⇨ 34 °C 
 
 
2.1.3- Condições 
 
44 ºC - Durante 6 horas, já provoca lesões; 
 
70 ºC – Com exposição de 1 segundo é suficiente para 
provocar destruição total das células da pele (queimaduras de 
3° grau); 
 
80 °C - Com exposição de 0,1 segundo provoca destruição da 
pele, com possível recuperação; 
 
96 º C - Com valor igual ou maior e com exposição de 0,1 
segundo, a radiação provoca total destruição da pele, com 
ferimentos incuráveis. 
 
 
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2.2- No Equipamento 
 
 
Danificação total ou parcial do equipamento. 
 
 
 
 
 
 
 
3 - Fatores que Influenciam a Formação do Arco Elétrico 
 
3.1- Em aberturas de Circuitos: 
 
3.2 - A Corrente Elétrica 
 
1. Quanto menor a corrente a ser interrompida, menor será o arco elétrico e, portanto, menor a 
temperatura nos contatos e suas conseqüências. 
 
2. Quanto maior a corrente a ser interrompida, maior será o arco elétrico danificando a chave. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3 - A Tensão do Circuito 
 
. É importante observar que quando não houver corrente 
no circuito, por maior que seja a tensão, não haverá arco 
elétrico, pois será nula a energia no circuito. 
 
. Com o circuito fechado, a tensão nos terminais das 
chaves é igual a zero. 
 
 
Obs.: No momento em que houver circulação de corrente (abertura do circuito): 
(1) 
(2) 
V=0 
400A 30A 
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1. Quanto menor a tensão do circuito, para uma mesma corrente, menor e mais facilmente 
extinguido será o arco elétrico. 
 
2. Quanto maior a tensão do circuito, para uma mesma corrente, maior será o arco e mais difícil 
sua extinção, pois para tensões altas, maior a quantidade de energia envolvida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4 - A Velocidade de Abertura 
 
1. Quanto menor a velocidade na abertura, maior é o tempo em que os contatos ficam expostos 
aos efeitos do arco elétrico, ficando mais oxidados ou fundidos. 
 
2. Quanto maior a velocidade na abertura, menor é o tempo em que os contatos ficam expostos 
aos efeitos do arco elétrico, reduzindo os problemas que ocorrem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V≠0 
V≠0 
(1) (2) 
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3.5 - O Meio Ambiente 
 
 
Como o arco elétrico depende da resistência do ar, é fácil 
concluir que as condições do meio ambiente, tais como 
umidade, temperatura elevada, poluição, etc... favorecem 
sensivelmente o surgimento do arco elétrico e aumentam sua 
intensidade. 
 
 
 
3.6 - O Fator de Potência do Circuito 
 
Através de experiências, pode-se verificar que ao interromper 
um circuito que possua apenas resistências, o arco elétrico que 
surge é de relativa intensidade e sua duração muita rápida. 
 
Se por outro lado, montamos um circuito com os mesmos 
valores de tensão e corrente, mas com bobinas, iremos notar 
que ao se fazer a abertura, o arco formado é de maior 
intensidade que no caso anterior e sua duração muito mais 
acentuada, conseqüentemente os prejuízos são maiores. 
 
 
 
4 - Causas do Arco Elétrico 
 
- Mau contato, ocasionado, por aperto insuficiente em conexões de aperto; 
 
– Depreciação da isolação (sobretensão, sobrecarga e dielétrico comprometido); 
 
– Defeito de fabricação de componentes ou equipamentos; 
 
– Projeto de instalação inadequados ou mal dimensionados; 
 
– Manutenção inadequada (alterações sutis sem avaliação técnica adequada); ou 
 
– Contatos acidentais ou inadvertidos de ferramentas ou peças (erro humano). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 - Como se Proteger Contra o Perigo do Arco Elétrico 
 
Utilização e conservação de uniforme retardante a chamas. 
 
O uniforme retardante a chamas e usado em serviços que venham a expor os funcionários das 
empresas e das suas prestadoras de serviço, aos riscos decorrentes das intervenções e 
operações em equipamentos que possam apresentar falhas que originem chamas provenientes 
de curto-circuito, formação de arco voltaico e explosão. 
 
Considerar sempre a prevenção de acidentes como parte integrante do trabalho de cada um 
dos empregados e de prestadores de serviço, recaindo sobre todos a responsabilidade pela 
execução do serviço livre de acidentes, de forma a garantir: 
 
- segurança à sua pessoa; 
- segurança aos demais empregados; 
- segurança ao público em geral; 
- segurança dos bens da empresa; 
- segurança ao meio ambiente. 
 
DEFINIÇÃO DO UNIFORME RETARDANTE A CHAMAS: 
 
Conjunto de peças confeccionadas em tecido resistente ao fogo, para proteção contra 
queimaduras. 
 
CONDIÇÕES GERAIS 
O uniforme retardante a chamas é composto das seguintes peças: 
 
Camisa 
Confeccionada em tecido retardante a chamas, classe 2, mangas compridas com fechamento 
através de tiras de velcro, contendo ou não aplicação de faixa refletiva. 
 
Calça 
Confeccionada em tecido retardante a chamas, classe 2, contendo ou não aplicação de faixa 
refletiva. 
 
 
Protetor Facial 
Confeccionado em material termoplástico, classe 2, concha protetora para queixo/pescoço, 
capacete com aba frontal; classe A/B com regulagem da carneira através de catraca. 
 
Notas: 
 1) É proibida a utilização de camisa ou camiseta de brim ou qualquer outro tecido sob o 
uniforme retardante a chamas; 
 
2) Sobre o uniforme retardante a chamas somente pode ser utilizado o casaco antichama e o 
conjunto de proteção contra chuva com tratamento ignífugo; 
 
3) O uniforme retardante a chamas deve ser utilizado conjuntamente com os demais 
Equipamentos de Proteção Individual; 
 
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4) Quando da execução dos serviços, é obrigatório levantar e fechar a gola da camisaatravés 
das tiras de velcro, bem como manter as mangas da camisa fechadas no punho; 
 
5) Deve ser realizada higienização da carneira do protetor facial, através de pano umedecido e 
sabão neutro, antes da sua utilização por outro empregado. 
 
Características: 
 
O tecido do uniforme retardante a chamas deve apresentar as seguintes características 
técnicas: 
 
a) o tecido utilizado na confecção do uniforme e do casaco retardante a chamas é constituído 
de 88% de algodão e 12% de fibra sintética, tratado através de processo de polimerização; 
 
b) na fibra do tecido é introduzido um polímero retardante a chamas que fica impregnado no 
interior da mesma; 
 
c) através de um processo de selamento o polímero não se desprende do interior da fibra, 
fazendo com que o tecido seja resistente a chamas durante toda a vida útil do uniforme; 
 
d) o processo de polimerização permite que o tecido possa ser lavado sem perder nenhuma de 
suas características ignífugas; 
 
e) o polímero atua como catalizador promovendo a carbonização do tecido quando exposto a 
chamas, evitando a propagação destas pelo uniforme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capuz carrasco Risco 2 Uniforme utilizado c/ especificação técnica – ATPV 8,4 
cal/cm² / Risco 4 – ATPV 40 cal/cm². 
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Nota:Conforme ensaio de flamabilidade estabelecido pela Norma NFPA 2112, para o tempo de 
exposição à chamas de 3 segundos, a queimadura deve ser inferior a 50% do corpo. 
 
O tecido com as características descritas acima, utilizado na fabricação do uniforme, foi 
plenamente aprovado no referido ensaio. 
 
Uniformes com acabamento retardantes a chamas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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c) – CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS 
 
Um campo eletromagnético é um campo magnético produzido pela passagem da corrente 
elétrica em um condutor. Toda vez que há uma corrente elétrica num condutor cria-se em torno 
deste um campo magnético, dependendo do sentido deste campo o sentido da corrente. 
 
1- O campo terá sentido contrário ao do movimento dos ponteiros 
dos relógios, quando a corrente se deslocar da esquerda para a 
direita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 - Se o sentido da corrente se inverter, o sentido do campo 
magnético também se inverterá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para constatar a existência de um campo magnético ao redor de um condutor percorrido por 
uma corrente, basta ligar aos terminais de uma bateria (pilhas) um fio grosso de cobre em série 
com uma chave. O fio de cobre é dobrado numa extremidade, de forma a se manter 
verticalmente e então é introduzido em um orifício de uma chapa de plástico que é mantida na 
posição horizontal. Com a chave fechada, espalhar no plástico um pouco de limalha de ferro. A 
seguir movimentar levemente o plástico para facilitar o alinhamento da limalha. 
 
 
 
Será observado que a limalha se ordena segundo círculos 
concêntricos, mostrando assim que as linhas de força 
magnéticas formam círculos ao redor do condutor, 
Concluiremos assim, que a distribuição circular resulta do 
campo magnético. 
 
 
 
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INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA 
 
Ocorre quando próximo a um condutor energizado transportando corrente elétrica, é colocado 
em paralelo um segundo condutor (linha de transmissão/distribuição cerca tubulação, 
equipamentos, etc). 
 
 
O valor da tensão induzida aumenta com: 
 
- Com o aumento da corrente no condutor energizado; 
 
- Extensão em que os dois condutores Permanecem em paralelo, medida a partir de um ponto 
aterrado; e 
 
- Aproximação entre os dois condutores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 - Efeitos dos Campos Eletromagnéticos 
 
Os efeitos danosos dos campos eletromagnéticos nos trabalhadores manifestam-se 
especialmente quando da execução de serviços na transmissão e distribuição de energia 
elétrica, nos quais empregam-se elevados níveis de tensão (Alta Tensão). 
 
Os efeitos possíveis no organismo humano decorrente da exposição ao campo eletromagnético 
são de natureza elétrica e magnética. 
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3.1- Os efeitos elétricos (choque elétrico) podem provocar: 
- Queimadura; 
- Parada respiratória; 
- Fibrilação; ou 
- Morte cerebral. 
 
3.2 - Os efeitos de origem magnética podem acarretar: 
- Efeitos térmicos; ou 
- Endócrinos e suas possíveis patologias. 
 
Estes efeitos são produzidos pela interação das cargas elétricas com o corpo humano. 
Trabalhadores expostos a essas condições, que possuam em seu corpo próteses metálicas 
(pino, encaixe, articulações), devem dispensar especial atenção à sua saúde com exames 
regulares, uma vez que a radiação promove aquecimento intenso nos elementos metálicos, o 
que pode provocar necroses ósseas, assim como aos trabalhadores portadores de aparelhos e 
equipamentos eletrônicos (marca-passo, auditivos, dosadores de insulina, etc), pois a radiação 
interfere nos circuitos elétricos e poderão criar disfunções e mau funcionamento dos mesmos. 
 
Classificando em: 
 
 
ZR - Zona de Risco 
 
ZC - Zona Controlada 
 
ZL - Zona Livre 
 
PE- Ponto da 
Instalação Energizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1 
 
Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas 
de risco, controlada e livre, com interposição de 
superfície de separação física adequada. 
 
 
 
 
 
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Onde: 
 
 
 
 
Figura 2 
 
ZR – Zona de risco - Área restrita a trabalhadores autorizados e com adoção de técnicas, 
instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho (Linha Viva). 
Os trabalhos nesta área somente podem ser realizados com equipamentos específicos e 
profissionais capacitados / certificados em linha viva; 
ZC –Zona Controlada – Área restrita a trabalhadores autorizados; 
ZL – Zona livre; 
PE – Ponto da instalação energizado; 
Rr - Raio de delimitação entre a zona de risco e a zona controlada em metros; 
RC - Raio de delimitação entre zona controlada e a zona livre em metros. 
 
RISCOS 
Zonas de Risco e Controlada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 – TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO / RISCOS ADICIONAIS 
 
 
1 - TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO 
 
ANÁLISE DE RISCOS 
É uma ferramenta de trabalho prevencionista simples e eficaz, através da qual na fase de 
planejamento de um trabalho busca-se identificar, minimizar ou neutralizar com medidas 
preventivas os riscos de acidentes, ou seja, através da análise de riscos, quando feita 
corretamente, é possível identificar já no planejamento, os possíveis riscos existentes e 
programar também as medidas para neutralizá-los. Portanto, através da Análise de Riscos é 
possível, por exemplo, elaborar procedimentos

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