RESUMO PARA 2ª PROVA DE CBI 230 MERISTEMAS LATERAIS São meristemas responsáveis pelo crescimento em espessura das Gimnospermas e Dicotiledôneas arbóreas. O câmbio vascular origina xilema (para o interior) e floema (para o exterior) secundários. O felogênio origina a periderme (súber ou felema, felogênio ↑ e feloderme ↓). No câmbio vascular temos dois sistemas de organização de células: Sistema AXIAL Sistema RADIAL Conjunto de células alongadas no sentido axial ou vertical da planta. Conjunto de células alongadas no sentido radial ou horizontal da planta. Iniciais FUSIFORMES Iniciais RADIAIS Relembrando, o procâmbio origina xilema e floema primários (único tipo celular) e o câmbio origina xilema (para o interior) e floema (para o exterior) secundários (dois tipos celulares: iniciais fusiformes e radiais). ORIGEM SISTEMA TIPO CELULAR FUNÇÃO XILEMA 1º Procâmbio Axial ou Vertical Traqueídes Elementos de vaso Condução de água Fibras libriformes Fibrotraqueídes Sustentação e eventual armazenamento Parênquima axial Armazenamento, translocação de água e solutos a curta distância XILEMA 2º Iniciais fusiformes ↑ Câmbio ↓ Iniciais Radiais Axial Traqueídes Elementos de vaso Condução de água Fibras libriformes Fibrotraqueídes Sustentação e eventual armazenamento Parênquima axial Armazenamento, translocação de água e solutos a curta distância Radial Parênquima radial (raio) Armazenamento, translocação de água e solutos a curta distância Corte longitudinal tangencial: paralelo ao maior eixo, passando pela tangente. Iniciais fusiformes / Cortes longitudinais Face radial – paredes terminais quase sempre RETAS Face tangencial – extremidade afilada Células alongadas axialmente 140 a 462 μm – Dicotiledôneas 700 a 4.500 μm – Gimnospermas Iniciais radiais Iniciais fusiformes Câmbio não estratificado Câmbio estratificado As iniciais radiais têm quase sempre um contorno isodiamétrico (Fig. da esquerda). Em cortes longitudinais tangenciais de caules e raízes, aparecem agrupadas entre as iniciais fusiformes e suas derivadas (Fig. da direita). RAIZ E CAULE: ESTRUTURA PRIMÁRIA O corpo primário das plantas é formado por células e tecidos originados nos meristemas apicais, caulinar e radicular. A organização interna da raiz em estrutura primária é relativamente simples, uma vez que não apresenta nenhum apêndice diferenciado, como ocorre no caule. Numa raiz em corte longitudinal radial, observa-se no ápice a organização meristemática com a coifa protegendo as frágeis células meristemáticas e as três primeiras regiões que irão originar os sistemas de tecidos da raiz primaria: protoderme (epiderme: tecido de revestimento externo, complexo, com células justapostas, vivas), meristema fundamental (córtex) e procâmbio (cilindro vascular). Podem ocorrer diferentes tipos de raízes com diferentes funções. Primariamente elas servem como órgão de absorção de água e solutos do solo, também são importantes na fixação e como órgão de reserva nutricional. Embora a maioria das raízes seja encontrada no solo, muitas desenvolvem-se como raízes aéreas, que são encontradas em trepadeiras epífitas. Em secção transversal, na região onde já ocorreu a diferenciação celular, o tecido mais externo é a epiderme, na maioria das vezes unisseriada, sem espaços intercelulares e geralmente desprovida de estômatos. Nessa região a raiz está ativa na absorção, ocorrem pêlos radiculares, os quais são células epidérmicas modificadas, que ampliam enormemente a superfície da raiz. As raízes aéreas de plantas epífitas, principalmente nas famílias Orchidaceae e Araceae, apresentam uma epiderme multisseriada, denominada velame, que é constituída por células mortas dispostas compactamente, que tem em suas paredes um espessamento celulósico em forma de rede. O córtex, na maioria das raízes, é muito simples, constituído por células parenquimáticas com paredes delgadas e pequenos espaços intercelulares. Com poucas exceções, quase todas as raízes de plantas vasculares possuem uma camada unisseriada, situada na posição mais interna do córtex, denominada endoderme. Esta camada é caracterizada por apresentar células com as paredes fortemente aderidas por meio da estria de Caspary. A estria de Caspary é formada por um reforço em forma de fita com impregnação de suberina e lignina na parede primaria da célula, impossibilitando a passagem de água entre as células. Assim, toda substância que chega ou sai do cilindro vascular é obrigada a atravessar o protoplasto das células da endoderme, exercendo eficiente mecanismo de seleção da via apoplástica (entre células), forçando um transporte via simplástica (através das células). Em algumas monocotiledôneas a endoderme pode desenvolver nas paredes anticlinais e na periclinal interna uma deposição de suberina ou lignina, formando um espessamento em forma de “U”. Quando esta organização está presente, observa-se que algumas células apresentam-se sem espessamento, denominadas células de passagem, normalmente dispostas em frente ao xilema. Em algumas raízes, as camadas mais externas do córtex (exoderme, parênquima cortical e endoderme) possuem células com paredes espessadas por suberificação, formando a exoderme. O cilindro vascular ou estelo é composto pelos tecidos vasculares e o periciclo. O xilema ocupa o centro da raiz primária, tendo o metaxilema na porção central e projeções formadas pelos pólos de protoxilema. O floema posiciona-se entre os pólos de protoxilema (por isso não forma feixe vascular), caracterizando um protostelo. O periciclo é formado por células de procâmbio que se mantêm indiferenciadas internamente à endoderme, podendo esclerificar-se em raízes mais velhas. Uma raiz pode ser classificada quanto ao número de pólos de protoxilema: raiz diarca (dois), raiz triarca (três), raiz tetrarca (quatro) e raiz poliarca (delimita medula). As raízes apresentam uma organização exarca, ou seja, a maturação dos elementos do xilema é centrípeta com os pólos de protoxilema voltados para a periferia. As raízes laterais formam-se a partir do periciclo e, devido a sua origem interna, são denominadas endógenas, enquanto as raízes adventícias têm origem caulinar. A organização interna do caule é mais complexa do que a da raiz, devido à presença de diversos apêndices laterais, como folhas e ramos. Como na raiz, o caule apresenta três sistemas de tecidos: o dérmico, o fundamental e o vascular. As variações na estrutura primária do caule nas diferentes espécies e nos grupos taxonômicos mais abrangentes baseiam-se fundamentalmente na distribuição dos tecidos fundamentais e vasculares. A epiderme dos caules pode apresentar diferentes tipos de tricomas, e os estômatos ocorrem em menor numero que nas folhas. No córtex, normalmente encontram-se os tecidos de sustentação e parênquima, muitas vezes clorofiliano. Os caules de coníferas e angiospermas, em geral não possuem endoderme diferenciada morfologicamente. Pode ocorrer, na parte interna do córtex, uma ou mais camadas de células contendo amido em abundância, formando uma bainha amilífera, que ocupa posição equivalente à endoderme na raiz; no entanto, não apresentando a função de seleção das substâncias absorvidas. Em