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PRIMEIROS SOCORROS 
NAS ESCOLAS 
ATENDIMENTO À VÍTIMA
A primeira etapa do curso foi de caráter mais introdutório ao tema. 
Nesta Etapa 2, você irá aprender sobre a prática dos primeiros socorros em si. 
Aspectos da avaliação e condições da vítima serão contemplados, e também 
os conceitos e o que fazer em caso de acidentes que envolvem queimaduras 
e choques elétricos.
Para isso, disponibilizamos uma apostila exclusiva em formato PDF, 
materiais complementares e interativos, exercícios para você testar o seu 
conhecimento e um tema no fórum de discussão, a fim de manifestar a sua 
opinião. 
No caso de dúvidas, acesse o link Tire suas Dúvidas e relate-as para nós.
Vamos começar?
APRESENTAÇÃO
Organização
Carla Eunice Gomes 
Correa
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
Autora
Talita Cristiane Sutter
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
.02
1 INTRODUÇÃO
O socorrista pode ser a primeira pessoa a chegar em um cenário de 
emergência, porém, há situações que exigem o resgate antes de qualquer 
atendimento. Essas ocorrências podem incluir problemas com fogo, eletricidade, 
entre outros. Nestes casos há a necessidade de uma ajuda especializada e o 
socorrista deve avaliar cada situação para não se colocar em risco. Em alguns 
casos, a polícia ou o corpo de bombeiros deve ser acionado prontamente, 
nunca o socorrista pode realizar atendimento em situações para as quais não 
foi treinado (BERGERON, et al. 2007).
Pensando nisso, as técnicas que serão descritas sobre o socorro em 
casos de queimaduras e choques elétricos, devem ser efetuadas com 
responsabilidade, avaliando os riscos de cada caso.
2 AVALIAÇÃO E CONDIÇÕES DA VÍTIMA
Avaliar as condições iniciais da vítima é de suma importância para realizar 
o atendimento em qualquer tipo de urgência e emergência. O socorrista deve 
estar atento a todas as etapas, para poder informar ao serviço especializado 
o estado em que se encontra a pessoa.
O primeiro cuidado básico é impedir a movimentação do pescoço (risco 
de lesionar a coluna cervical).
ATENDIMENTO À 
VÍTIMA
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
IMOBILIZAÇÃO DA CABEÇA
FONTE: <https://www.sbp.com.br/fi leadmin/user_upload/img/cursos/curso_
suporte/fi g02-19.gif>. Acesso em: 21 fev. 2019.
A avaliação em si consiste em examinar o sujeito em diferentes etapas, 
realizando atendimento sistematizado, utilizando os seguintes passos: 
A) Via aérea com controle da coluna cervical.
B) Ventilação e respiração.
C) Circulação.
D) Estado neurológico.
A) Via aérea: 
A via aérea deve estar livre de coágulos de sangue, restos alimentares, 
vômitos e próteses. Caso estejam presentes, precisam ser retirados.
• A vítima que estiver falando, aponta que a via aérea está desbloqueada. 
Não deve ingerir alimento ou líquidos neste momento.
• A vítima que estiver desacordada, deve-se avaliar se a via aérea está livre 
ou encontra-se algum objeto que possa estar impedindo a passagem do 
ar. 
Nos dois casos mencionados, manter a imobilização cervical (CENCI et 
al. 2012). 
Caso haja resíduos de sangue ou vômitos na cavidade bucal, deve-
se lateralizar a vítima e limpar a cavidade bucal, impedindo a aspiração do 
resíduo (BRASIL, 2003).
B) Respiração:
Deve-se avaliar se a vítima está respirando. Observar se o tórax se eleva 
(quando o pulmão se enche de ar) e se desinfla (quando o ar sai dos pulmões). 
Este movimento deve ser analisado também quanto a sua qualidade, se está 
normal, muito rápido, muito devagar ou se não está respirando (CENCI et al. 
2012).
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
O prolongamento da hipóxia (falta de ar) cerebral determina a morte 
do Sistema Nervoso Central e com isto a falência generalizada de todos os 
mecanismos da vida, em um tempo de aproximadamente três minutos (BRASIL, 
2003). Agir rapidamente, nestes casos, é fundamental para não agravar a 
situação da vítima que pode evoluir para o óbito.
A maioria das pessoas precisa de um nível de saturação de, no mínimo, 
89% para manter suas células saudáveis. Se o nível de oxigênio ficar baixo em 
ar ambiente, é necessário usar oxigênio suplementar (SBPT, 2019).
RESPIRAÇÃO ABDOMINAL
FONTE: <http://momentopilates.com.br/wp-content/uploads/2016/10/respira%C3%A7%C3%A3o-
abdominal.-esquema.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2019.
C) Circulação:
Avaliar se a vítima está com alguma hemorragia, caso esteja sangrando, 
procure estancar o sangue com uma gaze ou compressa até a chegada da 
equipe especializada. Identificar a coloração da pele se está evoluindo para 
uma cor azulada e pálida (cianótica), pois pode estar perdendo volume de 
sangue significativo (CENCI et al. 2012).
A cianose significa diminuição das taxas de oxigênio no sangue, 
geralmente necessita cair mais de 80% para ser detectável visivelmente como 
uma alteração de coloração na pele (DIPPE JR., 2010).
D) Avaliação Neurológica:
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
O primeiro passo deve estar voltado à análise da condição da vítima, se 
está acordada ou inconsciente.
Alguns comandos são considerados importantes como forma de avaliação 
caso a vítima esteja com suspeitas de traumatismo craniano. Estes aspectos 
estão descritos em uma escala nomeada Escala de Glasgow. Nestes casos, 
sempre relatar para a equipe especializada tais evidências constatadas abaixo:
Ocular • É capaz de abrir e fechar os olhos sem estímulos externos.
• Abre os olhos quando é chamado. 
• A vítima abre os olhos após a pressão nas extremidades dos dedos 
(aumentando progressivamente a intensidade por 10 segundos). 
• Não abre os olhos.
Verbal • Consegue responder adequadamente o nome, local e data. 
• Consegue conversar em frases, mas não responde corretamente 
as perguntas de nome, local e data.
• Não consegue falar em frases, mas interage através de palavras 
isoladas.
• Somente produz gemidos. 
• Não produz sons, apesar de ser fisicamente capaz de realizá-los.
Motora • Cumpre ordens de atividade motora (duas ações) como apertar 
a mão do profissional e colocar a língua para fora.
• Eleva a mão acima do nível da clavícula em uma tentativa de 
interromper o estímulo (durante o pinçamento do trapézio ou 
incisura supraorbitária).
• A mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão rápida 
do braço ao nível do cotovelo e na direção externa ao corpo.
• A mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão lenta 
do braço na direção interna do corpo.
• Não há resposta motora dos membros superiores e inferiores, 
apesar de o paciente ser fisicamente capaz de realiza-la.
Pupilar • Nenhuma pupila reage ao estímulo de luz.
• Apenas uma pupila reage ao estímulo de luz.
• As duas pupilas reagem ao estímulo de luz.
ESCALA DE GLASGOW
FONTE: Adaptado de Glasgow Coma Scale Official (2015)
Observar sempre as seguintes alterações (BRASIL, 2003):
• Falta de respiração.
• Pulso ausente (falta de circulação).
• Hemorragia.
• Ausência da consciência.
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
Para prestar o atendimento, o socorrista deve ter algumas ferramentas 
necessárias para avaliar e poder agir.
• Equipamentos de proteção individual (luvas descartáveis e máscara).
• Gazes e ataduras.
• Esparadrapos.
• Tesoura. 
• Soro Fisiológico 0,9%.
• Compressa.
• Pinça.
• Bolsa de gelo. 
FONTE: Adaptado de Bergeron et al. (2007); Bruno e Bartman (1996); Gonçalves e Gonçalves (2009); Júnior (2014); 
Júnior et al. (2007)
MATERIAIS BÁSICOS PARA O KIT DE PRIMEIROS SOCORROS
FONTE: <https://www.ambientec.com/wp-content/uploads/2017/03/Kit-de-
primeiros-socorros-1-600x450.jpg>. Acesso em: 21. fev. 2019.
KIT DE PRIMEIROS SOCORROS
Estes materiais são considerados básicos, devendo constar em qualquer 
espaçocoletivo (ex.: escolas). Munido com este kit, o socorrista é capaz de 
prestar atendimento quanto a ferimentos simples, cortes, contusões, retirada 
de espinhos etc. (BERGERON et al. 2007).
Casos mais graves e com grande extensão de ferimentos, cabe ao 
socorrista chamar imediatamente o serviço especializado para a remoção da 
vítima e monitorá-la adequadamente.
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
3 QUEIMADURAS
 
As queimaduras podem ser advindas de incêndios ou não. Quando 
são, é importante ter em mente que um incêndio é uma das situações mais 
difíceis de enfrentar. De acordo com Júnior (2014), esse tipo de emergência 
pode trazer riscos tanto para quem se encontra no local, quanto para edifícios 
próximos e para quem faz o resgate. Há o risco de intoxicação pela fumaça 
além de queimaduras graves, traumatismos na hora de tentar sair do local 
etc. Em um incêndio, o pânico toma conta das pessoas e há a possibilidade 
do fogo se alastrar depressa, então todo o cuidado é pouco em uma situação 
de salvamento nessas condições. 
Em escolas e 
residências
•	 Telefone imediatamente para os bombeiros. Retire todas 
as pessoas do local.
•	 Desligue a chave geral da luz.
•	 Ache as saídas de emergência e verifique se estão livres, 
ajudando pessoas a saírem do local
•	 Feche o registro de gás se ele estiver fora, se estiver dentro 
feche-o, corte a mangueira e leve-o para fora. 
•	 Se tiver extintor classe A, utilizado para madeira, papel, 
tecidos e derivados, use-o. Caso contrário, com a chave 
de luz desligada, utilize água para apagar o fogo. 
•	 Se as chamas se propagarem rapidamente, saia da casa.
Cuidados com 
a inalação da 
fumaça
•	 Abra ou quebre as janelas, se houver, e grite por socorro. 
Se não houver janelas, procure ir para outro cômodo com 
ventilação e feche a porta para isolar a fumaça.
•	 Se tiver que passar por um cômodo com muita fumaça, 
abaixe-se bem pois o ar ao nível do chão é menos 
perigoso.
•	 Coloque um casaco ou outro material sobre as frestas da 
porta para impedir a fumaça de entrar.
AÇÕES PARA SITUAÇÕES DE INCÊNDIO
FONTE: Adaptado de Júnior (2014)
3.1 CONCEITO
De acordo com Cenci et al. (2012, p. 9) queimadura “é uma lesão produzida 
na pele (tecido de revestimento do organismo) por agentes térmicos, produtos 
químicos, radiação ionizante etc.”. Essas lesões são, usualmente, ocasionadas 
por alta temperatura, podem ser graves dependendo da localização, extensão 
e grau de profundidade (BRASIL, 2003).
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
Causadores de queimaduras: 
•	 Chama, brasa ou fogo.
•	 Vapores quentes.
•	 Líquidos ferventes.
•	 Sólidos superaquecidos ou incandescentes.
•	 Substância química.
•	 Radiações.
•	 Frio excessivo.
•	 Eletricidade (ROSA, 2015, p.39).
3.2 CLASSIFICAÇÃO
O quadro 4 demonstra a classificação das queimaduras:
Tipos Características
Térmicas Calor, fogo, vapor e objetos quentes.
Químicas Diferentes substâncias cáusticas, como ácidos e álcalis.
Eletricidade Incluindo raios.
Radiação Fontes de luz muito intensam raios ultravioleta 
(inclusive a luz solar), fontes nucleares.
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS
FONTE: Adaptado de Cenci et al. (2012)
3.2 EXTENSÃO E PROFUNDIDADE 
Para obter-se o número da extensão da queimadura, normalmente é 
utilizada a regra dos nove, criada por Wallace e Pulaski: 
A conhecida regra dos nove, criada por Wallace e Pulaski, que leva em conta 
a extensão atingida, a chamada superfície corporal queimada (SCQ). Para 
superfícies corporais de pouca extensão ou que atinjam apenas partes dos 
segmentos corporais, utiliza-se para o cálculo da área queimada o tamanho 
da palma da mão (incluindo os dedos) do paciente, o que é tido como o 
equivalente a 1% da SCQ (BRASIL, 2012 p. 5).
É importante salientar a extensão da área atingida para entender o grau 
de gravidade da queimadura:
•	Até 15% - Portador de queimadura.
•	Acima de 15% - Grande queimado.
•	Acima de 40% Queimado com alto risco de vida (ROSA, 2015 p. 42).
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
SUPERFÍCIE CORPORAL QUEIMADA, GRAU DE GRAVIDADE
FONTE: Brasil (2003, p. 131)
Os agravos feitos pelas queimaduras, tendo em vista a profundidade 
delas, podem ser classificados em: primeiro grau, segundo grau ou terceiro 
grau. Conforme demonstra o quadro 5 e a figura 5.
GRAU DE PROFUNDIDADE DAS QUEIMADURAS
Tipo Característica
Primeiro 
Grau
• Ocorre, por exemplo, quando a pessoa fica exposta ao sol por 
períodos prolongados. 
• Apresenta vermelhidão, dor, edema.
• A cura espontânea ocorre em 3 a 6 dias sem deixar cicatrizes.
Segundo 
Grau
• Atinge mais profundamente a pele, é comumente observada 
nas queimaduras por líquidos quentes.
• Apresenta bolhas, dor intensa.
• A evolução depende das gravidades das lesões: quando menos 
profundas, a cura pode ocorrer em cerca de duas semanas sem 
deixar ou com cicatrizes discretas. 
• As mais profundas demoram várias semanas e podem resultar 
em cicatrizes significativas.
Terceiro 
Grau
• Todas as camadas da pele são lesadas. Apresenta a pele 
esbranquiçada, necrose e é indolor devido aos danos nos nervos.
• Observadas frequentemente nas queimaduras por chama, 
queimaduras químicas e elétricas.
• Tratamento complexo, exigindo cirurgia plástica restauradora 
com enxerto de pele.
FONTE: Adaptado de Rosa (2015); Mendonça (2014)
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
FONTE: <https://i2.wp.com/www.mdsaude.com/wp-content/uploads/graus-
queimadura.jpg?w=720&ssl=1>. Acesso em: 20 fev. 2019.
GRAU DE PROFUNDIDADE DAS QUEIMADURAS NA PELE
Profundidade e extensão são fatores importantes na avaliação dos 
socorristas, conforme Brasil, (2012 p. 5): 
A avaliação da extensão da queimadura, em conjunto com a profundidade, 
a eventual lesão inalatória, o politrauma e outros fatores determinarão a 
gravidade do paciente. O processo de reparação tecidual do queimado 
dependerá de vários fatores, entre eles a extensão local e a profundidade da 
lesão. A queimadura também afeta o sistema imunológico da vítima, o que 
acarreta repercussões sistêmicas importantes, com consequências sobre o 
quadro clínico geral do paciente.
3.3 PROCEDIMENTOS DE SOCORRO
O socorro vai depender do tipo de acidente que provocou a queimadura. 
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
Tipo de 
queimaduras
Como proceder
Térmicas O primeiro cuidado é a interrupção da atividade agressiva aos 
tecidos orgânicos do agente agressor. Se for em um incêndio, 
o correto é usar um casaco ou toalha para abafar as chamas, 
ou deitar no chão e rolar-se. 
Vítimas de queimaduras em ambientes fechados têm risco 
de lesão das vias aéreas e inalação de fumaça. Se a pessoa 
apresentar queimaduras nas faces ou lábios, com edema, 
rouquidão, tosse irritativa, dificuldade respiratória, deve ter 
prioridade de atendimento devido ao risco de obstrução 
respiratória.
Utilização de água corrente na zona lesada. 
Nunca estoure as bolhas que poderão se formar na queimadura.
Elétricas A principal prioridade está em determinar se a vítima ainda 
permanece em contato com a rede elétrica. Podem causar 
paradas cardíacas e a reanimação cardiopulmonar pode ser 
necessária. (ver mais sobre esse tipo de choque no Subtópico 4).
Longe da corrente elétrica, resfrie as lesões com água fria.
Encaminhar para o hospital.
Químicas O produto químico continua a reagir até ser totalmente 
removido. A pele libera água que permite qualquer reação, 
portanto é melhor lavar e diluir com grande quantidade de água.
Retirar a roupa impregnada pela substância.
A lavagem deve começar imediatamente.
Se há a suspeita de ingestão de substância corrosiva (soda 
cáustica, amônia etc.) deve ser considerado emergência, a face 
e a boca devem ser lavadas com água, e manter em jejum até 
avaliação do serviçoespecializado.
Radiação Pode acontecer pela exposição a fontes nucleares e também 
a luz solar. A pele libera água que permite qualquer reação, 
portanto é melhor lavar e diluir com grande quantidade de água.
Aplicar água corrente ou toalhas molhadas.
Ingerir bastantes líquidos pelo risco de desidratação
COMO PROCEDER EM ACIDENTES COM QUEIMADURAS
FONTE: Adaptado de Brasil (2015); Mendonça (2014)
Em queimaduras térmicas, quando forem de primeiro grau, limite-se a 
lavagem com água e fique atento a possíveis infecções mantendo o local 
limpo. 
 
Quando forem de segundo grau, após lavar com água corrente, proteja 
ela com gaze ou pano limpo umedecido, pode ser também com papel 
alumínio. Nunca retire roupas que possivelmente grudaram na lesão, essa é 
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
uma tarefa do serviço especializado. As queimaduras de terceiro grau utilizam 
o mesmo procedimento: lavagem e cobertura da lesão com papel alumínio 
(BRASIL, 2003).
LAVAGEM DE QUEIMADURA
FONTE: <https://domadoma.sk/wp-content/uploads/2019/06/pexels-photo-821037.jpeg>. 
Acesso em: 20 fev. 2019.
Em queimaduras resultantes por produtos químicos, é importante 
identificar que tipo de agente químico que foi utilizado para informar o SAMU, 
além de lavar a região somente com água, até a chegada da emergência e a ida 
ao hospital. Nas queimaduras por inalação de algum gás ou vapor aquecido, 
acione prontamente o SAMU e leve a vítima a um local bastante arejado, 
aquecendo-a, fique preparado para a possibilidade de realizar a Ressuscitação 
Cardiopulmonar (FRANÇOSO; MALVESTIO, 2007).
3.4 CUIDADOS COM AS QUEIMADURAS
No caso de crianças vítimas de queimaduras, a assistência pode ser 
iniciada ainda na escola:
• Não inserir nenhum produto ou remédio caseiro no ferimento, pois pode 
piorar a lesão. Nesses casos há também um risco de infecção por bactérias, 
fungos e vírus que podem estar nesses produtos, tendo em vista que a 
pele (nossa barreira natural) está danificada. Também não passe gelo na 
queimadura e nem use algodão para secar a ferida, pois solta fiapos.
• A área afetada não deve ser tocada com a mão. Nunca estoure as bolhas 
formadas por queimaduras. Como vimos, elas se manifestam nas de segundo 
grau e só podem ser manuseadas por um profissional especializado, pois, 
se elas forem rompidas, o ferimento ficará exposto e pode infeccionar. Caso 
precise cobrir o ferimento a caminho do serviço de saúde, faça com um 
pano limpo umedecido.
• Tecidos ou outros materiais que podem grudar no ferimento devem ser 
evitados. A vítima deve esperar o atendimento especializado para tirar a 
roupa, mesmo se ela for atingida pelo fogo. O ideal é molhar a vestimenta 
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
antes de ir ao hospital, isso evita que as bolhas estourem. Caso a região 
queimada esteja com o tecido aderido, não retire. Quando necessário, 
recorte a roupa ao redor do ferimento e resfrie com água corrente o local.
• Importante retirar os acessórios, como por exemplo, pulseiras e anéis, pois 
o corpo incha naturalmente após queimado e esses objetos podem ficar 
presos. 
• Quando uma queimadura tem uma extensão expressiva, a perda de líquidos 
pelo corpo é muito grande, por isso a vítima precisará de uma reposição 
de líquidos eletrólitos por via venosa, o mais rápido possível.
• Se a queimadura for pequena (até 10% da SCQ) e a pessoa estiver consciente, 
a hidratação oral com água e suco de fruta deve ser iniciada. 
Para evitar casos de queimaduras no ambiente escolar, devemos adotar 
medidas de prevenção:
• Guardar materiais inflamáveis fora do alcance das crianças como fósforo, 
isqueiros etc.
• Verificar a temperatura da água antes de banhar a criança
• Verificar a temperatura do alimento ou líquidos antes de oferecer a criança.
• Não permitir a presença de crianças na cozinha (TADDEI et al. 2006).
4 CHOQUE ELÉTRICO
O choque elétrico é a passagem de uma corrente elétrica pelo corpo, 
ele funciona como uma espécie de condutor dela em direção à terra. Quando 
acontece um caso destes, a vítima pode sofrer queimaduras, arritmias e até 
mesmo vir a óbito. Importante salientar que a água torna o choque ainda mais 
perigoso, pois ela é condutora de eletricidade, e que uma corrente elétrica 
pode passar por vários corpos se tiverem contato entre si (SANTINI, 2008).
Quando nosso organismo passa por um choque, ele dá sinais e sintomas 
como a contratura muscular enquanto o corpo está energizado e, nas possíveis 
queimaduras, na maioria das vezes, vemos o ponto de entrada e de saída da 
corrente elétrica (TJPE, 2015).
Podemos determinar a gravidade do choque pela intensidade da corrente 
elétrica, se for muito intensa pode matar pela paralisia do centro nervoso 
central que rege os movimentos respiratórios e cardíacos. Também pode 
haver a morte por fibrilação cardíaca (BRASIL, 2003).
Intensidade das correntes elétricas:
• 100 a 150 Volts – Consideradas perigosas.
• Acima de 500 Volts – Mortais.
• 25 mA – Espasmos musculares, podendo levar a morte se atuar por alguns 
minutos.
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
• Entre 25 mA e 75 mA – Além de espasmo muscular, dá-se parada do coração 
em diástole ventricular.
“Cada segundo de contato com a eletricidade diminui a possibilidade 
de sobrevivência” (BRASIL, 2003, p. 102). 
4.1 PROCEDIMENTOS DE SOCORRO
Antes de socorrer a vítima, desligue a corrente elétrica, para que não 
haja perigo de você ou alguém, encostar nela e também recebê-la. Só toque 
na vítima quando devidamente desligada a corrente elétrica ou quando ela 
já estiver afastada dela.
• Afaste a vítima da corrente elétrica.
• Remova o condutor com material isolante (cabo de vassoura, tapete de 
borracha), nunca toque em fios elétricos com as mãos (ver Figura 7).
AFASTAR A VÍTIMA DE FIO CONDUTOR DE ELETRICIDADE
FONTE: <https://vivasaude.digisa.com.br/visualizacao/cuidados-com-o-choque-
eletrico/choque-eltrico/>. Acesso em: 21 fev. 2019.
• Verifique se a vítima está respirando e com o coração batendo, se estiver 
em parada cardiorrespiratória inicie as manobras de ressuscitação enquanto 
aguarda o SAMU (estudaremos sobre estas manobras na Etapa 3).
• Se houverem queimaduras, usar os procedimentos adequados. 
Nos casos de choque elétrico, avalie a respiração da vítima conforme 
as instruções abaixo:
� Respiração ausente: abrir a boca e desenrolar a língua
� Respiração ausente mesmo depois de desenrolar a língua: realizar 
massagem cardíaca (não é necessário realizar boca a boca).
� Respiração normal: afrouxar as roupas e os sapatos, agasalhando a vítima. 
� Cobrir a área queimada com pano limpo umedecido (TJPE, 2015, p. 10).
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4.2 PREVENÇÃO
Os choques elétricos podem acontecer nos espaços coletivos quando 
ocorrem as seguintes condições:
� Falta de segurança nas instalações e equipamentos, como: fios descascados, 
falta de aterramento elétrico, parte elétrica de um motor que, por defeito, 
está em contato com sua carcaça etc.
� Imprudência.
� Indisciplina.
� Ignorância.
� Acidentes etc. (BRASIL. 2003 p. 103).
Nesse sentido, é importante a implementação de um programa de 
prevenção de acidentes nas escolas, para a educação dos colaboradores 
para l idarem com situações de risco, e para a constante manutenção 
da infraestrutura, verificando, regularmente, inclusive as condições dos 
mobiliários, playground e integridade dos brinquedos.
Sabe-se que acidentes com choques elétricos também podem ocorrer, 
sobretudo, com crianças, segundo Gonçalves e Gonçalves, (2009) e Taddei 
et al (2006), estes são itens que podem auxiliar na prevenção deste tipo de 
acidente: 
• Posicionar tomadas no alto para que fiquem longe do alcance das crianças.
• Proteger as tomadas com protetores firmes.
• Não utilizar uma única tomadaelétrica para vários aparelhos.
• Orientar as crianças a não tocarem em tomadas, fios e aparelhos elétricos.
• Manter aparelhos elétricos desligados quando não estiverem sendo usados 
e, se ligados, mantê-los longe do alcance das crianças.
• Observar a integridade dos fios e substituir os desencapados.
• Providenciar para que a manutenção das instalações e dos aparelhos 
elétricos nas escolas seja realizada periodicamente.
RISCO DE CHOQUE ELÉTRICO COM CRIANÇA
FONTE: <http://engenhariae.com.br/wp-content/uploads/2017/08/problemas-
com-crian%C3%A7a-eletricidade.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2019.
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Além das precauções listadas, como vimos, se estamos perante a 
qualquer risco de entrar em contato com uma corrente elétrica, devemos, 
primeiramente, desligá-la. Então, quando há a necessidade de trocar aparelhos 
domésticos, tais como: chuveiros, tomadas, e até mesmo lâmpadas, sempre 
desligue a corrente daquele cômodo antes de iniciar ou pedir para alguém 
fazer a manutenção.
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
REFERÊNCIAS
BERGERON, D. et al. Primeiros socorros. São Paulo: Ed. Atheneu, 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Cartilha de tratamento de emergência das 
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