Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brigadista Particular Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 1 Brigadista Particular APOSTILA PARA PREPARAÇÃO DO BRIGADISTA PARTICULAR Comissão de Elaboração MÓDULO I – Noções de Primeiros Socorros Asp BM Marcelo dos Santos Rodrigues 2° Sgt BM Marcos Antônio Ribeiro Cb BM Gerson Luis Marcondes Sd BM Valdir Adriano Pereira Sd BM Bruna de Paula Schafhauser Sd BM Aldinei Fernandes Sd BM Eraldo César Ulbrich Sd BM Douglas Maidl MÓDULO II – Noções de Combate a incêndios Asp BM Daniel Torquato Elias MÓDULO III - Prevenção e sistemas preventivos 1º Ten BM Fabio Fregapani Silva 2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz MÓDULO IV - Brigada de incêndio 1º Ten BM Fabio Fregapani Silva 2º Ten BM Marcos Luciano Colla Sd BM Marcio Floriano Barbosa Edição e Diagramação 2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz Asp BM DanielTorquato Elias Supervisão Tenente Coronel BM Altair Francisco Lacowicz 2º Ten BM Maicon Éder Motelievicz Revisão Diretoria de Atividades Técnicas - DAT Ten Cel BM Marcos Antônio de Oliveira 1º Ten BM Fabio Fregapani Silva 1ª Edição Setembro – 2014 Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 2 Brigadista Particular SUMÁRIO PLANO DE ESTUDOS 4 MÓDULO I – NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS 6 Unidade Didática 1 Noções Básica de Anatomia e Fisiologia (Corpo Humano) 6 Unidade Didática 2 Princípios Básicos de Biossegurança (Segurança do Socorrista) 18 Unidade Didática 3 Sinais Vitais, Prática e Verificação 20 Unidade Didática 4 Avaliação do Paciente 24 Unidade Didática 5 Parada Respiratória e Oxigenoterapia 30 Unidade Didática 6 Parada Cardíaca e Prática de RCP 39 Unidade Didática 7 Hemorragias e Estado de Choque 47 Unidade Didática 8 Intoxicação e Envenenamento 53 Unidade Didática 9 Ferimentos em Tecido Mole e Uso de Bandagens e Ataduras 58 Unidade Didática 10 Trauma Crânio Encefálico 64 Unidade Didática 11 Traumatismo Raquimedular 60 Unidade Didática 12 Partos em Situação de Emergência 72 Unidade Didática 13 Escala de Trauma e Fichas de APH 77 Unidade Didática 14 Fraturas, Luxações e Entorses 80 Unidade Didática 15 Técnica de Remoção 84 Unidade Didática 16 Limpeza e Desinfecção 86 Unidade Didática 17 Queimaduras e Lesões Ambientais 90 MÓDULO II – NOÇÕES DE COMBATE À INCÊNDIO 96 Unidade Didática 1 Fundamentos Básicos do Combate aos Sinistros 97 Unidade Didática 2 Equipamentos de Proteção Individual 110 Unidade Didática 3 Classes de incêndio 115 Unidade Didática 4 Fundamentos Operacionais 124 Unidade Didática 5 Fundamentos Técnicos 132 Unidade Didática 6 Técnicas e Táticas de Extinção 135 Unidade Didática 7 Operações de Combate a Incêndio 148 Unidade Didática 8 Abastecimentos 152 Unidade Didática 9 Combate Incêndio por Meio de Sistema Gravitacional e de Bombas 155 MÓDULO III – SISTEMAS PREVENTIVOS CONTRA INCÊNDIO 160 Unidade Didática 1 Sistemas Preventivos 161 Unidade Didática 2 Relatórios 200 MÓDULO IV – BRIGADA DE INCÊNDIO 205 Unidade Didática 1 Brigada de Incêndio 206 Unidade Didática 2 Brigadas -Atribuições 209 Unidade Didática 3 Ambientes e Sistemas 216 Unidade Didática 4 Psicologia em Emergências 219 Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 3 Brigadista Particular PLANO DE ESTUDOS O plano de estudos visa a orientá-lo/a no desenvolvimento da disciplina. Possui elementos que o/a ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. Objetivo Geral: A referida apostila visa orientar os estudos aos candidatos a Brigadista Particular, pessoa credenciada pelo CBMSC, responsável para prestar serviços de prevenção, combate a princípio de incêndios e salvamento, exclusivamente no local em que atua a Brigada de Incêndio, com dedicação exclusiva às atribuições inerentes à sua função, onde, dependendo do tipo de edificação ou ocupação, pode ser o próprio funcionário da empresa ou contratado; CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Currículo dos Cursos de Brigadistas Tabela 1 – BRIGADISTAS PARTICULARES ÁREAS DISCIPLINAS Carga Horária (Hora/Aula) NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS Noções Básicas de Anatomia e Fisiologia humana 03 Princípios de Biossegurança, Sinais vitais e verificação 03 Avaliação Inicial e Dirigida 05 Parada Respiratória, oxigenoterapia e parada cardíaca 08 Hemorragias e Estado de Choque 02 Queimaduras e lesões ambientais 02 Intoxicação e envenenamento 02 Ferimentos em tecidos moles e uso de bandagens e ataduras 03 Fraturas, Luxações e entorses (teoria e prática) 05 Traumatismos Crânio Encefálico e raquimedular (noções) 02 Técnicas de remoção 03 Verificação Final 02 Carga horária da Área de Primeiros Socorros 40 NOÇÕES DE COMBATE À INCÊNDIO Fundamentos técnicos e básicos do combate aos sinistros 10 Classes de Incêndio 03 Técnicas e táticas de extinção 05 Operações de combate à incêndio 03 Equipamentos de proteção Individual 02 Combate a Incêndio com emprego de extintores 05 Combate a Incêndio com utilização do sistema 05 Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 4 Brigadista Particular gravitacional Combate a Incêndio com utilização do sistema de bombas 05 Verificação Final 02 Carga horária da Área de Combate à Incêndio 50 SISTEMAS PREVENTIVOS CONTRA INCÊNDIO Sistemas Preventivos 10 Relatórios 04 Vistorias 04 Verificação Final 02 Carga horária da Área de Sistemas Preventivos 20 BRIGADA DE INCÊNDIO Objetivo Geral 01 Aspectos Legais 02 Aspectos Técnicos 02 Composição e organograma 02 Implementação e procedimentos 02 Equipamentos de proteção e uniforme 02 Plano de emergência 03 Funções de brigadista particular 02 Funções de brigadista voluntário 02 Verificação Final 02 Carga horária da Área de Brigada de Incêndio 20 CARGA HORÁRIA CURRICULAR TOTAL 130 Nota: Uma Hora/Aula equivale a 50 minutos. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 5 Brigadista Particular Brigadista Particular – Módulo I NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 6 Aluno: _______________________________________________ _______________________________________________ Brigadista Particular Módulo I – Unidade Didática 1 Noções Básica de Anatomia e Fisiologia (Corpo Humano) Objetivos: Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1) Conhecer principais termos utilizados em APH; 2) Descrever as funções gerais dos seguintes sistemas: respiratório, circulatório, muscular, esquelético, nervoso, reprodutivo (masculino e feminino) e digestivo; 3) Definir as cavidades do corpo humano com seus componentes; 4) Listar o nome dos principais ossos do sistema esquelético; 5) Descrever a coluna vertebral. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Noções Básica de Anatomia e Fisiologia Introdução Iniciando o Curso Avançado de Atendimento a Emergência surgirão inúmeros termos novos que farão parte de todo seu estudo nesta disciplina, são termos de uso comum no atendimento pré hospitalar. Alguns são alto explicativos e se fazem compreender como, por exemplo, “Pressão Alta”, outros necessitarão de pesquisa ou auxílio do instrutor para melhor compreensão como “mediastino”. Aproveite e pesquise o que significa esse termo! Mediastino: cavidade torácica que abriga alguns dos principais órgão do corpo humano (coração, pulmão, grandes vasos) situa-se entre o final do pescoço e o diafragma. Terminologia comum Avaliação geral do paciente - série de procedimentos que visa estabelecer a segurança do socorrista, a analise da gravidade e situação da vítima, estabelecendo dai a técnica indicada para o problema identificado. Obstrução ou parada respiratória - Supressão súbita dos movimentos respiratórios, que poderá ou não, ser acompanhada de parada cardíaca. Terminologia técnica Imprudência: Falta deatenção, imprevidência, descuido. Ex.: Dirigir em alta velocidade. Negligência: Desprezar, desatender, não cuidar. Ex.: Não usar EPI necessário. Imperícia: Ignorância, inabilidade, inexperiência. Ex.: Realizar procedimento invasivo. Socorrista: É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao emergencista prestar o adequado socorro pré hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 7 Brigadista Particular Omissão de socorro: “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”. Sistemas do Corpo Humano Sistema Circulatório Movimenta o sangue, transporta o oxigênio e nutrientes para as células do corpo, remove os resíduos e o dióxido de carbono das células. O sistema circulatório é composto por vasos sanguíneos (veias, artérias e capilares) coração e sangue. As artérias de grosso calibre no corpo humano, as quais devemos ter conhecimento são a abdominal, femural e a braquial. Sistema Respiratório Promove a troca de ar, introduzindo o oxigênio e expelindo o dióxido de carbono. Este oxigênio é deslocado para o sangue, enquanto o dióxido de carbono é removido. O sistema respiratório e o sistema circulatório são intimamente ligados, pois é o sangue que leva o oxigênio até as células e capta o gás carbônico para levá-lo até o pulmão a fim de realizar a troca por oxigênio e trocar por gás carbônico nas células novamente. O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas superiores e inferiores. Sendo estas compostas basicamente por: Vias aéreas superiores: cavidade oral, língua, faringe, laringe e parte da traqueia; Vias aéreas inferiores: parte da traqueia, brônquios e bronquíolos. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 8 Brigadista Particular Sistema Musculoesquelético O Esqueleto O sistema esquelético é composto de ossos e cartilagens. Conceito de Cartilagem: É uma forma elástica de tecido conectivo semirrígido – forma partes do esqueleto nas quais ocorre movimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo próprio; consequentemente, suas células obtêm oxigênio e nutrientes por difusão de longo alcance. Conceito de Ossos: Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que se unindo aos outros, por intermédio das junturas ou articulações constituem o esqueleto. É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanas). Funções do Sistema Esquelético: - Sustentação do organismo (apoio para o corpo); - Proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro); - Base mecânica para o movimento (movimentação); - Armazenamento de sais (cálcio, por exemplo); - Hematopoiética (suprimento contínuo de células sanguíneas novas). Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 9 Brigadista Particular Divisão do Esqueleto Esqueleto Axial – Composta pelos ossos da cabeça, pescoço e do tronco. Esqueleto Apendicular – Composta pelos membros superiores e inferiores. A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e pélvica. Crânio O crânio possui duas divisões principais: caixa encefálica (crânio propriamente dito): composto por 8 (oito) ossos largos e irregulares que se fundem formando a cobertura que protege o encéfalo. Face: composta por 14 (quatorze) ossos que se fundem para dar sua forma. Coluna vertebral A coluna vertebral é uma estrutura óssea central, composta de 33 (trinta e três) vértebras, dividida em cinco regiões: ✔ Coluna cervical (pescoço): composta de 07 (sete) vértebras; ✔ Coluna torácica (parte superior do dorso): composta de 12 (doze) vértebras; ✔ Coluna lombar (parte inferior do dorso): composta de 05 (cinco) vértebras; ✔ Coluna sacral (parte da pelve): composta de 05 (cinco) vértebras; Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 10 Brigadista Particular ✔ Coluna coccígea (cóccix ou cauda): composta de 04 (quatro) vértebras. Os músculos São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica. Funções dos Músculos: a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr. b) Estabilização das posições corporais: a contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar. c) Regulação do volume dos órgãos: a contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco. d) Movimento de substancias dentro do corpo: as contrações dos músculos lisos das paredes dos vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração. e) Produção de calor: quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usada na manutenção da temperatura corporal. Sistema reprodutor O sistema reprodutor humano fica localizado na cavidade pélvica. A célula reprodutora masculina recebe o nome de espermatozoide e a célula feminina é conhecida como óvulo. Todas as diferenças anatômicas e sentimentais experimentadas pelo homem e pela mulher são provenientes dos hormônios sexuais, que também são diferentes em ambos os sexos. No homem atua a testosterona e na mulher a progesterona e o estrógeno. Também na mulher há o ciclo menstrual onde há aproximadamente cada 28 dias ela perde aproximadamente 20 a 80 ml de sangue através da vagina. Hemorragia natural designada de metrorragia. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 11 Brigadista Particular Sistema nervoso Funções ✔ Colher informações do meio externo e interno e transformá-las em estímulos; ✔ Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo. Divisão Sistema Nervoso Central – SNC O sistema nervoso central é uma porção de recepção de estímulos, de comando e desencadeadora de respostas. A porção periférica está constituída pelas vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos órgãos, as ordens emanadas da porção central. Pode-se dizer que o SNC constituído por estruturas que se localizam no esqueleto axial (coluna vertebral e crânio): a medula espinhal e o encéfalo. Sistema Nervoso Periférico – SNP O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gânglios e as terminações nervosas. Sistema Nervoso Visceral – SNV: O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com o meio interno, compreendendo fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) – músculo liso e gânglios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ou involuntário, constituído apenas da parte motora do SNV. Sistema Nervoso Somático – SNS: O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo com o meio externo, compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras (eferente) músculo estriado esquelético. Sistema Nervoso Central Meninges: O encéfaloe a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (ou membranas) de tecido conjuntivo chamado em conjunto, de meninges. Estas lâminas são de fora para dentro: dura-máter, aracnoide e pia-máter. O Sistema Nervoso Central – SNC é dividido anatomicamente em: Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 12 Brigadista Particular Encéfalo: Porção do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e que compreende o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. Medula espinhal: É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canal vertebral. A medula espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e retransmissão de impulsos motores. Todos os centros importantes do encéfalo são conectados através de longos feixes nervosos, diretamente aos órgãos ou músculos que controlam. Estes feixes se unem formando a medula espinhal, transmitindo mensagens entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico. Estas mensagens são passadas ao longo do nervo sob a forma de impulsos elétricos. Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da primeira ou segunda vértebra lombar. Na porção final da medula localizam-se nervos espinhais que formam uma espécie de “cabeleira” nervosa, comparada à cauda equina. Uma possível lesão da medula espinhal acarretará na paralisia total e irreversível dos membros abaixo da lesão. Cérebro: Constitui a parte mais importante do encéfalo, localiza-se na caixa craniana, é centro da consciência. As funções do cérebro normal incluem a percepção de nós mesmos e do ambiente ao nosso redor, controla nossas reações em relação ao meio ambiente, respostas emocionais, raciocínio, julgamento e todas as nuances que formam a consciência, as sensações e origem dos movimentos, compreendendo o telencéfalo e o diencéfalo. Cerebelo: Possui a função de determinar o equilíbrio do corpo e sua orientação no espaço, bem como, a regulação do tônus muscular e a coordenação das atividades motoras do organismo. Tronco encefálico: Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférios cerebrais e por onde transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras. Ponte: Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamentos de fibras e células nervosas. A Ponte possui três pares de nervos responsáveis pela inervação dos músculos que movimentam os olhos para os lados, dos músculos mímicos da face, das glândulas salivares e lacrimais, e conduz sensações de paladar captadas na língua. Bulbo: Porção inferior do tronco encefálico no sentido craniocaudal, sendo que o grande forame (forame magno) constitui o limite convencional com a medula espinhal. No bulbo, localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a respiração e o funcionamento vasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata instantaneamente. Com a lesão do bulbo, são cortados os impulsos que controlam o funcionamento dos vasos sanguíneos e dos pulmões. Sistema nervoso periférico O Sistema Nervoso Periférico – SNP – é dividido anatomicamente em: Nervos: São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo, tendo como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los do SNC ao periférico. Distinguem-se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais. Nervos cranianos: São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles (10) originam-se no tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são também denominados por números em sequência craniocaudal. Nervos espinhais: Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula e abandonam a coluna vertebral através de forames intervertebrais. A coluna pode ser dividida em porções cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. Da mesma maneira, reconhecemos nervos espinhais que são cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 13 Brigadista Particular Sistema digestório O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O trato digestório é um tubo oco que se estende da cavidade bucal ao ânus, sendo também chamado de canal alimentar ou trato gastrintestinal. As estruturas do trato digestório incluem: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Os órgãos digestório acessórios são os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado, vesícula biliar e o pâncreas. Funções ✔ Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de substâncias estranhas ditas alimentares, que asseguram a manutenção de seus processos vitais. ✔ Transformação mecânica e química das macromoléculas alimentares ingeridas (proteínas, carboidratos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem absorvidas pelo intestino. ✔ Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os capilares sanguíneos da mucosa do intestino. ✔ Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente com restos de células descamadas da parte do trato gastro intestinal e substâncias secretadas na luz do intestino. Fases Mastigação: Desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e químico. Deglutição: Condução dos alimentos através da faringe para o esôfago. Ingestão: Introdução do alimento no estômago. Digestão: Desdobramento do alimento em moléculas mais simples. Absorção: Processo realizado pelos intestinos. Defecação: Eliminação de substâncias não digeridas do trato gastro intestinais. Noções de anatomia humana Posição anatômica Posição Anatômica é a posição padronizada de descrição do organismo, empregando-se os termos de posição e direção. O corpo humano deverá estar em: ✔ em posição ortostática; ✔ com a face voltada para frente; ✔ com o olhar dirigido para o horizonte; ✔ com os membros superiores estendidos ao longo do tronco; ✔ com as palmas voltadas para frente; ✔ com os membros inferiores unidos. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 14 Brigadista Particular Divisão do corpo humano e planos anatômicos O corpo humano é dividido em: ✔ Cabeça; ✔ Pescoço; ✔ Tronco; e ✔ Membros. Nos membros empregam-se termos especiais de posição ✔ Proximal: situado mais próximo à raiz do membro; ✔ Médio: situado entre proximal e distal; e ✔ Distal: situado mais distante da raiz do membro. Além desta divisão, para identificar as partes do corpo humano, são definidos como Planos Anatômicos: Plano mediano: direito e esquerdo; Plano transversal: superior e inferior; Plano frontal: anterior (ventral) e posterior (dorsal). Quadrantes abdominais QSD Maior parte do fígado; Vesícula biliar; Parte do intestino delgado; Parte do intestino grosso; Parte do pâncreas; Parte do estômago. QSE Baço; Maior parte do estômago; Parte do intestino grosso; Parte do intestino delgado; Parte do pâncreas; Parte do fígado. QID Apêndice; Parte do intestino delgado; Parte do intestino grosso; Parte do ovário (mulher). QIE Parte do intestino grosso; Parte do intestino delgado; Parte do ovário (mulher). Divide-se o abdômen em quatro para avaliar possíveis lesões internas. Podemos referir a eles como Quadrante superior esquerdo e direito e quadrante inferior esquerdo e direito. Ou nos referimos como 1º, 2º, 3º ou 4º quadrante, em sentido horário. Observe a figura: Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 15 Brigadista Particular Cavidades do corpo humano e seus componentes O corpo humano possui 5 cavidades. As cavidades têm por objetivo alojar e proteger os órgãos vitais. As cinco cavidades são: 1. Cavidade craniana; 2. Cavidade torácica; 3. Cavidadeabdominal; 4. Cavidade pélvica; e 5. Cavidade vertebral. Pulsos palpáveis Cabeça e pescoço Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 16 Brigadista Particular Pulsos palpáveis Membros Superiores e Inferiores Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 17 Brigadista Particular Módulo I - Unidade Didática 2 Princípios Básicos de Biossegurança (Segurança do Socorrista) Objetivos: Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1) Conceituar Biossegurança. 2) Conceituar Doenças infectocontagiosas; 3) Listar os principais EPI's utilizados pelos socorristas; 4) Citar e enumerar as principais enfermidades infecciosas a qual o socorrista está sujeito e os meios de transmissão no ambiente pré-hospitalar; Princípios básicos de biossegurança (segurança do socorrista) Biossegurança É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que pode comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. O serviço pré-hospitalar, devido sua peculiaridade, faz com que o socorrista fique muito exposto a riscos, entre eles o biológico. Por isso, é necessária a utilização rigorosa dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): luva de látex ou de vinil, óculos protetor, máscara facial e coletes. Estas normas devem ser seguidas, para diminuir os riscos pelos quais o socorrista está exposto. Doenças infectocontagiosas São enfermidades causadas por micro-organismos patogênicos (bactérias, vírus ou parasitas) que são transmitidas a outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes, fluídos corporais (saliva, muco ou vômito) ou ainda pela picada de insetos transmissores de doenças. Principais EPI's utilizados pelos socorristas ✔ Luvas descartáveis; ✔ Máscaras faciais; ✔ Óculos de proteção; ✔ Colete: Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 18 Brigadista Particular Saiba mais Coloque aqui as definições de cada equipamento: luvas descartáveis: Proteção contra fluidos corporais que possam entrar em contato com ferimentos nas mãos, ou podem ser levados por ela até a boca, olhos ou mucosas. óculos de proteção : Proteção contra fluidos corporais que possam entrar com contato com a mucosa dos olhos durante o atendimento pré-hospitalar. máscaras faciais : Proteção contra fluidos corporais e doenças que podem ser transmitidas através da respiração. colete : Acessório utilizado para guardar os materiais de uso individual e serve de proteção do socorrista sinalizando ajudando a sinalizar o local da ocorrência por ser feito com material refletivo. Principais enfermidades infecciosas Em ambiente pré-hospitalar Dentre as enfermidades mais comuns encontram-se: AIDS, hepatite, tuberculose, meningite, gripe, entre outras. Meios de Transmissão ✔ Pelas mãos até a boca, nariz, olhos ou feridas na pele; ✔ Por objetos ou roupas contaminadas, em contato com a boca, nariz, olhos ou ferimentos na pele; ✔ Por acidentes com perfuro cortantes. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 19 Brigadista Particular Módulo I - Unidade Didática 3 Sinais Vitais, Prática e Verificação Objetivos: Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1) Definir sinais/sintomas. 2) Listar os sinais diagnósticos. 3) Demonstrar o uso correto dos principais equipamentos utilizados para aferição dos sinais vitais. 4) Executar de forma correta a aferição FR e FC e a qualidade de cada. 5) Definir as principais alterações pupilares. Sinais vitais: prática e verificação Sinais e sintomas A avaliação dos sinais e sintomas ajuda o socorrista a definir a suspeita das lesões ou emergência médica que acomete a vítima. Sinal: tudo o que é possível verificar, aferir, medir, mesurar. Ex.: palidez, diaforese, cianose, êmese. Sintoma: tudo o que é descrito pelo paciente, que não pode ser verificado, medido, mensurado, aferido. Ex.: dor, enjoo, tontura, astenia. Idades referenciais para APH No APH classificamos as pessoas conforme as idades da seguinte forma: ✔ Adulto: maior que 8 anos; ✔ Criança: entre 1 ano e 8 anos; ✔ Lactente: do nascimento até 1 ano. Sinais vitais e suas referências Os quatro sinais vitais são: ✔ temperatura corporal; ✔ pulso; ✔ respiração; e ✔ pressão arterial. Temperatura corporal A temperatura corporal é de 36,5 à 37ºC para todas as idades. Podemos aferir também a temperatura relativa da pele, que pode se apresentar fria, normal ou quente. Essa aferição se faz com o dorso da mão na região frontal da cabeça (testa). Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 20 Brigadista Particular Pulso (bpm – batimentos por minuto) ✔ Adulto: 60 a 100 bpm; ✔ Criança: 60 a 140 bpm; ✔ Lactente: 100 a 190 bpm. O pulso ideal para de aferir os batimentos cardíacos de um adulto e criança é o pulso radial (punho). Em um lactente é o braquial (próximo à axila). Respiração (frm – frequência respiratória por minuto) ✔ Adulto: 12 a 20 frm; ✔ Criança: 15 a 30 frm; ✔ Lactente: 25 a 50 frm. Pressão Arterial (mmHg – milímetros de mercúrio) Adulto ✔ Sistólica máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg; ✔ Diastólica máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg. A PA de um adulto ideal é 120x80 mmHg, recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Sinais diagnósticos e suas referências Sinais diagnósticos são utilizados para ajudar a confirmar alguma suspeita de lesão ou emergência médica. Os três sinais diagnósticos são: a) pupila; b) coloração da pele; e c) perfusão sanguínea. Pupilas ✔ Isocoria: iguais; ✔ Anisocoria: desiguais; ✔ Midríase: dilatadas; ✔ Miose: contraídas. Foto reagentes: quando há atividade cerebral a pupila reage à luz, contraindo na presença e dilatando na ausência de luz. Coloração da pele A pele pode apresentar-se: normal, pálida, avermelhada, cianótica. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 21 Brigadista Particular Perfusão sanguínea Perfusão sanguínea é a circulação presente nas extremidades. Quando um trauma ou emergência médica acomete uma pessoa, essa perfusão pode diminuir por vários motivos. Sendo assim, a perfusão sanguínea é avaliada pressionando o dedo, a extremidade perde a coloração, que deverá retornar de 2 a 3 segundos para ser considerada normal. Se demorar, a voltar, pode ser uma indicação de que há uma falha na circulação sanguínea. Equipamentos para avaliação do paciente ✔ Lanterna pupilar: ✔ Esfigmomanômetro; ✔ Estetoscópio; ✔ Oxímetro de dedo. Avaliação da lição Atividade teórica. Preencha as lacunas com as idades referencias para APH. ✔ Lactente: desde o nascimento à 1 ano; ✔ Criança: de 1 ano à 8 anos; ✔ Adulto: acima de 8 anos. Cite os quatro sinais vitais e os três sinais diagnósticos. Sinais vitais: Pulso; Respiração; Temperatura; Pressão Arterial. Sinais diagnósticos: Perfusão Sanguínea; Pupilas; Coloração da Pele. Atividade prática. Aplicação. ✔ Tenha disponível equipamentos de avaliação do paciente, exceto oxímetro. ✔ Forme duplas. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 22 Brigadista Particular ✔ Oriente aos alunos que avaliem os sinais vitais e diagnósticos do companheiro e que anotem os dados na ficha que consta na apostila. ✔ Após anotados os dados o instrutor retomará a aula e perguntará que os socorristas observaram se havia algum paciente com sinal vital ou diagnóstico alterado.✔ Em caso positivo, peça para o socorrista realizar uma entrevista com o paciente para tentar descobrir o porquê dessa alteração. ✔ Logo o instrutor informará que essa atitude de entrevistar é uma etapa de avaliação do paciente que será estudada na unidade seguinte, deve sempre ser realizada, pois é na entrevista que se descobre informações importantíssimas. ✔ Peça para os alunos guardarem a avaliação para uma próxima utilização. ✔ Dependendo do tamanho da turma a atividade poderá durar até 2 h/aula, pois o ideal é que o instrutor acompanhe e oriente a entrevista de cada dupla. Nome socorrista: ____________________________________________ Nome paciente: ______________________________ Idade: __________________ Temperatura corporal ou relativa da pele Pulso Respiração Pressão arterial Perfusão sanguínea Coloração da pele Pupilas* Anisocóricas ou isocóricas Miótica, midriática ou normal Fotorreagente ou não fotorreagente Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 23 Brigadista Particular Módulo I - Unidade Didática 4 Avaliação do Paciente Objetivos: Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1) Avaliação geral do paciente dimensionamento da cena; 2) Avaliação inicial; 3) Avaliação dirigida; 4) Avaliação detalhada; 5) Avaliação continuada; 6) Mensuração e colocação do colar cervical; Avaliação do paciente Avaliação geral do paciente Para realizarmos a avaliação de um paciente devemos observar uma sequência de procedimentos que ajudam o socorrista a tomar decisões em relação às prioridades em cada caso. Essa sequencia foi dividida em cinco etapas, onde mostra claramente o que fazer em cada uma delas. As cinco fases da avaliação geral do paciente são: 1) Avaliação da cena; 2) Avaliação inicial; 3) Avaliação dirigida; 4) Avaliação detalhada; e 5) Avaliação continuada. Avaliação da cena Na avaliação da cena o socorrista deve ter uma visão ampla da cena para poder identificar características da cena. Essa etapa da avaliação geral geralmente é rápida, e quando não há gerenciamento de risco, não compromete mais que 30 segundos. Confirmar a solicitação Muitas vezes o ocorrido não condiz com a situação real. Ex.: o SEM é acionado para atender um desmaio, e no local encontra uma PCR. Identificar o tipo de situação A situação se trata de um trauma ou emergência médica. Observar dos mecanismos de trauma Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 24 Brigadista Particular Em uma ocorrência de trauma, para podermos determinar as suspeitas de lesões das vítimas envolvidas, devemos imaginar como o trauma aconteceu e, com isso imaginar onde se encontrará as possíveis lesões. Avaliar riscos potenciais: Riscos que a cena pode produzir para o socorrista, vítimas e terceiros. Gerenciar os riscos: Tomar atitudes que minimizam os riscos; Ex.: Em acidente de transito, acionar a PM para controle do trânsito, estabilizar veículos antes de atender pacientes que estão dentro do veículo, etc. Checar número de vítimas Saber quantas vítimas tem na cena de emergência; Checar necessidade de recursos adicionais Solicitar os recursos adicionais se faz necessário; Ex.: apoio da Celesc, em caso risco com energia, PM em caso de controle do trânsito, etc. Colocação de EPI Colocar todos os EPI's necessários antes de abordar a vítima. Avaliação inicial A avaliação inicial também é chamada de avaliação primária, é nessa etapa da avaliação que o socorrista tem o primeiro contato com a vítima. Após toda a avaliação da cena o socorrista se dirige à vítima e deve: Formar a impressão geral do paciente Verifica a posição do paciente, qualquer deformidade maior ou lesão óbvia e qualquer sinal ou sintoma indicativo de emergência clínica. Ex.: Paciente dentro do veículo, sentado com a cabeça sobre o volante, de olhos fechados. Apresentar-se como socorrista O socorrista deve se apresentar falando o nome, informando que é socorrista e pedindo consentimento para atender. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 25 Brigadista Particular AVDI Para avaliar o nível de consciência, usamos a técnica AVDI. A – o paciente está alerta? V – responde a estímulo verbal? D – responde a estímulo doloroso? I – determina inconsciência. Devem-se seguir os passos descritos acima para determinar a inconsciência. SBV Oferecer o Suporte básico da vida, através do ABC da vida. Abertura das vias aéreas: hiperextensão da cervical para casos clínicos e tração mandibular para casos traumáticos. A colocação do colar cervical adequada garante permeabilidade das VA. Verificação de presença de pulso No caso de ausência de respiração deve-se pesquisar presença de pulso, de preferencia no ponto carotídeo. Colocação do colar cervical Em caso traumático a colocação do colar se faz nessa fase da avaliação. Em caso clínico o uso do colar é dispensado. Oxigenoterapia A saturação mostra a quantidade de oxigênio presente no sangue. A saturação normal deve estar entre 90% e 100%. O oxímetro é o aparelho que mostra esta porcentagem. Pacientes que sofrem trauma ou caso clínico, podem apresentar uma deficiência na saturação. Portanto deve-se sempre ofertar oxigênio em pacientes traumatizados e emergências clínicas. Hemostasia de hemorragias visíveis Ao realizar a impressão geral, o socorrista perceberá hemorragias evidentes que devem ser contidas depois de realizada o ABC da vida. Escala CIPE Após as avaliações acima descritas, e com as informações colhidas o socorrista deve decidir a prioridade de transporte do paciente, para isso utiliza-se da ferramenta CIPE. Veja: C – Crítico: parada respiratória ou cardiorrespiratória; I – Instável: paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratória severa, com lesão grave de cabeça e/ou tórax; P – Potencialmente Instável: paciente com choque compensado portador de lesões isoladas importantes; Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 26 Brigadista Particular E – Estável: paciente portador de lesões menores e sinais vitais normais. Sabendo classificar o paciente, o socorrista deve observar que pacientes críticos e instáveis devem ser tratados na cena de emergência em no máximo 5 minutos. Os pacientes Potencialmente instáveis e estáveis em no máximo 12 minutos. Crítico e instável: 3 a 5 minutos Potencialmente instável e estável: 10 a 12 minutos Avaliação dirigida É a fase da avaliação onde o socorrista se dirige ao problema do paciente, realizando, ainda, mais algumas avaliações, a fim de detectar problemas que ameacem a vida do paciente. É dividida em três fases: entrevista, exame rápido e aferição dos sinais vitais. Entrevista Etapa da avaliação onde o socorrista conversa com o paciente buscando obter informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de lesão ou enfermidade existente e outros dados relevantes: 1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto conhecido); 2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença) 3) Há quanto tempo isso aconteceu? 4) Isso já ocorreu antes? (emergência clínica) 5) Você tem algum problema de saúde? 6) Você tem tomado algum remédio? 7) Você é alérgico a alguma coisa? Exame rápido O exame rápido é realizado conforme a queixa principal do paciente ou em todo segmento corporal, para descobrir lesões e hemorragias não aparentes. Ex.: Dor no braço após uma queda: se dirigir ao membro superior referido e avaliar aspecto físico, motricidade, sensibilidade e realizar o procedimento adequado a suspeita (imobilização em caso de fratura, curativos em caso de ferimento,etc.). Aferição dos sinais vitais Aferição do pulso, respiração, temperatura, PA. Avaliação das pupilas, temperatura relativa da pele, e perfusão sanguínea. Avalia-se também capacidade de movimentação e reação à dor. Avaliação física detalhada A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser realizada pelo socorrista em cerca de 2 a 3 minutos. Tem como objetivo a identificação de problemas que não foram relatados pelo paciente (fraturas, pequenas hemorragias, ferimentos). Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 27 Brigadista Particular O exame completo não precisa ser realizado em todos os pacientes, podendo ser realizado de forma limitada em pacientes que sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergências médicas evidentes. Em casos onde o paciente é crítico ou instável o exame deve ser realizado dentro da ambulância, ou se o percurso for pequeno e não der tempo, não há necessidade de fazê- lo. Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deve: 1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa; 2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e as pálpebras, o nariz, a boca, a mandíbula e os ouvidos; 3) Verificar a região posterior, anterior e lateral do pescoço (antes da aplicação do colar cervical, ou seja, essa verificação é feita na avaliação inicial); 4) Inspecionar o ombro bilateralmente distal / proximal; 5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax; 6) Inspecionar o abdome em quatro quadrantes separadamente; 7) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital; 8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade; 9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade; 10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal (essa avaliação é feita na hora que se coloca a vítima na maca). Avaliação continuada A avaliação continuada é o cuidado que se dispensa ao paciente durante o deslocamento até a unidade médica. Consiste em avaliar constantemente da presença de consciência, respiração e pulso e garantir a temperatura corporal e conforto ao paciente. Ou seja, após a execução de todas as etapas da avaliação geral, o socorrista deve se preocupar periodicamente em reavaliar o paciente até a sua entrega à unidade médica. Em pacientes críticos e instáveis a reavaliação deve acontecer a cada 3 minutos e Em pacientes potencialmente instáveis e estáveis, de 15 em 15 minutos. Escala CIPE Avaliação Continuada Estável e potencialmente instável A cada 15 minutos Instável e crítico A cada 3 minutos Mensuração do colar cervical Para a mensuração e colocação correta do colar deve-se seguir observar os seguintes aspectos: ✔ A vítima deverá estar com a cabeça em posição neutra; ✔ Verifique com seus dedos, a altura do pescoço que corresponde à distância entre uma linha imaginária que passa pela borda inferior da mandíbula e outra que passa pelo ponto onde termina o pescoço e se inicia o ombro. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 28 Brigadista Particular É importante salientar que o colar cervical: - imobiliza a cervical verticalmente, a imobilização horizontal é feita em maca com os coxins; - deve ser de tamanho adequado ao paciente; - não deve impedir a abertura da boca; - não deve obstruir ou dificultar ventilação; - se bem colocados auxiliam na permeabilidade das vias aéreas. Avaliação da lição Relacione as colunas mostrando em que fase do atendimento se realiza cada procedimento: 1) Avaliação da cena; 2) Avaliação inicial; 3) Avaliação dirigida; 4) Avaliação detalhada; 5) Avaliação continuada. ( 2 ) Hemostasia de hemorragias visíveis ( 4 ) Avaliação física detalhada da cabeção aos pés ( 2 ) Oxigenoterapia ( 1 ) Avaliar riscos potenciais ( 3 ) Aferição dos sinais vitais ( 2 ) Decidir prioridade de transporte (Escala CIPE) ( 1 ) Confirmar a solicitação ( 3 ) Entrevista ( 1 ) Colocação de EPI ( 2 ) Colocação do colar cervical ( 5 ) Monitoramento do paciente durante o percurso ( 1 ) Identificar o tipo de situação ( 2 ) Oferecer o Suporte básico da vida ( 1 ) Checar número de vítimas ( 1 ) Gerenciar os riscos ( 2 ) Exame rápido ( 2 ) AVDI ( 1 ) Observar dos mecanismos de trauma ( 2 ) Apresentar-se como socorrista ( 1 ) Checar necessidade de recursos adicionais ( 2 ) Formar a impressão geral do paciente Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 29 Brigadista Particular Módulo I - Unidade Didática 5 Parada Respiratória e Oxigenoterapia Objetivos: Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1) Revisar as principais partes do sistema respiratório e fisiologia; 2) Descrever o mecanismo da respiração e a importância do O2 no organismo; 3) Definir Parada Respiratória e listar suas causas; 4) Conceituar OVACE e listar suas causas; 5) Listar os sinais e sintomas de uma OVACE; 6) Descrever o uso correto dos equipamentos auxiliares utilizados para reanimação respiratória; 7) Citar a importância da oxigenoterapia, riscos, uso correto do gás e dos equipamentos. Parada respiratória e oxigenoterapia Técnicas de SBV Antes de iniciar o estudo das técnicas para promover o suporte básico da vida, deve-se lembrar de que, para o serviço pré-hospitalar, teremos no mínimo três tipos de pacientes: adultos: pessoas maiores que 8 anos; crianças; pessoas entre 1 ano e 8 anos; e lactentes: pessoas menores que 1 ano; Para cada tipo de paciente existe uma técnica diferente. Podemos encontrar também pacientes obesos e gestantes onde as técnicas sofrem algumas alterações. Além do tipo de paciente temos outros fatores que influenciam na técnica, como o número de socorristas e a qualificação (leigo ou treinado). Sendo assim, temos que ficar muito atentos nas diferenças para aplicar a técnica certa para o paciente certo. Abertura das vias aéreas Hiperextensão cervical Abertura mandibular Casos clínicos Casos traumáticos A abertura de vias aéreas deve ser feita conforme o tipo de situação. A manobra de hiperextensão da cervical só pode ser utilizada em casos clínicos e sem nenhuma suspeita de lesão na cervical. A manobra de abertura mandibular é utilizada quando o paciente foi vítima de trauma e em casos clínicos onde há suspeita de lesão na cervical. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 30 Brigadista Particular Checagem das VA's A checagem das vias aéreas é feita em casos de obstrução ou quando o ar não passa nas tentativas de ventilações. Consiste em ver e retirar objetos que estejam impedindo a passagem do ar após a inconsciência do paciente. - Adulto: pinça às cegas; - Criança: pinça somente se visualizar o objeto; - lactente: pinça com dedo mínimo somente se ver o objeto. Ventilações As ventilações devem durar 1,5 a 2 segundos; Boca a boca e nariz: Lactentes; O socorrista deve selar sua boca na boca e nariz do lactente. Boca a boca: crianças e adultos A boca do socorrista deve selar a boca do paciente e as narinas devem ser seladas com os dedos do socorrista em forma de pinça para impedir a saída do ar pelo mesmo. Boca máscara: todos A boca máscara permite que o socorrista e a vítima não tenham contato com a boca evitando contaminação de ambos. As máscaras têm tamanhos variados que se adaptam a cada idade de pacientes. Algumas possuem válvula de entrada para O2, o que potencializa a eficácia da ventilação. Uso do ambu e colocação da cânula O Ambu é um ventilador mecânico manual onde é necessário o uso da cânula a fim de evitar a obstruçãodas VA pelo relaxamento do músculo da língua. A mensuração da cânula é feita do canto da boca até o lóbulo da orelha em adultos e crianças e do canto da boca até a mandíbula do lactente. A cânula deve ser colocada em adulto com a extremidade contra o palato, girando-a em 180º; criança e lactente com a extremidade contra a língua, sem giro. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 31 Brigadista Particular Verificação de pulso O pulso mais utilizado para verificação de PCR em adultos e crianças é o carotídeo. Para verificar o pulso localize a cartilagem da tireoide e coloque a ponta dos dedos (indicador e médio) ao lado deste ponto, deslize os dedos no sulco entre a traqueia e o músculo lateral do pescoço mais próximo a você e sinta o pulso. Deve-se sempre verificar o pulso do mesmo lado que se está para não obstruir as VA. Em lactentes o pulso mais palpável é o braquial que achamos colocando dois dedos na região medial interna pressionando contra o úmero. Revisão do sistema respiratório Promove a troca de ar, introduzindo o oxigênio e expelindo o dióxido de carbono. Este oxigênio é deslocado para o sangue, enquanto o dióxido de carbono é removido. O sistema respiratório e o sistema circulatório são intimamente ligados, pois é o sangue que leva o oxigênio até as células e capta o gás carbônico para levá-lo até o pulmão a fim de realizar a troca por oxigênio e trocar por gás carbônico nas células novamente. O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas inferiores e superiores. Sendo estas compostas basicamente por: - Vias aéreas superiores: cavidade oral, língua, faringe, laringe e parte da traqueia; - Vias aéreas inferiores: parte da traqueia, brônquios e bronquíolos. Fisiologia da respiração Inspiração Durante a inspiração o diafragma e os músculos intercostais se contraem. Quando o diafragma se contrai, movendo-se para baixo, aumentando a cavidade torácica. Quando os músculos intercostais se contraem, elevam as costelas e estas ações se combinam para aumentar a cavidade torácica em todas as dimensões, os pulmões são puxados com ela, que se expande. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 32 Brigadista Particular Troca gasosa Com o pulmão cheio de ar oxigenado ocorre a troca gasosa. É retirado do sangue que está nos capilares do pulmão o dióxido de carbono e é colocado o oxigênio. Por isso no momento da inspiração o ar sai com menos oxigênio e mais dióxido de carbono. Expiração O diafragma e os músculos intercostais se relaxam e a cavidade torácica diminui de tamanho em todas as dimensões. À medida que a cavidade torácica diminui, o ar nos pulmões é pressionado em um espaço menor, a pressão interna aumenta e o ar é empurrado através da traqueia para o exterior. Importância do oxigênio no organismo O oxigênio é o combustível que as células humanas utilizam para gerar energia. Sem ele elas morreriam. Quando elas utilizam o oxigênio para gerar energia produzem como resíduo o dióxido de carbono que é liberado na expiração. O ar atmosférico contém cerca de 21% de oxigênio. Quando respiramos não consumimos toda essa porcentagem. Inspiramos 21% e expiramos 16% de oxigênio mais dióxido de carbono. O gás oxigênio é bastante tóxico, embora ele seja essencial para a manutenção da vida, por ser utilizado pelos organismos que obtêm energia por meio da respiração aeróbica. No entanto, a vida só é possível se a sua concentração na atmosfera não exceder os atuais 21%. O oxigênio é altamente reativo e, nos organismos vivos, o seu excesso resulta em radicais livres que roubam elétrons de outros elementos, causando assim a sua oxidação. Isso provoca alterações nos componentes celulares e, consequentemente, nos tecidos que constituem esse organismo, impossibilitando assim o seu funcionamento normal e a sua sobrevivência. Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranho - OVACE São obstruções de vias aéreas causadas por corpos estranhos. Podem ser totais, impedindo totalmente o ar de passar, ou podem ser parciais, quando permite uma pequena entrada e saída de ar. Causas de obstrução ✔ língua (“engolir a língua”); ✔ epiglote (devido a inspirações sucessivas); ✔ corpo estranho (ex.: alimento); ✔ danos aos tecidos (ex.: ferimentos nas vias aéreas superiores); As obstruções que podem ser tratadas no atendimento pré-hospitalar são somente os causados por objetos que possam ser expelidos, ou seja, OVACE, obstrução de vias aéreas por corpos estranhos. Em uma obstrução clínica o socorrista fica limitado pois a intervenção deverá ser invasiva, procedimento para qual o socorrista não é habilitado. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 33 Brigadista Particular Sinais de obstrução grave ✔ Sinal universal de asfixia; ----------------> ✔ Incapacidade para falar; ✔ Tosse fraca e ineficaz; ✔ Sons inspiratórios agudos ou ausentes; ✔ Dificuldade respiratória crescente; ✔ Pele cianótica; ✔ Em lactente agitação extrema dos braços e cabeça. Tratamento para OVACE Existem técnicas diferentes para tratar OVACE em adultos, crianças e lactentes. Para adultos e crianças utilizamos a Manobra de Heimlich. A manobra de Heimlich consiste em comprimir a região abdominal do paciente com obstrução total ou parcial, na região média dos quadrantes superiores, com o objetivo de expelir o objeto. A manobra de Heimlich é utilizada em adultos e crianças, com diferença de mensuração no ponto de compressão e para pacientes conscientes e inconscientes. Já para tratar OVACE em lactentes, a técnica muda consideravelmente. Usam-se compressões torácicas e tapagens no tórax posterior. Técnicas para tratamento de OVACE Manobra de Heimlich - Pacientes conscientes - O socorrista deve se apresentar e pedir permissão para ajudar, se posicionando atrás do paciente, com a perna que tem menos força para trás e a que tem maior força fica entre as pernas do socorrista levemente semiflexionada. Essa posição favorece o socorrista no momento em que o paciente perder a consciência, pois ele cairá sobre a perna com maior força, tendo o socorrista base para colocá-lo no chão. Se o paciente for uma criança, o socorrista pode se ajoelhar ou colocá-la em uma superfície mais alta. O próximo passo é retirar as mãos do paciente do pescoço e abrir espaço para mensurar o ponto de compressão. Há duas formas de mensuração: 1. dois dedos abaixo do processo xifoide para adultos e um dedo para crianças. 2. procurar umbigo do paciente, colocar uma mão espalmada horizontalmente e dedos unidos do umbigo para cima. O ponto e logo acima da mão espalmada. Não utilizar essa técnica em criança. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 34 Brigadista Particular Localizando o ponto de compressão coloca-se uma mão fechada é colocada com a protuberância formada pela articulação proximal do dedo polegar contra o ponto já localizado, a outra mão irá espalmada atrás da mão fechada. O movimento é enérgico, de sentido horizontal ascendente contra o ponto de compressão. Aplica-se menos força em crianças. A aplicação das compressões deve ser efetuadas até que o paciente desengasgue perca a consciência. Em gestantes com gravidez avançada e pacientes obesos as compressões são realizadas no tórax. Pacientes inconscientes ou que perdem a consciência O paciente deve ser colocado em posição supina. Depois de posicionado o paciente, o primeiro passo é a checagem das VA. Abrem-se as VA, procura-se o objeto e mesmo que não veja, realiza a busca às cegas em adultos. Em crianças e lactentes só se retira se visualizar o objeto. Realize duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e ventile novamente. Após as ventilações verifique pulso, se houver, ventile 12x verifique o pulso novamente. Ventile até que apessoa retorne ou evolua para uma PCR. Se o paciente entra em PCR, inicie RCP. Tapotagens e compressões torácicas Pacientes conscientes Em pé ou sentado, o socorrista posiciona busca sinais de obstrução grave, se confirmada à obstrução, o socorrista posiciona o lactente em seu antebraço, em decúbito ventral, colocando seu braço entre as perninhas. Seu braço trava uma das pernas contra o tórax, sem pressionar demais. A cabeça do lactente deve estar levemente mais baixa que o nível do corpo para facilitar a saída do corpo estranho. A mão deve servir de apoio à cabeça. Nesta posição o socorrista deverá aplicar cinco tapotagens no centro das escápulas do lactente. O socorrista deve virar o lactente em decúbito ventral, Inclinando levemente a cabeça para baixo, até o ponto que fique um pouco mais baixa que o corpo. Nessa posição o socorrista inicia as tapagens. Após aplicar as tapagens, o socorrista deve virar o lactente em decúbito ventral, com o mesmo método anterior, aplicando 5 compressões torácicas. Para mensurar o ponto de compressão, colocam-se os dedos indicadores e médio um dedo abaixo da linha dos mamilos, em cima do osso esterno. As compressões feitas com os dedos indicador e médio, de modo que atinja a profundidade de 1,5 a 2 cm. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 35 Brigadista Particular Pacientes inconscientes Se o paciente está inconsciente ou perde a consciência durante a manobra, o socorrista deve verificar primeiro as VA, abrindo a boca do lactente. Se visualizar algum objeto retirar com o dedo mínimo. Não fazer a busca às cegas. Aplique duas ventilações. Se o ar não passa, reposicione a cabeça e aplique mais duas ventilações. Verifique pulso. Ventile até voltar ou entrar em PCR. Se entrar em PCR inicie RCP. Equipamentos para reanimação respiratória ✔ Ambu; ✔ Máscara de para ventilação; ✔ Reanimadores manuais (Ambu); ✔ Cânulas orofaríngeas; ✔ Aspiradores portáteis; ✔ Cilindros de O2. Coloque aqui as definições de cada equipamento: Reanimadores manuais (Ambu): equipamento destinado a estabelecer ventilação artificial manual. Composto de bolsa, válvula e máscara, garantindo assim eficiente insuflação de ar e maior concentração de oxigênio para a vítima. Equipamento disponível nos tamanhos adulto e infantil. Máscara de ventilação: cumpre a mesma função do Ambu porém a ventilação não é feita mecanicamente, é feita através do sopro do socorrista que envia ar até os pulmões da vítima. Cânulas orofaríngeas ou Cânulas de Guedel: equipamento destinado a garantir a permeabilidade das vias áreas em vítimas inconscientes devido à queda da língua contra as estruturas do palato, promovendo a passagem de ar através da orofaringe. Possui vários tamanhos. Aspiradores portáteis: destinado à aspiração de secreções da cavidade oral, as quais obstruem a passagem de oxigênio sendo indispensável uma unidade portátil e uma unidade fixa na ambulância. Cilindros de O2: unidade portátil destinada a dar suporte de oxigênio a vítima acidentada no local da ocorrência inicial, com capacidade de 300 litros e fluxômetro a fim de dosar a administração de 1 à 15 litros de oxigênio por minuto. Oxímetro: aparelho eletrônico destinado à medição da saturação periférica de Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 36 Brigadista Particular oxigênio. Precauções no uso de oxigênio ✔ Nunca transfira ou misture gases de um cilindro para outro (transvazamento); ✔ O oxigênio facilita a combustão, portanto, mantenha-o afastado das fontes de chama do local onde estiver sendo empregado. Nunca fume quando o estiver manipulando. Evite o contato com óleos e graxas; ✔ Evitar batidas e quedas do cilindro. Um golpe mais forte que rompa a válvula poderá fazer o cilindro ser impulsionado como um míssil; Protocolos Os protocolos são sequências pré-estabelecidas a fim de garantir eficácia plena no atendimento realizado. Serão apresentados protocolos de ventilações de resgate, OVACE consciente e inconsciente. Todos os protocolos estão em forma e lista de checagem. Check list: ventilação de resgate 1. Abra VA 2. Se não respira realize duas ventilações, se não passa reposicione a cabeça e ventile novamente. Se o ar passa Se o ar não passa 3. Mas o paciente continua não responsivo, verifique pulso. 3. Inicie a inicie RCP Se há pulso Se não há pulso 4. Se há pulso realize 12 ventilações (adulto) ou 20 ventilações (criança ou lactente) 4. Inicie a inicie RCP 5. Verifique pulso novamente 6. Prossiga com os itens 4 e 5 até o paciente retomar a respiração ou entrar em PCR 7. Se retomar a respiração coloque em posição de recuperação e se entra em PCR realize RCP Obs.: A abertura de VA em pacientes sem suspeita de trauma é feita com a hiperextensão cervical, em pacientes com suspeita de trauma é realizada a manobra modificada (mandibular). Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 37 Brigadista Particular Avaliação da lição Avaliação prática - Formação de duplas; - Realização das técnicas de SBV descritas abaixo; Abertura de VA - Clínico- Trauma Técnicas VOS Verificação de Pulso - Adulto e criança / lactente Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 38 Brigadista Particular Módulo I - Unidade Didática 6 Parada Cardíaca e Prática de RCP Objetivos: Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1) Listar as principais patologias cardiovasculares; 2) Listar sinais de uma parada cardíaca; 3) Aplicar corretamente o tratamento ao nível de suporte básico as emergências cardiovasculares; 4) Executar corretamente RCP em adulto, criança e bebê. Parada cardíaca e prática de RCP Principais patologias cardiovasculares Infarto agudo do miocárdio Quando uma área do músculo cardíaco é privada de fluxo sanguíneo e de oxigênio por oclusão ou rompimento dos vasos arteriais destinados a nutri-lo, durante um período prolongado, causando necrose no tecido cardíaco. Sinais e sintomas Dor ou sensação de opressão no peito podendo irradiar-se para o queixo, braços, antebraços, mandíbula e costas, com duração superior a 30 minutos; Dor próxima à região epigástrica, podendo defini-la apenas como mal-estar gástrico; ✔ Queda de pressão arterial; ✔ Sinais de choque; ✔ Náuseas; ✔ Dificuldade respiratória; ✔ Sudorese; ✔ Fraqueza; ✔ Vômito; ✔ Falta de ar; ✔ Agitação; ✔ Parada cardíaca. Zona de dor do IAM Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 39 Brigadista Particular As regiões mais escuras apresentam maior dor que as regiões claras. Repare que há zona de dor na região epigástrica (estômago). Insuficiência cardíaca congestiva A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) se dá quando o coração torna-se incapaz de bombear uma quantidade adequada de sangue que possa satisfazer as necessidade de oxigênio e de nutrientes dos tecidos. A ICC é determinada pela congestão circulatória decorrente da diminuição da contratilidade do miocárdio. Como consequência, o débito cardíaco torna-se insuficiente para manter adequado o fluxo de sangue ao organismo, resultando em congestão vascular. Sinais e sintomas ✔ Respiração ofegante e ruidosa; ✔ Insuficiência respiratória; ✔ Tosse; ✔ Náuseas; ✔ Anorexia; ✔ Fadiga; ✔ Ansiedade e agitação; ✔ Inquietação; ✔ Edema no tornozelo; ✔ Edema no abdômen; ✔ Veias do pescoço distendidas; ✔ Cianose; ✔ O paciente insiste em ficar sentado ou de pé. Observação: na insuficiência cardíaca, não é frequente que a vítima apresente dor torácica. Tratamento pré-hospitalar para IAM e ICC ✔ Tranquilize o paciente; ✔ Coloque-o em posição de repouso, permitindo uma respiração mais confortável; geralmente, na posiçãosemi-sentada; ✔ Administre oxigênio suplementar; Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 40 Brigadista Particular ✔ Afrouxe roupas apertadas; ✔ Mantenha a temperatura corporal; ✔ Transporte o paciente, monitorando os sinais vitais. Parada cardiorrespiratória - PCR A parada cardiorrespiratória é definida como uma parada súbita de batimentos cardíacos seguidos de parada de movimentos respiratórios ou vice-versa. Causas de PCR As causas da PCR são diversas: problemas respiratórios, neurológicos, traumáticos, cardíacos, doenças crônicas, etc. Sinais de PCR Os sinais de PCR são: inconsciência, cianose, ausência de movimentos respiratórios, de batimentos cardíacos, algor e pupilas dilatadas. Nem sempre são encontrados todos os sintomas, pois alguns deles se manifestam algum tempo depois da parada. Uma pessoa com parada recente pode não apresentar, por exemplo, algor e pupilas dilatadas. Tratamento de PCR A parada cardiorrespiratória é tratada através do procedimento de ressuscitação cardiopulmonar, RCP. A RCP é sequências de procedimentos pré-estabelecidos por protocolos específicos que visam à reversão da parada. Ressuscitação cardiopulmonar – RCP A técnica para tratamento de parada cardiorrespiratória é o a ressuscitação cardiopulmonar – RCP. A RCP é composta por uma sequência de avaliações e procedimentos que garantem um índice grande de sobrevida ao paciente parado até o acesso ao serviço avançado. Identificação de PCR Em paciente não responsivo, coloca-se o mesmo em superfície rígida. Abre-se VAs, realiza-se VOS. Se não respira, aplicam-se duas ventilações, verifica novamente. Não respirando, verifica-se Pulso. Na ausência de pulso. Inicia-se RCP. A RCP consiste em aplicar 2 ventilações para 30 compressões (30x2). Se o socorrista estiver sozinho, ele efetuará as duas manobras. Se houver dois socorristas, um ventila e outro realiza a compressão. Mensuração do ponto de compressão torácica Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 41 Brigadista Particular Adulto e Criança: Contorne as costelas do paciente até achar o processo xifoide, com a outra mão coloque dois dedos acima (no osso esterno), e novamente coloque a outra mão acima dos dois dedos achando assim o ponto torácico. Lactente: trace uma linha imaginária entre os mamilos, coloque o dedo indicador sobre a linha imaginária retire e com o dedo médio e anular terá identificado o ponto de compressão. Antigamente, aplicava-se 15x2 em dois socorristas e 30x2 se estivesse sozinho. De acordo com um artigo publicado na Revista Brasileira de Terapia Intensiva (2006), passou-se a executar universalmente 30x2. Posição da RCP As mãos devem ser posicionadas ambas de frente para o paciente, uma sobra à outra, cruzando os dedos. Os dedos da mão de cima puxam o dedos da mão de baixo, evidenciando a região hipotenar. É a região hipotenar da mão de baixo que irá comprimir o ponto torácico. Em crianças, utiliza-se somente uma mão, porém a região que deve comprimir o ponto torácico também é a região hipotenar. Adulto: mão unidas, dedos entrelaçados, região hipotenar da mão apoiado no ponto torácico, os braços apoiados perpendicularmente ao corpo do paciente. É importante ressaltar que a mão que vai fazer a maior força é a mão que estiver em baixo. A mão de cima tem duas funções, fazer força e puxar os dedos da mão de baixo para cima, a fim de garantir que somente a região hipotenar atuará na compressão. Criança: com a região hipotenar de uma mão no ponto de compressão, apoiada perpendicularmente ao corpo do paciente. Lactente: dois dedos no ponto de compressão. Outras orientações As compressões torácicas devem ser rápidas e profundas: Adulto - Deslocamento de 4 a 5 cm e frequência de aproximadamente 100 por minuto. Criança - Deslocamento de 2,5 a 4 cm e frequência de no mínimo 100 por minuto. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 42 Brigadista Particular Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e frequência de no mínimo 100 por minuto. Atenção: para realizar RCP, o paciente deve estar sobre superfície rígida. Um ciclo de RCP é 30 compressões por duas ventilações. Atendimento com um socorrista Adulto 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2 Criança 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2 Lactente 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2 Atendimento com dois socorristas Nos casos de RCP em criança ou lactente, quando houver dois socorristas, a frequência deve ser de 10 ciclos de 15x2 (15 compressões por 2 ventilações). Após 2 minutos, reavalie. Nos pacientes adultos, esta frequência não é alterada, ou seja, tanto com 1 ou 2 Socorristas, a frequência será sempre 30x2 (30 compressões por 2 ventilações). Os 2 Socorristas devem inverter suas posições ao término dos cinco ciclos. Protocolos de atendimento Os protocolos são sequências pré-estabelecidas a fim de garantir eficácia plena no atendimento realizado. Serão apresentados protocolos de ventilações de resgate, OVACE consciente e inconsciente, RCP, RCP para leigo. Todos os protocolos estão em forma e lista de checagem. Check list: RCP adulto Procedimento 1. Coloque o paciente em posição supina em superfície rígida 2. Abra VA 3. Se não respira, realize duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e faça mais duas ventilações Se o ar passa Se o ar não passa 4. Verifique pulso 4. inicie imediatamente RCP. Se não há pulso Se há pulso 5. mensure o ponto torácico e sele o Ambu 5. realize as ventilações de resgate até o retorno da respiração ou PCR 6. Faça 30 compressões torácicas 7. Realize duas ventilações com o Ambu Caso em 2 socorristas, um comprime e o outro ventila. 8. Realize o procedimento 7 e 8 mais quatro vezes (5 ciclos no total) 9. A cada cinco ciclos realizar VOS e verificar pulso. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 43 Brigadista Particular Check list: RCP criança ou lactente Procedimento 1. Coloque o paciente em posição supina em superfície rígida 2. Abra VA 3. Se não respira, realize duas ventilações. Se o ar não passa reposicione a cabeça e faça mais duas ventilações Se o ar passa Se o ar não passa 4. Verifique pulso 4. Inicie RCP imediatamente. Se não há pulso Se há pulso 5. mensure o ponto torácico e sele o Ambu 5. realize as ventilações de resgate até o retorno da respiração ou PCR 6. Se em 2 socorristas realize 15 compressões por duas ventilações. Se 1 socorrista realiza 30 compressões por 2 ventilações. 7. Se em 2 socorristas realize o procedimento 7 e 8 mais nove vezes (10 ciclos no total) e se em 1 socorrista realize mais quatro vezes (5 ciclos no total). 8. a cada fim de 10 ou 5 ciclos realizar voz e verificar pulso, se não retorna. Obs.: RCP em lactente com 1 ou 2 socorristas: 30 x 2 - 5 ciclos Check list: RCP leigo 1. Confirme inconsciência 2. Verifique pulso 3. Se não houver pulso, acione o SEM. 4. Se possuir EPI, coloque-os. 4. mensure o ponto torácico e inicie as compressões sem interrupções, rápidas e profundas, num ritmo de 100 compressões por minuto. 5. Faça RCP até a chegada do SEM ou a exaustão do socorrista. Considerações finais O estudante deve ter em mente que a mudança de paciente implica muitas vezes na mudança da técnica, mesmo que o procedimento seja o mesmo. Exemplos: ✔ Ao verificar pulso, o socorrista deve verificar o carotídeo em adultos e crianças e braquial nos lactentes. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 44 Brigadista Particular ✔ Ao aplicar RCP, deve mensurar igualmente em adultos e crianças através doprocesso xifoide e em lactentes mensurar pela linha dos mamilos. Além de ter o cuidado de colocar duas mão em adultos, uma em crianças e dois dedos em lactentes. Quando o socorrista está de folga e se depara com uma emergência, deve lembrar-se de acionar o socorro antes de iniciar qualquer procedimento, se houver mais pessoas perto, ele pode solicitar a alguém enquanto inicia os procedimentos. Se você inicia os procedimentos sem acionar o SEM, quem vai socorrer vocês? As técnicas de suporte básico da vida são complexas, pois envolvem mudanças de prioridades a cada momento. A única maneira de realizá-las com eficiência é conhecendo-as, e para conhecê-las o aluno deve TREINAR, TREINAR e TREINAR. Além de sempre acompanhar as mudanças. Bases tecnológicas Mensuração ponto de compressão e aplicação - adulto e criança Tapagens, compressões e aplicações. - lactente Mensuração ponto compressão RCP - adulto e criança - lactente Posição socorrista RCP - adulto - criança - lactente Posição de recuperação - adulto e criança Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 45 Brigadista Particular Avaliação da lição a) Qual a primeira atitude que se deve tomar ao se deparar com uma pessoa inconsciente? E as outras duas seguidas? R: Abrir vias aéreas, realizar e verificar Pulso. b) Explique a corrente da sobrevivência, e diga qual o objetivo de sua criação. R: É uma sequência de passos a serem seguidos em caso de Parada Cardíaca, onde se forem seguidos rapidamente aumentam a chance de sobrevida do paciente. Seu objetivo é justamente aumentar a chance de sobrevivência das pessoas que foram acometidas por parada cardiorrespiratória. c) Quais são os motivos pelos quais as técnicas podem sofrer variações. R: Pela idade dos pacientes, por serem obesos ou apresentarem gestação. d) Qual as técnicas de abertura de VA específicas para casos clínicos e traumáticos? R: Em casos clínicos aplicamos a técnica da Hiperextensão da cervical, já para casos traumáticos utilizamos a manobra de tração mandibular. e) Descreva as diferenças da varredura digital nos adultos, crianças e lactentes. R: A varredura digital em adultos e crianças é feita com o dedo indicador ou médio dependendo da necessidade e do tamanho da VA. f) Onde é o local que mais comumente se verifica o pulso em adultos e crianças em suspeita de PCR? E em lactentes? R: A verificação de pulso em adultos e crianças com suspeita de PCR é no ponto carotídeo, já no lactente é na região braquial. g) Defina OVACE e cite suas possíveis causas. R: OVACE é obstrução das vias aéreas por corpos estranhos, pode ser causado pela epiglote, secreções, ou pequenos objetos que impedem a passagem do ar, como por exemplo, os alimentos. h) Quais as duas técnicas apresentadas para o tratamento de OVACE. R: Manobra de Heimlich para adultos e crianças e tapagens e compressões torácicas para lactentes. i) Defina PCR e cite suas possíveis causas. R: PCR é parada cardiorrespiratória é ocasionada por doenças cardíacas, traumas, choques elétricos, etc. j) Qual a técnica em nível de suporte básico apresentada parta o tratamento de PCR. R: A técnica para tratamento de PCR em nível de suporte básico é a RCP, que consiste em aplicar compressões torácicas e insuflações no paciente. k) Descreva a mensuração do ponto de compressão para adultos, crianças e lactentes. R: Adulto e Crianças: contornando as costelas, ache o processo xifoide, com a outra mão meça dois dedos acima e, logo acima coloque a região hipotenar da outra mão. Esse ponto deverá estar em cima do osso esterno do paciente. Lactentes: trace uma linha imaginária entre os mamilos, faça a compressão no centro do peito um dedo abaixo dessa linha imaginária. l) Como deve ser a aplicação das compressões em cada um dos pacientes? R: As compressões torácicas devem ser rápidas e profundas: Adulto - Deslocamento de 4 a 5 cm e frequência de aproximadamente 100 por minuto. Criança - Deslocamento de 2,5 a 4 cm e frequência de no mínimo 100 por minuto. Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e frequência de no mínimo 100 por minuto. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 46 Brigadista Particular Módulo I - Unidade Didática 7 Hemorragias e Estado de Choque Objetivos: Ao final desta lição, os participantes serão capazes de: 1) Descrever o funcionamento do sistema circulatório, bem como sua importância e nomenclatura básica. 2) Demonstrar os métodos para o controle de hemorragias. 3) Descrever o procedimento a ser aplicado para hemorragia interna. 4) Definir estado de choque. 5) Descrever os mecanismos fisiopatológicos do choque. 6) Diferenciar os principais tipos de choque. 7) Identificar os principais sinais e sintomas. 8) Executar corretamente o tratamento pré-hospitalar no estado de choque. Hemorragias e estado de choque Sistema Circulatório É um sistema fechado, composto pelo sangue, coração e por uma rede de tubos denominados artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias. As principais funções do sistema circulatório são: ✔ fornecer oxigênio, substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos; ✔ transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e ureia até os órgãos responsáveis por sua eliminação; e ✔ termo regulação do organismo. Sangue O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida), glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas. O sangue é composto por: ✔ Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os produtos de degradação para os órgãos excretores. ✔ Glóbulos vermelhos: Fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio. ✔ Glóbulos brancos: Atuam na defesa do organismo contra as infecções. ✔ Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sanguíneos, necessários para estancar o sangramento. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 47 Brigadista Particular Coração É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que funciona como uma bomba contrátil e propulsora do sangue. As camadas musculares do coração são formadas por três camadas: - miocárdio: camada média determina a sístole e a diástole cardíaca; - endocárdio: camada de revestimento interno; - epicárdio: camada de revestimento externo. Para o coração realizar sua função de bombeamento de sangue, efetua movimentos de contração e relaxamento da musculatura das suas cavidades: ✔ Sístole: período de contração dos ventrículos, para expulsar o sangue proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e aorta; ✔ Diástole: período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de contração dos átrios, permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os ventrículos. Vasos sanguíneos São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída por artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as arteríolas, vênulas e capilares. Hemorragia Hemorragias ou sangramentos significam a mesma coisa, ou seja, sangue que escapa de vasos sanguíneos. A hemorragia poderá ser interna ou externa. Hemorragia interna A hemorragia interna não é visível, por isso geralmente é grave. O socorrista deve estar atento aos sintomas, pois é de difícil avaliação. Como na hemorragia interna não se consegue realizar hemostasia, o socorrista deve tomar outros cuidados com o paciente, como posição de transporte confortável e oxigeno terapia, tudo isso para prevenir o choque hipovolêmico. Sinais e sintomas de hemorragias internas ✔ Agitação; ✔ Palidez; ✔ Sudorese intensa; ✔ Pele fria e pegajosa; ✔ Taquicardia; ✔ Hipotensão; ✔ Sede; ✔ Fraqueza; Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina Pg. 48 Brigadista Particular ✔ Saída de sangue ou
Compartilhar