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Câimbras Musculares: Causas e Tipos

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UNIVERSIDADE POSITIVO
FERNANDA SOARES DE LIMA
SYBELE FERRETI LUNARDON
TAINARA LINS 
TALITA MELESCHCO
CÂIMBRAS
CURITIBA 2019
DEFINIÇÃO 
São contrações musculares involuntárias intensas, surgidas pela ativação uma enorme quantidade de unidades motoras com uma alta frequência de disparos, tem origem periférica e surgem a partir de descargas dos neurônios motores e não dos músculos em si (SCHIMITT et al, 2016).
CONCEITO 
Câimbra é uma contração involuntária e dolorosa ocasionada na musculatura, ocorrem normalmente por carência de água, sódio, potássio, oxigênio, glicose e até mesmo cálcio. O cálcio contribui na membrana muscular, caso ele esteja em carência o efeito será o aparecimento da câimbra. O modo de contração muscular impossibilita que a fibra muscular seja descontraída após a contração. No momento que a contração ocorre, a musculatura encontra-se túrgida, ocasionando uma forte dor na região. Esse desenvolvimento designa-se "tetania" e possui causas não identificadas. A alimentação rica em potássio, é uma maneira para evitar câimbras. Quando ocorre a contração muscular, desencadeando a câimbra, a solução é realizar um alongamento no músculo que mantê-lo por alguns segundos, geralmente uns 30 segundos, tempo necessário para o desaparecimento da câimbra. Deve-se realizar um movimento inverso a contração, alongando o segmento corporal do local da câimbra (VIEIRA, 2014).
 
CAUSAS
As causas possíveis de câimbra muscular incluir: medicamentos, distúrbios metabólicos, distúrbios hidroelectrolíticos, problemas neurológicos, deficiência de vitaminas, exercícios, doenças vasculares, café e apneia do sono (RABBITT et al. 2016).
FISIOPATOLOGIA
Estímulos elétricos disparados pelos nervos geram a contração muscular; porém estes estímulos são dependentes de uma carga elétrica. Os minerais que possuem estas cargas e estão em forma de íon, são: cálcio, magnésio, potássio e sódio. Esses minerais são responsáveis pela propagação do impulso nervoso e da correta resposta de contração muscular. Com o excesso de transpiração, ocorrem uma perda grande destes minerais, principalmente do sódio. Com esse declínio de íons gera um desequilíbrio elétrico e o nervo fica hiperexcitado, ou seja, o nervo envia impulsos elétricos constantes e desordenados para os músculos, ocasionando uma contração contínua (ZAIDAN, 2012.) 
Acredita-se que o encurtamento muscular pode contribuir para a manifestação da câimbra, pois a maioria delas ocorrem na musculatura mais encurtada, e associada à fadiga muscular, exacerbar a sua ocorrência. Isto pode ser justificado pela diminuição do suprimento de oxigênio nos músculos, causada pela diminuição da circulação sanguínea no local (ZAIDAN, 2012). 
 De acordo com Levin (2009) câimbras focais indicam câimbras idiopáticas benignas nas pernas, câimbras associadas a exercícios musculares, alterações musculoesqueléticas, causas do sistema nervoso periférico ou uma doença degenerativa precoce que pode ser assimétrica, como doença do neurônio motor. Hiporreflexia focal sugere neuropatia periférica, plexopatia ou radiculopatia. Indivíduos que apresentam câimbras difusas principalmente as que são trêmulas, hiperreflexia indicam causa sistêmica (hipocalcemia ionizada; podendo ser também alcoolismo, doença do neurônio motor ou uso de drogas. Hiporreflexia generalizada pode sugerir hipotiroidismo ou alcoolismo pode ser também um resultado normal, especialmente nos idosos.
A teoria mais admitida do surgimento da câimbra é consequência de uma sucessão de elementos combinados, que modificam a dinâmica do controle da contração de relaxamento muscular. O resultado da maior parte dos estudos científicos e do ponto de vista da maioria dos especialistas é que a câimbra é resultado de diversos fatores, porém é mais constante decorrente da desidratação, associada a fadiga muscular e a perda de eletrólitos (ZAIDAN, 2012).
TIPOS DE CÂIMBRA
Câimbra noturna:
Cãibras noturnas ou repentinas nas pernas são desordens musculoesqueléticas caracterizadas por contrações súbitas, involuntárias e dolorosas dos músculos, geralmente envolvendo os músculos da panturrilha ou os pequenos músculos do pé (RABBITT et al. 2016).
São uma causa frequente de distúrbios do sono entre a população em geral, especialmente entre os idosos. Os episódios dolorosos podem retardar o início do sono e despertar o paciente do sono, bem como atrasar o retorno subsequente ao sono (MONDERER et al. 2010).
Câimbra associada ao exercício:
A cãibra muscular associada ao exercício é uma das condições mais comuns que ocorrem durante ou imediatamente após o exercício (evento esportivo). Existem duas teorias sobre a origem, a mais antiga é a teoria de “desidratação” e “depleção de eletrólitos” (equilíbrio sal-água), e o mais recente é a teoria do “controle neuromuscular alterado” (origem neurológica) (SCHWELLNUS, 2009).
Jahic e Begic concluem em seu estudo que a sobrecarga muscular e a fadiga afetam o equilíbrio entre o impulso excitatório dos fusos musculares e o impulso inibitório do OTG. Isso resulta em uma cãibra muscular localizada. Como a desidratação e a depleção eletrolítica são anormalidades sistêmicas, não está claro como essas alterações resultam em sintomas locais, como cãibras dos grupos musculares em atividade. A “tríade” de causas pode estar por trás da etiologia da câimbra associada ao exercício, embora o “controle neuromuscular alterado” teoria da “desidratação” é o modelo descritivo mais convincente que explica a origem. Exercícios corretivos, alongamento com suplementos dietéticos e massagem terapêutica podem ser uma forma de prevenção da ocorrência da câimbra por exercícios (JAHIC; BEGIC, 2018).
Câimbra na gestação:
Cãibras musculares são um dos sintomas mais comuns da gravidez, especialmente durante o terceiro trimestre que são muitas vezes unidirecionais. As cãibras nas pernas acontecem principalmente duas vezes por semana ou menos frequentemente, geralmente à noite, duram alguns segundos a alguns minutos, e geralmente desaparecem por si mesmas (HENSLEY, 2009).
Cãibras nas pernas ocorrem em cerca de 50% das gestantes e desaparecem após o parto. O mecanismo de cãibras ainda não é conhecido e provavelmente é idiopático, mas pode ser devido a alterações fisiológicas no desempenho neuromuscular, ganho de peso, frouxidão articular nos estágios finais da gravidez, suprimento de sangue prejudicado para os órgãos inferiores do corpo e aumento da pressão nos músculos das pernas durante a gravidez (SOHRABVAND; KARIMI, 2009). Pressão nos vasos sanguíneos e nos nervos resultantes do aumento do útero, desequilíbrios entre a ingestão e a produção de eletrólitos e vitaminas e ingestão insuficiente de minerais podem ser outras razões para cólicas. Assim, poderia aumentar a filtração glomerular e as maiores necessidades do feto para receber minerais da mãe (o que reduz os níveis séricos de cálcio e magnésio) (HENSLEY, 2009).
Quando nos exercitamos e a produção de calor corporal é maior que a da perda corremos o risco de doença causada pelo calor, espasmo doloroso de músculos importantes sendo exercitados, chamado câimbra de calor. Sabe-se pouco sobre a câimbra de calor, Mas provavelmente não resultam apenas de perdas de líquidos mas também do desequilíbrio entre sódio e potássio quando o nível de fluidos corporais diminui (HILLMAN, 2002).
Câimbra do escritor ou escrivão:
A cãibra do escritor é um tipo de distonia focal da mão que aparece quando os indivíduos estão escrevendo (WAISSMAN et al. 2010). É mostrada por contrações musculares involuntárias no braço ou mão durante a escrita. Compressão, destruição de papel, dor e dificuldade em segurar uma caneta podem ocorrer. A distonia da mão focal pode surgir como resultado da plasticidade aberrante do uso excessivo e repetitivo. A melhoria pode ser possível com treinamento motor adequado (ZEUNER et al. 2005).
Caimbra de calor:
 Espasmos dolorosos agudos da musculatura voluntário após trabalho físico intensoem ambiente quente, acontece quando a pessoa não está acostumada com a temperatura (PHTLS, 2007). Provavelmente não resultam apenas de perdas de líquidos, mas também do desequilíbrio entre sódio e potássio quando o nível de fluidos corporais diminui (HILLMAN, 2002).
EXAME MÉDICO
Diagnóstico: 1-Sensação dolorosa na perna ou no pé associada à dureza ou rigidez muscular súbita e involuntária, indicando forte contração muscular.
2-As contrações musculares dolorosas ocorrem durante o tempo na cama, embora possam surgir de qualquer estado de vigília ou sono. 
3-A dor é aliviada pelo alongamento forçado dos músculos afetados, liberando a contração (RABBITT et al. 2016).
EXAMES LABORATORIAIS:
Testes são feitos de acordo com os resultados clínicos anormais. Nenhum teste é feito rotineiramente, são realizados exames de glicose no sangue, testes de função renal e níveis de eletrólitos, incluindo cálcio e magnésio, níveis de cálcio ionizados e BRAs (para confirmar se o paciente te alcalose respiratória) são medidos se o paciente tem tetania. Eletromiografia é feito se os músculos contraídos são fracos, já RM no cérebro e coluna vertebral é feita se a fraqueza muscular é difusa (LEVIN, 2019).
TRATAMENTO MÉDICO:
	O tratamento será mais eficaz se for diagnosticado a causa da cãibra, pois será possível tratar diretamente a causa e não o sintoma, que no caso seria a câimbra. O que podemos identificar é que ainda não tem um tratamento preciso para cãibras, a não ser para o alívio temporário da dor, que seria o alongamento, massagem e compressas de gelo. Há quem prescreve fórmulas para reduzir as cãibras, porém tais medicamentos acarretaram reações adversas como, vômito, zumbido no ouvido e problemas de visão (LEVIN, 2019).
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO:
	O tratamento da câimbra se baseia na causa de base e na abordagem sintomática, alongamento 3 vezes ao dia na região afetada, outra opção é dormir com um calçado (foot splints) que irá promover um alongamento passivo tanto da musculatura do pé quanto da panturrilha e, assim, contribuirá na melhora de câimbras noturna na panturrilha. Treinos de fortalecimento da musculatura também são sugeridos, especialmente em idosos, e para prevenir câimbras durante a gestação (PELUSO et al. 2018).
REFERÊNCIAS
SCHIMITT, J. et al. Câimbra: uma análise com base nos conceitos de fisiologia e biofísica, n.03, v.15, 2016. ISNN ;1981-4313. 
VIEIRA, Alexandre Arante Ubilla. Manual da saúde [recurso eletrônico]: 150 pessoas e respostas sobre exercício e vida saudável. São Paulo: Summus, 2014. 
ZAIDAN, Evelise. Cãibras musculares: O mistério continua. Revista Contra Relógio. ed. 224, 2012.
MONDER RS, Wu WP, Thorpy MJ. Cãibras nas pernas noturnas. Curr Neurol Neurociência Rep. 2010; 10 (1): 53–9.
RABBITT, Louise; MULKERRIN, Eamon C; O'Keeffe, Shaun T. Uma revisão de cãibras nas pernas noturnas em idosos, Idade e Envelhecimento, Vol 45, Edição 6, 2 de novembro de 2016, páginas 776-782.
LEVIN, Michael C. Cãibras Musculares.MD, College of Medicine, University of Saskatchewan. 2019
HILLMAN, Susan Kay. Avaliação, Prevenção e Tratamento Imediato das Lesões Esportivas, 1ª Edição Brasileira, Editora Manole Ltda, 2002.
HENSLEY J. G. Cãibras nas pernas e síndrome das pernas inquietas durante a gravidez. J Midwifery Womens Health. 2009; 54: 211-8.
PHTLS, Prehospital Trauma Life Support. 4 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2007.
SOHRABVAND F, KARIMI M. Freqüência e fatores predisponentes de cãibras as pernas na gravidez: Um ensaio clínico prospectivo. Teerã Univ Med J. 2009; 67: 661-4
JAHIC, D; BEGIC E. Exercise-Associated Muscle Cramp-Doubts About the Cause. Mater Sociomed. 2018;30(1):67–69.
SCHWELLNUS, MP. Cause of exercise associated muscle cramps (EAMC)-altered neuromuscular control, dehydration or electrolyte depletion? Br J Sports Med. 2009; 43:401–8.
WAISSMAN, Flavia Quadros Boisson; PEREIRA, João Santos; NASCIMENTO, Osvaldo José Moreira. Uma nova proposta terapêutica para cãibra de escritor: relato de caso. São Paulo Med. J., São Paulo, v. 128, n. 2, p. 96-98, 2010.
ZEUNER, K. E; SHILL, H. A; SOHN, Y.H; MOLLOY, F.M; THORNTON, B.C; Dambrosia JM; Hallett M. Motor training as treatment in focal hand dystonia. Mov Disord. 2005;20(3):335-41. 
PELUSO, H. G. C; BATISTA, L. L; MAFIA, L. R; SOARES, R. L. S; REIS, C. F; MAGALHAES, L.V.B. Câimbras Musculares: Uma Abordagem Prática em três Passos, V.23, n.2, pp.180-185 (Jun - Ago 2018)

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