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Beatriz Carvalho Pontes Bioquímica clínica, NP2 Artigo 1: Reflexões sobre o Diabetes Tipo 1 e sua Relação com o Emocional Sintomatologia da doença: muita sede (polidipsia), excesso de urina (poliúria), muita fome (polifagia), e emagrecimento. Outros sintomas são: sonolência, dores generalizadas, formigamentos e dormências, cansaço doloroso nas pernas, câimbras, nervosismo, indisposição para o trabalho, desânimo, turvação da visão, cansaço físico e mental. Se não houver um bom controle da doença podem surgir complicações como problemas de visão (retinopatia), problemas nos rins (nefropatia) e problemas neurológicos (neuropatia). Pode-se notar distúrbios como: cefaléia, inquietude, irritabilidade, palidez, sudorese, taquicardia, confusões mentais, desmaios, convulsões e até o coma. O diabetes mellitus é uma doença crônica, caracterizada pela elevação da glicose (açúcar) no sangue acima da taxa normal (hiperglicemia). A taxa normal é de aproximadamente 60 a 110 mg%. Ele é causado por fatores genéticos (herdados) e ambientais, isto é: a pessoa quando nasce já traz consigo a possibilidade de ficar diabética. Quando, aliado a isso, se traz fatores como obesidade, infecções bacterianas e viróticas, traumas emocionais, gravidez etc., a doença pode surgir mais cedo. o diabetes pode ser causado também por: cirurgias, estresse, alimentação rica em carboidratos concentrados como balas, doces, açúcar, menopausa e certos medicamentos. “Entre os diferentes quadros clínicos dos distúrbios do sistema endócrino, o diabetes mellitus na criança tem sido considerado com freqüência, como distúrbio psicossomático”. Fatores secundários que elevam a glicose são: pancreatite, disfunção tireóidea, falha renal ou doenças hepáticas. Exames bioquímicos: BULA Glicose – Carboidrado predominantemente no sangue periférico, é a principal fonte de energia, armazenada como glicogênio no fígado ou como ácidos graxos no tecido adiposo. A glicose é oxidada pela enzima glicose oxidase, se transformando em ácido glucônico e peróxido de hidrogênio, este oxida e produz quinonimina, que dá cor à reação. Faz-se o exame por meio do soro ou plasma do indivíduo. BULA Triglicérides – Lipoproteína lípase promove hidrólise do triglicérides, que libera glicerol, ao final das conversões, também é liberado quinoneimina, dando cor à reação. Pede-se jejum de 12 à 14 horas. Artigo 2: Doenças hepáticas autoimunes em crianças e adolescentes Sintomatologia: Manifestação de sintomas gerais e inespecíficos como prostração, letargia, anorexia, emagrecimento, mialgia, rash cutâneo, amenorreia e aumento do volume abdominal, com hepatoesplenomegalia, com hepatite aguda, com febre, icterícia, coúria, hipocolia fecal, náuseas e vômitos; hepatite fulminante; hemorragia digestiva e ascite. As doenças hepáticas autoimunes correspondem a um espectro de doenças imunomediadas, cujos alvos da agressão são hepatócitos e ductos biliares. Entre essas doenças, destacam-se a hepatite autoimune (HAI) e a colangite esclerosante primária (CEP) e a sobreposição das duas, conhecida como colangite autoimune. Beatriz Carvalho Pontes A HAI é caracterizada pela elevação de aminotransferases, por autoanticorpos não específicos, níveis elevados de imunoglobulina G e histologia hepática com sinais de inflamação, na ausência de outras causas. A CEP é uma doença colestática crônica, de etiologia não definida, caracterizada por inflamação progressiva, fibrose e estenose dos ductos biliares intra e extra- hepáticos. Exames bioquímicos: Na HAI, os exames laboratoriais demonstram aumento significativo de alanina aminotransferase (ALT) e aspartato amino- transferase (AST) com níveis podendo superar 1.000 U/L. As concentrações séricas de bilirrubinas, principalmente da fração direta, GGT e FA, também podem estar alteradas, porém são menos marcantes. Em casos em que há aumento acentuado ou persistente destes, outras doenças devem ser levadas em consi- deração, como obstrução biliar extra-hepática, CEP, colangite autoimune. O alvo da indução é normalizar os níveis de AST/ALT, gamaglobulina e IgG. BULA (ALT) – Determinação quantitativa de ALT (enzima localizada no citoplasma e mitocôndria, encontrada no fígado e em concentrações moderadas nos rins, coração e músculos esqueléticos). Lesões hepáticas haverá uma maior liberação da enzima na corrente sanguínea. Interferências laboratoriais podem ser causadas por atividade física anteriormente ao exame, uso de esteróides, etc. Faz-se o exame por meio de soro ou plasma. BULA (AST) – Determinação quantitativa de AST (enzima localizada no citoplasma e mitocôndria, encontrada no coração, fígado, músculos esqueléticos, e em menor concentração nos rins e pâncreas). Lesões tissulares ou patologias afetando o parênquima hepático fará com que tenha maior liberação na corrente sanguínea. Na hepatite viral/virótica os níveis de AST encontram-se 10x mais elevados. Faz-se o exame por meio de soro ou plasma. BULA Gama GT – Determinação quantitativa de Gama GT (enzima altamente encontrada nos rins, pâncreas, fígado e próstata), sensível indicador de lesões hepáticas e doenças obstrutivas hepatobiliares. Tem mais especificidade que AST para avaliar doenças hepáticas por não se elevar em doenças ósseas. Faz-se o exame por meio de soro ou plasma. BULA Fosfatase Alcalina (FA) – Determinação de FA na utilização de doenças hepatobiliares e ósseas . Níveis altos em casos de doenças obstrutivas nas vias biliares, metástases hepáticas, entre outros, porém em doenças hepatocelulares (hepatite aguda viral) há apenas um ligeiro aumento desta enzima. Faz-se o exame por meio de soro ou plasma. Artigo 3: Hepatites virais: abordagem clínica com ênfase nos vírus A e E O curso clínico das hepatites virais se expressa de modos bastante díspares, quer como infecção aguda assintomática, quer como doença fulminante e fatal. As formas agudas, limitadas, por definição, aos primeiros seis meses da infecção, podem ser caracterizadas por quatro fases: Período de incubação; Fase prodrômica (conjunto de sinais e sintomas inespecíficos que precede o aparecimento da icterícia); Fase ictérica (emergência de colúria/urina marrom e de hipocolia fecal/fezes claras, alterações rapidamente seguidas por icterícia de intensidade Beatriz Carvalho Pontes variável); Fase de convalescença (há o sumiço da icterícia, urina marrom e fezes claras). Exames bioquímicos: Aspartato transaminase (AST) e alanina transaminase (ALT) elevam-se no período prodrômico, frequentemente com níveis de 10 vezes acima do limite superior da normalidade, atingindo o nível máximo no início da fase ictérica. Estes níveis decrescem e normalizam-se em seis meses nos casos que evoluem sem cronificação. Os níveis das aminotransferases oscilam na hepatite crônica. Em geral, nas hepatites virais, os níveis de ALT são superiores aos de AST. fosfatase alcalina, com discreta elevação, e a gamaglutamil transferase (Gama GT) elevada, mas, em geral, com menor intensidade que a observada nas aminotransferases. BULA Bilirrubina – Determinação de Bilirrubina direta aumentada indicam doenças hepatocelulares e da árvore biliar. A elevação de seus níveis ocorre durante a fase ictérica, atingindo níveis máximos, extremamente variáveis, geralmente nas formas colestáticas, com leve predomínio da fração direta sobre a indireta. Faz-se o exame por meio de soro ou plasma. Artigo 4: Hipercolesterolemia Familiar: a Importância do Diagnóstico e Tratamento Precoces A Hipercolesterolemia Familiar (HF) é uma doença hereditária autossômicadominante, sendo uma doença genética do metabolismo das lipoproteínas, principalmente por defeito do gene LDLR que codifica o receptor de LDL. O diagnóstico é estabelecido por critérios clínicos e laboratoriais devendo sempre ser hipótese diagnóstica em pacientes com níveis de colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDLc) superiores a 190mg/dL. Sinais: Xantomas tendinosos e arco corneano, história clínica e familiar de hipercolesterolemia e/ou doença arterial coronariana precoce. A forma homozigótica tende a apresentar acometimento cardiovascular já na infância. Exames bioquímicos: A coleta de sangue deverá ser realizada após jejum de 12 horas para análise das concentrações de triglicérides, como também para o colesterol LDL, HDL e colesterol total. BULA Colesterol total – Valores elevados de colesterol, principalmente ao colesterol ligado as lipoproteínas de baixa densidade, são um dos mais importantes fatores de risco para desenvolvimento de doenças arteriais coronarianas. Faz-se o exame por meio de soro. BULA Colesterol HDL – Indicador de precipitação seletiva das lipoproteínas de baixa e muito baixa densidade (LDL e VLDL), já que o colesterol HDL tem um efeito protetor contra doenças arteriais coronarianas, está estabelecido que os níveis de HDL refletem em LDL. BULA Triglicérides – Níveis elevados de TG são também indicadores para doenças arteriais coronarianas, devido ao fato de algumas lipoproteínas ricas em TG sejam aterogênicas. Faz-se o exame por meio de soro e plasma. Artigo 5: Hipertrigliceridemia: há um papel para a aferese profilática? Relato de um caso A hipertrigliceridemia (HTG) resulta da elevação das lipoproteínas responsáveis pelo transporte de triglicérides (TG). Além de doença cardiovascular, a HTG grave (TG > 885 mg/dL) Beatriz Carvalho Pontes está consistentemente associada a um risco aumentado de desenvolver pancreatite aguda, hepatoesplenomegalia, xantomas eruptivos e lipemia retinalis. Os exames laboratoriais revelaram níveis séricos em jejum de TG 3260 mg/dL, colesterol total de 640 mg/DL, lipoproteína de alta densidade (HDL) de 26 mg/dl. O tratamento deve ser realizado até que os níveis de TG sejam reduzidos a < 500 mg/Dl. Com relação ao risco de pancreatite aguda associada, foi considerado necessário reduzir o nível de TG com certa urgência. Exames bioquímicos: A coleta de sangue deverá ser realizada após jejum de 12 horas para análise das concentrações de triglicérides, como também para o colesterol LDL, HDL e colesterol total. BULA Colesterol total – Valores elevados de colesterol, principalmente ao colesterol ligado as lipoproteínas de baixa densidade, são um dos mais importantes fatores de risco para desenvolvimento de doenças arteriais coronarianas. Faz-se o exame por meio de soro. BULA Colesterol HDL – Indicador de precipitação seletiva das lipoproteínas de baixa e muito baixa densidade (LDL e VLDL), já que o colesterol HDL tem um efeito protetor contra doenças arteriais coronarianas, está estabelecido que os níveis de HDL refletem em LDL. BULA Triglicérides – Níveis elevados de TG são também indicadores para doenças arteriais coronarianas, devido ao fato de algumas lipoproteínas ricas em TG sejam aterogênicas. Faz-se o exame por meio de soro e plasma. : A diferença entre Hipercolerostemia e Hipertriglicemia se dá ao foco de cada exame: Hipercolesterolemia isolada (aumento do colesterol total- CT e ou LDL- colesterol LDL-C) Hipertrigliceridemia isolada (aumento dos triglicérides-TG). Artigo 6: INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO MIOCÁRDIO - SÍNDROME SÍNDROME CORONARIANA CORONARIANA AGUDA COM SUPRADESNÍVEL SUPRADESNÍVEL DO SEGMENT SEGMENTO ST. O termo infarto do miocárdio significa basicamente a morte de cardiomiócitos cau- sada por isquemia prolongada. Em geral, essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. Dentro de um espectro de possibilidades relacionadas com o tempo de evolução, o miocárdio sofre progressiva agressão repre- sentada pelas áreas de isquemia, lesão e necrose sucessivamente. Na primeira, pre- dominam distúrbios eletrolíticos, na segunda, alterações morfológicas reversíveis e na últi- ma, danos definitivos. Da mesma forma, essas etapas se correlacionam com a diversidade de apresentações clínicas que variam da angina instável e infarto sem supra até o infarto com supradesnível7 do segmento ST. Exames bioquímicos: BULA (AST) – Primeira enzima para diagnóstico de IAM, pois está presente nas fibras musculares esqueléticas. BULA CK-NAC: CKMB está em 1% no músculo esquelético e 45% no músculo esquelético cardíado, em caso de IAM deve-se proceder coleta seriada de CKMB, mas ela não é necessária para a indi- cação de reperfusão imediata, já que inicia sua elevação após algumas horas do início dos sintomas. O melhor marcador é o CKMM, por estar 99% no esqueleto e 55% no Beatriz Carvalho Pontes músculo esquelético cardíaco, porém não é o mais recomendado por sua ampla participação em outros tecidos. Ambos são liberados quando há lesão cardíaca. Artigo 7: Fatores preditivos da insuficiência renal e algoritmo de controle e tratamento A IRA é definida como a perda abrupta da filtração glomerular dos rins com consequente alteração no equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico no organismo(4-5). Esse desequilíbrio, por sua vez, leva ao acúmulo de substâncias no sangue como a ureia e a creatinina. Um dos indícios de que os rins estão começando a apresentar falhas na filtração glomerular é a oligúria (volume de diurese <400mL em 24h). São classificados como grupo de risco para o desenvolvimento da IR, sendo formados pelos diabéticos, hipertensos, portadores de doenças cardiovasculares, história familiar de insuficiência renal, portadores de outras doenças renais e os indivíduos de raça negra. Exames bioquímicos: Ácido úrico e Creatinina são os melhores marcadores renais por estarem constantemente sendo produzidos, logo, precisam ser excretados constantemente. Indicam também a reabsorção renal, e avaliam todo o processo de filtração tubular. BULA Ácido úrico – A elevação de urato plasmático é indicador para insuficiência renal, obstrução renal, gota, dislipidemia, aterosclerose, diabetes mellitus, gestação etc. Fig.1 – Eletrocardiograma, análise do segmento ST em situação de IAM. Beatriz Carvalho Pontes BULA Creatinina – Tem relativa independência de fatores de dieta, hidratação e metabolismo protéico. Faz-se o exame por meio de soro ou plasma, urina e líquidos (amnióticos e sinovial). Artigo 8: FATORES PREDITIVOS DE GRAVIDADE DA PANCREATITE AGUDA: QUAIS E QUANDO UTILIZAR? A pancreatite aguda tem como principais causas a doença biliar litiásica e a ingestão abusiva de álcool, é doença desencadeada pela ativação anômala de enzimas pancreáticas e liberação de uma série de mediadores inflamatórios. Tem como melhor marcador bioquímico o PCR. Sintomatologia: Cerca de 75% dos casos de pancreatite aguda são considerados brandos, embora possam causar dor abdominal intensa, náuseas, vômitos, fraqueza e icterícia. Em cerca de 25% dos casos, desenvolvem-se complicações, como morte de tecidos (necrose), infecção, dificuldade respiratória, hipotensão arterial, choque e insuficiência renal ou hepática. Exames bioquímicos: BULA Amilase – Determinação da atividade da Amilase por dar-se origem do pâncreas e da saliva, está presente normalmente no sangue e na urina em pequenas quantidades. Eleva-se rapidamente no plasma após o início dos sintomas de pancreatite aguda. BULA Lipase – Enzima produzida exclusivamentepelo pâncreas, na presença de pancreatite é liberada em altas concentrações no sangue, persistindo por um período superior ao da amilase. Na pancreatite chega à alcançar até 10x o seu resultado de referência. Também pode ser indicativo de insuficiência renal por ter excreção nos rins. BULA Bilirrubina – Determinação de Bilirrubina direta aumentada indicam doenças hepatocelulares e da árvore biliar. BULA Glicose – Em fatores segundários, a pancreatite também pode elevar o nível de glicose.
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