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Tetraciclinas: Histórico, Características e Indicações

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Histórico 
	Foi em 1945 que Benjamin Duggar desenvolveu a clortetraciclina, o primeiro membro das tetraciclinas, sendo um produto natural da fermentação da bactéria do solo Streptomyces aureofaciens. Este marco despertou o interesse por pesquisadores, a fim de descobrir novas tetraciclinas com igual poder de ação. Entre o período de 1950 e 1970 vários antimicrobianos naturais e semissintéticos pertencentes a esta classe foram sintetizados, sendo denominados tetraciclinas de primeira geração. Nos anos seguintes surgiram os derivados de segunda geração, como a minociclina, em 1972. Mas, após esta descoberta, somente em 1993 que se deu a síntese das glicilciclinas, cujo membro é a tigeciclina, produto semissintético derivado das tetraciclinas, com ação contra várias bactérias resistentes a esses fármacos.
Características
Em relação à estrutura química, possuem um núcleo tetracíclico, ou seja, composto por quatro anéis aromáticos, necessários para a ação farmacológica. Apresentam amplo espectro de ação, atuando contra vários tipos de micro-organismos. Possuem baixa toxicidade além de custo acessível, podendo ser administrada por via oral. Tais características tornaram seu uso de forma indiscriminada, principalmente das pertencentes às tetraciclinas de primeira geração, fazendo com que várias bactérias apresentassem resistência a esses fármacos.
São amplamente utilizados na clínica médica, assim como na medicina veterinária.
	
Mecanismo de ação
A tetraciclina se liga a um sítio na subunidade 30S do ribossomo, consequentemente impedindo a síntese proteica nos micro-organismos sensíveis ao fármaco. Possuem ação bacteriostática, por impedir o crescimento de determinadas bactérias, dificultando a proliferação e deixando ao sistema imune a responsabilidade de eliminar o resto dos micro-organismos.
Indicação
Possuem indicação para diversas infecções, além de outras patologias, tais como:
Helicobacter pylori; uretrite não gonocócica; brucelose; periodontites; cervicite por Chlamydia trachomatis; cólera; riquetsioses; pneumonia; acne; rosácea.
Indicados também na profilaxia da malária e meningite meningocócica.
Estudos vêm sendo realizados para incentivar o emprego das tetraciclinas em outras patologias. Por suas propriedades não antibióticas, podem ter seu uso em doenças como artrite reumatoide e câncer, tendo a doxiclina como a representante neste caso.
Propriedades farmacológicas
Pode sofrer interação com alimentos, principalmente com leite e derivados (por conterem cálcio), além de outros cátions divalentes como o magnésio e ferro, e trivalente como o alumínio. Atuam formando complexos insolúveis com essa substância, dito quelatos, interferindo na absorção da tetraciclina principalmente.
O tempo de meia vida pode variar entre 6 a 11 horas
Efeitos adversos
Incluem reações alérgicas, fotossensibilidade, pigmentação da pele e unhas e hepatotoxicidade. Não são indicados para gestantes e crianças com menos de 8 anos de idade, devido sua afinidade pelo cálcio, podendo danificar ossos, dentes e unhas em formação.

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