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INTRODUÇÃO À ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Disciplina: Assistência Farmacêutica Profa. Dra. Liliana Batista Vieira HISTÓRICO DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA Período pré-guerra (início do sec XX): boticário (fase tradicional) Período pós-guerra: Indústria farmacêutica (fase de transição) 1960: Farmácia Clínica 1980: foi introduzida a discussão sobre implantação da Assistência Farmacêutica no país 1990: Atenção Farmacêutica (fase do cuidado) Assistência Farmacêutica no Brasil Histórico AF no Brasil, como política pública, teve início em 1971, com a instituição da CEME. Missão: fornecimento de medicamentos à população sem condições econômicas para adquiri-los. Papel de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos e reguladora de mercado. Caracterizava-se por manter uma política centralizada de aquisição e distribuição de medicamentos. Assistência Farmacêutica no Brasil Histórico Década de 1990: CEME apresentou problemas de gerenciamento → desarticulação da AF no país e irregularidades no abastecimento de medicamentos. Sucateamento dos laboratórios oficiais Não incentivou a pesquisa Não regulamentava Não ateve atualização do RENAME Os critérios de distribuição dos medicamentos não seguiam parâmetros técnicos → utilização inadequada e na perda de parcela significativa dos medicamentos. 1997: Desativação da CEME. Assistência Farmacêutica no Brasil Histórico • A implantação legal do SUS teve sua base jurídico-institucional na Constituição Federal de 1988 e nas leis subsequentes. • A competência para cuidar da saúde deixa de ser hegemônica da União, iniciando grandes mudanças estruturais, particularmente no processo de descentralização. • 1988, C.F.Art. 196 - “A SAÚDE É DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” Conferiu ao Estado o papel de assegurar a saúde de forma universal, integral e equânime, incluindo a assistência farmacêutica. • Princípios éticos/doutrinários: - integralidade: direito de atenção integral à saúde de acordo com as necessidades; - universalidade: garantia de atenção à saúde a todo e qualquer cidadão; - equidade: o SUS busca diminuir a desigualdade, dando mais para quem precisa mais. Judicialização SUS •Princípios organizacionais/operativos: - DESCENTRALIZAÇÃO Implica na redistribuição do poder de decisão e da responsabilidade de execução dos serviços, redefinindo a participação de cada esfera de governo em termos de compromissos e formas de relacionamento entre si e com a população. SUS • Princípios organizacionais/operativos do SUS: - REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO Estabelecem uma estrutura de serviços Organizada de acordo com níveis de complexidade da assistência (primária, secundária e terciária) e abrangência em termos populacionais, buscando racionalização do acesso às tecnologias disponíveis, segundo critérios de referência geográfica e populacional SUS •Princípios organizacionais/operativos do SUS: - CONTROLE SOCIAL: Implica na participação da sociedade organizada, como usuária ou prestadora de serviços profissionais para o sistema, no direcionamento das decisões e no controle dos serviços prestados SUS Assistência Farmacêutica no Brasil Histórico Lei 8.080 - Artigo 6º: determina como campo de atuação do SUS, a “formulação da política de medicamentos (...)” e cabe ao SUS a “execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.” Assistência Farmacêutica no Brasil Histórico Fatores motivadores da formulação da PNM: Extinção da CEME Desarticulação da AF e a desorganização dos serviços. Problemas de acesso - exclusão de grande parcela da população. Problemas na qualidade dos medicamentos/ ocorrência de muitos casos de falsificação Uso irracional de medicamentos Aumentos de preços dos medicamentos Assistência Farmacêutica no Brasil Histórico 1998: publicação da Política Nacional de Medicamentos por meio da Portaria GM/MS 3.916: estabeleceu as diretrizes, prioridades e responsabilidades dos gestores federal, estaduais e municipais para a AF. Principais finalidades: - Garantir segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos - Promoção do uso racional dos medicamentos - Acesso da população aos medicamentos essenciais 2004. Política Nacional de Assistência Farmacêutica - Aprovada por meio da Resolução CNS no 338, de 6 de maio de 2004 Instrumento norteador de todas as ações no campo da política de medicamentos no país. “a Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e o seu uso racional. Esse conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população.” (Resolução RDC n. 338, de 06 de maio de 2004.) ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: CONCEITOS Ciclo da Assistência Farmacêutica SELEÇÃO PROGRAMAÇÃO AQUISIÇÃO ARMAZENAMENTO DISTRIBUIÇÃO UTILIZAÇÃO (PRESCRIÇÃO, DISPENSAÇÃO E USO) Gestão Planejamento e Organização Financiamento Informações Recursos Humanos Monitoramento e Avaliação Osorio-de-Castro et al, 2014 Falta de integração entre as atividades técnicas e o cuidado ao paciente??? Priorização das atividades técnicas??? Cuidado Farmacêutico O cuidado farmacêutico constitui a ação integrada do farmacêutico com a equipe de saúde, centrada no usuário, para promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de agravos. Visa à educação em saúde e à promoção do uso racional de medicamentos prescritos e não prescritos, de terapias alternativas e complementares, por meio dos serviços da clínica farmacêutica e das atividades técnico- pedagógicas voltadas ao indivíduo, à família, à comunidade e à equipe de saúde. EVOLUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DOS GASTOS COM MEDICAMENTOS NO MINISTÉRIO DA SAÚDE 1.912.384.000 3.057.114.800 3.379.442.000 4.312.150.000 5.176.042.706 5.866.196.247 6.765.461.458 6.988.749.452 8.348.673.808 9.745.998.725 11.882.483.524 12.553.395.618 14.058.000.000 0 2.000.000.000 4.000.000.000 6.000.000.000 8.000.000.000 10.000.000.000 12.000.000.000 14.000.000.000 16.000.000.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: Fundo Nacional de Saúde – FNS e CGPLAN/SCTIE/MS Atualizado: 23/01/2015 Falta de informações sobre a Assistência Farmacêutica praticada no SUS; Estrutura inadequada dos serviços farmacêuticos; Desarticulação dos serviços farmacêuticos com os demais serviços de saúde; Ações focadas no medicamento e não no usuário; Recursos humanos pouco qualificados para o cuidado; Baixa integração da equipe de saúde nas atividades de promoção do uso racional de medicamentos; Ausência de serviços clínico-assistenciais (serviços negligenciados) destinados à orientação para o uso racional de medicamentos. FRAGILIDADES Cuidado em Saúde Taxas de Não Adesão ao Tratamento Medicamentoso 61 60 86 53 58 50 57 77 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 % HipertensãoDoença gastrointestinal crônica Diabetes Transtorno afetivo bipolar Asma Correr CJ,Otuki MF, Soler O., 2011. Cuidado farmacêutico Cuidado farmacêutico está inserido no contexto da Assistência Farmacêutica Incentivado pelo Ministério da Saúde através de projetos-piloto em vários municípios do Brasil. Curitiba foi o primeiro município a participar do projeto. Farmacêutico foi incluído recentemente no SIGTAP – Procedimentos farmacêuticos resultando em repasse para o município. Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=CWZ_Mqcr4Ac https://www.youtube.com/watch?v=KQA3KED3WRQ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACURCIO, F. A. Medicamentos - Políticas, Assistência Farmacêutica, Farmacoepidemiologia e Farmacoeconomia. Coopmed Editora Médica, 2013. 317p. CORRER, C. J.; OTUKI, M. F. A Prática Farmacêutica na Farmácia Comunitária. Porto Alegre: Artmed, 2013. 454p. MARIN, N.; LUIZA VL; OSORIO-DE-CASTRO CGS; MACHADO-DOS-SANTOS S. Assistência Farmacêutica para Gerentes Municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003. 336p. Disponível em: http://www.paho.org/BRA/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=95 8&Itemid=423&limitstart=20 BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Ministério da Saúde. Resolução RDC n. 338, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica e estabelece seus princípios gerais e eixos estratégicos. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 20 de maio de 2004. Disponível em: http://portal.saude.gov.br. Acesso em: 01/02/11. Não é apenas com idealismo que iremos fazer a diferenca para a sociedade, precisamos de coragem, atitude e vontade de mudar… Obrigada! lilianabvieira@yahoo.com.br liliana.vieira@unifal-mg.edu.br
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