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Precisamos falar sobre kevin - resenha

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FILME: PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN
1 – INFORMAÇÕES TÉCNICAS:
Precisamos falar sobre Kevin - We Need to Talk About Kevin 
ANO DE LANÇAMENTO: 2011
País: Inglaterra, EUA
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
DURAÇÃO: 112 min
DIREÇÃO: Lynne Ramsay
gênero: drama
Prêmios
Em 2012, Tilda Swinton foi indicada (Globo de Ouro) para melhor atriz de drama pelo filme;
Também em 2012, o filme recebeu a indicação para melhor filme britânico, melhor diretor (Lynne Hamsey) e melhor atriz (Tilda Swinton), todos pela BAFTA;
 Em 2011 foi indicado e ganhou no FESTIVAL DE CANNES a Menção Especial ao Mérito Técnico-Em 2011, foi indicado para melhor filme pelo FESTIVAL DE LONDRES e ganhou.
Em 2011, Tilda Swinton venceu o prêmio de melhor atriz nos Prêmios do Cinema Europeu.
2 – ELENCO:
Tilda Swinton como Eva Katchadourian
Ezra Miller como Kevin Katchadourian
John C. Reilly como Franklin Plaskett
Ashley Gerasimovich como Celia Katchadourian
Siobhan Fallon Hogan como Wanda
Alex Manette como Colin
Jasper Newell como Kevin (6-8 anos)
Rocky Duer como Kevin (criança)
3 – SINOPSE DO FILME:
Este filme nos conta a história de um casal apaixonado e bem sucedido profissionalmente que tem as suas vidas transformadas a partir da gravidez do Kevin. Tudo muda a partir de então e essa gravidez tem influência diferente no casal. Enquanto Franklin está animado, Eva não se sente feliz e p reparada para ser mãe. No decorrer do filme, acompanhamos o desenvolvimento da criança até a sua adolescência e vemos como se dá a relação dos pais com o Kevin, a relação com o meio social, os diversos comportamentos em diferentes situações, e o desenvolvimento desses adultos a gora exercendo o papel de pais. 
O filme aborda uma gravidez que não é desejada, alterando toda a rotina e os planos da mãe. Percebemos as dificuldades que Eva tem no relacionamento com o filho e o quanto isso interfere na vida de ambos. Por fim, Kevin é preso após cometer uma tragédia e sua mãe precisa lidar com toda essa situação e os sentimentos que a cercam.
Eva já é uma mulher adulta, com uma carreira profissional sólida e feliz no que faz. Apaixonada por Franklin, ela vive os melhores dias d e sua vida imersa nesse amor. Pressionada pela sociedade e vivência com amigos, ela passa a se sentir imposta a ser mãe, até mesmo para satisfazer e completar a felicidade do cônjuge. Existe uma construção social onde se a credita que toda mulher deseja naturalmente ter filhos e que a mulher tem seu valor na sua condição maternal, como se fosse o papel mais importante de suas vidas. Mas existem mulheres como Eva que não possuem a menor vontade para serem mães, principalmente se está tendo uma vida profissional e financeira bem sucedida e isso não pode ser considerado anormal. A maternidade é muito mais que uma conexão biológica, ela cria uma longa relação de dependência e rompe com a rotina trazendo grandes mudanças na vida de uma mulher. 
Para então satisfazer o cônjuge, uma decisão que foi tomada impulsivamente, Eva engravida do Kevin. Percebemos nas cenas o quanto ela rejeita essa gravidez e não desenvolve afeto e relação de amor com o bebê no seu ventre, o que pode influenciar no seu desenvolvimento psicossocial. 
Eva não está preparada para ser mãe naquele momento, sendo este um evento que rompe com sua carreira profissional, suas viagens, seu relacionamento e sua liberdade. Suas ações transmite a ideia de que ela se torna refém dessa criança. 
Essas modificações físicas, endócrinas, psicológicas e sociais começam a reestruturar a gestante frente às novas experiências, o que também irá interferir na ligação afetiva entre ela e a criança já no ventre a partir do processo de comunicação materno-fetal. O que é um sonho para o Franklin, para Eva se torna um pesadelo e nada que envolva essa experiência a deixa feliz e animada. 
Percebemos que Kevin ao nascer já é uma criança que desenvolve um comportamento diferente do que se espera, e sua relação com a mãe pode ser resposta de algum e vento genético e adquirido ainda na gestação. Eva tenta a todo o momento construir uma relação materna com o filho que não é verdadeira e é percebido por ele. Durante todo o seu crescimento, Kevin percebe que é tratado de forma diferente e esse comportamento da mãe vem influenciando na construção da sua personalidade, revelando um caráter antissocial com características de egocentrismo, arrogância, baixa tolerância à frustração e a carência de consciência ou remorso relacionado à infração cometida. A privação de afeto maternal pode ter desencadeado essa conduta psicopática, geradora de infração. 
Kevin apresenta características de psicopatia e percebemos o quanto ele manipula a relação com os que estão a sua volta, inclusive o pai e a irmã, fingindo uma relação de amor, utilizando-os como objeto para a própria gratificação. Devido as manipulações e mudanças de comportamento, só Eva consegue perceber quem Kevin se tornou, até que ele resolve matar o pai, a irmã e os amigos da escola. 
Recai então uma culpa sobre Eva e ela através do seu comportamento nos transmite uma ideia de aceitação de que a sociedade esteja contra ela, reconhecendo que não tenha conseguido ser uma mãe. Ainda assim, Kevin é a única pessoa que ela tem e mesmo com toda a tragédia, não deixa de se tornar o seu filho. Ela precisa conviver com tudo isso que está acontecendo, sem entregar os pontos.
4 – COMENTÁRIO DO GRUPO ACERCA DE FATOS OCORRIDOS NO ENREDO ELABORANDO UMA REFLEXÃO A RESPEITO DA SAÚDE MENTAL DAS PERSONAGENS.
O relacionamento de mãe e filho foi desde o princípio muito complicado, devido a uma gravidez indesejada na qual Eva não se sentia mãe. Kevin tinha um bom relacionamento com o pai, mas com sua irmã este não era amigável, pois sentia que a mãe a tratava de forma diferente, fato que o enciumava. A narrativa chega até́ a adolescência quando ele revela suas questões mais desafiadoras em atitudes violentas como o massacre na escola, e, sobretudo ao final, executar o pai e a irmã. No início do filme é apresentada a cena do nascimento de Kevin. Sua mãe tem dificuldades em olhá-lo, demonstrando rejeição. Há uma cena em que o bebê chora muito e Eva segura – o no alto tentando acalma - lo, no entanto, não obtém sucesso. Neste momento, percebe-se que a mãe não fala com o filho e demonstra extremo cansaço. Com isso, não consegue atender as necessidades diárias de Kevin. Isso é mostrado novamente quando ela está passeando com o menino em um carrinho de bebê e ele chora muito. Eva estaciona o carrinho com o bebê próximo a uma britadeira em funcionamento, demonstrando alivio por não ouvir o choro do seu filho, que foi substituído pelo intenso barulho da máquina. A criança continua chorosa, enquanto ela apenas escuta a britadeira demonstrando dificuldade em lidar com aquela situação em acalmar o bebê.
O menino demonstra - se ao longo do filme como um frio manipulador, chantagista, não acatando nenhuma ordem da mãe e não estabelecendo relação de respeito para com a mesma. Ele a desafia durante toda narrativa. Com o passar do tempo, Eva tenta recuperar o tempo perdido, ser mãe, educar, ensinar e cumprir todo papel imposto pela sociedade, porém ela não o faz de forma confortável, natural e com amor, ficando explícito em todos seus atos, olhares e expressões durante toda trama. O pai Franklin se mantém alheio em todo enredo, fazendo “vista grossa” nas atitudes de Kevin, enquadrando - o como um menino normal. O comportamento mais amoroso e manipulador do garoto com o pai, talvez o fizesse não querer enxergar a verdadeira personalidade de Kevin. Franklin sempre tentou amenizar as conversas quando Eva indagava - o sobre Kevin ser diferente e ter atitudes maldosas, o que faz todo sentido ao nome do filme. A relação entre pais e filhos deveria ser à base do diálogo, afeto e amor, mas em momento algum do drama houve esta conexão. Kevin, com o passar dos anos desenvolveu um síndrome de personalidade psicótica, que culminou em um massacreminimamente planejado em sua escola e na execução a sangue frio do pai e da irmã, deixando a salvo apenas sua mãe, para que ela pudesse presenciar e vivenciar todo sofrimento sozinha. Após todo o enredo embasado em desavenças de mãe e filho, ao final do drama, Eva culpou - se por não ter conseguido ser uma verdadeira mãe e sofreu todas as consequências do ato do garoto, não abandonando – o, mesmo depois das atrocidades cometidas por ele. Encerra – se com uma demonstração de um perfil de arrependimento por sua condução durante toda criação de Kevin.
Desta maneira, fica explícito que a saúde mental dos personagens é extremamente perturbada. Eva pelo sentimento constante de culpa e síndrome do estresse pós-traumático, evidenciado pela presença de constantes flashbacks. A respeito de Kevin é possível levantar a hipótese de transtorno de personalidade antissocial demonstrado por falta de empatia, incapacidade de expressão afetiva e remorso, descaso pela segurança de si e de outros, tendência a falsidade, irritabilidade e agressividade, causado por uma infância complicada. 
REFERÊNCIAS
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM – 5. 5ªed- Porto Alegre, 2014. 
https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/precisamos-falar-sobre-o-kevin-critica

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