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Apostila de Teoria da Contabilidade

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
Teoria e História da 
Contabilidade 
APOSTILA DE 
TEORIA E HISTÓRIA 
CONTABILIDADE 
Objetivos: 
 
Proporcionar uma visão da evolução histórica do pensamento contábil, reconhecendo 
sua importância social no aspecto do controle e da informação patrimonial das 
aziendas, de forma a promover o domínio da prática de seus postulados, princípios e 
convenções na formação de suas Normas e Pronunciamentos 
PLANO DE ENSINO: Ciências Contábeis 
DISCIPLINA: Teoria e História da Contabilidade 
CRÉDITOS: 3 
CARGA HORÁRIA: 60 
 
EMENTA: A História e Evolução da Contabilidade; Escolas e Correntes de Pensamento 
Contábil; Postulados, Princípios e Convenções; Princípios da Contabilidade regulamento 
pelo CFC; Qualidade e Característica da Informação Contábil; Relatórios Contábeis; 
Normas Brasileiras de Contabilidade e os Pronunciamentos do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis. 
 
Conteúdo programático: 
 
1 História e Evolução do Pensamento Contábil 
1.1 Gênese da contabilidade e evolução do pensamento contábil 
1.2 Aspectos empírico e científico da contabilidade 
1.3 Campo, Objeto de estudo, Finalidades e Usuários da contabilidade 
1.4 Metodologia, processos contábeis e aplicação da contabilidade 
 
2 Escolas e Correntes de Pensamento Contábil 
2.1 As principais Correntes de Pensamento: Contismo, Materialismo, Personalismo, 
Controlismo, Aziendalismo e Patrimonialismo. 
2.2 Teoria das Contas: Personalista, Materialista e Patrimonialista 
2.3 Escolas Européia e Americana 
2.4 Escola Brasileira no contexto mundial 
 
3 Postulados, Princípios e Convenções 
3.1 Postulados: Entidade e Continuidade 
3.2 Evolução histórica com base nas resoluções do Conselho Federal de Contabilidade 
3.3 Aplicação prática dos Princípios e Convenções 
 
4 Normas Brasileiras de Contabilidade e os Pronunciamentos do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis 
4.1 Apresentação da formação do CPC e das Normas Brasileiras de Contabilidade 
4.2 Estudo com aplicação prática do CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro 
4.3 Bases teóricas de mensuração de Ativos, Passivos, Receitas e Despesas 
 
SUMÁRIO 
 
 
História e Evolução do Pensamento Contábil 
 
Escolas e Correntes de Pensamento Contábil 
 
Postulados, Princípios e Convenções 
 
Normas Brasileiras de Contabilidade e os Pronunciamentos do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis 
 
1. História e Evolução do Pensamento Contábil 
 
Contabilidade: Arte, Técnica ou Ciência ? 
 
 
Estudiosos argumentam que a contabilidade é uma arte composta 
principalmente por quatro técnicas: escrituração, demonstração, análise e 
auditoria. Contudo, somos de entendimento que a contabilidade preenche 
requisitos suficientes para ser reconhecida como Ciência, dentre eles, 
expomos: 
1. Milenar - reconhecidamente existe há 8.000 anos. Surgiu a partir do 
momento em que o homem, ainda que empírico, reconheceu a necessidade do 
controle do que lhe é escasso e útil; 
2. Universal - a contabilidade é praticada em todo o mundo, podendo 
variar de acordo com sua cultura ou Escolas de Pensamento, como por 
exemplo as Escolas Européia e Anglo-Saxônica, ou com a importância 
atribuída a seus serviços prestados. 
3. Evoluída através dos tempos - não só as formas de memorização 
dos fatos evoluíram (ossos, argila crua, argila cozida, mármore, madeira, 
papiro, papel, informática) como também o objeto de estudo, principalmente a 
partir de 1840 na fase científica da contabilidade. Para melhor demonstrar essa 
evolução, abaixo estão listados as principais correntes de pensamento 
científico e seus objetos de estudo: 
a) Materialismo Substancial, com o estudo da riqueza impessoal 
como substância essencial; 
b) Personalismo, atribuiu personalidade às contas para justificar as 
relações de direitos e obrigações; 
c) Controlismo, apresentou como objeto o controle da riqueza 
impessoal da azienda; 
d) Aziendalismo, caracterizou como objeto a economia aziendal 
formada pela Administração, Organização e Contabilidade; 
e) Patrimonialismo, definiu ser o patrimônio o objeto de estudo. 
 
4. Verdades Experimentadas - são as diversas teses enunciadas que 
sofrem argumentações para que sejam aceitas ou negadas. 
5. Objeto de Estudo próprio - atualmente, o Patrimônio, como sendo 
tudo o que satisfaz a necessidade aziendal. 
6. Finalidade própria - prestar informações contábeis oportunas para 
tomada de decisão não somente pela mensuração do aspecto quantitativo do 
patrimônio, como também de seu aspecto qualitativo. 
7. Interligação com outras Ciências - não se restringe apenas a 
matemática e estatística, mas também com a administração, economia, direito, 
sociologia, entre outras. 
8. Utilidade - é incontestável a utilidade contábil para fins gerenciais, 
fiscais e sociais. 
 
Diante dessas razões, observa-se que a Contabilidade apresenta 
diversos requisitos fundamentais para seu enquadramento como Ciência, entre 
os quais destacamos que a Contabilidade como Ciência evolui em seu objeto 
de estudo, o que não acontece com a arte ou a técnica. 
A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e 
avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de 
natureza econômica, financeira e de produtividade, com relação à entidade 
objeto de contabilização. 
A Contabilidade tem por fim fornecer informações, a diversos tipos de 
usuários, que subsidiem a tomada de decisão. Para o cliente interno, deve 
suprir as informações que auxiliem o planejamento e o controle. Para o cliente 
externo, deve informar a situação econômica e financeira da empresa. 
É a ciência que tem por funções: Registrar, controlar e analisar os atos 
e fatos administrativos de uma atividade econômica (empresa). 
 
Registro 
Linguagem contábil de nível elevado, identificando-se com profissionais da 
área contábil. 
Registros contábeis em livros próprios. 
Ex: Diário, Razão, Caixa etc. 
 
Controle 
Exerce praticamente os controles dos registros contábeis, principalmente dos 
bens patrimoniais. 
Análise 
Executa análise a qualquer tempo dos registros e dos controles patrimoniais. 
Ex: Compra de bens de venda. 
 
 Registro contábil no livro Diário. 
 Estoques 
a Caixa / Fornecedores 
 Controle 
Controle da existência física do estoque, cujo custeio se confrontará com o 
registro contábil. 
 Análise 
a) Divergência dos inventários 
b) Estoque mínimo 
c) Tempo de permanência, etc. 
 
O sistema contábil, enquanto responsável pela geração de informação 
acerca do patrimônio da entidade e útil à tomada de decisão, através de 
mecanismos próprios, pode fornecer diversos relatórios, alguns padronizados e 
outros que devem ser moldados mediante as necessidades específicas dos 
usuários. 
Como exemplo de relatórios padronizados, podemos citar: 
 Balanço Patrimonial – evidencia a situação patrimonial da entidade em 
determinado momento, ou seja, apresenta a estrutura patrimonial como 
se fosse uma fotografia dos bens, direitos e obrigações de uma entidade 
em determinada data; 
 Demonstração do Resultado do Exercício – evidencia a riqueza gerada 
pela entidade, em determinado período, pertencente a seus sócios, isto 
é, o lucro líquido ou resultado contábil (receitas – despesas = lucro ou 
prejuízo); 
 Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido – evidencia as 
alterações do Patrimônio Líquido de uma entidade, ocorridas em 
determinado período. Dentre essas alterações, as mais comuns são: os 
aumentos de capital, apuração e destinação dos lucros; 
 Demonstração do Fluxo de Caixa – evidencia astransformações no 
caixa (caixa + banco + aplicações financeiras de imediata realização) de 
uma entidade, ocorridas em determinado período; 
 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – evidencia as 
transformações no capital circulante líquido (ativo circulante – passivo 
circulante) de uma entidade, ocorridas em determinado período; 
Demonstração do Valor Adicionado (Agregado) – evidencia a riqueza cgerada 
pela entidade, em determinado período, pertencente à sociedade e como ela é 
distribuída entre os empregados, o governo, terceiros e os sócios (portanto, 
valor adicionado = receita – insumos adquiridos de terceiros); 
 Balanço Social – evidencia as atividades realizadas pela entidade, em 
prol da sociedade e do meio ambiente, durante determinado período. 
 
Atendendo a ementa do curso, estudaremos neste módulo, somente, o 
Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e veremos, de 
forma breve, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e a 
Demonstração do Fluxo de Caixa. 
 
Campo de Aplicação 
Azienda - Entidade econômico-administrativa, assim chamadas 
aquelas que, para atingirem seu objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam 
bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, ou ainda, toda 
Pessoa Física ou Jurídica que tem um Patrimônio e sobre ele detém o poder 
decisório. 
Caráter: 
a) Econômico - Objetiva o lucro. Exemplo: Empresas comerciais. 
b) Social - Prestam serviços à coletividade, sem objetivar lucro. 
 
Tipos: 
a) Públicas - Organizadas e mantidas pelo governo. 
b) Particulares - organizadas e mantidas por particulares. 
c) Mistas - envolvem os dois grupos. 
 
Objeto de Estudos 
Patrimônio - é o meio que leva o homem a satisfação de suas 
necessidades primárias e até supérfluas. 
Para muitos autores, Patrimônio é um conjunto constituído de Bens, 
Direitos e Obrigações. Todavia, devemos entender que o Patrimônio 
representa tudo aquilo que vem de encontro a satisfação da Empresa ou de 
quem a contabilidade está sendo aplicada. 
 
Finalidade 
Fornecer aos usuários, independente de sua natureza, um conjunto 
básico de informações que, presumivelmente, deveriam atender igualmente 
bem a todos os tipos de usuários, ou ainda, construir um arquivo básico de 
informação contábil, que possa ser utilizado, de forma flexível, por vários tipos 
de usuários, cada qual com seu objetivo. 
 
Usuários 
 Internos - são os que utilizam a contabilidade com a finalidade de 
controle e planejamento. Este usuário é preferencial. Exemplos: 
Administradores, Gerentes, Diretores, etc. 
 Externos - são aqueles que estão fora da empresa. Eles não têm 
acesso aos documentos que deram origem à informação contábil. 
Exemplos: Bancos, Fornecedores, Clientes, Investidores, Governo, 
etc. 
 
PRINCIPAIS METAS DE CADA TIPO DE USUÁRIO 
 
USUÁRIO TIPO DE INFORMAÇÃO MAIS IMPORTANTE 
Acionista minoritário Fluxo regular de dividendos. 
Acionista majoritário fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro 
por ação. 
Acionista preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixos. 
Emprestadores em geral geração de fluxo de caixa futuros suficientes para 
receber de volta o capital mais os juros, com 
segurança. 
Entidades governamentais valor adicionado, produtividade, lucro tributável. 
Empregados em geral, como 
assalariados 
fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons 
aumentos ou manutenção de salários, com 
segurança; liquidez. 
Média e alta administração retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio 
líquido; situação de liquidez e endividamentos 
confortáveis. 
 
 
“UM LEITOR BEM INFORMADO É CAPAZ DE SELECIONAR A 
INFORMAÇÃO DE QUE ELE PRECISA E FAZER UMA ESCOLHA E 
DECISÃO ADEQUADAS”. 
 
 
 
 
 
 
2. Escolas de Pensamento da Ciência Contábil: 
 uma síntese de estudo1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Antes de apresentarmos as correntes de pensamento, devemos 
entender o porquê de seu surgimento em relação aos acontecimentos no 
campo científico da própria humanidade. 
O amadurecimento da humanidade a partir do Século XVII com René 
Descartes, criador do método especial para o Pensamento Científico e o 
Positivismo no Século XIX de Auguste Comte, que se baseia na observação e 
teorização da realidade, fundamentou não somente a Contabilidade como 
também várias outras ciências, alicerçando o conhecimento específico, distinto 
do empírico. 
Várias foram as escolas de pensamento contábil, porém nem todas 
trouxeram avanços na essência do estudo da Ciência Contábil, alterando, 
apenas, a forma de apresentação das correntes ora desenvolvidas. Tem-se 
neste trabalho o objetivo de descrever as escolas de pensamento contábil que 
surgiram na busca de uma visão científica (apesar de algumas não terem 
conseguido avançar mais do que a sua própria natureza empírica, contudo 
deram suporte para outras com aprimoramento cultural suficiente para o campo 
científico). Serão descritas as seguintes escolas: Pseudopersonalismo, 
Contismo, Materialismo Substancial, Personalismo, Controlismo, Aziendalismo, 
Reditualismo, Patrimonialismo, Universalismo e Neopatrimonialismo. 
Os valores intelectuais da humanidade, sempre de forma evolutiva, 
ensejaram, no início do século XIX, o aparecimento da Contabilidade como 
ciência, culminando tal surgimento no reconhecimento de tal classificação pela 
Academia de Ciência da França.1 
A França esteve presente no início do reconhecimento científico da 
Contabilidade. Em 1834, com J. P. Coffy, a posição da Contabilidade como 
ciência era enobrecida. Coffy enriquecera a teoria materialista, objetivando as 
relações do patrimônio e enfatizando o comportamento da riqueza e não o da 
posse. 
 
1 Artigo Publicado na Revista CADE – FMJ , Ano I, nr 2, Jan/jun 2000, p. 9-21 
A consolidação científica se deu poucos anos depois, com Francesco 
Villa, a partir de 1840 no renascimento italiano, sendo Villa o responsável pelo 
grande progresso da Ciência Contábil. 
Villa, autor da obra premiada pelo Imperador da Áustria, La contabilitá, 
distinguiu o fenômeno registrado do simples registro ou informação sobre ele. 
Enfocou a substância da riqueza patrimonial como a base da satisfação das 
necessidades peculiares de cada azienda. 
Surgem, então, grandes pensadores após 1840, dentre eles : 
 Francesco Villa, com a Escola Lombarda; 
 Giuseppe Cerboni, com a Escola Toscana; 
 Fábio Besta, com a Escola Veneziana; 
 Eugen Schmalenbach, com a Escola Alemã; 
 Gino Zappa, com a tradição da Escola Veneziana; 
 Vincenzo Masi, com a corrente do pensamento patrimonialista; 
 D’Áuria, com a corrente do pensamento universalista; e 
 Lopes de Sá, com os estudos do Neopatrimonialismo. 
 
 
2. ESCOLAS DE PENSAMENTO CONTÁBIL 
 
2.1 Pseudopersonalismo 
É a primeira escola doutrinária que surgiu com Frei Luca Paciolo, 
caracterizada pela sua extrema natureza empírica, sem qualquer base racional, 
enunciando o seguinte conceito: Faze de conta que este estabelecimento 
comercial é uma pessoa que se torna devedora de tudo que lhe dás; pelo 
contrário, torna-se credora de tudo o que se lhe tira ou se recebe como se ela a 
mesma fosse um terceiro devedor ou um terceiro credor. 
É uma corrente de ficção que indica as relações jurídicas entre 
pessoas com a presença dos termos Dever e Haver, personificando as contas. 
Embora seja de natureza empírica, apresentou raízes profundas que 
lheproporcionaram a existência até os dias de hoje. Como exemplo citaremos 
alguns tratadistas seguidores dessa escola: 
Lodovico Flori (1636) – Os débitos e também os créditosque se 
escrevem nos livros não pertencem apenas às pessoas; pertencem também às 
coisas supostas; Andrea Zanbelle (1671); J. S. Quiney (1817); José Maria Brost 
(1825); Francisco Castafio Diégues (1863); Ramón Cavanna Sanz (1929); 
Gabriel Faure (1930); Antôno Sacristan y Zavala (1932); Fernando Boter Mauri 
(1959). 
A teoria pseudopersonalista, que se baseia no pressuposto de que 
todas as contas, mesmo aquelas que representam coisas ou bens patrimoniais, 
se devem considerar como contas das pessoas à guarda de quem elas estejam 
confiadas e, numa fase já mais avançada, como contas representativas da 
pessoa do comerciante que se desdobra assim em tantas pessoas quantas 
forem as espécies de bens ou de valores por ele possuídos. 2 
Tal escola não conseguiu padronizar os lançamentos dos fatos nos 
livros, causando assim um aprendizado pela prática sem primar pela teoria tão 
necessária para montar um arcabouço científico. 
Richard Dafforni publicou em Londres, em 1940, sessenta regras 
destinadas a servir de guia aos contabilistas, porém em alguns casos 
deturpava a própria essência dos fatos para subordiná-los a essas normas. 
Os pseudopersonalistas chegaram à conclusão de que tudo que entra 
debita-se e tudo que saí credita-se, sendo uma incoerência quando se trata de 
financiamento de terceiros. 
As contas tinham suas iniciais com letras maiúsculas como se fossem 
nomes de pessoas, tal qual era a personificação das contas. 
O importante era evidenciar a diferença entre as contas que 
representavam pessoas das que representavam coisas, destacando para tal as 
seguintes divisões: 
Manzoni (1540): Contas vivas (de pessoas); Contas mortas (de coisas); 
Barrême e Degranges (1721/1795): Contas gerais (de coisas); Contas 
particulares (de pessoas); De La Porte (1712): Contas do chefe (Capital, 
Perdas e ganhos, Despesas gerais, etc.); Contas de Valores (Caixa, 
Mercadorias, etc.); Contas dos correspondentes (Devedores e Credores 
diversos). 
Uma das fragilidades dessa escola referia-se à personificação do 
responsável pelo valor, que, quando tratado de bens imateriais, não o 
contempla. 
Para Jaime Lopes Amorim, a teoria pseudopersonalista e a 
popularíssima escola que nela se baseou, dada a circunstância de sua 
poderosa influência se ter estendido desde o fim do século XV até aos nossos 
dias, não tinham conseguido dar à “Contabilidade” as necessárias bases 
racionais para que o seu arcabouço, sob o ponto de vista tanto técnico como 
teórico, apresentasse aquele harmonioso conjunto de linhas arquitetônicas que 
só uma perfeita coerência e uma lógica inatacável na concepção e disposição 
do material utilizado poderiam proporcionar. 3 
O progresso do pensamento contábil foi árduo e lento com algumas 
investidas isoladas de tratadistas como James Peele (1553), Abraham De 
Graaf (1638), John Clark (1632), De La Porte ( 1741) e Degranges (1795). 
 
2.2 Contismo 
Apesar de não ser considerada uma corrente científica, foi escola 
precursora da teoria de serem as contas o objeto de estudo da contabilidade e 
influenciou grandes contadores, principalmente os da Itália. A partir de 1818, o 
principal líder do Contismo foi Giuseppe Bornaccini. 
Antes dela, a Teoria das Cinco Contas Gerais de Degranges, em 1795, 
já se preocupa em estudar o instrumento utilizado para compilar os dados do 
comportamento da riqueza aziendal, dividindo inicialmente as contas em: (1) 
Mercadorias Gerais;(2) Caixa; (3) Contas a Receber; (4) Contas a Pagar e (5). 
Lucros e Perdas. Posteriormente acrescentou a sexta conta, denominada 
Diversas Contas. 
Entre outras contribuições, Degranges estabeleceu a norma de que se 
deve Debitar Aquele Que Recebe e Creditar Aquele Que Dá (débiter celui Qui 
reçoit et créditer celui Qui donne).4 
A primeira tentativa do Contismo data de 1803, quando Nicolo 
D’Anastasio publicou o seu livro La scrittura doppia ridotta a scienza; depois 
dele apareceu um grande estudioso, Giuseppe Bornaccini, que deu maior 
seriedade ao assunto no livro Idee teoritiche e pratiche di ragioneria e doppia 
registrazione. Surgem depois dois grandes estudiosos: Angelo Galli (Instituzioni 
di contabilitá, 1837) e Ludovico Giuseppe Cripa (1838) com a sua La scienza 
dei conti. 5 
O Contismo perdeu influência entre os estudiosos da ciência devido à 
falta de suporte de sua enunciação. A conta não é a causa, mas o efeito que 
expressa o fenômeno patrimonial. Logo, uma ciência não se dedica ao estudo 
do efeito, mas da causa como objeto de observação, elaboração, exposição e 
análise. 
O Contismo tentou sobreviver com as novas tendências de observação 
que Fábio Besta elaborou, mas não conseguiu impedir o desenvolvimento do 
Personalismo, que o iria substituir entre os intelectuais de nossa Ciência, além 
da oposição do materialismo substancial de Villa. 
 
2.3 Materialismo Substancial 
A Escola Lombarda, originária da Lombardia, norte da Itália, fortemente 
influenciada, na época, pelo domínio político da Áustria, teve como principal 
líder Francesco Villa com sua obra La contabilitá applicata alle amministrazione 
private e publiche, e posteriormente Fábio Besta, com grande expressão 
científica, tendo como tarefas principais a construção do materialismo e a 
objeção ao personalismo de Rossi e Cerboni. 
A base doutrinária afirmava serem as contas abertas a valores e não a 
relações pessoais, admitindo a escrita contábil como parte mecânica. Entendia 
ser a riqueza aziendal a substância de estudo. 
Villa contribuiu com a evolução científica da Contabilidade por suas 
diversas enunciações, destacando-se delas suas bases de raciocínio sobre os 
meios patrimoniais, a utilidade e os seus limites, a renda, o princípio da 
competência, o valor, os fenômenos contábeis das imaterialidades, Em suma, 
os fundamentos que levam aos conceitos são suficientes para colocar seu 
trabalho no campo da dignidade científica. 6 
A doutrina da substancialidade enuncia que a contabilidade não é uma 
técnica de informação, mas algo que se preocupa em conhecer o substancial 
que se encontra muito além do registro. 
Villa foi competente para delinear todas as relações lógicas que 
envolvem o fenômeno patrimonial, ou seja, as essenciais, dimensionais e 
ambientais, embora o tivesse feito sem os detalhes que só mais tarde 
alcançaríamos. 7 
Francesco Villa ainda colaborou com o conceito do patrimônio como o 
conjunto de bens diferentes, mas identificados pelo mesmo propósito de 
utilização, que chamamos de teoria da agregação. 
Na região italiana de Veneto, teve Villa como principal seguidor o insigne 
e competente escritor Antônio Tonzig, para influenciar toda a Escola de 
Veneza, que defluiria da Escola Lombarda, com rara genialidade, firmando-se 
por diversas gerações e conservando, ainda, até nossos dias, os fundamentos 
lógicos originários.8 
 
2.4 Personalismo 
Esta escola, com profundas raízes jurídicas, de séria reação ao 
Contismo transformou a conta em Pessoa, capaz de direitos e obrigações 
Baseada na responsabilidade pessoal entre os gestores e a substância 
patrimonial, com cunho administrativo-jurídico, cujo maior líder foi Giuseppe 
Cerboni e o maior gênio Giovanni Rossi (com as obras mais destacadas a 
partir de 1873), este tratava a Contabilidade como pessoal, de ficção, e aquele 
dava o caráter científico à corrente, em que colocara responsabilidade na 
propriedade, no proprietário, no administrador e na matéria administrada, teve 
como grande opositora a Escola Materialista de Fábio Besta. 9 
O Personalismo teve sua origem científica com o francês Hypolitte 
Vannier, com sua obra editada em Paris, em 1844, que refutava o Contismo e 
apresentava, comcoloração científica, o Personalismo. Mas foi Francesco 
Marchi quem lançou as bases de um Personalismo científico, abrindo caminho 
para outros pensadores como Cerboni. Não só combateu a corrente de 
Degranges como também apresentou as idéias que viriam posteriormente a 
substituir as do Contismo. 
Marchi estabeleceu, não obstante sua oposição aos contistas, uma 
teoria das contas que distinguia quatro grandes grupos: (1) contas do 
proprietário; (2) contas dos gerentes ou administradores; (3) contas dos 
consignatários; e (4) contas dos correspondentes, que se resumiam em (a) 
contas patronais, (b) contas dos gerentes e (c) contas pessoais ou dos 
correspondentes.10 
Cerboni, que teve grande influência com a Escola Toscana, escreve, em 
1873, a tese com o título Primi saggi di logismigrafia e em 1886 sua mais 
importante obra La ragioneria scientífica e le sue relazione con le discipline 
amministrative e sociali. 
Muitos foram os seguidores do Personalismo, porém os pilares dessa 
brilhante corrente de pensamento foram Marchi, Varnnier, Cerboni e o gênio 
Giovanni Rossi. 
Partiam do raciocínio de que as relações que motivam os direitos e as 
obrigações são importantes objetos de estudo; por essa razão, tem-se como 
conceito mais difundido de patrimônio o conjunto de bens, direitos e 
obrigações. 
Esse pensamento difere do materialismo, pois estuda as relações 
pessoais que agem na substância patrimonial. 
O Personalismo de Cerboni teve os seguintes axiomas: 11 
1º AXIOMA - Toda azienda deve ser administrada, todas 
possuem um ou mais proprietários, e estes não podem conseguir a 
gestão se não entram em contato com agentes e correspondentes. 
Corolários: 
 pode ser proprietário da azienda um só indivíduo ou 
diversos constituídos em sociedade; 
 o principal em uma azienda, se não for o proprietário, 
será sempre um representante seu, conservando este todos os 
poderes que àquele seriam pertinentes; 
 de direito é o proprietário que exercia a autoridade ou 
supremacia sobre a azienda. 
2º AXIOMA – Uma coisa é desfrutar a propriedade, e outra 
é administrar. 
Corolário: quando o proprietário também administra, adquire 
a dupla qualidade de proprietário e administrador. 
3º AXIOMA – Uma coisa é administrar a azienda, e outra é 
custodiar sua substância e por ela responder materialmente. 
Corolário: o administrador, tendo o encargo de dirigir e 
assumir por custódia a substância, será a um só tempo gestor e 
agente consignatário. 
4º AXIOMA – Não se pode criar um devedor sem, 
simultaneamente, criar-se um credor e vice-versa. 
Corolário: toda soma derivada de qualquer operação da 
azienda deve ser registrada em débito e em crédito. 
5º AXIOMA – O proprietário, administrando ou não a 
azienda, é, de fato, credor da substância e devedor das 
passividades pertinentes àquela, ao contrário do que ocorre com os 
agentes e com os correspondentes. 
Corolário: o crédito do proprietário corresponde ao débito 
dos agentes e dos correspondentes, e vice-versa; o administrador 
situa-se como em uma balança de débito e crédito, entre os 
proprietários de uma parte e os agentes e os correspondentes de 
outra; o administrador não pode ser devedor nem credor da 
azienda, senão junto como agente consignatário ou correspondente 
estranho àquela. 
6º AXIOMA – O débito e o crédito do proprietário não variam 
senão em razão de perdas ou lucros, ou ainda por acréscimos ou 
reduções do capital originário. 
Corolário: a permuta de elementos do capital da azienda ou 
a soma de passagens de um agente ou correspondente a um ou 
outro, se estas forem idênticas, não modificam a situação do 
proprietário, nem aquela dos agentes ou correspondentes. 
Outro grande contribuidor do Personalismo foi Giovanni Rossi, que 
denominou de funções particulares de uma função geral as seguintes relações: 
(1) os bens patrimoniais que se encontram à disposição; (2) os fins a que se 
propõe a entidade; (3) as necessidades; (4) as influências ou condições em 
meio à sociedade; (5) as relações com terceiros; (6) os meios e os modos com 
os quais se procedem no curso da vida. 12 
No Brasil, Carlos de Carvalho foi o grande contribuidor para a divulgação 
das idéias personalistas. Ainda hoje encontramos defensores dessa brilhante 
escola não só no Brasil mas também no mundo inteiro. 
2.5 Controlismo 
A Escola Veneziana de Fábio Besta, que seguiu os estudos de Villa, 
promoveu grande reação às idéias personalistas de Cerboni. 
O mestre Fábio Besta, antes de enunciar o Controlismo, já se valia de 
grande influencia com o Neocontismo, que, como corrente que retomava o 
Contismo, dando-lhe vestes novas (de caráter científico e não mais o empírico 
de Bornacinni) e como a primeira reação ao Personalismo, se preocupava mais 
em saber o que significava a conta e qual a sua verdadeira expressão em meio 
dos estudos contábeis do que com a forma de apresentação da mesma conta, 
ou seja, preocupava-se com o conteúdo da conta, reagindo contra os 
postulados de Cerboni. 
À medida que ganhava terreno, Fábio Besta abandonava a tradicional 
Escola do Contismo e estabelecia seus próprios princípios, os da Escola 
Controlista.13 
Fábio Besta pôde propagar suas idéias nos debates do Congresso de 
Contabilidade realizado em 1879, em Roma, onde se encontravam, dentre 
outros, Giuseppe Cerboni e Giovanni Rossi. 
Em 1880, quando da abertura do ano acadêmico 1880-1881, em seu 
memorável discurso, apresentou a ciência contábil como aquela que trazia 
como objeto de estudo o “controle econômico das aziendas”, dividindo este em 
três funções a saber: controle antecedente, controle concomitante e controle 
subseqüente. 
Um dos grandes pontos de divergências entre as escolas de Besta e 
Cerboni era quanto à delimitação do patrimônio aziendal. Como já dito, para 
Cerboni o patrimônio não era apenas os Bens, somando-se a estes os Direitos 
e as Obrigações; para Besta, o patrimônio é o agregado de valores atribuíveis 
aos bens, negando o conjunto de direitos e obrigações como conceito, 
conforme podemos atestar: 
 O direito de possuir uma coisa ou de havê-lo por isto só não 
vale. O legítimo proprietário conserva todos os direitos sobre as 
coisas ainda quando estas lhe são roubadas, mas, se não há 
nenhuma possibilidade de recuperá-las, aquelas coisas nada 
podem valer. 
 Quem tem direito de exigir uma soma, conserva aquele 
direito integral ainda que o devedor seja insolvente, mas se não há 
nenhuma possibilidade de o credor recuperar em todo ou em parte 
o que lhe é devido, aquele direito em nada aumenta a sua riqueza. 
14 
As idéias de Besta, apesar de seus seguidores, dentre eles Vittorio 
Alfieri, Pietro Rigobon, Francesco de Gobbis, Vincenzo Vianelo, Pietro D’Alvise 
e o mais importante de todos, Carlo Ghidiglia, não encontraram grandes 
repercussões na Itália, berço de todas suas argumentações, nem em outros 
países. O maior mérito foi a reação provocada contra o Personalismo 
procurando dar o máximo à riqueza patrimonial como algo concreto, real, 
objeto de indagações próprias, ainda que, por finalidade, a entendesse como 
controle; a localização da Contabilidade no campo material e do valor enfatiza 
a necessidade de abandonar-se o raciocínio jurídico dos personalistas para 
situar-se em uma realidade materialista de maior significação. 
Assim como o Personalismo teve seu grande gênio, Giovanni Rossi, o 
Controlismo teve Carlo Ghidiglia, que admitia a Contabilidade como ciência, 
tendo a seu cargo regular todas as ações que se relacionam com a riqueza e 
com as necessidades humanas, estabelecendo uma hierarquia para o estudo 
dos fenômenos: estudo da riqueza, estudodas funções da riqueza e estudo 
dos agregados da riqueza. 
 
2.6 Reditualismo 
Desenvolveu-se principalmente na Alemanha, tendo como principal líder 
Eugen Schmalenbach e, entre outros seguidores, W. Malhberg, E. Geldmacher, 
M. R. Lehmannn, E. Walb e Frederich Leiter com seu reditualismo específico. 
Era a corrente de pensamento que enunciava ser o resultado (lucro ou 
prejuízo) o objeto de estudo da contabilidade, ou seja, o reconhecimento da 
perda ou do lucro como fonte principal da continuidade da atividade 
empresarial. 
Os reditualistas estudavam a dinâmica da riqueza patrimonial, mas 
desprezavam a estrutura dos elementos patrimoniais. Conseguiram 
desenvolver-se num país socialista, embora a corrente estivesse voltada para o 
capitalismo. 
Schmalenbach visualizava os fenômenos circulatórios da riqueza 
patrimonial em sua dinâmica, dando a essa dinâmica o aspecto temporal não 
coincidente com o ano calendário, mas com o ciclo operacional. 
O julgamento do rédito deve ser uma medida relativa entre o que o 
capital oferece ao empreendedor e o que a azienda oferece à sociedade em 
que se encontra. Os reditualistas tiveram a propriedade de reconhecer o valor 
da consideração dos fluxos em contabilidade, ou seja, do estudo de uma 
dinâmica patrimonial, da relatividade do lucro, da realidade empresarial. 
Eembora admitissem sob a denominação de economia da empresa todos 
esses princípios, em realidade não fizeram senão desenvolver seus principais 
raciocínios sob a ótica patrimonial, contábil, inclusive com um sem número de 
exemplos práticos. 15 
O reditualismo não ganhou força como escola pois diversos 
apreciadores das enunciações de Schmalenbach criticavam seu objeto de 
estudo argumentando que o rédito é o efeito da dinâmica patrimonial e não a 
causa. 
 
2.7 Aziendalismo 
Motivados pela ansiedade de se encontrar o campo e o objeto de 
estudos da Ciência Contábil, os pesquisadores da época evidenciaram o 
surgimento de nova corrente que enunciava existirem os sistemas de ciências 
que cuidavam de fenômenos ocorridos nesse mundo particular, o que inspirou 
o Aziendalismo. 
O Aziendalismo, antes de se desenvolver como grande escola de 
pensamento italiano, teve suas origens com pesquisadores de outras partes do 
mundo: da França, Courcelle-Seneuil; da Rússia, Leo Gomberg; da Suíça, 
Johann Friedrich Schar; e da Alemanha H. Nicklisch e Rudolf Dietrich. 
Courcelle acenou para um complexo entendimento de toda a empresa 
como objeto comum científico, que anteriormente já era preconizado por 
Cerboni e sustentado por Rossi, quando admitiam um raciocínio de unidade de 
funções dentro da azienda. 
Foi Gomberg o primeiro a despertar para uma economia aziendal, que 
mais tarde se tornaria, na Itália, a corrente aziendalista. Gomberg tomou como 
objeto de estudos a riqueza impessoal ou administrativa, deu foco à economia 
e denominou a Contabilidade como Economologia, tendo como função estudar 
todos os fatos da gestão patrimonial. 
Gomberg estabeleceu a relação de causa e efeito para os fenômenos 
patrimoniais, relacionando o efeito ao débito e a causa ao crédito. Enunciava 
também que o Ativo era o efeito do Passivo, que por sua estrutura era a causa. 
Rudolf Dietrich acrescentou, em seus estudos do aziendalismo 
socialista, a visão de dinâmica patrimonial. 
Em sua visão idealista, entendia que os fatores homem, natureza e 
trabalho só poderiam estar organizados para atender o social, e que o lucro 
deveria ser considerado como um fator patológico.16 
Tendo como base a economia aziendal, a Escola Veneziana enunciava 
o Aziendalismo, com Alberto Ceccherelli e com seu principal líder italiano, Gino 
Zappa, que teve suas raízes nos pensadores alemães. 
Os aziendalistas se preocupavam em estudar o conjunto de ciências que 
tratavam da azienda como campo de aplicação. Compunha-se da 
Administração, da Organização e da Contabilidade, sendo cada ciência apenas 
parte desse conjunto. 
De acordo com seus adeptos, os fenômenos a estudar são os aziendais, 
e admite a Contabilidade apenas como levantamento de fatos patrimoniais, 
restringindo-lhe o campo. 17 
Gino Zappa defendia a economia aziendal, limitando a Contabilidade aos 
levantamentos ou relevações da riqueza, mas não apresentou essência para 
justificar tal classificação. 
Considerava que isolar os fenômenos é um erro, pois se formam por 
meio de um complexo que deve ser estudado, bem como condenava a elevada 
importância dada à conta, que na realidade, por si só, não traz informação 
alguma, sendo simples instrumento de registro que deve ser agrupado com 
outros elementos para que se possa extrair a informação. 
Para Zappa, o capital é composto por um fundo de valores e não 
somente por moeda. Zappa ainda afirma que na Economia é o rédito que faz o 
capital e em Contabilidade é o capital que faz o rédito.18 
Vincenzo Masi se revelou absolutamente contra o Aziendalismo, 
alegando que o objeto de estudo da Contabilidade é bem mais amplo do que 
apenas o levantamento quantitativo da riqueza administrativa. Assim como 
Masi, pensadores de diversos países não concordaram com a observação 
apenas quantitativa dos fenômenos, acenada pelos economistas aziendais: a 
qualitativa também deve ser considerada na análise contábil. 
Frederico Herrmann Jr. relata em sua obra Contabilidade Superior:19 
 GINO ZAPPA aparentemente regressou ao formalismo 
quando afirma que aceita como primeira aproximação o conceito 
vulgar de que a Contabilidade estuda os processos seguidos para a 
demonstração dos resultados da gestão. Entretanto, é preciso que 
se note que esse autor subordina as formas ao estudo prévio dos 
fatos e às condições em que eles se desenvolvem para que as 
formas reflitam exatamente as causas e os efeitos dos fenômenos 
da administração econômica. ZAPPA dedicou especial atenção ao 
estudo dos réditos aziendais. Embora esse aspecto ocupe lugar 
proeminente nos estudos contábeis, não é único. Se quiséssemos 
aceitar a premissa de que a Contabilidade deve adaptar-se aos 
fatos que se pretende demonstrar, encontraríamos tantos objetos 
especiais quantas fossem as variáveis que produzem mutações 
econômicas do patrimônio. Não teríamos a síntese da 
caracterização da ciência contábil. 
(...) 
 GINO ZAPPA, como representante máximo da corrente 
aziendalista, cujos precursores foram CERBONI e FÁBIO BESTA, 
teve o mérito de fazer distinção entre as três doutrinas que formam 
o conteúdo da economia aziendal, colocando num plano só a 
Administração, a Organização e a Contabilidade. Não admite o 
estudo científico da Contabilidade sem o conhecimento 
concomitante das doutrinas que, ao seu lado, formam a economia 
aziendal. Considera como conteúdo verdadeiro da Contabilidade os 
fatos da gestão, representados mediante os métodos, sistemas e 
processos de escrituração, que constituem o instrumental da 
ciência. Como fim imediato da Contabilidade, ZAPPA coloca a 
determinação dos réditos, concepção que reputamos restrita, pois 
há outros fins importantes que a Contabilidade observa e estuda. 
Encontramos outro genial aziendalista italiano, Pietro Onida, 
que considerava objeto da economia aziendal o estudo da vida 
econômica da azienda relativo à organização e gestão. 
Para Antônio Lopes de Sá, os aziendalistas cometeram o 
mesmo erro dos personalistas, pois, enquanto os personalistas nos 
entregavam aos braços do Direito, os aziendalistas fazem-no aos 
da Economia. 20 
 
2.8 Patrimonialismo 
Sua primeira formulação se deu em 1923, com Vincenzo Masi, que 
considerava como objeto de estudo da Contabilidade os fenômenos do 
patrimônio aziendal, dividindo seusestudos em estática patrimonial, dinâmica 
patrimonial e relevação ou levantamento patrimonial. 
Para ele, a estática patrimonial examinava a estrutura do grande sistema 
da riqueza aziendal, a dinâmica patrimonial tratava da movimentação dessa 
estrutura, quer sob o aspecto quer de qualidade dos elementos, quer de suas 
expressões de valor, sendo o levantamento patrimonial, a base racional que 
permitia ter informações sobre tais relações e aspectos, mas de maneira 
científica. 
Em 1924 com seu artigo “A pretesa bancarotta scientifica della 
Ragioneria”, publicado na Revista Italiana di Ragioneria, escreveu: 21 
 Se examinarmos os fenômenos fundamentais de 
contabilidade, não podemos deixar de reconhecer que requerem 
indagações acuradas; não se pode negar que se torna necessário 
observá-los, expô-los procurar explicá-los; depois, munidos dos 
ensinamentos oferecidos pelas pesquisas feitas com o subsídio de 
métodos especiais de investigação, próprios das ciências 
experimentais, daí retirar normas de prática aplicação a casos 
concretos. Ora, os fenômenos dos custos, das receitas, do rédito, 
das entradas e saídas financeiras, para lembrar só alguns do mais 
evidentes fenômenos contábeis já por nós referidos, são todos 
investigados em suas fases de constituição e de evolução e 
apresentam problemas que sempre se apresentaram e sempre se 
apresentarão. 
Em 1926, na Revista Italiana di Ragioneria, publica o artigo “A 
Contabilidade como Ciência do Patrimônio”. 
Masi teve como inspiração as obras de Besta, embora enunciasse seu 
próprio objeto de estudo. O Patrimonialismo só tomou forma apurada e teve 
divulgação, que lhe foi peculiar, fora da Itália, pois o ambiente da época não lhe 
favorecia com tantas idéias preconizadas pelos aziendalistas que formaram 
uma forte escola. 
Masi adotava a posição de que o mais importante como objeto de estudo 
é a essência dos fatos e não a sua forma de apresentação, divergindo com 
essa idéia fundamental os estudos feitos pelas demais escolas de pensamento. 
Masi argumentava: 22 
 A concepção de Contabilidade como ciência do patrimônio não 
destrói, de fato, as pesquisas do passado mas, confiando a 
Contabilidade não só o estudo do levantamento patrimonial, mas 
também e sobretudo aquele do objeto deste levantamento - o 
patrimônio aziendal, observado nos seus aspectos estático e 
dinâmico -, acresce ao conteúdo a importância e a dignidade 
científica. 
A Contabilidade, de fato, sempre estudou o patrimônio, mas as 
suas indagações foram no campo teórico, primeiramente limitadas 
aos estudos dos instrumentos de levantamento patrimonial e 
sucessivamente se passou ao estudo do objeto de tais 
levantamentos. 
Masi enunciava que se deve dar importância não somente ao aspecto 
quantitativo do patrimônio como também ao qualitativo, evidenciando que muito 
se extrai da informação sobre o estado patrimonial se forem observados os 
aspectos citados cumulativamente, não se fazendo distinção entre eles. 
Outra importância dada por Masi era a distinção dos tipos de aziendas 
em empresas, aquelas destinadas à obtenção do lucro e as instituições com 
fins ideais. Também se preocupou em conceituar o capital como um fundo de 
riqueza em constante movimentação, dividindo sua estrutura em capital fixo, 
que é destinado ao uso produtivo, e circulante que é destinado à realização do 
objetivo aziendal, evidenciando as suas origens sob a forma de capital de 
terceiros ou de próprios. 
Outros pensadores se destacaram além de Masi, embora grande parte 
deles se referenciem às idéias precursoras do grande gênio dessa escola. 
Vejamos alguns destaques do Patrimonialismo. 
 
2.8.1 Jaime Lopes Amorim e sua Escola do Porto 
Com características próprias, torna públicas suas idéias em 1929. Sua 
principal preocupação foi a função do equilíbrio patrimonial e tomou tal posição 
como a que forma o objeto de estudos da Contabilidade. 
Entendeu ele que o movimento que gera o fenômeno patrimonial nasce 
da ação administrativa e que a sua finalidade é a preservação de um estado de 
equilíbrio.23 
O Patrimonialismo de Lopes Amorim considerava, além de suas leis, as 
hipóteses quanto ao que ocorria com a situação líquida da empresa, divergindo 
de Masi, pois enfocava como equilíbrio as situações de estática patrimonial, 
como podemos observar: 
 Ao equilíbrio patrimonial expresso na situação líquida poder-se-
á dar o nome de equilíbrio quantitativo integral, visto que é o 
somatório de todas as posições de equilíbrio quantitativo elementar 
ou parcial, isto é, dos diferentes elementos patrimoniais.” 24 
 
2.8.2 Gonçalves da Silva, a Escola de Lisboa e o Patrimonialismo 
Seus conceitos doutrinários ficavam algumas vezes entre o 
Aziendalismo de Zappa e o Patrimonialismo de Masi. Gonçalves da Silva tinha 
convicção de que todas escolas se interligavam. Era de pensamento 
predominantemente patrimonialista, e enunciava: 
 A Contabilidade – como é sabido – não se distingue apenas 
pelos processos de notação ou revelação utilizados. Caracteriza-se 
também pela natureza dos fenômenos que lhe cumpre revelar e 
pelos objetivos da mesma revelação. Ora, esta disciplina – 
demonstra-o toda a sua história – anda irreversivelmente ligada às 
idéias de riqueza, de gestão, de prestação de contas etc. Podemos 
defini-la como uma forma de observação econômica e, mais 
precisamente, como um conjunto de processos e de preceitos 
atinentes à classificação, ao registro e ao controle dos valores 
sujeitos a uma gestão, ou seja, dos valores integrantes de uma 
fazenda. As grandezas com as quais lidam os contabilistas 
(entradas, saídas e existências; custos, proveitos e resultados etc.) 
derivam de operações ou acontecimentos que, de qualquer modo, 
modificam a composição ou o valor de um patrimônio. Do ponto de 
vista do administrativo, o aspecto patrimonial das operações 
efetuadas sobreleva todos os demais. 25 
 
2.8 3 O brasileiro Francisco D’Auria e seu Patrimonialismo 
Em 1929, enunciava em sua tese Tendências Positivas em 
Contabilidade suas idéias patrimonialistas, tomando como base as idéias de 
Fábio Besta (Controlismo). Admitia que a finalidade dos estudos devia ser a da 
administração econômica para um controle efetivo. 
Desde 1928 seus estudos se voltaram para a prática contábil com vestes 
patrimonialistas, mas somente em 1949, com sua obra Contabilidade Pura e, 
posteriormente, com a obra Cinqüenta Anos de Contabilidade, que pôde ele 
evidenciar, com bastante clareza, sua verdadeira vocação. 
Sua linha de pesquisa foi seguida por vários mestres e escritores 
brasileiros, dentre eles Frederico Herrmann Júnior, Hilário Franco, Alberto 
Almada Rodrigues, Américo Matheus Florentino, Álvaro Porto Moitinho, Tolstoi 
C. Klein, Olívio Kooliver. 
 
2.8.4 Frederico Herrmann Júnior e o Patrimonialismo 
Com tendências iniciadas no Aziendalismo de Zappa, considerou ser o 
patrimônio o objeto de estudo da Contabilidade, aliando-se assim ao 
pensamento de Masi, embora tentasse conciliar as duas escolas de 
pensamento. 
Conceitua o patrimônio em sua obra Contabilidade Superior: 26 
 O patrimônio é uma grandeza real, cuja constituição íntima 
deve ser conhecida e que se transforma e evolui sob o influxo da 
atividade humana. O capital representado pela riqueza acumulada 
deve ser conservado e renovado para manter sua utilidade 
potencial. Considerado sob o ponto de vista da economia aziendal, 
o capital não se constitui de certo bem representativo. Sua 
expressão resulta da utilidade que todos os bens possuídos por um 
indivíduo, ou por uma união de indivíduos, têm como elementos de 
consumo ou instrumentos de produçãode outras utilidades. Neste 
processo evolutivo a constante convencional é a medida monetária 
e, por conseguinte, o movimento consiste fundamentalmente numa 
procura de recursos financeiros a serem aplicados em bens 
destinados à circulação, mediante um acréscimo de utilidade a ser 
distribuído sob a forma de rédito entre os agentes da produção 
econômica.” 
O Patrimonialismo de Herrmann Jr. foi consagrado quando em sua obra 
revelou: 27 
 Não hesitamos, por isso, em princípio, a definição de V. Masi. 
O objeto da Contabilidade é o patrimônio e o fim o seu governo. 
 Aceitamo-la, em princípio, porque consideramos necessário 
ampliá-la. Sendo o patrimônio uma grandeza de constituição 
conhecida, que se transforma e evolui mercê da atividade humana, 
considerando que o capital deve ser conservado e renovado para 
que sua utilidade seja permanente e que no processo de sua 
conservação e renovação interessa o estudo dos réditos mediante 
os quais se realiza o bem-estar econômico dos indivíduos e das 
uniões de indivíduos que dispõem da matéria administrada, 
entendemos necessário considerar os fins práticos visados pelo 
estudo da Contabilidade, formulando a seguinte definição: 
 Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio à 
disposição das aziendas, em seus aspectos estático e dinâmico e 
em suas variações, para enunciar por meios de fórmulas 
racionalmente deduzidas, os efeitos da administração sobre a 
formulação e a distribuição dos rédito. 
2.8.5 Hilário Franco e sua contribuição à Escola Patrimonialista no Brasil 
O mestre Hilário Franco recebeu o prêmio de melhor tese no V 
Congresso Brasileiro de Contabilidade (1950) com o título Fundamento 
Científico da Contabilidade. Inaugurava, assim, o que o Professor Lopes de Sá 
denominou de fase pré-filosófica da Contabilidade no Brasil, pela sua imensa 
qualidade intelectual. 
Quanto ao objeto da Contabilidade, o valoroso mestre escreve: 28 
 Escudado nos ensinamentos dos mais conceituados mestres 
da atualidade, aceitamos como objeto único e exclusivo da 
Contabilidade o patrimônio, objeto esse que dá ao estudo da 
Contabilidade, sobre a sua composição e variações, caráter 
científico de conhecimentos ordenados que investigam as causas 
dos fenômenos. 
 Vincenzo Masi afirma ser a Contabilidade a ciência do 
patrimônio. 
Francisco Dáuria, em sua citada obra Estrutura e Análise do 
Balanço, diz: A Contabilidade tem por objeto o patrimônio 
administrável, considerado, qualitativa e quantitativamente, nos 
seus aspectos estático e dinâmico. 
Frederico Herrmann Júnior, em sua obra “Contabilidade 
Superior”, escreve: A Contabilidade, como ciência autônoma, tem 
por objeto o estudo do patrimônio aziendal sob o ponto-de-vista 
estático e dinâmico”. 
Antônio Tonzig afirma que a Contabilidade consiste 
essencialmente na prévia descrição e avaliação dos elementos do 
patrimônio e da superveniência das rendas e despesas. 
Consideremos, pois, a Contabilidade como possuidora de objeto 
próprio e exclusivo, que é o patrimônio aziendal. Evidentemente 
esse patrimônio deve ser considerado como um conjunto de 
relações jurídicas e econômicas, num só todo indivisível. Teremos, 
então, de fazer abstração das partes que o formam, quando 
considerada sob outros aspectos e não como elementos 
formadores do patrimônio. Os bens patrimoniais considerados 
isoladamente pertencem ao domínio de outras ciências, conforme o 
aspecto por que sejam eles tomados para estudo, assim como os 
direitos e as obrigações pertencem ao campo da ciência jurídica. 
Os elementos do patrimônio constituem objeto de inúmeras 
ciências, porém em seu conjunto constituem objeto da 
Contabilidade. 
Esses elementos, considerados como um todo, o patrimônio, à 
disposição de uma entidade econômico-administrativa, a azienda, 
são objeto exclusivo de uma ciência, que é a Contabilidade. 
 
2.9 Universalismo 
Esta doutrina apresenta a Sistemologia, que para o Prof. A. Lopes de Sá 
foi criada pelo emérito Prof. Francisco D’Auria. Visa a universalizar o objeto da 
Contabilidade fazendo-o extensivo a todos os sistemas.29 
Entende-se por Sistemologia a ciência formal e lógica que estuda a 
estática e a dinâmica dos sistemas, isto é, suas estruturas e suas finalidades, 
as variações e as suas causas, no tempo e no espaço, e sua expressão 
qualitativa e quantitativa em qualquer instante. 30 
O Prof. D’Auria, partindo do ponto de vista patrimonialista que adotava 
desde o início de suas publicações, observou as possibilidades de generalizar 
a Contabilidade, dando-lhe amplitude tal que nenhum sistema do Universo 
pudesse escapar à sua alçada. 
Revelam-nos os apontamentos do Prof. Dr. Eloy Teixeira Azeredo 31 que 
o Universalismo surgiu muito antes de o Prof. D’Auria tornar públicos seus 
pensamentos. Surgiu, na verdade, com o francês René Delaporte, em 1930, 
com a publicação de sua obra Concepts raisonnis de la Comptabilité 
économique, afirmando que a Contabilidade é a ciência das contas aplicada 
aos movimentos dos ciclos de quaisquer operações, para enumerar, agrupar e 
classificar o seu objeto e deles tirar conclusões expressas em números 
segundo o espírito de cada uma das ciências que ela utiliza. Ela aplica-se 
universalmente a todas as ciências, segundo uma adoção de suas contas que 
permanece numa generalidade científica. 
 
2.10 O desenvolvimento de uma nova Corrente de Pensamento: 
Neopatrimonialismo 
Pouco se conhece dessa nova tendência do objeto de estudo para a 
Contabilidade. O Neopatrimonialismo teve sua origem com o Prof. Dr. Antônio 
Lopes de Sá. Foi divulgado pela primeira vez ao público no XIII Congresso 
Brasileiro de Contabilidade (1988); depois em 1990, na Universidade de 
Málaga, em 1992, com a edição da obra Teoria Geral do Conhecimento, e em 
1997 a convite da Universidade de Servilha, Espanha. 
O Neopatrimonialismo, segundo Antônio Lopes de Sá, ainda não se 
constitui numa escola de pensamento, pois muito ainda deve ser estudado e 
divulgado para que se possa admitir a formação de tal escola. 
Para o citado professor. o fenômeno patrimonial, como objeto de 
indagação, não foge à norma que requer a compreensão da essencialidade, 
como ponto de partida de um entendimento racional. 32 
Os estudos concentram-se em obter uma filosofia do fenômeno 
patrimonial, organizando logicamente as relações que são responsáveis pelas 
causas dos fatos, distinguido-as em relações lógicas dos seguintes tipos: 
essenciais, dimensionais e ambientais, tendo como axioma a eficácia. 
As relações essenciais compreendem a necessidade, a finalidade, o 
meio patrimonial e a função. As dimensionais, se referem às relações de 
causa, efeito, tempo, espaço, qualidade e quantidade. Já as ambientais são 
formadas pelas relações de natureza administrativa, pessoal, econômica etc. 
O Prof. Lopes de Sá procura fazer uma classificação dos sistemas por 
hierarquia de necessidades, tendo então os seguintes sistemas: 33 
1. Básico: compreende os sistemas de liquidez, rentabilidade, 
estabilidade e economicidade; 
2. Auxiliar: compreende os sistemas de produtividade e 
invulnerabilidade; 
3. Complementar: sistema de elasticidade. 
 
CONCLUSÃO DO ARTIGO 
A Ciência Contábil passou por diversos estágios de maturidade cultural, 
cada uma das escolas descritas teve sua influência intelectual e cultural para 
que hoje possamos desfrutar de um arcabouço teórico, ainda que pequeno, 
mas de grande valia para nossa geração e as vindouras. 
Evoluiu lenta e seguramente consoante seu aprimoramento cultural, que 
permanece até hoje em busca constante de seu objeto de estudo, a fim de 
contribuircom o trato de seu campo de aplicação, cada vez mais complexo, 
subsidiando seus usuários oportunamente. 
Não foi em vão que os tratadistas do passado provaram suas teses, por 
mais esdrúxulas que pareçam em nossa época; com certeza deram sua 
parcela de contribuição para o desenvolvimento de uma escola que pudesse 
contemplar os anseios antes não-realizados. 
Muito se deve avançar no campo do saber contábil. A ciência requer 
constante evolução. Surge, a cada momento, um desafio para os futuros 
tratadistas da Contabilidade. Esse desafio não se limita mais ao objeto de 
estudo, mas abrange também o fenômeno patrimonial dentro do ambiente 
social. 
 
 
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO ARTIGO 
1. SÁ, Antônio Lopes de, Teoria da Contabilidade, São Paulo: Atlas, 1998, p. 
28; 
2. AMORIM, Jaime Lopes, Mundo da Contabilidade, Porto: Avis, 1968, p. 185; 
3. , Mundo da Contabilidade, Porto: Avis, 1968, p. 237; 
4. SÁ, Antônio Lopes de, Dicionário de Contabilidade, São Paulo: Atlas, 1995, 
p. 95; 
5. , Dicionário de Contabilidade, Op. cit., p. 111; 
6. , História geral e das Doutrinas da Contabilidade, São Paulo: Atlas, 1997, p. 
64; 
7. , História geral e das Doutrinas da Contabilidade, Op. cit., p. 66 
8. , História geral e das Doutrinas da Contabilidade, Op. cit., p. 68 
9. , Teoria da Contabilidade Superior, Belo Horizonte: UNA, 1994, P. 38; 
10. , História geral e das Doutrinas da Contabilidade, São Paulo: Atlas, 
1997, p. 71 
11. , História geral e das Doutrinas da Contabilidade, Op. cit., p. 73-74; 
12. ROSSI, Giovanni. L’ente economico-amministrativo. Reggio Emilia: 
Artigianelli, 1882, p. 99-100, in , História geral e das 
Doutrinas da Contabilidade, Op. cit., p. 76; 
13. SÁ, Antônio Lopes de , Dicionário de Contabilidade, Op. cit., p. 252; 
14. , Dicionário de Contabilidade, Op. cit., p. 253; 
15. , História geral e das Doutrinas da Contabilidade, Op. cit., p. 94; 
16. , História geral e das Doutrinas da Contabilidade, Op. cit., p. 103; 
17. , Dicionário de Contabilidade, Op. cit., p. 44; 
18. ZAPPA, Gino, I reddito di impresa, 2 ed., 3. reimp. Milão: Giuffré, 1946, 
p. 77, in SÁ, Antônio Lopes de, História geral e das Doutrinas da 
Contabilidade, Op. cit., p. 116; 
19. HERRMANN Júnior, Frederico, Contabilidade Superior, São Paulo: 
Atlas, 1978, p. 50-52; 
20. SÁ, Antônio Lopes de , Dicionário de Contabilidade, Op. cit., p. 254; 
21. , História geral e das Doutrinas da Contabilidade, Op. cit., p. 125; 
22. MASI, Vincenzo, La ragioneria e la scienza del patrimonio, in Revista 
Italiana di Ragioneria, fasc. 6, Roma: 1941, in SÁ, Antônio Lopes de , 
Dicionário de Contabilidade, Op. cit., p. 349; 
23. SÁ, Antônio Lopes de, História geral e das Doutrinas da Contabilidade, 
Op. cit., p. 143; 
24. AMORIM, Jaime Lopes, Lições de contabilidade geral, Porto: Empresa 
Industrial Gráfica do Porto: 1929, p. 361, in SÁ, Antônio Lopes de, História 
geral e das Doutrinas da Contabilidade, Op. cit., p. 145; 
25. SILVA, F. V. Gonçalves da, Doutrinas Contabilisticas, Vila Nova de 
Famalicão: Centro gráfico de Famalicão, 1959, p. 265, in SÁ, Antônio Lopes 
de, História geral e das Doutrinas da Contabilidade, Op. cit., p. 147; 
26. HERRMANN Júnior, Frederico, Contabilidade Superior, Op. cit., p. 52; 
27. HERRMMANN Júnior, Frederico, Contabilidade Superior, Op. cit., p. 
58; 
28. FRANCO, Hilário, 50 Anos de Contabilidade, São Paulo: Atlas, 1993, p. 
93-94; 
29. SÁ, Antônio Lopes de , Dicionário de Contabilidade, Op. cit., p. 460; 
30. D’AURIA, Francisco, Primeiros princípios de contabilidade pura, 1. ed., 
1949, USP, in SÁ, Antônio Lopes de , Dicionário de Contabilidade, Op. cit., 
p. 445; 
31. AZEREDO, Eloy Teixeira, Evolução do Pensamento Contábil – Teoria 
Universalista, Mestrado FAF/UERJ, 1998; 
32. SÁ, Antônio Lopes de, Teoria Geral do Conhecimento Contábil, Belo 
Horizonte: UNA, 1992, p.11; 
33. SÁ, Antônio Lopes de, História geral e das Doutrinas da Contabilidade, 
Op. cit., p. 162; 
 
 
3 Postulados, Princípios e Convenções 
 
3.1 Postulados: Entidade e Continuidade 
 
 Neste material, vamos abordar os conceitos referentes aos postulados 
da ENTIDADE e da CONTINUIDADE, pois são esses os mais importantes, 
como evidenciado nas palavras de Iudícibus (2015, p.34): “os dois postulados 
mais importantes para a Contabilidade, conforme referidos por muitos autores, 
são: o postulado da entidade contábil e o postulado da continuidade”. 
 
 Antes, vamos definir o que é um postulado: 
 
 - Para Hendriksen e Breda (1999, p. 77), os postulados são: “Pouco 
numerosos e representam as premissas básicas, nas quais se apoiam os 
princípios. Decorrem do ambiente econômico e político e dos modos de 
raciocínio e dos costumes de todos os segmentos da comunidade dos 
negócios”. 
 
 - Para Iudícibus (2015, p. 33) um postulado pode ser definido como uma 
proposição ou observação de certa realidade que pode ser considerada não 
sujeita a verificação, ou axiomática. 
 
 Azevedo (2011) ressalta que na Contabilidade são pensados como parte 
da estrutura conceitual de cúpula, que uma vez tendo pensado os objetivos da 
Contabilidade, favorece para alcançá-los. 
 
 Pode-se dizer que os Postulados Contábeis são constatações sobre o 
ambiente em que a Contabilidade atua. Assim, esses postulados ambientais 
enunciam condições sociais, econômicas e institucionais dentro das quais a 
Contabilidade atua. Sua existência independe de comprovação, por ser 
axiomática, e independe da própria Contabilidade, pois sua existência não 
decorre dela. 
 
 Resumidamente os postulados contábeis dispensam explicações, 
derivam do ambiente em que a Contabilidade está inserida, e representam o 
núcleo do arcabouço teórico da Contabilidade. (FILHO et al., 2004) 
 
3.1.1 Postulado da Entidade Contábil (Accounting Entity) 
 
 Hendriksen e Van Breda (1999, p. 104) salientam que a “definição da 
entidade contábil é importante porque define o campo de interesse e delimita, 
assim, os objetivos e atividades possíveis e os atributos correspondentes que 
podem ser escolhidos para inclusão nos relatórios financeiros”. 
 
 Iudícibus (2015, p.34) afirma que para a Contabilidade, qualquer 
indivíduo, empresa, grupo de empresas ou entidades, setor ou divisão, desde 
que efetue atividade econômica, e que seja tão importante, a critério dos 
stakeholders (segmentos de pessoas interessadas, como acionistas, donos, 
credores, empregados, etc.), que justifique um relatório separado e 
individualizado de receitas e despesas, de investimentos e de retornos, de 
metas e realizações, pode tornar-se uma entidade contábil. 
 
 Dessa forma, em uma abordagem mais analítica e sistêmica, Iudícibus 
(2015, p.34) caracteriza que a entidade contábil também pode ser vista como 
sendo uma parte do que tradicionalmente encaramos como uma entidade, uma 
vez que um setor da entidade, uma divisão, um departamento pode também 
compartilhar recursos escassos comuns e contribuir para o resultado conjunto 
do empreendimento. 
 
 Contudo, Iudícibus (2015, p. 35) salienta que o conceito da Entidade vai 
além da sua caracterização jurídica e que é a dimensão econômica da 
entidade, como “comandante” de recursos, base da prevalência da essência 
sobre a forma. 
 
 
 Ainda, Iudícibus (2015, p.35) define a entidade contábil como “a unidade 
econômica que tem controle sobre recursos, ... pode ser uma pessoa física, 
uma sociedade limitada, uma grande sociedade por ações ... em uma atividade 
com finalidade de lucro ou não ...”. E, alerta, a Entidade (empresa) não se 
confunde com a pessoa física do sócio, juridicamente são duas pessoas 
distintas: a pessoa física e a pessoa jurídica, com obrigações diferentes. 
 
 Por fim, Marion (2012, p.136) ressalta que a filosofia do Postulado da 
Entidade está fundamentada no fato de que “Qualquer indivíduo, empresa,grupo de empresas ou entidades, que efetue movimentações quantificáveis 
monetariamente, desde que haja necessidade de manter Contabilidade, será 
tratado como uma entidade contábil”. 
 
3.1.2 Postulado da Continuidade (Going Concern) 
 
 Sob a ótica do Postulado da Continuidade, a Contabilidade reconhece a 
Entidade como 
um organismo em constante funcionamento, operando de forma indeterminada. 
(AZEVEDO, 2011) 
 
 Iudícibus (2015, p. 36) faz o seguinte posicionamento com relação ao 
Postulado da Continuidade: 
 
 […] as entidades, para efeito de contabilidade, são 
consideradas como empreendimentos em andamentos (going concern), até 
circunstância esclarecedora em contrário, e seus ativos devem ser avaliados 
de acordo com a potencialidade que têm de gerar benefícios futuros para a 
empresa, na continuidade de suas operações, e não pelo valor que poderíamos 
obter se fossem vendidos como estão… (no estado em que se encontram). 
 
 Hendriksen e Van Breda (1999, p.104) apresentam a caracterização do 
Fundamento da “Empresa em Funcionamento” como uma suposição 
geralmente feita “onde algumas pessoas argumentam que, já que os 
compromissos precisarão ser assumidos continuamente no futuro para que 
todos sejam cumpridos, o que, efetivamente, transforma a hipótese de 
continuidade numa suposição de duração indefinida.” 
 
 Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p.104), “a empresa está se 
adaptando a si mesma, pela venda de ativos no curso normal de seus 
negócios, ou seja, um processo ordinário de liquidação, em lugar de uma 
liquidação forçada”. Essa perspectiva tornaria a caracterização da 
continuidade, como uma série de descontinuidades, que se apresentam para a 
empresa de modo ordenado e conduzido pela atividade de gestão. 
 
 Hendriksen e Van Breda (199, p.105) defendem que o postulado da 
Continuidade não deve ser interpretado como uma premissa de manutenção de 
procedimentos, ou uma justificativa para o uso do custo histórico, ou mesmo do 
conceito de benefícios, na avaliação de ativos, mas sim uma premissa 
relevante que conduz a apresentação de informações relativas a recursos, 
compromissos e atividades operacionais, podendo facilitar a predição de 
atividades operacionais futuras. E dessa forma, a Continuidade teria um caráter 
preditivo, uma vez, que pressupõe que o futuro tenha alguma ligação com o 
passado, embora não seja apenas uma repetição deste. 
 
 Filho et al. (2004) à luz do Postulado da Continuidade, as entidades são 
consideradas pela Contabilidade como empreendimentos em continuidade (em 
operação, em movimento, em andamento). Assim, a prática de se determinar 
um exercício financeiro numa base anual, por exemplo, é um procedimento 
para atender a necessidade de se conhecer a posição do negócio 
periodicamente, não significando, portanto, a descontinuidade do 
empreendimento. 
 
 Entretanto, Iudícibus (2015, p.34) esclarece que a Contabilidade também 
reconhece a possibilidade de ocorrer a descontinuidade do negócio; mas o faz 
somente com fortes e decisivas evidências, tais como existência histórica e 
persistentes de grandes prejuízos, liquidação extrajudicial etc. 
 
 
3.2 Evolução histórica com base nas resoluções do Conselho Federal de 
Contabilidade 
 
 Neste item o aluno deve realizar sua pesquisa nos sites dos diversos 
Conselhos Regionais de Contabilidade e descobrir a história da evolução 
histórica das normas contábeis, desde os primórdios da publicação da Circular 
n. 179/72 Banco Central, passando pelas Resoluções do Conselho Federal de 
Contabilidade: Resolução CFC n. 321/72; Resolução CFC n. 530/81; e 
Resolução CFC n. 750/93 que aprovou os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade – PFC evoluindo com as Resolução CFC n. 774/94, Resolução 
CFC n. 1.121/2008 e Resolução CFC nº. 1.282/10. 
 
3.3 Aplicação prática dos Princípios e Convenções 
 
 Os Princípios Contábeis representam as regras e normas através das 
quais os Conceitos Fundamentais de Contabilidade são trazidos para uma 
amplitude mais limitada. 
 
 Essas regras, conceitos ou princípios visam a um tratamento contábil 
uniforme e servem como guia para a elaboração de todas as informações 
contábeis. Com isso, a Contabilidade busca prestar as melhores informações 
aos seus usuários sobre os aspectos inerentes à riqueza patrimonial. (FILHO et 
al., 2004) 
 
 Hendriksen; Van Breda, (1999) expõe que os princípios contábeis devem 
ser verdades fundamentais, ressaltando que a definição mais apropriada é que 
os princípios contábeis são leis ou regras gerais adotadas ou consideradas 
como diretrizes de ação, ou uma base aceita de conduta ou prática. 
 
 O uso de princípios, ao invés de regras, obriga, é claro, a maior 
julgamento e a maior analise, exigindo maior preparação, mas, por outro lado, 
permite que se produzam informações contábeis com muito maior qualidade e 
utilidade, dependendo, é claro, da qualidade com que o contabilista exerça sua 
profissão. 
 
 Para a Equipe de Professores da FEA/USP, os “Princípios contábeis 
podem ser conceituados como premissas básicas acerca dos fenômenos e 
eventos contemplados pela contabilidade, premissas que são a cristalização da 
análise e observação da realidade econômica, social e institucional”. 
 
PRINCÍPIOS: 
 
 Do custo como base de registro inicial. 
 Da realização da receita e da confrontação com as despesas. 
 Do denominador comum monetário. 
 
CONVENÇÕES: 
 
 Da objetividade. 
 Materialidade. 
 Conservadorismo. 
 Consistência. 
 
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS SEGUNDO A RESOLUÇÃO 750/93 
 
 Princípio da Entidade 
 Princípio da Continuidade 
 Princípio da Oportunidade 
 Princípio Registro pelo Valor Original 
 Princípio da Competência 
 Princípio da Prudência 
 
 
 
 
3.3.1 PRINCÍPIOS 
 
 Os princípios propriamente ditos representam a resposta da disciplina 
contábil aos postulados, uma verdadeira postura filosófica e também prática 
diante do que antes apenas contemplávamos e admitíamos (os postulados). 
 
 Os princípios constituem, de fato, o núcleo central da estrutura contábil. 
Delimitam como a profissão irá, em largos traços, posicionar-se diante da 
realidade social, econômica e institucional admitida pelos Postulados. 
 
a. Custo como base de registro inicial 
 
Enunciado: “...O custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários 
para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a entidade 
representa a base de valor para a contabilidade, expresso em termos de 
moeda de poder aquisitivo constante..” 
 
b. Princípio da realização da receita e da confrontação com as despesas 
(competência) 
 
Enunciado: “Toda despesa diretamente delineável com as receitas 
reconhecidas em determinado período, com as mesmas deverá ser 
confrontada; os consumos ou sacrifícios de ativos (atuais ou futuros), 
realizados em determinado período e que não puderam ser associados à 
receita do período nem às dos períodos futuros, deverão ser descarregados 
como despesa do período em que ocorrerem...” 
 
c. O princípio do denominador comum monetário 
 
Enunciado: “As demonstrações contábeis, sem prejuízo dos registros 
detalhados de natureza qualitativa e física, serão expressas em termos de 
moeda nacional de poder aquisitivo da data do último Balanço Patrimonial...” 
 
ATENÇÃO!!! 
 
 O aluno deve aprofundar-se sobre o assunto, para tanto indico a 
publicação elaborado pelo IBRACON disponível em 
www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/downloadFile.php?paramet 
 
3.3.2 CONVENÇÕES CONTÁBEIS 
 
 As restrições aos princípios (também conhecidas como convenções ou 
qualificações), como vimos, representam o complemento dos Postulados e 
Princípios, no sentido de delimitar-lhes conceitos, atribuições e direções a 
seguir e de sedimentar toda a experiência e bom senso da profissão no trato de 
problemas contábeis. 
 
 Se os princípios norteiama direção a seguir e, às vezes, os vários 
caminhos paralelos que podem ser empreendidos, as restrições, à luz de cada 
situação, nos darão as instruções finais para a escolha do percurso definitivo. 
As convenções também serão enunciadas. Entretanto, tais enunciações serão 
apenas indicativas e terão menor peso do que no caso dos princípios. 
 
 Os Princípios representam a larga estrada a seguir rumo a uma cidade. 
As Convenções (Restrições) seriam como sinais ou placas indicando, com 
mais especificidade, o caminho a seguir, os desvios, as entradas, saídas etc. 
 
a. Convenção da Objetividade 
 
Enunciado: “Para procedimentos igualmente relevantes, resultantes da 
aplicação dos Princípios, preferir-se-ão, em ordem decrescente: a) os que 
puderem ser comprovados por documentos e critérios objetivos; b) os que 
puderem ser corroborados por consenso de pessoas qualificadas da profissão, 
reunidas em comitês de pesquisa ou em entidades que têm autoridade sobre 
princípios contábeis...” 
 
b. Convenção da Materialidade 
 
Enunciado: “O contador deverá, sempre, avaliar a influência e materialidade da 
informação evidenciada ou negada para o usuário à luz da relação custo-
benefício, levando em conta aspectos internos do sistema contábil...” 
 
c. Convenção do Conservadorismo 
 
Enunciado: “Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, 
igualmente válidos, segundo os Princípios Fundamentais, a Contabilidade 
escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para as 
obrigações...” 
 
d. Convenção da Consistência 
 
Enunciado: “A Contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de forma tal 
que os usuários das demonstrações contábeis tenham possibilidade de 
delinear a tendência da mesma com o menor grau de dificuldade possível...” 
 
ATENÇÃO!!! 
 
 O aluno deve aprofundar-se sobre o assunto, para tanto indico a 
publicação elaborado pelo IBRACON disponível em 
www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/downloadFile.php?paramet 
 
 
 
3.3.3 Princípios Contábeis segundo a Resolução 750/93 
 
 O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) possui, entre as suas 
atribuições privativas, a responsabilidade de editar normas que devam ser 
cumpridas por todos os profissionais de contabilidade no País. Para exercer 
eficazmente essa tarefa de normatizar os procedimentos contábeis gerais e 
específicos, o CFC mantém Grupos de Trabalho em atuação constante. 
 
 Dessa forma, a elaboração e a revisão das Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBCs), assim como dos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade, fazem parte de um processo permanente que congrega, em 
igual medida, o saber técnico e a aplicação prática, sem se descuidar da 
realidade atual da profissão contábil. 
 
 Neste material, vamos abordar os Princípios Contábeis na interpretação 
da Resolução CFC n.º 750/93 que Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade 
(PC), a saber: 
 
Resolução CFC n.º 750/93 
 
(Esta Resolução possui o Apêndice II aprovado pela Resolução CFC nº 
1111/07). 
 
Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC). 
Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade (PC). (Redação dada pela 
Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
 
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no 
exercício de suas atribuições legais e regimentais, 
 
CONSIDERANDO que a evolução da última década na 
área da Ciência Contábil reclama a atualização substantiva e adjetiva dos 
Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a Resolução CFC 
530/81, 
CONSIDERANDO a necessidade de prover 
fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das Normas 
Brasileiras de Contabilidade, (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
 
RESOLVE: 
 
 
CAPÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA 
 
 
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE 
CONTABILIDADE (PFC) os enunciados por esta Resolução. 
 
§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é 
obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). 
 
§ 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há 
situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus 
aspectos formais. 
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 
(PC) os enunciados por esta Resolução. 
 
§ 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no 
exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBC). 
 
§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações 
concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos 
formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
 
 
CAPÍTULO II 
DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO 
 
 
Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade 
representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da 
Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos 
científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no 
seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das 
entidades. 
Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a 
essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, 
consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional 
de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo 
de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela 
Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade: 
Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada 
pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
I) o da ENTIDADE; 
 
II) o da CONTINUIDADE; 
 
III) o da OPORTUNIDADE; 
 
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
 
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela 
Resolução CFC nº. 1.282/10) 
 
VI) o da COMPETÊNCIA; e 
 
VII) o da PRUDÊNCIA. 
 
 
SEÇÃO I 
 
O PRINCÍPIO DA ENTIDADE 
 
Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto 
da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da 
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios 
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de 
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com 
ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se 
confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade 
ou instituição. 
 
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a 
recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios 
autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza 
econômico-contábil. 
 
 
SEÇÃO II 
 
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
 
 
Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem 
como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da 
classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e 
qualitativas. 
 
§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos 
ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, 
especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, 
previsto ou previsível. 
 
§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é 
indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito 
de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à 
formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade 
futura de geração de resultado. 
 
Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a 
Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a 
apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta 
circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

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