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Edmarson Bacelar Mota M estre em Engenharia pela PUC-RJ. Engenheiro eletrônico pela PUC-RJ. Professor e Consul-tor em diversos programas da FGV. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 7 Evolução e cenários – do passado ao futuro Edmarson Bacelar Mota A descoberta da agricultura e consequências – a primeira onda A té por volta do ano 10 000 a.C. ainda vivíamos, de acordo com estudiosos do desenvolvimento e da cultura humanas, como nômades e lutávamos permanentemente pela sobrevivência. Uma tarefa contínua, 24 horas por dia e todos os dias da semana. Depender da caça e do extrativismo, com instru- mentos ainda primitivos, apesar de criativos e multiplicadores da nossa força fí- sica direta, não permitiam a existência de grandes agrupamentos sociais maiores. Estima-se que vivíamos em grupos formados por dezenas de pessoas, devido à limitação na obtenção de alimentos. Então, em torno do ano 10 000 a.C., aconteceu algo que revolucionou e mu- dou definitivamente nosso destino – a descoberta da agricultura. Esse evento é caracterizado como a primeira onda e a partir daí nossa vida mudou radical- mente. Obviamente essa descoberta não aconteceu subitamente e tampouco se difundiu rapidamente, devido aos poucos recursos de comunicação disponíveis; a comunicação era feita boca a boca entre as comunidades que viviam próximas, além do fato de muitos agrupamentos humanos terem se mantido isolados até bem recentemente. Por exemplo, o contato de europeus com habitantes das Américas somente ocorreu no século XVI e alguns grupos aborígines foram descobertos apenas no século XX. O fato de muitas das comunidades terem se mantido isoladas física e cultu- ralmente não impediu que em momentos distintos essa descoberta ocorresse. As consequências da agricultura, aparentemente simples, foram inúmeras. Selaram um novo destino para nossa espécie e também na feição da vida e do ecossistema em nosso planeta. Vejamos em tópicos algumas dessas ocorrências. A possibilidade de ter o próprio alimento à mão e em quantidade admi- nistrada conforme as necessidades permitiu que vivêssemos em grupos maiores, o que apresentou inúmeras vantagens, tais como: mais segu- rança do grupo, proteção contra nossos predadores e apoio social, maior diversificação das habilidades necessárias no contexto do próprio grupo, permitindo a criação e expansão de novos conhecimentos e técnicas etc. A perspectiva de não mudar de região com certa frequência, devido ao esgotamento ou escassez das fontes de alimentação vegetal e animal, Mestre em Engenharia pela PUC-RJ. Engenheiro e le t rônico pela PUC-RJ. Professor e Consul tor em diversos programas da FGV. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Evolução e cenários – do passado ao futuro 8 como era comum antes do advento da agricultura, permitiu que inves- tíssemos na construção de moradias e infraestruturas básicas como até então não havia ocorrido. Os intelectualmente e tecnicamente mais aptos do grupo começaram a aperfeiçoar as maneiras de construir moradias, pavimentação, coleta e distribuição de água etc. Sem dúvida, a qualidade de nossas vidas melhorou significativamente, atendendo às necessidades básicas de sobrevivência e segurança. Com o passar do tempo, as estruturas sociais foram evoluindo; o conceito de vila, cidade, estado e estruturas para governar/administrar surgiram, assim como descobertas e melhorias para tornar o processo produtivo mais aperfeiçoado e o conceito de informação e conhecimento começou a se estruturar melhor com o advento da escrita, que ocorreu por volta do ano 4 000 a.C. A escrita permitiu que as informações fossem organizadas e propagadas de um modo muito mais eficiente às gerações seguintes, por meio de poucas pessoas que de fato dominavam essa técnica e arte, mas o sufi- ciente para documentar os fatos, descobertas e ideias mais relevantes, permitindo que se formasse uma base histórica confiável e de certo modo uma expansão da nossa memória coletiva. Em torno de 1000 a.C. formou-se a civilização grega, com um esplendor cultural, artístico, filosófico e político, que deixou um legado marcante para as gerações seguintes, especialmente na civilização ocidental, da qual somos herdeiros, por meio de um modus vivendi que até hoje muito se assemelha aos fundamentos estruturados naquele momento. As grandes religiões – Islamismo, Budismo e Cristianismo – se estrutu- raram no período um pouco anterior e no início da era cristã e, segundo muitos estudiosos, afetaram significativamente as artes, a cultura, enfim, os próprios princípios da vida social, familiar e estruturação dos poderes locais e regionais. O período entre os anos 300 e 1300 da era cristã, por motivos diversos, fi- cou conhecido como Idade Média ou Era das Trevas; nada muito relevante aconteceu nesse período. A primeira onda, ou o primeiro grande movimento de desenvolvimento, que nos tirou de uma longa era de estagnação e luta quase que exclusivamente animal para sobreviver, foi sem dúvida marcante e por volta de 1300 dessa era, portanto, já bem próximo do momento atual, ocorreu um novo fato que nos impulsionou para um novo patamar. A figura 1 apresenta, em forma resumida, as informações que caracterizam a evolução ao longo da primeira onda, chegando inclusive a sinalizações para o futuro próximo, quando um percentual muito pequeno de trabalhadores executará efetivamente o trabalho característico de um agricultor, nos limites da fazenda ou área de produção agrícola primária. É bom destacar que esse “novo agricultor”, tal qual observamos atualmente, é um operador de tecnologia no campo, onde o índice de automação na agricultura como negócio é cada vez mais intenso e, em Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Evolução e cenários – do passado ao futuro 9 breve, daqui a dez ou vinte anos, operado por equipamentos quase que autônomos na execução, a partir de planos comandos humanos. A tabela 1 (p. 13) mostra a evolução provável do perfil dos trabalhadores em diversos segmentos, relacionando o ano 2000 com 2020 e caracterizando as mudanças surpreendentes e rápidas que ocorrerão na migração das habilidades e recursos humanos, da agricultura (campo) e indústria (operação das fábricas) para os setores de serviços e conhecimento. Figura 1 – Ciclos característicos: agricultura, indústria, serviços, conhecimento. O próximo item trata da segunda onda, advinda com a máquina de imprensa de Gutenberg. Renascença, máquina de imprensa e consequências – a segunda onda Após a Idade Média, ou Era das Trevas, de 300 até 1300, eis que temos um novo período de efervescência e exuberância criativa, conhecida como Renascença. A Renascença, um movimento predominantemente europeu, ocorreu devi- do a motivos diversos, mas basicamente, à frustração com algumas crenças e im- posições religiosas e limites muito severos que foram estabelecidos para o modo de pensar, criar e propagar as ideias. Podemos dizer que o mundo durante a Idade Média ficou excessivamente regulamentado. Uma grande epidemia de peste negra, ocorrida no século XIV, vitimou cer- ca de um terço da população europeia, alterando o modo de vida, crenças arraiga- das de ordem moral e religiosa, entre outras. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Evolução e cenários – do passado ao futuro 10 Surgiu então um novo e esplendoroso momento para as artes, literatura e também para novos modelos de organização social e até questionamentos sobre paradigmas arraigados na sociedade. Um novo e fascinante mundo se abriu a experimentações e desafios diver-sos, inclusive o efetivo início da integração planetária, pela expansão do comércio e dos domínios imperiais para novas terras e culturas, e pelas grandes navegações, mas agora vamos nos deter em um aspecto que gerou resultados rápidos e muito marcantes para a vida de todos nós – a máquina de imprensa. Gutenberg, em meados do século XV, observando uma prensa de uvas uti- lizada para a fabricação do vinho, teve a ideia de montar em uma chapa plana tipos metálicos móveis de letras em alto relevo, que seriam “molhados” em uma tinta e carimbados em folhas de papel – estava inaugurada uma nova era; também conhecida como segunda onda. A máquina de Gutenberg reduziu drasticamente o custo para publicar livros, pois até aquela época eles eram mercadoria escassa, disponíveis apenas para um grupo muito reduzido de privilegiados. As cópias eram feitas manualmente e consideradas um processo artístico. Barateou o processo de reprodução de livros, pois haveria um trabalho ini- cial muito grande para fazer o molde, que poderia ser feito por pessoas sem qualificação especial, e depois o baixo custo para reproduzir aos milhares tornaria o custo final muito baixo, se comparado ao do processo anterior. Dessa forma, iniciou-se o mercado popular e, posteriormente, “massificado” para o con- sumo de informações, ideias, opiniões, reflexões etc. O interessante é que a máquina de Gutenberg, para livros, não ficou conhecida como máquina de livros e sim máquina de imprensa, porque permitiu e viabilizou algo que até então não existia – o que denominamos imprensa – ou seja, um folhetim impresso em papel de baixo custo e com as informações locais ou até vindas de outras localidades, atualizadas, também opi- nativas e que permitiam uma disseminação quase imediata e em grande escala para muitas pessoas e em diversas localida- des. Um outro fato relevante a destacar foi a possibilidade de fazer tudo isso sem controles oficiais de estado ou igrejas, visto que a literatura oficial – os livros – muitas vezes, em função das informações que tinham, ou ideias que contrariavam a ordem vigente, eram censurados e o público nem sabia. Até recentemente havia a possibilidade de cercear o direito à informa- ção e a propagação de ideias, como por exemplo, na ditadura militar que perdurou por algum tempo nas décadas de 1960 e 1970 no Brasil; mesmo a internet, em alguns países, sofre uma certa monitoração e censura, mas esse é outro assunto. Acabamos de citar a internet e ela muito se assemelha ao impacto que a “máquina de livros” gerou na sociedade a partir do início do século XVI, e é por esse motivo que os estudiosos e historiadores perceberam na internet, algo muito parecido com o que foi o advento da máquina de Gutenberg. Prensa de Gutenberg. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Evolução e cenários – do passado ao futuro 11 Se você perguntasse a uma pessoa razoavelmente informada, na década de 1960, o que era um computador, imediatamente teria como resposta “cérebro ele- trônico”, máquina de fazer cálculos e expressões assemelhadas; mas hoje, a mesma pergunta imediatamente vai nos conduzir a outras respostas e aplicativos, com ênfa- se na comunicação e lazer. Como será lembrado o computador daqui a cem anos? Mas vamos retornar ao século XVI, com a máquina de imprensa revolu- cionando o mundo com o surgimento de uma profusão e diversificação de in- formações que nunca ocorrera. Juntando-se a esse fato todo o caldo cultural e a mentalidade criativa, questionadora, revolucionária e outros atributos peculiares à Renascença, estavam criadas as condições para um novo momento. Os duzentos anos seguintes, foram pródigos em descobertas com um novo escopo, a compreensão das leis básicas da natureza, além de evoluções significa- tivas em outras dimensões do conhecimento. Foram descobertas as leis básicas da mecânica, eletricidade, magnetismo, termodinâmica, mecânica dos fluídos, além da genética, as matemáticas se ex- pandindo com novos conceitos e uma nova visão de mundo questionando antigos e consolidados paradigmas, que se amalgamavam com as religiões e modelos da “ciência oficial” da época. Estavam estabelecidos os pilares para a que foi denominada Revolução Indus- trial e com ela toda uma nova forma de vida em nossa sociedade; não somente no modo de organizar-se, mas de consumir, de trabalhar, de pensar, de competir, de agir. Pode-se afirmar que esse período caracteriza o surgimento da ciência e seu método. Nosso próximo item aprofundará a análise e peculiaridades da Revolução Industrial. A Revolução Industrial – dos primórdios ao século XX A Revolução Industrial foi basicamente a substituição de antigos produtos e formas de trabalho por um novo modelo, mais eficiente e menos dependente do ser humano como recurso “inteligente” e artesanal na execução. A ciência e suas descobertas características da época criaram as condições que impulsionaram as buscas por aplicações e uso prático dos novos conhecimen- tos – a insaciável curiosidade humana e a nossa vocação por criar e aperfeiçoar “ferramentas”. Surge então um novo tipo de organização produtiva. Saímos das pequenas organizações artesanais e familiares, focadas na tradição e no trabalho de pessoas próximas e “íntimas” e de abrangência local, para organizações de grande porte, alta escala de produção, despersonalizadas na gestão das pessoas e muito direcio- nadas à criação de novos produtos e aplicativos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Evolução e cenários – do passado ao futuro 12 Os produtos gerados por esse novo tipo de negócio foram de grande utili- dade, substituindo de forma vantajosa, especialmente no aspecto econômico, o trabalho e o trabalhador tradicionais, que contavam apenas com instrumentos e ferramentas rudimentares e o conhecimento empírico, herdado por tradição de antepassados ou especialistas de sua comunidade. A primeira fase da Revolução Industrial ocorreu aproximadamente no perí- odo entre as décadas de 1700 e 1850. Foi a época da novidade, da caracterização de novas aplicações e estruturação de um novo modelo de produção e gerencia- mento de negócios. É característico dessa época a máquina a vapor e, mais ao final, a energia elétrica. A segunda fase da Revolução Industrial é o momento em que já havia a crença nesse novo modelo, que apresentava resultados significativos para os paí- ses que o utilizavam, alavancando um novo tipo de desenvolvimento. Esse perío- do iniciou-se em 1850 e podemos dizer que foi a fase final do seu ciclo. A virada do século XIX para o XX foi pródiga em desenvolvimento de no- vos modelos gerenciais e na escala sem precedentes de trabalhadores, às dezenas de milhares, realizando em partes fragmentadas e especializadas o trabalho sob o conceito de linha de produção seriada. Nesse período, ocorreu o desenvolvimento do chamado método científico, que era simplesmente o estabelecimento de dire- trizes e instruções de trabalho baseadas em cálculos de tempos e movimentos ne- cessários ao longo dos processos da linha de produção. Os engenheiros e técnicos especializados faziam todos os levantamentos, tal qual um processo científico, altamente previsível nos resultados finais; os trabalhadores aplicavam-no à risca, para que o resultado fosse sempre o mesmo, com o mínimo de variação. Os fundamentos da gestão moderna se estruturaram neste período, final do século XIX e início do século XX. Os desafios, nos aspectos técnicos, produção, planejamento, logística, qualidade, administração, entre outros, eram inúmeros e simultâneos. O surgimento do computador e consequências – a terceira onda O século XX foi de fato o apogeu e a inserção definitiva da indústria em nossas vidas. O percentualde trabalhadores dentro das indústrias, nos países de- senvolvidos, foi crescendo até que em meados do século XX cerca de 70% dos trabalhadores desses países atuavam na indústria. A demanda por produtos industriais, a sociedade de consumo, a avidez pelo novo, novas aplicações, aperfeiçoamentos do tradicional e a expansão das frontei- ras do consumo para uma parcela cada vez maior da população, geraram um gran- de desafio para os responsáveis pelos processos produtivos e controles associados. No entanto, eis que surge uma nova tecnologia – o computador – que gerou uma nova revolução nos âmbitos da eletrônica e semicondutores. Chegamos então à Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Evolução e cenários – do passado ao futuro 13 denominada era do silício, a matéria-prima principal dos semicondutores, a base da tecnologia computacional. O computador caracteriza a terceira onda, que levou a automação e a pro- dutividade a níveis excepcionais. Apesar da demanda cada vez maior, podemos dizer até “explosiva”, de bens industrializados, a produtividade e a automação cresceram em um nível ainda maior e com isso produzíamos cada vez mais e, gradativamente, com menos trabalhadores. A evolução permitiu a criação de máquinas ou sistemas que não somente aperfeiçoavam o que já existia e de forma cada vez mais criativa, mas também que inovavam máquinas, e assim, a espiral da alta produtividade continuava a se expandir. De 1950 a 2000, um intervalo de 50 anos apenas, o percentual de trabalha- dores na indústria reduziu-se de 70% para 20% e a tendência nos próximos 20 anos é chegar a menos de 5% (vide tabela 1). A figura 1 (p. 9) apresenta as peculiaridades do ciclo associado à era indus- trial, desde o seu início até este momento. O computador e todos os desdobramentos e aplicações advindas nos sinali- zam um novo momento – a era da informação e do conhecimento – que aborda- remos no item a seguir. A era da informação e do conhecimento A era da informação e do conhecimento é o momento que estamos viven- ciando, com uma capacidade e vocação para descobertas cada vez mais surpreen- dentes e agora com a possibilidade de, em poucas décadas ou anos transformar a feição do ambiente humano em todos os seus aspectos: social, tecnológico, orga- nizacional, comportamental, religioso, entre outros. Tabela 1 – Percentual de trabalhadores por tipo de atividade Percentual de trabalhadores envolvidos Ano 2000 Ano 2020 Agricultura 5% 1% Indústria 20% 4% Serviços 70% 75% Conhecimento 5% 20% Observações: Dados estimados para o trabalhador característico do tipo de atividade. Informações aplicáveis a países desenvolvidos ou em desenvolvimento. A tabela 1 mostra a quantidade percentual de trabalhadores em atividades de serviços, que tipicamente está na faixa de 70% e subindo ligeiramente para Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Evolução e cenários – do passado ao futuro 14 cerca de 75% nos próximos 15 anos; mas também o crescimento significativo do trabalhador do conhecimento, hoje em cerca de 5%, deverá aumentar para cerca de 20% no mesmo período. Essas tendências mostram aspectos desafiadores em várias dimensões de nossas vidas, da postura cada vez mais natural e fundamental da educação e for- mação continuadas. Como perceber, vislumbrar e planejar em um ambiente tão mutante e impre- visível? É um grande desafio, e merecedor de muitas reflexões e conjecturas. Rumo ao futuro – desafios e tendências Muitos comentam a respeito das quase infinitas possibilidades que as pró- ximas décadas nos reservam. Uma sociedade com um nível educacional muito elevado, novas e inesperadas funções no mercado de trabalho, direcionamento da atividade humana para aspectos mais criativos, espirituais, transcendentais, enfim, a imaginação está livre para ousar e especular, mas principalmente se antecipar ao que virá, planejando com novos modelos e paradigmas. Os países, as pessoas e toda uma nova arquitetura social, de funções e de vislumbrar mais o processo de desenvolvimento do que de crescimento, novas matrizes energéticas que sustentem um consumo/transformação de produtos em expansão, exaustão de recursos naturais, problemas ambientais no limite do su- portável, distribuição mais harmoniosa das riquezas, inclusão dos grupos sociais atualmente excluídos (a base da pirâmide), maior conhecimento da natureza hu- mana e seu comportamento etc. Os desafios estão aí. Na realidade, estamos no limiar de uma nova era, com todas as oportuni- dades e ameaças, com elementos históricos que permitem uma ponte do passado para o futuro, mas também muita descontinuidade. As dimensões estratégicas nos negócios e na própria sociedade apresentam relevância crescente, pois a velocida- de imposta aos eventos, desde a sua concepção até a sua realização, permite pouca flexibilidade para ajustes; portanto, pensar e planejar estrategicamente torna-se um meio de sobreviver e prosperar. O que nos aguarda no futuro? Individualmente 1. Pesquise e reflita sobre os principais aspectos que predominaram no mundo nos últimos 30 anos e depois sobre cenários e tendências para os próximos 10 anos, com ênfase para o âmbito de negócios, em especial o seu setor de atuação. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Evolução e cenários – do passado ao futuro 15 Em grupo 2. Troque ideias com os colegas sobre as análises individuais e busque convergências de percep- ções e opiniões. Leitura dos livros: BURKE, James; ORNSTEIN, Robert. O Presente do Fazedor de Machados: os dois gumes da his- tória da cultura humana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. ROBERTS, J. M. O Livro de Ouro da História do Mundo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Evolução e cenários – do passado ao futuro 16 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Referências ADIZES, Ichak.. Os Ciclos de Vida das Organizações. São Paulo: Pioneira, 1990. ______. Os Ciclos de Vida das Organizações: como e por que as empresas crescem e morrem e o que fazer a respeito. 4. ed. São Paulo: Pioneira, 1998. AMBRÓSIO, Vicente. Plano de Marketing Passo a Passo. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso editores, 1999. ARTMANN, Luiz Fernando. 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