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2009 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br © 2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Capa: IESDE Brasil S.A. Imagem da capa: IESDE Brasil S.A. IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Todos os direitos reservados. D152 Dalmau, Marcos Baptista Lopez; Benetti, Kelly Cristina. / Ava- liação de Desempenho. / Marcos Baptista Lopez Dalmau. Kelly Cristina Benetti. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009. 176 p. ISBN: 978-85-387-0133-0 1. Avaliação de Desempenho. 2. Gestão. 3. Recursos Humanos. 4. Comunicação. 5. Treinamento e Desenvolvimento. I. Título. II. Benetti, Kelly Cristina. CDD 658.3125 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Especializando-se no Mestrado na área de Recursos Humanos e Educação a Distância Doutorado e Mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduado em Administração pela UFSC. Atualmente é professor do curso de graduação em Administração na UFSC, Avaliador do MEC, Membro do Conselho Editorial de Revistas Científicas e artigos enca- minhados a eventos nacionais e internacionais. Tem expe- riência na área de Administração, com ênfase em Adminis- tração de Recursos Humanos, atuando principalmente nos seguintes temas: Avaliação de Desempenho, Treinamento e Desenvolvimento, Educação a Distância e Gestão por Competências. Marcos Baptista Lopez Dalmau Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduada em Ciências da Ad- ministração pela UFSC. Atualmente é professora substi- tuta da UFSC e pesquisadora do Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária (INPEAU/UFSC). Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Educação a Distância e Pesquisa atuando principalmente nos seguintes temas: Administração Geral, Gestão Univer- sitária, Educação a Distância, competências, RH e Pesqui- sas em Administração. Kelly Cristina Benetti Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Sumário Em que consiste avaliar ...............................................................................13 Conceitos de avaliação de desempenho ..........................................................................................13 Fatores que influenciam o desempenho ..........................................................................................16 Objetivos da avaliação de desempenho ...........................................................................................18 Benefícios da avaliação de desempenho ..........................................................................................19 Padrões de desempenho no cargo .................................................................29 O que é cargo? ............................................................................................................................................29 Como construir um desenho de cargos ............................................................................................30 A relação do desenho de cargos com a avaliação de desempenho .......................................33 Políticas e procedimentos ..................................................................................45 Visões referentes às políticas de avaliação de desempenho .....................................................45 Modelos de avaliação de desempenho .............................................................................................46 Os procedimentos de avaliação de desempenho e o RH ...........................................................49 Tipos de avaliação .................................................................................................59 Introdução ....................................................................................................................................................59 Níveis e perfis de avaliação de desempenho .................................................................................60 Quem deve avaliar o desempenho em uma empresa? ...............................................................62 Superior hierárquico imediato ..............................................................................................................63 Autoavaliação .............................................................................................................................................63 Avaliação feita pelo subordinado ........................................................................................................64 Avaliação de pares e de equipes ..........................................................................................................64 Comissão e comitês .................................................................................................................................65 Outros potenciais avaliadores ...............................................................................................................65 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Modelo de avaliação de desempenho ..........................................................73 Introdução ....................................................................................................................................................73 Métodos de avaliação de desempenho ............................................................................................74 Preparando o terreno: cuidados com a elaboração do instrumento ......................................75 Criação e implantação do método 360º ......................................................89 Introdução ....................................................................................................................................................89 Considerações iniciais sobre o sistema de avaliação de desempenho considerando o método 360º ................................89 Passos para a criação de um sistema de avaliação de desempenho considerando o método 360º............................93 Relações de feedback ................................................................................................ 103 Introdução ................................................................................................................................................. 103 O que é feedback? .................................................................................................................................. 103 Como dar feedback? ............................................................................................................................... 104 Feedback por entrevista ........................................................................................................................ 105 Treinamento e desenvolvimento do processo comunicacional ....... 121 Treinamento e desenvolvimento ..................................................................................................... 121 O processo de comunicação ............................................................................................................. 122 Falhas mais comuns na avaliação de desempenho ...............................133 Introdução ................................................................................................................................................. 133 Principais problemas no processo de implantação da avaliação de desempenho.........133 Principais restrições ao avaliador ...................................................................................................... 141 Implantação da avaliação de desempenho ............................................. 149 Introdução ................................................................................................................................................. 149 Principais influenciadores no processo de execução da estratégia ..................................... 150 A importância do plano de ação ...................................................................................................... 152 A avaliação de desempenho e a promoção de mudanças ...................................................... 156 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Apresentação Vamos dar início à disciplina Avaliação de Desem- penho. Para conhecimento, a avaliação de desempenho é uma das ações mais importantes que um gestor pode fazer, quando se fala em Recursos Humanos, pois possibi- lita o conhecimento concreto da realidade profissional de qualquer funcionário na empresa. Saiba que este livro é fruto de uma atividade de ex- tensão destes professores que vêm desenvolvendo inúme- ras pesquisas e orientações de trabalhos de conclusão de curso sobre o assunto. Logo, apresentamos informações das problemáticas mais comuns nas organizações que possuem um instrumento de avaliação de desempenho. Desta forma, este livro foi elaborado no intuito de possibilitar-lhe condições para analisar criticamente a ferramenta avaliação de desempenho, bem como saber quais passos deverá seguir para sua devida implantação. Por outro lado, procuramos neste livro contemplar os pontos positivos e negativos inerentes ao processo, uma vez que o trabalho de gestão em si não é uma receita de bolo. Logo, é importante que você saiba o que pode ajudar e prejudicar na implantação de tal ferramenta, pois a informação, neste caso, é a sua maior aliada. A rigor, esperamos que este livro lhe possibilite uma visão mais clara da área de Recursos Humanos, pois a ava- liação de desempenho acaba servindo como referência para os demais processos de Recursos Humanos, tais como necessidades de treinamento e desenvolvimento de pes- soas, pois é medida em função das atividades que ela de- sempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. Esse desenvolvimento é proporcionado não somente para os avaliados, que rece- Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br bem o resultado dos pontos fortes e a serem melhorados, mas também ao avaliador, que desenvolve competências importantes para o seu crescimento profissional. Diante do exposto, cabe-nos apresentar como este livro está dividido. O capítulo 1 explica em que consiste avaliar. Traz os conceitos e objetivos da avaliação de desempenho e quais os fatores que influenciam o desempenho. O capítulo 2 mostra os padrões de desempenho no cargo, trazendo a definição de cargo e de que forma os cargos são construídos para que seja possível compreen- der como extrair deles os padrões de desempenho. O capítulo 3 descreve de que forma as políticas de avaliação de desempenho influenciam e são influencia- das pelas políticas e procedimentos gerais de recursos humanos da empresa. Explicita também alguns modelos de avaliação de desempenho e quais suas diferenças e similaridades. O capítulo 4 explica quais os tipos existentes de ava- liação de desempenho, baseados em diferentes critérios. O capítulo 5 trata dos métodos de avaliação de de- sempenho, principalmente da construção do instrumen- to de avaliação, da negociação e acompanhamento do desempenho. O capítulo 6 aborda a criação e implantação da me- todologia de avaliação de desempenho de 360º e quais os passos para a criação de um sistema de avaliação de de- sempenho considerando o referido método. O capítulo 7 expõe sobre as relações de “feedback” bem como o que deve e não deve ser feito no momen- to de se conversar sobre o desempenho alcançado pelo funcionário. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br O capítulo 8 fala da exigência de que os participantes estejam preparados para o desenvolvimento de habilida- des de comunicação, que atuam como facilitadoras do pro- cesso de avaliação, reduzindo as possibilidades de falhas e desvios do entendimento, que são os maiores causadores de conflito no processo de avaliação de desempenho. O capítulo 9, por sua vez, explica quais as falhas mais comuns durante a avaliação de desempenho, quais suas consequências e como evitá-las para obter um resultado com maior efetividade. E, por fim, o capítulo 10 dá maiores detalhes com re- lação à implantação da avaliação de desempenho. Quais os cuidados, os principais influenciadores na execução e propõe a utilização da ferramenta de plano de ação para viabilizar a implantação. É isso. Esperamos que você goste do conteúdo apre- sentado, que consiga fazer uso do mesmo e, sobretudo, lhe abra oportunidades de melhorar ainda mais os seus processos de gestão. Acreditamos que o sucesso na gestão atualmente é decorrente de ideias, atitudes, mas, sobretu- do, técnica. Sem o conhecimento da técnica, não se chega a lugar nenhum. Como dica, interaja com o seu tutor, procure ler os textos complementares, além de ler as referências apre- sentadas ao final de cada unidade. Somente assim é que você conseguirá obter informações e aprofundar ainda mais o seu conhecimento. Um grande abraço! Bom curso Prof. Marcos B. L. Dalmau Prof.a Kelly Cristina Benetti Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 103 Relações de feedback Introdução Neste capítulo trabalharemos o conceito de feedback, bem como explicitaremos o que deve e o que não deve ser feito no momento de se conversar sobre o desempe- nho alcançado pelo funcionário. O que é feedback? O termo feedback tem sido utilizado cada vez mais pelas organizações. Isso acon- tece não somente quando se fala da relação da empresa com seus colaboradores, mas também com seus clientes, fornecedores, acionistas, enfim, com todos os envolvidos. Percebe-se esse movimento em função das empresas compreenderem que são sistemas abertos, isto é, influenciam e são influenciadas pelo meio onde estão inse- ridas. Por esse motivo é importante manter um canal aberto de retorno, pelo qual as partes envolvidas possam devolver suas percepções, opiniões e contribuições em rela- ção às ações da organização. Neste mesmo sentido, a empresa como influenciadora do ambiente, usa esse canal para dar retorno. Ribeiro (2006) posiciona a avaliação de desempenho como o momento esperado pelo colaborador para que alguém fale de seu desempenho. Assim, o gerente deve citar as realizações e os pontos positivos, mas também precisa estabelecer desafios e identificar os pontos a melhorar. Para os objetivos de desenvolvimento, a avaliação fornece o feedbackpara discus- são dos pontos fortes e fracos do colaborador e aprimoramento de seu desempenho. Feedback é entendido também como sinônimo de retroinformação. Isso pois, se- gundo Giegold (1980), os resultados do processo de revisão e avaliação de desem- penho são realimentados no processo ativo de estabelecimento e de planejamento da ação, e ajudam a determinar mudanças nos objetivos e planos. Retroinformação também significa informação dada ao colaborador a respeito de desempenho, tanto Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 104 no aspecto técnico como de relações humanas do trabalho. Para o colaborador, ela atende as necessidades psicológicas muito importantes para o reconhecimento e para saber como é que estou indo diante dos olhos da chefia. Os resultados da avaliação são úteis para a empresa, no sentido de estabelecer um plano de desenvolvimento para o colaborador focado em sua real necessidade, além de proporcionar uma base de critérios claros e objetivos para o encarreiramento e promoção, tornando estes processos menos subjetivos. Para o próprio avaliado o feedback pode ser de grande valia, pois quando tem claros seus pontos fortes e fracos pode buscar o autodesenvolvimento e crescimento profissional de acordo com os seus objetivos. Como dar feedback? Só se fornece o feedback quando se pode contribuir para o sucesso do outro. Deve ser feito diretamente à pessoa, e os elogios podem ser feitos em público, mas a crítica em particular. Devem ser usados todos os elementos da percepção, de dados concre- tos, iniciando sempre pelos pontos fortes (RABAGLIO, 2004). A autora afirma ainda que devem ser estabelecidas metas de manutenção dos pontos fortes e dos pontos a melhorar, e devem ser abordados sempre ilustrando com os dados reais, o avaliado precisa compreender a necessidade de melhorar, estabele- cendo metas de melhoria com prazos fixados para reavaliação. Finaliza-se a avaliação dando espaço para o avaliado falar, enfatizando as metas acordadas e reforçando mais alguns pontos fortes, para estimular a autoestima. Para Rabaglio (2004), quem recebe o feedback não deve replicar, ou justificar-se. Em caso de dúvidas, deve fazer perguntas que o ajude a compreender o raciocínio do avaliador e solicitar esclarecimentos para assegurar o entendimento. Deve haver empatia mútua. É importante que a reunião não seja um monólogo. Ao contrário, o avaliador deve se reunir com o avaliado e ter com ele uma conversa franca. Além de emitir sua opinião sobre o desempenho do avaliado e seu potencial para o futuro, é primordial que o avaliador de atenção a tudo o que ele tem a dizer. Essa troca possibilita que avaliador e avaliado possam tomar decisões sobre metas futuras com base no que juntos decidirem. Porém, não podemos esquecer alguns detalhes muito importantes nesse proces- so, para fazer a reunião de feedback, reserve o tempo que for necessário, planeje a reunião passo a passo, defina os pontos-chave sobre os quais irão conversar, tenha Av al ia çã o de D es em pe nh o Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 105 Relações de feedback respostas para questões relevantes e, principalmente, saiba quais resultados deseja alcançar. Ribeiro (2006) dá algumas dicas importantes: Pergunte, não diga, ou seja, não comece dizendo o que achou do desempenho: peça ao funcionário para se manifestar a respeito. Não deixar passar muito tempo sem dar feedback para o empregado. Foco no desempenho, não na personalidade. Seja específico. Faça um balanço negativo e outro positivo. Escute de boa-fé e assuma a possibilidade de mudar de opinião. Trate um ponto de cada vez. Não prometa o que não pode cumprir. Obtenha compromisso. É importante salientar os aspectos desejáveis do desempenho do avaliado, pois assim o avaliador pode gerar um clima de confiança em sua capacidade de desempe- nhar-se satisfatoriamente. Essa abordagem positiva como nos dizem Werther e Davis (1983), também permite ao avaliador manter tanto o desempenho desejável quanto o indesejável em perspectiva, isso porque impede o indivíduo de perceber que as ses- sões de revisão de desempenho são inteiramente negativas. Quando são feitos co- mentários negativos, eles enfocam no desempenho do trabalho e não na personalida- de do indivíduo. Finaliza-se agradecendo o esforço e a contribuição do outro. Em seguida, o avalia- do faz uma análise profunda do que ouviu e das metas acordadas e põe em prática o plano de ação, solicitando ajuda quando necessário. Toda a equipe deve ser treinada a dar e receber feedback. Não apenas formalmen- te, no momento da avaliação de desempenho, mas a todo o momento, com o objetivo de promover o crescimento e desenvolvimento conjunto da equipe. Feedback por entrevista Uma das formas mais usuais de fornecer feedback aliado à avaliação de desem- penho é por entrevista. Segundo Bohlander, Snell e Sherman (2005), a entrevista de avaliação talvez seja a parte mais importante de todo o processo de avaliação do de- sempenho. Ela dá ao avaliador a oportunidade de discutir o registro de desempenho Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 106 do avaliado e de explorar áreas de possível aprimoramento e crescimento. Fornece também a ocasião para identificar mais plenamente atitudes e sentimentos dos cola- boradores e, assim, aprimorar a comunicação. Os autores ressaltam que o formato da entrevista de avaliação será determinado em grande parte pelo objetivo e pela forma da entrevista, assim como pelo sistema de avaliação utilizado. Muitas entrevistas de avaliação tentam dar feedback aos cola- boradores sobre como eles se saíram em suas atividades e sobre o planejamento para seu desenvolvimento futuro. As entrevistas devem ser programadas com antecedên- cia suficiente para que o entrevistado e também o entrevistador possam preparar-se para a discussão. Se o entrevistador está ansioso por conduzir uma entrevista de avaliação, é impor- tante que supere essa sensação antes de conversar com o avaliado. A ansiedade pode ser interpretada como um indicativo de que a avaliação vai ser negativa. Da mesma forma é preciso ter cautela para não levar à sessão de avaliação qualquer sentimento de raiva ou hostilidade que possa ter por determinada pessoa. A avaliação precisa ser conduzida de um modo objetivo e justo. No início da entrevista de avaliação, é preciso estabelecer uma atmosfera positiva e relaxante que resulte em uma comunicação honesta e de mão dupla. Explique ao avaliado imediatamente qual é o procedimento da avaliação. Caso esta seja a primeira avaliação, o entrevistado provavelmente ficará nervoso, pois não sabe o que o espera (TANKE, 2004). Giegold (1980) destaca a importância da organização da entrevista. A data deve ser marcada com antecedência e com a presença da chefia responsável, e mantida mesmo em face de exigências conflitantes por parte da administração superior. Devem ser evitadas quaisquer interrupções durante a reunião. A organização da entrevista, em seu estágio preliminar deve lembrar a ambas as partes que façam seu trabalho preparatório. O avaliador deve organizar os dados pertinentes que coletou e o avaliado deve fazer o mesmo. Depois de revisar os dados (incluindo os formulários atualizados de revisão de progresso do avaliado, caso decidir usar esse formato), talvez seja importante decidir quais os itens que devam ser salientados. Nesse caso, faça ao avaliado a cortesia de co- municar-lhe previamente, por meio de uma agenda informal. A reunião não é o lugar para surgircom surpresas, se objetivo for fortalecer seu relacionamento. A formalidade excessiva é desaconselhada, pois tende a causar uma rigidez na discussão, mas é pru- dente preparar um roteiro para as duas partes, esboçando os objetivos da discussão, mas não especificando detalhadamente como eles serão alcançados. Uma entrevista de feedback é uma comunicação nos dois sentidos, o que signifi- ca que o avaliador e o avaliado devem um por vez, falar a metade do tempo. Pessoas Av al ia çã o de D es em pe nh o Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 107 Relações de feedback introvertidas podem sentir muita dificuldade de falar sobre elas. A autoavaliação, se realizada anteriormente a essa etapa, poderá ser útil para atrair o avaliado ao diálogo. O foco da conversa deve ser as metas e os resultados, por isso, apresente o guia de planejamento do desempenho e discuta cada meta separadamente. As críticas a serem feitas devem ser específicas e relacionadas ao desempenho. Não se concentre na personalidade ou em traços do caráter, mas nas metas e nos moti- vos por que não foram cumpridas. Dê exemplos específicos, pontue situações ao invés de abordar generalidades. Permaneça calmo e não discuta com o avaliado. Seu foco deve estar em fornecer um feedback para ajudá-lo a melhorar o desempenho e não na avaliação real em si. A entrevista deve levar o tempo que ambos considerarem necessário. Não pla- neje um intervalo de tempo reduzido durante o qual você tentará conduzir uma en- trevista de avaliação, pois esse período pode variar de pessoa para pessoa. É impor- tante que o avaliado sinta que ele é parte integrante do processo e possa entender as ideias, todas. Antes de concluir, é importante que o avaliador resuma os pontos fortes do ava- liado e as áreas nas quais uma melhora seria necessária, bem como, oferecer soluções e orientação sobre como ele pode melhorar nessas áreas. De acordo com Tanke (2004), é importante enfatizar o compromisso de ajudar o avaliado a alcançar níveis de desem- penho mais elevados, estabelecendo novas metas para o próximo período de avaliação. O foco na conclusão da sessão deve ser no desempenho futuro e não no passado. Como vimos até aqui, as entrevistas de avaliação são sessões de revisão de de- sempenho que dão aos empregados retroinformação ou feedback sobre seu desem- penho passado e potencial para o futuro, porém, o avaliador pode proporcionar esta retroinformação por meio de várias abordagens. Abordagens para condução das entrevistas de feedback Diversos autores, tanto da Administração como da Psicologia baseiam-se nas téc- nicas apresentadas na obra de Norman R. F. Maier. Para a autora, existem três relações de causa e efeito baseadas em três tipos de entrevistas de avaliação: falar-e-convencer, falar-e-ouvir e solução de problemas. O método falar-e-convencer ou diga-e-venda estão baseados na capacidade de persuadir um colaborador a mudar a forma como se posiciona diante do seu trabalho, ou seja, é a maneira como ele entende que o trabalho deve ser feito. Isso pode exigir novos comportamentos por parte do colaborador e o uso hábil de incentivos à moti- vação por parte do avaliador/supervisor. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 108 O objetivo desta abordagem, de acordo com Carnegie (1978) é comunicar ao avaliado a sua avaliação tão aprimorada quanto possível, ou seja, o avaliador procura deixar que o avaliado saiba como está indo, visando ganhar a aceitação para a ava- liação, e finalmente, conseguir que ele siga o plano delineado para o seu aperfeiço- amento. Para que isso aconteça é preciso muita perícia. O avaliador deve ser capaz de persuadir o avaliado a mudar, mas, esse tipo de avaliação não raramente encontra resistência ou mesmo hostilidade. Para que seja possível persuadir e gerar uma mudança efetiva, é preciso aprender a compreender as motivações dos colaboradores e amarrar a avaliação a esses motivos. Por exemplo, a empresa pode tornar o aperfeiçoamento mais atrativo para o colabora- dor utilizando meios extrínsecos, como recompensas pelo bom trabalho ou ameaças de punições por mau trabalho. Nessa lógica, o novo comportamento é aceito não por seus próprios méritos, mas antes pela recompensa concedida pela mudança ou pelo medo da punição, se não houver mudança. Esse é o principal limitador, visto pelos autores, à efetividade deste método. Muitas vezes o colaborador aceita a avaliação, ou pelo menos diz que aceita, a fim de escapar da situação de entrevista, depois disso, entretanto, nada acontece. Por outro lado, os autores ressaltam que esse método funciona muito bem com colaboradores inseguros ou inexperientes e que necessitam da garantia de uma figura de autoridade. O segundo método apresentado pela autora é o falar-e-ouvir ou método diga-e- escute. Esse método implica que a entrevista seja dividida em duas etapas, que exigem habilidades específicas. Na primeira etapa, é importante a capacidade de comunicar os pontos fortes e fracos do desempenho do avaliado. Já na segunda parte da en- trevista, são explorados amplamente os sentimentos do avaliado sobre a avaliação. O método requer ouvir opiniões discordantes e lidar com o comportamento defensivo, sem tentar refutar quaisquer afirmações, conforme lembra Carnegie (1978). Essa é uma tarefa bastante complexa quando o avaliador é o próprio supervisor do avaliado, o que acontece na grande maioria das vezes. Esse método pressupõe que a oportunidade de liberar sentimentos de frustração ajudará a reduzi-los ou superá-los. O supervisor precisa desenvolver certas perícias para ter sucesso nessa aborda- gem, como bem destacam Bohlander, Snell e Sherman (2005). Elas são: escuta ativa – aceitar e tentar compreender aquilo que o empregado está realmente sentindo e quais são suas atitudes; fazer uso eficaz das pausas – ele deve responder aos sentimentos da Av al ia çã o de D es em pe nh o Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 109 Relações de feedback outra pessoa para mostrar compreensão; e, finalmente, sumariar sentimentos – para indicar progresso, mostrar compreensão e enfatizar certos pontos. Já do ponto de vista do avaliado, esse tipo de entrevista possibilita a chance de expressar a si mesmo, abertamente, sem pressão de sua chefia. O avaliado sente-se aceito e importante além de ser envolvido na solução de seus próprios problemas. O terceiro método proposto por essa autora é o solução de problemas. Segundo esse método, o papel do avaliador deixa de ser o de juiz do desempenho e passa a ser o de auxiliar. Ouvir, aceitar e reagir aos sentimentos são elementos essenciais na entre- vista de solução de problemas, que além do interesse pelos sentimentos do avaliado, busca estimular seu crescimento e desenvolvimento, discutindo seus problemas, ne- cessidades, inovações e insatisfações (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005). Diferente das outras abordagens, este método não privilegia a comunicação, mas cria a presunção de que o interesse mútuo de ambos, o avaliador e o avaliado, irão me- lhorar o desempenho. Quando o avaliado aceita o fato de que o avaliador está ali para ajudar e não para criticá-lo, fica mais condescendente em descrever suas dificuldades, pois o objetivo real é o desenvolvimento do avaliado, e não elogiar e/ou desaprovar. Neste método, a função do avaliador é descobrir os interesses do avaliado, res- ponder a eles e ajudar o avaliado a examinar a si mesmo e ao trabalho. Ele tenta esque- cer seu próprio ponto de vista e tenta ver o trabalho como o avaliado vê. Seas ideias deste parecem impraticáveis, o avaliador deve fazer perguntas para aprender o que o avaliado realmente quer (CARNEGIE, 1978). Assim, o avaliador não tem a responsabilidade de resolver os problemas apresen- tados, ele se abstém de fazer sugestões próprias. Mesmo quando as ideias do avaliado sejam vazias e superficiais, o avaliador deve fazer com que ele chegue a respostas mais concretas, sem expor suas opiniões a respeito da avaliação. A abordagem solução de problema motiva pensamentos originais porque estimu- la a curiosidade. Ela desenvolve a motivação intrínseca porque o indivíduo comparece com suas próprias sugestões. Um exemplo disso é qual a melhor maneira de fazer o serviço? Ele agora sente que está no controle de suas próprias atividades em vez de lhe ser dito por outros o que deve fazer. Isso leva a um maior esforço para atingir os resultados desejados e um forte sentimento de satisfação no trabalho quando o es- forço é bem-sucedido (CARNEGIE, 1978). Esse método pode ser usado com resultados relevantes somente se a equipe tiver maturidade suficiente para compreender a me- todologia e aplicá-la. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 110 O quadro a seguir faz um resumo dessas três metodologias e discute sua aplicabilidade: Quadro 1 – Relações de causa e efeito nos três tipos de entrevista de avalia- ção de Maier Método Diga e venda Diga e escute Solução de problema (C A RN EG IE , 1 97 8) Papel do entrevistador Juiz Juiz Auxiliador Objetivo Comunicar a avaliação. Per- suadir o empregado a me- lhorar. Comunicar a avaliação. Libertar sentimentos de- fensivos. Estimular crescimento e desenvolvimento no em- pregado. Premissas Empregado deseja corrigir fraquezas, se ele as conhece. Qualquer pessoa pode me- lhorar se assim o escolher. Um superior é qualificado para avaliar um subordinado. As pessoas mudarão se os sentimentos de defesa fo- rem removidos. O crescimento pode ocorrer sem a correção de falhas. A discussão de problemas de trabalho leva a desempenho me- lhorado. Reações Comportamento defensivo suprimido. Tentativas para cobrir hostilidade. Comportamento defensi- vo expressado. Aceitos os sentimentos do empre- gado. Comportamento tipo so- lução-de-problema. Perícias Vendabilidade. Paciência. Escutar e refletir sentimen- tos. Sumariar. Escutar e refletir senti- mentos. Refletir ideias. Usar perguntas explora- tórias. Sumariar. Atitudes Pessoa lucra com a crítica e aprecia a ajuda. Um pode respeitar os sen- timentos do outro, se ele os compreende. Discussão desenvolve novas ideias e interesses mútuos. Motivação Uso de incentivos positivos, negativos ou ambos (extrín- secos, em que a motivação é somada ao próprio trabalho). Reduzida a resistência à mudança (motivação ex- trínseca e alguma intrín- seca). Liberdade aumentada. Responsabilidade aumen- tada (motivação intrínse- ca em que o interesse é inerente ao trabalho). É importante destacar que essas metodologias que mostramos até aqui não são as únicas possíveis. Flippo (1980) explica que para os mais tradicionalistas, a parte mais difícil do processo de avaliação, e a que produz mais frutos, é a entrevista para avaliação. Nesse sentido, propõe um roteiro de entrevista que consiste nos seguintes passos. Av al ia çã o de D es em pe nh o Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 111 Relações de feedback Estar preparado para a entrevista. Pôr o subordinado que vai ser avaliado à vontade. Discutir a finalidade da entrevista e do plano de notas. Pausa – dar ao avaliado uma oportunidade para reagir. Apresentar a nota global. Pausa – dar ao avaliado uma oportunidade para reagir. Apresentar os pontos fortes. Pausa. Apresentar os pontos fracos. Pausa. Discutir as maneiras de melhorar. Pausa. Dizer ao avaliado que ele poderá reabrir mais tarde a questão se ele assim o desejar. Seguimento – procurar ver melhoria no trabalho do avaliado. O autor chama esse método de sanduíche de relações humanas, porque coloca uma crítica em meio a elogios. Essa intercalação é importante, pois ajuda a remover da crítica um pouco de seus ferrões. Isso exige muita habilidade para não deixar o avaliado na defensiva, tentando justificar seus comportamentos. Nesse caso a entrevista deve concentrar-se em revisar todo o progresso do avalia- do em direção a metas sobre as quais houve acordo mútuo, isto é, mais um método- tarefa orientado do que um método-pessoa orientado. Cuidados na condução do feedback Entre os pontos que destacamos no processo de feedback até aqui, podemos des- tacar alguns cuidados a serem tomados durante sua execução. Sachs (1995) destaca, entre outros pontos, o cuidado com o que dizer ao avaliado, pois poderá causar ressentimentos se passar a mensagem errada ou ainda dizer nada que seja relevante, desperdiçando a oportunidade de ajudá-lo a melhorar seu desem- penho ou pior, gerando situações desconfortáveis ou até mesmo conflituosas. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 112 Porém, é importante lembrar que ninguém é perfeito. Se o avaliador perceber que não consegue mudar o comportamento do avaliado no dia-a-dia, a avaliação de desempenho pode ser uma ótima oportunidade para discutir o problema. Afinal, cons- tatar uma falha por escrito faz com que seja impossível ignorá-la. Outro ponto relevante citado por muitos autores é a preparação do ambiente. Para que toda sua atenção se concentre na entrevista de avaliação, Sachs (1995) propõe seguir o seguinte checklist para não esquecer nada: Quadro 2 – Checklist para entrevista Checklist para preparar o ambiente Cuide para que os telefonemas e visitas não o distraiam. Programe tempo suficiente para a reunião. Tire da mesa todos os papéis que tenham a ver com a reunião e que pos- sam atrapalhar o manuseio dos formulários e documentos. Cuide para que a temperatura seja agradável – nem muito quente nem muito frio. Providencie água e copos, se possível. Guarde tudo que possa distraí-lo, como elásticos, clips etc. Cuide para que todos os documentos e formulários necessários estejam prontos. Ofereça ao funcionário uma cadeira confortável. Qualquer comentário pessoal que possa ser interpretado como preconceituoso ou parcial não deverá ser mencionado nessa entrevista. Também não é indicado pelos autores “vasculhar” o diário durante a reunião para encontrar documentado um deter- minado fato. Portanto, é relevante fazer uma leitura prévia e marcar as partes que quer mostrar ao avaliado. Sachs (1995) aconselha três coisas que devem ser feitas pelos gestores e três que não devem ser feitas ao dar feedback: faça – peça aos funcionários para expor seus planos de carreira e os dados sobre sua formação antes de dar uma opinião; faça – repita as metas do funcionário com as quais ele não concorda de forma que ele possa ouvir como elas lhe soam em voz alta (isso pode re-Av al ia çã o de D es em pe nh o Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 113 Relações de feedback almente fazer diferença). Talvez ouvindo em voz alta ele perceba a impor- tância delas; faça – ajude o funcionário a escolher as metas que você tenha condições de ajudá-lo a atingir. Quando as metas pessoais entram em conflito com o que é melhor para o departamento, ofereça-lhes alternativasque possam satisfazer as duas partes; não faça – não ofereça ao empregado seu próprio plano de sucesso na carrei- ra. Trabalhe junto com ele, deixando-o formular a maior parte das ideias. Ele ficará mais comprometido com um plano idealizado por si próprio; não faça – não tenha medo de dar sua opinião quando solicitada, mas cuidado com preconceitos que possa eventualmente ter. Lembre-se de que coisas que podem não ser certas para o gestor, podem ser para o funcionário; não faça – não seja excessivamente crítico no caso do funcionário escolher uma trajetória diferente da sua. Seja objetivo e considere somente se as metas escolhidas são de interesse do funcionário e do departamento. Porém, nem sempre as avaliações vão permitir que haja um feedback positivo. Em muitos casos, os colaboradores vão precisar ouvir críticas incisivas e resultados de avaliações essencialmente negativas. Também nesses casos o autor apresenta algumas orientações de como proceder, como mostra o quadro a seguir. Quadro 3 – Diretrizes para uma avaliação de funcionários ineficientes Tenha em mãos a documentação necessária. Marque com um clips as entradas no diário do funcionário, para que possa rapidamente recorrer a exemplos de problemas relativos a desem- penho e/ou comportamento que o funcionário tenha apresentado nos últimos seis meses. Assegure-se de que o número de vezes que você o interpelou quanto ao seu desempenho também esteja documentado. Isto resolve o problema de qualquer insistência do funcionário de não ter sido advertido sobre os problemas existentes. Mostre ao funcionário, por escrito, os padrões de qualidade exigidos. Estes padrões devem ser distribuídos a todos no momento da admissão ou quando são promovidos. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 114 Aponte exemplos que evidenciem que seu trabalho não tem corres- pondido aos padrões exigidos bem como o trabalho dos outros. Isto o protegerá de qualquer acusação de tratamento parcial ou precon- ceituoso por parte do funcionário. Prepare uma lista de mudanças que você gostaria que o funcionário fi- zesse no seu desempenho. Não diga apenas “Você tem que melhorar”. Especifique exatamente o que é necessário mudar. Ao entrevistar, Giegold (1980) aconselha que o gestor se certifique de que haja comunicação. Expor todos os fatos, sentimentos e pontos de vista para chegar a con- clusões úteis em uma entrevista, é uma questão de reduzir os fatores que embaraçam a comunicação e empregar os fatores que a facilitam. Essa discussão será baseada nos pontos destacados por Giegold (1980). Para o autor, mesmo quando aceitam sua parcela de responsabilidade, muitos gerentes julgam que fizeram o que deviam no processo de desenvolvimento do colaborador quando o autorizam a frequentar um programa de treinamento. Porém, antes de ser considerado apto para o treinamento, é necessário primeira- mente mensurar o desempenho do colaborador. E mais que isso, compreender que a diferença entre o desempenho apresentado e o esperado pode ser em parte resultado de obstáculos físicos ou psicológicos que o próprio gerente ou o clima organizacional podem ter anteposto à trajetória do colaborador. Nesse sentido, não são raras as vezes que perceber o próprio trabalho, ou o enri- quecimento do cargo pode funcionar como um modo de motivar os empregados. Isso ocorre, pois quando se atribui ao colaborador maior responsabilidade, isso promove o alívio da monotonia e o prazer da realização que pode resultar do término com êxito de uma parte significativa do trabalho ou o acréscimo da motivação, de maneira geral. Isso pode ser o insumo para que o colaborador explore mais suas oportunidades de melhoria, entenda suas necessidades de treinamento, entre outras possibilidades. O processo de avaliação provê a oportunidade para determinar as necessida- des de desenvolvimento do colaborador, isso só ocorre efetivamente com o desenho de planos de ação e o estabelecimento de metas. Todavia, os planos de ação que se seguem são muito influenciados pela iniciativa do gerente em colocar ao alcance dos colaboradores os recursos de desenvolvimento da administração que possam dar ou recomendar, como por exemplo, uma consultoria profissional, testes e treinamento em autopercepção, entre outras fontes externas. Uma outra maneira de facilitar o autode-A va lia çã o de D es em pe nh o Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 115 Relações de feedback senvolvimento é uma política organizacional que permita uma licença para educação, liberação de tempo para treinamento e/ou restituição dos gastos para o colaborador que conclua os cursos com sucesso. O importante é que o avaliado receba um feedback que possibilite a confecção do plano de ação, estabelecendo metas objetivas e quantificáveis, gerando um ciclo virtuoso de informação, que retroalimentará as próximas avaliações de desempenho e assim sucessivamente. TEXTO COMPLEMENTAR Feedback: uma prática que contribui com o desenvolvimento (SILVA, 2008) Boa parte das empresas ainda não adotou a cultura do feedback, e muitos ge- rentes não sabem como dar um retorno para seus colaboradores, não têm habilida- de e não tomam os devidos cuidados na hora de conversar com os membros de sua equipe. Os funcionários muitas vezes querem saber como está o seu desempenho em relação às atividades executadas, para saber se estão cumprindo com suas obri- gações de maneira correta ou não. Porém, o que ocorre com frequencia é que os funcionários só sabem se estão desenvolvendo algo errado quando lhes chamam a atenção; e o mais preocupante é a forma como é feita esta cobrança. Muitos gestores não demonstram nenhuma cautela ao falar com as pessoas e, deste modo, acabam expondo seus colaborado- res, chamando sua atenção na frente dos outros e, algumas vezes, chegam até a gritar com os mesmos, expressando toda sua raiva por causa de algo malsucedido naquele momento. Focar apenas os pontos negativos não é a forma mais eficiente para fazer uma devolutiva. Há alguns métodos que podem ser utilizados na hora de dar um feedba- ck e, neste momento, todo cuidado é pouco, pois esse retorno tem que ser constru- tivo e não destrutivo; a falta de habilidade nesta situação pode comprometer o de- sempenho do funcionário por muito tempo, aumentando a sua insatisfação dentro da empresa e impactando nas metas e nos resultados da equipe. Mas como dar um feedback para o meu colaborador? Para que este seja bem feito, é importante usar as três peneiras, que são: verdade, bondade e necessidade. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 116 A primeira peneira é a da verdade; o que eu vou falar é verdadeiro, é realmen- te fato ou é apenas um boato trazido por outros membros da equipe? Temos que nos certificar de que seja verdadeiro e, se isso se confirmar, ainda temos que passar pela segunda peneira, que é a da bondade; se eu falar isso vai ser bom para ele? Vai agregar alguma coisa? Vou ajudá-lo a construir um caminho de desenvolvimento? Se sim, ainda tem a terceira peneira, que é a da necessidade; será que convém contar? Isso vai resolver alguma coisa ou não? Vai ajudar a equipe e os resultados da empresa? Se passar pelas três peneiras, é porque vai ser bom para o funcionário, para a equipe e para a organização. Após isso, podemos usar a técnica do PNP (po- sitivo – negativo – positivo), também conhecida como técnica do sanduíche, e para conhecer melhor essa receita é só prestar atenção nos ingredientes a seguir: para iniciar o feedback é importantecomeçar com as batatas, que é um rapport inicial (palavra de origem francesa que significa afinidade, concordância, analogia) usado para buscar uma aproximação e criar um vínculo com o colabora- dor. Na sequência vem o pão, que é a parte positiva, ou seja, tudo aquilo que o fun- cionário possui de bom em relação às suas características e competências. Logo após vem a carne, que são os pontos de melhorias; digamos que é tudo aquilo que precisa ser desenvolvido. Para fechar esse sanduíche vem a outra parte do pão, que é uma retomada dos aspectos positivos; esse desfecho tem como obje- tivo valorizar as características positivas do profissional, para que ele não se sinta desmotivado em função dos indicadores negativos de sua performance apontados durante o feedback. Mas não pense que acabou por aí: por fim, vem o milk shake, que representa o plano de ação, traçado para que o colaborador possa aprimorar os indicadores que precisam de atenção. É necessário ressaltar que, nesta etapa, quem irá elaborá-lo é a própria pessoa que recebeu o feedback; neste passo, o papel do gestor é orientar o profissional e dar algumas dicas, para que as ações sejam bem elaboradas e cum- pridas com eficiência. Seguindo esse modelo, seus feedbacks terão uma boa aceitação pela sua equipe e trarão bons resultados para a empresa. É importante lembrar que, sempre que for positivo, o feedback pode ser dado na frente de outros colaboradores, para que o indivíduo se sinta reconhecido e valorizado e para passar um bom exemplo para os outros. No entanto, se a devolutiva tratar de pontos negativos, é fundamental que seja em particular, a fim de não expor a pessoa, prejudicar o seu desempenho e gerar uma insatisfação por parte do mesmo. Av al ia çã o de D es em pe nh o Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 117 Relações de feedback A ideia desta prática é contribuir com o desenvolvimento do colaborador e, consequentemente, agregar valor para a organização. Portanto, é fundamental que todas as características, tanto positivas quando as que precisam ser melhoradas, sejam apontadas, pois apenas desta forma o funcionário saberá aquilo que deve conservar na sua performance, ou seja, suas qualidades, e aquilo que precisa apri- morar e desenvolver. Lembre-se que você tem um papel muito importante no desenvolvimento do seu funcionário; adote a cultura do feedback, siga esses passos e tenho certeza que os resultados serão bastante positivos. Comece agora mesmo a praticar. Boa sorte! ATIVIDADES Ultimamente as organizações estão adotando o 1. feedback estilo destrutivo, onde o avaliador literalmente acaba com qualquer esperança de seus avaliados no que tange a uma obtenção profissional de uma posição sobre o seu desem- penho. Pergunta-se: tal afirmativa está correta? O que o gestor pode esperar de uma situação deste tipo futuramente? Justifique sua resposta. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 118 Teoricamente o gestor deve levantar os resultados de desempenho de seus 2. avaliados, antes de fazer a devida conversa sobre os resultados com os mesmos. Todavia, sabe-se que é uma atividade que exige organização e pró-atividade, o que gera muito trabalho. Por isso que a grande maioria não se preocupa e acaba indo para as reuniões baseados apenas em suas percepções pessoais. Pergunta-se: isso está correto? Caso negativo, o que deve ser feito para contor- nar tal situação? Segundo as teorias apresentadas, o melhor ambiente para se dar o 3. feedback é o do trabalho, pois possibilita o foco dos envolvidos em um contexto mais profissional. Porém, o mais importante é preparar todo o ambiente para que a entrevista ocorra sem problema algum. Pergunta-se: o que deve ser feito? Cite e explique detalhadamente tais passos. Av al ia çã o de D es em pe nh o Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 119 Relações de feedback Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Gabarito Relações de feedback A sentença está incorreta, partindo da premissa que as organizações atualmen-1. te estão tentando ser cada vez mais humanas na promoção de seus feedbacks. Logicamente existem ainda algumas organizações que não atuam desta forma e, por isso mesmo, estão colhendo cada vez mais funcionários desmotivados e não-comprometidos com os princípios da avaliação de desempenho. Evidentemente que está errada, uma vez que sem o devido preparo o gestor 2. colocará em xeque todo o sistema mediante prováveis conflitos e desmotivação futura de seus empregados quanto ao processo de avaliação. Para sanar tal situa- ção, cabe a empresa reforçar continuamente a importância de se seguir as regras, bem como da necessidade dos gestores a realizarem acompanhamentos siste- máticos e, sobretudo, não marcarem as reuniões enquanto não tiverem acesso a todos os dados de forma a prepará-los adequadamente para o feedback. O gestor deverá cuidar para que não seja interrompido por telefones, muito 3. menos por outros funcionários. Além disso, por ser um momento de provável stress, o gestor deve criar um ambiente que tenha uma temperatura agradável, uma cadeira confortável e que não tenha na mesa nada além do extremamente necessário para a realização da conversa. Exemplo de uma entrevista de feed- back: a data deve ser marcada com antecedência e com a presença da chefia responsável, e mantida mesmo em face de exigências conflitantes por parte da administração superior. Devem ser evitadas quaisquer interrupções durante a reunião. O avaliador deve organizar os dados pertinentes que coletou e o ava- liado deve fazer o mesmo. Comunicar ao avaliado previamente, por meio de uma agenda informal, quais os itens que devam ser salientados. A formalidade excessiva é desaconselhada. O avaliador e o avaliado devem um por vez, falar a metade do tempo. O foco da conversa deve ser nas metas e nos resultados, por isso, apresente o guia de planejamento do desempenho e discuta cada meta separadamente. As críticas a serem feitas devem ser específicas e relacionadas Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br ao desempenho. Dê exemplos específicos, pontue situações ao invés de abor- dar generalidades. Permaneça calmo e não discuta com o avaliado. A entrevista deve levar o tempo que ambos considerarem necessário. É importante que o avaliado sinta que ele é parte integrante do processo e possa entender as ideias todas. Antes de concluir, é importante que o avaliador resuma os pontos fortes do avaliado e as áreas nas quais uma melhora seria necessária, bem como, ofe- recer soluções e orientação sobre como ele pode melhorar nessas áreas. Av al ia çã o de D es em pe nh o Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
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