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RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E ETICA PROFISSIONAL

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ESPIRITO SANTO 
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E ÉTICA 
PROFISSIONAL 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – FAVENI 
 
 
1 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 RELAÇÕES INTRAPESSOAL E INTERPESSOAL .................................... 3 
3 COMUNICAÇÃO HUMANA ........................................................................ 6 
3.1 Barreiras à comunicação ...................................................................... 9 
3.2 Comunicação organizacional ............................................................. 11 
4 GRUPOS .................................................................................................. 13 
4.1 Fases do grupo .................................................................................. 15 
5 FEEDBACK ............................................................................................... 16 
5.1 O Que é Feedback? ........................................................................... 16 
5.2 As Dificuldades de dar e Receber Feedback ..................................... 17 
5.3 Feedback de grupo ............................................................................ 19 
6 COMPREENSÃO EMPÁTICA .................................................................. 21 
7 CONCEITO DE MOTIVAÇÃO ................................................................... 22 
7.1 Ciclo motivacional .............................................................................. 23 
7.2 Tipos de motivação ............................................................................ 23 
7.3 Frustração .......................................................................................... 24 
7.4 Conflito ............................................................................................... 25 
8 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO ...................................................................... 25 
8.1 Principais Teorias ............................................................................... 25 
9 PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA DO EGO ................................ 27 
10 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ............................................................... 28 
10.1 O que é inteligência emocional? ..................................................... 28 
10.2 Importância das emoções ............................................................... 29 
11 ÉTICA E CIVILIZAÇÃO ......................................................................... 30 
11.1 Racionalidade e liberdade ............................................................... 31 
 
2 
11.2 Civilização e valores ....................................................................... 33 
11.3 Ética e valores ................................................................................. 36 
11.4 Ética e Lei ....................................................................................... 37 
11.5 Conceito da ética ............................................................................ 38 
11.6 Conceitos da ética profissional ........................................................ 39 
12 A ÉTICA PROFISSIONAL E A FILOSOFIA DO AGIR HUMANO – O SER 
ÉTICO/AXIOLÓGICO. ............................................................................................... 40 
12.1 Ética profissional: quando se inicia esta reflexão? .......................... 42 
12.2 Ética profissional e relações sociais ................................................ 43 
12.3 Quais os limites de um código de ética? ......................................... 43 
12.4 Ética e sistema econômico .............................................................. 44 
12.5 Ética e meio ambiente ..................................................................... 45 
13 DEVERES PROFISSIONAIS ................................................................. 48 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA ................................................................................. 51 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................ 51 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1 INTRODUÇÃO 
 
Fonte: www.unione.art.br 
Prezados alunos, é com imenso prazer que lhes apresento a apostila de 
relacionamento interpessoal e ética profissional, esta é uma apostila pertencente ao 
núcleo comum da Dom Alberto. 
Aproveite esse material, o mesmo foi elaborado com muito carinho e dedicação. 
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois os mesmos serão 
necessários na sua formação profissional. 
Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, alcançar o 
equilíbrio e contribuição no processo de conhecimento de todos! Em caso de dúvidas, 
não hesitem em perguntar, estamos aqui para melhor servi-los. 
2 RELAÇÕES INTRAPESSOAL E INTERPESSOAL 
As relações interpessoais tiveram como um de seus primeiros pesquisadores o 
psicólogo Kurt Lewin. MAILHIOT (1976: 66), ao se referir a uma das pesquisas 
realizadas por esse psicólogo, afirma que ele chegou à constatação de que “A 
produtividade de um grupo e sua eficiência estão estreitamente relacionadas não 
somente com a competência de seus membros, mas, sobretudo com a solidariedade 
de suas relações interpessoais”. 
 
4 
Schutz, um outro psicólogo, trata de uma teoria das necessidades 
interpessoais: necessidade de ser aceito pelo grupo, necessidade de responsabilizar-
se pela existência e manutenção do grupo, necessidade de ser valorizado pelo grupo. 
Tais necessidades formam a tríade de que fala MAILHIOT (1976: 67), quando este faz 
referência aos estudos de Schutz: necessidades de inclusão, controle e afeição, 
respectivamente. 
Ao discorrer acerca da humanização no ambiente de trabalho, COSTA (2002: 
21) aponta as relações interpessoais como um dos elementos que contribuem para a 
formação do relacionamento real na organização: 
É necessário observar a operação real da organização, aqui incluídas, as 
relações interpessoais, que constituem a sua seiva vital. Os elementos formais 
(estrutura administrativa) e informais (relacionamento humano, que emerge das 
experiências do dia-a-dia) integram-se para produzir o padrão real de relacionamento 
humano na organização: como o trabalho é verdadeiramente executado e quais as 
regras comportamentais implícitas que governam os contatos entre as pessoas – esta 
é a estrutura de contatos e comunicações humanas a partir da qual os problemas de 
política de pessoal e de tomada de decisões podem ser compreendidos e tratados 
pelos administradores Os autores são unânimes em reconhecer a grande importância 
do tema “relações interpessoais” tanto para os indivíduos quanto para as 
organizações, relativamente à produtividade, qualidade de vida no trabalho e efeito 
sistêmico. 
Falar sobre Relacionamento não é fácil, entendê-lo também não. 
Principalmente quando levamos em consideração os níveis de relacionamento e os 
prováveis personagens do mesmo. 
Sendo interpessoal, intrapessoal, com o cliente interno ou externo, o 
relacionamento é fator fundamental e, muitas vezes definitivo na vida dos indivíduos. 
É necessário possuir habilidades para manter um bom convívio consigo, com os 
clientes, colegas de trabalho, amigos ou com alguém que, simplesmente, só precisa 
de um minuto de sua atenção para esclarecer uma dúvida. 
Todos somos capazes e estamos aptos a desenvolver tais habilidades, em 
muitos casos, uns personagens conseguem superar ou unir a habilidade à 
personalidade, tornando-se parceiros / companheiros desejáveis ao convívio. Outrosnem sempre conseguem atingir níveis de satisfação tão relevantes e perceptíveis, o 
que não quer dizer que eles sejam incapazes de manter um relacionamento com 
 
5 
alguém. Na verdade, não é nada fácil, mesmo. Porém, como tudo na vida, é preciso 
treino e perseverança. Pessoalmente e profissionalmente, as pessoas que não 
conseguem ou não estão preparadas para conviver com os semelhantes e administrar 
conflitos estão fadadas à solidão e ao fracasso. O que também não quer dizer que 
isso seja o fim. 
Quando nos aproximamos de alguém é porque temos uma necessidade para 
ser satisfeita. O mercado quando dispõe e uma vaga exige como competência o 
relacionamento. Gostamos de falar e ser ouvidos, queremos atenção, ficamos felizes 
com bons resultados em equipe, sorrimos quando somos compreendidos, ficamos 
polivalentes quando o grupo está entrosado. 
As habilidades e os "macetes" dos relacionamentos inter e intrapessoais 
perpassam por estas atitudes, que posteriormente geram sentimentos como o da 
fidelidade. A percepção é a primeira destas. Ao estarmos atentos ao que acontece em 
nossa casa, trabalho, reuniões fraternas e detectamos que algo está diferente, os 
indivíduos que mantém relações conosco respondem com a "verdade" ao que foi 
percebido. 
E também acontece quando tratamos da relação EU – COMIGO. Trabalhar a 
percepção pode ser fácil e divertido. 
Inicialmente esteja atento a sua realidade e interrogue-se, respondendo 
sinceramente. A verdade vem como a segunda habilidade. Todo e qualquer 
relacionamento é baseado essencialmente na confiança. A criança confia nos pais, 
logo a ama; o amigo confia na amiga, logo se confidenciam; o cliente confia no produto 
e no vendedor, logo compra e defende. 
Apresentar e oferecer o que somos realmente capazes de realizar para nos 
aproximar, e fidelizar é um dever. Além disso, a flexibilidade e ser um negociador não 
fazem mal algum. Nada está totalmente correto ou equivocado. Tudo depende do 
ponto de vista de cada um. Visão esta, que está diretamente ligada as pré-
experiências e a bagagem cultural de cada indivíduo. Visto que, as relações 
interpessoais são o resultado de tudo que cada pessoa já estabeleceu durante a vida. 
 
6 
Fonte:www.jrmcoaching.com.b 
Para completar o ciclo do relacionamento, a responsabilidade com que devem 
ser tratadas as expectativas do outro é considerável e irrestrita. Como já foi 
mencionado, todos querem se realizar durante o relacionamento. Ora recebendo a 
atenção desejada, ora obtendo bons resultados nos negócios. Para isso, a empatia 
vem como auxiliador. Respeitar o outro e assumir por um instante a posição dele faz 
do convívio uma interação. 
Tornamos a repetir, estar em contato com o semelhante é uma atividade que 
precisa ser mantida, aprimorada e reciclada, sempre. A cada dia novos conceitos 
sobre o bem-estar, mercado e comportamento surgem. Não existem seres iguais e é 
por esta razão que somos chamados de indivíduos. Cada qual recebe a informação e 
a compreende de maneira diferente. Não devemos nos apegar apenas as praxes e 
protocolos, o bem do relacionamento é a conexão entre as pessoas e a possibilidade 
de ficarmos diferentes com isso. 
3 COMUNICAÇÃO HUMANA 
Quem nunca ouviu falar sobre as aventuras de Robson Crusoé, um navegante 
que ficou a ermo numa ilha deserta, cercada de água por todos os lados e sem ter 
para onde ir? Ao se deparar com a solidão naquele lugar, Crusoé logo sentiu uma 
 
7 
grande dificuldade que, talvez, muitos de nós ainda não dedicamos um tempo para 
reflexão: a necessidade de comunicar-se com alguém. 
A comunicação, sem dúvida, é o centro de todo relacionamento, seja ele 
pessoal, profissional, etc. Ela é a chave para o desenvolvimento de uma relação 
saudável com o outro, uma vez que pode ser considerada a arte do entender e do 
fazer-se entender. 
Em poucas palavras, a comunicação é o processo verbal ou não verbal de 
transmitir uma informação a uma outra pessoa de maneira que ela entenda o que está 
sendo expresso. A comunicação, portanto, não está limitada à fala, à linguagem oral, 
mas também é possível por meio de gestos, símbolos, expressões, bem como 
qualquer outra forma que contenha em si um significado inteligível, compreensível. 
A comunicação, portanto, ocorre quando, ao emitirmos uma mensagem, nos 
fazemos entender por uma pessoa e modificamos seu comportamento. Isso é possível 
através da linguagem, que é a representação do pensamento por meio de sinais que 
permitam a comunicação e a interação entre as pessoas. 
Podemos encontrar pelo menos quatro níveis de comunicação: 
 Nível quatro – é uma comunicação altamente superficial, em que os 
indivíduos apenas se olham ou falam estritamente o necessário, limitando-se, 
no máximo, a um bom dia ou a uma pequena informação. 
 Nível três – é uma comunicação ainda superficial, mas aqui as pessoas 
tratam-se com um mínimo de cordialidade e sorrisos. Neste nível os indivíduos 
ainda não saíram das suas “cascas” para tornar conhecido aos outros o que 
pensam e sentem, ou seja, a comunicação ainda está limitada. 
 Nível dois – aqui os indivíduos começam a relatar suas ideias e 
pensamentos, o que marca o início de uma comunicação real. As pessoas 
estão dispostas a correr o risco de expor suas ideias e soluções próprias, mas 
ainda impõem barreiras para a comunicação plena, talvez como mecanismo de 
defesa e forma de conhecer os outros, passo a passo. É o tão conhecido “pé 
atrás”, mas a comunicação neste nível abre possibilidades para o 
aprofundamento das relações interpessoais e dos laços de confiança, 
imprescindíveis na comunicação de nível um. 
 Nível um – é uma comunicação total. As pessoas estão dispostas a 
compartilhar seus sentimentos, ideias e pensamentos. Esta comunicação está 
baseada na honestidade e na abertura completa, ou seja, subentende-se que 
 
8 
neste nível de comunicação as pessoas possuem um alto grau de 
conhecimento e confiança umas nas outras, estabelecendo um relacionamento 
interpessoal pleno e baseado no diálogo como forma de solução de problemas 
e conflitos. 
A forma de comunicação humana mais utilizada é, sem dúvida, a comunicação 
verbal. E todo ato de comunicação envolve sempre seis componentes essenciais. São 
eles: 
 O emissor (ou locutor) – é aquele que diz algo a alguém 
 O receptor (ou interlocutor) – aquele com quem o emissor se comunica 
 A mensagem – tudo o que foi transmitido do emissor ao receptor 
 O código – é o conjunto de sinais convencionados socialmente que 
permite ao receptor compreender a mensagem (ex.: a língua portuguesa e os 
sinais de trânsito) 
 O canal (ou contato) – é o meio físico que conduz a mensagem ao 
receptor (e: o som e o ar) 
 O referente (ou contexto) – é o assunto da mensagem 
 Todos esses elementos são indispensáveis à comunicação verbal, e 
podem ser assim esquematizados: 
Mensagem 
Referente 
Emissor ----------------------------------------------------- Receptor 
Canal 
Código 
 
O mais importante da atividade comunicativa, como já foi dito, é a compreensão 
do que se está querendo expressar e, através deste ato, podemos tornar conhecida a 
nossa maneira de ser, pensar e agir. Isto quer dizer que a forma como nos 
comunicamos denuncia quem somos na realidade. Através da maneira peculiar como 
cada um se comunica e pelo fato de cada indivíduo possuir um jeito próprio de ser, a 
comunicação tende a enfrentar algumas barreiras, as quais surgem da 
heterogeneidade de pensamentos, sentimentos e ideias. Mas, é preciso saber como 
lidar com essas barreiras, de forma que a comunicação não fique comprometida e os 
possíveis conflitos possam ser resolvidos da maneira mais adequada.9 
3.1 Barreiras à comunicação 
 
Fonte: www.implantandomarketing.com 
A comunicação se realiza adequadamente e o seu objetivo é atingido, quando 
a mensagem for interpretada da mesma maneira pelo comunicador e pelo recebedor 
da comunicação. Quando se fazem interpretações semelhantes, cada um dos 
participantes transmite ao outro o seu pensamento e o seu sentimento sobre o objeto 
da comunicação. Isto não significa que os participantes precisem concordar 
totalmente com o pensamento sobre o objeto da comunicação. Podem discordar, mas, 
se um apreende precisamente os pensamentos do outro, a comunicação foi 
satisfatória. 
Quando a comunicação se estabelece mal ou não se estabelece entre pessoas 
ou entre grupos, resultam alguns fenômenos psíquicos chamados BLOQUEIOS, 
FILTRAGEM E RUÍDOS. 
Ruído é a interrupção da comunicação através de mecanismos externos, sons 
estranhos à comunicação, visualizações que comprometem a comunicação, ou 
mecanismos utilizados pelo locutor, que seja incompreendido pelo interlocutor. A partir 
do momento em que se elimina o ruído a comunicação tende a se estabelecer. 
Bloqueio é a interrupção total ou provisória da comunicação e paradoxalmente 
parecem comprometer menos a evolução da comunicação do que a filtragem. 
Filtragem é o mecanismo de seleção, danosa, dos aspectos da comunicação 
que erroneamente interessam aos interlocutores. 
 
10 
Desde que surge um bloqueio, ele obriga os interlocutores a questionar suas 
comunicações e geralmente lhes permite reatá-las e restabelecê-las em clima mais 
aberto e em uma base mais autêntica. Desde que cada interlocutor, tenha tomado 
consciência de que neles, e entre eles, existem obstáculos às suas trocas. 
Em caso de filtragem, a comunicação tende a acompanhar-se de reticências e 
de restrições mentais, degradando-se pouco a pouco em mensagens cada vez mais 
ambíguas e equivocadas. 
Alguns aspectos podem ser refletidos com a finalidade de minimizar as 
barreiras na comunicação: 
 Comunicação é sempre uma via de mão dupla. Uma das melhores 
maneiras de fortalecer a comunicação é desenvolver a habilidade não apenas 
de falar, mas de ouvir também. Dar a atenção completa, inclusive com os olhos 
e as expressões faciais. Quando concentramos nossa atenção, mostrando que 
não estamos apenas escutando com os ouvidos, poderemos nos identificar 
com o que a outra pessoa está sentindo ou experimentando. 
Consequentemente, a pessoa que nos fala também nos dará a atenção que 
desejamos quando formos nós os locutores. 
 É preciso o momento certo para se comunicar. Às vezes passamos por 
cima dos sentimentos das pessoas, sem observarmos se estão preparadas 
para ouvirem determinadas coisas ou se aquele momento é adequado para 
uma conversa mais séria. É preciso boa vontade e discernimento para saber 
qual a melhor ocasião para que o diálogo seja eficaz. 
 A precipitação ao responder pode ser prejudicial. Esperar o outro 
terminar de dizer o que pensa, para que então se possa emitir o próprio 
pensamento, pode ser uma grande arma para resolver uma barreira de 
comunicação. Às vezes pensamos que sabemos o que o outro vai dizer e, sem 
vacilar, cortamos o seu momento na conversa. Somente depois descobrimos 
que não era nada daquilo que iria falar, correndo o risco de criarmos uma 
barreira ainda maior. 
 É preciso estar aberto à cordialidade. Nunca será demais estarmos 
dispostos a desejar um bom dia, pedir desculpas, dizer obrigado, pedir por 
favor... e a sorrir. Às vezes, gestos como estes desarmam mecanismos de 
defesa e formas de ser não muito dadas ao contato pessoal, ao diálogo e à 
interação. 
 
11 
Colocando-se no lugar do outro, poderemos fazer da comunicação um 
instrumento de fortalecimento das relações interpessoais.1 
3.2 Comunicação organizacional 
 
Fonte: alemdoobvioblog.files.wordpress.com 
A aprendizagem, como já vimos, pressupõe uma busca criativa da inovação, 
ao mesmo tempo em que lida com a memória organizacional e a reconstrói. 
Pressupõe, também, motivação para aprender. E motivação só é possível se as 
pessoas se identificam e consideram nobres as missões organizacionais e se 
orgulham de fazer parte e de lutar pelos objetivos. Se há uma sensação de que é bom 
trabalhar com essa empresa, pode-se vislumbrar um crescimento conjunto e ilimitado. 
Se há ética e confiança nessa relação, se não há medos e se há valorização à livre 
troca de experiências e saberes. 
Nesse aspecto, é possível perceber que a comunicação organizacional pode 
se constituir numa instância da aprendizagem pois, se praticada com ética, pode 
provocar uma tendência favorável à participação dos trabalhadores, dar maior sentido 
ao trabalho, favorecer a credibilidade da direção (desde que seja transparente), 
fomentar a responsabilidade e aumentar as possibilidades de melhoria da organização 
 
1 Artigo escrito por Prof. Dr. João José Azevedo Curvello, 
“Comunicação, Trabalho e Aprendizagem nas Organizações” 
 
12 
ao favorecer o pensamento criativo entre os empregados para solucionar os 
problemas da empresa (Ricarte, 1996). 
Para Ricarte, um dos grandes desafios das próximas décadas será fazer da 
criatividade o principal foco de gestão de todas as empresas, pois o único caminho 
para tornar-se uma empresa competitiva é a geração de ideias criativas; a única forma 
de gerar ideias é atrair para a empresa pessoas criativas; e a melhor maneira de atrair 
e manter pessoas criativas é proporcionando-lhes um ambiente adequado para 
trabalhar. 
Esse ambiente adequado pressupõe liberdade e competência para comunicar. 
Hoje, uma das principais exigências para o exercício da função gerencial é certamente 
a habilidade comunicacional. As outras habilidades seriam a predisposição para a 
mudança e para a inovação; a busca do equilíbrio entre a flexibilidade e a ética, a 
desordem e a incerteza; a capacidade permanente de aprendizagem; saber fazer e 
saber ser. 
Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria das empresas, ainda não 
faz parte da job-description de um executivo. É ainda uma reserva do profissional de 
comunicação, embora devesse ser encarada como responsabilidade de todos, em 
todos os níveis. 
O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, antes de tudo, saber ouvir e 
lidar com a diferença. É preciso lembrar: sempre apenas metade da mensagem 
pertence a quem a emite, a outra metade é de quem a escuta e a processa. Lasswell 
já dizia que quem decodifica a mensagem é aquele que a recebe, por isso a 
necessidade de se ajustarem os signos e códigos ao repertório de quem vai processá-
los. 
Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construção de um ambiente 
propício à criatividade, à inovação e à aprendizagem estão na autoestima, na empatia 
e na afetividade. Sem esses elementos, não se estabelece a comunicação nem o 
entendimento. Embora durante o texto tenhamos exposto inúmeros obstáculos para o 
advento dessa nova realidade e que poderiam nos levar a acreditar, tal qual Luhman 
(1992), na improbabilidade da comunicação, acreditamos que essa é uma utopia pela 
qual vale a pena lutar. 
Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanças, que traz consigo uma 
radical mudança no processo de troca de informações nas organizações e afeta, 
também, todo um sistema de comunicação baseado no paradigma da transmissão 
 
13 
controlada de informações, favorece o surgimento e a atuação do que chamo de novos 
Messias da comunicação, que prometem internalizarem nas pessoas os novos 
objetivos e conceitos, estimularem a motivação e o comprometimento à nova ordem 
de coisas, organizarem rituais de passagem em que se dá outro sentidoaos valores 
abandonados e introduz-se o novo. 
Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das organizações profissionais 
da mudança cultural, agentes da nova ordem, verdadeiros profetas munidos de 
fórmulas infalíveis, de cartilhas iluministas, capazes de minar resistências e viabilizar 
uma nova cultura e que se autodenominam reengenheiros da cultura. 
Esses profissionais se aproveitam da constatação de que a comunicação é, 
sim, instrumento essencial da mudança, mas se esquecem de que o que transforma 
e qualifica é o diálogo, a experiência vivida e praticada, e não a simples transmissão 
unilateral de conceitos, frases feitas e fórmulas acabadas tão próprias da chamada 
educação bancária descrita por Paulo Freire. 
E a viabilização do diálogo e da participação tem de ser uma política de 
comunicação e de RH. A construção e a viabilização dessa política é, desde já, um 
desafio aos estrategistas de RH e de comunicação, como forma de criar o tal ambiente 
criativo a que Ricarte de referiu e viabilizar, assim, a construção da organização 
qualificante, capaz de enfrentar os desafios constantes de um mundo em mutação, 
incerto e inseguro. 
4 GRUPOS 
O GRUPO 
(Paulo Cavalcanti de Moura) 
 
O grupo é assim: 
Gente que é gente 
E que não sabe que os outros são gente 
Como a gente, 
Com um lado bom e outro ruim 
 
No grupo tem de tudo: 
 
14 
Botucudo e tupiniquim. 
Tem falador e tem mudo, 
Mas ninguém é igual a mim. 
 
Tem doutores e tem tímidos, 
Agressivos e dominados 
Tem mãe e tem filhos, 
Tem até mascarados. 
 
E o grupo vai girando, 
Mudando a vida da gente 
O calado sai falando, 
O pessimista contente 
 
O grupo é como a vida, 
Mas se entra, já vamos indo 
Quem ri acaba chorando, 
Quem chora, acaba rindo 
 
Uma coisa a gente aprende: 
Que o outro é como eu 
Chora, ri, ama e sente 
Mas quase tudo depende da gente: 
Que grupo danado! Que vivência atroz! 
O eu e o tu se atacam 
Mas depois eles se amam, 
Em benefício de nós. 
 
Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de interações 
recorrentes entre pessoas. Também pode ser definido como uma coleção de várias 
pessoas que compartilham certas características, interajam uns com os outros, 
aceitem direitos e obrigações como sócios do grupo e compartilhem uma identidade 
comum — para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos se percebam de 
alguma forma afiliados ao grupo. 
 
15 
Segundo Costa (2002), o grupo surgiu pela necessidade de o homem viver em 
contato com os outros homens. Nesta relação homem-homem, vários fenômenos 
estão presentes; comunicação, percepção, afeição liderança, integração, normas e 
outros. À medida que nós nos observamos na relação eu-outro surge uma amplitude 
de caminhos para nosso conhecimento e orientação. 
Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e dá retorno ao outro, 
através do feedback. 
Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade em aprender se faz 
necessária. Só aprendemos aquilo que queremos e quando queremos. 
Nas relações humanas, nada é mais importante do que nossa motivação em 
estar com outro, participar na coordenação de caminhos ou metas a alcançar. 
Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem necessita viver com 
outros homens, pela sua própria natureza social, mas ainda não se harmonizou nessa 
relação. 
Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre o qual o indivíduo se 
sustenta e se satisfaz. Um instrumento para satisfação das necessidades físicas, 
econômicas, políticas, sociais, etc. 
4.1 Fases do grupo 
a) INICIAL – é o momento e que o grupo está na expectativa, faz 
perguntas quanto às normas e as regras do jogo. As atitudes são torpes e mal 
coordenadas, também denominada de Infância Grupal. 
b) INTERMEDIÁRIA - momento de confrontação e conflitos de 
dependência e contra dependência pode ser uma fase dificultadora. Aborda o 
movimento e o momento do grupo, denominada de Adolescência Grupal. 
c) FINAL – apoia a ideia do outro, pode ser também uma fase 
dificultadora, se os membros dos grupos formarem relações duais, 
desfacelando o grupo. Aqui temos a Maturidade Grupal. 
 
16 
5 FEEDBACK 
 
Fonte: www.unileverhealthinstitute.com.br 
5.1 O Que é Feedback? 
Feedback é um termo muito utilizado na eletrônica que significa realimentação, 
ou seja, uma parcela do sinal da saída de algum circuito eletrônico, sendo aplicado 
novamente na entrada para que seja novamente aproveitado. Isso pode gerar uma 
situação desejável ou não, pois em certos casos essa realimentação não é desejada. 
É o caso do som da microfonia. 
O Feedback também é utilizado onde é necessário um controle de alguma 
situação ou objeto, quando poderá ser positivo ou negativo e em função disso, um 
circuito de controle estabilizará a saída. 
Nas relações interpessoais que dependem do comportamento humano, o termo 
Feedback apresenta grande importância por verificar que todo comportamento dirigido 
requer Feedback negativo, pois sinais do objetivo são necessários para a orientação 
do comportamento. 
Na visão de Rosenblueth, Wiener e Bigelow (1943), o comportamento pode ser 
dividido em dois tipos, os "de Feedback" e "não-Feedback". 
O comportamento de Feedback poderá ser dividido em duas partes: previsível 
e não previsível e o comportamento de não feedback ocorre quando não há retorno 
do objeto no decorrer de determinadas atitudes. 
 
17 
O processo de Feedback poderá ser útil na modificação de comportamentos, é 
comunicação de uma pessoa ou um grupo no sentido de fornecer informações de 
como essa pessoa está sendo afetada, contribuindo assim para direcionar seus 
objetivos. Para ser eficaz e contribuir para essas mudanças é necessário que seja: 
 Descritivo ao invés de avaliativo: Quando não há envolvimento 
emocional, o sujeito se torna menos defensivo, se sentindo à vontade para 
utilizar as informações de retorno e aplicá-las da melhor forma possível. 
 Específico ao invés de Geral: Em determinado momento que você diz a 
alguém que ele é "dominador", isso poderá ter menos importância do que 
demonstrar isso quando ele se comportar assim, em determinada ocasião. 
 Compatível com as necessidades: O Feedback pode ter caráter 
destrutivo quando apenas as necessidades do comunicador forem levadas em 
consideração e as do receptor esquecidas. 
 Dirigido: Poderá gerar frustração caso o receptor só reconheça suas 
falhas, naquilo em que não tem o controle para mudar. 
 Solicitado ao invés de Imposto: Será mais proveitoso quando o receptor 
indagar algo que os que observam possam responder. 
 Oportuno: O Feedback será mais proveitoso logo após um determinado 
comportamento, onde o sujeito estará mais flexível, mas dependerá de alguns 
fatores como emocionais e receptividade. 
 Esclarecimento para assegurar comunicação precisa: Um modo de 
comprovar uma ideia é o receptor repetir o Feedback, para que o transmissor 
possa se assegurar de que foi bem entendido. Quando em um Grupo de 
Treinamento, o Feedback poderá ser comparado e compartilhado entre os 
participantes do grupo. 
Na prática, é observado a dificuldade de se dar e receber Feedback, que 
poderá ser comprovado através da observação dos insucessos frequentes na 
comunicação interpessoal. 
5.2 As Dificuldades de dar e Receber Feedback 
O Homem sofre grande dificuldade em aceitar as suas limitações, 
principalmente ter que as admitir diante de pessoas que ele não confia ou em caso de 
 
18 
ambiente de trabalho podem até afetar a sua imagem (status). O receio do que as 
pessoas podem pensar, o sentimento de invasão de privacidade e/oumedo de não 
obter o apoio que esperam para suas limitações e necessidades, faz com que elas se 
fechem, dificultando assim a abertura para a interação e troca de Feedback, tão 
necessário em uma relação. 
Quando nós percebemos que estamos contribuindo para o problema e que 
precisaremos mudar algo em nós mesmos para melhorarmos a validação do 
Feedback, poderemos agravar o problema, nos fechando (negação) e passando ao 
outro toda culpa, apontando seus erros e até mesmo agredindo-o. 
A resolução de alguns problemas pode se dá através do reconhecimento de 
alguns traços da nossa personalidade que até então tentamos disfarçar. Procurando 
pensar no assunto, poderemos melhorar nossa conduta, contribuindo assim para uma 
melhor relação e troca de Feedback. 
Muitas vezes as pessoas não estão preparadas, psicologicamente para receber 
feedback, sendo assim elas os interpretam mal e se sentem magoadas com a 
intervenção, pois feedback em nossa cultura, ainda é percebido como uma crítica e 
implicará em reações emocionais imprevisíveis. Mesmo com toda a dificuldade é 
muito importante para nós darmos e recebermos feedback, seja ele positivo ou 
negativo para que possamos avaliar e corrigir os nossos erros e com isso 
melhorarmos como pessoas. 
Para superar as dificuldades de dar e receber Feedback, é necessário uma 
relação de confiança recíproca e o reconhecimento de que Feedback é um processo 
conjunto, diminuindo assim as barreiras entre o comunicador e o receptor. Devemos 
aprender a ouvir e expressar nossas opiniões sem reações emocionais defensivas 
e/ou ofensivas intensas. 
Todos nós gostamos de dar conselhos, pois de certa forma, isso nos faz 
sentirmos importantes, porém poderá vir daí o perigo de pensar no Feedback como 
uma forma de mostrar nossa inteligência e habilidade, não contribuindo assim para a 
verdadeira utilidade do Feedback para o receptor. 
 
19 
5.3 Feedback de grupo 
 
Fonte: wpengine.netdna-ssl.com 
O grupo também tem necessidade de receber informações sobre o seu 
desempenho. Ele pode precisar saber se há muita rigidez nos procedimentos, se está 
havendo utilização de pessoas e de recursos, qual o grau de confiança no líder e 
outras informações sobre o seu nível de maturidade como grupo. 
Os mesmos problemas envolvidos no feedback individual estão presentes no 
grupo em maior ou menor grau. Assim, o grupo pode receber feedback de: 
 Membros atuando como participantes-observadores. 
 Membros selecionados para desempenhar uma função específica de 
observador para o grupo. 
 Consultores externos ou especialistas que vêm para fazer observações, 
valendo-se de perspectivas mais objetivas. 
 Formulários, questionários, folhas de reação, entrevistas. 
À medida que os membros amadurecem e desenvolvem suas habilidades em 
dar e receber feedback individual, tornam-se, também, hábeis em dar feedback ao 
grupo como um todo, sempre que necessário e oportuno. 
Os resultados individuais também servem de feedback individual: cada membro 
do grupo recebe um quadro com auto percepção e heteropercepção de seu superior 
imediato e de três subordinados seus. 
 
20 
A sessão de feedback é uma das mais ricas do laboratório de treinamento, tanto 
a nível individual quanto a nível grupal, permitindo aos membros processarem as 
informações individuais e grupais, sem defensividade, num clima aberto, de apoio 
mútuo e com abordagem de resolução de problemas. 
Alguns aspectos importantes que devem ser considerados dentro de uma 
organização para facilitar a interação interpessoal, satisfazendo o próprio funcionário, 
o chefe e a empresa. 
Fatores que contribuem para que a organização tenha equipes consolidadas 
ou em formação em que seus participantes tenham tais capacidades: 
 Propor mudanças nas quais acreditam; 
 Discutir as mudanças propostas, procurando compreender suas causas 
e avaliando as consequências; 
 Encorajar uns aos outros a expressarem suas ideias e seu potencial; 
 Buscar e repassar os conhecimentos; 
 Assumir a responsabilidade pelos resultados que a equipe produz; 
 Identificar e administrar conflitos na equipe, entre equipes, com 
fornecedores e clientes; 
 Negociar e otimizar recursos; 
 Dar e solicitar feedback; 
 Dar e solicitar apoio; 
 Desenvolver nas pessoas essa difícil habilidade de dar e buscar 
feedback; 
 Otimizar os resultados da empresa; 
 Ajudar a evitar erros e potencializar acertos; 
 Apoiar a linha de frente a deixar no cliente um gostinho de "quero mais"; 
Implantar acompanhamento e feedback do desempenho: 
 Definição de resultados a serem atingidos; 
 Sistemática de mensuração de resultados; 
 Definição de planos de autodesenvolvimento; 
 Sistemática de feedback; 
Acompanhar evolução das pessoas: 
 Definir resultados a serem atingidos; 
 Pesquisar periodicamente a satisfação do cliente; 
 
21 
 Acompanhar planos de autodesenvolvimento; 
 Dar periodicamente feedback aos fornecedores; 
 Rever continuamente os procedimentos para garantir resultados; 
6 COMPREENSÃO EMPÁTICA 
A compreensão dos outros, um dos aspectos mais importantes nas relações 
humanas, é a aptidão de se colocar no lugar do outro, ou seja, ver e perceber com os 
olhos do outro. A essa aptidão denominamos sensibilidade social ou empatia. 
Entende-se que empatia é diferente de simpatia, de antipatia ou d apatia. 
Simpatia você sente em relação ao outro, quando esse outro lhe remonta lembranças, 
atitudes, ideias que lhe são agradáveis, que lhe atraem. Tem-se simpatia por Maria, 
sinto-me alegre se ela está alegre, triste se está triste e vibro com seus sucessos. 
Na atitude empática compreendo como Maria se sente (alegre ou triste) e sua 
maneira de agir em função desses sentimentos, mas não me envolvo neles. Sou 
capaz de compreendê-la, mas não de sentir o que ela sente (simpatia). A atitude 
empática independe da simpatia, não precisamos gostar nem simpatizar com a 
pessoa, precisamos ter sensibilidade para compreender como a pessoa se sente 
frente a uma determinada situação ou sentimento. 
Se você for lidar com pessoas, você deverá: 
 
a) Compreender as pessoas (sensibilidade social, empatia); 
b) Ter flexibilidade de ação (comportamento) em função das atitudes e 
sentimentos que você conseguiu empatizar. 
 Flexibilidade de comportamento significa que você deve conduzir-se 
apropriadamente numa situação dada, com determinada pessoa. Veja os casos que 
seguem: 
 Se Maria – criança de 05 anos me agride; 
 Se Paulo – um adolescente de 13 anos me agride; 
 Se meu pai – um adulto me agride; 
 Se meu chefe – também adulto me agride; 
 Se minha namorada – a quem amo, me agride... 
 
 
22 
 
Fonte: Acervo do autor 
Não posso ter uma reação uniforme para com todos os casos. Se assim agir, 
não terei flexibilidade de comportamento, me faltou empatia (compreender o 
comportamento de cada um, com as suas peculiaridades). 
Isso significa que devo ter um repertório de condutas que varia conforme a 
situação e a pessoa. 
Este tipo de comportamento você poderá desenvolver submetendo-se a um 
treinamento em sensibilidade social e flexibilidade de comportamento. 
Você poderá começar a desenvolver sensibilidade social e flexibilidade de 
comportamento através- de: 
a) Melhor conhecimento de si próprio; 
b) Melhor compreensão dos outros; 
c) Melhor convivência em grupo; 
d) Desenvolvimento de aptidões para um relacionamento mais eficiente 
com os outros. 
7 CONCEITO DE MOTIVAÇÃO 
Conjunto de forças internas que mobilizarão o indivíduo para atingir um dado 
objetivo como resposta a um estado de necessidade, carência ou desequilíbrio.23 
A palavra motivação vem do latim movere, que significa "mover". A motivação 
é, então, aquilo que é susceptível de mover o indivíduo, de levá-lo a agir para atingir 
algo (o objetivo), e de lhe produzir um comportamento orientado. 
7.1 Ciclo motivacional 
1. Necessidade. É o motivo, a razão de ser da ação. É provocada por 
um estado de desequilíbrio devido a uma carência ou privação (Ex.: falta de 
alimento no organismo). 
2. Impulso ou pulsão. É a atividade desenvolvida pela necessidade ou 
motivo, isto é, a energia interna que impele o indivíduo a agir num dado sentido. 
(Ex.: força que move o indivíduo para obter comida). 
3. Resposta. É a atividade desenvolvida e desencadeada pela pulsão 
para atingir algo. (Ex.: procurar comida). 
4. Incentivo. É o objetivo para o qual se orienta a ação. (Ex.: ingerir o 
alimento). 
5. Saciedade. É a satisfação decorrente de se ter atingido o objetivo 
pretendido (depois de se ter ingerido o alimento, a fome desaparece). 
Este comportamento sequencial volta a repetir-se sempre que se repete a 
necessidade que o provoca. 
7.2 Tipos de motivação 
Não existe uma classificação para as motivações, mas várias. As motivações 
podem classificar-se em dois grandes grupos: 
1. Motivações fisiológicas (primárias, básicas, biológicas, orgânicas): as que 
estão ligadas à sobrevivência do organismo e não resultam de uma aprendizagem. 
Elas provocam no organismo certos impulsos para o restabelecimento do seu 
equilíbrio. Estas motivações encontram-se estreitamente ligadas com determinado 
estado interno do organismo. Exemplos: respiração, fome, sede, sexo, evitar o frio e 
o calor, sono, etc. A homeostasia designa o mecanismo que regulação o equilíbrio 
interno do organismo. 
2. Motivações sociais (secundárias, culturais): as que dependem 
essencialmente de aprendizagens, isto é, foram adquiridas no processo de 
 
24 
socialização. Exemplos: Necessidade de convivência (afiliação), de reconhecimento, 
de êxito social, de segurança, etc. Este grupo pode ser subdividido, por exemplo, entre 
motivações sociais centradas no indivíduo e ou centradas na sociedade. 
a) Centradas no indivíduo (autoafirmação): desejo de segurança, de ser aceito, 
de pertencer a um grupo, de alcançar um estatuto social elevado, de enriquecer, etc. 
b) Centradas na sociedade (independentes dos nossos interesses 
particulares): respeito pelo próximo, de solidariedade, de amizade, de amor, etc. 
Há que questione esta divisão das motivações, afirmando que todas elas têm 
um fundo comum: a busca do prazer, o único e verdadeiro motivo de todas as ações 
humanas. 
7.3 Frustração 
 
Fonte: www.excellencestudio.com.br 
Quando o indivíduo está motivado para atingir um dado objetivo, e por um 
obstáculo qualquer não o consegue atingir, vive um estado de frustração. Este 
sentimento depende de muitos fatores: personalidade do sujeito, idade, natureza da 
motivação, tipo de obstáculo, etc. 
Reações à frustração. Não existe uma reação tipo para determinada frustração, 
as respostas às frustrações dependem de muitos fatores como acima aludimos. 
Comportamentos resultantes da frustração: 
 
25 
1. Agressão (direta ou deslocada). Esta agressão denomina-se direta quando 
é dirigida contra a fonte que provocou a frustração, e deslocada se dirige para outras 
pessoas ou objetos. Ex. A criança agride o pai que a impede de brincar (agressão 
direta); A criança proibida de brincar, destrói os brinquedos com que o pai a impede 
de brincar (agressão deslocada). 
Ao longo do processo de socialização, o indivíduo aprende a lidar com as 
frustrações, inibindo, deslocando, dissimulando, ou compensando as suas 
manifestações de agressividade. Em situações extremas, o indivíduo pode dirigir as 
suas manifestações de agressividade deslocada para ele próprio (autoagressão). 
2. Apatia (indiferença ou inatividade). Face a contínuas frustrações o indivíduo 
pode cair na reação apática (indiferença perante a fonte da frustração). A pulsão 
motivadora do comportamento é reduzida ou eliminada. 
7.4 Conflito 
Estado de tensão que resulta de uma tensão interior vivida pelo sujeito quando 
se debate com motivações inconciliáveis. 
Kurt Lewin classificou os conflitos em três grupos: 
 
1. Conflito aproximação/ aproximação. Decisão sobre duas coisas 
desejáveis, mas incompatíveis. Ex.: Escolher entre uma festa e uma viagem; 
2. Conflito afastamento/ aproximação. Decisão sobre algo que comporta 
aspectos positivos, mas também negativos. Ex. Fazer uma viagem, mas ficar sem 
dinheiro. 
3. Conflito afastamento/ afastamento. Decisão sobre duas coisas igualmente 
desagradáveis, mas inevitáveis. Ex.: Para uma criança - comer a sopa ou ir para a 
cama. 
8 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO 
8.1 Principais Teorias 
1. Teoria de Abraham Maslow. Este psicólogo, fundador da psicologia 
humanista, descreve o processo como o indivíduo passa das necessidades básicas, 
 
26 
como se alimentar, a necessidades superiores como as cognitivas ou estéticas. 
Maslow estabelece uma estrutura hierarquia das necessidades partindo da ideia que 
se não se satisfaz uma necessidade básica, torna-se impossível satisfazer outras de 
ordem superior. Se tivermos fome (necessidade fisiológica), por exemplo, somos 
incapazes de nos concentrarmos em atividades estéticas. Esta ideia aplica-se a todas 
as atividades da vida humana, afirmando também que todos os homens aspiram à 
auto realização plena das suas potencialidades. 
Hierarquia das motivações (por ordem crescente): 
1. Necessidades fisiológicas (água, luz solar, alimento, oxigênio, sexo, 
alojamento); 
2. Necessidades de segurança (estar livre do medo e das ameaças, de não 
depender de ninguém, de autonomia, de não estar abandonado, de proteção, de 
confidencialidade, de intimidade, de viver num ambiente equilibrado); 
3. Necessidades de afeto ou de pertença (afiliação, afeto, companheirismo, 
relações interpessoais, conforto, comunicação, dar e receber amor); 
4. Necessidades de prestígio e estima social (respeito pela própria dignidade 
pessoal, elogio merecido, autoestima, individualidade, identidade sexual, identidade 
sexual, reconhecimento); 
5. Necessidades de auto realização e criatividade (auto expressão, utilidade, 
criatividade, produção, diversão e ócio); 
6. Cognitivas e de curiosidade, de conhecer o mundo (saber, inteligência, 
estudo, compreensão, estimulação, valia pessoal); 
7. Estéticas (realização de possibilidades, autonomia pessoal, ordem, beleza, 
intimidade, verdade, objetivos espirituais). 
2. Teoria Psicanalítica. O comportamento do indivíduo é motivado por uma 
energia libidinal, que se manifesta sob a forma de pulsões. As satisfações destas 
pulsões diminuem a tensão no indivíduo, mas também produzem prazer. Nem sempre 
está satisfação se revela aceitável, o que origina frustrações e conflitos. 
A fim de evitar as frustrações e os conflitos, e tendo em vista diminuir a tensão 
interna, os mecanismos de controlo do ego (Eu), recorrem a várias estratégias para a 
controlarem estas tensões e obterem alguma satisfação das pulsões. Na maior parte 
tratam-se de respostas elaboradas pelo inconsciente, sem que o indivíduo se dê conta 
disso. 
 
27 
9 PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA DO EGO 
- Recalcamento: Processo de esquecimento inconsciente de lembranças 
desagradáveis. Os desejos e sentimentos inaceitáveis são mantidos no inconsciente. 
- Repressão: Processo voluntário e consciente pelo qual o indivíduo esquece 
ou repele da consciência lembranças desagradáveis. 
 
 
Fonte: noticias.universia.com.br 
- Regressão: Retorno do indivíduo a formas de comportamento próprias de 
uma idade inferior à sua, nomeadamentea aquelas em que se sentia seguro e 
confiante. 
- Projeção: Os desejos próprios são atribuídos a outras pessoas. O indivíduo 
atribui a outros desejos que são seus. 
- Identificação. Adoção de comportamentos daqueles que nos impressionam 
e se nos impõe como modelos de comportamento. 
- Sublimação: Substituição do objetivo da pulsão por outro socialmente aceite 
e estimável. Deste modo o desejo é satisfeito de modo indireto. 
- Racionalização: Justificação, a posteriori, com o intuito de evitar sentimentos 
de inferioridade que ponham em risco a autoestima. 
 
28 
- Compensação: Realização de atividades inferiores para compensar outras 
tidas como superiores, mas face às mesmas o indivíduo manifesta medos ou assume 
certas incapacidades para a sua realização. 
- Transferência: Mudança de um objeto proibido das pulsões para outro, 
relacionado com aquele, mas socialmente aceitável e socialmente aceitável. 
- Fantasia. 
10 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
 
Fonte: www.peakcursos.com.br 
10.1 O que é inteligência emocional? 
A Inteligência Emocional está relacionada a habilidades tais como motivar a si 
mesmo e persistir mediante frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções 
para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas, 
ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento a 
objetivos de interesses comuns. (Gilberto Vitor) 
Daniel Goleman, em seu livro, mapeia a Inteligência Emocional em cinco áreas 
de habilidades: 
1. Auto - Conhecimento Emocional - reconhecer um sentimento enquanto 
ele ocorre. 
 
29 
2. Controle Emocional - habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, 
adequando-os para a situação. 
3. Auto - Motivação - dirigir emoções a serviço de um objetivo é essencial 
para manter-se caminhando sempre em busca. 
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas. 
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais. 
As três primeiras acima se referem à Inteligência Intrapessoal. As duas últimas, 
a Inteligência Interpessoal. 
10.2 Importância das emoções 
 Sobrevivência: Nossas emoções foram desenvolvidas naturalmente 
através de milhões de anos de evolução. Como resultado, nossas emoções 
possuem o potencial de nos servir como um sofisticado e delicado sistema 
interno de orientação. Nossas emoções nos alertam quando as necessidades 
humanas naturais não são encontradas. Por exemplo, quando nos sentimos 
sós, nossa necessidade é encontrar outras pessoas. Quando nos sentimos 
receosos, nossa necessidade é por segurança. Quando nos sentimos 
rejeitados, nossa necessidade é por aceitação. 
 Tomadas de Decisão: Nossas emoções são uma fonte valiosa da 
informação. Nossas emoções nos ajudam a tomar decisões. Os estudos 
mostram que quando as conexões emocionais de uma pessoa estão 
danificadas no cérebro, ela não pode tomar nem mesmo as decisões simples. 
Por quê? Porque não sentirá nada sobre suas escolhas. 
 Ajuste de limites: Quando nos sentimos incomodados com o 
comportamento de uma pessoa, nossas emoções nos alertam. Se nós 
aprendermos a confiar em nossas emoções e sensações isto nos ajudará a 
ajustar nossos limites que são necessários para proteger nossa saúde física e 
mental. 
 Comunicação: Nossas emoções ajudam-nos a comunicar com os 
outros. Nossas expressões faciais, por exemplo, podem demonstrar uma 
grande quantidade de emoções. Com o olhar, podemos sinalizar que 
precisamos de ajuda. Se formos também verbalmente hábeis, juntamente com 
nossas expressões teremos uma possibilidade maior de melhor expressar 
 
30 
nossas emoções. Também é necessário que nós sejamos eficazes para 
escutar e entender os problemas dos outros. 
 União: Nossas emoções são talvez a maior fonte potencial capaz de unir 
todos os membros da espécie humana. Claramente, as diferenças religiosas, 
cultural e política não permitem isto, apesar dar emoções serem "universais".2 
11 ÉTICA E CIVILIZAÇÃO 
 
Fonte: www.envolverde.com.br 
Os seres humanos agem conscientemente, e cada um de nós é senhor de sua 
própria vida. Mas como resolvemos o que fazer? Você em algum lugar já pensou em 
como você toma as decisões sobre o que fazer em determinada situação? Você age 
impulsivamente, fazendo “o que der na telha” ou analisa cuidadosamente as 
possibilidades e as consequências, para depois resolver o que fazer? 
A filosofia pode nos ajudar a pensar sobre a nossa vida. Chama-se ética a parte 
da filosofia que se dedica a pensar as ações humanas e os seus fundamentos. Um 
dos primeiros filósofos a pensar a ética foi Aristóteles, que viveu na Grécia no século 
IV aC. Esse filósofo ensinava numa escola à qual deu o nome de Liceu, e muitas de 
suas obras são resultado das anotações que os alunos faziam de suas aulas. As 
 
2 Texto elaborado com base no texto de Marcos Leite 
 
31 
explicações sobre a ética foram anotadas pelo filho de Aristóteles chamado Nicômaco, 
e por isso esse livro é conhecido por nós com o título de Ética a Nicômaco. 
Em suas aulas, Aristóteles fez uma análise do agir humano que marcou 
decisivamente o modo de pensar ocidental. O filósofo ensinava que todo o 
conhecimento e todo trabalho visa a algum bem. O bem é a finalidade de toda ação. 
A busca do bem é o diferente é o que difere a ação humana da de todos os outros 
animais. 
Ele perguntou: Qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela 
ação? E como resposta encontrou: a felicidade. Essa resposta formulada pelo filósofo 
encontra eco até nossos dias. Tanto o homem do cotidiano como todos os grandes 
pensadores estão de acordo que a finalidade da vida é ser feliz. Identifica-se o bem 
viver e o bem agir com o ser feliz. 
No entanto, disse Aristóteles, a pergunta sobre o que é felicidade não é 
respondida igualmente por todos. Cada um de nós responde de uma forma singular. 
Essa singularidade na resposta é partilhada por outros indivíduos com os quais 
convivemos. Portanto, no processo de nossa educação familiar, religiosa e escolar 
aprendemos a identificar o ser feliz com os valores que sustentam nossas ações. 
Toda a produção humana consiste em criar condições para que o homem seja 
feliz. Todas as religiões, as filosofias de todos os tempos, as conquistas tecnológicas, 
as teorias científicas e toda a arte são criações humanas que procuram apresentar 
condições para a conquista da felicidade. O processo civilizatório iniciou-se com a 
promessa da felicidade. 
11.1 Racionalidade e liberdade 
O mesmo Aristóteles caracterizou os humanos como seres racionais que falam. 
A dimensão anímica ou psíquica (psique=alma) dos seres humanos foi concebida pelo 
filósofo como um conjunto de duas partes: uma racional e a outra privada de razão. A 
primeira se expressa pela atividade filosófica e matemática. A Segunda, por seus 
elementos vegetativos e apetitivos. Isso permitiu a hierarquização dos seres humanos. 
Pela segunda parte da alma, somos iguais a todos os outros animais. Movidos 
pelos instintos primários (fome, sede, sono, reprodução), somos guiados pela 
necessidade de sobrevivência. Todos os seres humanos têm em comum um problema 
único a resolver: como sobreviver. Necessitamos de alimentos para aplacar nossa 
 
32 
fome; de água para saciar a sede: dormir para perpetuar a espécie. Mas o que nos 
diferencia dos outros animais? Segundo Aristóteles, é a racionalidade. Nós somos 
capazes de planejar nossas ações, de realizar escolhas e julgá-las, determinando seu 
valor. Agimos acreditando que estamos fazendo o bem e, mesmo quando julgamos 
mal nossas ações, é sempre o bem que estabelece o critério de tal julgamento. 
Assim, os seres humanosidentificam-se como tais pelas distinções que são 
capazes de estabelecer com os outros animais e, por conseguinte, com todo o reino 
da natureza. Os seres humanos definem-se pela capacidade de pensar, falar, 
trabalhar e amar. Ainda com Aristóteles, podemos identificar três coisas que controlam 
a ação: sensação, razão e desejo. A primeira não é princípio para julgar ação, pois 
também os outros animais possuem sensação, mas não participam da ação. 
A ação é um movimento deliberativo, isto é, a origem da ação é a escolha. Os 
homens diferem dos demais animais porque são capazes de realizar escolhas. O 
desejo está na raiz dessas escolhas: a razão é o seu guia. Para Aristóteles, o desejo 
é a força motriz, o impulso gerador de todas as nossas ações. Mas esta força motriz 
deve seguir o curso traçado pela razão. A razão guia, conduz o desejo ao encontro de 
seu objetivo. 
Realizar escolhas é eleger objetos para o desejo. O critério das escolhas é 
sempre racional. O motivo é sempre emocional, ou seja, impulsionados pelo desejo 
movemo-nos em direção aos objetos. Nesse sentido, a capacidade racional de realizar 
escolhas permite-nos afirmar nossa condição de liberdade. O exercício da liberdade 
é a capacidade de escolher. Nisso os seres humanos podem se desviar do 
determinismo pelo padrão genético de suas espécies. Quando olhamos um filhote de 
cachorro, por exemplo, somos capazes de dizer seu comportamento futuro. Ao olhar 
para um bebê é impossível prever seu comportamento, suas ações e suas intenções. 
É a escolha que define o caráter de um ser humano. Suas virtudes se 
manifestam nas escolhas que realiza no curso de sua condição mortal. Aqui se 
apresentam algumas questões éticas de grande relevância. Quais os critérios que 
norteiam as escolhas que um homem faz em sua vida? Quais são os valores que 
pautam suas ações? Quais objetivos pretende atingir com quais meios efetivará sua 
realização? Afirma-se que toda ação deve ser justa e boa. Mas, o que determina a 
justiça e a bondade? O que é ser justo? O que é ser bom? 
No exercício da liberdade, cada um de nós se relaciona com outros indivíduos 
e dessas relações emerge a realidade social. Chamamos sociais nossas relações com 
 
33 
os outros no mundo. A sociedade é uma construção histórica pautada numa lei 
fundamental: é proibido matar o semelhante. No entanto, numa rápida olhada em 
qualquer jornal, por exemplo, descobrimos que o assassinato é praticado das mais 
diferentes formas: guerras, fome, assaltos, atentados, terroristas...Vez ou outra, 
ouvimos dizer que essas ações são desumanas. Mas como, se foram praticadas por 
seres da mesma espécie, animais racionais? 
11.2 Civilização e valores 
A civilização parece não respeitar a lei fundamental que criou para que pudesse 
existir. É proibido matar! Se existem práticas homicidas, os critérios de bondade e 
justiça não são cumpridos. Os assassinatos revelam o conflito irremediável entre a 
liberdade e a lei. A lei foi constituída para garantir o exercício da liberdade. No entanto, 
acaso deveríamos julgar livres os indivíduos que praticam crimes? Seriam eles livres 
em suas ações ou não? O critério de justiça determina a prisão (perda da liberdade) 
para quem cometer homicídio. Mas por que os pobres são condenados à prisão? Por 
que os chamados “crimes de colarinho-branco” não são punidos com a prisão? 
Observe que essas questões remetem ao chamado da reflexão ética. 
Em 1930, um médico vienense chamado Sigmund Freud – o criador da 
psicanálise – publicou um livro com o sugestivo título O mal-estar na civilização. Nessa 
obra, Freud fez um diagnóstico do processo civilizatório e constatou que os seres 
humanos estão condenados a viver nesse conflito irremediável entre as exigências 
pulsionais (a liberdade) e as restrições (as leis). 
Freud Retoma a clássica questão aristotélica que atravessa toda a história 
ocidental: O que os homens pedem da vida e o que desejam nela realizar? A resposta 
é categórica: a felicidade. Os homens querem ser felizes e assim permanecer. Toda 
ação tem em vista a conquista da felicidade. 
Par analisar por que nos afastamos desse propósito, Freud apresenta uma 
reflexão decisiva para pensarmos a Ética civilizatória como processa de felicidade: 
“Grande parte das lutas humanas centraliza-se em torno da tarefa única de encontrar 
uma acomodação conveniente – isto é, uma acomodação que traga felicidade – entre 
essa reinvindicação do indivíduo (liberdade) e as reivindicações culturais do grupo 
(leis), e um dos problemas que incide sobre o destino da humanidade é o saber se tal 
acomodação pode ser alcançada por meio de alguma específica de civilização 
 
34 
(religião, ciência, filosofia, arte) ou se esse conflito é irreconciliável” (p.116). A posição 
de Freud é clara: o conflito é irremediável. 
 
 
Fonte: encrypted-tbn1.gstatic.com 
A tarefa da civilização é humanizar esse animal racional chamado homem. 
Acompanhando os argumentos de Freud na obra citada, podemos encontrar 
elementos para caracterizar o processo civilizatório construído pelos seres humanos. 
A civilização é concebida como tudo aquilo por meio do que a vida humana se elevou 
acima de sua condição animal. Os humanos são seres da cultura. A cultura é a morada 
do homem. O acesso aos bens culturais produzidos em toda a história é o que define 
nossa condição humana. O homem é um animal cujo maior desejo é tornar-se 
humano. 
A elevação apontada por Freud é o que diferencia dos outros animais. A vida 
humana difere da vida dos animais em dois aspectos: os conhecimentos e as 
capacidades adquiridas para controlar as forças da natureza; e os regulamentos (leis, 
normas, regras) para ajustar as relações dos homens uns com os outros. 
Na luta pela sobrevivência em um mundo sombrio e assustador, o animal 
racional teve de enfrentar três grandes desafios: o poder superior da natureza, que 
nos ameaça com forças de destruição, a fragilidade de seu próprio corpo, condenado 
à dissolução; e as leis que regulam suas ações sociais. Os conhecimentos científicos 
e tecnológicos procuram responder a esses desafios. As práticas religiosas, os 
 
35 
sistemas de crenças também. As teorias filosóficas e as produções artísticas inserem-
se nessa tarefa de encontrar caminhos para esses desafios humanos. 
A conclusão derradeira de Freud é que a civilização tem que ser defendida 
contra o indivíduo e que seus regulamentos, suas instituições e suas ordens dirigem-
se a essa tarefa (...) fica-se com a impressão de que a civilização é algo que foi 
imposto a uma maioria resistente por uma minoria que compreendeu como obter a 
posse dos meios de poder e coerção, somos submetidos ao processo civilizatório. 
Desde o nascimento até a morte, somos atravessados pelos critérios que sustentam 
a civilização: o bem e a justiça. 
Finalmente, como relacionar à ética (instância individual) e civilização (instância 
coletiva)? A ética, pensada no campo da lei, leva-nos às mesmas conclusões que 
Freud. Ao obter a posse dos meios de poder e coerção, uma minoria impões seus 
valores à grande maioria que resiste. Mas a conclusão de Freud nos permite pensar 
o poder também como resistência por parte da maioria. Nesse caso, o Estado aparece 
como o grande gerenciador desse conflito, por meio de seu sistema de leis e práticas 
de coerção (prisão, por exemplo). 
Há outra forma também de pensarmos a ética: como exercício estético. Em 
meio a esse conflito irreconciliável entre as exigências individuais por liberdade e as 
restrições impostas pelo regulamento social, podemos criar condições para instaurar 
uma ética da beleza: fazer da vida uma obra de arte, criar condições para que cada 
um produza sua própria vidacomo quem esculpe o mármore ou pinta uma tela. O 
mármore ou a tela seriam as imposições/restrições impostas pela civilização e das 
quais podemos escapar, mas, como sujeitos de nossa vida, podemos esculpir/pintar 
com o formão e o pincel de nossa liberdade. 
 
36 
11.3 Ética e valores 
Fonte: 
Fonte: gti.projetointegrador.com.br 
Ser Humano  Influenciado pelo ambiente (A família à qual pertence; a classe 
econômica da qual faz parte aquela família; a raça da qual faz parte; a religião; o país 
onde nasceu ...). 
Conjunto de informações a respeito da vida – entre tantas informações 
questões ligadas a “Justiça Social”. Ocorrência: Valores diferenciados para fatos e 
coisas. 
Exemplo: Na escala de valores de uma família de baixa renda, o valor atribuído 
às necessidades básicas, certamente, encontra-se em patamar superior ao do valor 
atribuído às necessidades menos imediatas, como o lazer. Esse quadro é diferente 
quando a escala de valores é de uma família de alta renda, cujas necessidades 
básicas já estão, a priori, totalmente atendidas. 
Portanto, quanto maior o distanciamento verificado entre as condições de vida 
das pessoas, certamente maior será a diferença no que se refere ao conjunto de 
informações recebido de forma individual, da mesma forma que diferentes serão as 
necessidades a que cada um a busca atender de maneira mais imediata, vale dizer, 
maior será o distanciamento entre seus valores. 
Objetivos diferentes  Conflitos  Escala de valores 
 
37 
11.4 Ética e Lei 
 
Fonte: www.grafftecnologia.com.br 
O conceito ou preceito ético é uma regra aplicável à conduta humana. O 
preceito possui duas características essenciais: 
Destina-se a adequar a ação humana ao conceito do bem e da moral. 
Pode ser aplicado pela simples determinação do ser humano, 
independentemente de qualquer coação externa. 
Como os preceitos éticos são regras, muitos estudiosos aplicam-lhes o 
princípio – típico das normas jurídicas – da possibilidade de não atendimento sem 
violação dos princípios. Essa corrente de pensamento aceita a ideia de que um 
comportamento pode não ser exatamente de conformidade com a regra ética, mas 
mesmo assim pode não contrariar esse preceito. Para qualificar esse comportamento, 
tais pensadores utilizam a palavra aético, que é um comportamento que não é ético, 
mas que também não contraria a regra ética. 
Não concordamos com tal corrente de pensamento. Por essa razão, para nós 
os comportamentos valorados à luz das regras ética só podem ser éticos ou antiéticos. 
A lei é uma norma aprovada pelo povo de um país, que possui as seguintes 
características fundamentais: 
Resulta de um processo formal de elaboração, do qual a sociedade participa 
diretamente ou através de seus representantes. 
É dotada de sanção, ou seja, a sua desobediência gera uma penalidade. 
 
38 
É sempre atribuída, o que significa que cada direito outorgado a alguém impõe 
um dever, para a mesma ou para outra pessoa. 
11.5 Conceito da ética 
Pode-se, de forma simplificada, definir o termo ética como sendo um ramo da 
filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado. 
 Uso popular do termo ética: Ética diz respeito aos princípios de conduta 
que norteiam um indivíduo ou grupo de indivíduos. 
 A expressão ética pessoal é normalmente aplicada em referência aos 
princípios de conduta das pessoas em geral. 
 A expressão ética profissional serve como indicativo de conjunto de 
normas que baliza a conduta dos integrantes de determinada profissão. 
 Os filósofos referem-se à ética para denotar o estudo teórico dos 
padrões de julgamentos morais, inerentes às decisões de cunho moral. 
 A reflexão ética não pode pretender converter os agentes sociais em 
indivíduos éticos, mas pode instrumentalizá-los para que decidam 
consequentemente, de acordo com o que a coletividade espera deles. 
 A ética representa, pois, uma tomada de posição ideológico-filosófica 
que remete aos interesses sociais envolvidos. 
 A moral, como sinônimo de ética, pode ser conceituada como o conjunto 
de normas que, em determinado meio, granjeiam a aprovação para o 
comportamento dos homens. 
A ética, como expressão única do pensamento correto, conduz à ideia da 
universalidade moral, ou ainda, à forma ideal universal do comportamento humano, 
expressa em princípios válidos para todo o pensamento normal e sadio.3 
 
3 Texto elaborado com base nos textos de Antônio Roberto Oliveira 
 
 
39 
11.6 Conceitos da ética profissional 
 
Fonte: www.iped.com.br 
As lideranças sociais têm um poder e uma responsabilidade decisivos em 
relação à ética. Nenhuma nação, povo, ou grupo social pode realizar seu projeto 
histórico sem lideranças. A liderança social é o elemento de ligação entre os 
interesses do grupo social e as oportunidades históricas disponíveis para realizá-los. 
A responsabilidade ética da liderança, portanto, se pudesse ser medida, teria o 
tamanho e o peso dos direitos reunidos de todos aqueles que ela representa e lidera. 
A liderança social tem uma tripla responsabilidade ética: institucional, pessoal e 
educacional. Institucional, porque devem cumprir fiel e estritamente os deveres que 
lhe são atribuídos. 
Liderança pessoal porque devem ser cada uma delas, um exemplo de cidadania: 
justas e eticamente íntegras. Liderança educacional porque, além de ser um exemplo, 
deve dialogar com os que ela lidera, de modo a ampliar a sua consciência política e a 
fazê-los crescer na cidadania. 
A moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo. Tratam dos 
costumes, deveres e modo de proceder dos homens com os outros homens, segundo 
a justiça e a equidade natural, ou seja, os princípios éticos e morais são na verdade 
os pilares da construção de uma identidade profissional e sua moral mais do que sua 
representação social contribui com a formação da consciência profissional. 
 
40 
Os princípios éticos e morais são, na verdade, os pilares da construção de um 
profissional que representa o Direito Justo, distinguindo-se por seu talento e 
principalmente por sua moral e não pela aparência. 
De forma sintética, João Baptista Herkenhoff (2001) exterioriza sua concepção 
de ética; o mundo ético é o mundo do “deve ser” (mundo dos juízos de valor), em 
contraposição ao mundo do “ser” (mundo dos juízos de realidade). Todavia, “a moral 
é a parte subjetiva da ética”. “O homem nem sempre pode o que quer, nem quer 
sempre o que pode. Ademais, sua vontade e seu poder não concordam com seu 
saber. Quase sempre as circunstâncias externas determinam a sua sorte. ” 
(D’HONDT, 1966, p. 105). 
12 A ÉTICA PROFISSIONAL E A FILOSOFIA DO AGIR HUMANO – O SER 
ÉTICO/AXIOLÓGICO. 
É a vida do bem em organizações humanas. A vida plenamente humana, 
“programa pedagógico esse que visa formar o jovem Técnico em Metalurgia, que 
participa da cidadania, assumindo com plena consciência a recíproca relação entre 
direitos e deveres”, consiste em essa mesma existência da esfera profissional. 
Esse mundo humano – ser ético/axiológico não é uma dádiva da natureza. É 
uma conquista cultural. Destino das sociedades institucionalizadas, em sua dimensão 
ético-profissional, a de enveredarem pelos obscuros caminhos da cidade sem lei. 
A ética é aplicada no campo das atividades profissionais. Assim, a ética 
profissional do estudante de Técnico de Metalurgia e demais outras profissões. 
A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” 
e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo 
profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. 
O agir serefere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve 
assumir no desempenho de sua profissão. 
O estudo e o conhecimento da Deontologia (do grego deontos = dever e logos = 
tratado) se voltam para a ciência dos deveres, no âmbito de cada profissão. 
É o estudo dos direitos, emissão de juízos de valores, compreendendo a ética 
como condição essencial para o exercício de qualquer profissão. 
 
41 
A ética é indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o 
agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo 
profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta 
do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua 
profissão. 
Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que visam estabelecer certa 
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam. 
 
 
Fonte: 4.bp.blogspot.com 
A moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de 
garantir o seu bem-viver. Independe das fronteiras geográficas e garante uma 
identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo 
referencial moral comum. 
O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas 
fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, que valem apenas para a área 
geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. 
A ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou 
injusto, adequado ou inadequado. Um dos seus objetivos é a busca de justificativas 
para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos – Moral 
e Direito – pois não estabelece regras. 
 
42 
12.1 Ética profissional: quando se inicia esta reflexão? 
Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve 
iniciar bem antes da prática profissional. A fase da escolha profissional, ainda durante 
a adolescência muitas vezes, já deve ser permeada por esta reflexão. A escolha por 
uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais 
passa a ser obrigatório. 
Geralmente, quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o 
conjunto de deveres que está prestes a assumir, tornando-se parte daquela categoria. 
Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e 
habilidades, referentes à prática específica numa determinada área, devem incluir a 
reflexão, antes do início dos estágios. Ao completar a formação em nível superior, a 
pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a 
categoria profissional onde formalmente ingressa. Isso caracteriza o aspecto moral da 
chamada Ética Profissional, a adesão voluntária a um conjunto de regras 
estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício. 
É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão 
descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as 
atividades que uma pessoa pode exercer. 
Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando 
exercidas solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior de 
atividades que dependem do bom desempenho desta. 
Uma postura proativa, por exemplo, é não ficar restrito às tarefas solicitadas, 
mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que temporário. 
Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer e juntar o lixo, mas 
você pode também tirar o lixo que vê que está prestes a cair na rua, podendo 
futuramente entupir uma saída de escoamento e causando uma acumulação de água 
quando chover. 
 
43 
12.2 Ética profissional e relações sociais 
 
Fonte: lcmtreinamento.com.br 
O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água 
da chuva; o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado 
para colocar caixas de alimentos; o médico cirurgião que confere as suturas nos 
tecidos internos antes de completar a cirurgia; a atendente do asilo que se preocupa 
com a limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro; o contador que impede uma 
fraude ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa; o engenheiro 
que utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão 
agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, 
ou aquilo que, alguém vendo, não saberá quem fez. 
As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os 
profissionais, as pessoas que dependem deles. Há, porém muitos aspectos não 
previstos especificamente e que fazem parte do compromisso do profissional com a 
ética, aquele que, independentemente de receber elogios, faz a coisa certa. 
12.3 Quais os limites de um código de ética? 
Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, porém deveria ter força 
simbólica para tal. Embora um código de ética possa prever sanções para os 
descumprimentos de seus dispositivos, estas dependerão sempre da existência de 
 
44 
uma legislação, que lhe é juridicamente superior, e por ela limitado. Por essa limitação, 
o código de ética é um instrumento frágil de regulação dos comportamentos de seus 
membros. 
Essa regulação só será ética quando o código de ética for uma convicção que 
venha do íntimo das pessoas. Isso aumenta a responsabilidade do processo de 
elaboração do código de ética, para que ele tenha a força da legitimidade. 
Quanto mais democrático e participativo esse processo, maiores as chances de 
identificação dos membros do grupo com seu código de ética e, em consequência, 
maiores as chances de sua eficácia. 
O princípio fundamental que constitui a ética é este: o outro é um sujeito de 
direitos e sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser. O fundamento dos 
direitos e da dignidade do outro é a sua própria vida e a sua liberdade (possibilidade) 
de viver plenamente. 
As obrigações éticas da convivência humana devem pautar-se não apenas por 
aquilo que já temos, realizamos, somos, mas também por tudo aquilo que poderemos 
vir a ter, a realizar, a ser. As nossas possibilidades de ser são parte de nossos direitos 
e de nossos deveres. É parte da ética da convivência. 
A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade. A moral tradicional do 
liberalismo econômico e político acostumaram-nos a pensar que o campo da ética é 
o campo exclusivo das vontades e do livre arbítrio de cada indivíduo. Nessa tradição, 
também, a organização do sistema econômico-político-jurídico seria uma coisa 
“neutra”, “natural”, e não uma construção consciente e deliberada dos homens na 
sociedade. 
12.4 Ética e sistema econômico 
O sistema econômico é o fator mais determinante de toda a ordem (e desordem) 
social. É o principal gerador dos problemas, assim como das soluções éticas. O fato 
de o sistema econômico parecer ter vida própria, independente da vontade dos 
homens, contribui para ofuscar a responsabilidade ética dos que estão em seu 
comando. 
O sistema econômico mundial, do ponto de vista dos que o comandam, é uma 
vasta e complexa rede de hábitos consentidos e de compromissos reciprocamente 
assumidos, o que faz parecer que sua responsabilidade ética individual não existe. 
 
45 
A moral dominante do sistema econômico diz que pelo trabalho qualquer 
indivíduo pode ter acesso à riqueza. A crítica econômica diz que a reprodução da 
miséria econômica é estrutural. Sendo assim, dentro de uma visão ética, pode se dizer 
que se exigem transformações radicais e globais na estrutura do sistema econômico. 
12.5 Ética e meio ambiente 
 
Fonte: www.a12.com 
A voracidade predatória do sistema econômico vigente

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