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Desafios Contemporâneos 1

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06/04/2019 Desafios Contemporâneos
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DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
CAPÍTULO 1 – SOMOS TODOS
CIDADÃOS?
Luísa Maria Silva Dantas
 
INICIAR
06/04/2019 Desafios Contemporâneos
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Introdução
Ao ouvir as palavras cidadão e cidadania, é comum nos remetermos às ideias de
cidade e de participação dos indivíduos em sua sociedade. Além disso, cidadania
também está associada à concepção de direitos que conformam uma vida digna, ou
seja, o cidadão vive em uma coletividade, a sociedade, participa dela e possui direitos
e deveres que lhe garantem uma vida digna. Essa poderia ser uma maneira de definir o
que é cidadania, ligada à um coletivo de pessoas que atuam na sociedade de forma
democrática e igualitária. Contudo, ao olhar ao nosso redor, será mesmo que todos os
indivíduos de nossa sociedade participam ativamente das decisões que envolvem
suas cidades, estados e a nação brasileira? Ou ainda, todas essas pessoas, que
poderiam ser consideradas cidadãos, exercem de fato a cidadania? Em outras
palavras, possuem as condições necessárias a uma vida digna? A igualdade, tão
clamada e defendida pela sociedade moderna está de fato sendo defendida e
praticada em nossa sociedade?
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Neste capítulo, vamos estudar as origens dessas ideias que parecem tão naturalizadas
em nosso dia a dia, entender como foram instituídas e quais são os principais desafios
para uma sociedade justa e igualitária na contemporaneidade.
Acompanhe esse capítulo com atenção e bons estudos! 
1.1 Construção da Cidadania
A palavra cidadania ou o que ela representa, nem sempre existiu ou teve o mesmo
significado em diferentes lugares e ao longo do tempo. A concepção de cidadania a
qual nos referimos é localizada no mundo ocidental e teve sua consolidação com o
surgimento do mundo moderno, pautado nos ideais da razão, da ciência e da
ampliação da participação política, que motivaram importantes revoluções,
inicialmente, no contexto europeu, nos séculos XVIII, XIX e XX.
Outra ideia e valor importante, também surgido na modernidade, é o próprio conceito
de indivíduo, entendido enquanto um sujeito de direitos e envolto aos ideais de
igualdade e liberdade que configuraram os Estados democráticos e capitalistas, com a
formação da sociedade civil e a proteção da propriedade privada. O antropólogo
francês Louis Dumont (1911-1998) identifica o individualismo como a ideologia da
modernidade, ou seja, o conjunto de ideias em que o indivíduo é colocado como um
valor central, posto que a ideologia é o modo como diferentes grupos sociais atribuem
sentido às suas experiências no mundo. Vamos, a seguir, apresentar uma breve
história da cidadania no contexto mundial. 
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1.1.1 Breve história da cidadania
As possíveis origens da cidadania remetem à antiguidade e aos contextos de Roma e
Grécia, posto que nas cidades-estados desses países foram identificadas as primeiras
formas de participação da população nas decisões da cidade. Apesar de cada
integrante ter direito de voz e voto, apenas os considerados como cidadãos tinham
este privilégio. Cidadãos eram apenas os homens, livres e com propriedades.
Mulheres, escravos, artesãos e comerciantes estavam excluídos dessa classificação.
Contudo, um conjunto de transformações ocorridas desde o século XV com a
Expansão Marítima, Reforma Protestante no século XVI, além da Revolução Científica
(século XVII),  Independência dos Estados Unidos (1776),  Revolução Francesa (1789), 
Revolução Industrial (final do século XVIII) e urbanização do mundo ocidental,
provocaram mudanças profundas que promoveram o fim da Idade Média e o advento
da Modernidade.
O momento que instaura a modernidade pode ser caracterizado pela consolidação da
burguesia enquanto grupo central, pois além do poder econômico acumulado com a
expansão marítima e a posterior compra de fábricas, este grupo também conquistou o
poder político, antes concentrado na aristocracia rural e na igreja católica. A mudança
de gestão e organização política trouxe o surgimento do Estado Moderno, que
concentrou o aparato administrativo, jurídico e de segurança das novas Nações. E
também os ideais de liberdade e igualdade para todos os indivíduos inseridos em cada
território.
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Figura 1 - Revolução Francesa, quando burgueses e camponeses uniram-se para depor o Estado
Absolutista.
Fonte: Oleg Golovnev, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Os filósofos ingleses Thomas Hobbes (1588-1679) e John Locke (1632-1704), e o franco-suíço Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778) são conhecidos como contratualistas por defenderem que o surgimento do Estado
Moderno é resultado de um contrato social, em que os homens viveriam em um estado de natureza e
decidiram abrir mão de sua total liberdade para a constituição da sociedade civil. Contudo, estes filósofos
divergiam quanto ao estado de natureza e a função do Estado. Para Hobbes, esta instituição viria para evitar
uma guerra de todos contra todos; para Locke, atuaria como um juiz, já para Rousseau foi a instituição da
propriedade privada que provocou o surgimento do Estado, posto que o estado de natureza seria o Éden, da
felicidade plena.
Então, desde a noção de cidadania que apenas abarcava homens abastados em Roma
e Grécia, passando por quase nenhuma incidência no período feudal, é na
modernidade, principalmente com a elaboração da Declaração de Independência dos
Estados Unidos da América (1776) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
(1789), elaborada na França, que a cidadania, na forma como é pensada e vivenciada
por nós atualmente, foi inaugurada.
Juntamente às transformações políticas, a sociedade e a economia também foram
bastante abaladas com a possibilidade de participação nas decisões que envolviam
estados, regiões e países e com a industrialização e urbanização que o mundo
ocidental experimentava a partir do século XVIII. O modo de produção capitalista,
VOCÊ O CONHECE?
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pautado pela formação de um grupo que vendia a sua mão de obra para os donos das
máquinas e fábricas em troca de um salário, gerou a classe trabalhadora, primeiro
grupo que passou a organizar-se coletivamente para a conquista de direitos visando
melhorar suas condições de vida e trabalho. Portanto, praticando uma das dimensões
da cidadania, que é a luta por direitos civis, políticos e sociais.
O sociólogo britânico Thomas Humphrey Marshall (1893-1981), em sua obra
“Cidadania, classe social e status”, de 1950, (ARAÚJO, BRIDI e MOTIM, 2013), focada no
contexto industrial inglês, defendia que a busca pela efetivação dos direitosera a
condição principal para a cidadania, e os classificou em três grupos:
1. Direitos civis – relacionados à liberdade de expressão, de prática religiosa e direito
de propriedade;
2. Direitos políticos – relacionados à possibilidade de opinar e de ocupar cargos
políticos; 
3. Direitos sociais – voltados para a garantia de dignidade de cidadãos à margem da
sociedade.
Com isso, temos uma pequena contextualização da cidadania de modo global, mas e
quanto ao Brasil? Acompanhe no próximo tópico. 
1.1.2 Cidadania no Brasil
A cidadania no Brasil é um assunto bastante delicado, mas como em qualquer outro
contexto, é importante saber a história de nosso país e os caminhos que foram e
continuam sendo traçados a favor ou contrários à ampliação da cidadania dos
brasileiros. Diferentemente do contexto europeu, em que as revoluções burguesas, a
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valorização da ciência e da razão e os movimentos operários contribuíram para a
consolidação da igualdade e participação política de sua população desde o século
XVIII, por aqui o percurso se deu posteriormente, influenciado pelos acontecimentos
do além-mar, ou seja, pela expansão marítima europeia.
Se a cidadania diz respeito à participação popular na vida política de um Estado-
Nação e o exercício de direitos civis, políticos e sociais, nosso país esteve bastante
aquém de alcançá-la.   Primeiro, porque africanos e indígenas foram escravizados
durante pelo menos três séculos, tendo a escravidão abolida apenas um ano antes da
Proclamação da República, em 1888. Além disso, para ficarmos apenas no exemplo de
direitos políticos, no Brasil, apenas em 1934 foi permitido às mulheres votar e somente
com a Constituição de 1988 os analfabetos conquistaram este direito.
Desde a primeira Constituição (1891) até a atual (1988), o Estado brasileiro assumiu
várias feições, de ser sustentado e ocupado apenas por ruralistas, quando o voto era
aberto e vigiado (“voto de cabresto”), passando pela Era Vargas (1930-1945), uma
iniciante democracia, 20 anos de ditatura militar (1964-1984), até alcançarmos o
retorno ao regime democrático de direito (1985). Nesse percurso, os direitos políticos
foram conquistados por grande parte da sociedade, mas os direitos civis e sociais
ainda se manifestam como um grande desafio para os movimentos sociais e os
indivíduos que defendem uma ampla cidadania como condição para um mundo mais
justo e igualitário.
Vamos tomar como exemplo a população negra. Apesar da liberdade de culto religioso
ser um direito civil garantido pela Constituição de 1988, é comum as mídias registram
casos de assassinatos e violências a líderes e casas de religião de matriz africana.
Quanto aos direitos sociais, institutos de pesquisa, como o Instituto Brasileiro de
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Geografia e Estatística (IBGE), divulgam dados que comprovam o assassinato de
grande parte da juventude, o encarceramento da população negra e a violência contra
as mulheres, principalmente negras.
VOCÊ SABIA?
Educação, saúde, moradia, trabalho, lazer, esporte e segurança são direitos garantidos a
todos os cidadãos brasileiros pela Constituição Federal de 1988.   Ainda que na teoria
isso seja de conhecimento, na prática, esses direitos estão longe de serem garantidos
pelo Estado, fazendo com que uma parcela da população recorra aos serviços privados,
e a maioria simplesmente viva cotidianamente sem acessá-los, ainda que a existência
dos impostos seja justificada para garanti-los.
Na resistência a favor da vida e da dignidade da população excluída dos meios de
subsistência e integração social, o Brasil conta com extenso número de movimentos
sociais, sindicatos, associações e organizações não governamentais, que atuam
questionando e pressionando projetos e leis aprovados e postos em prática pelos
poderes legislativo, executivo e também judiciário, visando a efetivação de políticas
públicas e sociais que de fato reconheçam a cidadania da maioria da população
brasileira.
Ao longo do tempo, os movimentos sociais também foram mudando sua organização
e forma de atuação. Se na metade do século XX se proliferou grande número de
sindicatos representativos da classe trabalhadora, com forte estrutura hierárquica e
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práticas de panfletagem para a organização de passeatas e greves, atualmente, com o
desenvolvimento de novas tecnologias, os movimentos encontram-se cada vez mais
horizontais e abarcando maiores escalas via mídias digitais que tem capacidade para
Figura 2 - Exemplo de ocupação irregular muito comum no Brasil devido à falta de moradia em melhores
condições.
Fonte: De Visu, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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conectar pessoas nos mais distantes lugares do globo. As manifestações de junho de
2013, bem como outras da contemporaneidade, foram articuladas e disseminadas de
tal modo. Vamos continuar nossos estudos com o tema direitos humanos. 
1.2 Os Direitos Humanos
Para entender o que são e como surgiu os direitos humanos, precisamos
contextualizar historicamente de qual momento e local estamos falando. Vimos que o
conceito de cidadão foi se transformando, pois nem sempre abarcou todas as pessoas
que compunham determinada sociedade, já que durante muito tempo apenas eram
considerados cidadãos os homens, livres e com propriedades.
A concepção de direitos humanos, que nos referimos com tanta naturalidade, foi
desenvolvida na modernidade, quando as revoluções burguesas depuseram os
regimes absolutistas e a democracia, caracterizada pela soberania popular, foi
estabelecida. O surgimento dos Estados Democráticos, a partir do século XVII no
contexto europeu, institucionalizou a sociedade civil e impulsionou o surgimento de
direitos e deveres para a manutenção e organização da sociedade. A ideia de
cidadania está atrelada a este cenário de ampliação da participação política e da
conquista de direitos: “na sua acepção mais ampla, cidadania é a expressão concreta
do exercício da democracia” (PINSKY; PINSKY, 2010, p.10).
Historicamente, os direitos foram associados e restritos aos grupos dominantes e a
ampliação para o conjunto maior da sociedade está ligada à modernidade e suas
transformações políticas, sociais e econômicas. Os direitos humanos da
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contemporaneidade se pretendem universais, indivisíveis, interdependentes e inter-
relacionados.
A seguir, vamos apresentar e discutir alguns aspectos históricos e sociológicos dos
direitos humanos.
1.2.1 Aspectos históricos e sociológicos dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada originalmente em 10 de
dezembro de 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU, 2009), é considerada o
marco regulatório decisivo para a implementação e fiscalização dos direitos humanos
no mundo ocidental moderno. A ONU surgiu em 1945, ano em que terminou a
Segunda Guerra Mundial, com o intuito de incentivar o diálogo entre as nações e evitar
novas catástrofesmundiais. Nesse sentido, a declaração dos direitos humanos foi um
documento importante para enfatizar o caráter universal dos direitos, levando em
consideração a pluralidade dos povos, bem como a sub-representatividade de
determinados grupos nas esferas de poder e prestígio.
A defesa pela igualdade e liberdade dos indivíduos foi uma das principais bandeiras
ainda nas revoluções liberais-burguesas nos séculos XVII e XVIII. Àquela época, o grupo
que conseguiu acumular renda, mas que ainda era desprovido de poder e participação
política, uniu-se ao povo, os desprovidos de privilégios, mas obrigados a pagar altos
impostos para os nobres, para o rei e para a igreja, para ter mais forças e conseguir
realizar tais revoluções. Ao garantirem sua vitória, a burguesia aos poucos foi agindo
contrariamente à consolidação de direitos para o povo, posto que não mais precisava
de seu apoio, mas agora da exploração de suas vidas e trabalho para desenvolver o
sistema capitalista.
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Nesse período, começaram a ser disseminadas as correntes do socialismo e do
comunismo entre a classe trabalhadora, que passou a organizar-se na forma de
partidos e sindicatos e lutar por melhores condições de trabalho A primeira metade do
século XX foi marcada então pela divisão do globo entre países capitalistas e
socialistas, culminando no surgimento de estados fascistas e totalitários e na Segunda
Guerra Mundial.
No filme Norma Rae (FRANK JR; RAVETCH, 1979), a protagonista vem de uma família com gerações de
trabalhadores da indústria têxtil e a partir do contato com um ativista passa a questionar as condições de
trabalho e propor a organização de um sindicato.
Nas práticas de colonização promovidas pela Europa na América Latina, África e Ásia
também podemos identificar a desumanização dos povos dominados, que tiveram
sua cultura, língua, economia e religião negligenciados e combatidos em prol da
ocidentalização do mundo. Outro exemplo de violência contra a universalidade da
humanidade pôde ser observada no regime nazista alemão que, baseado em uma
ideia de supremacia racial, também dizimou milhões de pessoas e implementou os
campos de concentração. 
VOCÊ QUER VER?
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VOCÊ SABIA?
No Brasil foi instituída uma Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2011, durante o
governo de Dilma Rousseff, para investigar violações aos direitos humanos cometidos
entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988, abarcando o primeiro período
democrático do país (1946-1964), a ditadura militar (1964-1984), o retorno à democracia
(1985) e a instituição da atual Constituição Federal (1988). 
Outro desafio a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos é de que todos os
indivíduos “são iguais perante a lei”, além de livres para expressarem suas opiniões e
cultuarem a religião que escolherem. Bom, basta olharmos qualquer reportagem e/ou
relato do cotidiano para percebermos que a justiça não se aplica de maneira
igualitária, independente da cor/etnia, classe social, gênero, nacionalidade,
orientação sexual, opção política-ideológica etc. Também temos os casos de
“prisioneiros da consciência”, ou seja, pessoas que foram presas por se manifestarem
contrariamente a governos totalitários, como durante a ditadura militar no Brasil. E
quanto à religião, casos de repressão às suas manifestações, como o uso no véu na
França por muçulmanas, que foi repreendido, ou os casos de depredação de casas de
religião de matriz africana no Brasil.
Então, é pertinente nos determos na afirmação de John Dewey que o historiador
Marco Mondaini (2009, p. 159) nos traz à tona: “Se você quer estabelecer a concepção
de uma sociedade, descubra quem está na prisão”. Essa afirmação é importante para
que possamos avaliar se os ideais de justiça social, paz, diversidade cultural e respeito
aos direitos humanos estão sendo exercidos nos diferentes países.
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Figura 3 - Praticante de religião de matriz africana, que apesar de estar garantida pela constituição
brasileira, continuam sofrendo violência.
Fonte: Vitoriano Junior, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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No próximo tópico, vamos discutir as assimetrias entre o Brasil de direito,
caracterizado pelas leis, e o de fato, fundamentado na prática cotidiana.
1.2.2 Brasil Legal x Brasil Real
O caminho percorrido pelos Estados Unidos, Inglaterra e França, é de conquista de
direitos civis – as liberdades individuais (século XVII e XVIII), depois direitos políticos –
igualdade política (século XIX), e direitos sociais – igualdade social (século XX). No
Brasil, houve inicialmente, alguns ganhos sociais, como a consolidação das leis
trabalhistas (CLT), em 1943, durante o governo de Getúlio Vargas, para que
posteriormente fossem conquistados direitos civis e políticos, principalmente após a
ditadora militar, em 1984, quando foi (re)instituído no Brasil o Estado Democrático de
Direito.
Em termos legais, o Brasil se coloca como um dos países com legislação mais
avançada da América Latina, contudo percebemos grande contradição entre o campo
“legal” e o “real”, ou seja, apesar de uma constituição e leis que garantem a igualdade,
liberdade e dignidade de todos os cidadãos, os direitos fundamentais como saúde,
moradia, segurança, transporte, lazer e educação são escassos a ampla parcela da
população.
A dinâmica social contemporânea, ainda que imbuída em um cenário de direitos e
normas jurídicas estabelecidas, se passa como se ainda vivêssemos na idade média,
quando o poder econômico e político eram determinados pelo nascimento, já que
mesmo com a igualdade presente nas leis, não há meios adequados para que pessoas
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de diferentes estratos sociais alcancem os lugares mais prestigiados da sociedade.
Mesmo que a justificativa não seja mais os “desígnios de deus”, a estratificação ou
desigualdade social é uma das características mais evidentes de nosso país.
“Quarto de Despejo – Diário de uma favelada” (JESUS, 2014) é um livro em que são editados os diários de
Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra, migrante de Minas Gerais, papeleira e moradora de uma favela
em São Paulo, na década de 1950. O livro retrata o cotidiano de miséria, privações e a sociabilidade da
escritora, sua família e vizinhos, explicitando as trajetórias de pessoas à margem da cidadania e dos direitos
fundamentais no Brasil.
Pessoas são tratadas de forma distinta conforme os marcadores de diferença, classe,
cor e gênero, por exemplo. O aparato público é utilizado com fins privados e o
coronelismo ainda se apresenta como uma das principais práticas políticas. Esse
clientelismo que deveria ter acabado com a instituição da democracia e ampliação da
cidadania ainda não foi exterminado, já que os políticos atuais são os mesmos ou,
então, descendentes dos antigos coronéis. Assim, os direitos humanos ainda não
conseguiram garantir a emancipação real da maioria da população brasileira.VOCÊ QUER LER?
06/04/2019 Desafios Contemporâneos
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No filme Quanto vale ou É por quilo? (BIANCHI; BENAIM; CANITTO, 2005) é retratado os trâmites entre política
e filantropia, além de fazer uma analogia entre o comércio de escravos e a atual exploração da miséria por
vários agentes sociais.
É inegável que desde a abertura política já tivemos inúmeros avanços, mas
infelizmente estes também chegam acompanhados por retrocessos. A reforma agrária
que possibilitaria a permanência dos agricultores no campo, a manutenção de
identidade e cultura de quilombolas e indígenas ainda não foi realizada. Ao mesmo
tempo em que houve a universalização de crianças nas escolas, também enfrentamos
uma taxa de mais de 10 milhões de brasileiros desempregados (GOMES, 2018).
Vivemos, então, em um Brasil em que uns são mais humanos do que outros? Enfrentar
essas disparidades se constitui como um desafio urgente para construirmos um lugar
realmente plural e digno para todos, onde a paz, a segurança coletiva, o
desenvolvimento e os direitos humanos sejam indissociáveis.
Agora, vamos apresentar a situação de grupos que permanecem à margem de parte ou
integralmente dos direitos humanos.
VOCÊ QUER VER?
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1.3 Mulheres e Minorias
Este tópico diz respeito aos avanços, desafios e entraves para o exercício da cidadania
e do respeito aos direitos humanos de grupos subalternizados, também chamados de
minorias. O primeiro ponto que precisamos elucidar se relaciona justamente a palavra
minorias. Quando a ouvimos, a primeira ideia que nos vem a cabeça tem a ver com um
número reduzido, ou seja, com quantidade. No entanto, essa imagem pode gerar
equívocos quando a palavra minorias está associada a políticas públicas ou direitos
humanos. Isso porque grupos compostos por milhões de pessoas – que, muitas vezes,
podem constituir a maioria em termos numéricos da população de determinada
sociedade -, mas que, contrariamente à sua presença numérica, estão sub-
representados em espaços de poder, prestígio, educação, renda, saúde e lazer. Além
disso, são hiper-representados entre o grupo com menor poder aquisitivo, ocupando
os empregos menos valorizados e prestigiados, deficitários de saúde, educação,
moradia, segurança, lazer e respeito aos direitos humanos.
Nesse sentido, as mulheres e outros grupos como homossexuais, transexuais e
transgêneros, deficientes, idosos, jovens e crianças, são estratos da sociedade
considerados minorias justamente por estarem mais vulneráveis a violências e
carentes de respeito aos seus direitos humanos mais fundamentais. Em contraponto
às minorias, está o grupo hegemônico, provido de privilégios e vantagens
historicamente perpetuadas. Esse lugar é ocupado por homens, brancos,
heterossexuais, que moram nos lugares mais caros das cidades, ocupam profissões
bem remuneradas e respeitadas e estão menos sujeitos às violências criminosas e
institucionais, fazendo com que pessoas que não correspondem a este perfil   sejam
vistas e tratadas como não tão “humanas” assim.
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Será que diferenças são o mesmo que desigualdades? É o que vamos abordar no
próximo tópico.
1.3.1. (Des)naturalização das desigualdades
Enquanto seres coletivos, vivendo em sociedade, nossa socialização desde a infância
se dá por meio de instituições sociais, como família, escola, igreja e Estado, que,
frequentemente, disseminam o modelo hegemônico sobre o que é normal ou anormal
para a contribuição da ordem social. Entretanto, nesta “ordem”, normalmente alguns
grupos são privilegiados, enquanto outros são inferiorizados.  Portanto quem detêm o
poder político e econômico não pretende perder seus privilégios e, para isso, faze uso
do aparato ideológico para manter a estrutura social no modelo que mantém sua
posição de dominação sobre outros.
Isso acontece, por exemplo, em relação ao conceito, características e significados de
mulher e homem em nossa sociedade. Somos ensinados que quem nasce com uma
vagina é do sexo feminino e devem ser socializados como mulheres, enquanto quem
nasce com pênis, devem aprender a ser homem. Essa associação, que durante tanto
tempo foi vista como natural e disseminada pelas instituições sociais, atualmente
começa a ser tensionada por estudiosos que irão defender que a própria biologia é
uma construção cultural (MARILYN STRATHERN, 1992 apud CARVALHO, 2012), portanto
não é natural ou imutável.
Mas, seguindo o modelo sexo-gênero (GAYLE RUBIN, 1975 apud CARVALHO, 2012), tão
difundido ao longo dos tempos, a genitália determinaria o comportamento social das
pessoas e também o papel que estas deveriam desempenhar nos seus contextos
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sociais. Podemos perceber que essa estrutura binária contribuiu para a dominação
masculina e a opressão das mulheres.
Alguns autores vão justificar que as mulheres estariam ligadas à natureza e à
reprodução da família e do lar, enquanto os homens estariam atrelados à cultura, ao
espaço público e ao sustento de suas famílias e lares, como se homens e mulheres
estivessem limitados a apenas um destino estabelecido pela natureza.
Várias pesquisas em diferentes sociedades (MARGARETH MEAD, 2000 apud CARVALHO,
2012) contrapuseram este quadro, demonstrando que existem vários modelos sobre o
que é ser homem ou mulher e  nem sempre ligados à constituição biológica dos seres.
Além disso, hoje se sabe que a maneira dicotômica de classificar o mundo em
macho/fêmea, alto/baixo, mente/corpo, é apenas uma das possibilidades de
entendimento, dentre várias outras, cada vez mais múltiplas.
Em relação especificamente às mulheres, que se constitui como uma minoria por não
gozar de plena cidadania e respeito aos direitos humanos, foi justamente durante as
revoluções liberais, que elas passaram a questionar sua ausência no grupo dos
cidadãos. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, por exemplo, não incluía
as mulheres. Desde o início da modernidade, as mulheres passaram a lutar por sua
efetiva inserção na sociedade civil, reclamando seu direito de voto e também de
poderem assumir cargos políticos.
VOCÊ SABIA?
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A Arábia Saudita é um país em que as diferenças entre os direitos e papéis de homens e
mulheres é bastante desigual, visto sob o contexto dos direitos humanos. As mulheres
precisam da autorização de um parente masculino para viajarem, trabalharem ou
casarem. Foi o último país no mundo a negar as mulheres o direito de voto, conquistado
apenas em 2015, e ainda assim, a representatividade das mulheres é irrisória, apenas 1
em cada 10 eleitores.
A luta pelo direito do voto, quando da consolidação dos Estados democráticos no
ocidente, se constituiu como a “primeira onda” na história oficial do feminismo –
movimento acadêmico e ativista que atua em prol das mulheres. Posteriormente, com
a industrialização e urbanização, as mulheres também passaram a se organizar para
exercerem direitos iguais aos dos homens como o de ocupar o emprego que lhes desse
vontade e ter a mesmaremuneração que seus pares masculinos. Além disso, também
passaram a questionar seus papéis sexuais enquanto apenas esposas, mães e
responsáveis pelos afazeres domésticos, e a reivindicar por liberdade sexual, o que foi
facilitado com a invenção da pílula anticoncepcional na década de 1950, a prática
sexual não mais estaria atrelada somente à reprodução.
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Enquanto ferramenta de produção de conhecimento científico, após o conceito de
papéis sexuais, na década de 1980, a feminista estadunidense Joan Scott (1985)
introduziu o conceito de gênero para estudar o caráter cultural dos papéis de homens
e mulheres. Partindo dessa ferramenta analítica, muitas pesquisas foram
Figura 4 - Dilma Rousseff foi, até o momento, a primeira e única mulher presidente do Brasil (2011 a 2016).
Fonte: Shutterstock, 2018.
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desenvolvidas, mas inicialmente apenas chamando atenção para as trajetórias sociais
e dificuldades que as mulheres enfrentavam/enfrentam em seus cotidianos. Depois,
houve o entendimento de que a categoria gênero seria relacional, se trataria das
relações sociais constituídas por homens e mulheres e suas peculiaridades. Nesse
momento, surgem trabalhos que também interpelam e manifestam a existência de
masculinidades e feminilidades no plural.
Isso significa que de categorias que antes foram determinadas biologicamente,
homens e mulheres passaram a ser constructos sociais e,portanto, passíveis de
mudanças, já que a cultura está em contínua transformação. 
O livro “O conto da aia” (ATWOOD, 2017), em inglês The Handmaid’s Tale, é um romance da canadense
Margaret Atwood lançado originalmente em 1985. A partir de uma cidade fictícia dos Estados Unidos, a
história retrata um golpe em que um grupo conservador toma o poder, destruindo o país e impondo papéis
sexuais para diferentes grupos de mulheres, que remetem às ideias de natureza e submissão. 
Além das recentes discussões sobre o caráter cultural da natureza, as perspectivas de
feministas afro-estadunidenses, desenvolvidas pelos menos desde os anos 1960,
juntamente com as abordagens de mulheres do “terceiro mundo”, passaram a ter
VOCÊ QUER LER?
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maior visibilidade a partir dos anos 1990. Autoras como Angela Davis, Bel Hooks,
Kimberlé Crenshaw, Chandra Mohanty e Lélia Gonzalez chamaram atenção para a
heterogeneidade da categoria mulher, defendendo que as experiências e opressões
variam de acordo com o lugar que determinada mulher ocupa e da sociedade em que
está inserida. Desse modo, salientam que classe social,   cor,  orientação sexual e 
religião não podem ser entendidas de forma separada ou hierarquizada, pois, muitas
vezes,  atuam de forma simultânea nas trajetórias de diferentes mulheres. Então,
levantaram críticas a respeito de apenas um discurso feminista, pautado nas
experiências de mulheres, brancas, heterossexuais, norte-americanas e europeias.
Para enfrentar as desigualdades e violências que diferentes mulheres ainda
enfrentam, os movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos
sensibilizam a opinião pública por meio de campanhas e protestos, visando o
estabelecimento de leis de proteção e políticas afirmativas para que as mulheres
possam ser respeitadas em seus direitos humanos e ocupem diferentes espaços
sociais.
No Brasil, em 7 de agosto de 2006, foi sancionada a Lei Maria da Penha - Lei 11.340
(BRASIL, 2006) que visa criminalizar e punir a violência contra as mulheres. Há
também a Lei do Feminicídio – Lei 13.104 (BRASIL, 2015) – que classifica como crime
os assassinatos cometidos em razão de serem mulheres.
Qual seria o outro seguimento social que também permanece em desigualdade em
nossa sociedade? Veja a resposta no tópico a seguir. 
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Figura 5 - Mulher protestando em ato público pela garantia de direitos civis, políticos e sociais.
Fonte: arindambanerjee, Shutterstock, 2018.
1.4 A questão étnica racial
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Para justificar a colonização, exploração e dominação de povos e países, os europeus
ancoraram-se em teorias pseudocientíficas que abalizavam diferenças étnico-raciais
enquanto desigualdades intelectuais e morais. Isto é, utilizaram a teoria da evolução
das espécies desenvolvida por Charles Darwin (1809-1882) para explicar a
manutenção e proliferação de certos tipos de animais e vegetais, e construíram a
teoria da evolução social, pautando-se pelo argumento de que povos também
deveriam passar por estágios evolutivos para progredirem.   Iriam da selvageria,
passando pela barbárie, até chegar na civilização, que seria a cultura ocidental
europeia.
Assim, o argumento moralmente defendido para a colonização era de que os europeus
iriam “civilizar” o novo mundo, enquanto uma “missão de ajuda humanitária”. Não é
preciso adivinhar que para tal intento, no caso brasileiro, trataram como selvagens e
bárbaros indígenas, africanos e seus descendentes. Era preciso tornar inferior estes
grupos, juntamente às suas culturas e religiões, para que o projeto “civilizatório” desse
certo. Com isso, foram aplicadas na sociedade brasileira teorias raciais que surgiram
na Europa desde o século XIX, e pregavam a ideia de supremacia e pureza raciais.
Então, além do genocídio da população indígena e a escravização de africanos,
também foram postos em práticas políticas públicas para o embranquecimento da
população, sob o argumento que o desenvolvimento da nação estaria diretamente
relacionado com o fim da população negra e indígena.
VOCÊ O CONHECE?
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O psiquiatra e filósofo martinicano, de ascendência francesa e africana, Franz Fanon (1925-1961), escreveu
sobre os efeitos do racismo na subjetividade de homens racializados e lutou pela independência da Argélia.
Suas obras “Pele negra, máscaras brancas” (1952) e “Os condenados da terra” (1961) são referências dos
estudos culturais e pós-coloniais.
Como você pode subentender, durante muitos séculos o conceito de cidadão
brasileiro não incluía a população negra ou indígena. Por serem considerados “menos
humanos” que os brancos, não eram reconhecidos como sujeitos dos direitos
humanos, logo, o país vem perpetuando uma dívida com esses grupos, que podem ser
considerados minorias, e que, infelizmente, apesar de alguns direitos já reconhecidos,
continuam tendo que resistir aos efeitos da discriminação racial que estrutura a
sociedade brasileira.
Surge, então, a pergunta: como consolidar a cidadania e a democracia plena em um
país fundado na desigualdade social e no preconceito racial? A resposta passa por
uma grande revolução em todas as esferas da vida social, com a prioridade dos
direitos humanos universais. Com isso, poderemos pensar emnos desenvolvermos e
constituirmos em um povo harmônico e miscigenado de fato, enquanto isso, ainda
temos muita estrada pela frente.
Já no próximo tópico, vamos estudar a sociedade brasileira, posto que a partir da
identificação, é possível buscar soluções para os problemas.
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1.4.1 Enxergando a sociedade brasileira
A década de 1930 ficou conhecida como o período em que surge a sociologia no Brasil.
O início foi marcado por perguntas que buscavam entender a sociedade e a cultura
brasileira,  “afinal, o que faz o Brasil, Brasil?”. Nesse momento, surgiram obras
importantes com o intuito de responder tal questionamento como “Casa Grande e
Senzala” (FREYRE, 1992 [1933]), do pernambucano Gilberto Freyre (1900-1987), em
que podemos perceber uma crítica à supremacia racial das teorias raciais do século
XIX.   O autor aborda a miscigenação entre europeus, africanos e indígenas como o
traço central da sociedade brasileira, mas defende o que ficou conhecido como o
“mito da democracia racial”, como se no Brasil não existisse conflitos raciais e todos os
povos vivessem com respeito, igualdade e harmonia. Desse modo, o mito da
democracia racial corresponde à ideia de que no Brasil não existem conflitos raciais e
todos os segmentos sociais tem a mesma oportunidade de acesso a direitos, bens e
serviços, ou seja, uma falácia.
Por décadas e mesmo nos dias atuais, o mito de que no Brasil não existem conflitos
raciais ainda é disseminado quando se deseja discorrer sobre a sociedade brasileira. O
problema é que ele mascara e invisibiliza a realidade de grupos brasileiros (negros e
indígenas), contribuindo assim para a perpetuação de violências, desigualdades e
segregações.
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Figura 6 - A capoeira é uma arte marcial brasileira, desenvolvida por africanos e brasileiros escravizados e
durante muito tempo sua prática foi proibida.
Fonte: Val Thoermer, Shutterstock, 2018.
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O livro “Um defeito de cor” (GONÇALVES, 2006), escrito por Ana Maria Gonçalves, é a história de uma
africana trazida à força para ser escravizada no Brasil, seus antepassados e os eventos que vivencia no
“novo mundo”. É uma obra prima que reflete o horror da escravidão e do racismo na sociedade brasileira,
mas também um documento histórico sobre resistência, solidariedade e espiritualidade.
No Brasil, metade da população é negra ou não branca (SARAIVA, 2017), mas estes
estão sub-representados nos locais de prestígio e poder da sociedade e hiper-
representados nas profissões de menor valorização e remuneração, como o trabalho
doméstico, de portaria e segurança. Ocupam os bairros menos valorizados, distantes
do centro das cidades, muitas vezes, com falta de saneamento básico e serviços. Assim
como as mulheres, a população negra ou não branca, sobretudo, mulheres negras,
ganham menos que os homens brancos ao realizarem o mesmo serviço.
CASO
No Brasil, existem aproximadamente 6 milhões de trabalhadores domésticos.
Destes, mais de 95% são mulheres, e em torno de 70% mulheres negras. Apenas
30% destas trabalhadoras possuem a carteira de trabalho registrada e
contribuem para a previdência social. Isso quer dizer que durante décadas
essas mulheres trabalharam sem a garantia de um salário mínimo, uma jornada
de trabalho estabelecida e a garantia de aposentadoria. Somente em 2015, foi
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regulamentada a “lei das domésticas”, LCP 150 (BRASIL, 2015), que visa
equiparar os direitos das trabalhadoras domésticas aos demais trabalhadores.
A lei abarca somente trabalhadoras mensalistas, enquanto cresce o número de
diaristas, que trabalham várias vezes por semana. Algumas trabalhadoras
preferem o trabalho na forma de diaristas, pois podem flexibilizar seus horários,
porém com isso apenas recebem quando estão trabalhando, além de que os
danos para a saúde a longo prazo podem ser bem maiores.
Atualmente, o Ministério do Trabalho busca fiscalizar e punir os empregadores
que não estão obedecendo a lei 150/15. Os movimentos sociais continuam se
organizando para conseguirem mais direitos para as diaristas, que já
representam aproximadamente 30% do grupo.
Os indígenas são os povos originários de nossas terras e bastantes heterogêneos,
organizados em diferentes etnias, com língua e cultura próprias. De acordo com o
censo de 2010 (BRASIL, 2012) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
existem aproximadamente 817.963 indígenas, falando 274 línguas distintas e divididos
em torno de 305 povos.
É comum achar que eles fazem parte do passado, de uma cultura selvagem e que
vivem apenas na Floresta Amazônica. Essas ideias etnocêntricas foram disseminadas
durante a colonização justamente para colaborar com a exploração e dizimação dos
povos indígenas e, atualmente, são usadas por empresários que visam o uso ilimitado
das terras para fins privados e comerciais.
Como o número do censo em relação à diversidade nos mostra, os índios persistem e
estão cada vez mais ocupando diferentes lugares na sociedade sem perderem suas
identidades.
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As culturas indígenas são parte constitutiva da sociedade brasileira, seja no
vocabulário, nas práticas alimentares ou medicinais, e suas influências estão
presentes no cotidiano de qualquer cidadão, bem como a influência das culturas
africanas, europeias e, em menor medida, asiáticas.  
Figura 7 - Exemplo do sincretismo que forma a sociedade brasileira, mulher negra performatiza uma dança
com influências indígenas.
Fonte: ostill, Shutterstock, 2018.
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Como mecanismo para promover a igualdade de segmentos sociais historicamente
discriminados, políticas públicas diferenciadas começaram a ser desenvolvidas, de
ações afirmativas, com intuito de implantar mecanismo de cotas para que os grupos
minoritários possam alcançar de maneira mais rápida igualdade de oportunidades
nas sociedades.
De acordo com a antropóloga Ana Paula Comin de Carvalho (2012), citando o etnólogo
Carlos Moore Wedderburn (2005), diferentemente da ideia de que as políticas de ação
afirmativa surgiram nos Estados Unidos, na década de 1960, no contexto da luta pelos
direitos civis de afro-americanos, as ações afirmativas teriam sido originadas na Índia,
já no pós-PrimeiraGuerra Mundial, quando as castas inferiores começaram a clamar
por mais representatividade nas esferas de poder. Esse movimento teria se
intensificado após a Segunda Guerra Mundial, com as lutas de independência dos
países da África e Ásia, para então servirem como forte instrumento em busca de
igualdade pelas mulheres norte-americanas e europeias, pelas populações negras
diaspóricas (populações oriundas da África que se estabeleceramem outros lugares
do globo), e também na América Latina.
Em especial no Brasil, as políticas de ação afirmativas, que visam resgatar a equidade
de segmentos sociais de maneira rápida e eficaz, passaram a ter maior incidência a
partir dos anos 2000, quando não apenas a representação feminina foi estimulada na
esfera governamental, mas outras minorias organizaram-se na luta pela igualdade de
direitos. Desse modo, atualmente existem cotas para diferentes grupos nas esferas da
política, do trabalho e da educação. Porém, estão em risco quando grupos
conservadores põem em cheque sua importância, como acontece em relação à
política de cotas para negros e indígenas nas universidades brasileiras.
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Síntese
Concluímos a unidade introdutória aprendendo que o conceito de cidadão nem
sempre abarcou todos os indivíduos de uma determinada sociedade, assim como a
consolidação dos direitos humanos continua sendo um desafio diário, sobretudo, para
minorias sociais. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
aprender que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) se constitui
como o documento de referência para a implementação dos direitos humanos
nas constituições dos mais diversos países; 
estudar os percursos históricos para o surgimento da cidadania e a garantia dos
direitos humanos no contexto brasileiro, chamando atenção para os desafios
que persistem na consolidação da igualdade e justiça social em nosso país. 
Bibliografia
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06/04/2019 Desafios Contemporâneos
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