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DOENÇAS INFECCIOSAS (ASSUNTO 05) Prof. Katherinne Ferro Moura Franco Especialista em Fisioterapia Musculoesquelética (ISCM-SP) Especialista em Fisioterapia Esportiva (SONAFE) e Traumato-ortopédica (ABRAFITO) Mestre e Doutorando em Fisioterapia (UNICID) Fisioterapeuta da CBF e GERF 1) Infecção • Quando um patógeno se aloja no organismo 2) Doença infecciosa • É a doença causada por um microrganismo • O individuo pode ser infectado por determinado patógeno mas não desenvolver a doença infecciosa que é por este causada INFECÇÃO X DOENÇA INFECCIOSA POR QUE NEM SEMPRE A DOENÇA INFECCIOSA SE DESENVOLVE? O patógeno pode se alojar em um local anatômico onde é incapaz de se multiplicar Muitos patógenos precisam se fixar a específicos receptores locais antes que sejam capazes de se multiplicar e causar danos Fatores antibacterianos que destroem ou inibem o crescimento dos microorganismos Os leucócitos (fagócitos) podem englobar e destruir o patógeno antes que ele tenha oportunidade de se multiplicar A pessoa pode estar imune ao patógeno específico 1) Período de incubação • Período entre a chegada do patógeno e o aparecimento dos sintomas 2) Período Prodrômico • Período durante o qual o paciente se sente ”indisposto” mas ainda não está demonstrando reais sintomas da doença 3) Período da doença • Período durante o qual o paciente apresenta os sintomas típicos associados aquela doença específica 4) Período de Convalescência • Período durante o qual o paciente se recupera PERÍODOS NO CURSO DE DOENÇAS INFECCIOSAS CURSO DE UMA DOENÇA INFECCIOSA Exposição ao patógeno Período de Incubação Período prodrômico Período da doença Convalescência Incapacidade Morte 1) Infecção Localizada • Quando a infecção permanece localizada • Espinhas, furúnculos, e abscessos. 2) Infecção Sistêmica • Quando a infecção se espalha por todo corpo • Eles podem ser levados para outras partes do corpo por via de linfa, sangue, etc • Tuberculose miliar INFECÇÃO LOCALIZADA X INFECÇÃO SISTÊMICA DOENÇA AGUDA, SUBAGUDA E CRÔNICA 1) Aguda • Início repentino recuperação rápida • Sarampo, caxumba, gripe 2) Subaguda • Surge mais repentinamente do que a crônica e menos subitamente do que a aguda • Pode evoluir para uma doença duradoura • Endocardite bacteriana 3) Crônica • Início insidioso e dura muito tempo • Tuberculose, hanseníase e sífilis 1) Sintoma • Algumas evidências de doenças que são experimentadas ou percebidas pelo paciente • Subjetiva • Doença Sintomática • O paciente apresenta sintomas • Doença Assintomática • Aquela que não apresenta qualquer sintoma 2) Sinal • Algum tipo de evidência objetiva da doença • Pode ser observado pelo avaliador SINAIS X SINTOMAS INFECÇÃO LATENTE • Uma doença infecciosa pode ir de sintomática a assintomática, e algum tempo depois voltar a ser sintomática • As infecções causadas por herpesvírus • O vírus permanece inativo no interior das células do sistema nervoso até que algo funcione como desencadeador • Sol em excesso, estresse emocional, etc INFECÇÃO PRIMÁRIA X INFECÇÃO SECUNDÁRIA • Uma doença infecciosa pode surgir depois de outra • Infecção viral primaria e pneumonia bacteriana é a secundaria ETAPAS DAPATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS • Entrada do patógeno no corpo • Pelas mucosas, inalação, ingestão • Fixação do patógeno a algum tecido do corpo • Multiplicação do patógeno • O patógeno pode se multiplicar em um local resultando em uma infecção localizada (abscesso), ou em vários locais do corpo (infecção sistêmica). • Invasão/ disseminação do patógeno • Evasão das defesas do hospedeiro • Dano ao(s) tecidos(s) do hospedeiro • Pode ser tão extenso que causa a morte. VIRULÊNCIA • Virulento = Sinônimo de patogênico • Cepas virulentas (patogênicas) e não virulentas (não patogênicas) • Virulência também é utilizada como medida/grau de patogenicidade • Virulência também é utilizada como referência à gravidade das doenças infecciosas causadas pelos patógenos FATORES DE VIRULÊNCIA • Atributos físicos ou propriedades que permitem aos patógenos escaparem dos vários mecanismos de defesa do hospedeiro e causar doença • Fixação • Para causar doença, alguns patógenos precisam ser capazes de se fixar/prender às células para depois conseguirem ter acesso ao corpo • Receptores e Adesinas • Um determinado patógeno só pode aderir às células que possuam o receptor apropriado • Os termos adesinas e ligantes são usados para descrever a molécula na superfície de um patógeno capaz de reconhecer e se ligar a um receptor específico • Fimbria Bacteriana (Pili) • Projeções longas, finas, flexíveis, semelhante a pelos, compostas principalmente de um arranjo de proteína chamada pilina • Permitem que as bactérias se fixem ás superfícies FATORES DE VIRULÊNCIA • Patógenos intracelulares obrigatórios • Esses microrganismos precisam viver no interior de uma célula hospedeira para sobreviver e se multiplicar • Patógenos intracelulares facultativos • Esses microrganismos podem sobreviver tanto de forma intracelular quanto extracelular • Mecanismos de sobrevivência intracelular • Mecanismo capaz de resistir a fagocitose • Parede celular resistente à digestão • Impedem a fusão dos lisossomas • Alguns que são capazes de sobreviver através de mecanismos que ainda são desconhecidos FATORES DE VIRULÊNCIA • Cápsulas • Têm função antifagocítica • Os fagócitos são incapazes de se prender às bactérias capsuladas porque não possuem os receptores de superfície para o material polissacarídico do qual a cápsula é constituída • Flagelos • Permitem às bactérias flageladas invadir áreas aquosas do corpo • Podem ajuda-las a escapar da fagocitose (porque estão em movimento) FATORES DE VIRULÊNCIA • Exoenzimas • As exoenzimas e/ou toxinas que os patógenos produzem constituem os principais mecanismo pelos quais eles causam doença • Enzimas Necrosantes; Coagulase; Quinases; Hialuronidase; Colagenase; Hemolisinas; Lectinase • Toxinas • Vários tipos de substâncias venenosas que aumentam a capacidade dos patógenos de danificarem os tecidos do hospedeiro e causar doença • Endotoxinas - Pode causar graves efeitos fisiológicos adversos, como febre e choque • Exotoxinas - Proteínas venenosas secretadas por inúmeros patógenos (neurotoxinas) MECANISMOS DE ESCAPE DOS PATÓGENOS • Variação Antigênica • Alguns patógenos são capazes de alterar, periodicamente, seus antígenos de superfície, para não desencadearem uma resposta imunológica • Camuflagem e Mimetismo Molecular • Alguns patógenos são capazes de dissimular sua natureza estranha, se cobrir com proteínas do hospedeiro (um tipo de camuflagem) • Destruição de Anticorpos • Alguns patógenos são capazes de eliminar alguns dos anticorpos que o sistema imunológico do hospedeiro havia produzido na tentativa de destruí-los • Produção da enzima IgA protease, que destrói os anticorpos IgA SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Endocardite infecciosa • Processo infeccioso que acomete o endocárdio (endotélio das valvas cardíacas) • Também denomina a doença produzida pela infecção de próteses valvares cardíacas • Portadores de disfunção valvar, cardiopatia congênita ou de válvula cardíaca artificial têm maior risco de contrair a doença • Etiologia: • Estreptococos (40% - 60% dos casos) • Estafilococos (20% - 30 dos casos) • Outras bactérias Gram-positivas ou Gram-negativas (10% - 20% dos casos) • Fungos são causas mais raras SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Endocardite infecciosa • Classificação a. Aguda • Lesão invasiva, ulcerativa e necrosante, de difícil cura, necessitando muitas vezes de intervenção cirúrgica além de tratamento antimicrobianoprolongado • Há disseminação local, com formação de abscessos e sistêmica, com abscessos pulmonares, cerebrais, renais e esplênicos b. Subaguda • Causada por agentes menos virulentos, que geralmente fazem parte da microbiota normal da cavidade oral e ataca principalmente valvas anormais ou previamente lesadas • Melhora com o uso apenas de antibióticos, levando a um processo de fibrose e cicatrização SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Endocardite infecciosa • Fatores predisponentes • Uso de drogas injetáveis • Prolapso da valva mitral • Próteses valvares cardíacas • Valvas mais afetas: • Aórtica e Mitral SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Endocardite infecciosa • Sintomas: • Febre • Sudorese noturna • Perda do apetite • Dores generalizadas • Sopros cardíacos • Esplenomegalia • Manchas de Janeway • Mancha de Roth • Petéquias • Nódulos de Osler SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Endocardite infecciosa • Diagnóstico: • História clinica • Hemograma • Hemocultura • Ecocardiografia • Tratamento: • Antibióticoterapia • Cirurgia (alguns casos) • 4 a 6 semanas SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Meningite • É uma infecção causadora de inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal • Pode ser viral ou bacteriana • Etiologia: • Estreptococos • Haemophilus Influenzae • Estafilococos • Meningococos Variam conforme a idade SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Meningite • Classificação a. Meningite bacteriana aguda • Doença muito grave e deve ser tratada imediatamente para prevenir danos permanentes b. Meningite viral • Menos grave e mais frequente • Existem alguns tipos menos comuns de meningite viral que são mais graves SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Meningite • Fatores relacionados: • Faixa etária do paciente • Variação sazonal • Ocupação (militares, estudantes) • Estado imunológico • Traumas, uso de drogas injetáveis • Esplenectomia • Foco infeccioso próximo ao SNC • Incubação: • 3 a 4 dias SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Meningite • Sintomas: • Febre alta • Vômito em jato • Rigidez na nuca • Dor de cabeça intensa • Sinais meníngeos (Brudzinski, Kernig e Lasègue) • Prostação • Petéquias pelo corpo • Pode evoluir para choque • Redução do nível de consciência • Convulsão SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Meningite • Diagnóstico: • Punção lombar • Cultura do líquor • Coloração por GRAM • Hemocultura • Tratamento: • Antibióticoterapia (endovenosa + doses elevadas) • Prevenção: • Vacinação (BCG e Tetravalente) SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Pneumonia • Doença infecciosa que provoca a inflamação da porção distal do pulmão – Vias aéreas terminais, espaço alveolar e interstício • Pode se estender para o espaço pleural (derrame pleural ou empiema) • Etiologia: • Comunidade: • S. Pneumoniae, M. pneumoniae, Vírus, C. Pneumoniae, H. influenzae • Horpitalar: • S. Pneumoniae, H. Influenzae, Gram negativos, Legionella SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Pneumonia • Classificação a. Etiologia • Bacteriana ou Viral ou Fúngica b. Aquisição • Comunidade ou Hospitalar SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Pneumonia • Fatores predisponentes • Infecção viral prévia (complicação de uma gripe) • Doença crônica • Uso de álcool e drogas • Doença em familiares • Imunossupressão • Desnutrição • Idade SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Pneumonia • Sintomas: • Febre • Sudorese intensa e calafrio • Tosse • Dor pleurítica • Escarro purulento SÍNDROMES DE DOENÇAS INFECCIOSAS • Pneumonia • Diagnóstico: • História clinica • Raio X de tórax • Exame de escarro • Hemograma • Tratamento: • Antibióticoterapia • Observe as seguintes situações acerca da predisposição à pneumonia: • 1) Geralmente, os pacientes com demência (pacientes, por exemplo, com doença de Alzheimer) estão em um ambiente que propicia o desenvolvimento de pneumonia, ou seja, clínicas ou residenciais para idosos. São pacientes com idade avançada e imunidade baixa por causa de problemas com ingestão de alimentos; não se comunicam para relatar dor ou outras alterações e têm limitações motoras, gerando imobilidade, o que facilita a ocorrência de infecções pulmonares. • 2) Já um paciente com doença renal crônica está mais predisposto à pneumonia adquirida na comunidade (PAC) porque a doença renal crônica debilita o organismo e deprime o sistema imunológico. É muito provável, também, que o paciente esteja submetendo-se a sessões de hemodiálise em ambiente hospitalar, deixando-o mais exposto a patógenos que causam a pneumonia • 3) Sabemos que a fibrose cística é uma doença hereditária que consiste em alterações no transporte de íons através da membrana das células, fazendo com que as secreções das glândulas exócrinas fiquem muito espessas. O muco secretado pelo trato respiratório também fica muito espesso, facilitando o acúmulo de bactérias nas vias aéreas. Por isso, o paciente com fibrose cística está mais exposto à PAC. Outro motivo é que as secreções muito espessas do pâncreas dificultam a digestão e absorção dos alimentos, debilitando o paciente. • Considerando as três situações apresentadas, explique o que você conclui sobre a relação entre essas doenças e a PAC, qual é - ou quais são - os aspectos em comum às três patologias que predispõem os pacientes à PAC. DESAFIO (ASSUNTO 05) O que veremos na próxima aula? Assunto 08 – Distúrbios do SN
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