histórico, filosófico e sociológico das escolas luteranas no Paraná (1853-1992); expectativas socioeducacionais dos alunos, em Expectativas socioeducacionais de um grupo de alfabetizandos, jovens e adultos no distrito federal; autoridade dos professores, em A autoridade do professor: um estudo das representações de autoridade em professores de 1º e 2º graus; representações das crianças e dos adolescentes, em Um estudo de caso: as representações das crianças e dos adolescentes pobres de rua atendidos pela linha emergencial da associação beneficente São Martinho da rua, da família, da escola e do trabalho; e educação e modernidade, em Educação e Emancipação: Da Revolução à Resistência. [...] Limites e potencialidades dos trabalhos acadêmicos em foco Fátima (1997), Nunes (1999), Porto (1986) e Santos (1990) apresentam uma abordagem da teoria sociológica weberiana de maneira superficial, não as vinculando às discussões originadas do referencial teórico de Weber com as conclusões da dissertação. Em contrapartida, Farias (2001) retoma conceitos de Weber nas conclusões, mas não incorpora as reflexões do autor para pensar a educação. Outro exemplo de uma leitura apressada das formulações do autor foi encontrado no estudo de Farenzena (1990), quando a autora responsabiliza Weber pelo crescimento da burocracia nos sistemas educacionais. A referida autora, conforme foi ressaltado anteriormente, utilizou conceitos de Weber e Marx sem dar maiores esclarecimentos ao leitor sobre as suas escolhas teóricas tão contraditórias. Lemke (1992) faz referências à teoria weberiana utilizando-se dos comentadores de sua obra – recurso frequente nos trabalhos analisados. No entanto, observa-se um certo exagero nessa apropriação: o autor da dissertação afirma que Weber ficou sem amigos por conta da neutralidade axiológica. Afirma, ainda, que "Weber passava por ateu, mas a sociologia religiosa é fundamental para a análise da sociedade" (Lemke, 1992, p. 5). Declara, sem citar a fonte, que "Weber tinha consciência das falhas de sua teoria. Muitos o condenaram. Ele respondeu: 'enquanto não tivermos algo melhor” (Lemke, 1992, p. 5). Nunes (1999), apesar de citar dois livros do sociólogo nas referências, se ampara em comentadores da obra de Weber para as suas conclusões a respeito de interpretações controvertidas da obra do autor. As avaliações imprecisas e superficiais da obra de Weber servem para reforçar o argumento de Costa; Silva (2002) sobre a dificuldade de relacionamento entre a sociologia e a educação, em função de muitos trabalhos basearem-se em leituras rápidas e acríticas das teorias sociológicas citadas. 36 UNIDADE 1 | UM CONVITE À SOCIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES Acrescento a esta constatação a seguinte advertência de Alves-Mazzotti (2002, p. 33): “Em qualquer circunstância, porém, a literatura revista deve formar com os dados um todo integrado: o referencial teórico servindo à interpretação e as pesquisas anteriores orientando a construção do objeto e fornecendo parâmetros para a comparação com os resultados e conclusões do estudo em questão”. Enfim, o problema detectado não é uma particularidade dos estudos focalizados no presente trabalho e, sim, uma deficiência a ser enfrentada nos programas de pós- graduação em educação. Convém ressaltar um outro aspecto problemático na análise dos trabalhos citados anteriormente, que consiste na falta de referências entre si de trabalhos que, muitas vezes, tratam do mesmo tema. Um exemplo: Gonzalez (2000), ao abordar o tema Max Weber e a educação, não menciona a dissertação de Carvalho (1997). Este aspecto também é observado nas dissertações que tratam do tema da burocracia. Observei o resgate da teoria sociológica de Weber tanto a partir de suas formulações sobre a sociologia compreensiva como em abordagens em temas focais, como nas dissertações que tratam da burocracia. Contudo, constatei, também, que as formulações teóricas do sociólogo, nas duas perspectivas, são timidamente articuladas à compreensão dos fenômenos educacionais. Em função deste aspecto, considero valiosas as contribuições dos estudos que tratam do tema Max Weber e a educação. FONTE: <www.anped.org.br/reunioes/26/.../waniareginacoutinhogonzalez.rtf>. Acesso em: 2 jan. 2012. 37 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Diferente de outros pensadores da Sociologia em épocas passadas, Karl Marx não foi apenas um pensador, mas também um revolucionário. • O fetichismo representa uma contradição fundamental da produção de mercadorias: confusão de relações entre pessoas com relações entre coisas. • O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, com isso, dará origem a uma nova sociedade. • Em “O Capital”, Marx realiza uma investigação profunda sobre o modo de produção capitalista e as condições de superá-lo, rumo a uma sociedade sem classes e na qual a propriedade privada seja extinta. • Para Marx, o homem é parte da natureza. Ele afirma que Darwin redescobre, em meio a animais e plantas, o funcionamento da sociedade. • A educação, para Marx, participa do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo. • Max Weber afirmou que a Sociologia deve sempre buscar compreender os fenômenos “no nível do significado” dos atores, o que os atores veem e sentem durante suas ações na sociedade. Também é necessário examinar o contexto cultural criado quando os atores sociais interagem. • Weber considera que resta ao homem moderno enfrentar o destino com coragem frente às exigências do cotidiano e não ficar à espera de novos profetas e novos salvadores. • Weber inspira ainda uma autorreflexão contínua na academia sobre as tradições e a modernidade, não podendo de forma alguma ser desprezado por quem deseja compreender a nossa sociedade. • Para Weber, o objetivo fundamental do educador é proporcionar aos alunos um conteúdo que incentive a reflexão própria, porém para que isso aconteça não basta somente estar atento ao conteúdo, mas também à maneira como este é transmitido. • O tema da educação ou da pedagogia em Weber fica mais claro em sua análise da política, tanto como disciplina científica quanto ação dos indivíduos. • As ideias de Weber ainda têm reflexo, principalmente no âmbito da educação. 38 1 Sintetize as principais ideias de Karl Marx no campo da Sociologia da Educação. 2 Sintetize as principais ideias de Max Weber sobre a educação. 3 Escreva exemplos do cotidiano em que podemos observar as ideias de Karl Marx e Max Weber. Apresente as ideias que você acredita serem válidas, ou não, ainda hoje. Argumente em defesa da sua posição. 4 Weber afirmava que a análise sociológica deveria ser isenta de juízos de valor, ou objetiva e neutra em questões morais. Além disso, aponta que... Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) O objetivo da sociologia é criticar as desigualdades sociais. b) ( ) A sociologia nada pode contribuir para sanar as desigualdades sociais. c) ( ) O objetivo da existência da sociedade é para que alguns homens vivam para dominar os que não têm condições de guiar-se na sociedade. d) ( ) O objetivo da Sociologia é identificar e entender como e por que nascem as regras na sociedade e como elas funcionam. 5 Assinale a alternativa CORRETA: Entre as ideias de Marx estão: a) ( ) A natureza da sociedade era contraditória, por isso os proletários deveriam unir-se na construção de uma sociedade mais justa. b) ( ) Cada homem é dono de uma propriedade (o corpo) e cada um ganha conforme o valor agregado a sua propriedade. Sendo assim, nada mais justo, aos que agregam mais valor a sua propriedade, ganharem mais. c) ( ) O capitalismo é um sistema justo e beneficia os que trabalham com dedicação. d) ( ) Os proletários