10 O SOAP é um modelo de registro em saúde adequado para o cuidado na Atenção Básica e para as diferentes práticas profissionais, cuja estrutura reflete a complexidade dos cuidados básicos de saúde (favorecendo a continuidade, a integralidade e a coordenação do cuidado), com destaque para suas categorias de problemas e avaliação (não restritas às categorias de “doença” e “diagnóstico”, respectivamente), bem como de plano de cuidados (em suas dimensões de propedêutica, terapêutica, educativa e de seguimento/acompanhamento).10, 11 Também foram utilizados como referência, na concepção do formato dos protocolos, os quadros-síntese da linha de cuidado da gestante e da puérpera do estado de São Paulo (SUS- SP), especialmente no que se refere ao detalhamento das ações realizadas no próprio quadro, bem como no destaque aos profissionais que realizam tais ações, indo ao encontro de um modelo consonante aos objetivos ético-políticos dos Protocolos da Atenção Básica.12 Nos quadros-síntese dos Protocolos da AB, são utilizados três termos ao denotar “quem faz” (última coluna dos quadros), isto é, as categorias profissionais responsáveis pela realização das ações do ponto de vista técnico e legal: equipe multiprofissional, enfermeiro(a)/médico(a) e médico(a). A equipe multiprofissional contempla todos os profissionais das equipes de Atenção Básica (como a equipe mínima: agentes comunitários de saúde, técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos) e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), a depender da realidade de cada região e serviço de saúde, dos profissionais presentes nas equipes (e seus saberes-práticas) e da forma de organização do processo de trabalho que contemple as especificidades e singularidades de cada território.3, 13, 14 Por fim, os quadros e textos de leitura complementar foram incluídos para apoiar a compreensão do tema abordado no capítulo, de forma um pouco mais detalhada, ainda que breve. E a seção “Saiba mais” traz alguns hiperlinks, que podem ser acessados para agregar conhecimentos ao tema abordado no capítulo, além de informações relevantes que tangenciam ou atravessam o lócus da AB encontradas em documentos do Ministério da Saúde. É importante reiterar que a abordagem proposta, embora apoiada em referências qualificadas 17 PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres do Ministério da Saúde e de publicações científicas de reconhecimento nacional e internacional, não contempla todas as possibilidades de cuidado e nem resolve – como iniciativa isolada – as questões inerentes ao cuidado em saúde. Tais questões dependem de qualificada formação técnica, ético-política e humanitária em saúde, de um processo de educação permanente em saúde e do julgamento clínico judicioso com respeito à autonomia dos usuários. Este material deve ser entendido como oferta do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde para os profissionais e gestores da AB e é importante que esteja atrelado a outras iniciativas para potencializar e qualificar o cuidado na Atenção Básica pelos três entes federativos (governo federal, unidades da federação e municípios). 18 MINISTÉRIO DA SAÚDE / INSTITUTO SÍRIO-LIBANÊS DE ENSINO E PESQUISA REFERÊNCIAS 1 – BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasília, 2010. Disponível em: <http://goo.gl/8QVTr1>. Acesso em: 3 dez. 2014. 2 – BRASIL. Ministério da Saúde. Equipes de Atenção Básica (EAB). Brasília, 2012. Disponível em: <http://goo.gl/T7Y6I9>. Acesso em: 12 dez. 2014. 3 – BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: política nacional de humanização. Brasília, 2003. Disponível em: <http://goo.gl/QSmoim>. Acesso em: 3 dez. 2014.4 – BRASIL. Ministério da Saúde. Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Brasília, 2012. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_nasf.php>. Acesso em: 12 dez. 2014.5 – BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, 2012. Disponível em: <http://goo.gl/gjW1rS> Acesso em: 20 ago. 2014.6 – BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: plano de ação 2004-2007. Brasília, 2004.7 – BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes. Brasília, 2011.8 – BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema e-SUS Atenção Básica: manual de uso do Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão PEC versão 1.3. Brasília, 2014. Disponível em: <http:// goo.gl/Cv8Mo5>. Acesso em 12 dez. 2014. 9 – SÃO PAULO (Estado). Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Parecer COREN- SP 056/2013 – CT. Utilização do método SOAP (Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano) no Processo de Enfermagem. Disponível em: <http://goo.gl/q0DnDE> Acesso em: 12 dez. 2014.10 – DEMARZO, M. M. P. et al. Módulo Político Gestor: gestão da prática clínica dos profissionais na Atenção Primária à Saúde. São Paulo: UNA-SUS; UNIFESP, 2012. Disponível em: <http://goo.gl/cfFGDa>. Acesso em: 12 dez. 2014.11 – MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Belo Horizonte: ESP-MG, 2009.12 – NORMAN, A. H.; TESSER, C. D. Prevenção quaternária na atenção primária à saúde: uma necessidade do Sistema Único de Saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 9, p. 2012-2020, set. 2009. Disponível em: <http://goo.gl/CthVMG>. Acesso em: 24 nov. 2014. 13 – SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Saúde. Atenção à gestante e à puérpera no SUS/ SP: documento da linha de cuidado da gestante e da puérpera. São Paulo: SES/SP, 2010. Disponível em: <http://goo.gl/RXoXre>. Acesso em: 19 ago. 2014.14 – WORLD ORGANIZATION OF NATIONAL COLLEGES, ACADEMIES, AND ACADEMIC ASSOCIATIONS OF GENERAL PRACTITIONERS/FAMILY PHYSICIANS – WONCA. Classificação Internacional de Atenção Primária (CIAP 2). Florianópolis: SBMFC, 2009. Disponível em: <http://goo.gl/je59QV>. Acesso em: 1 dez. 2014. 19 PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres 15 – BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: <http://goo.gl/8p7xHp>. Acesso em: 21 set. 15.16 – WERNECK, M. A. F.; FARIA H. P.; CAMPOS, K. F. P. Protocolo de cuidados à saúde e de organização do serviço. Belo Horizonte: Nescon/UFMG; Coopmed, 2009. 21 PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA | Saúde das Mulheres PARTE 1 – ATENÇÃO AOS PROBLEMAS/QUEIXAS MAIS COMUNS EM SAÚDE DAS MULHERES 1 PROBLEMAS RELACIONADOS À MENSTRUAÇÃO 1.1 Sangramento uterino anormal Fluxograma 1 – Sangramento uterino anormal Respondeu Encaminhar para serviço de emergência Não respondeu Considerar abortamento Atentar para violência sexual Ver abordagem do teste de gravidez positivo no Fluxograma 2 – Atraso menstrual e amenorreias e no Capítulo 2, sobre Pré-Natal ACOLHIMENTO E ESCUTA QUALIFICADA Atentar para os SINAIS DE ALERTA Equipe multiprofissional Teste de gravidez* Enfermeiro(a)/ médico(a) Sangramento agudo intenso? Enfermeiro(a)/médico(a) Avaliar padrão de sangramento Médico Avaliar se o sangramento realmente é uterino Enfermeiro(a)/médico(a) Tratamento clínico do sangramento agudo (Quadro 4) Médico(a) * Para mais informações sobre o teste de gravidez, ver Fluxograma 2 – Atraso menstrual e amenorreias. ** Sangramento uterino aumentado desde a menarca OU história familiar de coagulopatia OU múltiplas manifestações hemorrágicas. *** Patologias da vagina não foram incluídas no fluxograma, por não serem de origem uterina. Incluem trauma, vaginose, vaginite atrófica e carcinoma. Menarca recente ou climatério? Sim Orientar Não Investigar e manejar