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Stern-Gerlach

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EXPERIMENTO DE STERN-GERLACH: A descoberta do spin do elétron
Leonardo Pereira de Sousa[1: Acadêmico do curso de Licenciatura em Física no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) – Campus Imperatriz. E-mail: leonardops123@hotmail.com.]
RESUMO
Esse artigo tem como objetivo apresentar o experimento de Stern-Gerlach e como esse experimento possibilitou a descoberta do spin do elétron, fazendo um apanhado histórico dos avanços da física quântica desde os primeiros indícios de interesse nesse ramo. O trabalho tem como estudo a biografia dos desenvolvedores do experimento e como as ciências e teorias quânticas se encontravam na época, um período pós primeira guerra onde a Alemanha (local onde o experimento foi elaborado e executado) se encontrava com a economia bastante afetada. A metodologia abordada foi pesquisa bibliográfica, pois fundamenta-se em leituras das mais diferentes fontes referentes ao tema do artigo. Esse trabalho também apresenta uma abordagem clássica sobre o experimento e outra abordagem quântica, onde é observado divergências entre a teoria e o experimento.
Palavras-chave: Stern-Gerlach. Descoberta do Spin. Evolução da Física Quântica.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo busca mostrar como se deu o experimento de Stern-Gerlach e como essa experiência, que buscava mostrar a quantização da orientação espacial dos átomos, foi de suma importância para um complemento da teoria quântica da época e possibilitou a descoberta do spin do elétron. Apresenta também a evolução das teorias sobre o mundo quântico, buscando desde os primeiros indícios do surgimento dessas ideias com os gregos até as ideias sobre o mundo quânticas que se conhecia na época. 
A metodologia empregada nesse trabalho se sustenta na técnica de pesquisas bibliográficas, pois a sua fundamentação deriva de fontes secundarias e confiáveis como: livros, artigos, documentos monográficos e sites confiáveis.
O restante do artigo está organizado da seguinte forma: a Seção 2, PANORAM HISTÓRICO, apresenta um apanhado histórico sobrea evolução das ideias sobre o mundo quântico, mostrando que a ciência evolui de forma linear, a partir de estudos anteriores. As Seções 3 e 4, OTTO STERN e WALTHER GERLACH, traz uma biografia sobre os físicos alemães que elaboraram e executaram o experimento que possui o foco principal nesse artigo. A Seção 5, EXPERIMENTO DE STERN-GERLACH, mostra como foi feito o experimento que possibilitou a descoberta do spin do elétron, nela possui uma subseção, Analise Clássica e Quântica, onde é feito um estudo a partir da física clássica e das teorias quânticas que eram vigentes na época. A seção 6, A DESCOBERTA DO SPIN DO ELETRON, apresenta como o experimento de Stern-Gerlach foi utilizado para possibilitar o descobrimento do spin do elétron. Por fim, a Seção 7, CONSIDERAÇÕES FINAIS, exibe as considerações do autor acerca do trabalho realizado encerrando o artigo seguido por uma apresentação em língua vernácula e concluindo com as REFERÊNCIAS que fundamentaram o trabalho apresentado.
Espera-se com esse trabalho colaborar com os estudos sobre a física quântica dando oportunidade para a abertura de novos estudos sobre o tema que se encontra muito vasto e servir também de incentivo para acadêmicos da área de física continuarem com seus estudos.
2 PANORAMA HISTÓRICO
Desde a antiguidade o interesse pelo estudo da matéria e do que é constituída já era de notável expressão, os gregos a partir de questionamentos sobre natureza lançaram a ideia do átomo, onde, para Demócrito essa seria indivisível e constituiria a matéria e tudo na natureza seria explicado pelo movimento do átomo. Posteriormente Epicuro, impulsionado por objetivos parecidos, criou um hedonismo fundamentado na ética da simplicidade, onde ele e seus alunos se reuniam para discutir sobre diversos assuntos, para ele, a alma era composta de átomos, e, quando ela morria, os átomos se dispersavam e iriam compor outra matéria.
O atomismo chegou aos ouvidos de Platão, e de seu aluno Aristóteles, o atomismo os contradizia, e eles o repudiaram veementemente, seguiu-se a idade média, e o domínio da igreja católica, o atomismo contradizia também os ensinamentos cristãos, e assim ele permaneceu esquecido durante séculos. Mas então houve a renascença, e a ciência começou a decolar, e os estudiosos começaram a pesquisar os gases, o ar é invisível, mas se pode senti-lo, naturalmente, o ar era composto por alguma coisa, mas apenas quando os químicos começaram a relacionar matéria e substancias o atomismo foi resgatado. A partir das leis ponderais, John Dalton propôs novamente, a constituição da matéria como algo composto por pequenas partículas indivisíveis, os átomos, segundo Dalton, não eram criados, nem destruídos, eles formavam a matéria por meio de uma atração mutua.
O modelo que Dalton propôs foi de uma esfera maciça e os átomos de um mesmo elemento eram idênticos em sua forma, tamanho e massa, a massa dos átomos compostos era formada pela soma dos diferentes átomos simples. Em seguida, com a utilização das chamadas ampolas de Crookes e dos raios anódicos, Joseph John Thompson observou-se que raios se desviavam em direção contraria aos raios catódicos, especulava-se a existência de uma nova partícula subatômica, o elétron. Explicando tais resultados Joseph John Thompson propôs o modelo do pudim de passas, aonde os elétrons eram fincados em uma esfera maciça e positiva.
Em 1896 Henri Becquerel descobriu a radioatividade no mineral Blenda Resinosa, por influência de Becquerel, Marie Curie e seu marido, Pierre, começam experimentos para isolar os componentes radioativos do mineral, posteriormente Ernest Rutherford revela três tipos de radiação: alfa(α), beta(β) e gama(γ). Em 1910 Ernest Rutherford realizou um experimento que contedstava o modelo atômico de Thomson. Um feixe de partículas α emitidas pelo mineral polônio atravessava uma fina lamina de ouro, a maioria das partículas α atravessa a lamina sem desvios, mas algumas partículas tinham grandes ângulos de desvios, e outras até mesmo voltavam. Rutherford explicou que a maior parte da massa do átomo estaria concentrada em seu núcleo, e que a maior parte do tamanho do átomo era espaço vazio, que seria onde os elétrons orbitariam, as partículas alfa que chegavam ao seu destino em linha reta atravessavam a eletrosfera, as partículas que se desviavam ou voltavam haviam entrado em colisão com o núcleo do átomo.
Porém, Rutherford propunha que o núcleo do átomo era totalmente positivo, mas como era isso possível sem que o átomo entrasse em colapso? Em 1932 James Chadwick observou que o núcleo do berílio (Be) radioativo emitia partículas sem carga elétrica e com massa igual à dos prótons (+). Chamou-as de nêutrons. Surgia então, a terceira partícula subatômica, os nêutrons isolam os prótons, evitando suas repulsões.
O átomo de Rutherford tinha falhas, 	conforme girava em torno do núcleo, o elétron emitia energia, de acordo com a física clássica, essa energia teria de ser dissipada, e a velocidade do elétron teria de diminuir, então o elétron acabaria se chocando com o núcleo, se dirigindo em movimentos espiralados em sua direção. Niels Bohr deu continuidade ao trabalho de Rutherford, ele queria explicar os erros do modelo anterior, em 1913 ele propôs um novo comportamento para o eletro utilizando a teoria de Max Planck admitiu-se que a energia emitida não era continua, mas que vinha em pacotes, denominados quantums de energia. Bohr propunha o modelo planetário para o átomo, mas postula que apenas algumas orbitas (circulares e coplanares) são permitidas aos elétrons, a saber, aquelas nas quais o momento angular L do elétron e um múltiplo inteiro da constante de Planck h (L = nh=2_, n = 1, 2, 3,...) (GOMES E PIETROCOLA, v.3, 2011, p.4). Todos os modelos atômicos citados e o modelo de Schrodinger se encontram no ANEXO A desse artigo.
A partir daí Bohr e outros cientistas buscaram descrever corretamente o espectro do átomo de hidrogênio. Desde 1891 com os trabalhosde Mechelson já era conhecido que no espectro de hidrogênio algumas linhas espectrais dividiam-se em várias linhas muito próximas uma da outra, o qual deu origem ao que é chamado de estrutura fina de espectro. Em 1916, Arnold Sommerfeld, aperfeiçoou o modelo de Bohr. Segundo Gomes e Pietrocola (2011, v.3, p. 4) “ele incluiu efeitos relativísticos e considerou que os elétrons poderiam mover-se em órbitas elípticas e não apenas num mesmo plano, mas em diversos planos orbitais”. Com isso, as orbitas dos eletros poderiam ser quantizadas, não somente em relação ao tamanho e forma, mas também na sua orientação espacial.
Assim pode ser introduzido dois números quânticos, o principal (n) e angular, que eram os responsáveis pela quantização da magnitude do vetor momento angular L e também de um terceiro número quântico azimutal (m) que está relacionado a quantização da direção de L no espaço. “Sommerfield previu que deveriam existir 2m valores (m inteiro) para os planos das orbitas dos elétrons, incluindo as posições horizontal e vertical”, (GOMES E PIETROCOLA, 2011, v.3, p. 4). 
Dessa forma, a quantização espacial ainda não havia sido testada, assim, não tinham implicações experimentais da teoria, o que motivou mais ainda Otto Stern a produzir seu experimento. Vários físicos da época não acreditavam na existência dessa quantização experimental e se posicionaram, como Max Born, que declarou: 
Eu sempre pensava que a quantização [espacial] era um tipo de expressão simbólica para alguma coisa que você não entende. Mas tomar isto literalmente como fez Stern, isto era uma ideia própria dele... eu tentei persuadir, mas ele não fazia sentido, mas ele disse-me que valia a pena tentar. (B. FRIEDRICH E F. HERSCHBACH apud GOMES E PIETROCOLA, v.3, 2011, p.5)
	Ainda segundo o autor Peter Debye afirmou que a orientação espacial era somente um “esquema” para os elétrons e que Otto não acreditasse que seria algo fisicamente real, sendo assim, Stern elaborou um experimento que não possuísse medida espectroscópica. Acreditando na teoria esperava-se que o feixe de átomos se dividisse em duas componentes ao atravessar o campo magnético externo.
	Após a realização do experimento os procedimentos e resultados foram publicados em quatro artigos publicados entre os anos de 1921 e 1922, e em um certo trecho do segundo artigo é citado um dos motivos pelos quais analises experimentais foram interrompidas, que seria a falta de verbas que eles denominaram razões externas, pois era devido aos reflexos da economia alemã após a primeira guerra mundial.
3 OTTO STERN (1888-1969)
	Otto Stern, ANEXO B-1, foi um físico alemão ganhador do Prêmio Nobel de Física, em 1943, por sua contribuição para o desenvolvimento do método do raio molecular e sua descoberta do momento magnético do próton.
	Stern nasceu, em 17 de fevereiro de 1888, numa família com pais judeus em Sohrau, Alta Silésia, Reino da Prússia do Império Alemão (agora na Polônia), seu pai se chamava Oskar Stern e sua mão Eugenia née Rosenthal. Em 1892, mudou-se com os pais para Breslau, onde cursou o ensino médio. Começou a estudar físico-química em 1906, recebendo seu Ph.D. licenciado pela Universidade de Breslau em 1912. No mesmo ano ingressou na universidade de Einstein na Universidade de Praga e depois seguiu-o para a Universidade de Zurique, onde se tornou professor de físico-química na Eidgenössische Technische Hochschule em 1913.
	Em 1914 ele foi para a principal Universidade de Frankfurt como professor de Física Teórica, permanecendo lá até 1921, exceto por um período de serviço militar. De 1921 a 1922 foi professor associado de Física Teórica na Universidade de Rostock, tornando-se em 1923, professor de físico-química e diretor do Laboratório da universidade de Hamburgo, onde permaneceu até 1933 renunciando seu cargo por causa da tomada de poder dos nazistas (BURSTEIN, 2019). Nesse ano, mudou-se para os Estados Unidos, sendo nomeado Professor de Pesquisa de Física no Instituto Carnegie de Tecnologia, em Pittsburgh, onde permaneceu até 1945, tornando-se então professor emérito.
	Segundo a Nobel Prize (2019) seu primeiro trabalho foi no campo da física teórica, especificamente o da termodinâmica estatística e da teoria quântica, sobre o qual ele publicou artigos importantes, e após 1919, sua atenção foi direcionada mais para a física experimental. O desenvolvimento e aplicação do método do feixe molecular provou ser uma poderosa ferramenta para investigar as propriedades de moléculas, átomos e núcleos atômicos. 
	Uma dessas primeiras aplicações foi a verificação experimental da lei de Maxwell da distribuição de velocidade em gases. Trabalhou com Walther Gerlach na deflexão de átomos pela ação de campos magnéticos em seu momento magnético, depois passou medir os momentos magnéticos de partículas subatômicas, incluindo o próton. Produziu uma impressionante demonstração da natureza das ondas de átomos e moléculas com seu trabalho sobre a produção de interferência por raios de hidrogênio e hélio.
	Stern foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física d 1943, o primeiro a ser concedido desde 1939. Foi o único destinatário em Física naquele ano. Otto Stern faleceu em 17 de agosto de 1969.
4 WALTHER GERLACH (1889-1979)
	O físico Walther Gerlach, ANEXO B-2 nasceu em 1º de agosto de 1889. Começou seus estudos de pós-graduação em Tübingen em 1908 e recebeu seu doutorado em 1912. Em 1916 começou a ditar séries de palestras particular e a partir de 1917 na Universidade de Göttingen, no ano de 1920 se tornou professor assistente na Universidade Johann Wolfgang Goethe de Frankfurt am Main, sendo que, em 1921 foi professor em Franckfurt, período em que conheceu e trabalhou com Otto Stern nas deflexões de átomos em campos magnéticos não homogêneos, que mostraram a orientação espacial restrita de partículas atômicas e subatômicas com polarização magnética, no experimento foi utilizado átomos de prata, (JOSITO SAN ROMÁN GIL, 2012).
	Gerlach foi professor da Universidade de Tübinger, sucedendo Friedrich Paschen, durante os anos de 1925 a 1929 quando, em seguida, mudou para a cidade de Munique para ser professor da Universidade Ludwing Maximilians, sucedendo Wilheln Wien, onde ficou até 1945 quando foi preso pelas forças armadas americanas e inglesas. Antes de ser preso, desde 1937, Gerlach foi membro do supervisor do grupo KWG, Kaise-Wilhelm-Gesellschaft, após a segunda guerra mundial, continuou a ter influência sobre a organização oficial sucessor MPG, Max-Planck-Gesellschaft. Em janeiro de 1944 ele se tornou oficialmente responsável pela seção de física do Reichsforschungsrat e tinha todo o poder na física nuclear, substituindo Abraham Esau.
	De acordo com Josito San Román Gil (2012) após o fim da guerra Walther Gerlach foi transferido para vários locais, como França, Bélgica e outros. O autor ainda segue afirmando que em seu retorno à Alemanha, ele teve um breve período na Universidade de Bonn e no. período entre 1948 a 1957 foi professor de física experimental e diretor do departamento de física da Universidade de Munique, que também foi reitor entre os anos de 1948 a 1951. Após esses anos Walther teve diferentes peculiaridades como presidente da Fraunhfer-Gesellschaft, que promoveu o uso da ciência aplicada e vice-presidente da associação alemã de pesquisa e avanço cientifico conhecido com a sigla DFG.
	Walther Gerlach morreu, após uma longa e bem-sucedida carreira em Munique, no ano de 1979.
5 EXPERIMENTO DE STERN-GELARCH
	O experimento foi realizado no período em que os dois físicos estavam em Frankfurt am Main, no ano de 1922, nessa época Otto Stern era o assistente de pesquisa de Max Born no instituto de Física Teórica da Universidade de Frankfurt e Gerlach era assistente de pesquisa no instituto de Física experimental da mesma universidade. No momento do experimento o mais famoso modelo de estrutura atômica era o de Bohr. E o experimento levou mais de um ano para ser desenvolvido com sucesso a partir de sua concepção original.
	A experiência consistia navaporização de uma amostra de prata, onde os átomos de prata vaporizados se encontrariam neutros, e alguns dos átomos do vapor escapavam por uma fenda, entrando em um tubo evacuado, alguns desses átomos passavam por outra fenda horizontal formando um feixe estreito de átomos, dessa forma, se diz que os átomos estão colimados, (HALLIDAY, RESNICK E WALKER, 2007). Após os átomos entrarem na segunda fenda passam por um eletroímã e atingem uma placa de vidro formando um depósito de prata. A imagem do instrumento utilizado se encontra no ANEXO C desse artigo. Quando o eletroímã se encontra desligado os átomos depositados da placa de vidro formam um a mancha estreita. Quando e eletroímã é ligado o resultado encontrado é de duas manchas separadas na placa de vidro, uma acima da mancha que se formara quando o eletroímã estava desligado e outra abaixo. O ANEXO D apresenta a representação da distribuição dos átomos na placa esperada e qual foi a observada.
5.1 Analise Clássica e Quântica
	De acordo com a alise clássica do experimento, a mancha encontrada deveria ser de uma distribuição continua de átomos na placa. E de acordo com a física quântica é que o feixe formaria manchas separadas discretamente, como afirma Eisberg e Resnick (1979, p.351):
Assim, a previsão clássica é que o feixe defletido irá se espalhar numa banda contínua, correspondente a uma descrição contínua de valores de µlz. A previsão da mecânica quântica é que o feixe defletido irá se separar em várias componentes discretas. Além disso, a previsão da mecânica quântica é que isso irá ocorrer para todas as direções do imã analisador.
	De acordo com a mecânica clássica a força de interação que envolve o sistema seria a que relaciona o campo magnético do eletroímã e os dipolos magnéticos dos átomos de prata, assim a força de interação pode ser encontrada a partir da energia potência de um dipolo magnético na presença de uma campo magnético. Dessa forma para a componente z podemos escrever a força como sendo:
.					 (1)
Onde,
. 					 (2)
Sendo o momento magnético dipolar de um átomo de prata. Como o sentido positivo da componente z é para cima e o campo magnético aponta para o mesmo sentido temos que a força é dada por:
.				 (3)
Então essa seria a equação para a força magnética que age sobre um átomo que passa por um campo magnético, em uma análise clássica. Dessa forma as componentes dos átomos de prata deveria variar entre - e +. Assim com a variação do campo magnético do sentido positivo do eixo z ao sentido negativo deveria ser observado na placa uma mancha uniforme e alongada no sentido vertical.
	De acordo com a teoria quântica o momento dipolar magnético orbital só poderia ter valores discretos quantizados
. 				 (4a)
Onde a grandeza é chamada de magnéton de Bohr e constitui uma unidade natural de medida do momento de dipolo magnético do átomo. E é um dos inteiros
 			 (4b)
Mas os resultados foram diferentes do que mostrava a teoria clássica, e de certa forma também diferiram da teoria quântica descrita por Schroedinger. 
“Esses resultados são, qualitativamente, demonstrações experimentais diretas da quantização da componente z dos momentos de dipolo magnético dos átomos e, portanto, de seus momentos angulares. Em outras palavras, as experiências mostraram que a orientação espacial dos átomos é quantizada. O fenômeno é denominado quantização espacial”. (EISBERG E RESNICK, 1979, p.352).
6 A DESCOBERTA DO SPIN
O resultado do experimento (o feixe se desviando somente em duas componentes) mostrou que há teoria de Schroedinger estava errada ou incompleta. Posteriormente foi constatada que o modo como ela estava apresentada estava incompleta, e isso se tornou mais obvio, em 1927, quando Phipps e Taylor, utilizaram a mesma técnica de Stern-Gerlach com o feixe de átomos de hidrogênio, a escolha desse átomo foi pelo fato de possuir somente um elétron, assim a teoria desenvolvida faz previsões sem ambiguidade possível. 
	Phipps e Taylor observaram que o núcleo não poderia ser o responsável pelo momento magnético de dipolo observado, logo, sua origem deve estar ligada ao elétron. Então, fazendo algumas considerações como que o elétron possui um momento de dipolo magnético intrínseco, que é consequente de um momento angular intrínseco S, denominado spin. Dessa forma é possível imaginar também um campo magnético de dipolo magnético sendo gerado pela corrente associada a carga do elétron que está girando entorno do seu eixo. Podemos considerar também que a intensidade S e a componente Sz do momento angular de spin estão associados a dois números quânticos, s e ms. Utilizando a quantização idêntica à do momento angular orbital, temos que
.					 (5)
.					 (6)
Dessa forma pode-se admitir que a relação entre o momento de dipolo magnético , o qual pode ser chamado de momento de dipolo de spin, e o momento angular de spin tem a mesma relação que o do orbital
					 (7)
					 (8)
Onde a grandeza é denominada fator g de spin
	Com as observações do experimento de Phipps e Taylor, em que o feixe se defletiu em componentes simétricas, é óbvio que só poderá admitir valores iguais e com sinais opostos, então pode-se concluir que os valores possíveis de ms são
					 (9)
sendo que s possui um valor único
.						 (10)
Uma imagem representativa do spin do elétron está exibida no ANEXO E.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	O estudo bibliográfico abordado nesse artigo teve como objetivo apresentar como foi elaborado experimento de Stern-Gerlach e como essa experiência, que buscava mostrar a quantização da orientação espacial dos átomos, foi de suma importância para um complemento da teoria quântica da época e possibilitou a descoberta do spin do elétron. O trabalho também apresentou uma abordagem clássica e quântica sobre essa experiência, mostrando como a teoria estava incompleta e a importância do trabalho de Otto Stern e Walter Gerlach para o complemento da teoria possibilitando evoluir cada vez mais.
	O artigo apresenta um método diferente dos livros didáticos, que apresentam a descoberta da quantização da orientação espacial como um acaso, assim, nesse trabalho foi apresentado que os objetivos iniciais da experiência foram os obtidos nos resultados publicados nos artigos de Stern e Gerlach.
	A descoberta do spin no início do século XX possibilitou um grande avanço das teorias quânticas dando abertura para o surgimento de novas áreas de estudo como a spintrônica, que busca a substituição de equipamentos eletrônicos (equipamentos que manipulam o movimento dos elétrons) por equipamentos que iram possibilitar a manipulação do movimento e spin dos elétrons trazendo enormes vantagens e um grande salto tecnológico.
STERN-GERLACH'S EXPERIMENT: The discovery of electron spin
ABSTRACT
This paper aims to present the Stern-Gerlach experiment and how this experiment made possible the discovery of the electron spin, taking a historical look at the advances of quantum physics since the first signs of interest in this field. The work has as a study the biography of the developers of the experiment and how the sciences and quantum theories were at the time, a period after the first war where Germany (where the experiment was designed and executed) was with the economy greatly affected. The methodology was a bibliographical research, because it is based on readings of the most different sources referring to the theme of the article. This work also presents a classical approach about the experiment and another quantum approach, where differences between theory and experiment are observed.
Keywords: Stern-Gerlach. Discovery of Spin. Evolution of Quantum Physics.
REFERÊNCIAS
EISBERG, Robert; RESNICK, Robert. FÍSICA QUÂNTICA: Átomos, Moléculas, sólidos, Núcleos e Partículas. Rio de Janeiro: Campus, 1979. 928 p. Coordenação de Tradução: CarlosMauricio Chaves/PUC-RJ.
GOMES, GersonG.; PIETROCOLA, Maurício. O experimento de Stern-Gerlach e o spin do elétron: um exemplo de quasi-história. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 3, n. 2, p.1-11, 12 jul. 2011.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física: Óptica e Física Moderna. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 407 p. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi.
MLA style: Otto Stern – Biographical. NobelPrize.org. Nobel Media AB 2019. Mon. 1 Apr 2019. https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1943/stern/biographical/
NOBEL PRIZE. Otto Stern – Biographical. Disponível em: <https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1943/stern/biographical>. Acesso em: 26 mar. 2019.
WALTHER Gerlach. Disponível em: <https://galeanojav.wordpress.com/2012/04/15/walther-gerlach-2/>. Acesso em: 26 mar. 2019.
ANEXO A: Bibliografados
Imagem 1 - Ilustração da pintura de Otto Stern.
Fonte: https://bit.ly/2uII8iY.
Imagem 2 - Físico Alemão Walther Gerlach.
Fonte: https://bit.ly/2ONsX1b.
ANEXO B: Modelos Atômicos
Imagem 3 - Modelo atômico de Dalton. X, Y, Z e D representam diferentes átomos.
Fonte: https://bit.ly/2AbkCk4.
Imagem 4 - Modelo atômico proposto por Thomson.
Fonte: https://bit.ly/2JXiJHy.
Imagem 5 - Modelo atômico proposto por Rutherford.
Fonte: https://bit.ly/2y6a2rl.
Imagem 6 - Modelo atômico de Bohr.
Fonte: https://bit.ly/2uKQvKT.
Imagem 7 - Modelo atômico atual, modelo de Schrodinger.
Fonte: https://bit.ly/1S0lria.
ANEXO C: Experimento de Stern-Gerlach
Imagem 8 – Representação do esquema do experimento de Stern-Gerlach.
Fonte: https://bit.ly/2Uedld4.
ANEXO D: Distribuição dos Átomos na Placa de Vidro do Experimento de Stern-Gerlach
Imagem 9 - Ilustração da distribuição prevista classicamente, a esquerda, e a distribuição observada, a direita.
Fonte: Elaboração Própria.
ANEXO E: Spin do Elétron
Imagem 10 – Representação de como se entende o Spin do elétron.
Fonte: https://bit.ly/2UwPR2e.

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