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Exame clínico, diagnóstico e plano de tratamento da criança e do adolescente Maria Clara Tabosa Dependerá do contato positivo do profissional com a criança, o adolescente e seu núcleo familiar Abordagem com atenção integral Deve-se considerar a faixa etária, momento de vida e inserção sociocultural Desde a infância até a adolescência Etapas exame clínico, diagnóstico, plano de tratamento Exame clínico e diagnóstico Reconhecer a doença por meio de seus sinais e sintomas Coleta detalhada do maior número de informações a respeito do paciente para se obter o melhor diagnóstico Doença ou condição indesejada? Ausência congênita de um dente Discrepância entre o tamanho das arcadas Incisivo superior que não irrompeu Plano de tratamento Objetivo principal promoção da saúde do paciente 1ª consulta e comportamento futuro da criança Transmitir segurança (responsabilidade do dentista) Valorizar a relação paciente/profissional/pais Pais podem estar ansiosos 1ª consulta e o paciente adolescente Considerar a singularidade desse momento no processo de crescimento e desenvolvimento, marcado pelo impacto de mudanças físicas e psíquicas vivenciadas nos diferentes contextos O adolescente Estruturação final da personalidade A boca aparece como região de grande apreço e se o adolescente apresentar qualquer alteração ou deformidade na área pode tornar-se tímido, frustrado, com sentimento de inferioridade ou o oposto, rebelde Saúde bucal – adolescência – fase de risco Maior consumo de alimentos açucarados Medidas adequadas de higiene X Conflitos dos estilos de vida Fatores comportamentais traumatismos e doença gengival Anamnese Consiste em uma série de questões, realizadas através de entrevista, sobre a história de vida e saúde do paciente, os quais irão permitir um atendimento odontológico seguro Forma o panorama físico e psíquico, passado e presente do paciente Dados pessoais – qual a importância? Manter contato com a criança (possibilidade de modificação no horário do atendimento) Entender o contexto socioeconômico e cultural em que a criança está inserida influência na saúde bucal e geral Perfil psicológico Observar “à distância” as atitudes do paciente e família Estar atento aos gestos e atitudes da criança, para que o dentista e a equipe estejam preparados em relação as atitudes que a criança pode ter durante a consulta História médica A coleta de informações sobre a saúde sistêmica da criança Importante para o diagnóstico e planejamento do tratamento Necessidade de contato com o médico assistente Doenças sistêmicas Alterações nos tecidos moles e dentais História pregressa Alterações na criança e família Alterações cardíacas, alergias, doenças da infância, reações adversas a anestésicos e outros medicamentos Informações do pré-natal e gestação. História médica da família (diabetes, doenças hemorrágicas e neurológicas) Internações e cirurgias. Relação criança – médico História atual Alterações, no momento, da criança Medicamentos em uso, alterações momentâneas como viroses e infecções Avaliar necessidade de contato com o médico assistente (pediatra, fonoaudiólogo ou psicólogo, otorrino) História dentária – motivo da consulta Questionar sobre experiências anteriores Reações da criança frente aos tratamentos odontológicos anteriores Reações adversas a medicamentos utilizados Se o tratamento foi finalizado e, se não foram, o motivo Hábitos Hábitos de higiene Frequência e quantidade de escovações Quem realiza a escovação Tipo de escova Se só a criança usa a escova Pedir que a o paciente traga a escova Observar quantidade de dentifrício e outras fontes de flúor Hábitos alimentares Uso do diário alimentar ou análise recordatória da dieta Observar a frequência de ingestão de alimentos açucarados Não adicionar açúcar ao leite ou vitaminas Não alimentar a criança dormindo Alimentos açucarados devem ser consumidos como sobremesa Nos lanches da manhã, da tarde ou da noite, devemos dar preferência às frutas ou outros alimentos que não contenham açúcar Escovação sempre antes de dormir com creme dental COM FLÚOR Hábitos nocivos Exame físico Realizado de maneira ORDENADA e requer conhecimento de todas as áreas afins à odontologia Abordagem feita de acordo com cada faixa etária Fazer do primeiro contato odontológico uma experiência agradável Exame físico extrabucal Observar todas as estruturas anatômicas para diagnosticar possíveis alterações sistêmicas ou relacionadas ao complexo maxilomandibular. Utilizar: Palpação Percussão Inspeção Auscultação Exame geral da fala, postura, mãos, membros superiores e inferiores. Exame das estruturas faciais e anexos Cabeça: tamanho e assimetria Olhos: comprometimento da visão e processos inflamatórios Ouvidos: distúrbios auditivos, vertigens Nariz: reações alérgicas Pescoço: linfonodos – sensibilidade e aumento de volume ATM: crepitações e dificuldade de abertura Exame físico intrabucal Sempre após a limpeza das superfícies e com luz adequada Realizar de forma sistemática: mucosa e tecidos moles, oclusão e estruturas dentoalveolares Lábios: cor e textura, úlceras e vesículas, selamento labial, tumefações (traumatismos) Língua: língua geográfica ou quadros infecciosos relacionados a doenças sistêmicas Palato: coloração, altura e fendas Mucosa alveolar: fístulas, abscessos dentoalveolares, tumefações Freios: altura e inserção *exame periodontal Exame da oclusão Tipo de arco Relação terminal do segundo molar decíduo Chave de canino Sobressaliência e sobremordida Mordida cruzada Desvio de linha média Postura de língua e deglutição Exame dos dentes Sequência de erupção Campo limpo, seco e boa iluminação Observar bem o diagnóstico correto de cárie Exames complementares Diagnóstico radiográfico Conversar com a criança e explicar o que é o exame radiográfico 1ª Tomada radiográfica - radiografia oclusal 2 radiografias interproximais (picote para mesial) 1 radiografia oclusal (superior) Radiografias periapicais complementares Radiografias interproximais – usar fita para confecção da asa de mordida Dica: Posicionar o filme primeiro no arco superior e fechar lentamente a boca da criança – evita a ânsia de vômito Plano de tratamento 1º Passo - Promoção de saúde – instituir novos hábitos O objetivo do plano é fazer com que a criança mantenha a saúde da boca É fundamental a cumplicidade dos pais 2º Passo - Orientação de escovação 3º Passo - Planejamento clínico das estratégias para o tratamento O tratamento odontológico na criança e no adolescente requer ações do dentista e da família Observar a capacidade de colaboração do paciente, eventuais complicações médicas e possíveis alterações bucais Plano de tratamento – por hemiarco Sessão Procedimento 1ª sessão Procedimentos preventivos e motivação pais/paciente 2ª sessão Procedimentos de menor complexidade: selantes, ART, restaurações sem envolvimento pulpar 3ª sessão em diante Aumenta a complexidade Atenção Procedimentos de urgência (dor) serão planejados para a 1ª sessão Última sessão Radiografias finais, odontograma final Prontuário odontológico Vínculo legal entre o profissional e o paciente Devem constar: Informações Manobras de exame, diagnóstico e tratamento realizados Informações e recomendações passadas aos responsáveis legais Dividido em: Fase sistêmica (médico assistente e pré medicação, antibioticoterapia) Fase preparatória (adequação do meio, remoção de focos) Fase restauradora Fase de manutenção (periodicidade dependendo do risco) Todas as etapas são acompanhadas de medidas de orientação e motivação à higiene Fase 1 – Avaliação e/ou Urgência Avaliação integral do paciente (condição geral e bucal) Potencial de colaboração Atitudes da família Elaborar diagnóstico – família Consentimento informado Urgências em odontopediatria – dor em decorrência de: Problemas endodônticos Abscessos dentoalveolares Traumatismosdentais Estomatites bacterianas viróticas e micóticas Fase 2 – Adequação do Paciente Adequação do comportamento (condicionamento) Adequação do meio bucal (diminuir os microrganismos acidogênicos) Orientação da dieta e higiene bucal Uso de flúor (prevenção e controle da cárie) Acelerar o processo de mineralização pós erupção Controle e prevenção da cárie Cárie rampante Aparelho ortodôntico Salivação reduzida Uso de selantes Dentes posteriores – favorecem a retenção de detritos alimentares e biofilme Selante ionomérico – biocompatibilidade e liberação de íons de flúor acelera maturação pós-eruptiva Superfícies lisas – vernizes fluoretados Controle das lesões cariosas Foco para proliferação e o armazenamento de micro-organismos: curetá-las parcialmente e selar com ZOE ou ionômero Remoção de focos Tratamentos endodônticos Exodontias Atenção ao grau de rizólise do dente decíduo e rizogênese do permanente sucessor Começar pelo superior posterior- pela facilidade da técnica Exodontia de caninos decíduos deve ser bilateral Tratamento pulpar Equilíbrio rizólise-rizogênese-erupção Indicação de exodontia com finalidade ortodôntica Fase 3 – Reabilitação do paciente Terapia restauradora – por quadrante e dentes posteriores Terapia ortodôntica preventiva/interceptora Objetivo: dentes estética e funcionalmente aceitáveis Fase 4 – manutenção preventiva Planejamento de um programa de manutenção preventiva após o término do tratamento reabilitador Hábitos alimentares e de higiene Radiografias de controle- semestral ou anual Objetivo: manter a saúde do paciente e evitar o aparecimento da cárie, gengivite e má oclusão Considerações finais Compreender a complexidade do conhecimento do paciente – desde a infância até a adolescência Atendimento baseado na atenção integral e interdisciplinar
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