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193 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Pedro Brugada Andrés Ricardo Pérez Riera José Carlos Pachón Mateos Síndrome de Brugada 7 DEFINIÇÃO Entidade clínico-eletrocardiográfica caracterizada pela associação de episódios de síncope ou MS abortada ou não em pacientes predominan- temente do gênero masculino, (8:1) na idade produtiva, sem cardiopatia estrutural e com um padrão eletrocardiográfico de BRD freqüentemente atípico (sem ondas S nas derivações esquerdas) ou distúrbio de condução por este ramo (DCRD ou BIRD) associado a supradesnivelamento persis- tente, transitório, variável ou flutuante do ponto J e do segmento ST que pode mudar substancialmente no tempo e quando típico, de convexidade superior (coved type) ou menos caracteristicamente côncavo para cima (saddle type) nas derivações precordiais V 1 a V 2 ou de V 1 a V 3 correspon- dentes ao território ântero-septal4 (Fig. 7.1). Raramente, o supradesnivelamento do ponto J e do segmento ST pode ser observado nas derivações da parede inferior5-8 (Fig. 7.2). Em 50% dos casos observa-se prolongamento do intervalo PR. O QTc é sempre normal. Os episódios de síncope ou MS se devem a surtos de taquicardia ven- tricular polimórfica muito rápida (entre 260 a 352bpm) que facilmen- te degeneram em fibrilação ventricular (Fig. 7.5). Tipicamente, ocorrem de forma aleatória, inesperada, sem pródromos e predominantemente durante o sono noturno (85%). Excepcionalmente, podem ser precedi- dos de ciclos longos-curtos-longos (bradicardia-dependentes) semelhan- tes aos observados nas TV tipo torsades de pointes (TdP) das síndromes de QT longo9. 194 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Os surtos de TVP não são desencadeados pelo aumento da freqüência cardíaca, como ocorre caracteristicamente na TVP catecolaminérgica10. Excepcionalmente, surtos de TV monomórfica espontânea (TVM) po- dem ocorrer11, porém, a TVM se observa apenas quando induzida por fár- macos. Assim, há referências de aparecimento de TVM sustentada (TVM- S) após a administração da ajmalina12. HISTÓRIA O primeiro paciente foi um menino polonês de três anos que apresen- tara vários episódios de síncope e MS abortada pelo próprio pai. A irmã tinha falecido subitamente, mesmo com a associação de marca-passo de demanda e amiodarona. Pedro Brugada percebera que os ECGs destes ir- mãos poloneses eram muito semelhantes, o que lhe fez suspeitar que am- bos seriam portadores de uma mesma entidade, provavelmente de cará- ter genético-hereditário. Em 1991, após terem sido identificados outros dois pacientes, os quatro casos foram apresentados na reunião anual do NASPE nos Estados Unidos13. Em 1992, com o aporte de outros colegas, adicionaram-se mais qua- tro pacientes, sendo publicado o primeiro artigo da nova entidade com um universo de oito pacientes14. Fig. 7.1 — Eletrocardiograma de portador da síndrome de Brugada. Supradesnivelamento do ponto J e do segmento ST, convexo para cima em V1 e V2 (flechas pretas): sinal de Brugada. A derivação unipolar aVR localizada em frente à via de saída do ventrículo direito mostra discreta elevação do ponto J e do segmento ST (flecha branca). As derivações inferiores revelam a imagem recíproca (flechas cinzas). 195 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Atualmente, na base de dados da Ramon Brugada Foundation existem mais de 600 casos ralatados, além de outros 400 publicados por outros investigadores no mundo todo. ETIOLOGIA E ASPECTOS GENÉTICOS A doença é hereditária, autossômica dominante e heterogênea, tendo sido identificadas várias mutações no cromossomo 3, na subunidade alfa do canal rápido de Na+, do gene SCN5A. Mutações neste gene podem oca- sionar um amplo espectro de fenótipos, incluindo a variante 3 da síndro- me do QT longo (SQTL3), a doença de Lenègre ou fibrose progressiva “primária” do sistema His-Purkinje, a síndrome de Brugada e formas mis- tas, todas consideradas alélicas entre si. Estas mutações fazem com que no epicárdio, e não no endocárdio, pre- ferencialmente na via de saída do ventrículo direito (derivações V 1 ,V 2 ou V 3 e aVR) o canal I to das fases 1 e 2 do potencial de ação transmembrana (PAT) seja mais manifesto (com entalhe mais pronunciado por maior sa- ída de K+) e que a duração da fase 2 seja 70% mais rápida, ocasionando uma marcada diminuição na duração do PAT no epicárdio em relação ao endocárdio (Fig. 7.3). Este fenômeno eletrofisiológico, que ocorre predominantemente na espessura do ventrículo direito, ocasiona significativa dispersão da repo- Fig. 7.2 — Síndrome de Brugada com ECG menos típico em jovem imigrante tailandês de 26 anos. Observam-se ondas J idiopáticas (onda de Osborn) em parede ínfero-apical: DII, DIII, aVF, V5 e V6. 196 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA larização e refratariedade, constituindo-se no substrato para a deflagração dos surtos de TVP rápidas, cuja base eletrofisiológica denominou-se reen- trada em fase 2 por afetar principalmente este tempo do PAT20-23. INCIDÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA A síndrome é a causa mais freqüente de MS entre homens tailandeses menores de 50 anos sem cardiopatia estrutural. Neste país, é conheci- da como Lai-tai, e a mortalidade tem sido calculada em 26 a 38 mor- tes cada 100.000 habitantes por ano24. Outras áreas endêmicas são as Filipinas e o Japão. No primeiro, a entidade se conhece como Bangun- gut (lamento seguido de MS durante o sono) e no Japão, Pokkuri (MS inesperada noturna). Aproximadamente 50% das FV idiopáticas (FVI) corresponderiam à síndrome de Brugada, considerada um subgrupo da FVI. Por este motivo, todo paciente que tenha sofrido de síncope ou MS recuperada por FVI de- veria realizar as provas farmacológicas com o intuito de desmascarar even- tuais formas ocultas ou intermitentes da síndrome. Fig. 7.3 — No epicárdio da via de saída do ventrículo direito, e não no endocárdio, nas fases 1 e 2 de repolarização inicial, ou de corrente transitória para fora de K+ (transient outward current-Ito), ocorre uma saída maior de K+ ocasionando um encurtamento do portencial de ação e uma dispersão de refratariedade do potencial de ação. Este fenômeno se manifesta como um supradesnivelamento de ST nas derivações precordiais direitas. 197 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Um número desconhecido de MS em lactentes podem ter como causa subjacente a síndrome de Brugada25. Mesmo existindo áreas endêmicas, tem sido encontrada em quase todo o mundo, o que se explica pelo grande deslocamento atual das populações e o caráter genético da entidade. Num estudo eletrocardiográfico realizado no Japão, com universo de 22.027 adultos normais encontrou-se 12 ECGs compatíveis com o padrão da síndrome (0,05%)26. Extenso estudo eletrocardiográfico prospectivo realizado em jovens japoneses com idades entre 6 e 18 anos mostrou uma incidência de 0,0006% de ECGs sugestivos da síndrome27. Hermida e col., na França, encontraram uma prevalência do padrão eletrocardiográfico Brugada em 1/1000 pessoas sadias28. Monroe e Littmann29, de 12.000 ECGs consecutivos realizados num hospital-escola, encontraram o padrão eletrocardiográfico Brugada em 52. PATOGENIA Além da anomalia do canal de sódio, existem vários fatores capazes de deflagrar os eventos taquiarrítmicos por ocasionarem maior supradesni- velamento do ponto J e do segmento ST ou piora na repolarização. Estes fatores são: antiarrítmicos da classe IA (ajmalina e procainamida) e IC (flecainida, pilsicainida), antimaláricos, antidepressivos tricíclicos, hiper- glicemia, febre, vagotonia e bradicardia, (explica a maior incidência dos eventos durante a noite), consumo de álcool e uso de cocaína. Recentes estudos, utilizando técnicas de neuroimagem com123I-metaiodobenzil- guanidina (MIBG) assinalam a existência de disautonomia pré-sináptica no coração30-33.Mesmo assim, as alterações do tônus autonômico apenas constituem um fator desencadeante, e não uma causa da síndrome. ESTUDOS DA BIOPSIA ENDOMIOCÁRDICA E ANATOMOPATOLÓGICO Tanto a biopsia endomiocárdica quanto os dados de autópsia são nor- mais. Em dez anos de seguimento não se encontrou aparecimento de car- diopatia estrutural em nenhum caso. A ressonância nuclear magnética (RNM) e a ecocardiografia são sempre normais. Existem casos de displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD), onde as manifestações do ECG são muito semelhantes, porém a biopsia endomiocárdica revela substituição dos cardiomiócitos por teci- do gorduroso e fibrose34. Os defeitos genéticos da síndrome e Brugada e da DAVD são diferentes. 198 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Na DAVD, a RNM mostra brilho intenso na parede ventricular direita pela substituição das células miocárdicas (áreas de alta densidade) por tecido fibroadiposo no infundíbulo, região apical e póstero-diafragmáti- ca (triângulo da displasia). Infelizmente, em 15% dos corações normais pode-se observar substituição gordurosa transmural35. FORMAS DE APRESENTAÇÃO CLÍNICA Os pacientes podem ser: A. Sintomáticos: 1. Com a síndrome completa: caracterizada por ECG típico espon- tâneo associado a síncope/s ou MS recuperada secundários a surtos muito rápidos de TVP que degenera em FV; 2. Sintomáticos com ECG normal: são pacientes que sofreram sín- cope ou MS recuperada, inicialmente de causa desconhecida por um episódio de FVI. Nestes casos, o seguimento pode revelar o padrão típico de ECG ou após o emprego das provas farmacológicas. B. Assintomáticos: 3. Assintomáticos com ECG típico espontâneo: detectados casual- mente ou num parente de alguém que tenha sofrido síncope ou MS; Estes grupos têm elevada taxa de mortalidade na sua história na- tural. 4. Assintomáticos com ECG normal só evidenciáveis após provas far- macológicas e sem taquicardias induzidas. Este grupo é de melhor prognóstico. Estima-se que nestes casos o grau do dano do canal de Na+ é nulo. Recomenda-se não expor os pacientes a drogas perigosas. O melhor preditor de eventos cardíacos é a presença de ECG espon- tâneo anormal associado a história positiva de síncope36-37. DIAGNÓSTICO Muito fácil nos casos onde o ECG típico associa-se a síncope ou MS recuperada secundária a taquiarritmia ventricular. O ECG se caracteriza por BIRD ou BCRD comumente atípico (sem on- das S nas derivações esquerdas) e supradesnivelamento convexo para cima do ponto J e do segmento ST de V 1 a V 2 ou V 3 , com freqüente prolonga- mento do intervalo PQ ou PR (50% dos casos) às custas do aumento do intervalo HV e QTc normal. Existem circunstâncias que podem ocasionar supradesnivelamento do segmento ST e que eventualmente suscitam dúvidas, tais como a síndro- me da repolarização precoce, pectum excavatum, angina variante, aneu- risma ventricular, pericardite, miotonia de Steinert e outros. 199 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA O padrão de repolarização típico de Brugada é influenciado pelo sis- tema nervoso autônomo (o parassimpático aumenta e o simpático dimi- nui), aumenta com drogas antiarrítmicas da classe IA (ajmalina e procai- namida) e IC (flecainida e pilsicainida) e muda com variações da freqüên- cia cardíaca (a taquicardia diminui e bradicardia aumenta). Em aproximadamente 80% dos pacientes, o estudo eletrofisiológico in- duz a TVP/FV sustentada que tem como substrato a reentrada em fase 2. Em aproximadamente 10% dos casos, observam-se arritmias atriais, em especial a fibrilação atrial paroxística ou crônica que pode ter início em pacientes jovens, sugerindo sua origem genética38. Recentes pesquisas assinalam que um prolongamento do intervalo PQ ou PR ≥ 210ms e in- tervalo HV ≥ 60ms, é preditivo da presença da mutação no gene SCN5A e que os portadores da mutação tem um intervalo PQ prolongado e du- ração do QRS maior perante provas farmacológicas com os bloqueado- res dos canais de Na+. Estes resultados assinalam que é possível diferen- ciar os pacientes com a mutação no gene SCN5A daqueles que não a pos- suem40. MECANISMOS CELULARES Os canais do PAT afetados na síndrome são primariamente o canal rá- pido de Na+ e em forma secundária, o de saída inicial de K+ e o de entra- da lenta de Ca2+ ou I Ca 2+ (Fig. 7.4). Estas alterações ocorrem preferencial- mente nas células do epicárdio da via de saída do ventrículo direito, ori- Fig. 7.4 — Mecanismos iônicos da origem do sinal eletrocardiográfico de Brugada. 200 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA ginando uma heterogeneidade e dispersão da repolarização. Esta anorma- lidade na espessura da parede ventricular, propicia o substrato para a re- entrada em fase 2, mecanismo aceito como responsável pelo desenca- deamento das TVP muito rápidas da síndrome de Brugada. Toda condição que ocasione bloqueio dos canais de Na+ ou da corrente lenta de entrada de Ca2+ ou aumente a corrente de saída inicial do canal de K+ pode agravar a anormalidade da repolarização e desencadear as ta- quiarritmias fatais. Assim, a ajmalina, a procainamida, a flecainida, o pinacidil41, as drogas que abrem os canais de K+, a hipercalcemia, a inibi- ção metabólica e a isquemia42-43 podem desencadear os temidos surtos taquiarrítmicos. O ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO Em 80% dos casos, é possível a indução de surtos de TVP/FV susten- tada com 1, 2 ou 3 extra-estímulos. Esta indutibilidade é abolida com o uso prévio de isoproterenol. Em 50% dos casos, observa-se discreto prolongamento do intervalo HV do eletrograma para valores em média de 60ms a 75ms ou desdobramento do potencial H. Este fenômeno, explica o bloqueio AV de primeiro grau eventualmente observado no ECG de superfície. PROGNÓSTICO E TRATAMENTO A história natural é extremamente maligna em pacientes com ECG tí- pico e que tiveram síncope ou MS recuperada. Nestes casos, 30% apresen- tam recorrência em dois anos (Fig. 7.6). Fig. 7.5 — Exemplo de taquicardia ventricular polimórfica espontânea em portador da síndrome de Brugada. Observa-se que antes do episódio existe supradesnivelamento do segmento ST e extra-sístoles ventriculares monomórficas que deflagram o surto de taquicardia. Neste caso, a arritmia apresentou resolução espontânea (Ramon Brugada Fundation, www.brugada.org.br). 201 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Em pacientes com ECG típico espontâneo e sem episódio prévio de síncope ou MS recuperada, o prognóstico é semelhante. Apenas nos assintomáticos com ECG normal, só evidenciáveis com as provas farmacológicas, o prognóstico é benigno. Até o presente momento nenhuma droga é segura, a despeito de a qui- nidina e o cilostazol se terem mostrado promissoras. O único tratamen- to seguro é o cardioversor-desfibrilador automático implantável (CDAI), com o qual a mortalidade observada tem sido próxima de zero. Podemos considerar quatro tipos básicos de pacientes com relação à conduta: 1. Sintomáticos: o CDAI é a escolha; 2. Assintomáticos com história familiar positiva, com TV indutível por estudo eletrofisiológico, e com HV prolongado: devem receber o CDAI; 3. Assintomáticos sem história familiar positiva, com TV indutível por estudo eletrofisiológico: devem receber o CDAI, e; 4. Assintomáticos, com ECG normal que apresenta padrão de Brugada somente após as provas farmacológicas, sem história familiar e sem TV indutível por estudo eletrofisiológico: não necessitam tratamento. CONCLUSÕES A síndrome de bloqueio de ramo direito, elevação do segmento ST de V 1 a V 2 ou V 3 e morte súbita é uma nova síndrome cardiológica, a última descrita no século XX. É geneticamente determinada, autossômica domi- Fig. 7.6 — À esquerda observa-se a curva atuarial dos portadores da síndrome de Brugada quanto à ocorrência de taquiarritmias graves oude morte súbita. À direita observam-se as curvas de sobrevida nos pacientes sem tratamento, tratados com drogas e tratados com desfibriladores. Neste último grupo, a mortalidade foi nula. 202 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA nante e afeta a subunidade alfa do canal de Na+ por alteração no cromos- somo 3 no gene SCN5A. A história natural assinala um prognóstico som- brio com elevado índice de MS secundária a surtos de TVPI muito rápi- dos que degeneram em FV. O único tratamento seguro até o presente momento é o implante do CDAI. Acreditamos que no futuro a solução definitiva encontra-se na farmacogenômica45 ou na manipulação genética. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Alings M, Dekker L, Sadee A, Wilde A. Quinidine induced electrocardiographic normalization in two patients with Brugada syndrome. Pacing Clin Electrophysiol 24:1420-1422, 2001. 2. Sicouri S, Moro S, Litovsky S, Elizari MV, Antzelevitch C. Chronic amiodarone reduces transmural dispersion of repolarization in the heart. J Cardiovasc Electrophysiol 8:1269-1279, 1997. 3. Tsuchiya T, Ashikaga K, Honda T, Arita M. 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