Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
n.do. hdtm.donalo dt C.t.Io;!I.Ç'o ... PubUuç'o (CIP) (Cim .... Brasild ... do Uno, SP, BruU) Popula~l" e meio ambiente. debateI e deufiol Harold .. Torrei a. Heh.i.a C".la (orlaniladorcs) - Slo raulo Editora SENAC Slo P.ul .. , 2000 Váriol autorCll BihliolJafill ISDN 15-1359-104·1 L Demolrlfi. 2. Ecolosia humana 3. Populaçlo - .. \J.pech>s ambientai. I Torre., Har"ld ... li C ... ta, Hd"iu 99-4712 CDD-)04.6 Indien p.ra uCilolO .blemUleo: I. r"pula~l" c meiu .mbiente Dcmov.fi. Soáolu,i. 304.6 A relação entre população e ambiente: desafios para a demografial DANIEL JOSEPH HOGAN INTRODUÇÃO A relação entre dinâmica demográfica e mudança ambiental c uma di- mensão do pensamento humano desde as origens da palavra escrita_ Os gn::- gos C romanos, a IHbJia, Confúcio: população e ambiente.: não passaram despercebidos por ninguém. Quanto ii. ciência demogrâfic3, ela nasceu sob esse signo, c um dos seus mais ilustres fundadorcs virou adJctivo - quanuo não epíteto - cm nome dessa questão. Mas até há pouco tempo, a demografia se contentou em confirmar ou refutar Malthus , sem colocar todo o seu arsenal teórico c analitico a serviço da prob1t.-mática ambiental Quando eclodiu 3 "crise ambientar' em décadas recentes, a demografia foi pega dcsprcparada. Sua resposta 3 esse desafio foi - h:m sido - parcial e desarticulada . A urgência dos problemas ambientais não admitiu o ritmo eon- fortân:l da e\'olução do pensamento científico c aqueles que responderam â b tc If ,b.lh" r"i el.bm.do no ,,,nlnh) <k !ri. pwje"" de pc-.qui .... . "-<> I" .. ,,, dQ. u)lim~ ln" •. finln<;i~do. pc), Fund.'Õ ... de: Ap."" .i Pe.qui .. cio I::.lldo de: S.I<. Paulo: PADCT. suhproVam.a <': 1,,~IH ', e I'r .... u . CNp"iFin<p ." Mini.tér;o da <.:.tnci. c T...:nulur:i • . li D"'~IEl JOSEI'H HOGAN chamada de "mãos ii. obra" valeram-se de um variado elenco de abordagens ,: Em pouco mais de uma década. os demógrafos têm produzido uma respeit.hel contribuição ao debate ambientaL E começam, hoj e, a receber o retomo desse investimento na forma de novos questionamentos de seus conceitos e metodologias. Este ensaio procura fazer um balanço desse trabalho e apontar alguns caminhos promissores . Um dos primeiros desafios dos demógrafos, quando identificaram um espaço no df.-b<lte ambiental que não fosse limitado ã pol(mica ncomalthusiana, foi confrontar a unanimidade dos ambientalistas c estudiosos ambientais quan- to ii. ';explosão demográfica". Porque os demógrafos estavam tào tranqüilos e outros cientistas tão preocupados frente ao crescimento populacional'! Ao res- ponder a essa pergunta , este texto procura atualizar a discussão sobre os de- safios que a relaçã o L-nlre dinâmica demográfica c mudança ambiental col~ para os investigadores , Sem ignorar a questão da pressão dos números sobre os recursos. é preciso ver os nexos mais especiflcos dl.'ssa relação para for- mular as perguntas que podem orientar a pesquisa e a fonnulação de políticas públicas, Embora a prinu.:iT3 questão seja importante, oenfoque exclusi, 'o que tem recebido deixou os especialistas cm população à margem do debate Ven- do ° seu papel tcenieo limitado ao de certi(Íçar ° tamanho c a taxa f.k: cresci- mento da população, o demógrafo deixou de analisar os impactos reciprocas entre fatores ambientais c saúde, por exemplo. ou entre uso de recursos e processos de distribuição populacionaL e principalmente deixou de ver no seu objeto de estudo motivo de questionar suas teorias C tecnicas de inl"estigação. O presente texto l"isa estimular o deb:ue rntrc os demógrafos e os demais cientistas sociais sobre essas questões , PopuuçÃO E AMBIENTF. NOS ANOS 90: liMA NOVA AGF.NDA Os anos no\'cnla trouxeram uma urg~-ncia no\'a - C diferente - ii. questão populaçào-ambiente no país . Solidarios com posiçõcs do Terceiro Mundo nos EflC.C I>utl&' obras , iudu na Nbli<lsrarn, \'cr u , ,,Icebu. r.auOfinad .. put orlaniamo. iOI"'. nu; .. oail Que colimul,ra," cole Irab. lho (flUIC cun, , fUfl da \·.a" ~luArthur e " Cnmilc 1nlernll;onll de Coopéral ;"n dano lu Rc~hcrchCl )úl innalu cn Oém"ITlJlhic _ Cicred). cm LPurdcs Arizpe; :\1 rr is.;illa SI....,c, J).I\id C MIJ'''- (0fJ1 I, J'Op" IUli"" ,(. E""INm"c,lI: Rdlt'"k'''1 lhe Dcbalc (8ouldcr : WUh'ie ... Pall, 1994) c John I, C la, k" A Lé<ln Tablb. l'''p"laIiM' , r.",·/TO",., .. ,II,Dnel<>p"'e", / lt/cr .... I'o'" (Pari.: Cicrcd, 1995) .anos setcnta c oitenta, tanto o go\'cmo quanto a academia expressaram sua resistência a uma identificação de taxas de crescimento demográfico ou de degradação ambiental como os principais obstáculos ao desenvolyimento_ Es- S3S foram conseqüências - não causas ou obstáculos - do subdeseOl'olvimen- to, cujas raizes seriam encontradas nas relações cconômicas desiguais entTe Brasil c o mundo desenvolvido, Em Estocolmo, em 1972, O delegado brasileiro na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano de-darou que a poluição foi um sinal de progresso c:: que o ambientalismo foi um luxo para os paises desenvolvidos . Em 1914, cm Bucareste, na Conferência Mundial de População, " 0 melhor contraccpti\'o era o dc::scnvol\'imento". Em contraste, o chcfe da delegação brasileira na Terceira Sessão do Comitê Preparatório para 3 Conferência Internaeion3l sobre População e Desem'olyimento (Cairo 94) declarou: () plam::jlrnc:nto famlhar nlo t unIa pAnKéia para a!.:ançar o dClÇnH,l . im~n tu 50<;;.1 . cqullibrio ambiental e <;leKimc:nlo económico. I~ 5 .. um J us meios, e"''''lrQ ,,'" d<u ",Q;J i"'pocIQ"/~J , I pafl interromper a transmiuJn intefgera.ci(mal de: pobre.ll . JUor· tieularmente quando çomhinado com a' polititu apropriadas de desen" o! \-imento w<:ia! I __ ·] É im('lln1Í\'c1acle:ditar que a !-rl\'idez de uma tMnin. de 16 ano, é realmente descJada , Um objeti\'o principal de\'e sef e\'ilar Ioda gra"ide/, anle, de 19 anos [, .. ] Medidas imediatu de\'e:m ser lomadu p.ra diminuir a gfl\"idc:z nlo dcsejada e para garantir aceno uni,'crnla scn'irras de: saúde reproduli", Hoje, nenhum dos principais atares que resistiram aos program3s de pla- ncjarncnto familiar - os militares. a-Igreja C.atólica e a esquerda - ficou imune ii mudanÇ3 de condiçõcs sociais c ii e,'olução de yalores c comportamentos_ O meio ambiente. por sua vez, mudou de uma não-questão par3 um lugar garan- tido na 3genda da opinião pública . A mesma declaração citada acima diz que: " Desenvolvimento sustentál'el é central a qualquer estrattgia viável dirigida para o melhoramento da qualidade de vida e o comb.ate ii. pobreza, Níveis de população, padrõcs de consumo e sistemas de produç.ão são diretamente vin- culados ii qualidade ambiental " , Essas mudanças no pensamento social repr~ sentam transformações fund.amcntais na ,ida nacional e exigem atenção quando O país 'procura se definir - e Se redefinir - em preparação para o sCculo XXI . Mas por que os assuntos considerados como parte da modema 3genda progressista cncontraram antes tanta rcsistência no país? Como e por que , Grifo mcu lJAN! EL JOSlil'H HOO At; evoluiu essa posição'! Como é que esses processos moldaram programas de população e de meio ambiente, separadamente, e como foram afemdas 3S persJX,.-cti,'as sobre as rdaçÕ!..-s enfre população e meio ambiente? Não são perguntas s!mples e sua..; respostas exigirão uma análise mais aprofundada que este texto p<nnil ir3 , Mas é passi\'eI identificar os principais assuntos e formu~ lar a pergunta com mais clareza. Chegamos, de fato, a uma di\'isão de águas em Icnnos de posiçõc;:s brasileiras sobre essas questõcs . Ao lidar mais di reta- mente com elas. c ao le"antar a discussão em OUltos foros , seroi útil esclarecer os temas centrais em'oh·idos. População. meio ambiente e desenvolvimento: de setenta para noventa O descn\'ol\'imcntismo que marcou o período dcpois da SegundaGuer- ra Mundial, notadamcnte no final dos anos sessenta e inicio dos anos setenta - os anos do "milagrc" - não deixou muito espaço para preocupações ambientais . Em 1972, na Conferencia da ONU sobrc o Ambiente Humano a delegação brasi leira navegou contra a corrente de um;t nO\'3 consc iêndia ambiental. A conferênc ia, junto com a publicação do relatóri o do Clube de Roma, L,mj/t:.~ ao crt:.fcimento, foi um marco importante ao ligar o deSL'll- "oh imento cconêmico do Terceiro Mundo a preocupaçõcs com a base de recursos naturais . Mas essas preocupaç()cs não ti\'eram ressonância no Brasil As posiçõc;:s oficia is , como mencionado acima. descartaram açõcs en~rsi ~ cas, insistindo nos objcti \"os desem'ol\'imentistas e defendendo relaçõcs co~ merciais mais eqü itatí\·as . As opiniOt..-s acadêmicas c cientifi~s não foram muito diferentc:s _ espe- cialmente nOlS ciências sociais. As \'ozes progressistas nas unh'crsidades du- rante esse periodo foram dirigidas ao restabelecimento da democracia , e essa prioridade foi vista como uma condição necessoiria para o desen\'olvimento económico com justiça social. Para muitos, as preocupações ambientais foram um cpifenômeno de problemas mais fundamentais e uma moda passageira dos países desenvol\'idos Atitudes parecidas marcaram a visão acadêmica sobre população. Foi o período de mais r3pido crescimento demográfico do país e o seu tamanho tomou o Brasil um 41"'0 da preocupação internacional. Embora as t.lxas come- çassem a declinar em meados da década de sessenta, esse fato não foi clara- mente pcr«bido Jl.l época, nL'm em 1972 quando a Conferência de Estocolmo foi o p.tlco para o r~play dos debates Marx l'eHII.f Maltht.ls. O falo de que o crescimento demográfico produziu apelos internacionais para o controle de nascimentos, de que o crescimc:nto cconômico rapido beneficiou uma "'lnona da população (abrindo a possibilidade de alcançar mais justiça social sem limi- tar o crescim(.'11to populacional) c de que a ditadu ra limitou sen~r3mente o debate sobre todas essas qucstõcs significou que a redução da fecundidade foi vista como uma alternam", inaceil<h"el para a diminuição de desigualdades sociais e não como um comptJnente desse processo. Tanto a população quanto o meio ambiente foram temas subordinados a esse debate ideológico sobre o modelo de desen,'oh'imento. IXpois. quando os controlistas de paises desenvolvidos adotaram o ambientalismo como um argu- mento mais moderno e aceit<i\'c1, a consideração mais tranqüila. da questão no pais foi adiada . A atualtau de fecundidade total- próxima ii taX3 de reposi- ção - foi alcanÇólda s(.'Tt'1 nenhum programa nacional de planejamento familiar alrás do declinio', tirando muito do gãs do debate, e ambas as questões - con- sideradas j untas ou (.'Tt'1 separado - são discutidas cm uma atmosfera menos carregada . No caso da exper1t~ncia brasileira, então, o crescimento t..-conómico ace- lerado dos anos cinqüenta e sessenta, em paralelo com o crescimento dt.."11lOgráfico acelerado, e o declínio rapido de fcçundidade nos anos setenta e olteRt3 sem qualquer politica gO"emamental explicita, esvaziou os deb,ltes an- tigos . Nem o diagnOstico ncm a receita dos neomalthusianistas foram susten- tados pela histôria brasildra recente. Esse clima foi rcflet ido nos preparativos e no j ollf"J'H'-up referente ii Con- ferencia Internacional sobre População e Des(.'zl\'olvimcnto . Os d(.-m.6grafos brasileiros foram participantes ati,'os no processo, individualmente como con- sultores do Ministêrio das Relaçõcs Extcriort..-S e institucionalmente atr3ves da Associação Bras ileira de Estudos Populacionais. Seminarios preparatórios. um video sobre população c participação fonnal na delegação nacion .. ) foram marcados por um diálogo muito mais ameno do que em anos anteriores. Embo- ra os ecos de \'c1hos confrontos entre progressistas e eontrolistas ainda pos- sam ser registrados nos encontros dos seus representantes, as propostas de ação não são mais Ião distantes cntre si, Na Conferencia Regional no México, cm J 993, por exemplo. o documento final foi batizado "Um consenso latino- americano sobre população e descnvolvimento" , Embora nem sempre tão consensual, o encontro refletiu a com'crgência de posições sobre a necessida- de c os mccanismos para assegurar acesso a metodos eontraC\.-pti\'os (atra\'es de progriUllas intcgr3dos de saúde), sobre a urgência de problemas urbanos de saúde e distribuiçl.o populacional e sobrc o contexto de sustcntabilidade em que essas questões terio que ser tratadas . Esse consenso ainda não inclui DANIEL JOSEf'I-I HO<iAN Questões como o locur da regulação de fecundidade (a mulher - ou homem - como individuo versus a familia). aborto e sexualidade dos adolcscc:nh."S , Mas ê importante no13r que os agrupamentos "progressistas" e "3J1tiprogn:ssistas" não do mais automáticos nem prcvisiveis , Em fóruns intcrnacionais. por excmplo, muitos países desenvolvidos de· fendem posiçõcs mais pró:otimas as causas feministas, enquanto opiniões mais consen'adoras são e:otprcssas por outros países não desen\'olvidos (especial· mentc isJàmicos e latino·americanos), Nesse novo contexto, os imperialistas de ontem são freqüentemente os aliados de hoje na defesa da atenç10 a saude reprodutiva da mulher, A ideia de que a contracepção deve ser tratada no contesto de atcnção integrada a saúde - uma causa hã muito tempo defcndida por progressistas brasileiros e de outros paises em desen\'olvimcnto - foi absorvida por agências internacionais como o Fundo de População das Na· çõcs Unidas , Embora ainda não seja uma realidade no pais, a discussão publi- ca desses programas revela um consenso crescente. Essa situação na América Latina representa a herança de um longo período, quando o planejamento familiar (e o assunto foi quase sinónimo de poP"Jaçil(1) foi visto como um compló imperialista para diminuir o numero de consumidores no lugar de aumentar o tamanho do bolo e redistribui-lo. O conlroJe populacional foi visto como uma alternali\'a e não um componente de deseD\'olvimento, em termos abrangentes . Oe falO, esse foi o caso cm muitas instãncias: atividades de planejamento familiar (oram frequentemente promo\'idas como alternativas menos dispendiosas c mais viáveis, compara- das com programas de educação, saneamento e saúde para uma população erescente c com os desafios de corrigir a distribuição de terra e de renda . Consideraçõcs sobre direitos indi\'iduais e bem-estar pessoal foram relegadas a segundo lugar, depois das estratégias económicas para desenvolvimento com justiça social. Uma das questões que nunca foram adequadamente consideradas no pais foi a posição dos progressistas de países desenvolvidos sobre população. Os benefieios do controle de fecundidade foram aceitos por eles como óbvios, sem negar as desigualdades sociais béisicas entre países desenvolvidos c não- desenvolvidos, e dentro dos países não-descnvolvidos (de fato, frcqüentementc chamando a atenção para elas). A necessidade de corrigir essas desigu31dades nIo foi uma idéia limitada a países pobres. Mas os acadêmicos de países de- senvolvidos foram vistos como representantes ingênuos de ideologias domi- nantcs. Suas análi5C$ não superaram os limites do contexto ideológico do seu trabalho c a defesa do planejamento populacional foi a C\-idência disso. Ambientalismo e o novo clima acad6mico Nesse contexto, a questão ambiental e um dos novos assunlOS que pro- põem redefinir o descn\'oh'imento t , assim, redefinir o papel da população no dcscnvoh'imcnto. Especialmente, ela contribui para diminuir a imponãncia do debate Marx \'CTSII.f Malthus, Não e mais questionado que o crescimento populacional diminuira o seu ritmo e eventualmente tenninarâ . A questão de como o creseimmto populacional promove ou inibe O crescimento económico não e mais, ncssaperspectiva, a quc."Stão central (National Rcscarch Council , 1986). O debatc ambiental coloca os limites absolutos de recursos (apesar do papel dôl tecnologia em redefinir, substituir ou ampliar as rcscr .. as de n .. "'Cur- sos) , a qualidade de \i da e considerações sobre ôlS gerações futuras numa agenda mais complexa, A emergência da questão ambiental no plano internacional ocorreu para- lela ii e\'olução desse pensamento. A degradação c a escassez de recursos naturais, hoje idcntific;adas como consequências dramáticas do crescimento demográfico rapido em países em dC'SCn\'olvimento, seriam manifestadas an- Ics cm paises de crescimento dcmogrãfico lento. Episódios críticos de in\"Cr· sões lermicas cm Donora. Pensilyânia em 1948, e cm Londres , em 1952 (quando 2 mil pessoas morreram), inspiraram a legislação sobre a poluição do ar nos Estados Unidos e na Inglaterra nos anos sessenta, O cn\"en~mento da baía de Minamata , no Japão, por mercúrio, chocou o mundo em 1956 e contribuiu para o controle mais rigido de residuos industriais . A pr;ntC1'Vera silencioso chegou primeiro ao nordeste dos Estados Unidos .. c O alôlrme levan- tado pela bióloga Rachel Carson, cm 1962, sobre os efeitos de DOT na (auna da região foi um precursor de outros alannes que alimentariam o movimento ambicnuI naquele pais . E nos anos setenta e oitenta, mais importantc.-s do quI.': cenas de fome cm Biafra ou a seca no Sahel para a sustentação da nova consciência a.mbiental, foram as nuvens tóxicas sobre Sc\'eso, na lIália, em 1917; as conseqüincias dos residuos tóxicos de Lo,'e Canal. nos Estados Uni- dos , no mesmo ano; c a e:otplosão da usina nuclear de Chernobyl , nôl Ucrânia, cm 1986, ESS.1S conseqüências do modo industriôll de vida de paises ricos ins- piraram as primeiras manifestações da consciência ambiental contemporânea. A extensão d.1 quest10 ambiental nos países pobres , na foona de uma preocupaç,3.o com o crescimento populacional rápido, apareceu primeiro I.':nul.': os ncomalthusianistas, que logo colocaram O ôlmbientalismo a sen'iço de sua causa. Uma \'ez que a questão ambiental chegou a sensibilizar a opinião publi- ca, ela virou urna boa candidata â lista de argumentos a fnor do controle populacional. No Brasil, como numa grande pane do Terceiro Mundo, esse DANIEL JOSEI'H H()(lAN primeiro vinculo de população c meio ambiente não foi bem recebido nos círculos governamentais nem nos acadêmicos e depois de algumas criticas iniciais a qucsl;\o foi deixada de Jado. Na medida em que a gHI\idadc de limih:S ambientais foi melhor compre- endida. porêm, suas relações com a dinâmica demográfica "oluram a ser 00- jeto de atcnçlo, agora de uma outra perspecti\"a . Consid:rando o tamanho do território nacional e o estágio atual da transição demográfica, essa no\"a aten- ção não surge cm tennos do "olume ou taxa de crescimento da população, rn.as dirigida a questõcs de distribuição populacional . As relações entre mudan- ça ambiental e outros componentes da dinâmica demografica (fecundidade c morbidade/mortalidadc) são identificadas como importantes, mas ainda não se tom~\ram objeto de pesquisa intensa. Essa mudança dc ênfase ocorreu paralc- 13men!c 3 mencionada mudança no pensamento sobre população e desen\"ol- vimento em ni\"el internacional. Todos os segmentos da ';comunidade de populaç5o" não absorveram essa e\'oluçãoporém, e hoje a \'ers3o m.lis simplista sobre\'il"c nas declarações de contralistas c ambientalistas . Cada um usa a relação a $C.."U modo e para seus próprios fins , sem aprofundar os possi\"eis mecanismos en\"ol,·idos . O que nós vimos ao longo dessas dCc.adas, é, entlo, que a idéia da pres- 5.30 de nUr1lI!ros sobre recursos primeiro cresceu c depois diminuiu entre espe- cialistas internacionais em populaç;io; deitou raizes entre os ncorn.althusianistas c foi apropriada aeritic.amente pelos ambientalistas . Muitos estudos c a expe- riência concreta de paises em desenvolvimento serYen). para transfonnar a questão de "crescimento populacional como o maior obstãculo ao rlesen\"ol\'i- mento", para "crescimento rápido como um entre outros fatores que d~/h,'ul Iam o desen"ol \"imcnto". ESS41 diferença de ênfase é acompanhada por esforços para detcrminar os mecanismos pelos quais o crescimento afda o desenvolvi- mento . ~ A atenuação de antigas posiçôcs dicotomizadas sugeriu a Sawyer que a A ,', .. demi .. N .. ~iM.I de Ci~nci,. dOI EJ1.do$ Unidol publiçou. rm 19.6. um •• HJi.çl" d,. IC"~.:k-1 ent.c P"l'uJ.~lo. dcocnH,l\-immlo c .mbiente que replco,nh tl .b.nduno de \ 'iIÕCI de (>ll1If>. IC1IIPI" C"m .. I'.rticip.çlu de ~unhe~idol utudif>K>1 0.1" ,.'"hl"h""It' ~ienllrl~ O .me,i. ""O, O W<If\r; ;n, G,OUI' "" Popo\.ti,," .nd Ec,,"omic Dcnl .. pmcnl )Ilhoutuiu ff> lmu\.çllc. linc .. ru com um nr .. rç" • ruminar 0$ "'UUltÜ"W' en\·,,\,·io,u . Ao or,.niu ! .u •• n'lue cm 101""0 de pH,unl .. 'Iue idcnlifie.nm • !tu, d. !d.~10 , • N AS pcr, unt. O crucimcnl" popul.cional m.i. lenlo .umcnlari • lU, de Clucimenlo d .. fend.~, ~{l.p'fu .lfI\·il .te Um .IImUlIO da dilponibdida4c I"U ~Q.pifo o:k r«o,_ CI& ... i\"CiI1 O cre"ilnC"flto PI>puI • .;i ...... 1 m .. i. }nuo lumcr.tlli • I."" Oe Clcwimmfo da rmd.a f"ff cof't'u .tr.,·~. de um .umento da d"p"""ibi. lio.de pc' , QP"Q ok ICe",r.a1 ren.,,·h"eis" O cuuimcnlu po>pubci9flal m.i. lenlo .Ií,·i"i a Conferencia Intcrnacional sobre População c Desen\'oh'imento " pod~ria ",;co- nhecer explicitamente que o ambiente natural coloca limites sobre o cr..:sci- mento populacional , que afc...1a a capacidade da natureza t:m oferecer condiçõcs sustentávcis de produção e de , ·ieia .. . !> Que essa posição podia ser ;l\'ançada no Brasil S"-"fT1 levantar a antiga polêmica confirma a no\"a fase cm que essas relações são discutidas . Duas qualiflcaçõcs precisam ser acrescidas a essas considerações Em primei ro lugar, a desaceleração do ritmo de crcscimento t:m ni\"d de reposição "ai l"'ar um certo tempo para traduzir-sc cm crescimento zerO. Considerando o ritmo da desaceleração atual c o periodo recente de crescimento rápido, com o consequente aho númerO de mulheres em idade reprodutiva , O pais sõ chega- rá 3 estàbilização populacio~l em tomo de 2USO .... Esse resultado não tem paralelo na história dos paises descn\·olvidos. Acelerá-lo ainda mais exigiria uma taxa de fecundidade total de menos de doi s filhos por mulhcr. Embora exista UIl\3 organização nortc-americana que promove a ideia de um cresci- mento negati\"o (considerando que a população ideal para os Estados Unidos seria aquela que Ce\"C na década de 40), a unica experiênci3 histórica nesse senlido é a chinesa . Parece pouco pro\'á\"el que eSS3 cxpericncia encontre «:0 no Brasil. Sendo assim. a preocupação ie desloca da qucsLio do crescimento em si para as condições nas quais a desaceleração ocorrer3 e para como serão distribuidos os seus beneficios . Em segundo lugar, cabe cautela quanto ;l generalizaç.lo da cxpcriencia brasileira . Um pais do tamanho dos Estados Unidos, com metade da sua popu- lação, e com o fim da transição demográfica ;l \"is1.3, rcpccSl."tlla uma situação incomum no mundo . Descartar 3. necessidade de estabelecer meta s demogr:lfic.ls que incluam a redução da fecundidade, tendo como paradigma o 1' ... lui~l .. c • deC"daçl" 0.111 ambiente nalulIl"! O crc~imcnl" p"'pulaciun.1 mail Icn1n lel'u; a m.i . Clpilll pur lub.lhad"f . • umcnt.ond". IIlim . .. OUfput , (> ~"n.lUm<l d<> II.h.lh.d ... "! Dem ;' dallu de ..... ,..i r;~ .. 1 menutu leum a rendu pu cop'''' fT\C""''' \ ia um ullmul " rcdulido .i. ; n"l'a~l" Ic~",.h;liu e vi. rcd"1iJa. (~ .,nom iu nplou4u!u de c..,,1a cm ".."du,10 C cm infu· csl rulu.,? O ~fe .. ' ;mcnl .. pupubd ,,".1 m.jl Icnlu .umcnlará ni\'c,s de cdu.;.,i .. c Ilude pc, ."p.,,,? O ~'u .. imenlo I' ''pul " ional mail le"l" facilllu ••• h ..... ~ '" de ,u .... lha d< .. " n .. leI", c..:"n;'mic(>m .. derna c alh·i.,. ".-"hl, n' lI de c:rn ~; rnc: nl .. " ,han .. ? O çnmp<'rt:amcnlo .cprttd .. ",· .. Oe um nul fI'><k impor CUI" " .i .... :lcd.de cm lenl? (W,,,king (jf""I' , 19111.) cr n.'u ld R. S,".,.c, . ··I' .. " ulI . ln. mc;o .mhicnlc c cSClcn",h,mcnIU n .. U,,,il" '. Semi,.., i" de Polil ie" p .. bliell. Alen'es Sucia is C Du el\\'ol" imc"to SU"enl í " d ~I i " i .,i rio d .. kcl~ Ii>lc 1 F._,tCILL"CI <k, R,uil . Bclu H"' ;I.<>fl'c . J.4 .JS Oe junho dc 1993 \'u J-c Albcrlu ~h.n" de C",'.lbu. " Dcmop.pbic D).,..m.CI in Rn-..: rl· Rcccl\l T,cnd$ and "'u~cl ; '·CI ··. cm 8 '0:",olt 1m..,It,,1 of 1'''fIII/o/lOlt S'lIdru, n I. 1997. pp '·l). caso brasileiro, seria desprezar a realidade de situaçõcs onde o balanço de números e recursos não e Ião fa\'or.hel , CONClUSÁO A evolução de perspectivas sobre população e meio ambiente no Brasil , então, foi man:ada pela história politica recente, pelo debate sobre modelos de desenvolvimento econômico e pelas relações algo ambíguas, c freqüentCtnente tensas, entre intelectuais brasileiros e aqueles de paíscs dcscn\'ol\'idos . Jnde- pendentemente disso, as mulheres tomaram conta do assunto e surprecnde- ram tanto os politicos quanto os demógrafos com um dos dec1inios de fecundidade mais rápidos do mundo. E o movimento ambientalista ganhou for- ç.l a um ritmo inesperado, mesmo para os militantes mais dediC.ldos . O papel do pensamento, pressão e experiências internacionais nessas áreas foi importante, mas não resultou na absorção automática de teoria ou pril.tica . Na medida cm que o volume do debate for diminu indo , mais inter- câmbio frutifero ocorrerá . A questão é posta para' os futuros sociólogos e historiadores do pensamento social , mas as perspecti,'as para um dlâ.logo mais tranqüilo e produti,'o no país, cntrc as tradiçôcs brasileiras e interna- cionais, têm aumentado, PF.RSPE(,1WAS j'ARA A PESQUISA S08RE POPULAç,i,o E MEIO AMBIENTF. Nos poucos anos de vida do Grupo de Trabalho cm População e Meio Ambienle da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, il produção aca- démica nesse campo cresceu em ritmo acelcrado. Já não c mais possivel con- cluir que na, demografia "não temos muitos resultados para dois séculos de trabillho", r A entrada da disciplina na questão ambiental (como de outras ciên- ciassociais) foi tardia, mas a produção já c substancial . O próprio grupo produ- ziu ,'arias a,'aliaçõcs sobre o estado da arte.' A bibliografia citada neste texto CI. D~n.d J .... cph H." .. n , "Crete imen! .. popul.e; ... ~l c dcscnmh'imcnl" .u!enUul·', cm L .. " .'I:(Jt,"O. 510 Pa .. lo, ri :11 , I ~H, p M , Akm _ H ..... n. ··C-mçbc. de , .. doa c de ~e mi l'ub.tJo", craA_i, du 11 F.tte(!#t/, .. ,VIK.nIIQ' dt F.""JOJ l 'cp"tdÚDrtOll (Oliruh : Abcp, 1911i. ~'ol , 2. pt. lU.'''; ~ Pl>p .. Ia~lo c ,"ci .. confirma o numero de artigos, finos , conferências e seminil.rios dooicados ao tema e a presença constante nos programas dos congressos de demografia , Um primeiro obstáculo para os danógrafos foi o entulho ru:omaIthusianista que cobria o tema . Eril necessário mostrar que a pressão de nurncr05 sobre recursos não resumia a problem.itica ambiental do ponto de vista demográfico e examinar os diferentes recortcs possívcis para uma wlise menos partid.1.ria e mais conseqüente, para poder voltar a considerar a questão da "pressão demográfica" , agora sob uma. ótica menos determinista e menos dogmil.tic.l , Um marco importante das ciências sociais contemporãnc.:as C a inter- penetração da ciência com outros segmentos da sociedade. Hoje, cm qualquer congresso acadêmico se encontra a presença de políticos, militantes de ONGs~ e técnicos de órgãos governamentais. O re,'erso da moeda tambem c verda- deiro: hil. uma participação cada vez maior de acadêmicos em outras esferas da vida pública . Uma das conseqüências disso é que embora nas rcvistas especializadas (o último reduto da reserva de mercado científico) essa postura não seja encontrada, nas conferências e nas publicações resultantes delas con- tinua presente a visão neomahhusianista . O que é novo nesse quadro, ('nl3.o, é que essas revistas tratam regulanncnte, hoje, do tema ambiental c o tom do debate entre os não-cspccialistas se tomou moderado. A vcrsão da rclaç.ão populaç.ãolmeio ambiente identificada como "mais moderada, que reconhece outros fatores na equação população/meio ambienteldescm'olvimcnto, que vê .mhie-nle·', mi TU lm ,1.,',1"', n 16 , 1919; c " Tbc Impact ui Populal ion Gn:"'1h "n 1M \'hp i ~ .. 1 En\"ir tl nment " , cm E""'pn". )""'''1>1 "f P"p"luf;"", n. II, 1992 , pp. I 09,2 ~. ~'U I.mbirn Ueorle M.r1i~ , " P"ptl! .~I" , mei .. . mbiente e deKn\'oh'imcnto : o cmário ,l oh.1 c n. ~it)fl .. l ·, cm P"P"/Qfd ,,, ".eio uNb/,,,,,, d,u"""}..,,,.,,,lo (Ç.mpina. Editora d. Unk .mp, 199.\) . pp 11-41 ; "Tl'1e Hel.lion. I3cl .. 'ce-n I'''ptll.ti<>n .nd F.n\'ironment in the Contul or Ulob.l;ulÍon Prelimin.r)' (;otIJ;dc,.tú.t\II", cm 1 I CI.r]"e It. t T.h.h, P"p"t"""",t.''''',,,,,,,ntM.L>c'TlnpM'''' /nler,,"i,,",. cil " pp, 95-11$: e D.",.1d R S ... ·)'er. "r"ptll.~l". me;" .mhiente e deull\'c>l\"i - ment .. " .. R,"il", di A •• til'idade- d .. ONG. nooe c .. mp", cm nÍ\'e1 intern.oc;on.I, lio inten.u ,'Sicru Çlub, J"" ncmp\u. tem 11m. " Pupulltic>n Dircc;tC>r)'" que public ... Pop"}"I;",, R~p"rl bimntfllmeo!c, .lnn de Ii\"f ... ~""'u /lu .. ' U",,)' ..1"''''1'<1'''', pclM dem"cr.ro. I.e"n 8<,tI,'in c Liodoc)' UrM! '" J::: .. c dur tl li\"!" eum;n ... dClflcU~ln .mb;ent.1 inC\'i\;Í\'cl '1ue fClULtlfá se .. " "" ,menln populacion .. 1 empurrar o. Iimitu d. n011l j' prusion.da cap.dd.de .mhiental de .uporte ·' Nel.t;\·e popul.tion (ju, .. 1h, IrIC . J'f0m""c .. ideia de redtll.ir o I .. m.nho d .. popul.;lo norlc , 'RKriun., cm nome de ul\"ll ... mbienle . .... Feder.ti"" (cn- "mede.n Immilfltion }tc(otm tFA1R) Ir.balh. par. Um..l rnut.!ôti. til imilP"l'ilo par .. , mire _Ir ... fInS • • n1 ... r UI imp .... t ... de imilP"~ c f;fC"kimento popul.ci ...... l M>bte o ambienle. O ambicm.,~t.I Bill Mdi.bkn _fC'Odc • famíli. ~ 11m unic .. fIIb .. cm nomc de \'I1 .... e. InIbicnt .. i" cm At",."" O" .. · 01 P .. uOfWI t .. uI E .. vtM<t ....... '"t Arz ...... e4 /M S ... ,Ic·C'ilJ Fil"";';" (No," \ ·orlr. : Simon .. nO 5dll,llI". ' ' 'I, D .. \NIU. JOS EPH HO(J ,\I' a prcssão demografic.:J. não como íl determinante de problemas ambicnlais. l1l3S como um fator agravantc",IO é que predomina. A conclusão mais repetida n:u analises desse campo é que as relações cm questa-o são complexas c exigcm 31enção a eSludos locais e a \"ariã\"cis intermediârias.lI Essa posiçãO ê rcfletlda , por exemplo, no Programa de Ação aprovado na Conferência Inter- nacional de População e Iksenvohimcnto, no Cairo, em setembro de 199 ... . 1: Tambem é renetida nas a.nãlises contundentcs de GoodJilnd, Dah·1;) EI Saran.· I' que, ao identificarem os fatores que mais diretamentc afctam o 'potencial p;~a a sustentabilidadc como população, tecnologia e consumo ("'lifeslyle'"), afir- mam que de nada adiantarã modificar o primeiro Sem profundas alterações nos outros fatores A formulação de Ehrlich,:4 pela quaJ o estresse ambiental pode ser ca- racterizado como produto de população, afluência e tecnologia, sc tomou um Jugou-comum, embora sem a preponderância do tam3nho da população, enfatizad3 pelo autor. Podemos entender a equação I = PAT (Impacto ambit..'Otal "" População x Afluência x Tecnologia) não como uma rcl3çâo simplesmente multiplicati\'.], mas como uma síntese dos principais f3tores em'oh·idos . Assim, os multiplicadores para cada região, período de tempo ou recurso ambicnt31 seriam d~"terminados caso por caso. Não ê muito diferente do paradigm3 da «ologia humana, onde as vari3vcis Population , Organiution, Environmcnt, T~ology (POET) rcpresentam os recursos com os quais qu..lqucr sistema soetal conta pararesolver suas ncwssidadcs. C·Organizaç30·' pode ser enten- dido como produção c consumo - sintctiZ3ndo Afluência n3 equ3ção de Ehrlich) . I .~ A vantagem do paradigma dos "ccólogos humanos" e que eham3 a alcnçlo para as inter-relaÇ-Õcs eX cada um dos fatores com os outros . lO Cf. Daniel S .. wph Ho,an, "Cr(SÇimcnt~ PopulK.ional e dCMm'Ohimmlo lurtnn!'·cl"·, clr .. I' 6 .1 " ' ·cr Calhcflne M. ~hrqueUc A Richard E Blhborrow, Popw!"If(", "nJ Iloe En,·"r..,n",c"f j" Dt.'C/upin8 C"unt,iCl· Lllc,ahlrc Surwy "nd Rcstarclo Bibli<1lroploy CUn,lrd Nationl ES A' l' i \\'1'. 11 .\ . 1994); Paul !larri."n, TlLc TIo,,,i Rcvo/"t'''n· P"p"/,,liCln. E:, .. 'i"''' '''cIII ,."tI II -".'lu/naMc 11 (0, /<1 ((..nndru: penguin Bo ........ 1991) " \'tt Muque1lc • lJil.bnrr<>w, op. C/I " Cr. Rnba-I Ooodland ti alll, P"pu/"ti"", Teclo""lu&.r anJ Lifnl)w · Iloe T'""M''''' '" .0; ... , .. ,,,,,10;/'1) . (\\'1I1'I1nlloll r.land Pre .. , 1991) .. \'CT 1'11.11 R. f.hrtich , Tlle r"p"I"/,,,n 80",10 (Nn,"," '1or],; : Balh.nlinc !l<lOk •. 196.) " Ver Amo, H Ha .. ·lcy. H"'_n Ecnlnv· (N .. , ·. '1<>fk: R ..... ld Pr~ ... 19)0): Ot i, Tludlc)" Ouncan, ··H"m.a,. F.,nlc'I)' ... 01 P ....... htiD .. Sludiu- . up XXVIII . • m P M Hau.c,. () D. Ounun ( .. " .). rloc -""'~' '" I'l>f"tl4fion (ChieiS": lJni\"C,"'Y uf ChiCle<> Prcu. 19j') : M.du,cl M.d.hn (011 ). 1',.,...1"'10", E .. ..;.u~"'e"' .. nJ $oc.i.' O'''''.':al;",. (H,,.,dalc: Dr}.,. 1',,, .. , 191.\) Lutz é: outro que critica as tentativas de descrcver as rclaçCcs popula- ção/ambiente como muito genéricas, c defende urna abord3gem mais comple- xa e nuançada . A soluç.lo ê manter uma verdadeira pcrspcctin interdisciplinar e estreitar o foco geográfico da análise para um lugar especifico, com limites claramente definidos. Assim, 3S interações podem ser melhor compreendidas c algumas liç.ôcs mais gencricas podem ser tornadas no estudo de um caso especifico. li> Capacidade de suporte populacional A fascinação com a pergunta sobre os limites 3bsolutos do crescimento populaciortal çontinua produzindo estudos sobre a capacidade de suporte. Ehrlieh e outros consideram que: Se. exp,anslo d. prnduçJo de .limenlos pode acompanhar o crescimenlo populac:;on.1 no longo prazo, conlinu. sendo o ponto ccnlult do deb.le sohre suslen lahilidade, precipitado JKlr Malthus quue dois seeulos .Irasn Concluem, como era de esperar, que pareee pt"o,'ável que um. populaçlo sustenlbel , confortavelmente in(e,j(Jf i eapaei. dadc: nUlrieion •• de suporte da Terr. , será bem menor que os 5.5 bilhões de ~uoa.s de hoje: qu.nt .. peuoa, I menos de~nderi em parte de quJo seriamente. (.epeciüde de IUporteda Ten. lcri sidodc,radada no proccuode .tender o ell;ccsJO poput.cionaJ II Smil tambem retoma ao assunto, atravcs da alimentação - seu eixo m.3.is comum - , c pergunta: "Quantas pessoas 3 Terra pode alimentar?" .19 Depois de submeter os dados sobre produção agrícola a uma análise crítica, e princi- palmente depois de argumentar a favor de uma visão mais compleX.3 do 3ssun- to, conclui que nl.o C: o limite à produção de alimentos que vai fixar a capacidade " Cf. Wol r,aoa Luu. '·World Popul,Üon Trend, Gl<>bal and Re,i .. nal Inleu~li ... nl Bd ... n Popul.al ion and Envirotuncnt"", cm L Arilpc ~ M PriS(;illa Slonc; Dl\id C Majoc (orp .). Pop'" I"fion" E"Vlro .. ,.~nl: f1~,Io,nlti,.~ ,Io~ D~b"", ,ii .. pp. ".7 . I' Yer Paul R. Ehrlich ~I .. li,. ·' Food SccurilY, Population and Environrnoml·'. em r.,.UJiUJII tUfa ~wlop,..,nl R~~i~., , ... 1. 1, 111. . 19, mato 1993 , p . I. "'&id, p 11. .. er. "Klav Smil. " How MUly Pcople Can lhe Earth Fud1-, cm ,.,.,,_ .ttd tHv.Jott-,., R~Vf~., n, lO, 1 jWl 1"4, pp lH·'l. de suporte . .)) Zaba e Scoones, depois de uma nova avaliação das metodologias empregadas, concluem: Me~mo se exislem limitcs glooais últim()~ lOS ni\'cis de usu de reI:Ur5()5, lai~ tetu~ de "l:apóKldnde ecoluglu de suporte" du enormemcnle diJicei~ dc mensufar, e com mai~ trcquêncla () debale en[oca o nil'cl de capacidade de sup('rle "el:unúmil:l ,. ou relaciu- nada I ni\ci~ de oem-estaf. Aqui nlo há padrões absulutos que podem ser apliudo~ I Iodas as populaçõCS.11 Essa posição já foi defendida por Hogan' o \'alor do conccito de capacidade de suporte é que ele de\'e direcionar a Oo~~a alençlu I ec()~~i!temn e~pecilic(),. explorado! cum tel:nologias cspe,íliça~, plrl pruduzlf um padrão específico de úda. I.,,] estudos cuidado~05 e localizados da dlOãrOlca populacIOnal e o ambiente lhico uo rawsz, JolI)" e Torre)", resumindo um seminário da NationalAcademv ofSciences afirm~m que a tentativa de definir limites nào é um caminho f~tifero para ~ pesqUIsa: !. ,,] conduzir pesquisa suore os efeitos de crescimento populacional nu U5(J da \erra em termos du dinimicas e interaçÕçs de fatores foi mais ulil que discutir a relaçJo em lermos de hmlles fillóOS. 1 ' A matriz complexa que resulta da analise de todos os fatores e dinâmicas relacionados à qualidade de vida em uma região específica pode nos mostrar • ~en mosua que a pf(ldu~lo de alimento. acompanhou o r&pido crncimento populacional d.u ul!,mu deÇldas "0. maiore. aumenl<,. na pmduçlo de alimento. _ nlo so no asrelado ma. tambem ptr CQPI/Q - nUo o,"'rrendo no T~rceiro Mundo, eopecialmenle na rcSilo que coI& pruduundo o. Ifande. aumenlo. ab.olulol da popula~lo mundial, ioto é, na !\aia. O. muil". mllhõeo de peuou aH~.cenladu .b popula~/IC1 da lndia C da China podem e,tar con5tanle_ mente Ciladas pc!. •• defcn.ore. - aterrorizado. e atenorilanle. _ da \'i.lo apocalíptica, mas c preClurnente ne-un pai5C1 que ao mail I&pidu tuu de- produ~lo alimentar do ob.n\"ldas" (Amartya Sen, "Population, Delu.i"n and RcaJity", em Tloe Xe .. · )"r.l: Re,"""" of 8(x.ks. n. 22 leI 1994, p. 66) , CC Bu.ia Zaba A lan. Scoonn. "h Carr)'inl Capaçitr a Vleful Conccpl to Appl}' lo Human P"I'ulahonJ:", cm BUla Zaba ii: John I Clarke, E,wiron",enl gnd 1'0p"IQrion Clounge (Lié c ardina EdlhoN, 1994). p. 21S S II CC Daniel JOlCph Hosan, '"The Impact of populatiun GroWlh 00 lhe Phvtiul En\'irnnmcnt"' cII, p. 116, " II Ver C.rol L. Solly ii: Barbara Boyle Torrey (orSI.). l'0p"/Qlion und L<lnd /)J<! ú, Deve/oplng COl/n/rro (W .. hmJlon: Nahonal Academy Pre ... , 199,l). p. 12 u 1 .. ·1 () c.mpo de rclaçõcl em que a ali\'idade humana ('PCra em !\Cu cs(mçu cunlmu" de cquilibrar numero, e recursos . A Inálise:: do \;onjullto de: ecossistemas permitiria ia Sll(; ict!Ade Cltahelcccr os /rQde-().ff., ncccu.i.ri o~ para () desen\'oh'lmen lo suslent.he! O uhjeli",. n.lo e nenhum numerO) m:igicude tamanho út imo de populi1\"io mas condl- çi"lcs ma~ çJara~ pari' tomada de dc:ci s ÕC"~ . Como todul os "'I]clfe5 nlu pudem ~er ma.\im i14d()~ cm lodo~ O! e.:uni5temu, a ~()cieJaJe c seus pl.nej3Jure~ p/ecium poder pesar eues traJe-o.U$. H Começam a aparecer esses estudos localizados. Dois estudos sobre ba- cias hidrogrMicas, conduidos peJa Uni"ersid3dc Fedcr31 de Minas Gerais::" e pela Uni"crsidadc Estadual de.: Campinas,::(, são exemplos, como também os trabalhos de Franco em Sah'adorY Novas abordagens Como uma temâtica nova na demografia , meio ambiente e tratado de maneira multifacetada, ainda com uma abordagem difusa . A \'clha qucstão. abstrata , da pressão de numeras sobre recursos, continua recebendo alguma alcnçlo.::' Mas lambem emerge um conjunto de questõcs dirigidas a situaçõcs concretas e, em conSl:qüencia disso, uma serie de considerações metodológicas. Na continuação, tratamos desses dois aspectos. Componentes da dinâmica demográ.li ca Talvez a abordagem mais tradicional da demografia seja a decomposição do crescimento populacional em seus componenles: fecundidade, mortalidade e migração. Em \'ez de perguntar "qual ê o número de pessoas ou a ta:lt;3 de crescimento compatível com o desenvoh-imento sustentável?", pergunta-se •Cf Daniel JOlcph H"san. " Crc .. ,imcntu pupulaeiunal e de,en~'"h' iment<' .u.tenr,h'et". ~ II .. "ct" Jua" Antonio de Paula ("rs.), 8"~I\·erJI"ude. p<>pllloçifo e uon"",iQ' U"'O regl4() de .H;oIQ Allã"f!t u (8<1 ... H"ri1.onle : UFMGiCcdeplaril::CMVS , 1997). • Cc. Daniel J".c-pn H0a.an. '" Mutoi lidade pupuJacioaal c meio .amhientc·· , ( m R~I'tl /o IIrUJi !.' j ' lI de F.'udIH de l 'oplI /lJ( 4Q. \ 'u!. 2 . n. 15, 1991 r Yer o trabalho de JoIo ,'olon;o de r.ul .. c Robert" M ... nte.M, .... --Bi .. dil·enid .. de. P<'P'Ita~l .. c c,"IO"mia ' um.a urcr;~n.;il intçrdi,cirlínar'", Ile.le liHO cr. \'acla\' Smil, " PopulatioIl liro\\1h .and Nitr"Ie Il ' a" E~rl"Uli ()n nf a Crili~ al F.\i.l,n ~ ill Link" , cm J'Qf'!4/0/llHl tl"" D CI't'Iop""",,/ Rnlc ... ·, n. 17, 1991. fIP. %9-601 : ··H ...... Many Pc,,,,I, C.an lhe Earth Fe~d ·t", cm l'opJl IQlim' <ln" Dt .'t!op",e", R.·\·ie,"'. , iI: lluia Zab.a a lan Scoo!X'. ""h Carr)"inl Cal'a,il )" I Useful Concept tI' APl'ly ln Human P"pulalí"ru1"·. cm Duia Zaba a John I Ctarkc, E",;m"",cnl and /'0Pl'lof ;nn CIoQ"!e, cil ., pp 197,21 9; r.ul R EJvlich eI 0/11, " Forn:l Scellf it)!. Pupul.l;on .nd F.n\·;,onrncnl", cm Pop" I. Ii"" u"d De,'tlop",t,,/ Rtl'itw, cit , pp. 1-12 DANIEl. JOSEPH HOGAS "como ê O impacto para os padrõcs de fecundidade, ou de morbidade/mortali- dade ou de migraçJo, da degradação ambiental, da escassez de recursos ou dos aspectos ccolôgico-ambientais de uma dc1enninada situaçloT'. E como é que cada um desses processos influencia a qualidade ambiental? O debate se desloca do reino do abslrato e dos nivcis agregados para o exame de como cada processo demográfico. considerado cm separado, se relaciona com a mudança ambiental . Nessa linha, a atenção tem sido dirigida principalmente as relaçõcs am- bientclsaude, de um lado, e à questão do impacto dos padrões de distribuição populacional para a qualidade ambiental. do outro. MOrlalidade e murhidade O mais dramático e inegável aspecto dos impactos da degradação ambienlal e na saudc humana. Não é irrelevante considerar os impactos das mudanças globais sobre a saude, c o Human Dimensions of Global En\'ironrnental Change Program~J incorpora esse aspecto. mas c a soma das agressões ambientais localizadas que hoje demanda mais atenç.:io. A rdação saudc/ambientc abrange quase a totalidade do campo da saude. Atê os proble- mas genéticos podem ser estudados em funçlo da sua e"oluçlo c:k.'fltro dc determinadas condições ambientais . A preocupação contemporânea com as conseqüencias da degradação ambiental no organismo, então. não sinaliza ne- nhuma ruptura para a epidemiologia. O dedinio histórico da mortalídadc na Europa ocidental por meio de melhorias na nutrição e no saneamento não dei- xa de ser reflexo de um controle ambiental. e esse fator esti prescnte desde as primeiras tentativas de se entender a saudc do organismo humano. A nova preocupação, fruto c fonte do moderno ambicntalismo, se alia a uma \'isão holística da questão. Não é tão-somente uma questão de identificar os elementos ambientais na etiologia de uma determinada doença. A preocu- pação hoje coloca cm questão todo ° nosso modo de vida, e pergunta sc o padrJo "desenvolvido" de "ida só será atingido com o nosso auto-cnvcoena- mento. Sustentar-sc-á todo o complexo agroindustrial contemporâneo scm es- • Ver John I- Clarkc .II: Dnid W. Rhind, Pop .. I,,',ofl DtJIQ 1m" O/ob,, / Cfl";'_"6f1'U/ CItQflK~ ("rit: ISSCiUnuco. 1992); A. J. McMichul, P/""611"" O~" O<I". Olob41 CflV;''''''''6f1101 C .... " #Ad,'" H,lIulo ofllt, HIII_ Sp6c~J ,CambriO.c : Cambrid,c Uninnity PruI. 1993); F. LaadU. MacKcllar "' flll;, - PopullfiOll anel Climal~ çh.an,c". «II S. Ih)'1IC'f .II: E L. ~hlon.c ( ...... ). H .. _,. CJooicc fl/lll Cli-m, C"",.'C (Columbu.: BaUcllc Pr_. I"'). ,..,1. ... pp. 19- 19) . gotar os recursos n3turais~ Sem comprometer a qualidade do ar, dos rios . do mar, dos solos'! Sem expor a população no local de trabalho ou çm casa a um scm-numcro de substâncias nocivas à saúde'! A questão ecológica, no fundo. c da viabilidade da manutenção e exh.-nsão do nosso modo de \'ida Assim, quando analisamos as deficiências nutricionais de populações sahclianas, castigadas pela desertificação provocada pelo homem, não é só a rela~o entre alterações na composição de nutrientes na dieta e estados mór- bidos que está em ques~o. Quando trabalhadores de estaleiros e suas familias desenvolvem altas taxas de asbestosc e câncer do pulmão, mesmo décadas depois de sair dos estaleiros, não é só a confirmação dos perigos de exposição a asbesto (c medidas de controle dessa exposição) que está em jogo. Há uma nO\'3 consciência, embora polêmica, de comprometimentos irreversiveis quan- to ã saude do homem (c da natureza) . O interesse científico na ques~o, hoje" se situa num contexto ideologizado, onde a saúde e um elemento a mais num quadro de perspecti\'a,s sombrias. Assim, não é possÍ\'e! examinar uma doença ou condição qualquer, no que se refere às suas relaçõcs com mudanças ambientais, sem reportar de imediato à questão maior. Esses comentários se fazem necessários para delimitar corretamente a abrangência dessa temâtica. Uma avaliação rigorosa das ameaças ambientais à saúde examinaria a quantidade e qualidade de alimentos, incluindo as con- centraçõcs de metais pesados, os aditivos . corantes e resíduos de agrotóxicos dos produtos alimentícios industrializados; a qualidade de água: as exposiçõcs diárias ao arsenal da indústria química contemporânea, dos inseticidas aos pro- dutos de limpeza . O Banco Mundial estima que problemas associados 30 ambiente domés- tico (densidade, saneamento, lixo e poluição de ambienles internos) são res- ponsá"eis por 30% do ónus total de doença cm paises pobres.)U O JJbrld Developmenl Rl!porl/993 identificou a poluição de ambientes internos como um dos quatro problemns ambientais mais criticos. Além disso, em todo o mun- do, "3% do ónus global de doença e causado anualmente por mortes c aciden- tes cm ocupaçÕC$ de aHo risco e por doenças crónicas rc.."Sultantes de exposição a quimicos tóxicos , ruído. cstresse e padrõcs de trabalho fisicamente debilitantes". ) 1 • aanco Mundial . l4'otlJ Dt .. tfop~c"t Rel'orl 1991: '"v6J11"1 ;,. 1/,,,/,,, (WllhinCICWI : Banco Uundill. 199J). P 90. II I.ül., p. 95. Pari ilu.trar I intpoftlnl:" ct- falorel. ti 6srl«lhko" ck rnmaur~Ao I II laC\IAU de conhc, iftM'nlo "UII o in\'illli,ad..r ,n(fenll, HO'&n uaminou I polu i~ lo I lmcurcriu D,\NlEL JOSEPH }tO,lA},' o indicc sintc.:tico apresentado pelo Banco Mundial \'isa superar os limi- tes dos estudos c..-pidcmiológicos. Esses identificam relaçõcs de causa e efeito, de forma cstatistica, fundamentando a criação de nol'Tnas de exposição a de- terminadas substâncias, à interrupção do seu uso ou à substilUiçãodc m3teriais ou de procedimentos prejudiciais à saüde. Não possibilitam, porém, atribuir, a uma determinada morte, uma determinada causa. Conseqüentemente, os da- dos de C3usa de morte, registrados nos atestados de óbito, permitem uma a\ ali:ação d3S C3usas próximas mas não :as caus:as últimas de morte. Até re- cl!"ntcmentc, 3 tentativa de avaliar o impacto global de fatores ambientais na saüde c n3 mortalidade não superou esse dilema . Embor:a o no\'o índice do B:anco Mundial não capte todos os fatores importantes e todas :as doenças, ele nos aproxima de urna perspectiva comparativa. Em teonos de Disability- Adjusted Life Ycars (DALYs), por ex.emplo, cânccres ocupacionais produzem um ônus de 79 e a atmosfera urbana, de 170. Em comparaç.io, morte e incapacitação resultando de acidentes de trânsito produzem um ônus de 32. (Esses numeros são expressos em milhõcs de DALYs por ano.)l: A mensuração e analise comparativa do impacto ambiental na saude, visando identificar as suas coordenadas espaciais e temporais, é bast3nte com-plic:ad3 pela inexistcncia de um sistema de infonnações sobre ULUle. Quando, cm outubro de 19-18. um incidente de io\·Crs30 térmica deixou \'inte mortes no centro siderúrgico de Danora, Pensilvânia, gerando a primeira iO\·estigação cientifica sobre as conseqüências na saude da poluição atmosférica, os pesqui- sadorcs podi3m lançar mão dos dados do National HC.1.1th Sur"\'cy. Assim, com. parando os índices de bronquite, pneumonia c outras doenças com o padrão nacional. era possivel identificar um qU3dro sensivelmente pior na cidade de Donora )J QU3se meio século depois, nem o Brasil nem o estado de São Paulo (apesar do $Cu exemplar sistc..ma estatístico) contam com uma base de dados semelhante. Por csse motivo, e porque a demografia tem desenvolvido os conceitos e as tecnica.s apropriados, os dados de mortalidade, especialmente mortalidade por causa, continuam sendo um caminho para a apreensão do impacto ambiental na saude. A poluição, por exemplo, raramente mata uma pessoa diretamcnte . E quando mata, a compro\'ação e o conscqü'-"T1IC registro s30 dificeis. Hã al- guns anos, quando um médico inglês assinou um atestado de óbito, dando como • Ilanco Mundial . 11""111 1h''C''''p_"'I<~,..,,, I'JU.- t " " l:Jti,,/t '" 1I~.,/IIo. ~ il , P 95" '"Ann .. 1·'. • el. H. H. SdU"lI1'Ck '" e/tl. W Air roUuli ... in Do .. , ...... Pa. F.riokmi"lo,y uf 1M Unu,., .. 1 Snw, Epiaode o( Odobn- nu". mi I'ttlolic 11",1/1, SltUl:I,,,, n . .lO6, WuhinflOll . 1' -49 . A RELAÇÃO ENTRE l'úJ>l;LII.Ç.l.O E oMWIESTE. DESAFI0.s PAItA A OBI()I.;ItAFIA causa "fumar cigano", O magistr3do local o multou e mandou corrigir o atesta· do. No caso de um pôlo petroquímico como Cub3tão, por exemplo. existem casos mais e\'identc:s como leucopc:nia , C3Usada pela exposição ao benzeno.)1 Mas esses, c outros parecidos, são casos ex.tremos. e não esgotam as conse- qüénciJS pJra a s3ude. A estrutura de mort31 idade por causa oferece informações que captam melhor 3 dimensão ambiental. As doenças diarréicas , por exemplo, sào rela- cionadas às condiç.ôcs sociocconômicas das famílias, mas também à qualidack: da agua, c o seu declínio nos anos 70 c 80 está ligado a melhori3s no S3neJ- mento básico J ) O câncer e 35 doenças cardiacas são relacionados à exposi- ção a um s.em-numero ck substâncias quimicas, naturais c artifici3is , atran:s da alim,,-ntação, dos processos produtivos no Jugar de trabalho c dOI poluiç.io da água , do ar e do solo . O sistema rcspiratôrio, finalmente. é particulanncnte sensível a poluiç.3o 3tmosferica e o seu estudo revela as dificuld:ades de tr3ba- lnar com l."Ssa questão. Distribuição populacional Vista principalmente como uma causa de mudança ambiental. a migração é ° outro componente & ... mográfico mais estudado nos últimos anos. Como lem- brilm Z1ba e Clarke: ·'Mlgração, no seu sentido mais amplo. inclui processos comourbanizaçlo, turismo c migração pendular, e todos eles po(k:m mudar radi· ca.lm..-nte a relação enlre a população nati\":l ou residente e $Cu ambit=nte ... .Y> Sempre prcsente na diseuss.io dos processos de distribuiç.3o populacional , a questão dos recursos naturais só recentemente ocupa o centro de atenção em projetos sobre regiões especificasY Mas a migr:lção também pode ser consequência de mudança ambiental. lzazola c Marque"e" estudaram mulheres de classe média cujas famílias sai- .. Daniel J""rh Ho,an, '·c.:oodiçMf de _ .. doa" dc mor1e cm C.,b.l10··, cm "'''GiJ de n /::" tt.Mlro .\ '" Ó""GI d, EIIIIII", l 'Op"/M/O""i, . eil . .. Caflu. f.uctmu 4e Car"alhu Ferreira, '"Sanumenlo e m<lf1all .bdc ;nranlil" ', cm !;~{j 1'"" 1,, c m I',,"pul"-I1, fundoli'O Sudc. "0' ... . n 6. oul .«Z. 1991, pp. 61 ·9 . .. Ruia Zaba .. John 1. c.:lu1.:.c . 1:.·"""O" ... ~"f ""J P""" I"ho" Ch,,"ge, ,iI . P IJ o: el. l)Ulid J .. nph lIoJ&n. '" )I,lobilid.Wc P<'P\lla<:iun..ol e meio ambienlc". nn Jte'~ I/Q R,,,,rI,,,,,, .k IÚllIJuJ J" 1'<Jl'fllurdu, "II • \'..r Ha) <ka h .a/.o" • Calheru", MIf'fUirl1", " Micration ln RC1IpuftU 1.<> 1M Illban [a'lfUDmC"n1 Oul · MiCral i<lfl b y "hddl,,·çla •• Women ,114 Ihrir Familin (10m Mui~c> City Af'tn 19"", CIII N ina .... IJlk_-,k ... John I C"l.aItc ("'P ). l'uptolol'()fI """ !." ... r __ ttt ' " I..wJfriIIk"J #Ut><)ltl . (ftngrllp"i<l /' •• /,)." t(1. n. 6-4 t \".rw,ia. Poli.b Acad.cmy or ScielKu. 1?95,. pp. 225-56. DANIEL JOSEPH HOGAN ram.m Cidade do México para cidades menores no interior, para uma melhor quahdade de vida, onde a poluição atmosférica foi um fator importante. A di- mcn~ão desse fenômeno no Brasil não é conhecida, embora a qualidade ambientai certamente figure entre os motivos daqueles que trocaram a cidade grandc.pel~ vida mais tranqüila cm cidades menores. Uma parte desse movi- mento Implica um padrão de ntigração pendular, as vezes de grande volume.)') A erosão e o esgotamento da fertilidade de solos também provocam a mi- gração do campo, um movimento pouco estudado dessa perspectiva. Costa anah.sou a relação entre a flexibilização das demandas de mão-de-obra, a ins- tabilidade do emprego e o consequente padrão de urbanização periférica fragmentada - com sua precária infra-estrutura ambiental.-t:) . O padrão espacial de investimento, a rede de transportes e comunicação e a mfra-estrutura urbana não só são respostas a distribuição de recursos (e de população), mas também - uma vez instalados - motivam o adensamcnto da população e a pressão sobre ecossistemas especificos.4! Segmentos populacionais Uma segunda abordagem para uma análise demográfica é o estudo de detenninados segmentos populacionais, por sexo e idade. Os recém-nascidos e ~ crianças p~quenas, junto com os idosos, sofrem de fonna mais aguda os efeitos da polUição atmosférica e as doenças diarréicas agravadas pela falta de saneamento básico; adolescentes e jovens adultos (especialmente os ho- mens) respondem ao estresse urbano com violência (homicídio, suicídio aci- dentes de trânsito); a população trabalhadora responde com sintoma; mal definidos, enchendo os postos de saúde;·~ mulheres grávidas são particular- mente .vulneráveis a uma grande quantidade de contaminantes químicos; mu- lheres Idosas sofrem mais a osteoporose, cuja etiologia inclui fatores ambientais. lO cr. O.niel Jouph HOian, "Crelcimento popubeional o dcaon\'olvimonto IUltentá ... c!"' , pp. 57-77. ' CI, • \'or o trabalho .de Bcloi .. Coda, "Indú.tria, produIj'lg dg elpa'ig c CU.tOI Igeigambicntais ronClttla a partir do ucmplo do Valo do ""'0, Minu OerailN nato livro .. Eat.a.s . . ' . quuttla. nl.lo lendo mvnl1cada. no 'mbito do proj~to Redi.tribui'ilo pgpulacional c Me.lo ~blcnte SJo Paula.Cenlto.oesto. cm Mdarnento no Núcleo de Estudo. de Popula~Jo da UmYcnldack Eat&duII de Ca. mplnu {ProncltiCNPqfFinq)/Mini.thio da Ciotnci. c Tccnolo,i., 4 Ver S6ni R . do a qma Cal SeUt .. G. lhrbou, QwQlltJQdc <h Yir/Q c JUllI mclá/grQs' umQ rcflcx40 IOCI-._b""tQ{ TeI, de doutoudc.l cm Ci"nci .... Soeiail, Campin ... Univenidade Eltadual de CamplllU, 1996 A 1I.f.!-AÇ.\O f.NTRE POPUlAÇÃO E ""'IDIENTE ' DESAFIOS PARAADEMOOkAFIA Populaçl1es em situaç40 de risco Uma abordagem promissora para captar as relações população/meio ambiente e o conceito de populaçõcs cm situação de risco. Como as canse- qüéncias da deterioração ambiental não são sentidas de forma igual entre gru- pos sociais nem uniformemente através do território, as categorias usuais para a analise demográfica nem sempre sllo capazes de revelar essas conseqüên- cias. Taschncr c: Torres e Cunha estudaram populações fa\'eladas, cuja 10C31i- zaçAo as sujeitaram às inundaçõcs sazonais . o Populações que ocupam várzeas de rios ou tcrrc.,'nOS ingremes são outros exemplos .oH Os desastres considera- dos naturais têm sido estudados de várias perspccti\'as durante muito tempo, c oferecem elementos importantes par .. a análise da vulnerabilidadede popula- ções especificas. Blaikie c outros-41 invcstigam as maneiras com as qUOlis as populações conseguem acc:sso a rc:cursos em situações de risco . Por sua vez, a identificação e estudo de ambientes cm situação de risco, ou as regiôcs eeologic3mente frágeis (terras semi-âridas, montanhosas, áreas tropicais úmidas), também seriam um caminho para analisar as .conseqüências socioambientais de mo\'imentos populacionais .- Luehiari , ·~ por exemplo, es- tudou as alterações provocadas pelo crescimento demográfico e econômico no litoral norte paulista Hogan" chamou a atenção para o fato dt: que essa região te \'e as mais Olltas taxas de migração em São Paulo nas últimas déca- das . O turismo, como um tipo de movimento populacional com conseqüências socioambicntais muitas vezes de\'astadoras, merece estudos mais aprofun- .. Ver os t .. halhos de BiI.f"ldo TOfTU ... " dcmoparla do r i s~ .. ambienta!"', c de SUl.na Tasehne., "Depadaçl" ambiental nu ra\.,I .. cm Si .. PlIul,," , neste li'Tu .. Foram fccí.trado". cm Janeiro de 1996, 46 c .......... Ipcit ... de 1cptospir<KC, c na primein urru.n.a de fevn-cuo, do meNtlo ano, 16 peuo .... moru:ram. na Gr.ndc SIo Paulo, ,ilimu de dcdiz.unentOl pron,.;ad .... pd ... ehu" ... Um utudo pi......, iro que examina as "it\lalj'ões e~ .. hi,ic ..... de residencias .reladu pur inund.~~es e a clauc social d ... m"radUfu roi .ulil.Sd" pur Har<>ld" T"rTCI, /)c';~IlQIJDJc Qfrth i""fdl lia ciJoúe J~ $40 Paul" . Tele de doutnradn cm C;~nc iu S~iai • Campin.a., Uni\"Cui4adc E.I.du.' de C.mpinu. 1991. .. \,Cf" Pi~ 81aikie CI Qlri. AI Rut: ,r.,·QlllrQIII~DrJJ. I't"Opfc i lut""rQbiMy 13"'" DUQJI .. " (U>ndrCl RO\lII,d,c, 1994 ). .. Cf. hanne X ,",upuson ct flli. , Reg'/J 'u QI Rlrt . CO'"PQ" ' /JII' 0fTIo,uII(IfCÚ F.II yjwll mCIfIJ (Tóquio ' tlnitcd N.!iOfl' lini\'enil)' Pren, 1!W5) ,> Cf. M.ri. Torna D. P. Lu,hiati . CQ;çarat " IInu,"o cm ).tO' .. ';D' : /'DIU!O"flQçi'" In _ cioQ_h"IIfQi, fiO lito,ol "01'/ .. ptl~Ii"Q (1969-1990) . "Cle de mCluado, C.mpin .. , Unicamp. 1992 . • Oaniol Jo.cph Ho,.n, "Cre.e imcnlo popul.cionat c duen\'oh'imento lu ttenlhel "', eil dados . .tl Estudos de árc::as ecologicamente frágeis mostrarão que: "Há imensa variação geografica em pressão populacional. que pode ter pouca relação com densidade populacional" ...., A abordagem "problema" Finalmente, tem surgido uma sc:rie de estudos motivados por problemas ambÍl;ntais cSIX"Cíficos . O desflorestamenlo, 'I por exemplo. e objcto de diver- sos estudos que procuram esclarecer o papel do ritmo e dos padrõcs de asscn. tamento,5: da composição dos grupos migrantes'" e dos fatores de saudc no processo.51 Da mesma. forma. a desenificação~·1 e a poluição industrial .... fo. ram estudados da perspc.'Ctiva demográfica. . Muitos desses estudos têm como objetivo demonstrar um quadro mais complexo das multiplas causas dos pro- blemas ambientais . Assim, não é o crescimento demográfico nem os movi- mentos migratórios cm si que promcam o desmalamento ou a desertificação, mas ii falta de oportunidades c de justiç.a social nos lugares de origem, a fall3 de acesso 3 credito agrícola e ii assistência têcnica. e (no <:Jso do Brasil) um perverso sistema de incentil'os fiscais que premia o dli!'smatamcnto . Rcctlr.\·o,Ç Me/riem Um dos a\'anços na compreensão da questJ.o ambiental é a conceituaçlo do que é recurso n:nO"á\'cl e não-renovân:1. Se a tecnologia responde ao esgotamento de determinados recursos com subst itutos, alguns recursos não • Ver t:dmil . .. n """PC' JonlOJ .. " ("", .. " .. (do Jono/ do ttJ:JJc do p,,,:<r.- '''''I''' ;:u(40 'o/;",("Q. c .. " .. , ,, e "'cm D ... I"enle ~", ."'·olo/-H,\'. Tcoc de d .. ol ..... d .. cm Ci': nci". Soe i,i. . C,mr ini.<. Un,ump. 1997. Maria Tc.,,-a U. P. Luchi". i. O I~g 'u "I> "' .. .. da c""'c1flJ>(l , dn~,. , I~"",,,, ( ~,bQ"i:"fdi, e1fl Ut>"I~bo-.'\4() P""lo. Tcoc: de d, .... t"'ad .. cm C,rn.: '1I So.:iai., Campina<. Uni~"mr . 1999 • CC Buia Za!>a k Joh .. I. Clarkc E",·i,m.1fIe"f ,,,,d ""p"tilIlOf! Ch"'.gc, ,ii, p. 20 " cr Ri,hard F. . BII, b •• l"n ..... A Uanid jo.cph 1I .. ,an ("' V .). 1'0p .. I"',,,n QnJ Dr/"r ... '"li"" ,n /I". 1/ .. ",i" Tmpia ( lif lc- : ltiSSP, \999) II \"C"f Philip ~I Feanuidc. ··Hum.en Carr)"inl Capleil )' F.IIl imalion in lJtu .il". ,\malnnian Senlemenh u. Guidc I" 1)nd "f"'Ien l P"hc)"·'. cm Richud F. B,\obnl,,, .. · a: r). nicl 1"K"pn H .. ,.n (u'g. ). "0,...1",,_ " .. J ~[(HCIf"ft(>" i " f/oc lIu",jJ T",,,.o . , iI .. cr John M S)"dcMl ickn. "C_I"ccplion ia F'''flhcr RCli .... ln Vncxp« lcd rielo. c··. TUI .. 'p.ucf\t .. do no Se",õni ,io Popul.ahon Ind pc r' >fClulioll in the Humid T,opiCi CI"'pinu, IUSSPlAbepINcpo. 1992. " cr. 1>Ollllld R. SI'oV)"CT, "lhfuruI.t ioo .00 ~hllri. ln R,,"dóni~ ", nn Richard [ . 9i"I><",,,,,,· A Daniel 1,,"ph HOI." (01" .). Pop .. hJllon """ DC[o'tlf" tioJ" "' Ihc 1I',,"i" T"'rio, cil .. Ver John Clvkc .. O.nid Noin. P01"'I"lio" u"d F.",·I",n",tn, ln AriJ RtK'onJ (hril Unc ..... . 1991). • Vtt Mina Potr)·k_ ....... John I. CLarkc ("'I" )' op. cU prometem essa solução. Falkenmark~) discute as reservas li!' o uso de água como limitante das alividades humanas . Em escala global , a circulação da água entre o oceano, a atmosfera e os continentes constitui O mais fundamental de todos os sistemas que sustentam 3 vida . Como conscqücncia c:bs suas funda- mentais funçõcs. a capacidade de suporte endógeno de uma região ~ depen- dente da água . Assim, a biomassa tolal de uma determinada área e maior nos trópicos umidos do que nos trópicos ~"COS , não só porque M muita \.:ncrgia (por ser mais ensolarado), mas também porque há mu ita água . Por isso. para a autora, a disponibilidade de água delermina qU3ntos individuos podem ser sus- tentados por uma biomassa localmente produzida' "Critêrios de sustenubilidadli!' podem. nesse sentido, ser \';SIOS como equivalentes a limitaçõcs à capacidade de suporte . por defini rem a populaçlo que pode ser suportada de mant:i ra saud:i\"CI " . ~ A autora mostra que mesmo se adolando a opção pelos rescn'a- tórios/rcpresas (criticada pelos ambientalistas), o nível de água apro\'citáre1 ficaria abaixo da pressão populaciollJl da maioria dos p<lises em descm'olvímen- to no prestmtc . Em 1990. 3tX) milhões de pessoas moravam em países com nu is de seiscentas pesSOô1Slunidade de fluxo de ;ígua . ~' Estima-se que cm 2025 esse n~ro subir.i para 3.C)4() mi lhões (ou seja, mais de dez vezes) . Assim. as repre- sas não resolwm O probkma a longo prazo. sendo apellJS paliativos, e ainda provocam grandes custos ambientais . Essa perspectiva encontra eco nos traba~ lhos de Engclmannl1 c Postel / 1 que chamam a atenção para o potencial conflito que a crescente esCôlSSCz de água provoca . Sa.nc:hcZ/o! examina os conflitos em tomo de recursos hidricos entre o México e os Estados Un idos . \ ,. Ve r ~lahn Falkenm.rk. ",\ W~ICf I' c r.~~l i \·e .. n P.'pulal io ll. En\i r .. nme1'1 I nd ~\c"'pmcnl ", cm F.\crt \"ln Imhulr Ao I::lIfn Thcmmcnc Fun. Wi lldanl (1'1'&' ). l 'of " !J I"",. E, ... i"' ..... rn' .... .:J Ck.·c/",. ... c .. , (Am. te.di · S"eh I nd Zcilhnllcr. 1 9' ~ ). pr .H ·~6 " IMd",,.. . .. o 1\.'lIul S~itn~C kUcaHh C"" ncil .11 SlIi.:il ddill~ "paiou <k ""t.cue hidri. o·· ,,,mn a'lllelu onde n ...... lm ~;J que u;.~ .... I,", PC""'U P'" unid.>dc de nu~n <k i gu. dio!'<'nl\'cl (um milbl .. de mdwl ( "t-ic<» r'" ." .. ) R .. \w.tn Luil. do Carmo ino·clh, •• h.almenle a quc'li ... 0. .. It~U .... 1 hid'; ~ ... cm rc laçl " .i dlnim'~1 dc",,,,,Hic .. no nlad .. dc Sl o riu ln. P"r .. 1uf<]". u ... /,,( .. ,< c ., .... I,IIudO' Jc ..,do ; " C"HI dlJ c,'"dfJ dc $do }'" .. f /. P",jcl" dc d" ut .... .t" em dcmo&"r; • . C.mpin .... Unic .. mp. 1'9' • Ver Rnhcn Engelm. n. ·· " Of!'tII .. " .. n and lhe Folurc ,,( l((n''Aa'' lc F. u h W .. lct Sorrliu··. Tllbl . lho> arr ue ntado no Scmi .. ir iu r .. puhtj .. n!En\·jronmcnl Equ., jnn· hn l, li.: .' j" ,u fo r FutY, e Se~o,it)". R ... t .. n. ) 1 de ml i .. I -+ de j unho> de 199-1 .. Cf. S .. nd, .. 1' ... Ie l. 1 .... / U".u F"c /"R 1."", S" ,,( ,,)" tNuu Y",k : N .. rte>n, ) 'PJ2 ) .. Ver M.obcrto Sinchu. " W.'e, C"nnic t..< lJe1 .. ecn Mc~;c" Ind lhe- U S : T ..... u<b a T ...... b.>tIndü) Me,i .. ".' W.I« Markcl "!" ' Tn h.lhn . prumllo:!., lU> Scminád" PClpol.,in"tf.n\"ll\>nmenl t:qYlli"" Imphcaliun. f .. r Fulou Sccoril)·. ~.I DANIEL 105EI'II <lOOA" ~lguns aspectos metodológicos que esscs esforços levantaram já foram mencionados ~ parágrafos antcriorcs . Um problema que chama a atenção c a ques~o ~ umdade de análisc. Os dados sobre populaç,jo s.ão raramente comparav~s aos ambientais, em lermos da unidade gcogrâfic.a usada Há uma g~andc \'aTledade de unidades políticas no mundo, sendo de tamanhos muito dlferentcs a menor unidade csUllíslica em cada país ou região. Em São Paulo por exemplo, com 248.808.800 km:, são 6 I 5 municípios, enquanto no Amazo~ IUS, com 1.577.820.200 km:, são 62 municípios. A possibilidade de: correlacionar as duas ordens de fenômenos é muito maior na primeira siluaçlo. A solução é aproximar as unidades de analise à organizaçlo da própria natureza. . Se ~r~tendemos capUlr as relações entre essas duas ordens de fenó- ~e~os e ~x~ml.zar as relações interdisciplinares, teremos que abrir mio dos hmll~ mU~lclpaIs, estaduais ou nacionais. Unidades como a bacia hidrográfica, : r~glãO htor~1 ou a floresta não .só favorecem a percepção das multiplas tcraçôcs ~Jogo, mas fazem sentIdo para os especialistas de Oulras discipli- nas nas equipes de pesquisa. A conceituação dessas unidades como ecos- Slst~mas, ~isagens ou uorregiiJes pode variar de acordo com O problema a ser 1R\~esllgado . Esscs. diferentes conceitos que emergiram ao longo das ulti- mas decad.1~ do um sinaI de que o problema é sentido por diferentes discipli- n.u, na medjda em que procuram incorporar outros elementos em suas análises. A~ compara~s internacionais 510 dificuhadas pela grande diversidadc demogr.afica e ambientaI de paises muito extensos, "dados populacionais nào são factlment~ relacionáveis a regiões ambientais, e conseqüentemente houve ~u~~ tentativas de ~1c~lar a distribuição da população mund~1 por zonas cll~~lIcas ou "cgetaclonals, ou por altitude ou distância do mar ..... ' Para Lutz a un~ca solu~o ,iável para tratar esse problema em nivel macro c parar d~ consldcra~ entidades nacionais ou regionais c definir um certo numero de gru- pos globaiS q~e são homogéneos em termos de Ulxas de crescimento e do problema ambientai sob análise.t>4 U.W da terra e mudanças na cobertura vegetal Surgiu, nos anos 90, como parte do mo\'imento cientifico internacional em tomo das dimensões humanas de mudanças ambientais globais, o campo I I , '" K I"II ."I."" I r.", I<r. "11""'."1"."" r. NllPlt."" II : ...... " ..... ' U 3 rAI< A " u " .. ' vv ....... ~, .... de estudos conhecido como LUCe (Land Use and Land Cover Cbange). As contribuições da demografia ainda são escassas, mas as imagens de satclitc c os sistemas de:: informações geograficas - SIG - começam a Ser cmprcg;tdos na analise populacional. Wood e Skole" juntam imagens de satélite, dados ccnsilários c levantamentos por amostragem para estudar o desmatamento na Amazônia. Entwistle e outros66 fuem um esforço par31elo para ;I; Tailândia. Hogan e outros'" mobilizam esses recursos metodológicos para examinar a relação entre uso de terra e vulnerabilidades socioambicntais cm uma situação urbana. Esse é um campo de grande potencial: permitirá aos demógrafos inte- grarem abordagens macm e micro, numa perspecti\'a que promo' ·e um diálo- go entre os estudiosos dc mudanças globais e locais . São as mudanças locais que tem ocupado mais a atenção dos cstudiosos de população. Blaikie,6a por exemplo, discute esses problemas no contexto das pressões que as práticas agricolas exercem sobre o ambiente, elaborando uma reflexão metodológica que a ... ança nossa capacidade de refletir sobrc cssas questõcs. Para ele, são dois grupos de dificuldades . Primeiro, existem ques- tões tccnico-científicas de definição c mensuração da degradação ambiental. Segundo, do assuntos de explicaç.ã.o dentro das ciências sociais, particular- mente complexidade , fronteiras (houndary) , escala geográfica, inca/eIa e " Iag elftc/s". A definição e mensuração da degradação encontram criticas quanto aos terrenos usados pelos cientistas e quanto ao fato de que muitos trabalhos sobre degradação se limitam a considerar os sintomas cm "cz dos prôprios proces- sos de degradação. Assim, ~r t:xemplo: • \'no Ch.lIlC1 \1.'004. Oa,,4 I'ko"- ·· Linkill' SltC"lIilc, CmJI,Il an4 !>un·,,}· D.I. lo S.ud)· Dcr ....... ct.liun iII lhe Drnil AmuOfl", cm o . Li'·clman .1 11/li (or," ), r(npl. attJ Pllre /,. / .... }"" R~ ,.,ol" 54tt,itt, l1ttJ SOCI I1/ $tietttc ( \I.' .. binJ{OfI : National Andemy P"Je .. , 199.). PI' 70·93 • Vao nubara e n!wil!!" elo/II, ·'1..In4 Uu ll..and·Co,·er and Populat ion Uynamicl, Nan, Ran" Thailand". em Diana Linnnan ti ,II;; (Ol p .), I'eople a"J "ju": Li"lrl'" Re,.ftl , S,,,,,,,, ",,<1 StKi ,,1 Sc1eltcc. cil., pp. 121· .... .,. VCI" Danirl Jouph 1I0,an ti a/fi, ·· lIrb. niulioa Pro.:cH anel Socio-En';lonmm1al \ ·ulnn-abdll ,. . lhe cu. o( Campinu, BU l il- . Trabalho aprelCnlldo n. 1999 Opcn Mnlin, or lhe Human Dimeft.iOfU or Global e ll\i ,onmcnl.! Cb .. na~ Rncar(h Communil)·. Sboftan. J.plo. 204-l6 de junho de 1999. • "CT pjcn ~Iai ... i., '·Populalioa Chaqc and Emir_nul MM...-m: Copina .. nd Adaptali"" ai lhe ' HOI.IHbold ' uni", elll hui .. l.JIb. A John I. CI .. rkc, E,.,/lro,. ... "t a,.J POpwlll/lOfl C"att,~, ci l. I·· ) agricultnres itinerantes podem '.(1 a noresl:r. tfUpiçal eomll "'"Ia rvnle 1',",1ellcial Jo;: nUl,ientes p.ua ~ua, hOr1.n , que pu .. .!c.sc:r rulizlda pd:r. con'·crs!\1 Jc made;,a \.;, a cm Ilul,icnle5 dlSpnnh·ci~ 31';1\·':5 da qucim:r.da. Um f'!lCa l 111"0:1111 poJe \ CI 1 mcSlna i1(>fe~11 ( .. m\~ um '1InIUM> '«ursO:;t ser enn.sc:f\·I~' em.sc:u ul.do original." A sr:gunda ordem de probkmas advcm da tenlativa dr: ligar variá\"eis sociocconômicas ou demográficas c o gerenciamento e mudança ambientais . Blaikic ick:ntifica quatro problelT'..1s I) problema dM limites (boundary problcm): "Quando se modelam as rdaçõcs população-recursos em grandes agregados (o mundo intt:iro, rcgiõt:s, rCCursos florestais globais ou continentais), supõc-se que os recursos sâo fmitos, que não existem importaçõcs/exportaçõcs do sistema. c que quem ganha o que r: uma questão de jogo de soma zero".'o Nesse sentido, quanto menor a escala tomada para a explicação. menos ela Se toma umjogo de soma zero. Assim: "os agricultores . quando confrontam a degradação dos seus recursos, migram para a cidade ou encontram emprego alternati\'o (e usam) ou criam recursos cm outros lugares", ;1 2) problema de (!u'olo : "A tarefa de explicação pode ser eomparad3 a uma 'cadei3 de explicação' em que assuntos de nivel mais alto, mais gener .. .!i- Uldo c geralmente de uma maior escala geográfica encapsulam e medeiam explicaçõcs "O nh·eI mais baixo".!: Um" tipica hierarquia de ni\'t~is é: indhíduo, casa. família. comunidade, esudoe nível internacional . An.ilisC"S quc ,·inculam a probk.-m.ltica social com a ambiental podem ser realizad3s utilizando·sC" difc.- rcntes ni\·cis simultaneamente. 3) incate=o e complexidade: Blaikic, considerando a di\'crgêltcia de a\'aliaçõcs das relaçõcs população/meio ambiente enlre especialistas , dcvido a complexidade e ii. incerteza, defende a necessidade de serem as pesquisas e as elaboraçõcs de politicas mais participantes c sujeitas a definições plurais . vin- culadas 3S realídadr.:s locais. Definiçô(,.'S padronizadaspor instituições extralocais precisam ser usadas com cautela 4) tempo: De um lado, "o tempo que os impactos. passin:is de obsen'a- çào. do crescimento populacional e de outras variáveis independentes. levam para rcpercutir na gestão ambiental r: geralmente longo". 7.\ A demografia tem .. IblJ .. P 611 .. lbiJ. p. (,'1> . l , llo"ü'" " U ... ",,.. ,. IMá" 10, uma ecrta vantagcm em relação a outras ciências sociais, na medida cm que conceitos como estrutura elaria , coorte e transferências intergcraeionais jil. 3 colocam na análise do longo prazo no seu cotidiano. Mesmo assim. a eSC313 temporal é hu~, e as ahcraçõcs ambientais mais graves se refen .. -m 3 uma temporalidade geológica. Para qut: a serra do Mar rep roduza a camada de solos crodidos cm consequência dos danos produzidos na floresta pela polui- ção atmosférica levara sêçulos , Talvez por essa razão. também a prest:nça dos cientistas sociais nos debates sobre mudanças globais h.:n.h.3 sido tímida . O curto prazo para as ciências sociais significa hoje ou amanhã. A ele\ a"ão do nivd do mar, pr(,."\;sta para trinta 3:OOs no futuro. pertence a um tempo omdliano: para os cientistas da atmosfera, porém. um aquecimento global dessa magnitu- de. em tão curto período de tempo. traz o cvcnto para o presente . Para o obsen'ador parado no $Cu tempo, as alterações do ambiente cau- sadas pelo homem no passado parecem parte da ordem natural . Contrariando a noção de que os homens da antiguidade viveram em hannonia com seu ambiente, Runncls H aprcsenta a crescente evidência arqueológica para episó- dios - pro\'ocados pc.:la agricultura - de desflorestamento e erosão caLlstrófi- ca dc solos na Grécia ao longo de K mil anos , SituaçÕl.."S semelhantes foram superadas na história por avanços tecnológicos ou pelo deslocilm(.'nto da ati\·i- dadc cconômica para novas terras . Os demógrafos tem traçado os movimcn· tos que tcnninaram com as fronteiras . estud3ndo os seus determinantes e conseqüências sociais. económicas. politicas e ate ambientais . Mas a fronteira foi o referente tcmporal--cspacial que justificou uma atitude acomodada em relação à degradação dos reGurws naturais . Que o fim da fronteira requer um no\'O equacionamento da relaçã~ entre população e meio 3mbicnte. e que essa é uma mudança historiQ para 3. humanidadc, ainda não foi totalmente absor.'i· do pt:la dt:mografia , Temos tratado a ocupação das últimas fronteiras com o mcsmo quadro tcmporal-cspacial usado para analisar outras fronteiras . Zab::a e ClarkeH acrescentam a ncccssidade de investigaçõcs inlerdis· ciplinares para dar conta das interaçõcs complexas. Ê preciso considerar, ain- da, outros fatores que. cm princípio, têm pouca conexão com o ambiente natural , mas que exercem forte inOuéncia sobre fecundidade e mortalidade ... \'er c. N Runnd . ... En'it .... mcnlal l>cll'lclation in Am"iefll GTCc~e·'. cm SciCl"'Jk "''''''''( '''' , n n -n , mil 19"" " c.:r. lJuil Z-Iha ,. John I Clar"c. F.", .. _,.n., ""J P()""/"f'O" CIr."." ... (ii DANI!;!. JOSEPH H!.)(õAS Conclusão O campo dos estudos sobre população e meio ambiente, então, c consi- deravelmente mais complexo atualmente do que há poucos anos. Os desafios s.ão muitos : refinar conceitos "guarda-chuva" como qualidade ambiental, qua- lidade de \"Ida e sustentabilidade; repensar as unidades de análise para captar as dinâmicas ecológicas, junto com as sociodemográficas; incorporar 00\'05 recursos léCniccs PAra abordar aspcclOS globais às suas análises; redimensionar o a.lcancc do fenômeno ecológico. Os estudiosos de população compartem mUitos desses desafios com outros especialistas . Para alguns aspectos , os demógrafos .têm uma , 'antagem, com o tratamento de escalas temporais, por exemplo. AJulgar pela resposta do Grupo de Trabalho da Abep sobre o assun- to, os demógrafos aceitam esse desafio . BIBUOGRAFIA AllIlJ'[, lourde-s, M . Pri.ciU. Slunc; Dnid C . t.bjor (OfS') PQPll/fJfi,,,, &, E,n-j,omnttH Relhiltking lhe lflbQle. Bouldc-r: Wuh'icw Preu, 1994 BAumA. St'mi. keaina da Cal SeiXII O QUQlidode de vida e 111411 Itltfti/O'os II"''' rrf1u,j" SOC;(Xl".bieltl"/ . Tue- de- doulorldo em Ciências Suc: iail , <":ampinu , Uni" cuidaJe: Elladual de: Campinas, 1996. BtU8Oft"OW, Ric:h.rd E 4. HOOAN, Danie:l JOKflh ((\fll.) . PopN/"11lI1t (JII(/ Dt/O'tsÚlh',," ifl lhe Hu",id Tropks . Llese- : IUSSP. 1m. BLAr ... rE , Ple:n. "Populalioo Chlnge: and Ennronrncntal M ..... aeme-nt: Coping IndAd.plll ion at lhe: . Houle:huld ' lnc:l", Em ZA"", Buia & ClAk"'E, Joon I Enwronm".loltd Pupu/rlti,," e h_1ft. Litge: Or4il\l f:d lliunl, 1994 _-'-_:::---c_ el alii. AI Rin ' ,'úJlural HazarJ3, Pe('ple :, I'lIlrttrQbiluy alld D;~".II"J. Lun- dru Roul!edge , 1994. CU.MO, Roberto l.ui"l. dll. I'opu/afdr,. amhitlt'e e filai/Jade Jt "idA: n , a.lO do es/adu dt SQo I'Alllo . Projeto de doulolld" e: m de:mOSlar.I, Ca.mpifUll, Uniump, 1999. CUJOS, kac::hcl. SileltISp';IIK. Nm'l York : Houlhton.Mlflin , 1962 CAR'iALHO, Jose Alberto Malno de: . "Dc:mosrlphic: Dynami(, ln Dlui!: ke:ccnt Trendl 1M P" l pce:li,'u ". Em Br"ziligll JmtmQI o/POPII/gliott Stud/tJ , ri I, 1997, CI.AR~ f., Juhn 1 4. RUIND, Da,id W. /'np"/AntJl1 DoiA ""d Glohll/l:.·nvin"""efll,,'Changt Palis , TSSC'l1nc:sco, 1992. _-::= ___ 4. NOIN, D.nie\. P(lp"laliIJfl anJ Em'iron",eltl jn Arid Rt"fIIlJ P.rl,: Une:sco. 1998. _-=_-'-:-::0.4 T ABAH , Uon . Pupuk1l;nll-Ellvirnll",tnl,Dt",tlllpmtnl 'ltlera'fiOfu. Plti~ Cicrcd.I 995 COHEN, Jnc:1 HO'lll' Molly/'eople Call lhe Eardt SlIpport') Nou Yor k Nnrlnn, 19?5. COirA, He:1oisa SoItCI de Moo,a I ale dn AfO: dg pn>dNfíIn do (idade muderna soh a grallde tnJlÚtria li dnTrsykafdn do",e.j(lQfftbiellle U1'bQItO Tue de doutora60 C1TI demugrar~ . BeM Hllfizonle, Uni"cllid"de FedcI.l de Minai Ger"i., 1995, DUNcAs, Oli, Dudky "Hum&n EeoIoS)" and Popul.tion Studiu " , Cap. XXVIII. Em HAL'uR.P. M. 4. l).mcAN, o. D (nfl' ) 7"1teShidyo/PopN/lllrnlt . c..: hit"aIO: Uninulty n(ChicI gu ? rcu, 1959. E .. Utl.ICH , Paul R. Tht P"pu/"lüJrI Homb NO\"l YOI"': 81l1anllne: Ruoks, 1968. _::----: __ et Qlil . "Food Securit)", Population and En,·ironme:nl" . Em I'opll/,,'iurr aIId VtI"eloptffe"f Re'·it .... . \"01 I , n 19 , mar. 1993 . ENGl!l MAN, Robert "Popul.t ion and lhe Fulurc orRene ..... ablc Frnh Waler Supphcl". T"b,lh<l apt"e:llmtado no SeminÁrio POf'Ulalinnll ~n,ilonmc:nt Equalion Imptir.alionl fOf Fulu re- Sc:c:urit)". &1100, J I de: mail! a 4 de: junho de 19')4 . 1-:" 'TWlrtl.l::, Barblra tt ali;. "I. .... d t1sc.'Und-Conr and PDpulation l»nami" , N.ng Rong . Thailand". Em 1.1\·F."""AN , Dilna el ", Iu (olg •. ) /'e~ple a"d Pi:uls L I"linR Rt",oIt Stltsi"1 AIIJ S()Ciol Scierr,e Wuhinglon : N.tiofUll Academ)' Pren. 1998. FALKEN"'AIl", Malln. nA Water Perspective on Populatinn , En"ironment Ind Dc:"c:lopment" Em 11oI1I0fJ", E"crt "an a: WIU.I'''''""NI , Elle-n Themmenc: Franl ([)fll .) PoplllatJC'I#t, En~"VtNIIMIt1 anJ Dewlnpwtelll. Amlterdl : Swets .nd ZciUinler, 1994. rMNffiL JOSE~H HOO"'N FHII.-';~llJ~:. Philip M . "Human Car1)'ing Capacil)' E51imation in 8 rv.il·s Amazonian SCUlemcnb as. GUL~C to Ik\'clllpment Policf' Em BIUIIOMItO .... . Richard E, & HOUAN. Daniel JU~l:ph (urgs,), ~ opula.'/QII ~nJ Dtlorrslal/On ", l/rl' Hu",id 7"('rie~ , Liege IUSSP. 1999 FEk:I'IItA. Carloll·.ugtnlu de C.n',lho, "Sane.mento e mClrlalid.de inf.ntil" Em SJo l'a"ln c", I e,.sptc;ll\'a. Fund.çJo Se.de. mI 4, n 6.oul..Jel. , 1992 }-·!tANL'O. Tânia (orS ·) T,.uhalha. " .• cos i"Jus/,.iais I' "'do uMbienlt. ,.umo "O '/t.ft'm~)I\"I"'tnlo su .• 'tn/á,· .. /? Sal\·aoo. : E I)UFBA . 1<J<J7. GooJ::~D, H.obcrt <'I alii. fvpulution. Tuhn"""A."'\·<Uld Liftsl)lt · Ih .. T,utoSi,i"" tl,Su..laina",II,.. \\ashmp;hm: Island Plen. 1992 . . . HARk l.';ON. Paul. nu Third Rn',n,,'üm: Popufa,,,..,.. E,wirallt,unl um/ u SII."uinahlt
Compartilhar