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SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR Belo Horizonte Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 UNIDADE I- REFLEXÕES SOBRE O SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: Conceituar o serviço de orientação escolar; Compreender a atuação do Orientador Educacional e suas atribuições; Definir a atuação do Orientador Escolar dentro da Educação Básica; PLANO DE ESTUDO: Tópico I: A atuação do Orientador Escolar Aula 1: CONCEITUANDO O SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR Aula 2: A FORMAÇÃO ACADÊMICA DO ORIENTADOR ESCOLAR Aula 3: ÁREA DE ATUAÇÃO DO ORIENTADOR ESCOLAR Tópico II: A atuação do Orientador Escolar Aula 1: DEFININDO AS FUNÇÕES DO ORIENTADOR ESCOLAR Aula 2: O ORIENTADOR ESCOLAR E SEU TRABALHO JUNTO AOS ESTUDANTES Aula 3: O ORIENTADOR ESCOLAR E SEU TRABALHO JUNTO AS FAMÍLIAS Tópico III: O Orientador Escolar Dentro Da Educação Básica Aula 1: A ORIENTAÇÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL Aula 2: O ORIENTADOR ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL Aula 3: O ORIENTADOR ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 CONVERSA INICIAL Olá, cara aluna, caro aluno! Que alegria estudarmos juntos mais essa Unidade. É um prazer estarmos juntos para mais essa unidade de estudos, sob o título de Reflexões iniciais sobre o Serviço de Orientação Escolar. Para iniciarmos, é de grande importância que possamos conhecer o que faz um profissional que atua como Orientador Escolar e que tenhamos clareza de qual é o eu papel dentro da sua escola, conhecendo a sua formação e definindo quais são as suas atribuições. Veremos nesta Unidade que o Serviço de Orientação Escolar tem papel de grande importância dentro da escola, pois é este profissional que dá suporte à formação dos estudantes, não só acadêmica, mas também, no que diz respeito à sua formação cidadã. No decorrer desta unidade de estudo você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as contribuições desta área para a escola: desde a gestão até os estudantes. Mostraremos no decorrer da Unidade que o Serviço de Orientação Escolar ainda vem buscando construir sua identidade dentro da escola e buscando ganhar um espaço cada vez maior dentro das escolas. Vale ressaltar que mostraremos nesta Unidade de estudo que o Serviço de Orientação Escolar contribui muito para um trabalho pedagógico integrado dentro das escolas. Você conhece a atuação do orientador escolar dentro da Educação Básica? Já consegue definir suas atribuições? Buscaremos evidenciar a ideia de que Orientador Escolar é um profissional que busca mediar as relações dentro da escola com harmonia, focando sempre na qualidade da educação a ser fornecida e na formação crítica e consciente dos estudantes. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 AULA 1: Conceituando o Serviço de Orientação Escolar Entende-se que o Serviço de Orientação Escolar, realizado pelo Orientador Escolar, tem fundamental importância dentro da escola, pois atua como articulador e mediador das relações dentro desse ambiente. Segundo Pascoal (2013), esse profissional cuida da formação dos estudantes de forma mais ampla, cuidando de suas formações como cidadãos, ajudando os educadores a entenderem melhor os comportamentos dos alunos. Para Pascoal (2013): Na escola, o orientador educacional é um dos membros da equipe gestora, ao lado do diretor e do coordenador pedagógico. Ele é o principal responsável pelo desenvolvimento pessoal de cada aluno, dando suporte a sua formação como cidadão, à reflexão sobre valores morais e éticos e à resolução de conflitos. Ao lado do professor, esse profissional zela pelo processo de aprendizagem e formação dos estudantes por meio do auxílio ao docente na compreensão dos comportamentos das crianças. Ou seja: enquanto o professor se ocupa em cumprir o currículo disciplinar, o orientador educacional se preocupa com os conteúdos atitudinais, o chamado currículo oculto. Nele, entram aspectos que as crianças aprendem na escola de forma não explícita: valores e a construção de relações interpessoais. (PASCOAL, P. 07, 2013). Isso nos faz compreender que o Orientador Escolar faz parte da gestão da escola e tem papel de grande responsabilidade auxiliando no desenvolvimento integral dos alunos, não só como estudantes, mas como cidadãos críticos e conscientes da realidade em que estão inseridos. Além disso, atua como suporte aos docentes no que diz respeito a acompanhar e entender o comportamento dos estudantes. Como evidencia Pascoal (2013), o Serviço de orientação escolar deve atuar como um elo entre a escola e a comunidade onde está localizada, conhecendo e compreendendo a sua realidade e estabelecendo um diálogo entre essa realidade e o contexto escolar. Como vimos nesta primeira aula, o Orientador Escolar é um importante membro da gestão da escola e cuida da formação dos alunos de forma ampla, preocupando-se com a formação integral dos mesmos, pensando em torná-los sujeitos críticos e conscientes de seus direitos e deveres dentro da sociedade. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Na próxima aula, dando sequência a essa discussão, vamos conhecer um pouco sobre a formação acadêmica necessária para esse profissional, verificando também sobre a sua remuneração em relação a remuneração dos professores. Bons estudos! PARA VOCÊ LER MAIS Para ampliar essa discussão, sugerimos a leitura complementar do texto “Orientação Educacional”, publicado pelo Brasil Escola. Nesse artigo, é mostrado que a orientação escolar prevê ações planejadas que integrem alunos, professores, direção, currículo escolar e comunidade a fim de promover, o pelo desenvolvimento do estudante. Segue o link: https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacao- escolar/ AULA 2: A Formação Acadêmica Do Orientador Escolar Podemos perceber que, como mostra Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), o papel do Orientador Educacional (OE) na escola é bem amplo, sendo de grande valia dentro do processo educacional, uma vez que almeja a formação integral do estudante e atua junto a toda a comunidade escolar. Fonte: http://orientacaoeducacionalemacao.blogspot.com/p/atribuicoes Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 O Orientador Escolar, na maioria dos casos, é um profissional graduado em cursos de licenciatura que após conclusão desta formação inicial, buscou uma formação complementar através de uma especialização. Em menores proporções, há aqueles que concluíram o curso de Pedagogia já com a habilitação para Orientação Escolar. Conforme percebemos através da leitura de Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), não há grandes diferenças entre a remuneração e a carga horária de trabalho dos professores e do Orientador Escolar. Porém, pesar da remuneração semelhante, professores e orientadores têm diferenças marcantes em suas atuações, uma vez que o docente tem foco no processo de ensino-aprendizagem de determinados conteúdos já pré-definidos e o orientador Escolar tem o foco do seu trabalho voltado a formação integral dos estudantes, objetivando a construção de valores, de atitudes e ações, através de reflexões e pensamento crítico. Bugone,Dalabetha e Bagnana (2016) afirma que o Orientador Escolar tem grande responsabilidade dentro do contexto escolar: O OE tem um trabalho de grande importância e responsabilidade. Exige-se muito deste profissional, tanto em termos de formação, de atualização constante e de comportamento ético. Apesar de não haver um código de ética elaborado especificamente para o OE, como todos os profissionais, ele deve ter sua atuação pautada por princípios éticos, principalmente em relação às informações sobre alunos, funcionários, e pessoas da comunidade que participam diretamente no DESENVOLVIMENTO DE SEU TRABALHO. (BUGONE, DALABETHA E BAGNANA, 2016, P. 06). Posto isso, chamamos a atenção para o que Barbosa, Lima e Lima (2013) apontam: A Orientação Educacional deve ter como eixo de seu trabalho o aluno, não só o aluno que já apresenta problemas, mas todos os educandos, buscando equidade nesse processo de auxílio ao educando. Mas o orientador deve inserir-se na escola como um todo, pois o aluno é um ser biopsicossocial e está inserido numa sociedade da qual a escola é também parte (BARBOSA; LIMA; LIMA; 2013, p.78). Ainda no que diz respeito à formação do orientador Escolar, percebe-se que mais do que o título que dá direito a esse profissional exercer a sua função, é necessário que a sua formação contemple elementos que o auxiliem a lidar com mediação de conflitos e com situações que ultrapassam as questões pedagógicas. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Sobre isso, Lucion, Silva e Berti (2016), nos mostra que a Orientação Educacional deve ocupar-se do ser humano em toda a sua amplitude, devendo lidar com situações e responder à formação de estudantes conscientes de seu papel no mundo. Diante disso, o que se percebe é que na formação do Orientador Escolar ele deve ter clareza da importância de seu papel na escola e estar apto a lidar e mediar situações de possíveis conflitos, embasado sempre no diálogo e no foco da formação cidadã dos alunos. Como vimos juntos nessa Aula 2, além da formação acadêmica exigida para atuação do profissional em Orientação Escolar, é necessário que o Orientador Escolar tenha ampla clareza sobre sua atuação. Ele precisa estar o tempo todo se atualizando, e com clareza da importância da ética em sua atuação. É imprescindível que saiba lidar com a mediação de possíveis conflitos no ambiente escolar. Diante disso, convido você, caro(a) aluno (a), a estudarmos juntos a aula 3, onde evidenciaremos qual a área de atuação desse profissional. PARA VOCÊ SABER MAIS Para ampliar ainda mais a discussão e os seus conhecimentos sobre o Serviço de Orientação Escolar, a formação do profissional que atua nessa importante área da educação, sugerimos a leitura da reportagem intitulada “Quem é e o que faz o orientador educacional”, publicada na revista Nova Escola, que pode ser acessada através do link a seguir: https://novaescola.org.br/conteudo/47/quem-e-o-e-que-faz- o-orientador-educacional AULA 3: Área de Atuação do Orientador Escolar Segundo Lucion, Silva e Berti (2016), o Orientador Educacional já passou por muitas mudanças. Para as autoras, esse profissional já foi visto e definido como um disciplinário ou como um inspetor escolar. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Atualmente, é aquele que atua para mediar possíveis conflitos dentro da escola e auxiliar os docentes a lidar com alunos com dificuldade de aprendizagem ou de disciplina. É o profissional que procura de forma mais focada incentivar a formação de cidadãos críticos, mas atuando em parceria com os professores e com as famílias. Lucion, Silva e Berti (2016) acreditam que na instituição escolar deve haver uma valorização de uma abertura, estimulada pelo orientador escolar, para os pais, professores, estudantes, orientadores, gestores, para que haja diálogo entre todos os envolvidos no processo educacional. Sobre isso, as autoras citadas afirmam: A Orientação Educacional ocupa-se do ser humano em todos os seus níveis, numa determinada época da vida e num determinado meio, devendo responder aos objetivos atuais da educação em relação à formação de um aluno consciente de seu papel no mundo. Paralelamente às funções de um orientador, pensando no desempenho positivo do educando, juntamente com os trabalhos com o corpo discente, está a questão da relação e o papel dos pais com seus filhos para que todo trabalho desenvolvido pela escola obtenha bons resultados. (LUCION, SILVA E BERTI, 2016, P. 01). Por esse profissional lidar diretamente com relações humanas, o orientador educacional, muitas vezes pode ter sua atuação confundida com a atuação de um psicólogo. Segundo Pascoal (2013), não se deve cometer esse equívoco, porque mesmo que o orientador escolar lide com situações relacionadas a conflitos, dificuldades de convivência e de aprendizagem dos estudantes, sua atuação está voltada para o lado pedagógico e não para uma dimensão terapêutica. Fonte: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2115/ Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Percebe-se que a atuação do orientador pedagógico, com base nas contribuições de Lucion, Silva e Berti (2016), está relacionada a um trabalho de colaboração com os demais profissionais da escola e não a um trabalho de fiscalizar e criticar condutas e posturas, sem refletir e apresentar propostas de melhorias para os possíveis conflitos que possam existir dentro do ambiente escolar. O foco de sua atuação são os alunos, mas não se tem como pensar em uma intervenção que desconsidere o contexto familiar e a influência dos professores, colegas e demais funcionários da escola. Como vimos nessa aula, o Orientador Escolar atua buscando mediar possíveis conflitos dentro da escola, além de auxiliar os professores no trabalho com aqueles alunos com alguma dificuldade de aprendizagem ou de disciplina, buscando a formação de cidadãos críticos através da escola. Diante disso, convidamos você, a seguir estudando conosco o Tópico II dessa Unidade, onde na aula 1, definiremos quais as funções do orientador Escolar. Vamos seguir aprendendo juntos! PARA VOCÊ SABER MAIS Sugerimos, para refletir um pouco mais sobre a atuação do orientador escolar, que assistam o vídeo “O que faz o orientador educacional dentro de uma escola?” exibido pelo Programa Educação NT, em 02/12/2018. Nesse vídeo, é mostrado que o contato direto com o aluno faz com que ele e sua família percebam as dificuldades enfrentadas no dia a dia escolar. Confira o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Etbki9U_Nn8 Tópico II: A atuação do Orientador Escolar AULA 1: Definindo as Funções do Orientador Escolar O Orientador Escolar, como já vimos nas aulas anteriores, possui grande importância para um clima harmonioso dentro da escola. Suas funções são muitas e Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 todas elas de grande importância para a formação dos estudantes enquanto cidadãos críticos, conscientes de seus direitos e de seus deveres. Segundo Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), o Orientador Escolar, é grande contribuinte do processo pedagógico, acompanhando o trabalho dos professores, a didática de ensino e o currículo a ser trabalhado com os estudantes para alcançar objetivos pré-definidos pela equipe pedagógica.Dessa maneira, o Serviço de Orientação Escolar auxilia no desenvolvimento das relações interpessoais, criando um ambiente favorável ao processo de ensino e aprendizagem, buscando a formação ampla dos alunos, num trabalho de parceria entre alunos, professores, orientador escolar e demais membros da comunidade escolar. Assim, o Orientador Escolar é aquele que dialoga com todos da comunidade escolar estabelecendo diálogo com todos os envolvidos no processo de ensino- aprendizagem. Sobre a atuação do Orientador Escolar, lembramos o que Sanches (2012) nos mostra: A ação do Orientador Educacional desenvolve-se por meio de um conjunto específico de atividades, tais como: incentivar o corpo discente no processo de sua aprendizagem; orientá-lo para as temáticas sociais e afetivas; auxiliá-lo na sua escolha profissional. Essas atividades sempre se realizam com o apoio ou a parceria de diversas fontes, a saber: a estrutura educacional, os professores, os pais e até mesmo os próprios alunos (SANCHES, 2012, P. 04). Conforme nos mostra Pascoal (2013), o Orientador Escolar é aquele que orienta os alunos em seu desenvolvimento pessoal, preocupando-se com a formação de seus valores, atitudes, emoções e sentimentos. Além disso, esse profissional é responsável por: Orientar, ouvir e dialogar com estudantes, educadores, gestores e demais membros da comunidade escolar; Participar da elaboração e execução do Projeto Político-Pedagógico (PPP) e da proposta pedagógica da escola; Ajudar o educador entender melhor o comportamento dos estudantes e atuar nas situações de conflito; Ajudar o educador a lidar com as dificuldades de aprendizagem dos estudantes; Mediar possíveis conflitos entre estudantes, educadores e demais membros da comunidade escolar; Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Conhecer a legislação educacional, principalmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB); Conviver com os alunos e buscar ter boa relação com os mesmos. Fonte: http://centraldeinteligenciaacademica.blogspot.com/2016/03/a- importancia-do-orientador-educacional.html O trabalho do Orientador Escolar vai além dos muros da escola, como mostra Pascoal (2013). O Orientador Escolar acaba por atuar exercendo uma espécie de ponte entre a escola e a comunidade em que está inserida, entendendo a realidade local e buscando trazer a comunidade para dentro da escola. O Serviço de Orientação Escolar tem ainda como função, segundo nos mostra Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), prestar auxílio aos professores, no que diz respeito ao processo pedagógico e didático, focando sempre em uma educação de qualidade, contribuindo para se pensar sobre as diferentes situações de aprendizagem, acompanhando a prática pedagógica através da reflexão e investigação. Dessa forma, vê-se que as funções de um Orientador Escolar são amplas, desde estabelecer um elo entre a escola e a comunidade até orientar os estudantes em suas ações, mediar conflitos, participar da elaboração do PPP, dentre outras. Assim, vemos que sua atuação junto aos estudantes é de extrema importância. Sendo assim, convidamos você, a estudar conosco a próxima aula, onde mostraremos a relevância do Orientador Escolar perante os alunos. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 PARA VOCÊ REFLETIR Como vimos, as atribuições do Orientador Escolar são muito amplas, mas sempre focadas na qualidade da educação e na formação do estudante como sujeito autônomo, reflexivo e crítico. Para refletir, responda a essa pergunta: “Será que dentro das escolas o orientador Escolar é visto como esse profissional com ampla atuação ou seu papel ainda é restrito apenas a resolver conflitos e questões disciplinares?” . Fonte: http://centraldeinteligenciaacademica.blogspot.com/2014/10/o-papel-do- orientador-educacional-no.html AULA 2: O Orientador Escolar e seu Trabalho Junto Aos Estudantes Como vimos no item anterior, são muitas as funções de um Orientador Escolar. Nesse tópico vamos dialogar um pouco sobre a importância do trabalho desse profissional junto aos estudantes. Lucion, Silva e Berti (2016) nos mostram que a Orientação Escolar se torna mais significativa em nosso país, especialmente pela influência do ensino tecnicista por volta dos anos de 1960, onde surgem as preocupações com o encaminhamento Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 vocacional de jovens, quando eles começaram a ter acesso ao ensino médio e a formação técnica de maneira simultânea. Segundo Grinspun (2012) a atuação do Orientador Escolar, inicialmente, seria mais especificamente vinculada a escolha profissional, auxiliando os alunos nesse processo de escolha profissional. Porém, ao longo dos anos, diante das modificações no contexto social e escolar, essa atuação se ampliou até o momento em que o Orientador Escolar passou a atuar com foco em uma educação integral, ampla, focada na formação cidadã e na construção de valores éticos pelos estudantes. Sobre isso, Batista (2010), afirma que o Serviço de Orientação Escolar é um: [...] processo intencional e metódico destinado a acompanhar, segundo técnicas específicas, o desenvolvimento intelectual e a formação integral da personalidade dos estudantes, sobretudo adolescentes. (BASTISTA, 2010, P. 18). Como já vimos ao longo dessa aula, o papel do Orientador Escolar é de grande importância para bons resultados no que diz respeito ao planejamento escolar aos objetivos propostos, além da busca por garantia de um bom relacionamento para todos dentro da escola. Segundo Grinspun (2012), o Orientador Escolar deve ser um facilitador no processo ensino aprendizagem do aluno, auxiliando, orientando e mediando o mesmo em relação a todas as áreas de sua vida e seu convívio com o meio. O principal papel da Orientação será ajudar o aluno na formação de uma cidadania crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto pedagógico. Isso significa ajudar nosso aluno ‘por inteiro’: com utopias, desejos e paixões. A Orientação trabalha na escola em favor da cidadania, não criando um serviço de orientação para atender aos excluídos, mas para entendê-lo, através das relações que ocorrem na instituição Escola. (GRINSPUN, 2012, p. 29). A ação do Orientador Escolar, segundo afirmam Lucion, Silva e Berti (2016), faz-se de grande relevância junto ao estudante adolescente, considerado como um indivíduo em transição, com um grande potencial a ser trabalhado, pois depende de aprendizado e de sua socialização para desempenhar seu papel em sua vida adulta. Desta forma, para as autoras citadas, percebe-se que o Orientador Escolar, deve desempenhar a sua função em parceria com os demais profissionais da escola, buscando um melhor acompanhamento dos estudantes. Porém, apesar de o foco de Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 seu trabalho ser o aluno e a sua formação, não há como desconsiderar o seu contexto familiar, a influência dos professores e demais funcionários da escola em sua formação. Fonte: http://blog.juanjosemillan.es/1250-el-sueno-del-orientador-escolar O Orientador Escolar precisa estar comprometido com a construção do indivíduo, aluno na formação de suas ações de cidadania, segundo nos mostram as autoras Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016). Para elas, a busca não se dá apenas no processo de adquiririnformações, mas como se dá a formação desse sujeito, o aluno em formação. Dessa forma, para Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016) pensar o Serviço de Orientação Escolar atualmente, não é se preocupar unicamente com os alunos considerados “problemas” na escola. Esse serviço precisa buscar contribuir para possíveis soluções para os problemas enfrentados pelos estudantes, mas sempre buscando uma compreensão ampla do aluno, pensando em suas relações dentro e fora da escola. Dessa maneira, conforme a leitura do trabalho de Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), podemos perceber que o maior desafio para o Orientador Escolar é de a escola em que atua oferecer uma educação de qualidade, em que a formação do aluno, seja ele criança ou adolescente, ocorra de forma ampla, formando um adulto que saiba exercer seus direitos e deveres de cidadão, sendo crítico, participativo e consciente de seu papel dentro da sociedade. Vimos nessa aula que o trabalho do Orientador Escolar junto aos estudantes é de extrema importância e deve ocorrer em parceria com os demais trabalhadores Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 em educação da escola. Sua atuação deve ter foco na formação daquele estudante de forma ampla, como cidadão. Posto isso, convidamos você a seguir estudando conosco sobre a atuação desse profissional, mas na próxima aula focaremos em sua atuação junto às famílias dos estudantes. PARA VOCÊ SABER MAIS Para obter mais informações sobre o trabalho do Orientador Escolar junto aos estudantes na Educação Básica, sugerimos a leitura da reportagem “O papel do Orientador Educacional nas escolas”, publicada no site Jornada Edu. Confira: https://jornadaedu.com.br/acontece-na-escola/o-que-faz-um-orientador-educacional- nas-escolas/ AULA 3: O Orientador Escolar e Seu Trabalho Junto as Famílias Como vimos no item anterior, o Serviço de Orientação Escolar precisa buscar contribuir para possíveis soluções para os problemas enfrentados pelos estudantes, mas sempre buscando uma compreensão ampla do aluno, pensando em suas relações dentro e fora da escola. Vimos, também, que o Orientador Escolar deve desempenhar a sua função em parceria com os demais profissionais da escola, buscando um melhor acompanhamento dos estudantes, sem desconsiderar o seu contexto familiar. De acordo com Crepaldi (2017), a família representa um dos primeiros ambientes no qual o indivíduo inicia sua vida em sociedade. Em parceria com outras instituições e, dentre elas, inclui-se a escola, a família tem condições de garantir ao aos filhos melhores condições de desenvolvimento em todas as áreas de sua vida. Em meio à família, segundo Crepaldi (2017), as crianças, adolescentes e jovens recebem instruções básicas de relacionamentos psicossociais, inspiram-se em exemplos e influências socioculturais. No campo da educação brasileira, temos observado a dificuldade encontrada pelos(as) gestores(as) de escolas estabelecerem parceria entre o espaço escolar e a família dos(as) alunos(as). Frequentemente, Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 podemos observar que a maioria dos(as) educadores(as) reclamam da pouca ou nenhuma demonstração de interesse da família em participar do cotidiano escolar do(a) filhos(as). Como nos mostra Crepaldi (2017), a participação dos pais na vida da criança é essencial, e quando se estende até a escola, torna-se o processo de aprendizagem uma extensão daquilo que se iniciou em seu convívio familiar. Para a autora, com essa participação dos pais no processo de ensino aprendizagem, a criança fica mais confiante, uma vez que percebe que todos se interessam por ela, e também porque passam a conhecer quais são as dificuldades e quais os conhecimentos que ela tem. Assim, a integração da escola com a família e de toda a comunidade, por meio de diálogos, é fundamental, uma vez que a escola é compreendida como um elemento de mediação entre o(a) aluno(a) e a família, conforme Crepaldi (2017). Nos dias atuais, segundo Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), um grande desafio do Orientador Escolar é trazer para dentro da escola e inserir no debate educacional as famílias dos estudantes. É necessário que se busque fazer com que os pais ou responsáveis pelos alunos participem de forma ativa da vida escolar de seus filhos, tarefa essa que nem sempre é fácil. Para as autoras citadas acima, a aprendizagem, é considerada a base na vida das pessoas e quanto mais participação da família nesse processo, melhores serão os resultados obtidos pelos estudantes. Além disso, com a participação da família em sua vida escolar, os estudantes possuem mais referências e bons exemplos a serem seguidos. Fonte: https://www.psicologiaviva.com.br/blog/atividades-educacao-infantil/ Porém, Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), mostram que para que isso aconteça é essencial que tanto escola, quanto família tenham clareza sobre suas responsabilidades diante da educação das crianças e adolescentes, não havendo dificuldade de limitações de deveres e responsabilidades. Assim, o Orientador Escolar Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 tem a função de criar laços com as famílias, a fim de caminharem, escola e família, em sintonia no processo de formação do estudante. Sobre a participação da família na vida escolar dos filhos, Souza (2010), afirma que: O Orientador ao elaborar seu planejamento precisa detectar quais são as reais perspectivas da família em relação à programação que a escola e o serviço de orientação educacional vão oferecer ao educando, neste sentido deve-se levantar dados de quais as reais possibilidades de assistência e participação dos pais na vida escolar dos filhos. (SOUZA, 2010, P. 13) Posto isso, para Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), é essencial que o Orientador Escolar busque criar uma parceria entre família e escola, mostrando-se disposto a escutar as demandas trazidas pelas famílias, acolhendo-a e trazendo-a para dentro da escola, dando oportunidade de participação nas decisões da vida escolar das crianças e adolescentes. Com a aproximação com a família, o Orientador Escolar, levando em conta que cada família possui a sua especificidade, terá ferramentas mais adequadas para planejar suas intervenções em relação aos estudantes. O que se conclui é que, o trabalho do Orientador Escolar é levar em consideração o contexto familiar do estudante, aproximando sempre a família da escola. Diante disso, veremos no próximo Tópico desta Unidade como se dá o trabalho do Orientador Escolar dentro da Educação Básica, iniciando nossos estudos pela Educação Infantil. PARA VOCÊ LER MAIS Para ampliar a discussão sobre as funções do Orientador Escolar e a sua atuação junto aos professores, aos alunos e junto às famílias dos estudantes, sugere- se a leitura da publicação: Atribuições do Orientador Escolar na rede pública de ensino do Distrito Federal. Nessa publicação, a autora delimita as ações desse Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 profissional no âmbito institucional; junto ao corpo docente e discente; junto á família e à rede social em que o estudante está inserido. Boa leitura! http://orientacaoeducacionalemacao.blogspot.com/p/atribuicoes-do-oe-no- distrito-federal.html Tópico III: O Orientador Escolar Dentro da Educação Básica AULA 1: A Orientação Escolarna Educação Infantil Nas aulas anteriores, vimos que o Orientador Escolar é um profissional que precisa ter uma formação específica e que tem diversas funções junto aos estudantes, professores e demais membros da comunidade escolar. Nesta aula, vamos conversar um pouco sobre o Orientador Escolar dentro da Educação Básica. Conforme consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a Educação Básica é composta pela Educação Infantil, Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) e Ensino Médio. Diante disso, a Orientação Escolar está prevista para toda a Educação Básica, assumindo, também, o papel de Orientação Profissional, que deve começar na escola desde os anos iniciais. Dessa forma, segundo Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), o orientador Escolar deve desenvolver seu trabalho desde a Educação Infantil, período em que a criança tem seu ingresso na escola, e é um dos períodos fundamentais para a formação de seu comportamento, já que basicamente tudo o que acontece em seu meio, é tomado como exemplo. Nesse sentido, Orientador Escolar precisa trabalhar com a indisciplina, problemas familiares, sociais, transtornos, dificuldade de socialização, entre outros. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Fonte: http://www.sosprofessor.com.br/blog/orientacao-educacional-na- pratica/ O trabalho do Orientador Escolar na Educação infantil, segundo Oliveira (2015), pode ocorrer individualmente ou em grupos, trabalhando questões referentes à formação global do indivíduo, no que tange às questões de respeito, amor, fraternidade, dignidade, solidariedade, responsabilidade, ética e outros valores fundamentais e essenciais, segundo as autoras, para a convivência harmoniosa da pessoa humana. Oliveira (2015), afirma ainda que Orientação Educacional, na Educação Infantil, deve focar na integridade do ser, trabalhar em parceria com os professores, focando no bom desenvolvimento escolar dos alunos. A autora também destaca a importância de o Orientador Escolar demonstrar afeto e dedicação em sua prática, visando estabelecer laços de confiança com a criança. Percebe-se que o Orientador Escolar, na Educação Infantil, precisa dedicar- se a garantir atividades que desenvolvam a psicomotricidade das crianças, outras que preparem os pequenos para a socialização e para a alfabetização. Silveira (2014), mostra que o Serviço de Orientação Escolar, deve acompanhar o desenvolvimento da criança, interessando-se pelos sinais que ela mostra a cada fase do desenvolvimento, contribuindo para a saúde emocional, social e cognitiva do aluno. A Orientação Escolar desenvolve um importante e também fundamental papel na Educação Infantil. Orientar os pais para que fiquem alertas sobre o processo de desenvolvimento dos filhos é estabelecer vínculo e parceria na trajetória do Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 desenvolvimento infantil, que será um adulto atuante na sociedade, mais adiante. Portanto, é fundamental a permanência da Orientação Educacional atuante na Educação Infantil, conforme nos relata Silveira (2014). Para a mesma autora, a Orientação Educacional ajuda no desenvolvimento de ações de uma educação voltada para prática social, porque auxilia na construção desse sujeito. Por meio de um projeto político-pedagógico condizente com as expectativas que serão desenvolvidas pela escola, a Orientação Educacional poderá desenvolver estratégias que visam a promoção da cidadania e o desenvolvimento das potencialidades das crianças. Seguindo com nossos estudos, convidamos você, caro(a) aluno(a), a estudar a próxima aula, onde veremos juntos como se dá a atuação do Orientador Escolar dentro do Ensino Fundamental. PARA VOCÊ LER MAIS Ainda sobre o que diz respeito ao Orientador Escolar e sua atuação na Educação Infantil, sugerimos a leitura da monografia de Andrea Teixeira de Souza, publicada pela Universidade Candido Mendes, em 2010, no Rio de Janeiro, intitulada “O Orientador Escolar na Educação Infantil”. Confira: http://gephisnop.weebly.com/uploads/2/3/9/6/23969914/o_orientador_educacional_n a_educacao_infantil.pdf AULA 2: O Orientador Escolar no Ensino Fundamental Segundo Silveira (2014), a Orientação Escolar tem o aluno como foco principal, onde vai incentivá-lo para um amplo desenvolvimento intelectual, físico, social, moral estético, político, educacional e vocacional, devendo mobilizar escola e família, para assim promover o que se quer, pois a principal atribuição do orientador educacional é realizar um trabalho de caráter mediador. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Fonte: https://www.sinprodf.org.br/pedagoga-vislumbra-um-futuro-melhor-para- a-orientacao-educacional/ No Ensino Fundamental, fase em que é necessário se trabalhar sobre normas com os estudantes, o Orientador Escolar deve, sempre que possível, acompanhar a socialização dos alunos, verificando qualquer problema de indisciplina ou convivência, conforme mostra Oliveira (2015). Oliveira (2015) também evidencia que é importante que o Orientador Escolar, que atua com estudantes do ensino fundamental, busque sempre: Esclarecer as normas e procedimentos adotados pela escola e cobrar dos alunos o cumprimento dos mesmos; Elaborar ações que levam os alunos a desenvolver suas habilidades e descubram sua vocação; Realizar atividades que façam os alunos compreender a importância dos valores sociais Levar os alunos a conhecer os direitos e os deveres do cidadão, do Estado, da Família, bem como demais grupos da sociedade, e a respeitá-los. Despertar atitudes responsáveis para com os estudos. Incutir nos alunos o respeito pelos demais, bem como as diferenças individuais, sociais e culturais. Desenvolver atitudes e hábitos de trabalho em grupo e também a valorização do trabalho como realização pessoal. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Agora, querido(a) aluno(a), convidamos você a estudar conosco a próxima aula. Nela evidenciaremos como se dá a atuação do Orientador Escolar no Ensino Médio. PARA VOCÊ SABER MAIS Em relação à atuação do Orientador Escolar no Ensino Fundamental, sugerimos ampliar os conhecimentos através da reportagem publicada no Portal da Educação, intitulada: Atribuições do Orientador Escolar. Acesse através do link: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/atribuicoes-do- orientador-educacional/27856 AULA 3: O Orientador Escolar no Ensino Médio No Ensino Médio, ainda conforme nos mostram Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), o foco do Orientador Escolar recai de forma mais significativa na Orientação Profissional, possibilitando estratégias e um trabalho significativo para que o discente vivencie, explore, e decida sobre o caminho que irá seguir na vida adulta, mostrando sempre as diversas possibilidades, potencializando a autonomia necessária para que o estudante decida com base em suas expectativas, gostos, desejos e vontades. Ou seja, para Bugone, Dalabetha e Bagnana (2016), o Orientador Escolar na perspectiva da Orientação Profissional, deve abrir portas e possibilidades para que os estudantes analisem as diversas opções e perspectivas que aparecem neste momento fundamental da vida do indivíduo. Esse fato ganha ainda maior notoriedade, em contextos familiares precários, seja essa precariedadefinanceira, estrutural, afetiva, etc. em que a escola e o serviço da Orientação Educacional muitas vezes se constituem nas únicas bases sólidas que os estudantes possuem: Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 No entanto, o OE precisa se policiar para não dar respostas prontas para os problemas ou induzir para determinadas situações, mas sim, buscar a tematização, discussão e diálogo, apontando possibilidades para que os estudantes, de forma autônoma e emancipada, tomem suas próprias decisões, mostrando ainda que ele é responsável pelas suas escolhas e as possíveis consequências advindas delas. (BUGONE, DALABETHA E BAGNANA, 2016, P. 08) Fonte: https://www.colegiosaojoaquim.com.br/orientacao-educacional/ Sobre a atuação do Orientador Escolar no Ensino Médio, segundo Lucion, Silva e Berti (2016), o objetivo de seu trabalho é propiciar ao aluno uma formação que desenvolva suas potencialidades, respeitando as individualidades, preparando para o mundo do trabalho e para o exercício e cidadania. O orientador Escolar precisa colocar o aluno como centro do seu trabalho, focando sempre no maior aproveitamento educacional do mesmo. Aquino (2010), mostra que no Ensino Médio a atuação do Orientador Escolar é ampliada, uma vez que o mesmo acaba por auxiliar os estudantes a encontrar suas vocações. Para isso, é necessário muito diálogo e conversa com os estudantes deixando-os confiantes para fazer suas escolhas com acesso às informações. Por fim, para Aquino (2010), a orientação vocacional deve servir como um instrumento de apoio a escolha da carreira a ser seguida pelos estudantes, e cabe ao Orientador Escolar auxiliar os estudantes nessa importante escolha. Esse profissional não irá dizer ao aluno qual caminho seguir, mas mostrar as possibilidades e fazer o estudante ter conhecimento de suas características e personalidades. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Diante de tudo que estudamos juntos, convidamos você, caro(a) aluno(a), a ler o resumo dessa Unidade 1 e em seguida, realizar as atividades propostas com o objetivo de consolidar o que foi estudado! PARA VOCÊ REFLETIR Caro(a) aluno(a), percebemos através dos conteúdos da Aula 3, que o Orientador Escolar, assim como outros profissionais que trabalham na escola, acaba por servir de exemplo e influenciar as escolhas a serem feitas pelos estudantes com o qual atuam, pois a sua proximidade com os estudantes, faz com que os mesmos observem suas atitudes e comportamentos. No Ensino Médio, a responsabilidade desse profissional é ainda maior, uma vez através do diálogo, auxilia os alunos em suas escolhas profissionais, oferecendo informações e, muitas vezes, suporte emocional. Fonte: http://centraldeinteligenciaacademica.blogspot.com/2014/10/o-papel-do- orientador-educacional.html NOSSO RESUMO Vimos neste Tópico I que o Orientador Escolar faz parte da gestão da escola e tem papel de grande responsabilidade auxiliando no desenvolvimento integral dos alunos, não só como estudantes, mas como cidadãos críticos e conscientes da realidade em que estão inseridos. Além disso, atua como suporte aos docentes no que diz respeito a acompanhar e entender o comportamento dos estudantes. é um profissional graduado em cursos de licenciatura que após conclusão desta formação inicial, buscou uma formação complementar através de uma especialização. O Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 orientador Escolar é o profissional que procura de forma mais focada incentivar a formação de cidadãos críticos, mas atuando em parceria com os professores e com as famílias. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 UNIDADE II - SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR E SEU HISTÓRICO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: Conhecer a história do Serviço de Orientação Escolar no Brasil; Compreender como o Orientador Escolar foi ganhando espaço e a importância dentro das escolas de Educação Básica ao longo dos anos; Conhecer os diferentes períodos de atuação da Orientação Escolar ao longo dos anos; PLANO DE ESTUDO: Tópico I: Histórico da Orientação escolar no Brasil Aula 1: O INÍCIO DA ORIENTAÇÃO ESCOLAR Aula 2: ORIENTAÇÃO ESCOLAR: MAIS UM POUCO DE HISTÓRIA Aula 3: PERCURSO HISTÓRICO DA ORIENTAÇÃO ESCOLAR Tópico II: Os períodos da Orientação Educacional no Brasil Aula 1: PERÍODO IMPLEMENTADOR E PERÍODO INSTITUCIONAL Aula 2: PERÍODO TRANSFORMADOR PERÍODO DISCIPLINADOR Aula 3: O PERÍODO QUESTIONADOR Tópico III: Do Período Orientador ao presente do Orientador Educacional Aula 1: O PERÍODO ORIENTADOR Aula 2: DA HISTÓRIA AOS DIAS ATUAIS Aula 3: PRINCÍPIOS ÉTICOS NA ATUAÇÃO DO ORIENTADOR ESCOLAR Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 CONVERSA INICIAL Olá, cara aluna, caro aluno! Que alegria estudarmos juntos mais outra Unidade. É muito bom estarmos juntos para mais essa Unidade de estudos, sob o título de Serviço de Orientação Escolar e seu histórico. Inicialmente, é essencial que façamos uma volta ao passado e busquemos conhecer a história da Orientação Escolar em nosso país: as mudanças, as conquistas, as lutas e os desafios enfrentados ao longo dos anos por esse profissional. Veremos nesta Unidade que a orientação Educacional passou por seis períodos até se consolidar como a conhecemos hoje: Período Implementador, Período Institucional, Período Transformador, Período Disciplinador, Período questionador e Período orientador. No decorrer desta Unidade de estudo você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história desse profissional até chegar aos dias atuais e a forma como esse profissional é visto por estudantes, pais e demais funcionários das escolas. Mostraremos no decorrer desta Unidade que o Orientador Escolar, devido ao lugar ocupado dentro da escola e a sua proximidade com os estudantes, tem acesso a muitas informações pessoais sobre a vida desses alunos e, por isso, sua conduta deve ser sempre pautada na ética, garantindo assim, a confiança depositada a ele. Você conhece a história do profissional Orientador Escolar? Já teve acesso ao código de ética dessa profissão? Buscaremos mostrar, mais uma vez, que o Orientador Escolar é um profissional que busca mediar as relações dentro da escola, focando sempre na qualidade da educação. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 AULA 1: Início da Orientação Escolar A Orientação Escolar, função exercida geralmente por um pedagogo, como vimos na Unidade anterior, teve seu início em meados da década de 1930. Com base nas contribuições de Grinspun (2013), que realizou um estudo sobre a história do Orientação Educacional no Brasil, essa função, em nosso país, iniciou-se junto com o campo da Orientação Profissional: Em 1931, o Prof. Lourenço Filho criou o primeiro Serviço Público de Orientação Profissional no Brasil, em São Paulo. Em 1933, o Código de Educação do estado de São Paulo procurou instituir cursos vocacionais com a finalidade de fazer Orientação Profissional com os que terminavam o ensino primário e ingressavamno ensino médio. (GRINSPUN, 2013, P. 58) Em 1937, no antigo Instituto Profissional Masculino foi criado um Gabinete de Psicotécnica, destinado a orientar os alunos no 1º ano na escolha dos seus cursos profissionais secundários. Vários alunos foram, sistematicamente, examinados e orientados por um encaminhamento com caráter psicométrico. Convém ressaltar que, durante muito tempo, existiu nas escolas brasileiras, um sistema empírico de orientação. Registravam-se iniciativas isoladas, em reduzido número de escolas e outras instituições. Em 1938, segundo Grinspun (2013), o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep) criou uma subdivisão, em âmbito nacional, para implantar a Orientação Educacional. Nesta época, o conceito de Orientação Educacional era muito amplo e pouco preciso. O Serviço de Orientação Escolar, nesse período, estava sempre ligado à Orientação Pedagógica, sem assumir características próprias e específicas dentro do processo educacional. Os objetivos da Orientação Educacional nesse período se referem ao conhecimento do indivíduo, à orientação para uma profissão e à formação integral da personalidade do estudante. Os objetivos eram bem abrangentes, envolvendo atividades extracurriculares, relacionamento entre pais e mestres e até o controle disciplinar. Para Grinspun (2013), pode-se dizer que o trabalho da Orientação Educacional era pouco definido, sem que houvesse delimitação de suas atribuições. A expressão Orientação Educacional aparece oficialmente no Brasil no Decreto-lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942 (Lei Orgânica do Ensino Industrial). Esta lei foi o primeiro passo decisivo para o estabelecimento da Orientação Educacional. No mesmo ano, introduziu-se a Orientação Educacional no ensino Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 secundário (Decreto-lei nº 4.244, de 9 de abril de 1942), conforme mostra Grinspun (2013). Alguns anos depois, surge o primeiro Manual de Trabalho dos Orientadores Educacionais, que foi publicado, em 1952, procurando conceituar as várias modalidades de Orientação, as funções do Orientador e o regime técnico- administrativo dos cargos de Orientador Educacional. Não havia uma elaboração de conceitos concretos de uma Orientação Educacional mais adequada à realidade brasileira. Em 1957, o MEC iniciou um programa em que buscava promover a maior difusão da Orientação Educacional: Este verdadeiro despertar da Orientação Educacional brasileira só ocorreu quando a Diretoria do Ensino Secundário do MEC, sob a coordenação da Cades, "percebeu claramente que não existindo nem clima para as instalações dos serviços educacionais nos colégios, nem orientadores devidamente preparados, a Orientação Educacional jamais se tornaria uma realidade no Brasil e, muito menos ainda, uma realidade operante e integrada no sistema educativo" (SAALFELD, 1962, P. 10). Grinspun (2013) relata que, com o objetivo de estimular a formação dos orientadores em cursos de nível superior, foram realizados três simpósios nacionais em 1957, 1958, 1960, respectivamente, e uma série de seminários que discutiam os principais aspectos da Orientação Escolar. Nas reflexões ocorridas nesses eventos, acreditava-se que a Orientação Escolar deveria ser vista como atividade educacional fundamental: Orientação era o acompanhamento e aconselhamento, para afastar obstáculos que se opusessem ao trabalho do aluno, decorrentes de desajustamento de várias origens. (BRASIL, 1973, P. 8). Assim sendo, Grinspun (2013), acrescenta: A Orientação Educacional seria veículo para a escola tornar-se mais flexível, mais sensível às diferenças individuais. Os esforços nesta fase eram feitos no sentido de definir a orientação, de lhe traçar direções, de lhe proporcionar meios de realização, projetando-se mais para um futuro do que para um presente. O princípio da Orientação adquiria pouco a pouco amplitude e relevância. (GRISNPUN, 2013, P. 61) Como vimos nessa aula, a história da Orientação Escolar no Brasil teve seu início em meados da década de 30 e, nesse período o foco de trabalho era voltado para a orientação profissional. Ao longo dos anos, aos poucos essa profissão foi se Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 consolidando mais e reformulando seus objetivos. Na aula 2, conheceremos um pouco mais sobre a história dessa profissão! Vamos lá! PARA VOCÊ LER MAIS Entender a história da Orientação Escolar no Brasil é de grande importância para que se entenda como o profissional que exerce essa função foi ganhando espaço dentro da Educação Básica brasileira. Para aprofundar um pouco mais nessa história, sugerimos a leitura do livro “A prática dos orientadores”, de autoria de Mírian Zippin Grinspun, publicado em 2012 pela Editora Cortez. Boa leitura! AULA 2: Orientação Escolar: Mais Um Pouco de História Continuando a nossa conversa sobre a história da Orientação Escolar no Brasil, recorremos, novamente, à Grinspun (2013), quando a autora nos relata que em 12 de março de 1958 foi publicada a Portaria, nº 105, regulamentando o exercício da função de orientador educacional no ensino secundário e exigindo o seu registro. Nesse mesmo período, o Decreto nº 47038 de 16 de outubro de 1959, estabeleceu atribuições muito extensas ao orientador, dificultando e deixando o conceito de Orientação Educacional pouco preciso, prevalecendo a ideia de ser um profissional que auxilia nos problemas da escola: De modo geral, o Serviço de Orientação Educacional era tido como: responsável pelo rendimento escolar; responsável pelo estudo dirigido; diretor espiritual e guia na resolução de problemas emocionais. Os objetivos de Orientação Educacional, de modo geral, abrangem nesta época a cooperação nos estudos e escolha da profissão, incluindo-se a colaboração com pais e professores, para a melhoria dos alunos. (GRISNPUN, 2013, P. 62). Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008), a Lei 5.564, de 21/12/68, demonstra, assim como a LDB em vigor naquela época, preocupação com a formação integral do adolescente, embora traga orientações também referentes ao ensino Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 primário, como era naquela época designado, o ensino fundamental. Os autores mostram que a Orientação Educacional, pela legislação em vigor, era vista como: [...]destinada a auxiliar ao aluno, individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas(PASCOAL, HONORATO E ALBUQUERQUE, 2008, P. 03). A LDB que veio a seguir, a 5.692/71, segundo Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008), dizia, em seu artigo 10, que a Orientação Educacional seria instituída, obrigatoriamente, incluindo aconselhamento vocacional em cooperação com professores e famílias. Os mesmos autores mostram que: O campo de atuação do orientador educacional era, inicialmente, apenas e tão somente focalizar o atendimento ao aluno, aos seus "problemas", à sua família, aos seus "desajustes" escolares, etc., pouco ou quase nada voltado à autonomia do aluno e à sua contextualização como cidadão. Depois, voltou-se à prestação de serviços, mas sempre com o objetivo de ajustamento ou prevenção. (PASCOAL, HONORATO E ALBUQUERQUE, 2008, P. 05). AOrientação Educacional começa a ser questionada a partir de 1980, conforme mostram Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008). Assim, os pressupostos teóricos começam a ser repensados e rediscutidos e o Orientador Escolar começa a participar de todos os momentos da escola: Discutindo questões curriculares, como objetivos, procedimentos, critérios de avaliação, metodologias de ensino, demonstrando sua preocupação com os alunos e o processo de aprendizagem. Os cursos de reciclagem que foram oferecidos aos orientadores contribuíram para que a discussão fosse mais ampla, envolvendo as práticas, os valores que a norteavam, a realidade dos alunos, assim como o mundo do trabalho. (PASCOAL, HONORATO E ALBUQUERQUE, 2008, P. 06). Com base nisso, origina-se uma nova visão de orientação educacional. Esse profissional passou a se preocupar com outros fatores além de cuidar e ajudar os alunos com problemas: Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 [...] necessidade de nos inserirmos em uma nova abordagem de Orientação, voltada para a construção de um cidadão que esteja mais comprometido com seu tempo e sua gente. Desloca- se, significativamente, o onde chegar, neste momento da Orientação Educacional, em termos do trabalho com os alunos. Pretende-se trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo nas relações estabelecidas (GRINSPUN, 2002, p. 13). Diante disso, Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008), mostra que a década 80, foi marcado por estudos, congressos, lutas sindicais, que, articuladamente, transformaram-se em grandes conquistas para os orientadores educacionais. Vimos nessa aula que durante os anos compreendidos entre 1958 e 1980, a Orientação Educacional saiu de um conceito pouco preciso até ser instituída, obrigatoriamente. Deixou de se preocupar apenas os alunos considerados “problema” e a se preocupar com o processo de aprendizagem. Na próxima aula, vamos conhecer mais sobre a história dessa profissão, a partir dos anos 2000! PARA VOCÊ SABER MAIS Para ampliar os seus estudos sobre a história da Orientação Escolar no Brasil e as características de sua história, sugerimos a leitura do artigo intitulado “O orientador educacional no Brasil: uma discussão crítica”, publicado pela revista Poiesis, volume 3, números 3 e 4, 2006, que pode ser acessado através do link a seguir: file:///C:/Users/Ludimila/Documents/Saved%20Games/Downloads/10549- Texto%20do%20artigo-40818-1-10-20100722.pdf AULA 3: Percurso Histórico da Orientação Escolar Seguindo com os estudos sobre a história da Orientação Escolar no Brasil, Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008), afirma que por volta dos anos 2000, inicia- se um novo período para esse profissional, em que o ensino público está caminhando, mas ainda apresentando muitos problemas, dentre eles, baixos resultados de Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 aprendizagem, mostrando que a escola e seus profissionais necessitavam ser repensados. No entanto, de acordo com informações apresentadas por Bortoletto (2017), as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, Licenciatura, em Parecer aprovado em 13/12/2005, reduzem a orientação educacional à área de serviços e apoio escolar, o que significava, na visão da autora, um passo para a extinção desta função. Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008), afirmam que, incoerentemente, o artigo 5º do Parecer citado, mencionava que o egresso do curso de Pedagogia deveria estar apto para uma série de tarefas possíveis apenas a partir de um trabalho integrado com outros profissionais da educação: II compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento nas dimensões, entre outras, física, psicológica, intelectual, social; VII promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade; XIV realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre alunos e alunas e a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experiências não-escolares; sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios ambiental- ecológicos; sobre propostas curriculares e sobre organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas (PASCOAL, HONRATO E ALBUQERQUE, 2008, P. 12). Para os autores, as tarefas listadas acima são apenas algumas que podem ser realizadas pelo orientador educacional, em trabalho articulado com o gestor e o coordenador pedagógico. Para Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008), não há dúvidas de que a gestão escolar necessita de trabalho em conjunto de diferentes profissionais e suas funções. Vimos nessa aula 3, que a partir dos anos 200, outros desafios foram surgindo para esse profissional. Dentre eles, ser reduzida a área de serviços e apoio escolar. Porém, por outro lado, viu-se a amplitude de funções que podem ser exercidas por esse mesmo profissional. No próximo tópico de estudos vamos discutir sobre a divisão dos diferentes períodos históricos dessa profissão e suas características. Bons estudos! Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 PARA VOCÊ REFLETIR Neste Tópico I, da Unidade II, conhecemos um pouco da história da Orientação Escolar e as mudanças sobre o papel e a visão acerca desse profissional ao longo dos anos. Vimos que num dado momento, com as Diretrizes Curriculares para o curso de graduação em Pedagogia, em Parecer aprovado em 13/12/2005, a orientação educacional foi reduzida à área de serviços e apoio escolar. Diante disso, assim como Bortoletto (2017), sugerimos uma reflexão: Como assegurar avanços na aprendizagem sem contar com o apoio da equipe de Orientação Educacional? Tópico II: Os períodos da Orientação Educacional no Brasil AULA 1: Período Implementador e Período Institucional A evolução do conceito de Orientação Educacional no Brasil está vinculada, inicialmente, a cinco períodos marcantes, conforme nos mostra Grinspun (2013): • Período Implementador: de 1920 a 1941. • Período Institucional: de 1942 a 1960. • Período Transformador: de 1961 a 1970. • Período Disciplinador: de 1971 a 1980. • Período Questionador: a partir de 1980. Segundo Ferreira (2009), no Período Implementador, o conceito de Orientação Educacional era importado e apresentava uma concepção voltada para a questão vocacional. Tinha como objetivo principal a seleção para o treinamento profissional, utilizando como estratégia, as técnicas psicométricas. Essas técnicas eram originárias dos Estados Unidos. Nesse período, houve tentativas de adaptar essas técnicas à realidade brasileira, mas sem uma efetivação a ser considerada significativa. No que diz respeito aos resultados dos testes aplicados, eles eram devolvidos aos alunos através de perfis profissionais. Já o Período Institucional, com base nas contribuições de Ferreira (2009), caracterizou-se pelo surgimento da Orientação Educacional na legislação brasileira. Nesse período ocorreu toda a exigência legal da Orientação nas escolas com grande Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 esforço do Ministério da Educação e Cultura (MEC) para dinamizá-la e os cursos que cuidavam da formação de orientadores educacionais: A Orientação Educacional, nesse período emque é instituída por lei, no Brasil, buscava, com bases científicas, alcançar o desenvolvimento integral da adequação da personalidade do educando, visando o seu ajustamento pessoal, escolar e social. Não tendo em vista a formação da personalidade do aluno em função de princípios morais e religiosos, e nem mesmo a sua adequação ao exercício da profissão(BONFIM, 1981, P. 62). Nessa fase, segundo Ferreira (2009), o sucesso do orientador dependia, em grande parte, da sua compreensão de escola como um sistema social, a fim de determinar o tipo de ajuda que deveria oferecer e ainda como iria oferecê-la. Para a autora, nesse período, as contradições da própria sociedade não eram questionadas e as atividades da orientação eram marcadas por um cunho assistencial. Nessa primeira aula do tópico II, vimos que a história da Orientação Educacional está dividida em cinco principais períodos: Período Implementador, Período Institucional; Período Transformador; Período Disciplinador e Período Questionador. Aprofundou-se na discussão sobre os períodos Implementador e Institucional. Na próxima aula, aprofundaremos nas características dos períodos Transformador e Disciplinador. PARA VOCÊ LER MAIS Sugerimos, para ampliar seus conhecimentos sobre os períodos da Orientação Educacional, a leitura da dissertação de mestrado “Orientação Educacional no Brasil: estudo da produção literária (1940-1980)”, defendida e publicada em 1981, Por Elizabeth de Melo Araújo Bonfim, na UFRJ. É uma obra mais antiga, mas por se tratar de um resgate histórico, é extremamente relevante! A referência completa encontra-se ao final desta Unidade II. Boa leitura! . AULA 2: Período Transformador e Período Disciplinador Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 No início da década de 60, com base em Ferreira (2009), sabe-se que surgiu um movimento com o objetivo de transformar a orientação importada em uma orientação realmente necessária à realidade educacional do Brasil, assinalando assim, o surgimento de um novo período na Orientação Educacional, conhecido como Período Transformador. Nesse período, foi finalmente criada a profissão de Orientador Educacional em nosso país, através da Lei de Diretrizes e Bases de 1961. Nesse período, também se buscava delimitar um campo próprio para a Orientação Educacional, e afirmar a sua obrigatoriedade, estabelecendo critérios para a formação desse profissional, conforme nos mostra Ferreira (2009). Em 1968, a Orientação Educacional passou a ser realizada de maneira a focar na formação integral do indivíduo, preparando-o para o exercício das ações básicas na vida em sociedade. Pensou-se nesse período em um ambiente educativo e saudável, que proporcionasse a interação das várias funções e papéis das pessoas que fazem parte da comunidade escolar. Segundo Ferreira (2009), ainda nesse período, estabeleceu-se a formação do Orientador Educacional em nível de graduação, como uma das habilitações do curso de pedagogia. Na década seguinte, década de 70, inicia-se a fase chamada de Período Disciplinador. Nesse período, houve uma ênfase de adaptação às necessidades sociais e à formação profissional, focando no aconselhamento vocacional. Nesse momento, a orientação vocacional busca entender o contexto em que o estudante estava inserido, buscando a caracterização da comunidade, da escola e da clientela, além de buscar conhecer os interesses, aptidões e habilidades do aluno. Segundo Bonfim (1981), em seu resgate histórico sobre a história da Orientação Educacional no Brasil, vê-se um período em que se preocupava em oportunizar que cada aluno tivesse uma construção saudável de sua autonomia, buscando formar um cidadão crítico e objetivo. Nesse período, segundo Ferreira (2009), a Orientação Educacional a ser entendida como a responsável pelo aprimoramento das relações interpessoais e, desta forma, importante em todos os níveis de ensino. Nessa aula 2, buscamos caracterizar os períodos Transformador e Disciplinador. Na próxima aula, discutiremos sobre o Período Questionador e suas principais características! Boa aula! Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 PARA VOCÊ SABER MAIS Para você obter mais informações sobre os Períodos da Orientação Educacional e a história desse profissional, sugerimos que assista ao vídeo “Histórico sobre o Orientador Educacional”, de Roberta Guedes, disponível através do link: https://www.youtube.com/watch?v=NEcFJX_BxEw AULA 3: O Período Questionador Fonte: acervo Ipemig (2019). Segundo Ferreira (2009), a perspectiva de Orientação Educacional citada na aula anterior, foi a precursora de todo o movimento crítico a se desencadear na década de 80. Nos anos 80, começam a surgir os questionamentos dos profissionais com relação tanto à ideologia que regia a prática da Orientação Educacional, como as próprias teorias e instrumentos utilizados no dia a dia do profissional, iniciando assim o Período Questionador. De acordo com Ferreira (2009). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Esse período se configurou como um momento de parada e reflexão que retrata as inquietações pelas quais passou a Orientação Educacional na busca por um espaço próprio, específico e definido no campo educacional. Havendo nesse período uma busca intensa por uma análise crítica do papel do orientador educacional nas escolas, bem como por uma caracterização do próprio serviço de Orientação Educacional no processo educativo (FERREIRA, 2009, P. 17). Nesse momento os trabalhadores que atuavam como Orientadores Educacionais, buscaram organização através dos sindicatos e, acabaram assim, fortalecendo a relação desse profissional com os demais profissionais da educação, segundo Ferreira (2009). O papel do orientador educacional discutido, evidenciando o compromisso político e pedagógico desse profissional: A prática dos orientadores ia sendo diferenciada de acordo com as possibilidades e espaços conquistados. Dessa forma, toda a prática da Orientação ia se debruçando nesta concepção de educação como um ato político, estando intrinsecamente relacionada com as mudanças ocorridas no núcleo da sociedade. Discutia-se a questão do trabalho não pelo caminho da sondagem de aptidões individuais, mas pelas questões sociais e pelo significado do próprio trabalho (FERREIRA, 2009, P. 17). Diante disso tudo, se percebe que, no Período Questionador, os Orientadores Educacionais ganham autonomia na luta pela defesa de uma escola pública, democrática e de qualidade. Vimos nessa aula que um dos últimos períodos da Orientação Educacional, o Período Questionador é aquele em que esses profissionais começaram a organizar- se como categoria, fortalecendo assim, essa profissão. No próximo tópico de estudos vamos discutir sobre o período mais recente da Orientação Educacional, o Período Orientador, sobre os dias atuais e a importância da ética nessa profissão. Boa leitura e boas reflexões! PARA VOCÊ SABER MAIS Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Para você obter mais informações sobre as origens da Orientação Educacional e a história desse profissional, sugerimos o vídeo intitulado “Origem e Evolução Histórica da Orientação Educacional”, com Mirian Grinspun, educadora que se dedicou a escrever sobre a OrientaçãoEducacional, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=Xkl-lYg2Cvc Tópico III: Do Período Orientador ao presente do Orientador Educacional AULA 1: O Período Orientador A partir de 1990, a Orientação Educacional se volta para a construção de um estudante, que seja um cidadão comprometido com o tempo em que vive e com as pessoas que o rodeiam. O foco do trabalho passa a ser a subjetividade de cada aluno e a intersubjetividade, construídas através de muito diálogo e troca, com base no que nos evidencia Ferreira (2009). Na década de 90, vemos que “inúmeros são os fatores que nos mostram um novo momento vivido por esta área” (GRINSPUN, 2013, P.25). Houve a extinção da Federação Nacional de Orientação Educacional (FENOE), e, em uma tentativa de unificação dos trabalhadores de educação, a criação de uma entidade nacional, chamada de Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação. Grinspun (2013) nos afirma que foi precipitada a extinção de um órgão para o fortalecimento de outro, pois um não excluiria a importância do outro e sim, se complementariam. Diante disso, surge nesse momento, para muitos trabalhadores, uma grande insegurança em relação ao espaço ocupado pelo orientador educacional dentro da escola. Em relação tanto à prática, quanto ao mercado de trabalho. Segundo Grinspun (2013): A prática que virá está sendo construída, uma vez que os orientadores têm que buscar – sem o apoio específico de sua categoria em termos de órgão de classe _ a especificidade requerida no trabalho com os demais educadores (GRINSPUN, 2013, P.25). Porém, Grinspun (2013), importante autora na área da Orientação Educacional, afirma que a Orientação Escolar, não deixará de existir. Porém, acredita que a sua prática de modificar-se diante de novos contextos. Sejam eles contextos, social, político e histórico que possam surgir. Além disso, afirma ainda que, o Serviço Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 de Orientação Escolar não deixará de existir porque a educação não deixará de existir, mesmo que em formatos diferentes e ambas estão ligadas de tal forma que o próprio conceito etimológico de educação se compromete, enquanto educare, com orientação, isto é, refere-se a orientar, guiar, conduzir o indivíduo, como mostra Ferreira (2009). Em síntese, vimos nessa aula que o Período Orientador foi caracterizado como um período de atuação em que se respeita a subjetividade do estudante e tem foco no diálogo e na troca de experiências. Vamos, na próxima aula, conversar sobre como está, nos dias atuais, o contexto de atuação desse profissional! PARA VOCÊ LER MAIS Ainda sobre o que diz respeito aos diferentes períodos da Orientação Educacional, para ampliar as reflexões, sugerimos a leitura do artigo “O orientador Educacional e sua relevância para o trabalho educativo”, de autoria de Tatiane Andrade, disponível no link abaixo: https://www.webartigos.com/artigos/o-orientador-educacional-e-sua-relevancia- no-trabalho-educativo/25438/ AULA 2: Da História Aos Dias Atuais Após a apresentação dos seis períodos da Orientação Educacional no Brasil, vamos conversar nesta aula sobre como está atualmente a visão sobre esse profissional e a sua atuação. Segundo Ferreira (2009), atualmente, na Orientação Educacional, se vive uma fase que pode ser considerada crítica, em que se procura ajudar o aluno como um todo, considerando seus conflitos e o significado dos mesmos junto ao momento histórico atual. Assim, o Orientador Escolar busca estar ao lado do aluno, tentando fazer com que ele se perceba como agente de sua própria história de vida. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Após a leitura de Grinspun (2013), pode se perceber que a orientação educacional, hoje, é caracterizada por um trabalho muito mais abrangente no sentido de sua dimensão pedagógica. Percebe-se que a atuação desse profissional possui caráter mediador junto aos demais educadores, atuando com todos os protagonistas da escola no resgate de uma ação mais efetiva e de qualidade. Grinspun (2013) mostra que a concepção de orientação educacional deve, hoje, estar comprometida com: a construção do conhecimento através de uma visão da relação sujeito- objeto; a realidade concreta da vida dos alunos, vendo-os como atores de sua própria história; a responsabilidade do processo educacional na formação da cidadania, valorizando as questões do saber pensar, saber criar, saber agir e saber falar; a atividade realizada na prática social, levando-se em consideração que dessa prática provém o conhecimento e que ele se dá como um empreendimento coletivo; a diversidade da educação, questionando valores pessoais e sociais, submersos nos atos da escolha e da decisão do indivíduo; a construção da rede de subjetividade que é tecida em diferentes momentos na escola e por ela; o planejamento e a efetivação do projeto político-pedagógico da escola, em termos de sua finalidade, considerando os princípios que os sustentam, portanto, a filosofia da educação que os fundamenta, e as demais áreas que os articulam. Atualmente sabemos que o papel do orientador é amplo e transcende os limites da escola. Segundo Grinspun (2013): a autora “o papel da Orientação Educacional no contexto atual, deslocou-se dos alunos-problemas para todos os problemas dos alunos/ da escola e refletindo, analisando, interferindo sobre esses problemas em tempos de globalização e da pós-modernidade. Devemos trabalhar, com o aluno, na possibilidade de sua totalidade, desenvolvendo o sentido da singularidade, da autonomia, da dimensão da solidariedade, no verdadeiro significado do humano” (GRINSPUN, 2013, p. 73). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Nesse sentido, segundo Oliveira (2013), é possível concluir que o Orientador Escolar deve ajudar o estudante em seu desenvolvimento pleno, coletivo e não individualizado, procurando prepará-lo para a vida. Diante de tudo exposto, pode-se concluir, nesta aula 2, que, atualmente, o Orientador Educacional, possui ampla atuação e conhece a realidade de vida da maior parte de seus alunos! Diante dessa proximidade com os estudantes, é importante conhecer e refletir sobre o Código de Ética dessa profissão. Vamos estudá-lo! PARA VOCÊ REFLETIR Ao longo dos anos e dos diferentes períodos da Orientação Educacional, o profissional que atua nessa área teve o seu foco de trabalho modificado e também a maneira como é visto dentro das instituições escolares. Hoje, como se viu, a atuação desse profissional possui caráter mediador junto aos demais educadores, focando em melhorar a qualidade da educação através de suas ações. Diante disso, caro(a) aluno(a), pense e reflita: hoje, dentro das escolas, há clareza sobre o papel desse profissional? AULA 3: Princípios Éticos na Atuação do Orientador Escolar A presença do Orientador Educacional, segundo Jesus (2012), dentro da escola, gera um ambiente saudável, propício para que o educando se sinta livre para compartilhar suas experiências, que muitas das vezes são pessoais. Por isso, para a autora, o Orientador Educacional precisa agir com muita ética, pois tem acesso a informações pessoais dos estudantes: Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Deste modo, é recomendável ao
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