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APS - Análise do poema de Alberto Caeiro

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UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E
COMUNICAÇÃO 
Lorhara Cardoso B. Da S. Domingues (N348054) 
Willians Barbosa S Junior (D76DJE0)
Roseli De Mattos Pinto (C697877)
Bruno Alves Cardoso (D68DFB3)
Literatura Portuguesa: Poesia
Santos 
2019
UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E 
COMUNICAÇÃO
Lorhara Cardoso B. Da S. Domingues (N348054) 
Willians Barbosa S Junior (D76DJE0)
Roseli De Mattos Pinto (C697877)
Bruno Alves Cardoso (D68DFB3)
Literatura Portuguesa: Poesia
Trabalho apresentado para exigência na disciplina Literatura da Poesia Portuguesa, ministrada no curso de Letras, pela Profª. Ms. Cláudia Menezes da Cruz.
Santos 
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................05
1. Dados Biográficos e Dados Gerais Do Guardador de Rebanhos..........................06
1.1 Síntese do estilo de Alberto Caeiro e Fernando Pessoa.............................................06
1.2 Principais Temáticas Desenvolvidas Na Obra Do Guardador De Rebanhos............08
1.3 Análise do Estilo e da Linguagem de Alberto Caeiro...............................................08
Conclusões Finais...........................................................................................................13
Referências......................................................................................................................14
"Sou um guardador de rebanhos, O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações." 
 Alberto Caeiro
1.1 Dados Gerais Da Obra
A obra "O Guardador de Rebanhos" é reunida em um conjunto de poemas publicados em duas revistas. Segundo o próprio Fernando pessoa, estes poemas teriam sido escritos em uma única noite, no dia 8 de março de 1914, e ele atribuiu sua criação à uma noite de insônia de Alberto Caeiro – um de seus mais importantes heterônimos. Estes poemas vieram a ser publicados apenas em 1925, nas edições 4 e 5 da revista Athena, diferente do oitavo poema, que veio às páginas da revista Presença em 1931. Vale ressaltar que foram publicados em duas fases diferentes do Modernismo: o final da Geração Orpheu, na que os poemas eram publicados na revista Orpheu, tendo como principais autores Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, entre outros; e o começo da Geração Presença, tendo poemas publicados na mesma revista, na qual os principais autores eram: Ferreira de Castro e Soeiro Pereira Gomes.
 Em uma análise geral da obra pode-se entender que os poemas presentes possuem comparações metafóricas diversas, sendo possível associar tal tese no fato de que o autor procura dedicar grande atenção à natureza e à pureza das coisas, utilizando metáforas em diferentes situações, explorando a naturalidade e espontaneidade nos poemas. Para que seja possível compreender os assuntos de Alberto Caeiro, é necessário que se entenda a definição de heterônimos. Eles ultrapassam a barreira da simples criação de um nome fictício para manter intacta a própria identidade – o que se conhece por pseudônimo – pois também é criada toda uma biografia e identidade distintas umas das outras, transformando seu criador numa pessoa totalmente diferente do próprio autor. A prova da definição anterior é a forma como Fernando Pessoa define Alberto Caeiro: um homem do interior, bastante simples, diferente do próprio Fernando, apesar de haver semelhanças entre ambos.
1.1 Síntese do Estilo do Autor, Alberto Caeiro
Fernando Pessoa cria-o como seu próprio mestre, talvez por suas crises existenciais, questões metafísicas e coisas da modernidade que o atormentava. Então surge seu mestre Caeiro, que crê no belo, na natureza, no simples e no natural, amante das estrelas, dorme e deita sem se preocupar com as coisas e desfruta da vida à sua maneira á cada minuto e em seu próprio tempo.
O Mundo não se fez para pensarmos nele 
(Pensar é estar doente dos olhos) 
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... 
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... 
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, 
Mas porque a amo, e amo-a por isso, 
Porque quem ama nunca sabe o que ama 
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ... 
Amar é a eterna inocência, 
E a única inocência não pensar...
(2006, P.I) O Guardador de Rebanhos. 
Caeiro é diferente dos outros poetas. Por não pensar nas coisas, ele não tenta encontrar nelas nada de oculto, não tenta encontrar sentimentos humanos escondidos na natureza. "Verifiquei que as árvores, os rios, as pedras são cousas que verdadeiramente existem(...) eu canto a Natureza subordinando-me a ela, porque nada me indica que eu sou superior a ela." (PESSOA, 188-1935, p. 201-202) Em seu poema “Quando vier à primavera”, é possível perceber uma tranquilidade em lidar com o tema da morte vejamos: 
“Quando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme . Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, porque tudo é real e tudo está certo. Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é (PESSOA, 1888-1935, p. 111).
Segundo a cronologia mais divulgada, Alberto Caeiro nasceu em 16 de abril de 1889, em Lisboa, Portugal. Órfão de pai e mãe, não exerceu qualquer profissão e estudou apenas até a 4º classe. Viveu grande parte da sua vida pobre e frágil no Ribatejo, com sua tia-avó idosa, e aí escreveu "O Guardador de Rebanhos" e em seguida "O Pastor Amoroso". Voltou no final da sua curta vida para Lisboa, onde escreveu "Os Poemas inconjuntos", antes de morrer de tuberculose em 1915, quando contava apenas vinte e seis anos. Foi descrito da seguinte maneira por Álvaro de Campos (Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1980. - 267):
"Vejo-o diante de mim, vê-lo-ei talvez eternamente como primeiro o vi. Primeiro, os olhos azuis de criança que não têm medo; depois, os malares já um pouco salientes, a cor um pouco pálida, e o estranho ar grego, que vinha de dentro e era uma calma, e não de fora, porque não era expressão nem feições. O cabelo, quase abundante, era louro, mas, se faltava luz, acastanhava-se. A estatura era média, tendendo para mais alta, mas curvada, sem ombros altos. O gesto era branco, o sorriso era como era, a voz era igual, lançada num tom de quem não procura senão dizer o que estas a dizer- nem alta, nem baixa, clara, livre de intenções, de hesitações, de timidezes. O olhar azul não sabia deixar de fitar. Se a nossa observação estranhava qualquer coisa, encontrava-a: a testa, sem ser alta, era poderosamente branca. Repito: era pela sua brancura, que parecia maior que a da cara pálida, que tinha majestade. As mãos um pouco delgadas, mas não muito; a palma era larga. A expressão da boca, a última coisa em que se reparava — como se falar fosse, para este homem, menos que existir — era a de um sorriso como o que se atribui em verso às coisas inanimadas belas, só porque nos agradam — flores, campos largos, águas com sol — um sorriso de existir, e não de nos falares." Textos de Crítica e de Intervenção. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1980.  - 267
	
 "O Guardador de Rebanhos" marca o surgimento de AlbertoCaeiro. A criação de autores é um traço marcante na poesia de Fernando Pessoa, tanto que ele teve a preocupação de deixar registradas as biografias de seus heterônimos. Sua coerência interna nas variações de linguagem e de estilo deve-se ao fato de que todas essas “vozes poéticas” surgiram do mesmo “criador de criadores”, que é Fernando Pessoa, o qual dá indícios de que visava ao criar e estabelece algumas conexões em sua obra cheias de “labirísmo”. Porém, sendo criado por apenas um escritor com uma grande habilidade incomparável, tal sistema pode ser gerado de modo muito bem estruturado. Segundo o próprio Pessoa, “a faculdade criativa do caráter (do poeta) é construída pela imaginação e pela introspecção; o poeta é egocentrista, constrói outras pessoas a partir de si próprio” (LOPES, 1990b, p. 239) Se a situação fosse diferente, por exemplo, outros escritores, ou se quatro ou cinco mentes diferentes, conversassem sobre a ideia da criação desse sistema heteronímico, ele não seria tão bem formulado quanto sendo pensado por apenas um poeta. Talvez por esse conflito interior essa parte do poema só tenha sido publicada posteriormente. Embora tenha linguagem simples, sem recorrer a metáforas ou a outras figuras de linguagem, o que facilita a sua leitura, não se trata de um poema fácil. O eu lírico afirma, nega e questiona o sentido da vida e do mundo. Parece ter as respostas, mas na verdade não as tem, e, de certa forma, obriga o leitor/interlocutor a descobri-las. O seu mundo simples torna-se muito rico para o leitor, pois leva a uma série de interpretações. Permite assim que o leitor exercite sua própria leitura. Dentro de sua simplicidade e da aparente negação do pensar, o eu lírico de "O Guardador de Rebanhos", na verdade, convida o leitor à reflexão sobre o mundo que o cerca. Mas o faz à maneira do século XX: sem rigores formais e privilegiando o livre pensamento.
		
1.2 Principais Temáticas Desenvolvidas Na Obra Do Guardador De Rebanhos
 Mestre dos outros heterônimos e do próprio Fernando Pessoa Ortônimo, porque, ao contrário destes, consegue submeter o pensar ao sentir.
 Poeta do real objetivo, pois aceita a realidade e o mundo exterior como são com alegria ingênua e contemplação
 Poeta da Natureza, porque anda pela mão das Estações
 Temporalidade estática, vive no presente, não quer saber do passado ou do futuro
Antimetafísico, pois deseja abolir a consciência dos seus próprios 
Crença de que as coisas não têm significação: têm existência, a sua existência é o seu próprio significado.
1.3 Analise Do Estilo E Da Linguagem De Alberto Caeiro
Alberto Caeiro é considerado o heterônimo mais objetivo e imediatista das sensações. Tem a pretensão de eliminar a subjetividade, linguagem simples, direta e natural. Seu discurso é marcado pela relação que faz entre a natureza e o ser. O Guardador de Rebanhos, que foi escrito em 8 de março de 1914, busca mostrar as relações e como elas se justificam.
 Caeiro vê a vida como um dia de campo, ambiência, assim que se recorda. Nesse local, se sente como um pastor que tem como rebanho não as ovelhas, mas sim seus próprios pensamentos. O interesse desse pastor de rebanhos é dominar esses pensamentos, e não se deixar ser perturbado por eles, pois tem a certeza que tudo na vida é natural e, que faz parte da essência da natureza. Caeiro valoriza a felicidade e condiciona aos ritmos do mundo natural as alternâncias com os dias de Sol e chuva, metáforas são usadas pra marcar a felicidade e a tristeza, que não se configuram como natural. Caeiro consegue atingir a paz e a felicidade ao recusar o pensamento “estar doente dos olhos” segundo ele quando se pensa no mundo fica incerto e se seriamos todos felizes. É criador e vive das sensações e sente sem pensar, porque lhe basta aquilo que “vê” e “sente” em cada momento. Caeiro tem uma postura bastante objetiva do mundo, tendo como alegria ingénua e contemplação, sem fazer reflexão sobre tal. A verdade absoluta para o poeta é a existência das coisas principalmente da Natureza e, para ele existia uma divindade no mundo; vive o presente sem questionar o futuro ou pensar no passado vivendo assim de maneira calma e natural. Submete-se às leis naturais e não pensa sobre os acontecimentos naturais, nem os nega, afirmando significados ocultos na Natureza.
Os recursos estilísticos como Metáfora tem em: O pastor que guarda o seu rebanho, que escreve os versos num “papel” enquanto olha seu rebanho. Os versos que ele escreve no “papel” é assemelhado aos seus pensamentos e as ovelhas suas ideias. E está aqui presente um quiasmo, ou seja, um cruzamento simétrico de rebanho – pensamento, pensamento – rebanho; Paradoxo se faz presente descrevendo as sensações, e as necessidades do pensar Porém, Caeiro afirma que não pensa, pois assim não atinge a felicidade; A hipálage aparece nos versos, que caso ele não pensasse e associasse os elementos naturais e sensações humanas, não haveria tristeza, seriam apenas “alegres e contentes”, o sujeito poético é o único “alegre e contente” ao não pensar.
Eu nunca guardei rebanhos,
 mas é como se os guardasse. 
Minha alma é como um pastor,
 conhece o vento e o sol
 e anda pela mão das Estações
 a seguir e a olhar.
Toda a paz vem da Natureza sem gente
 vem sentar-se a meu lado.
 O Guardador de Rebanhos. (2006, P.I)
Os rebanhos podem ser ditos como seus poemas que vem de forma natural e espontânea, sem a necessidade de pensar neles para os ter, ele não os guarda, porém os tem, o que pode se assemelhar ao que foi mencionado no Poema IX, em que diz: “Sou um guardador de rebanhos./ O rebanho é os meus pensamentos/ E os meus pensamentos são todos sensações.” (2006, p.14). O Guardador de Rebanhos. Por ele dizer que não pensa e sim sente, seus sentidos vêm de ideias, pois seus pensamentos são sensações que ele obtém vivenciando com a natureza, onde colhe suas inspirações e ideias. Caeiro diz através de metáforas que muitas vezes não compreende seus próprios poemas que passa para o papel, como um pastor que olha para seu rebanho e apenas sorri como se estivesse entendendo, querendo dizer que muitas vezes, ele escreve por espontânea vontade seus pensamentos que surgiu no momento, mesmo sem saber o que significa, mas que de alguma forma, transmitiu-o alguma sensação.
É entendido por Alberto que pensar, significa aceitar algo, como fala sobre "Deus”, pois 
que diz não acreditar, porém, se ele fosse as árvores, as flores e os montes, então ele acreditaria, por assemelha-lo as coisas a seu redor, pois conseguiria de uma forma de "pensar", vê-lo e ouvi-lo, andando com ele a todo momento. Ele menciona a respeito sobre metafísica, sendo o conhecimento da essência das coisas, porém a questiona sobre o que está ao seu redor, se as árvores, flores e montes sabem de alguma maneira sua própria existência e de seu valor, que pode ser associado de seus poemas criados, se eles tem algum propósito de transmitir algum sentimento a quem lê. Caeiro comenta de um menino que mora consigo e com quem sempre está, que diz que seria o próprio menino Jesus, por ter tanta inocência e ingenuidade ao ver as coisas, e diz que com ele, aprendeu com um único olhar, ter diversas sensações. Alberto, é sempre poeta ao lado do menino, por não pensar sobre tudo a que ele aponta, mas sim, por apreciar a subjetividade da existência. O senhor diz que sempre que depois de uma longa conversa que tem com o menino, ele cai no sono e o leva para casa, que dorme em sua alma, podendo significar que o próprio garoto seja sua criatividade e inocência ao ver o valor do mundo apreciando as coisas simples. 
O vento é visto como aquilo que já passou, que já aconteceu, e ele dialoga: "Que te diz o vento que passa?", ele diz muitas coisas, como de memórias, saudades e de coisas que nunca foram, mas que são mentiras, pois o vento só fala do vento, por ser o passado, e a quem vive no passado, não vive por não apreciar o seu presente. As afirmações vêm da necessidade em ser feliz, porém, afirma que se deve ter tristeza de vez em quandopara ser natural. Dias ensolarados, bem como dias chuvosos, são vistos positivamente, para a apreciação do que se já tem. A tristeza e a felicidade trabalham em harmonia com a calmaria da alma, dando a tranquilidade ao cair da noite. Alberto, muito menos atribui ou coloca significado as coisas, como uma flor ou maçã, que diz ele que apenas tem cor, forma e existência e acha engraçado a quem coloca significado como se houvesse uma filosofia por trás, contudo, se contradiz por ele mesmo dizer sobre elas, pois mesmo que ele apenas as categorize de um jeito tão simples, existe de certa forma, uma beleza em cada uma. 
Por sem um homem simples acredita que desejar mais do que já se tem, acaba perdendo o que já possui, que é a alma, o céu e a terra, que para ele já basta, pois quando deseja mais do que isso, acaba sendo infeliz por perder o que é essencial para nós, e que nos é dado de forma tão natural, e para ele o objetivo da vida é existir claramente e sem mistérios, assemelhando-se a uma flor, que cumpre seus objetivos sem precisar pensar, mas, que as faz muito bem. Em sua fala, afirma que a natureza não existe, que tantos a categorizam como um todo ou conjunto, mas que para ele, na verdade é em partes, tornando-a como única as sensações e sentidos. Afirma que apenas ele achou o que tantos procuram, fazendo a combinação das formas objetivas e subjetivas na maneira do pensar e entender. Alberto, questiona para quem vai as flores e as árvores colhidas, e quem os lerá, se referindo aos seus poemas que estão semeados com suas palavras, que ele de certa forma, passou e deixou seu caminho, proferindo bonitas palavras sobre a natureza ao seu redor, como o universo e um Deus agradecendo a sua inspiração.
Considerações Finais
Toda obra (O guardador de rebanhos) fala por si com a voz que lhe é própria, e naquela linguagem em que se forma na mente; quem não entende não pode entender, e não há o que explicar. É como tentar fazer alguém compreender um idioma que ele não fala. Ignorante da vida e quase ignorante das letras, quase sem convívio nem cultura, fez Caeiro a sua obra por um progresso imperceptível e profundo, como aquele que dirige, através das consciências inconscientes dos homens, o desenvolvimento lógico das civilizações. Foi um progresso de sensações, ou, antes, de maneiras de tê-las, e uma evolução íntima de pensamentos derivados a sensações progressivas. Por uma intuição sobre humana, como aquelas que fundam religiões para sempre, porém a que não assenta o título de religiosa, repugna toda a religião e toda a metafísica, este homem descobriu o mundo sem pensar nele, e criou um conceito do universo que não contém meras interpretações. Sendo assim, podemos dissolver nossa teoria e conceito sobre tal personagem, Alberto Caeiro. Sua obra nos faz ver elementos da vida a partir de uma maneira, que é desaprendendo. Isso se aplica a diversos temas, desde os problemas do mundo até ao tema da morte. Ele demonstrou nos poemas, na sua vida que existem coisas que só deixam de nos angustiar quando se ganha consciência que elas fazem parte da nossa ambígua existência e da existência do mundo. Fizemos a leitura com os “óculos” que nos oferece e percebemos que os elementos que nos levam ao confronto do ser com o não-ser, que despertam a angústia em nós, são existenciais, questões que fazem parte da nossa vida. Alberto Caeiro percebendo ou não, se auto afirma diante tudo. Vivendo sua vida de forma tranquila e sem preocupação, pois a preocupação já não seria um sinal de angústia? Isso Caeiro não apresenta em momento algum. O poeta nos ensina que existem coisas das quais não há como fugir e nem buscar se elas têm algum significado oculto. Na temática da morte, o poema nos ensina que não devemos temê-la, mas vencermos. Não vencermos a morte, porque dela ninguém escapa, mas devemos subjugar a angústia que toma conta de nós e que diante da morte ou da ideia sobre ela, o que importa é quem você é e que você tenha plena consciência disso.
REFERENCIAS
Educação - Literatura - O Guardador de Rebanhos. - Disponível em:
http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/o-guardador-de-rebanhos.html - Acessado em: 2 de maio de 2019.
Guia do Estudante - Análise: Poemas Completos de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. - Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/analise-poemas-completos-de-alberto-caeiro-heteronimo-de-fernando-pessoa/ - Acessado em: 2 de maio de 2019.
NotaPositiva - Trabalhos De Estudantes - Trabalhos De Português - 12º Ano Disponível em: https://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/portugues/12_alberto_caeiro_d.htm - Acessado em: 20 de maio de 2019.
O Guardador De Rebanhos-Alberto Caeiro (Heterônimo de Fernando Pessoa)-Disponível em: http://aevdigital.pt/download/15/O%20GUARDADOR%20DE%20RE
BANHOS%20-%20Fernando%20Pessoa.pdf - Acessado em: 2 de maio de 2019.
Passei Web - O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro - Disponível	em: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_guardador_de_rebanhos - Acessado em: 4 de maio de 2019.
TodaMatéria - Literatura - Literatura Portuguesa - 	Disponível	em:
https://www.todamateria.com.br/origens-da-literatura-portuguesa/ - Acessado em: 07 de maio de 2019.
Web Artigos - A Metáfora Presente Em O Guardador De Rebanhos De Fernando Pessoa¹.- Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/a-metafora-presente-em-o-guardador-de-rebanhos-de-fernando-pessoa/96451 - Acessado em: 4 de maio de 2019.

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