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Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
CURSO DE lincenciatura em pedagogia
Sistema de Ensino Presencial Conectado
maria rosiane wanzeler gaia
Materiais didaticos alternativos e a interdisciplinaridade: Uma proposta para a escola ribeirinha E.M.E.F. professor Fulgêncio wanzeler CAMETÁ-PA
Cametá-Pa
2018
Materiais didaticos alternativos e a interdisciplinaridade: Uma proposta para a escola ribeirinha E.M.E.F. professor Fulgêncio wanzeler CAMETÁ-PA
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Graduação do curso de pedagogia.
Professor Orientador: Prof.ª Natália Gomes dos Santos
Tutor Orientador: Patrícia Luciana Pereira Sanches
Tutor de sala: Arodinei Gaia de Sousa
Cametá-Pa
2018
GAIA, Maria Rosiane Wanzeler. Materiais didáticos alternativos e a interdisciplinaridade: Uma proposta para a Escola Ribeirinha E.M.E.F. Professor Fulgêncio Wanzeler Cametá-Pa. 2018. P. 24. Projeto de ensino (graduação em Licenciatura em Pedagogia) – centro de ciências exatas e tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Cametá-Pa, 2018.
RESUMO
Para o desenvolvimento do projeto de ensino, escolhemos como temática Materiais didáticos alternativos e a interdisciplinaridade: Uma Proposta para a Escola Ribeirinha E.M.E.F. Professor Fulgêncio Wanzeler Cametá- Pará. Tendo como linha de pesquisa a docência, mas especificamente os anos iniciais do ensino fundamental (5º ano). A falta de materiais didáticos adequados constitui um problema atual nas escolas brasileiras, porém nossa proposta de trabalho pautou-se numa estratégia metodológica que procura amenizar esta falta. Assim, levar para a escola materiais do cotidiano do aluno, sendo uma escola Ribeirinha vamos trabalhar com matapi, paneiro, tarrafa entre outros, que podem ser utilizados no processo de ensino aprendizagem contribuindo assim para o melhoramento do ensino. Então, visando o cenário de carência de materiais da escola, por que não utilizar os materiais que existem no cotidiano do aluno, como materiais pedagógicos no processo de ensino aprendizagem e assim transformar esses materiais do cotidiano do aluno em ferramentas pedagógicas? Temos como objetivo mostrar o uso de materiais alternativos como suporte pedagógico na escola Ribeirinha Profº Fulgêncio Wanzeler, levando para a escola materiais do cotidiano do aluno que podem ser utilizados no processo de ensino aprendizagem e assim valorizar os saberes tradicionais dos pescadores artesanais. Será trabalhado com conteúdo de matemática, história, arte e ciência, apresentando aos alunos formas geométricas como ângulos, cilindros, cones, preservar o meio ambiente e outros presentes em materiais de pesca e artesanatos regionais ribeirinhos. Será trabalhado com materiais regionais presente na localidade para a confecção desses instrumentos. Termos como base teórica Feitosa, Caldart, Fazenda, Zabala, Libâneo. Vamos está avaliando de forma continua. A utilização de materiais didáticos alternativos em sala de aula é um dos parâmetros de suma importância que devem ser utilizados pelos professores em suas práticas pedagógicas, pois ajuda os alunos a entenderem melhor o conteúdo, além de despertar o interesse do mesmo de forma que o lúdico venha proporcionar aprendizado e diversão para os alunos.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade, Escola Ribeirinha, Materiais alternativos
SUMÁRIO
1 Introdução........................................................................................................5
2 Revisão Bibliográfica ......................................................................................7
3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino...................................17
3.1 Tema e linha de pesquisa..........................................................................17
3.2 Justificativa.................................................................................................17
3.3 Problematização.........................................................................................18
3.4 Objetivos.....................................................................................................18
3.5 Conteúdos...................................................................................................19
3.6 Processo de desenvolvimento....................................................................19
3.7 Tempo para a realização do projeto...........................................................20
3.8 Recursos humanos e materiais..................................................................21
3.9 Avaliação....................................................................................................21
4 Considerações Finais....................................................................................22
5 Referências...................................................................................................23
INTRODUÇÃO
Para o desenvolvimento do projeto de ensino, escolhemos como temática Materiais didáticos alternativos e a interdisciplinaridade: Uma Proposta para a Escola Ribeirinha E.M.E.F. Professor Fulgêncio Wanzeler e está localizada na Ilha de Pacuí de Cima, no interior do Município de Cametá -Estado do Pará. Tendo como linha de pesquisa a docência, mas especificamente os anos iniciais do ensino fundamental (5º ano).
A falta de materiais didáticos adequados constitui um problema atual nas escolas brasileiras, porém o presente trabalho tem como proposta pautar-se numa estratégia metodológica que procure amenizar esta carência. Assim, levar para a escola materiais do cotidiano do aluno, sendo uma escola Ribeirinha vamos trabalhar com matapi, paneiro, tarrafa entre outros, que podem ser utilizados no processo de ensino aprendizagem irá contribuir para o melhoramento do ensino.
Um ponto importante do trabalho é a possibilidade de interação entre professor/a-conteúdo-aluno, propiciando a estes atividades relevantes e motivadoras que apresentem situações-problemas que contribuam para a construção de competências e habilidades cognitivas para o entendimento do conteúdo das disciplinas e assim possibilitar o aluno a conhecer sua cultura e ao mesmo tempo relacionando esta com o saber científico. 
Então, visando o cenário de carência de materiais da escola, por que não utilizar os materiais que existem no cotidiano do aluno, como materiais pedagógicos no processo de ensino aprendizagem e assim transformar esses materiais do cotidiano do aluno em ferramentas pedagógicas?
Com isso temos como objetivo: Mostrar o uso de materiais alternativos como suporte pedagógico na escola Ribeirinha Profº Fulgêncio Wanzeler; Levar para a escola materiais do cotidiano do aluno que podem ser utilizados no processo de ensino aprendizagem; Apresentar aos alunos formas geométricas como ângulos, cilindros, cones e outros presentes em materiais de pesca e artesanatos regionais ribeirinhos; Valorizar os saberes tradicionais dos pescadores artesanais. 
Os procedimentos para o desenvolvimento ocorreram seguindo as seguintes etapas: 1ª etapa: Apresentação do projeto para a comunidade escolar; 2ª etapa: Pesquisa bibliográfica e entrevistas junto com os alunos com os moradores; 3ª etapa: confecção dos materiais; 4ª etapa: Relacionar os materiais confeccionados com as disciplinas estudadas nos anos iniciais do ensino fundamental; 5ª etapa: avalição; 6ª etapa: Culminância ou Mostra Cultural acerca dos trabalhos disciplinares feitos pelos alunos.
Será trabalhado com as disciplinas de matemática, arte, ciência e história, fazendo uma interdisciplinaridade, envolvendo o conteúdo dessas disciplinas com os materiais que serão confeccionados e retirados do cotidiano do aluno, por exemplo o matapi é uma armadilha para capturar camarões, que já vem sendo usada pela população, confeccionadaa partir de uma palmeira, jupati –(Raphia vinifer). O matapi pet é a mesma armadilha confeccionada com garrafas pet, que atende aos princípios da Agroecologia, devido a retirada da natureza das garrafas PET, sem estressar os peixes. E também se usa as formas geométricas e conhecimentos matemáticos para construção desse instrumento. Serão necessários recursos como: talas de jupati, garrafas pets, barbante, fibra de náilon, talas de tibuí, urumam, buriti, jacitara entre outros materiais e conversa com os moradores da localidade. Segundo ROSA
A educação para os povos do campo ao vincular-se a realidade dos educandos inseridos nessa comunidade contribui para uma melhora significativa do ensino e com isso melhora o desenvolvimento no e do campo de uma forma geral. Pois, a educação acontece não só dentro da escola, mas como também na família e na comunidade. (2011, p. 10)
Vamos está trabalhando a avaliação de forma continua. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) contemplam avaliação como sendo um elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino, um conjunto de ações para a orientação e intervenção docente, buscando informações sobre o conhecimento adquirido pelo aluno, que oportuniza ao professor um auto avaliação de sua prática docente, um instrumento essencial ao professor, aluno, escola, que deve estar presente em todo o processo educativo de forma contínua.
Revisão Bibliográfica
A utilização de materiais didáticos alternativos em sala de aula é um dos parâmetros de suma importância que devem ser utilizados pelos professores em suas práticas pedagógicas, pois ajuda os alunos a entenderem melhor o conteúdo, além de despertar o interesse do mesmo de forma que o lúdico venha proporcionar aprendizado e diversão para os alunos.
É uma realidade nas escolas que muitos docentes ainda não adquiriram o habito de usar esses materiais didáticos em sala de aula, como destaca Feitosa:
Os materiais didáticos enquanto recursos metodológicos não são comumente utilizados pelos professores, embora saibam da importância destes materiais no que tange a própria didática a ser adotada, pois, o uso dos materiais didáticos, muitas vezes dita de que forma acontecerá à atividade proposta pelo professor. (2017, p. 3)
Mas na realidade, nas escolas do campo os recursos didáticos não são disponibilizados aos docentes para a utilização em sala de aula, ou quando tem é insuficiente. Com isso, o professor acaba se limitando aos métodos tradicionais utilizando apenas o básico que é o livro didático como recurso metodológico. Policarpo, observa que:
 [...] infelizmente é comum ainda vermos professores que recorrem somente ao livro didático, em vez de utilizarem também outro recurso impresso para desenvolver seus conteúdos. Vale destacar que tais materiais também têm os seus méritos, mas, apresentam limitações, principalmente perante as novas exigências sociais e educacionais da contemporaneidade. O que se percebe é que na maioria das vezes, estes recursos não exigem criatividade por parte do professor, haja vista que, muitas vezes silenciam o aluno esvaziando sua capacidade de reflexão, ao exigirem do mesmo apenas a repetição e a mera memorização. (2008, p.13-14)
Mas segundo Caldart:
[...]trazer para dentro da escola as matrizes pedagógicas ligadas ás práticas sociais; combinar estudo com trabalho, com cultura, com organização coletiva, com postura de transformar o mundo..., prestando atenção as tarefas de formação especificas do tempo e do espaço escolar; pensar a escola desde o seu lugar e os seus sujeitos, dialogando sempre com a realidade mais ampla e com as grandes questões da educação, da humanidade. (CALDART, 2002, p.07)
Ainda segundo o Art. 7º das Diretrizes Complementares da Educação Básica do Campo (Resolução CNE/CEB nº 02/2008),
A Educação do Campo deverá oferecer sempre o indispensável apoio pedagógico aos alunos, incluindo condições infra-estruturais adequadas, bem como materiais e livros didáticos, equipamentos, laboratórios, biblioteca e áreas de lazer e desporto, em conformidade com a realidade local e as diversidades dos povos do campo, com atendimento ao art. 5º das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas escolas do campo. 
A Educação do Campo tem como base na formação dos indivíduos, a manutenção de suas próprias culturas locais, onde estas não são deixadas de lado, e se entende como prática das relações humanas com a natureza, com o outro e consigo mesmo. Estes aspectos culturais são o que fazem a escola ter sentido na formação dos educandos. Também trabalhar a interdisciplinaridade das matérias onde os educadores de várias disciplinas se reúnem e elaboram um plano de aula que se possa trabalhar em várias disciplinas ao mesmo tempo, facilitando a compreensão dos elementos trabalhados. Segundo ROSA
A educação para os povos do campo ao vincular-se a realidade dos educandos inseridos nessa comunidade contribui para uma melhora significativa do ensino e com isso melhora o desenvolvimento no e do campo de uma forma geral. Pois, a educação acontece não só dentro da escola, mas como também na família e na comunidade. (2011, p. 10)
Mas para isso, começamos a dialogar com os teóricos sobre a importância da interdisciplinaridade na escola. Segundo Fazenda (2008), “a interdisciplinaridade caracteriza-se por ser uma atitude de busca, de inclusão, de acordo e de sintonia diante do conhecimento”. Logo, torna-se explícito a ocorrência de uma globalização do conhecimento, onde, há o fim dos limites entre as disciplinas. Para Fazenda (2003, p.38), a interdisciplinaridade se fundamenta pelo sentido de ser, de pertencer e de fazer. “A ação do educador será a de decifrar com o educando as coisas do mundo das quais ambos são participantes”. 
A interdisciplinaridade desenvolve capacidades extremamente valiosas nos alunos, como a curiosidade, o interesse pelo aprendizado e a habilidade de trabalhar em grupo. Isso desemboca, concomitantemente, em resultados significativos no desempenho dos alunos e em seu desenvolvimento como seres sociais. Bonatto (et al 2012.P. 01) enfatiza que “a interdisciplinaridade pode integrar-se em outras áreas específicas, com o propósito de promover uma interação entre o aluno, professor e cotidiano”
Segundo Peixoto et al (2017), uma prática em sala de aula, inspirada em práticas pedagógicas desenvolvidas no movimento etnomatemático, é também uma prática pedagógica baseada nos Estudos Culturais, neste sentido, pode-se afirmar que é necessário, como destaca Giroux (1995b, p. 98) que os professores sejam conscientizados “sobre a viabilidade de se desenvolver uma aprendizagem baseada no contexto e que leve em conta as experiências dos/as estudantes e suas relações com a cultura popular e o terreno do prazer”, levando-se em consideração a valorização do saber popular na prática educacional.
Neste sentido, devemos considerar o ideal Freireano de educação, no qual a valorização da cultura e saberes dos educandos são fundamentais para o ideal desenvolvimento do processo ensino aprendizagem. A inspiração no trabalho de Paulo Freire nos remete a um nível de ensino em que o estudante passa a ser o personagem principal do processo e que o seu conhecimento de mundo, não deve de maneira nenhuma ser anulado no espaço escolar, mas sim valorizado pela instituição. 
Sobre a importância de colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem Zabala (2010) destaca que está claro que devemos ir de um modelo seletivo para um modelo orientador, centrado no que o aluno sabe e não naquilo que ele não sabe; na sua capacidade e potencialidade. 
Há, portanto, uma diversidade de propostas e uma heterogeneidade de orientações curriculares. Lopes, 2005, que visam favorecer a participação ativa do aluno, considerar suas concepções e sua vivência sócio-cultural; abordar o conteúdo cientifico articulando teoria, experimentação e contextos social, tecnológico e ambiental. Como (Santos, 2007) no diz que “No entanto, ainda há a necessidade de o professor da Educação Básica conhecere avaliar esses materiais assim como ser capaz de produzir seu próprio material didático. ” 
Segundo Fazenda (2002), o pensar interdisciplinar parte da premissa de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma racional. Tenta, pois, o dialogo com outras formas de conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. Assim, por exemplo, aceita o conhecimento do senso comum como válido, pois através do cotidiano que damos sentido a nossas vidas. Ampliado através do dialogo com conhecimento cientifico, tende a uma dimensão maior, a uma dimensão ainda que utópica capaz de permitir o enriquecimento da nossa relação com o outro e com o mundo.
Segundo Zabala (2010), os materiais utilizados em sala de aula são essenciais em muitas propostas metodológicas, já que as condicionam de tal forma que dificilmente pode se fazer algo diferente ao que se propõem, dada a importância real que tem estes materiais, além de favorecer a interação entre toda a turma inclusive com o professor. Sobre esta interação, Delizoicov (2009) enfatiza, que a aprendizagem é resultado de ações de um sujeito não é resultado de qualquer ação: ela se constrói em uma interação entre esse sujeito e o meio circundante, natural e social.
Quando os estudantes participam de atividades lúdicas no ambiente escolar, de acordo com Kishimoto (2011), adquirem novos conhecimentos e desenvolvem habilidades de maneira agradável e descontraída, gerando uma satisfação em aprender. E neste momento de aprendizado, diversos objetivos de ensino são contemplados. Conforme descreve Miranda (2001): desenvolvimento da inteligência e da personalidade, para a construção de conhecimentos (cognição), desenvolvimento da sensibilidade e da estima e atuação no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade (afeição), simulação da vida social, em grupo (socialização), envolvimento da ação, curiosidade, criatividade, desafio (motivação). 
No mundo atual, moderno e informativo o educador já não é mais o provedor de todo o conhecimento, agora ele atua como mediador da aprendizagem. Deve provocar e questionar o aluno, levando-o ao sucesso de suas pesquisas e consequentemente suas respostas desejadas. A escola compreende professor e aluno, envolvidos emocionalmente, a essa junção só surgirá aprendizagem se o professor lançar desafios e o aluno ser capaz de enfrentá-los. Como no diz SOARES
Tem na escola como um local de apropriação dos conhecimentos científicos, e também traz a ideia de se utilizar dos espaços do entorno da escola, a natureza, tudo em prol de potencializar a apreensão de conteúdos e da realidade. Os conteúdos e metodologias de ensino são selecionados a partir do significado que tem para determinada comunidade escolar. Esta seleção será feita pelo educador, de forma que ele possa determinar quais os conteúdos serão ministrados de acordo com as necessidades dos educandos, sempre tendo em vista trazer o cotidiano deles para dentro da sala de aula. Trazer a vida dos educandos para sala de aula é trazer junto com ela as suas contradições, as lutas de classes, é também aproximar os conteúdos da realidade existente no local, dando exemplos que todos os educandos possam conhecer sobre o assunto que está sendo tratado em sala de aula. (2015, P.17)
E assim valorizando a cultura local, mostrando aos alunos como pode ser divertido aprender e conhecer os conteúdos trabalhados em sala de aula que está presente em seu dia a dia. Darcy Ribeiro (1972): afirma que: "[...] cultura é a herança social de uma comunidade humana, representada pelo acervo co-participado de modos padronizados de adaptação à natureza para o provimento da subsistência, de normas e instituições reguladoras das reações sociais e de corpos de saber, de valores e de crenças com que explicam sua experiência, exprimem sua criatividade artística e se motivam para ação". 
Ainda segundo Candau (2003) afirma que cultura é um fenômeno plural, multiforme que não é estático, mas que está em constante transformação, envolvendo um processo de criar e recriar. Ou seja, a cultura é por sua vez um componente ativo na vida do ser humano e manifesta-se nos atos mais corriqueiros da conduta do indivíduo e, não há individuo que não possua cultura, pelo contrário cada um é criador e propagador de cultura.
[...] é diversificando as atividades, trabalhando conteúdos e utilizando recursos alternativos que se consegue a participação ativa do aluno no processo ensino-aprendizagem e consequentemente o seu crescimento pessoal, de forma que, possa aplicar e utilizar os conhecimentos adquiridos na prática social. (POLICARPO, 2008, p.8)
Candau e Anhorn (2000) afirmam que: "[...] um currículo multicultural coloca aos professores o desafio de encontrar estratégias e recursos didáticos para que os conteúdos advindos de variadas culturas sejam utilizados como veículo para: introduzir ou exemplificar conceitos relativos a uma ou outra disciplina; ajudar os alunos a compreender e investigar como os referenciais teóricos de sua disciplina implicam na construção de determinados conhecimentos; facilitar o aproveitamento dos alunos pertencentes a diferentes grupos sociais; estimular a auto-estima de grupos sociais minoritários ou excluídos; educar para o respeito ao plural, ao diferente, para o exercício da democracia, enfatizando ações e discursos que problematizem e enfraqueçam manifestações racistas, discriminatórias, opressoras e autoritárias, existentes em nossa nossas práticas sociais cotidianas". Podemos observar por exemplo nesse sentido, afirmamos a necessidade de um professor de matemática conhecer os aspectos socioculturais da comunidade onde a escola está inserida, uma vez que de acordo com D’Ambrósio (2005, p. 35): 
Numa mesma cultura, os indivíduos dão as mesmas explicações e utilizam os mesmos instrumentos materiais e intelectuais no seu dia a dia. O conjunto desses instrumentos se manifesta nas maneiras, nos modos, nas habilidades, nas artes, nas técnicas, nas ticas de lidar com o ambiente, de entender e explicar fatos e fenômenos, de ensinar e compartilhar tudo isso, que é o matema próprio ao grupo, à comunidade, ao etno. Isto é, na etnomatemática.
A interação do professor e aluno é de fundamental importância, o educador deve está orientando seus alunos para estarem cada vez mais em busca de conhecimentos. Pimenta e Lima (2010, p. 38) esclarece que: “As oficinas pedagógicas que trabalham a confecção de material didático e a utilização de sucatas [...]. Muito utilizadas e valorizadas, tem por objetivo auxiliar os alunos no desempenho das atividades na sala de aula[...].”
A escola, portanto, não é apenas um local onde se aprende um determinado conteúdo escolar, mas um espaço onde se aprende a construir relações com as “coisas” (mundo natural) e com as “pessoas” (mundo social). Essas relações devem propiciar a inclusão de todos e o desenvolvimento da autonomia e auto-direção dos estudantes, com vistas a que participem como construtores de uma nova vida social. (Secretaria de Educação básica, 2007 p. 23)
Veremos conforme Justino o que esses recursos didáticos trazem de inovação a luz do ensino na atualidade e em conformidade com as inovações e propostas tecnológicas. “[...] esses recursos materiais precisam ser utilizados pelo professor de forma que seja possível a participação dos alunos, possibilitando a interação entre professor, aluno e conhecimento” (JUSTINO 2011, p.79) e mais:
 No universo da educação, a utilização de recursos didáticos e da tecnologia inovadora, somados a prática pedagógica adequada, busca despertar o interesse para o aprendizado, pois oferecem um conjunto de recursos importantes e ferramentas de comunicação e informações, tornando-se, assim, um componente essencial de pesquisa e um potente instrumento de ensino-aprendizagem (JUSTINO 2011, p. 73)
Os recursos didáticos são como “recursos humanos e materiais utilizados para auxiliar e beneficiar o processo de ensino aprendizagem” (KARLING 1991 apud JUSTINO 2001, p.108) As funções do material didático, pelo pressuposto de Nérici (1971,p.402) são: 
1. Aproximar o aluno da realidade do que se quer ensinar, dando-lhe noção mais exata dos fatos ou fenômenos estudados; 
2. Motivar a aula; 
3. Facilitar a percepção e compreensão dos fatos e conceitos; 4. Concretizar e ilustrar o que esta sendo exposto verbalmente; 
5. Economizar esforços para levar os alunos a compreensão de fatos e conceitos;
 6. Auxiliar a fixação da aprendizagem pela impressão mais viva e sugestiva que o material pode provocar; 
7. Dar oportunidade de manifestação de aptidões e desenvolvimento de habilidades especificas com o manuseio de aparelhos ou construção dos mesmos, por parte dos alunos.
Ao lidar com o apoio dos recursos didáticos, o professor além de estar inovando, não estará mais centrado no tradicionalismo e sim inovando. Ele pode trabalhar com nova didática ao lançar mão de produtos que ate poderiam ser considerados ruins ou descartáveis como no caso de sucatas que tem diferentes finalidades como artesanais, decorativas, recreativas e educativas. Além de estar resgatando a cultura da realidade local, pegando os materiais do cotidiano do aluno para está ensinando ciência.
Quanto à motivação dos alunos para a aprendizagem, Libâneo (2008) lembra que ela ocorre através de conteúdos significativos e compreensíveis, além de métodos adequados. Daí a importância da aproximação dos contextos social e escolar. Só assim, será possível que haja aprendizagem significativa, ou seja, aprendizagem verdadeira (FERREIRA, 2007). Ainda segundo Libâneo (1990, p.17):
 “Não há sociedade sem prática educativa nem prática sem sociedade. Assim, a existência da prática educativa é um dos meios utilizados para se prover o indivíduo dos saberes e experiências culturais construídos historicamente pela humanidade, que os tornam aptos a atuar no meio social com condições de transformá-lo em função de suas necessidades coletivas, o que exige que, esta prática educativa esteja permanentemente em evolução, considerando a dinâmica da sociedade. ”
O educador tem que saber como utilizar os recursos que estão presente no cotidiano do aluno e quando for usá-lo tem que estar preparado, ou seja tem que ter um objetivo a ser alcançado. Ou seja, o material didático deve representar um meio para alcançar determinado objetivo e não deve ser utilizado como um fim em si mesmo (Schmitz, 1993).
O professor desempenha um papel de extrema importância no que diz respeito à utilização dos materiais didáticos na sala de aula, na medida em que será ele o responsável pela determinação do momento e da razão do uso de um determinado material. Serrazina (1990), destacando que qualquer material deve ser usado de forma cuidadosa, afirma que o mais importante não é o material em si, mas a experiência significativa que esse deve proporcionar ao aluno, uma vez que a utilização dos materiais, por si só, não é sinónimo ou garantia de uma aprendizagem significativa, destacando assim o papel importante do professor na planificação relativa aos materiais didáticos na aula. 
Nesse concepção, “o professor é o mediador, cuja função é orientar e abrir perspectivas numa relação de troca entre o meio e o aluno, a partir dos conteúdos”(SILVA, GIORDANI E MENOTTI, op.cit, p.11); e os materiais didáticos “devem ser associados a realidade sócio-cultural dos educandos[...] tornando a aprendizagem significativa e eficaz” (ibidem, p.12).
Segundo Graças (2008) o docente deve conhecer o material didático a ser utilizado em sala de aula antes de usá-lo para alcançar o objetivo do mesmo. Essa afirmação mostra que um recurso de estudo para que cumpra o seu papel em sala é preciso ser usado de forma a possibilitar o alcance dos objetivos propostos e o docente é o responsável por fazer com que essas metas de ensino sejam levadas em consideração, além de possibilitar ao mesmo um melhor planejamento de sua aula.
Graças (2008, on line) ainda diz: “[...] por mais eficiente que seja esse material, o auxílio do professor é de suma importância para que ele possa estabelecer a mediação entre o aluno e o conhecimento, no momento em que um saber está sendo construído.”. Isso deixa evidente a relevância de um profissional em sala como forma de promover um aprendizado direcionado para a significação dos conhecimentos construídos.
Ensinar em sala por meio de conteúdos os professores devem estar atento em desenvolver habilidades que proporcionam um desenvolvimento do aluno. Cavalcanti (2009) argumenta que por meio do trabalho com conteúdos os professores devem proporcionar o desenvolvimento de habilidades, como:
Uma atitude indagadora diante da realidade que se observa e se vive cotidianamente;
Uma capacidade de análise da realidade, de fatos e fenômenos, em um contexto sócio espacial;
A Consideração de que os objetos estudados têm diferentes escalas, ou seja, levar em conta suas inserções locais e globais;
Uma compreensão de que conhecer é construir subjetivamente a realidade;
Uma percepção de que há cada vez mais temas polêmicos (que as coisas não são simples; que sempre há um lado e outro na construção de explicações sobe uma dada realidade). (CAVALCANTI, 2010, p. 34-35)
Para Vygotsky (1984), o desenvolvimento da espécie humana e do individuo baseado na aprendizagem, sempre envolve a interferência, direta ou indireta de outros indivíduos e a reconstrução pessoal da experiência e dos significados. O professor como mediador do conhecimento é quem em primeira instância promove o ensino, através do seu conhecimento ele elabora representações sociais e estimula o desenvolvimento do aluno. Segundo (FALAVIGNA 2009) considera a importância dos os recursos didáticos: 
“....A importância do uso de meios e recursos didáticos variados como alternativas criativas dos professores na apresentação e desenvolvimento de determinados temas em sala de aula, proporcionando ao aluno melhores condições de aprendizagem”(FALAVIGNA 2009, p.83)
“A prática com materiais didáticos alternativos, além de facilitar a visualização dos assuntos abordados em aula e proporcionar a integração dos alunos, acaba quebrando a monotonia de uma aula expositiva...”. (FLORES et. al. 2010 p.4-5 apud, MORAIS, 2011p. 6). Como enfatiza Ramos (2012. P.24)
“A utilização dos recursos didáticos de forma dinâmica em sala e com metodologias adequadas é possível instigar a participação do aluno e desenvolver o conhecimento de forma mais real e prazerosa, despertando no aluno o interesse pela disciplina e a participação nas aulas desenvolvidas.”
.
Segundo Hennig (1998), a aprendizagem é mais durável quando realizada através de mais de um dos sentidos e “ainda mais promissora quando todos os sentidos entram em cena e quando, além disso, ela for proposta com a participação ativa do aluno”(p.356). Malheiros (2013) defende que o uso de materiais didáticos proporciona, no processo de ensino e aprendizagem, alguns benefícios como a facilidade para fixar a aprendizagem, simplicidade na apresentação de dados, possibilidade de tornar os conteúdos mais concretos e estímulo à participação dos alunos. 
Nesse sentido, faz-se necessário criar meios para que os professores possam fazer a leitura e utilização adequada destes materiais didáticos, bem como ter clareza acerca das suas possiblidades de uso e coerência com os objetivos pretendidos. É necessário entender o papel indispensável do material didático no processo de ensino e aprendizagem, considerando o desenvolvimento da criticidade e apropriação do conhecimento por parte do aluno. Finalmente, é indiscutível o papel do material didático como recurso incentivador da aprendizagem. 
Defendemos a importância dos materiais didáticos pautando-nos em Vygotsky (1996; 1998), visto que o indivíduo aprende usando instrumentos e criando signos, sendo assim o conhecimento não acontece apenas com a presença de educadores. Na perspectiva da teoria sociocultural vygotskyana, o processo de ensino e aprendizagem é um trabalho global, não isolado, em que relações pautadas em colaborações ocorrem, não só entre professor/alunos, como tambémalunos/alunos. Nesse sentido, os materiais didáticos são ferramentas culturais utilizadas na mediação da aprendizagem por professores e alunos. 
Segundo Paulo Freire é preciso que a educação esteja – em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos – adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história […] uma educação que liberte, que não adapte, domestique ou subjugue. (2006, p. 45)
Perrenoud (2002) afirma que o professor em seu trabalho deve criar situações que estimulem a capacidade de raciocínio de seus alunos, utilizando métodos alternativos para facilitar e desenvolver o conhecimento, as habilidades destes. Observa-se que cada momento histórico o professor tem uma tendência, constrói sua prática e docência.
3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino
3.1 Tema e linha de pesquisa
O projeto de ensino vai falar sobre a importância de se trabalhar com materiais didáticos alternativos para a escola Ribeirinha: uma proposta para trabalhar o processo de ensino aprendizagem. Tendo como linha de pesquisa Docência, mas especificamente nos anos iniciais do ensino fundamental. Essa proposta é importante, pois vem resgatar os conhecimentos dos próprios moradores e auxiliar os alunos a terem uma compreensão melhor sobre que estão estudando. Além de mostrar que é possível se trabalhar e confeccionar materiais alternativos da própria realidade do aluno e assim servir como uma ferramenta pedagógica para o educador.
3.2. Justificativa
Neste projeto trabalhamos na perspectiva de conceber comunidade ribeirinha como localidades nas quais as pessoas desenvolvem atividades que revelam uma intrínseca relação com o rio, seja como via de transporte ou fonte de trabalho e alimento, cujo modo de vida é “resultado da mescla de indivíduos de etnias e culturas diferentes que conformam um processo histórico de formação territorial e populacional” (Oliveira, 2008, p.25). 
 A falta de materiais didáticos adequados constitui um problema atual nas escolas brasileiras, porém nossa proposta de trabalho pautou-se numa estratégia metodológica que procura amenizar esta falta. Esse projeto vem mostrar como é possível relacionar o conteúdo que é trabalhado em sala de aula com os recursos que a natureza proporciona e como o conhecimento dos próprios moradores podem está auxiliando para fazerem uma aprendizagem significativa.
 Um ponto importante do trabalho é a possibilidade de interação entre professor/a-conteúdo-aluno, propiciando a estes atividades relevantes e motivadoras que apresentem situações-problemas que contribuam para a construção de competências e habilidades cognitivas para o entendimento das disciplinas e assim possibilitar o aluno a conhecer sua cultura ao mesmo tempo relacionando com o saber científico. Esse processo permite a “construção centrífuga do conhecimento com bases em interações sociais interiorizadas e mediatizadas envolvendo um diálogo intencional entre indivíduos experientes e inexperientes”(Fonseca, 2009, p.8).
Nessa perspectiva, vale salientarmos a importância de utilizar estas atividades de maneira interdisciplinar e contextualizada, abordando os conteúdos de estudo sem distanciá-los das relações existentes entre o conhecimento, a vida pessoal e âmbito social vivenciado pelo/a estudante. Dessa forma, ele/ela poderá compreender significativamente os objetos de estudo abordados pelo/a professor/a, pois a tais elementos constituem-se como princípios didático-pedagógicos para problematizar/sistematizar a realidade que nos cerca, e assim, mobilizar os conhecimentos apreendidos na Escola.
3.3 Problematização
A Amazônia se constitui numa região rica em biodiversidade e cultura. Os Povos ribeirinhos ou ribeirinho é o habitante tradicional das margens dos rios da Amazônia. São moradores que tem a pesca artesanal como principal atividade, mas cultivam também pequenos roçados e também praticam atividades extrativistas. Desse modo, pensar a educação no contexto ribeirinho amazônico é tentar estabelecer uma relação desta a realidade que circunda o aluno, pois este contexto se constitui como um lócus de desenvolvimento diferenciado, que pouco se tem conhecimento na literatura. Em relação às escolas ribeirinhas, Mota Neto (2004) afirma que estas possuem condições precárias, tanto físicas quanto pedagógicas. Essas escolas encontram diretamente ligadas a natureza.
Então por que não utilizar os materiais que existem no cotidiano do aluno, como materiais pedagógicos no processo de ensino aprendizagem e assim transformar esses materiais da vivencia do aluno em ferramentas pedagógicas?
Sabendo que os alunos são instigados com atividades práticas, podemos através desse projeto mostrar para os alunos, como o que aprendem na sala de aula está presente em seu dia a dia valorizando assim sua cultura.
3.4 Objetivos
Mostrar o uso de materiais alternativos como suporte pedagógico na escola Ribeirinha Profº Fulgêncio Wanzeler.
Levar para a escola materiais do cotidiano do aluno que podem ser utilizados no processo de ensino aprendizagem
Apresentar aos alunos formas geométricas como ângulos, cilindros, cones e outros presentes em materiais de pesca e artesanatos regionais ribeirinhos;
Valorizar os saberes tradicionais dos pescadores artesanais. 
3.5 Conteúdos
Será trabalhado com os conteúdos história cultura brasileira, em matemática formas geométricas, retas e ângulos, adição e subtração, em Ciência o meio ambiente, em arte como expressão e comunicação dos indivíduos. 
Trabalhando com as disciplinas de matemática, arte, ciência e história, fazendo uma interdisciplinaridade, envolvendo o conteúdo dessas disciplinas com os materiais que serão confeccionados e retirados do cotidiano do aluno, por exemplo o matapi é uma armadilha para capturar camarões, que já vem sendo usada pela população, confeccionada a partir de uma palmeira, jupati – (Raphia vinifer). O matapi pet é a mesma armadilha confeccionada com garrafas pet, que atende aos princípios da Agroecologia, devido a retirada da natureza das garrafas PET, sem estressar os peixes. E também se usa as formas geométricas e conhecimentos matemáticos para construção desses instrumentos. 
Paneiro tem vários usos: guardar, transportar, enfeitar. Seu acondicionamento é fácil, pois podem ser colocados um dentro do outro e não ocupa muito espaço. Não pesa e pode ser levado para vários lugares. Possui vários tamanhos. É confeccionado em traçado hexagonal, formando "estrelas de Davi". Uma tarrafa é uma rede de pesca circular com pequenos pesos distribuídos em torno de toda a circunferência da malha.
3.6 Processo de desenvolvimento
Primeiro será realizado uma pesquisa bibliográfica de autores e obras (livros, revistas, etc.) que tratem do referido conteúdo e entrevistas com os moradores sobres instrumentos de pescas e artesanatos usados na região. Em seguida, será apresentado para os professores e a coordenação da escola o projeto que queremos trabalhar na escola, pedindo a ajuda dos educadores para que o projeto seja aplicado. Nesse projeto vamos estar trabalhando a interdisciplinaridade, vamos está trabalhando com turma do 5º ano. Em cada disciplina será confeccionado materiais que possam ser relacionados com os conteúdos estudado e assim os alunos vão perceber como podem encontrar em seu dia a dia o que estão estudando e também é uma forma de conhecerem a cultura de sua localidade.
Em outro momento vamos está trabalhando na confecção dos materiais que servirão de recursos pedagógicos para as aulas, esses materiais são os instrumentos de pescas e artesanatos usados pelos moradores como matapí, parí, paneiro, malhadeira, etc. e assim relacionando como podem ser usados nas disciplinas e em qual conteúdo esses materiais podem estar dando apoio nas aulas. A confecção será com a presença de moradores convidados que sabem fabricar os utensílios e assim esses moradores pode ir dialogando com osalunos sobre como é utilizado o instrumento, de que materiais é feito, qual a importância para a comunidade, entre outras perguntas. 
 Depois iremos utilizar os objetos de pesca fabricados pelos alunos do 5º ano com auxílios dos moradores/entrevistados para ensinar matemática, arte, ciência e história. Matemática com as formas geométricas presentes nos objetos de pesca, artes com a prática de fabricação e exposição dos materiais como obras de artes e ciências através dos saberes que envolvem desde a matéria prima usada para fabricar os utensílios até o estudos das espécies capturadas e usadas como alimento dos moradores da localidade, a última parte será a avaliação por meio de atividades em sala de aula de forma contínua e a culminância com a exposição dos materiais numa feira de arte, matemática e ciências na Escola. 
3.7 Tempo para a realização do projeto
	Atividades 
	Março
	Abril
	Maio
	Junho
	1. Apresentação do projeto para a comunidade escolar 
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	2. Pesquisa bibliográfica e entrevistas junto com os alunos com os moradores
	
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	3. Confecção dos materiais
	
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	4. Relacionar os materiais confeccionados com as disciplinas estudadas nos anos iniciais do ensino fundamental
	
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	5. Avaliação
	
	
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	6. Culminância ou Mostra Cultural acerca dos trabalhos disciplinares feitos pelos alunos.
	
	
	
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3.8 Recursos humanos e materiais
Teremos como recursos: Datashow, cartolina, tesoura, artigos, textos, vídeos, talas, pincel, tintas, facas entre outros, além de entrevistas com os moradores.
Serão necessários recursos como: talas de jupati, garrafas pets, barbante, fibra de náilon, talas de tibuí, arumã, buriti, jacitara entre outros materiais regionais.
3.9 Avaliação
A avaliação será de forma contínua, observando como os alunos estão se desenvolvendo ao decorrer do projeto. Segundo Vascocellos (2008, p.71):
A avaliação deve ser contínua para que possa cumprir com sua função de auxílio ao processo de ensino aprendizagem. A avaliação que importa é aquela que é feita no processo, quando o professor pode estar acompanhando a construção do conhecimento do educando; avaliar na hora que precisa ser avaliado, para ajudar o aluno a construir o seu conhecimento, verificando os vários estágios do desenvolvimento dos alunos e não julgando-os apenas num determinado momento.
4 Considerações finais
É de grande importância a utilização de novos métodos de ensino pelo educador, trabalhar de forma dinâmica para atrair a atenção dos educandos, até mesmos dos mais dispersos durante as aulas, para que haja mais interação efetiva entre o educando e o conhecimento a ser construído. Também é necessária realização de atividades experimentais, utilizando matérias de baixo custo e de realização rápida, capazes de auxiliar o educador a construir conhecimentos efetivos que fazem com que a sua prática docente seja de boa qualidade. Esse projeto vem contribuir para conhecerem e interagirem com a cultura local e assim valorizando o que tem no seu dia a dia.
Portanto, cabe ao professor o papel de “encantar” os alunos pela sua forma de selecionar, organizar, contextualizar os conteúdos, promovendo assim seu desenvolvimento intelectual, e auxiliando-os na construção como sujeito, isto é, como ser social.  A interdisciplinaridade na escola vem complementar as disciplinas, criando no conceito de conhecimento uma visão de totalidade, onde os alunos possam perceber que o mundo onde estão inseridos é composto de vários fatores, que a soma de todos forma uma complexidade. O papel do professor abrange mais do que a rotina de sala de aula, mas completa-se pelo cuidado do professor em relação ao seu aluno. Partindo desta ideia, é possível perceber a necessidade de o professor ter um olhar zeloso sobre cada criança, um olhar que o acompanhe em casa, nos corredores da escola e principalmente dentro da sala de aula. Para tanto, é necessário que haja envolvimento, afeto, dedicação, pois somente assim formar-se-á cidadãos mais reflexivos que contribuirão para uma sociedade melhor. 
Conclui-se que a cultura é o elemento essencial no processo de ensino-aprendizagem e que a escola deve incorporar em seu contexto e, portanto, esta deve ser inserida nos currículos escolares, nos projetos e outras atividades pedagógicas, para que haja a socialização do discente e docente e que as demais culturas também possam ter seu espaço no ambiente escolar. 
REFERÊNCIAS
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