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AD1 2016 1 mundo helenistico-

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Avaliação a Distância 1 (AD1) – 1º SEMESTRE / 2016 
Na introdução ao livro "Unthinking the Greek Polis", Vlassopoulos discute o que ele chama de "silêncios" no momento da produção historiográfica.
O problema do uso e da interpretação das fontes é também levantado por Ulpiano Meneses em "As Marcas da Leitura Histórica", o que nos indica o quanto é importante problematizar a História Antiga a formação e o diálogo com a documentação.
Diante desses temas discutidos por Vlassopoulos e Meneses, redija um texto procurando responder as duas questões abaixo:
1) Como você explicaria essa crítica necessária à documentação antiga, principalmente no que diz respeito a história do período helenístico?
2) você acha que esse viés crítico se restringe a historiografia do mundo antigo ou deveria ser uma problemática constante no trabalho do historiador? Procure justificar.
1 – A documentação antiga referente a história do período helenístico está arraigada nos conceitos eurocentristas, aos quais foram formuladas as fontes históricas da época. Com a visão positivista da história do vencedor, o mundo helenístico foi construído através de uma historiografia que posicionava a margem da sua história os processos sociais e não menos importantes das parcelas mais humildes que viviam nas cidades gregas e nos seus subúrbios. A documentação antiga que sofre tais críticas de Vlassopoulos e Meneses não apresenta outras fontes históricas, como a arqueologia e antropologia por exemplo, essa documentação eurocêntrica que considerava fonte apenas o que estava escrito e documentado procurava enaltecer as virtudes na época e por sua vez minimizar as carências sociais existidas. A mudança de conceito de fonte histórica, que aconteceu através dos Annales, proporcionou a investigação de outros aspectos do período helenístico, utilizando de outras fontes históricas e também de outras áreas do saber, no entanto o conceito de que faz a história é o historiador defendido por March Block continuava intrínseco nas avaliações e nas investigações desses processos históricos. Assim a crítica de Vlassopulos e Meneses está pautada nesses vazios, ou seja, esses silêncios definidos por Vlassopoulos, onde nos momentos dos acontecimentos, nos seus registros na sua analise e na sua divulgação sempre existem áreas sombrias que serão desapercebidas no relato histórico que por sua vez nos permite transmitir apenas investigar o processo histórico do mundo helenístico mais cuidadosamente e utilizando de diversas fontes históricas para que seja esse silencio o mais curto possível.
2- Esse viés critico a historiografia é um problema constante no trabalho do historiador, não é exclusivo a historiografia do mundo antigo. O historiador é quem faz o momento investigado se tornar história, e para isso utiliza-se dos mais variados estímulos. Por isso a história, mais do que qualquer outra ciência deve ser cuidadosa ao selecionar suas fontes históricas, seja ela qual for. A fonte, assim como o contexto e o historiador responsável por fazer aquele fato emergir em uma imensidão de acontecimentos devem ser analisados pormenorizadamente, para que os silêncios classificados por Vlassopoulos sejam cada vez menores. No período atual em que vivemos, onde os métodos investigativos no ramo da história evoluíram, e onde existe um vasto campo de fontes históricas, não somente os documentos como fora citado por Meneses, torna a busca por diluir esses silêncios da história mais complexa. A história dos vencidos e a visão do processo como um todo ganharam o mesmo status do que a história do vencedor, ou por vezes protagonizam um fato, assim nos dias atuais a crítica a fonte e ao contexto no qual o historiador está inserido são determinantes para que a historiografia sempre busque esclarecer o fato histórico colocando todos os indivíduos formadores e participantes daquele registro histórico no mesmo grau de importância e valia.

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