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que o professor constrói a sua avaliação diagnóstica. Para que haja uma boa interação é preciso que o professor fale com simplicidade sobre temas complexos, tenha um bom plano de aula e saiba o nível de conhecimento dos alunos, explicando o que espera do aluno em relação à matéria, procurando falar de forma correta para que não prejudique a aprendizagem. Aspectos socioemocionais São vínculos afetivos entre professor, o aluno e a disciplina. Deve-se diferenciar a afetividade que o professor precisa ter, do amor pelas crianças, da relação maternal ou de qualquer tipo de relação familiar. É preciso que combine respeito com severidade. Autoridade e autonomia devem estar unidas, se complementarem. O professor representa a sociedade, intermedia indivíduo e sociedade. O aluno vem com sua individualidade e liberdade. De acordo com Libâneo (1994, p. 251), a liberdade é o fundamento da autoridade e a responsabilidade é a síntese da autoridade e da liberdade. Muitas vezes, em nome da autoridade, o professor se torna arrogante, humilha os alunos e essa atitude não contribui para o crescimento deles. A disciplina na classe O professor enfrenta uma grande dificuldade no que se refere à disciplina. É preciso saber lidar com o autoritarismo sobre a questão da indisciplina, empregando com segurança todo conhecimento profissional sem deixar de fora o lado afetivo, orientando o aluno em sua caminhada. Conteúdos significativos e envolventes e métodos adequados farão da aula um momento muito mais agradável e prazeroso e com isso espera-se que a indisciplina seja menor. Outro fator importante é deixar o aluno participar das atividades, ajudar o professor nas tarefas. Essa ajuda precisa ser dada de forma organizada e controlada para estimular o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno e mostrar que ele pode vencer barreiras. A teoria de Henri Wallon 81 Apesar de todo empenho dos professores com elogios e incentivos, existem aqueles alunos que não conseguem “gostar” da tarefa de estudar e o professor acaba tendo que se “impor” de alguma forma e mostrar que é preciso estudar, que eles têm obrigações que precisam ser cumpridas e respeitadas, o que deve ser feito de forma adequada e coerente, uma vez que a autoridade e a afetividade devem caminhar juntas. Escreva, individualmente, relatos sobre sua experiência educativa, como aluno, lembrando de fatos nos quais a afetividade, positiva ou negativa, exerceu influência sobre o processo de aprendizagem. Se desejar, construa um quadro com fotos que resgate a época relatada. Para saber um pouco mais sobre a teoria de Wallon, sugiro a leitura do livro de Henri Wallon intitulado As origens do pensamento na criança (São Paulo: Manole, 1988). A teoria de Henri Wallon: emoção, movimento e cognição O movimento, a princípio, desencadeia e conduz o pensamento. Heloisa Dantas O papel do movimento na aprendizagem A Psicomotricidade tem como objetivo desenvolver o aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo, de economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de completar e aperfeiçoar seu equilíbrio. A prática psicomotora na Educação é uma atividade de caráter essencialmente educativo e preventivo. Esta se utiliza do movimento corporal e de atividades lúdicas para estimular o desenvolvimento psicomotor, promover a integração dos aspectos motores, cognitivos e socioafetivos, além de preparar as crianças para aprendizagens futuras, favorecendo consideravelmente a alfabetização e prevenindo distúrbios de aprendizagem. Assim, a prática psicomotora na Educação vai acompanhar o desenvolvimento da criança, criando condições favoráveis para que o mesmo ocorra de forma harmoniosa. Tal trabalho tem caráter profilático, pois permite prevenir inadapta- ções e/ou defasagens psicomotoras que podem ser difíceis de corrigir depois de estruturadas. As atividades propostas vêm favorecer o desenvolvimento psicomotor e permitir às crianças expressarem seus sentimentos, idéias e emoções por meio do lúdico. O trabalho, sendo realizado em grupo, favorece a socialização, as trocas afetivas e a construção da personalidade pelo descobrimento da própria individualidade. O espaço oferecido à comunicação e expressão corporal favorece o elo entre o somático, o psíquico e o emocional. A noção espacial, por sua vez, será construída paralelamente ao desenvol- vimento de suas possibilidades de locomoção. No exercício de deslocamento, a criança vai poder vivenciar o espaço da relação com o outro e assim conhecer seus limites. A educação psicomotora é uma forma de atuação que objetiva facilitar a aprendizagem, adaptar e situar a criança em relação a seu meio, socializando-a. No processo educativo, vai valorizar o exercício da liberdade e da criatividade num con- texto onde existe o eu e o outro e, por isso, a solidariedade e a responsabilidade. Teorias da Aprendizagem 84 As atividades com músicas, por exemplo, são fundamentais na aprendizagem e no desenvolvimento não só psicomotor, mas também no esquema corporal e no desenvolvimento mental. A importância do desenvolvimento do esquema corporal Falemos agora também sobre o esquema corporal e como pode ser trabalhado com o auxílio da música. O esquema corporal é a organização das sensações do próprio corpo em relação aos dados do mundo exterior. Implica na percepção e controle do corpo e na independência dos diversos segmentos do corpo entre si e em relação ao tronco. Assim, podemos definir o esquema corporal como o conjunto de imagens formadas por uma pessoa sobre sua unidade corporal a partir de experiências perceptivas. Tais percepções são por nós aproveitadas na organização dos nossos movimentos posturais. O trabalho com o corpo é fundamental por ser ele o primeiro veículo de relação com o mundo. É por meio dele que a criança entra em contato com o mundo, descobre e estabelece relações consigo, com o outro e com tudo que está à sua volta. As brincadeiras com o corpo permitem à criança explorar as suas possibilidades e fazem parte das suas atividades espontâneas. Por meio dessas brincadeiras, a criança adquire confiança necessária em si mesma, descobrindo suas potencialidades e limites. A educação do esquema corporal deve evoluir do global (a unidade do corpo), da ação (a própria atividade), para a reflexão (a compreensão e controle do movimento em determinada atividade). O professor deve observar e estimular os momentos da brincadeira de cada criança, individualmente ou em grupo, favorecendo a realização de movimentos que incluem força muscular, destreza, agilidade e flexibilidade. Deve aproveitar esses momentos para que a criança reconheça, nomeie e localize as partes do corpo em si e no outro, ao mesmo tempo em que atende à necessidade de movimento da criança de correr, saltar, entre outros. As atividades que envolvem todo o corpo desenvolvem as noções de espaço e posição: dentro/fora; em cima/embaixo; para frente/para trás; entre outros. Isto favorece a aquisição de noções matemáticas e a descoberta do mundo à sua volta. Deste modo, a criança utiliza-se dos seus sentidos para construir a percepção de seu próprio corpo, percepções estas que envolvem as noções que vão sendo construídas paralelamente sobre espaço e tempo num ambiente determinado. Com isso, a referência da criança na sua relação com o ambiente na qual está inserida e com as outras pessoas ao seu redor é o seu próprio corpo. A imagem corporal assim constituída sofre alterações ao longo da vida de cada indivíduo, evoluindo em favor das novas adaptações que vão sendo exigidas A teoria de Henri Wallon: emoção, movimento e cognição 85 pelo meio. Podemos dizer, assim, que existe mobilidade na imagem corporal construída