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AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO ESTRATÉGICA DA 
INOVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Afonso Ricardo Paloma Vicente 
 
 
 
 
 
2 
TEMA 1 – BASES CONCEITUAIS: COMPREENDENDO A INOVAÇÃO 
Com o passar dos anos, as empresas estão cada vez mais competitivas. 
Isso se deve, muitas vezes, às transformações que ocorrem no ambiente 
mercadológico. No intuito de superar essas transformações e gerar vantagem 
competitiva, as práticas de inovação são imprescindíveis, uma vez que é por 
intermédio de atitudes inovadoras que as empresas são capazes de expandir, 
reestruturar e aprimorar as ações nos mais variados tipos de organizações. Nas 
empresas e indústrias, por exemplo, o ato de inovar permite que determinado 
negócio seja reinventado, tornando-o mais adequado para o consumidor final e, 
consequentemente, mais competitivo. 
No entanto, antes de entrarmos nesse mundo organizacional, é 
fundamental compreendermos alguns conceitos. 
1.1 Conceito de inovação 
Conceituar inovação não é uma tarefa fácil. Por mais simples que possa 
parecer, inovar não é simplesmente fazer algo novo. O conceito de inovação 
sofreu grandes alterações nos últimos anos. O Manual de Oslo, criado em 1990 
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 
apresenta diretrizes para coleta e interpretação sobre inovação e tecnologia com 
o objetivo de orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de 
estatística e indicadores de pesquisa e P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) de 
países industrializados. É nesse manual que é apresentada a evolução do 
conceito de inovação. 
Inovação é considerada a prática de explorar novas ideias de forma correta. 
Dessa forma, a ideia de algo realmente dar certo depende dos objetivos e das 
pessoas ou organizações envolvidas nesse processo. Um exemplo pode se referir 
ao incremento do faturamento ao crescimento da margem de lucro, à abertura de 
novos mercados e ao lançamento de novos produtos ou serviços. 
Um conceito muito interessante sobre inovação foi dado pelo vice-
presidente de varejo da Apple, Ron Johnson: “Inovação é a fantástica intersecção 
entre a imaginação de alguém e a realidade”. Isso significa que inovar vai além da 
criatividade, de pensar em coisas novas, ou seja, é transformar uma ideia em 
produto, serviço ou processo novo ou melhorado. 
 
 
3 
No ambiente empresarial, inovar é o processo que inclui atividades 
técnicas, concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta na comercialização 
de produtos, ou na primeira utilização de processos. 
No entanto, a inovação organizacional é definida como um novo método 
organizacional voltado aos negócios das empresas, à organização do trabalho ou 
às relações externas. A inovação organizacional aplica-se ao desenvolvimento de 
novas tecnologias para a criação de novos produtos e serviços, à forma como a 
organização atua em um mercado em constante mudança, servindo igualmente 
como forma competitiva. 
Inovações também podem estar vinculadas a novas modelagens de 
negócio, a novos mercados, métodos, processos organizacionais e a novos tipos 
e fontes de suprimentos. Por conta disso, é comum haver uma confusão entre 
inovação e processos de inovação com o aprimoramento constante de produtos, 
métodos, serviços, processos, entre outros. É por esse motivo que é importante 
saber que a inovação gera um impacto significativo para a organização ou para o 
conjunto de pessoas envolvidas, se considerarmos esse processo como um todo 
e não apenas em seus aspectos isolados. 
Até recentemente os processos de inovação não eram suficientemente 
compreendidos. Um melhor entendimento surgiu em decorrência de vários 
estudos feitos nos últimos anos. No que diz respeito ao nível macro, é possível 
encontrar um conjunto de elementos que apontam que a inovação é um dos 
principais fatores que levam ao crescimento econômico. Já em nível micro, a 
pesquisa e desenvolvimento é a atividade que mais absorve informações e 
conhecimento para a empresa. 
Outros fatores que influenciam a capacidade de inovação das empresas 
são também vistos como de fundamental importância: facilidade de comunicação, 
canais eficazes de informação, transmissão de competências e acumulação de 
conhecimentos dentro das organizações. Além disso, é importante ter uma visão 
estratégica e determinante para buscar no ambiente externo a organização, 
elementos que sejam essenciais para o desenvolvimento de novas tecnologias e 
inovações. Para isso, a empresa precisa desenvolver duas competências 
principais: 
 Competências estratégicas: diz respeito à visão de longo prazo, 
capacidade de identificar e até antecipar tendências de mercado, 
 
 
4 
disponibilidade e capacidade de coligir, processar e assimilar informações 
tecnológicas e econômicas; 
 Competências organizacionais: disposição para o risco e capacidade de 
gerenciá-lo, cooperação interna entre os vários departamentos 
operacionais e cooperação externa com consultorias, pesquisas de público, 
clientes e fornecedores, envolvimento de toda a empresa no processo de 
mudança e investimento em recursos humanos. 
Percebe-se, pelos conceitos apresentados, que inovação é algo muito mais 
amplo dentro dos seus conceitos, bem como é amplo também na forma e nos 
processos que ocorrem no ambiente organizacional. Inovação envolve uma 
diversidade de processos e indivíduos que precisam estar atentos às mudanças 
que acontecem nos mais diferentes ambientes, seja dentro ou fora da 
organização, para então fazer a melhor escolha, que resulte em desenvolvimento 
e resultados positivos para as empresas. 
Além dessa grande quantidade de conceitos sobre um único termo – 
inovação –, existem também as suas subdivisões, ou aqui, como vamos tratar, os 
tipos de inovações. Elas se diferem de acordo com o processo e necessidade 
organizacional. Essa diferença vamos ver no tema seguinte. 
TEMA 2 – TIPOS DE INOVAÇÃO: OBJETO FOCAL DA INOVAÇÃO 
As formas de inovação podem ser classificadas de muitas maneiras. Nesse 
contexto, destaca-se dois modos de classificação propostos pelo Instituto 
Inovação. O primeiro trata do objeto focal da inovação, e o segundo, do impacto 
da inovação. Vamos ver cada um separadamente nas sessões seguintes. 
No que diz espeito à classificação de inovação pelo objeto focal, podemos 
citar a inovação de produto, a inovação de processo e a inovação do modelo de 
negócio. 
Inovação de produto pode assumir duas formar abrangentes: (1) produtos 
tecnologicamente novos e (2) produtos tecnologicamente aprimorados. Para ficar 
mais claro, é apresentado a seguir os conceitos e exemplos descritos pela 
Financiadora de Estudos e Projeto (Finep). 
Um produto tecnologicamente novo ocorre quando suas características 
tecnológicas ou usos pretendidos diferem daqueles dos produtos produzidos 
anteriormente. Tais inovações podem envolver tecnologias radicalmente novas, 
 
 
5 
podem basear-se na combinação de tecnologias existentes em novos usos, ou 
podem ser derivadas do uso de novo conhecimento. 
Os primeiros microprocessadores e gravadores de videocassete foram 
exemplos de produtos tecnologicamente novos do primeiro tipo, utilizando 
tecnologias radicalmente novas. O primeiro toca-fitas portátil, que combinava as 
técnicas existentes de fita e minifones de cabeça, foi um produto 
tecnologicamente novo do segundo tipo, combinando tecnologias existentes em 
um novo uso. Em cada caso, o produto geral não existia anteriormente. 
Já um produto tecnologicamente aprimorado é um produto existente cujo 
desempenho tenha sido significativamente aprimorado ou elevado. Umproduto 
simples pode ser aprimorado (em termos de melhor desempenho ou menor custo) 
com o uso de componentes ou materiais de desempenho melhor, ou um produto 
complexo que consista em vários subsistemas técnicos integrados pode ser 
aprimorado por meio de modificações parciais em um dos subsistemas. 
Produtos tecnologicamente aprimorados podem ter grandes e pequenos 
efeitos na empresa. A substituição de metais por plástico nos equipamentos de 
cozinha ou mobílias é um exemplo de uso de componentes de melhor 
desempenho. A introdução de freios ABS ou outras melhorias de subsistemas em 
carros é um exemplo de mudanças parciais em alguns subsistemas técnicos 
integrados. 
No que diz respeito à inovação de processo, é a adoção de métodos de 
produção novos ou significativamente melhorados, incluindo métodos de entrega 
dos produtos. Tais métodos podem envolver mudanças no equipamento ou na 
organização da produção, ou uma combinação dessas mudanças, e podem 
derivar do uso de novo conhecimento. Os métodos podem ter por objetivo produzir 
ou entregar produtos tecnologicamente novos ou aprimorados, que não possam 
ser produzidos ou entregues com os métodos convencionais de produção, ou 
pretender um aumento da produção ou eficiência na entrega de produtos 
existentes. 
Um exemplo de inovação em processo pode ser com base em uma 
empresa de transporte rodoviário, em que a adoção de novos procedimentos 
melhora o desempenho das atividades, por exemplo: (1) o uso de telefones 
celulares para redirecionar os motoristas ao longo do dia, que permite aos clientes 
maior flexibilidade nos destinos das entregas; (2) novo sistema de mapeamento 
por computador, usado pelos motoristas para descobrir a rota de entrega mais 
 
 
6 
recente (isto é, de um destino para outro). Isso permite oferecer aos clientes 
entregas mais rápidas; (3) introdução de reboques com oito contêineres em forma 
de globo, em vez dos quatro habituais. 
Por fim, inovação de modelo de negócio tem foco na mudança do modelo 
de negócio da organização, nas motivações e em como os elementos para essa 
mudança se tornam bem-sucedidos. Os modelos de negócios são decorrentes da 
inovação tecnológica que ocorre dentro da organização, tecnologia essa que 
busca atender às necessidades do mercado e também dos clientes não 
correspondidos. Essa capacidade de mudança da organização de se adaptar às 
condições faz com que a empresa obtenha um melhor desempenho. Novos 
modelos de negócios, ou refinamentos para os já existentes, muitas vezes 
resultam em um custo mais baixo ou o aumento do valor para o consumidor; se 
não for facilmente replicado por concorrentes, eles podem fornecer uma 
oportunidade de gerar retornos mais altos para o empresário, pelo menos até que 
seus novos recursos sejam copiados. 
Dessa forma, inovação do modelo de negócio se caracteriza por uma 
mudança que a empresa planeja para atender seus clientes, envolvendo, dessa 
forma, a mudança da estrutura organizacional com a inclusão de inovações e 
processos em sua cadeia produtiva. 
De acordo com o consultor de inovação, Luiz Flávio (2016), podemos 
distinguir quatro dimensões principais para se inovar no modelo de negócios: 
 Oferta: As ofertas são os produtos e serviços inovadores que levam valor 
para os consumidores. O IPod, o IPad ou o ITunes, por exemplo, são 
produtos inovadores. Ainda, podemos ter as inovações nas plataformas e 
as soluções integradas. A Nissan criou uma plataforma de componentes 
para criar novas linhas de carros e utilitários. A Disney é outro exemplo de 
plataforma: com os seus personagens, a empresa cria uma série de novos 
produtos e serviços. Nas soluções, encontramos as ofertas integradas 
desde a concepção até a implantação de produtos e serviços. 
 Consumidores: Na dimensão de consumidores, pode-se inovar achando 
novos segmentos de consumidores ou redefinir as interações existentes 
em cada ponto de contato para criar novas formas de receitas. Toda a gama 
de serviços que foi criada para servir ao segmento de baixa renda é um 
exemplo da criação de novos segmentos de mercado. 
 
 
7 
 Processos: Na dimensão de processos, podem-se criar novas linhas de 
produtos e serviços utilizando as competências centrais da empresa, como 
a Honda fez com a sua linha de produtos – motosserra, cortador de grama, 
motocicletas, carros etc. Ou envolver os seus fornecedores na criação de 
valor como a Boeing ou a Embraer. 
 Canais de entrega: Nos canais de entrega, a empresa pode buscar novas 
formas de distribuir e interagir com os consumidores criando um 
relacionamento inteligente e criativo. O e-commerce criou uma gama 
enorme de novos modelos de negócio. 
No quadro a seguir, são apresentados os conceitos sintetizados, bem como 
outros exemplos que permitem uma melhor compreensão dos termos citados. 
Quadro 1 – Conceitos de inovação e exemplos 
TIPO DESCRIÇÃO EXEMPLO 
Inovação de 
produto 
Abrange mudanças nas propriedades do 
produto, alterando-se o modo como os clientes 
e participantes da cadeia produtiva percebem o 
produto. 
Um automóvel com 
câmbio automático, que 
se distingue dos 
modelos convencionais. 
Inovação de 
processo 
Diz respeito a modificações no processo de 
produção de um produto ou serviço, mas não 
causa, obrigatoriamente, alterações do produto 
final. Gera melhorias significativas no processo 
de produção, como a redução de custos e 
aumento da produtividade. 
Um automóvel produzido 
com auxílio de robôs. 
Inovação de 
modelo de 
negócio 
Referem-se a alterações que dizem respeito à 
maneira como o produto ou serviço é 
apresentado ao mercado. Na maioria das 
vezes, essa inovação não casa mudanças no 
produto ou no processo de produção. 
A possibilidade de um 
automóvel ser alugado 
para o consumidor, que 
passaria a pagar 
mensalidades para 
utilizá-lo. Com isso, teria 
direito a seguro e 
manutenção. 
Fonte: Possoli, 2012. 
TEMA 3 – TIPOS DE INOVAÇÃO: IMPACTO DA INOVAÇÃO 
No que se refere aos impactos da inovação, pode-se estabelecer dois tipos 
de inovação: a incremental e a radical. O impacto da inovação diz respeito às 
consequências mensuráveis do processo inovador, enquanto a classificação 
anterior destaca a instância específica em que o processo de inovação se 
concentra. 
 
 
8 
De acordo com o Manual de Oslo (2017), a mudança técnica está longe de 
ser suave. Novas tecnologias competem com as tecnologias estabelecidas e, em 
muitos casos, as substituem. Esses processos de difusão tecnológica são 
frequentemente prolongados e envolvem, via de regra, o aprimoramento 
incremental, tanto das novas tecnologias, como das já estabelecidas. Na 
turbulência que se segue, novas empresas substituem as existentes que tenham 
menos capacidade de ajustar-se. A mudança técnica gera uma redistribuição de 
recursos, inclusive mão de obra, entre setores e entre empresas. Como observa 
Schumpeter, a mudança técnica pode significar destruição criativa. Pode também 
envolver vantagem mútua e apoio entre concorrentes, ou entre fornecedores, 
produtores e clientes. 
Inovação incremental poder ser definida como: a inovação que incorpora 
melhoramentos (características técnicas, utilizações, custos) a produtos e 
processos preexistentes. Algumas expressões que envolvem o conceito de 
“qualidade” e “altura” da inovação: radical, incremental, imitação, invenção, 
disruptive, breakthrough, discontinuity, innovation height, novel, novelty, really 
new, level of newness, innovativeness. 
De acordo com Thiengo (2018), um fator que estimula esse tipo de 
inovação é a incerteza econômica. A inovação incremental, em geral, visa 
melhorar o desempenho dos produtos e aumentaro seu ciclo de vida (introdução, 
crescimento, maturidade e declínio). A indústria automobilística apresenta 
diversos exemplos de inovações incrementais. Nas últimas décadas, os 
engenheiros que atuam nessa área não pretenderam criar uma espécie de veículo 
totalmente novo – ao contrário, foram realizadas apenas inovações graduais, tais 
como a melhoria no sistema de freios, tecnologias para a redução no consumo de 
combustível, o desenvolvimento de motores para maior potência etc. Sem dúvida, 
comparando-se os carros atuais com aqueles fabricados décadas atrás, 
constatam-se grandes diferenças, as quais foram sendo incrementadas de 
maneira paulatina e gradual. 
Já a inovação radical consiste na criação de um novo produto, desejando, 
consequentemente, a geração de um novo mercado. Esse tipo de inovação tende 
a criar mercados e indústrias totalmente novos. Cita-se, por exemplo, o caso de 
um cientista da 3M chamado Art Fry, que fazia parte de um coral e usava 
marcadores em seu livro de canto. Todas as vezes em que ele abria o livro de 
canto, os marcadores acabavam caindo. Em 1977, Art Fry observou de um outro 
 
 
9 
cientista uma novidade: um adesivo que era capaz de reposicionar. Com isso, 
para resolver o seu problema, ele teve a ideia de usar esse adesivo coberto com 
tiras de papel. Assim, Art Fry acabou por desenvolver um novo conceito de bloco, 
o Post-it. 
O quadro a seguir apresenta uma simplificação dos conceitos e exemplos 
dos inovações incrementais e radicais. 
Quadro 2 – Conceitos de inovação incremental e radical 
TIPO DESCRIÇÃO EXEMPLO 
Incremental Gera pequenos aprimoramentos em 
produtos ou serviços. Isso representa, 
de maneira geral, um acréscimo 
progressivo nos benefícios recebidos 
pelo consumidor. No entanto, o modo 
do consumo ou do modelo de negócio 
não é modificado. 
A evolução do CD normal 
para o CD duplo, que é capaz 
de armazenar o dobro de 
música. 
Radical Corresponde a uma transformação 
drástica na maneira como o produto ou 
serviço é recebido pelo consumidor. 
Dessa forma, representa um novo 
padrão dentro do segmento de mercado 
e modifica o modelo de negócio 
corrente. 
O uso de aparelho de MP3 
para escutar músicas, em vez 
de um CD. 
Fonte: Possoli, 2012. 
Ainda existem outros tipos de inovação que são importantes ser citado, por 
exemplo, as inovações de marketing e as inovações organizacionais. A inovação 
de marketing diz respeito à implementação de uma nova metodologia de 
marketing nas organizações. Trata-se de um novo planejamento mercadológico 
que muda expressivamente a concepção do produto, do seu modo de 
comercialização e sua identidade visual. Tais alterações aumentam as vendas dos 
produtos, melhoram o atendimento aos clientes e objetivam a abertura de outros 
mercados. 
No que diz respeito à inovação organizacional, é a aplicação de métodos 
organizacionais ainda não utilizados pela empresa a fim de reduzir custos 
administrativos e de suprimentos. É importante ressaltar que inovações 
organizacionais possuem um caráter estritamente administrativo, o que envolve a 
gestão de pessoas e a gestão estratégica. Como exemplo de inovação 
organizacional, podemos citar: ações de gestão de qualidade; sistemas de 
produção flexíveis e enxutos; novos procedimentos e rotinas administrativas; 
 
 
10 
conexão de diversos tipos de negócios; centralização ou descentralização de 
tarefas, entre outros. 
TEMA 4 – CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 
Por tudo que vimos até o momento, temos uma ideia de como é difícil 
conceituar inovação, e essa mesma dificuldade se estende para a definição de 
criatividade. Criatividade, segundo as definições encontradas nos dicionários, é 
uma habilidade humana intangível, apesar de suas manifestações evidentes. 
Além disso, é a qualidade ou estado de ser criativo, ou ainda, a capacidade de 
criar. Percebe-se que é uma explicação ampla, e por isso existe essa dificuldade 
em compreender o que de fato é. Contudo, vamos aqui aprofundar um pouco mais 
esses conceitos. 
Alguns estudiosos de inovação descrevem a criatividade como a 
capacidade de desenvolver uma coisa nova com base em uma coisa antiga ou de 
promover a existência de algo novo, aproveitável, útil e de real e comprovada 
importância. Além disso, criatividade está mais ligada à capacidade de 
introspecção do que aos recursos disponíveis. 
Embora sejam utilizadas em diferentes ocasiões como sinônimos e estejam 
relacionadas, há uma importante diferença entre criatividade e inovação. 
Enquanto a criatividade se refere à geração de ideias, a inovação diz respeito à 
aplicação e ao funcionamento de um novo produto, processo ou serviço. Em 
outras palavras, a criatividade é crucial para a inovação, no entanto, não é 
suficiente por si só. 
No contexto empresarial, é evidente a valorização da criatividade, 
fenômeno resultante do aumento da competitividade, da velocidade das 
mudanças e da valorização do empreendedorismo. Como a origem da inovação 
reside nas ideias criativas dos indivíduos, a criatividade tem recebido uma atenção 
crescente. Ela tem sido apontada como uma habilidade humana crítica, que deve 
ser canalizada e fortalecida em favor da organização. 
São cinco condições propícias para o surgimento do pensamento criativo: 
 O interesse real pelo assunto ou a necessidade de resolver uma questão; 
 O conhecimento específico sobre determinado assunto; 
 A liberdade de pensamento, sem censuras ou restrições; 
 A imaginação; 
 
 
11 
 A coragem para enfrentar o medo de se expor. 
Existem, também, quatro etapas durante o processo criativo. 
 Preparação: diz respeito à delimitação do problema e às possíveis 
soluções que possam resolvê-lo. 
 Incubação: é um período de gestão do inconsciente, pensamentos, no qual 
não se procuram respostas elaboradas. A incubação requer tempo. No 
entanto, caso não haja avanços, esse processo deve ser temporariamente 
abandonado. 
 Inspiração: refere-se à incidência de uma ideia repentina, que pode ocorrer 
em momento inusitados. É a base para a solução de determinado 
problema. 
 Validação: é o momento de avaliar a viabilidade prática da solução 
encontrada. Vale ressaltar que, por vezes, a validação é frustrante, pois 
nem todas as ideias são viáveis. 
Nesse sentido, para desenvolver a criatividade empresarial, são 
necessárias condições adequadas, por exemplo: (1) seleção de pessoas que se 
caracterizam por sólida preparação e uso dos processos de pensamento criativo; 
(2) possibilidades amplas de treinamento voltados para a atualização do 
conhecimento e habilidades criativas; (3) estabelecimento de metas; (4) 
encorajamento, discussão e comunicação entre os membros e; (5) premiação das 
ideias e produtos criativos. 
Em sumo, empresas que buscam inovação devem buscar um ambiente e 
uma cultura voltados para a criatividade e o conhecimento, estimulando seus 
colaboradores a buscar informações que auxiliam no desenvolvimento de novas 
ideias e futuras inovações que podem resultar em um alto desempenho 
organizacional. 
TEMA 5 – POR QUE INOVAR? 
A sociedade contemporânea, impulsionada pela globalização da economia 
e pelas tecnologias de informação e comunicação, tem imposto uma competição 
entre as organizações sem precedentes no mundo dos negócios. O cenário é de 
incertezas, mudanças e intensa competitividade. Diante disso, para irem de 
encontro a essa ameaça de manter a sua sustentabilidade, as organizações 
devem ser capazes de aprender e, ao fazê-lo, desenvolver novos conhecimento, 
 
 
12 
adotá-los na prática, realizar novas tarefas e manter as antigas maneiras mais 
rápida e eficaz. 
A conjuntura da interdependência dos mercados,a internacionalização 
crescente e da denominada terceira revolução tecnológica, caracteriza a 
globalização no mundo contemporâneo, configurando o que se convencionou 
chamar de “nova ordem mundial. Assim, a globalização se firma como uma diretriz 
para a organização econômico-social dos mais diversos países, atingindo todos 
os setores da sociedade. 
O processo de globalização é um fenômeno sem precedentes na história. 
Ainda que tenha existido desde a primeira troca de mercadorias ou objetos 
culturais entre povos desde a expansão marítima-comercial europeia, como as 
relações entre colônias e metrópole, há a diferença de que, atualmente, essa 
relação se intensificou pela maximização da velocidade e da abrangência de 
novas tecnologias de informação e comunicação. Progressivamente, o mundo se 
transforma em um território de tudo e de todos. 
Diante desse contexto, é possível identificar com clareza os fatores que 
contribuíram para que o mundo se tornasse uma aldeia global: 
 A interdependência ente os Estados, pois não existe um extado 
completamente autossuficiente; 
 A alta tecnologia, sobretudo nos meios de comunicação de massa; 
 Os blocos econômicos, que regionalizaram o mercado de bens e serviços; 
 As organizações internacionais, agentes que impulsionam a integração 
mundial; 
 As empresas transacionais, “atores” que transpassam fronteiras e se 
instalam em todas as partes do globo. 
Assim, podemos definir globalização como a intensificação de relações 
sociais em escala mundial que ligam localizações distantes de tal maneira que 
acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de 
distância e vice-versa. 
Com a utilização da tecnologia da informação na telecomunicação, 
principalmente por conta do advento da internet, o processo de globalização se 
intensificou ainda mais, permitindo que as nações se conectassem de maneira 
rápida e constate. Dessa forma, foi instaurada a possibilidade de os mercados 
nacionais movimentarem bilhões de dólares em apenas alguns segundos, por 
 
 
13 
meio de um computador. Essa nova ordem de integração das economias 
nacionais e, sobretudo, a mobilidade da circulação de bens e serviços têm gerado 
profundas transformações no mercado de trabalho mundial. Entre essas 
transformações, pode-se citar o aumento da competitividade motivado pela 
internacionalização da concorrência. 
Para que possamos inovar em um ambiente globalizado, é primordial a 
utilização das tecnologias de informação e comunicação de forma a viabilizar 
ações coletivas de troca de informações, de planejamento e atividades de P&D 
entre participantes situados em locais distintos do mundo. Com isso, eles podem 
desenvolver ações de inovação em empresas, institutos de pesquisa, 
universidades, indústria e também outros tipos de organizações. 
Assim, é possível afirmar que a globalização traz, enquanto característica 
estrutural, a revolução tecnológica informacional. A rigor, mercadorias e papéis 
moeda não são trocados; o que trocamos, de fato, são informações sobre 
dinheiro e sobre papéis que o representam. 
Assim, temos uma ideia inicial de por que devemos inovar. Além das 
questões que envolve a globalização, as empresas devem ter um olhar 
estratégico com base na inovação. Desde os postulados de Schumpeter, o “pai” 
do empreendedorismo, empresas que não inovam estão fadadas a perderem 
espaço no mercado, diminuindo sua vantagem competitiva e desempenho. 
Inovar é, de fato, o cerne para o desenvolvimento organizacional. E 
engana-se quem acha que inova é revolucionar em um produto, processo ou 
serviço. Muitas vezes, o fato de um empreendedor agregar valor ao negócio, em 
pequenos detalhes na forma de fazer o negócio, já, sem dúvida, fará com que a 
vantagem competitiva esteja a cima dos concorrentes do mesmo setor que atua. 
Inovar é criar barreiras para novos entrantes também. A partir do momento 
em que se cria valor de forma a inovar aquilo que já é existente na organização, 
empresas concorrentes sentem dificuldades de fazer o mesmo, principalmente 
diante do custo de aplicação desse valor agregado. Isso faz com que o seu 
desempenho permaneça por mais tempo, bem como um lucro constante. 
Outra questão importante para empresas que querem inovar e manter um 
nível alto e estável é sempre buscar pela renovação e, de novo, não é necessário 
grandes inovações. Muitas vezes, pequenas ações fazem a diferença para que a 
empresa consiga alcançar suas metas e lucratividade. 
 
 
14 
Para finalizar esta aula, é importante destacar que inovar nem sempre é 
fácil, principalmente diante de um mercado acirrado como o que vivemos nos dias 
atuais. Além disso, as tecnologias estão mudando a todo tempo, por isso, 
informação e conhecimento são fundamentais. Gestão do conhecimento e 
informação é imprescindível na cultura organizacional. Em breve vamos estudar 
um pouco mais sobre esse processo de geração e gestão do conhecimento que 
é a raiz para toda e qualquer inovação que uma empresa queira desenvolver. 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
ANDREASSI, T. Gestão da inovação tecnológica. São Paulo: Thomson 
Learning, 2007. 
CANONGIA, C. et al. Foresight, inteligência competitiva e gestão do 
conhecimento: instrumentos para a gestão da inovação. Gestão & Produção, vol. 
11, n. 2, 2004. 
FIGUEIREDO, P. N. Gestão da inovação: conceitos, métricas e experiências de 
empresas no Brasil. São Paulo: Livros Técnicos e Científicos, 2009. 
ORGANIZAÇÃO para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Manual de 
Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 2. ed. Paris: 
OCDE; São Paulo: Finep, 1997. Disponível em: <https://www.mctic.gov.br/mctic/ 
export/sites/institucional/indicadores/detalhe/Manuais/OCDE-Manual-de-Oslo-2-ed 
icao-em-portugues.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2019. 
POSSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. Curitiba: 
InterSaberes, 2012. 
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