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Trabalho de Epidemiologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
CAMPUS AVANÇADO GOVERNADOR VALADARES
INSTITUTO CIÊNCIAS DA VIDA
DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA
LARYSSA LOPES SILVA
STTEPHANNE KATIELY DE PAULA
TAINARA SOARES DOS SANTOS
VANUZA FLORÊNCIO
PRÉ-PROJETO BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
 Orientadora: Profa: Dra: Eulilian Dias Dra.: Waneska Alves
GOVERNADOR VALADARES
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
CAMPUS AVANÇADO GOVERNADOR VALADARES
INSTITUTO CIÊNCIAS DA VIDA
DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA
LARYSSA LOPES SILVA
STTEPHANNE KATIELY DE PAULA
TAINARA SOARES DOS SANTOS
VANUZA FLORÊNCIO
PRÉ-PROJETO BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
 
 Atividade desenvolvida na disciplina Saúde Coletiva e Epidemiológica, como requisito parcial para aprovação, a ser entregue no dia 21/09/2018.
GOVERNADOR VALADARES
2018
1.Introdução
A hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa que acomete a pele e os nervos periféricos, com perda ou alteração de sensibilidade cutânea térmica dolorosa e/ou tátil e de força muscular, o que pode gerar incapacidades físicas permanentes, principalmente em mãos, pés e olhos, tem como agente etiológico o Micobacterium leprae. O bacilo é também chamado de “bacilo de Hansen”.
 Ao longo dos tempos a hanseníase apresentou características de uma doença com forte presença histórica e social, no período histórico da doença as pessoas com essa enfermidade enfrentaram o preconceito, o estigma e o isolamento social. Isso ocorreu devido à falta de informação que por muitos anos existiu sobre o agente etiológico, os sinais, os sintomas e via de transmissão da doença, o que também dificultou a identificação do agente patológico, o tratamento e seus agravos (Gomes et al., 2015).
Atualmente o diagnóstico de casos baseia-se essencialmente em sinais clínico e histórico epidemiológico, é realizado exames gerais e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. A transmissão é acometida principalmente pelas vias áreas superiores, por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível ao bacilo. O Sistema Único de Saúde disponibiliza o tratamento poliquimioterápico (PQT), recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é a associação de Rifampicina, Dapsona e Clofazimina.
A hanseníase apresenta-se, no cenário mundial da saúde, como questão ainda a ser solucionada. É uma doença de notificação compulsória de magnitude e abrangência a tornar um grave problema de saúde pública tem um alto potencial de causar incapacidades físicas, interferindo na fase produtiva e na vida social do paciente, determinando perdas econômicas e traumas psicológicos. Essas incapacidades têm sido responsáveis pelo estigma e pela discriminação dos pacientes.
Em 2012, cerca de 230 mil casos novos de hanseníase foram registrados no mundo. Destes, aproximadamente, 160 mil foram notificados no Sudeste Asiático; 36 mil nas Américas; 20 mil na África; 5 mil na região do Pacífico Ocidental e 4 mil no Mediterrâneo Oriental. No mesmo ano, o Brasil notificou 33 mil casos novos, ocupando o segundo lugar no ranking mundial, ficando atrás apenas da Índia, com cerca de 130 mil casos, classificando-se com o maior número de casos novos de hanseníase e concentra 93% de todos os casos novos detectados nas Américas. Ostenta também o título de único pais das Américas que ainda não alcançou a meta de eliminação proposta pela OMS.
Dentre os Estados brasileiros, no ano de 2012, Minas Gerais apresentou um dos melhores quadros, ocupando apenas o 23º lugar no ranking nacional, com taxa de incidência de 7,48 casos por 100 mil habitantes. Perdeu apenas para Rio Grande Sul (1,36/100.000), Santa Catarina (3,24/100.000), São Paulo (3,95/100.000) e Distrito Federal (7,14/100.000) (Avelino et al., 2013).
Está pesquisa visa contribuir para o conhecimento das características espaciais e epidemiológica da doença, possibilitando a análise das suas peculiaridades e prevalência em regiões específicas do território brasileiro, e possíveis pontos de intervenção a partir da informações coletadas em bibliografias.
2.Objetivos
Descrever casos de hanseníase notificados, no município de Governador Valadares no período de 2014 a 2017.
3. Epidemiologia do Evento no Mundo
A hanseníase trata-se de uma das doenças mais antigas que afligem a humanidade. Apesar do avanço da medicina, a doença segue como problema de saúde pública importante em todo o mundo até os dias de hoje, como mostra o quadro a seguir.
Quadro 1- Taxas de prevalência registradas no final de 2014 e número de novos casos detectados durante 2014, por regiões da OMS.
	Regiões da OMS
	Prevalência registrada N(taxa/10.000)
	Número de novos casos N(taxa/100.000)
	África
	19.968
	18.597
	Américas
	29.967
	33.789
	Mediterrâneo Oriental
	2.212
	2.342
	Europa
	-
	-
	Ásia Sul-Oriental
	119.478
	154.834
	Pacifico Ocidental
	3.926
	4.337
	Total
	174.554
	213.899
Fonte: Estratégia global, OMS,2016
Segundo a organização Mundial de Saúde (OMS) 94% dos pacientes notificados em 2014 eram habitantes de 13 países: Bangladesh, Brasil, República Democrata do congo, Etiópia, Índia, Indonésia, Madagascar, Mianmar, Nepal, Nigéria, Filipinas, Sri Lanka e Republica Unida da Tanzânia, como mostra o quadro 2.
Quadro 2- Taxas de prevalência registradas no final de 2014 e número de novos casos detectados durante 2014, por região da OMS.
	Regiões da OMS
	Número de casos novos
	Prevalência de casos por 10.000 habitantes
	Índia 
	135.485
	0,66
	Brasil
	25.218
	1,09
	Indonésia 
	16.826
	0,69
	Congo
	3.742
	0,53
	Etiópia 
	3.692
	0,36
	Nepal
	3.054
	0,88
	Bangladesch
	3.000
	0,19
	Mianmar
	2.609
	0,47
	Siri Lanka
	1.977
	1,01
	Madagascar
	1.780
	0,84
	Filipinas
	1.721
	0,41
	Nigéria 
	1.362
	0,73
	Tanzânia 
	247
	0,33
Fonte: Organização Mundial de Saúde. 2014.
De acordo com a OMS, Índia, Brasil e Indonésia, notificam mais de 10.000 novos pacientes anualmente. Juntos, esses três países representam 81% dos pacientes recém-diagnosticados e notificados no mundo, caracterizando um grande problema de saúde pública para esses países ( MONOT, et al.2005).
4. Epidemiológico do Evento no Brasil 
 No Brasil as regiões que apresentam maior índice de casos de hanseníase são as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Segundo o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), estas regiões apresentaram no ano de 2017 elevadas taxas no valor de 33,84; 20,58 e 28,82 respectivamente, em comparação com as regiões Sudeste e Sul (4,34 e 2,62). Os estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão são as três unidades da federação com a maior constatação de hanseníase no país, segundo informou o Ministério da Saúde. Como mostra o gráfico a seguir:
Gráfico 1- Taxa de detecção da hanseníase em regiões do Brasil.
Fonte: SINAN/SVS-MS.
 Segundo o sistema de informações SINAN, tais estados descritos no gráfico a cima, apresentaram uma taxa de prevalência de hanseníase por 10,000 habitantes em 3,10 para Norte; 2,15 o Nordeste e o Centro-Oeste com a maior taxa no equivalente a 3,59. O Brasil tem em uma taxa de prevalência de cerca de 1,35/10.000 habitantes, o que caracteriza um percentual elevado em número de casos registrados.
As regiões que apresentam maior índice de casos de hanseníase são as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Segundo o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), estas regiões apresentaram até o ano de 2017 elevadas taxas no valor de 38%; 23% e 32 % respectivamente. Abaixo segue o gráfico indicando o percentual de casos constatados de hanseníase para os estados das respectivas regiões mencionadas anteriormente:
Gráfico-2 Taxa de
detecção de casos de Hanseníase nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Fonte: SINAN/SVS-MS.
O gráfico de pizza demonstra que, o estado do Mato Grosso possui o maior índice de casos detectados, correspondendo a 14% em relação aos demais estados, em seguida encontra–se o Tocantins (12%) e o Maranhão com 9% de casos contatados.
5. Epidemiologia do Evento em Minas Gerais
Segundo dados registrados nos últimos 8 anos, no Estado de Minas Gerais foram notificados cerca de 1300 casos novos a cada ano. Somente no ano de 2016, foram registrados 1.106 novos casos, sendo distribuídos por todo Estado, com maior índice nas divisas de Minas Gerais com os Estados de Espirito Santo, Bahia e Goiás.
A distribuição da hanseníase em MG apresenta-se de forma bastante heterogênea sendo:45 municípios hiperendêmicos, 56 de muito alta endemia, 74 de alta endemia, 121 de media endemia e 22 de baixa endemia. Dentre os municípios hiperendêmicos destacam-se os apresentados no gráfico a seguir.
Gráfico 3-Taxa de notificação de hanseníase por município de MG-2018.
Fonte:SINAN/CPDE/DASS/SVEAST/SubVPS/SESMG.
Até o presente momento, foram confirmados no estado de Minas gerais 1.908 casos de Hanseníase. Os municípios mineiros com os maiores número de casos confirmados de Hanseníase foram: Uberlândia correspondendo a 418, seguido por Belo Horizonte com 126 e Governador Valadares com 97 casos.
6. Metodologia 
6.1. Área de estudo
Município de Governador Valadares, Minas Gerais, localizada no Vale do Rio Doce, com população média de 280 mil Habitantes.
6.2. População de Estudo
Casos de notificações entre homens e mulheres, que foram notificados no município de Governador Valadares no período de 2014 a 2017.
6.3. Critérios de inclusão
Serão incluídos na pesquisa, casos de notificação que ocorrerão no do município de Governador Valadares, ente jovens e adultos do sexo feminino e masculino, no período de 2014 a 2017.
6.4. Critérios de exclusão
Serão excluídos da pesquisa, homens e mulheres com idade inferior a 20 anos e superior a 40 anos.
6.5. Fonte de Dados
Bibliografias publicadas, SINAN-NET- Sistema de informação de Agravos de Notificação disponibilizados pelo DATASUS- Departamento de Informática do SUS, Ministério da Saúde.
6.6. Variáveis de Estudo
Sexo, idade, município de residência, ano da notificação. 
6.7. Métodos para Análise de Dados
A análise será realizada a partir das informações e dados estatísticos coletados em pesquisas bibliográficas, e sites do Ministério da Saúde com informações de notificações de casos hanseníase.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, D., R., M.; ALMEIDA, M., G.; SANTOS, A., G. Características Epidemiológicas e Espaciais da Hanseníase no Estado do Maranhão, Brasil, 2001-2012. Med. Ribeirão preto. São Paulo. v. 47, n. 4, p. 56-347. 2014.
Estratégia Global para Hanseniase2016-2020: Acelerar a ação para um mundo sem lepra,2016-2020. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/208824/9789290225201-pt.pdf;jsessionid=CB8575C2598A25CC2149306425F7DB55?sequence=17 Acesso em: 17/09/18.
GENOVEZ, P., F.; PEREIRA, F., R. O drama da Hanseníase: Governador Valadares, as políticas públicas de saúde e suas implicações na década de 1980. História, Ciência, Saúde Manguinhos. Rio de Janeiro. v. 23, n. 2, p.379-396. 2016.
GOMES, A. P., et al. Desafios na adesão do tratamento da Hanseníase segundo enfermeiros da Atenção Primária À Saúde. Cad, Cult.Ciên. Ano X. v. 14, n. 2. 2015.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em:>http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=3237.< Acesso em: 14/09/18.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sinan; Taxa de detecção geral de hanseníase por 100.000 habitantes Estados e regiões Brasil, 1990 a 2017. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/hanseniase/situacao-epidemiologica>. Acesso em: 17/09/ 2018. 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sinan Taxa de prevalência de hanseníase por 10.000 habitantes Estados e regiões, Brasil, 1990 a 2017 Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/hanseniase/situacao-epidemiologica>. Acesso em: 17/09/2018. 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sinan, Casos confirmados de hanseníase por local de notificação 
em Minas Gerais Disponível em: <http://tabnet.saude.mg.gov.br/deftohtm.exe?def/agravos/hans_n.def>. Acesso em: 20 Set. 2018. 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Hanseníase hoje. Boletim – Eliminação da Hanseníase das Américas. Disponível em: www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/hanseniase/trab_pesq/hanseniasenomundo.pdf. Acesso em 19/09/2018.

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