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Prevenção e Controle de Infecção em Instituição de Saúde Prof.ª Januzilla Amaral - UNIP 1 - Apresentação • Nesta disciplina pretende-se estudar os aspectos relevantes das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras), antigamente denominadas infecções hospitalares, seu impacto quanto à morbimortalidade, aspectos econômicos, prevenção, diagnóstico e medidas de controle 1.1 - Objetivos • A - reconhecer os principais fatores de riscos para Iras em procedimentos invasivos; • B - identificar clientes portadores de Iras por meio do raciocínio clínico para definição do agravo e pela interpretação de resultados de exames de cultura e seus respectivos antibiogramas; • C - implementar as precauções-padrão como medidas básicas de prevenção das Iras e como forma de prevenir infecções ocupacionais; • D - prescrever o tipo de precauções baseadas na transmissão (aérea, gotículas e contato) frente ao mecanismo de transmissão específico de cada agravo; • E - informar sobre resistência bacteriana. 2 – Introdução • A Organização Mundial da Saúde (OMS), em outubro de 2004, criou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente; • Meta 5 – OMS – 5% e 10% dos pacientes admitidos em hospitais adquirem uma ou mais infecções; • Anvisa, os erros associados à assistência à saúde causam entre 44 mil e 98 mil disfunções a cada ano nos hospitais; • Europa, um a cada dez pacientes sofrem danos evitáveis e eventos adversos ocasionados durante a assistência, sendo que 50% a 60% dos eventos são evitáveis. Um estudo realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CRM, 2010), entre outubro de 2007 a janeiro de 2008, por solicitação do Ministério Público Estadual, em uma amostra de 158 hospitais obteve os seguintes resultados: Amostra de 158 hospitais • 90% dos hospitais públicos e privados não cumprem pelo menos uma das exigências da legislação específica sobre o assunto; • 92% dos Programas de Controle de Infecções Hospitalares não atendem a pelo menos um dos itens obrigatórios de organização e funcionamento; • 35,4% das instituições não há normas ou protocolos sobre a utilização de antibióticos; • 49,4% não divulgam internamente informações referentes ao controle desse tipo de infecção; • 28,1% dos hospitais vistoriados não existia a pia para higienização das mãos e nem papel- toalha para enxuga-lás. Conclusões • As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras) constituem-se em um sério problema de saúde pública; • a literatura científica informa que a existência de uma comissão de controle organizada e atuante reduz entre 30% a 43% o número de casos de infecção; • Hipócrates: “primeiro, não cause dano”, e de Florence: “Parecerá, talvez, um estranho princípio enunciar que o primeiro requisito de um hospital consiste no dever de não prejudicar o paciente”. 3 - Conceito de Infecção Hospitalar. • Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998 da ANVISA; • Infecção hospitalar (IH) é aquela que é adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou após a alta; • Infecção Comunitária (IC) como a infecção que foi constatada em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital; • Infecção em recém-nascido. 3.1 - Infecção Relacionada à Assistência à Saúde • Na década de 1990, o termo infecção hospitalar foi substituído por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (Iras). Essa definição é mais abrangente por incluir os procedimentos realizados em ambulatórios, os cuidados domiciliares e, também, a infecção ocupacional adquirida pela equipe multiprofissional de saúde ao executar a assistência. • Quanto mais tecnológica a sociedade se apresenta, maiores são os procedimentos invasivos realizados e possibilitados com o avanço dessa tecnologia. • Outro fator impactante no desenvolvimento das Iras são as características individuais. 3.2 - Aspectos Históricos das IRAS. • James Simpson, em 1830; • Oliver Wendell Holmes, nos Estados Unidos, e Ignaz Philip Semmelweis, na Europa, estabeleceram as bases para a compreensão da aquisição das Iras; • Holmes, em 1840, responsabilizou os obstetras pela disseminação das infecções entre puérperas; • Semmelweis, em 1847, concluiu seu estudo epidemiológico sobre a correlação entre a assistência médica e o maior risco de contrair a febre puerperal; • Florence Nightingale, em 1858, reduziu significativamente a mortalidade de soldados ingleses durante a Guerra da Criméia. Precursores do controle de IRAS. QUAL A RESPONSABILIDADE CIVIL NO CASO DE IRAS? Mínimo 25 linhas, manuscrito, com referência ou site e data de acesso. 4 - Legislação e Aspectos Epidemiológicos das IRAS. • A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece as Iras como um problema de saúde pública e preconiza que as autoridades em âmbito nacional e regional desenvolvam ações com vistas a redução do risco de sua aquisição. (BRASIL, 2013); • As IRAS apresentam grande impacto sobre a letalidade hospitalar; a duração da internação e os custos. 5 - Processo histórico das Comissões de Controle de infecção hospitalar – CCIH. • As primeiras Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) foram instituídas no País na década de 1960; • Nos anos 1980 as ações governamentais, por meio de normativas do Ministério da Saúde (MS), no sentido de implantação das CCIH, foram iniciadas de fato, foram publicados guias técnicos nacionais que tratavam da avaliação sanitária de estrutura, sendo ainda pouco utilizados os métodos epidemiológicos; • A partir de 1985, com a repercussão da morte do ex-presidente da república Tancredo Neves, em consequência de infecção hospitalar, essa questão assumiu uma maior relevância, o que resultou no Curso de Introdução ao Controle de Infecção Hospitalar, ministrado em todo o Pais. • 14 mil profissionais foram capacitados nesse curso e, no mesmo ano, foi publicado o Manual de Controle de Infecção Hospitalar. • Em 1988, foi instituído o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar por meio da Portaria nº 232/98 MS, e foi criada a Divisão Nacional de Controle de Infecção Hospitalar (Portaria no 666/90). • Em 1983 e 1992, foram publicadas, respectivamente, as Portarias nº 196 e nº 930, visando normalizar as ações de prevenção e controle de Iras. • Em 1999, foi constituída a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar foi transferido do Ministério da Saúde, por meio da Portaria no 1.241, de 13 de outubro de 1999, que repassou as atividades de controle de infecções hospitalares para a Gerencia de Controle de Riscos a Saúde, da Diretoria de Serviços e Correlatos • 1990 – Conferência Regional sobre Prevenção e Controle de Infecções Hospitalares, apontado novamente a necessidade de implementação de comissões nacionais de prevenção de controle de Iras, e também indicou as seguintes diretrizes: • a vinculação da acreditação hospitalar a presença de programa de Iras; • a inclusão do tema nos currículos das ciências da saúde e programas de educação continuada; • a cooperação entre as instituições estatais e as universidades nas investigações epidemiológicas; • a identificação de laboratórios de referencia regional em microbiologia; • a instituição de grupos de trabalho voltados ao uso de antimicrobianos e o diagnostico microbiológico de Iras. • Em 2003, foi criada a Unidade de Controlede Infecção Hospitalar (Ucisa), que passou a ser denominada como Gerencia de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos (Gipea). • Em 2011 uma nova reformulação na estrutura organizacional da Anvisa ocorreu, passando o programa nacional a ser conduzido pela Gerencia de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS) (BRASIL, 2013a). • Em 2004 foi realizado um novo treinamento em educação a, distancia direcionado aos profissionais das vigilâncias sanitárias (PADOVEZE; FORTALEZA, 2014). • No ano de 2003, foi criada a Unidade de Controle de Infecção Hospitalar (Ucisa), que passou a ser denominada como Gerencia de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos (Gipea). • No ano de 2007, em consonância com o movimento mundial na prevenção de Iras, o MS aceitou oficialmente o engajamento no Desafio Global para Segurança do Paciente proposto pela OMS • Em 2011 uma nova reformulação na estrutura organizacional da Anvisa ocorreu, passando o programa nacional a ser conduzido pela Gerencia de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS) (BRASIL, 2013a). • Em 2011, a RDC/Anvisa nº 63 determinou o estabelecimento de estratégias e ações voltadas para a segurança do paciente, incluindo a prevenção de Iras. • 2013a). • No ano de 2012, foi instituída a Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde (CNCIRAS) por meio da Portaria nº 158, com a finalidade de assessorar a Diretoria Colegiada da Anvisa na elaboração de diretrizes, normas e medidas para a prevenção e o controle das Iras. • Em abril de 2013, foi publicada a Portaria MS/GM nº 529, instituindo o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que contempla entre suas áreas de atuação a prevenção das Iras. • Em julho de 2013, foi publicada a RDC/Anvisa no 36, que instituiu as ações para a segurança do paciente em serviços de saúde, com medidas voltadas também para a prevenção e controle das Iras (BRASIL,2013) Aspectos Epidemiológicos das IRAS • Em 1994, foi realizada a única avaliação de amplitude nacional sobre a magnitude das Iras no Pais, identificando a prevalência de 15% de taxas de Iras em 99 hospitais terciários. • Em 15 de maio de 1999, o Ministério da Saúde decretou o Dia Nacional do Controle de Infecção Hospitalar, visando a conscientização de toda classe de profissionais de saúde para diminuir a incidência de óbitos provocados pelas Iras. • Em homenagem ao médico-obstetra Ignaz P. Semmelweiss, que nessa mesma data em 1947, incorporou a prática da lavagem de mãos como atitude obrigatória pelos enfermeiros e médicos que entravam nas enfermarias. Iniciativa que conseguiu reduzir a taxa de mortalidade de pacientes de 18% para 1,5% (BRASIL, 2004a). • 2001, a Anvisa iniciou o diagnóstico do controle de Iras, que apontou questões de fragilidade estrutural para o controle: • 1/3 dos hospitais não possuía suporte de laboratório de microbiologia; • Proporção mais acentuada na região Nordeste (46,0%) e menos na região Sudeste (24%). • Requisitos essenciais não eram atendidos por todas as instituições, por exemplo, ter a CCIH nomeada (76,0%); fazer vigilância epidemiológica (77,0%); possuir um programa de controle de Iras (77%); realizar treinamentos específicos (44%) e aplicar medidas de contenção de surtos (33%) (PADOVEZE; FORTALEZA, 2014). • Em 2002 foi desenvolvido um inquérito nacional sobre a adequação dos laboratórios de microbiologia do Brasil, apontando importantes fragilidades nesse campo. • Em 2010, a Anvisa implantou o sistema de vigilância das infecções primárias da corrente sanguínea associadas ao cateter venoso. Os dados de 2012, referentes a 1.128 hospitais, identificaram a incidência de 5,7 e 2,0 de infecções primarias da corrente sanguínea por 1.000 cateter venoso central-dia, respectivamente de critério laboratorial e clínico, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de adultos, com Staphylococcus coagulasse negativo como o principal agente etiológico (PADOVEZE; FORTALEZA, 2014). • Em 2005, Diagnóstico do Controle da Infecção Hospitalar no Brasil - ANVISA, que teve a participação de 4.148 hospitais, o que correspondeu a 70% do número de hospitais cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) no ano de 2003: • CCIH (76% dos hospitais); • monitoramento das IHs (77%). • Desenvolvimento de programas de controle de infecções (49%); • treinamentos específicos em controle de infecções (44%) • adoção de medidas de contenção de surtos (33%), • apenas 8% dos hospitais pesquisados indicaram a utilização dos critérios diagnósticos para infecções hospitalares do NNISS/CDC, adotados oficialmente no Pais desde 1995 e validados em diversos países, • Segundo dados da Anvisa, em 2011, 1.071 hospitais efetuaram notificações de Iras, o que correspondeu a um total de 10.639 notificações no ano. A Anvisa propôs a criação do projeto denominado Pacientes pela Segurança do Paciente em Serviços de Saúde, que envolve a divulgação e a publicação de materiais educativos, como folder, cartazes, hotsite e vídeos, visando a melhoria da comunicação com os usuários dos serviços de saúde. Entre esses materiais esta um panfleto com informações sobre as Iras e, também, sobre os momentos de higienização das mãos: A partir de práticas laborais, tornar a aprendizagem mais significativa. É, portanto, por meio da prática que se educa e se aprende. • Elaborar um resenha contendo um quadro comparativo com os resultado do Diagnóstico do Controle da Infecção Hospitalar no Brasil – ANVISA – 2005 e o mais recente que encontrar no site da ANVISA. • https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/ FUNÇÕES DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E CONTROLE DAS IRAS. 6 - Um pequeno histórico do início do controle de infecção pela enfermagem Florence Nightingale - 1858: • Conceito de contato por microrganismos; • Observações epidemiológicas realizadas por meio de controle estatístico das condições dos pacientes; • Ações simples quanto à limpeza do ambiente e pessoal, ar fresco, iluminação, temperatura adequadas, boa nutrição, repouso e manutenção do vigor do paciente contribuíam para a cura desses pacientes; • Hospital de Base de Scutari- taxa de mortalidade de 42,7%; • Reestruturou o hospital, abrindo cozinhas e lavanderias; • Reestabeleceu as condições sanitárias aos ambientes e realizou rondas noturnas e supervisão dos cuidados; • Taxas de mortalidade caíram para 2,2%. 7 - Formação de biofilmes e o uso indiscriminado de antibióticos. • Biofilmes podem ser definidos como uma forma assumida pelas bactérias ao invadirem um novo ecotipo, como a espécie humana. • Aderem a um substrato – próteses, paredes de vasos, cateteres – e posteriormente produzem uma matriz, denominada glicocálice, onde formam microcolônias (PASTERNAK, 2009). • As bactérias regulam sua densidade populacional e se comunicam por meio de um mecanismo chamado quorum sensing; • Há evidências que espécies diferentes possam se juntar nos microfilmes e levar a uma maior resistência a antimicrobianos. • Uma solução muito efetiva para o problema dos biofilmes em materiais prostéticos é ou não usá-los – ou pelo menos restringir ao mínimo seu uso. Um cateter intravascular usado com o devido cuidado e retirado assim que possível, tem menor risco decolonização e formação de biofilme que um cateter deixado por conveniência ou até porque ―podermos vir a precisar dele no futuro‖ e que fica, mesmo sem ser utilizado (PASTERNAK, 2009). 8 - O enfermeiro assistencial e suas funções no controle, diagnóstico e prevenção das Iras. • O enfermeiro atua ativamente na prevenção, diagnóstico e controle das Iras, é o responsável pela equipe de enfermagem que está em contato direto com o paciente e visitantes 24 horas por dia, além de avaliar e controlar o ambiente e equipamentos e participar das equipes multidisciplinares. Assim, o enfermeiro assistencial deve preocupar-se, conforme Cansian (1977), com seis aspectos fundamentais, com o intuito de minimizar os riscos dos pacientes em adquirir infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras). Vejamos cada um deles 1 - Paciente • O estado de imunidade do paciente é o primeiro aspecto a ser observado. Pacientes com comprometimento da imunidade estão mais propensos a adquirir Iras. Pacientes em extremos de idade comumente possuem sistema imunológico afetado fisiologicamente: os bebês possuem sistema imunológico imaturo e os idosos possuem diminuição da função imunológica. Algumas doenças, como leucemias e queimaduras extensas, e alguns tratamentos, como as quimioterapias, podem contribuir para a depressão da imunidade e, consequentemente, para o aumento do risco de o paciente adquirir Iras. 2 - Visitantes • Visitantes tanto podem ser veículo de transmissão de microrganismo como podem ser o contraente de uma infecção ao entrar em contato com o ambiente hospitalar. Por esses motivos, crianças menores de 12 anos possuem acesso restrito às visitas e é solicitado que os visitantes lavem as mãos antes de se aproximar do paciente, preferencialmente ao adentrar a unidade. 3 - Equipe de saúde • A principal medida de prevenção e controle de infecção é a higienização das mãos antes e depois de entrar em contato com o paciente e seus pertences e equipamentos, utilizando técnica específica. 4 - Equipamentos • Todos os dispositivos que entrarem em contato com o paciente devem ser higienizados conforme protocolo ou instruções do fabricante. 5 - Técnicas de trabalho • É importante que a equipe respeite as normas de precauções (padrão, por gotículas, por contatos e por aerossóis), que não reencape agulhas, que dê o destino correto para materiais perfurocortantes, que use os equipamentos de proteção individual (EPI) e os equipamentos de proteção coletiva (EPC). • As boas práticas de biossegurança devem ser entendidas como forma de controle e prevenção de Iras. 6 - Planta física • LEI N 7.498/86, DE 25 DE JUNHO DE 1986 Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe: I – privativamente: d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação. • É essencial que o enfermeiro fique atento aos pacientes que foram diagnosticados com infecção e os mantenha distantes de pacientes com comprometimento do sistema imunológico. • Pias distribuídas pela unidade e frascos de álcool gel próximos a entrada de cada leito também são medidas importantes. Álcool 70% , antisséptico e desinfetante. • O álcool 70% possui concentração ótima para atividade bactericida, pois a desnaturação das proteínas do microrganismo (atuam na membrana plasmática ou parede celular bacteriana, inibindo sua síntese e provocando sua destruição) faz-se mais rapidamente na presença da água, porque a água facilita a entrada do álcool para dentro do microrganismo. 9 - O enfermeiro da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) • A Portaria nº 2.616/1998 define as ações de prevenção para as Iras. • CCIH que tem como função elaborar, implementar, manter e avaliar o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar adequado às características e necessidades da instituição, formada por membros consultores e membros executores. • Consultores: profissionais representantes da medicina, da enfermagem, da farmácia, do laboratório de microbiologia e da administração. • Executores: técnicos de nível superior, em número mínimo de dois, contando eles obrigatoriamente com a presença do médico e do Enfermeiro. • A portaria cita que o enfermeiro deverá preferencialmente ser o membro executor do programa. CCIH • Baseado nas funções da Portaria 2.616/1998, considera-se uma CCIH ativa aquela que realiza: • Busca ativa das Iras; • Produz taxas associadas das Iras; • Faz a investigação de casos e surtos implantando medidas • de controle; • Padroniza o uso de antimicrobianos; • Elabora, aplica treinamentos e supervisiona normas e rotinas referentes ao controle e prevenção das Iras; • Produz e publica relatórios com os indicadores e taxas das Iras, e conta com serviço do laboratório de microbiologia. • Para que a CCIH possa atuar, ela deve ter livre acesso aos setores do hospital e prontuários; • Ter contato com o paciente e seu médico quando necessário; • Solicitar exames complementares que não tenham sido pedidos, a fim de esclarecimento de diagnóstico e da cadeia epidemiológica das Iras após comunicação com o médico responsável pelo paciente; • Solicitar outros exames especializados para detectar disseminadores, avaliar procedimentos, produtos e artigos. (CARDOSO; SILVA, 2004). Atividades realizadas pelos enfermeiros da CCIH • Diagnosticar e notificar os casos de Iras; • Identificar os riscos do desenvolvimento de Iras; • Inspecionar a aplicação de técnicas assépticas; • Avaliar e orientar a implantação de medidas de isolamento e introduzir medidas de prevenção da disseminação de microrganismos; • Ser um elo entre todos os setores do hospital como disseminador das ações de prevenção e controle de infecções; • Executar ações de vigilância sanitária nos setores da instituição objetivando a identificação de problemas relacionados às Iras, bem como a elaboração de medidas preventivas ou corretivas; • Realizar a notificação de doenças compulsórias; • Colaborar com os serviços de saúde ocupacional; • Informar outras instituições sobre casos de Iras transferidos; • Realizar ou participar de atividades de ensino sobre o controle de Iras para todos os profissionais da instituição (BARBOSA, 2007). Métodos de vigilância epidemiológica das Iras • A portaria 2.616, recomenda o uso da metodologia National Nosocomial Infections Surveillance System (NNISS) para efetuar a vigilância epidemiológica das Iras. • O NNISS foi estabelecido em 1970 pelo Centro para Controle de Doenças (CDC) nos Estados Unidos. • Consiste em um método de busca ativa, sistemática e contínua da ocorrência e distribuição dos agravos à saúde e dos fatores determinantes das Iras. • Objetivos: obter taxas que permitam conhecer a realidade epidemiológica e a determinação de parâmetros aceitáveis; • Detectar surtos antes de uma propagação mais prejudicial; • avaliar a eficácia das medidas de prevenção aplicadas; • determinar áreas, situações e serviços prioritários (HINRICHEN, 2013). COMPONENTES, OU PROTOCOLOS DE VIGILÂNCIA, POSSÍVEIS PELO NNISS SÃO: • GLOBAL – todos os pacientes são monitorizados em todos os sítios. • VIGILÂNCIA EM UTI adulta e pediátrica, a vigilância é ativa e diária, em que são controlados todos os pacientes internados. Em impresso próprio são registrados o número de pacientes internados, o número de cateteres vesicais e centrais e o uso de ventilação mecânica. A ficha de infecçãoé preenchida sempre que a IRA for diagnosticada, independentemente da localização topográfica. O impresso para o controle de pacientes e procedimentos deve ser preenchido diariamente. O enfermeiro da CCIH é o responsável pelo diagnóstico e coleta de dados. • VIGILÂNCIA CIRÚRGICA: todos os pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos são monitorados em todas as localizações topográficas corporais ou apenas para infecção da ferida cirúrgica. A Portaria 2.616 também indica a vigilância por meio de: • MÉTODOS PROSPECTIVOS, monitoram a ocorrência de infecção enquanto o paciente ainda está internado e avaliam o grau de risco no momento da sua admissão. Esse tipo de vigilância fornece uma visão periódica das IRA; devem ser analisados nas visitas diárias a presença de febre, o uso de antimicrobianos, o resultado de culturas positivas e os resultados de exames laboratoriais e radiológicos. • RETROSPECTIVOS, consistem na revisão de prontuários após a alta do paciente. Tem como limitações: qualidade das informações; identificação dos pacientes infectados; leva tempo revisar todos os prontuários; não detecta o aparecimento de surtos; promove uma distância entre a equipe da CCHI e os profissionais que estão na assistência aos pacientes. • TRANSVERSAIS, consistem na avaliação de todos os pacientes internados no hospital ou em uma unidade em um determinado período de tempo. Esse tipo de vigilância tem baixa eficácia, pois não fornece índices endêmicos e é difícil para identificar surtos Portaria nº 2.616, aponta as taxas mais importantes de serem obtidas e analisadas e as que são obrigatórias Taxa de IRAS • Infecção hospitalar/IRA – o numerador é o número de episódios de infecção hospitalar/IRA no período considerado e, como denominador, o total de saídas altas, óbitos e transferências ou entradas no mesmo período: Número de episódios de infecção hospitalar/IRA no período Total de saídas altas, óbitos e transferências ou entradas no mesmo período Pacientes com IRA • Pacientes com IRA – o numerador é o número de doentes que apresentam infecção hospitalar/ IRA no período considerado e, como denominador, o total de saídas (altas óbitos e transferências ou entradas) no período: Número de doentes que apresentam infecção hospitalar/ IRA no período considerado Total de saídas (altas óbitos e transferências ou entradas) no período. IRA topográfica • Distribuição das infecções hospitalares/IRA por localização topográfica no paciente – calculada tendo como numerador o número de episódios de infecção hospitalar/IRA em cada topografia no período considerado e, como denominador, o número total de episódios de infecção hospitalar/IRA ocorridos no período: Número de episódios de infecção hospitalar/IRA em cada topografia no período Número total de episódios de infecção hospitalar/IRA ocorridos no período Taxa de letalidade • Taxa de letalidade associada à infecção hospitalar/IRA é calculada tendo como numerador o número de óbitos ocorridos de pacientes com infecção hospitalar/IRA no período considerado e, como denominador, o número de pacientes que desenvolveram IRA no período: Número de óbitos ocorridos de pacientes com infecção hospitalar/IRA no período Número de pacientes que desenvolveram IRA no período Taxa de infecções por procedimentos. • taxa de infecções hospitalares por procedimentos/IRA é calculada tendo como numerador o número de pacientes submetidos a um procedimento de risco que desenvolveram infecção hospitalar e, como denominador, o total de pacientes submetidos a esse tipo de procedimento. Entre essas taxas temos: • taxa de infecção do sítio cirúrgico de acordo com o potencial de contaminação: Número de pacientes submetidos a cirurgia que desenvolveram infecção de sítio cirúrgico Total de pacientes submetidos a cirurgia • — taxa de infecção após cateterismo vesical: Número de pacientes que realizaram cateterismo vesical e desenvolveram Infecção do Trato Urinário (ITU) Total de pacientes submetidos a cateterismo vesical • — a taxa de pneumonia após uso de ventilação mecânica: Número de pacientes que utilizaram ventilação mecânica e desenvolveram PAV (Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica) Total de pacientes submetidos à Ventilação Mecânica 3 MICROBIOLOGIA DAS IRAS PÁG 23 A 38 – APOSTILA DA 1ª UNID. Resumo para complementação das Aulas. Deve conter todos os agentes etiológicos e abordar todos os subitens.
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