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Curso de saude mental - Modulo 1

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MÓDULO
1
CURSO
E TRABALHO NO
PODER JUDICIÁRIO
SAÚDE
MENTAL
CONTEXTUALIZAÇÃO
DA SAÚDE MENTAL
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
 Presidente: Ministro José Antonio Dias Toffoli
 Corregedor Nacional de Justiça: Ministro Humberto Eustáquio Soares Martins
 Conselheiros: Aloysio Corrêa da Veiga
 Maria Iracema Martins do Vale
 Márcio Schiefler Fontes
 Daldice Maria Santana de Almeida
 Fernando César Baptista de Mattos
 Valtércio Ronaldo de Oliveira
 Francisco Luciano de Azevedo Frota
 Maria Cristiana Simões Amorim Ziouva
 Arnaldo Hossepian Salles Lima Junior
 André Luis Guimarães Godinho
 Valdetário Andrade Monteiro
 Maria Tereza Uille Gomes
 Henrique de Almeida Ávila
 Secretário-Geral: Carlos Vieira von Adamek
 Diretor-Geral: Johaness Eck
 Secretário Especial de Programas,
 Pesquisas e Gestão Estratégica: Richard Pae Kim
 
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
 Secretário de Comunicação Social: Rodrigo Farhat
 Projeto gráfico: Eron Castro
 Revisão: Carmem Menezes
 
2019
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
SEPN Quadra 514 norte, lote 9, Bloco D, Brasília-DF
Endereço eletrônico: www.cnj.jus.br
Conteúdos deste módulo
 4 Objetivos de aprendizagem
 5 Apresentação
Unidade I
 6 Introdução: o que é saúde mental?
Unidade II
 10 Saúde Mental nas Diversas Fases do 
Desenvolvimento Humano
Unidade III
 14 Relações Humanas e Ética
 16 Referências bibliográficas
3
Objetivos de aprendizagem
 » Compreender o contexto da saúde 
mental nas suas diversas formas;
 » Conhecer os tipos de transtornos que mais 
afetam as pessoas em suas relações, bem 
como as táticas para prevenção e tratamento 
para melhoria da qualidade de vida;
 » Conhecer os principais marcos na saúde 
mental no Brasil e no mundo;
 » Obter um resumo sobre a saúde mental nas 
diversas fases do desenvolvimento humano.
4
Apresentação
Bem-vindo ao módulo 1 do curso! É muito 
bom contar com a sua colaboração!
Iniciaremos nossos estudos mostrando como a saúde 
mental tem sido objeto de estudo nas mais diversas áreas, 
uma vez que o cenário atual no Brasil e no mundo mostra 
crescimento considerável de casos de doenças mentais, 
em todas as classes sociais, e em qualquer idade.
Veremos que ao longo dos anos o tema” saúde mental” 
foi ganhando destaque, tanto nos estudos, na atenção 
e no acolhimento ao portador de doenças mentais 
quanto na legislação. Na antiguidade, as pessoas com 
transtornos mentais eram vistas como loucas e tratadas 
de forma desumana; hoje, portanto, a saúde mental está 
amparada por leis, decretos e portarias que buscam trazer 
dignidade e acolhimento aos portadores e familiares.
Vamos, ainda, esclarecer os tipos de transtornos que mais 
afetam as pessoas em suas relações, bem como as táticas para 
prevenção e tratamento para melhoria da qualidade de vida.
5
Unidade I
Introdução: o que 
é saúde mental?
Uma vez que a Organização Mundial de Saúde 
(OMS) afirma não existir definição “oficial” de 
saúde mental, e o Dicionário Aurélio defini-la 
como “expressão utilizada para descrever a qua-
lidade cognitiva e emocional de um indivíduo ou, 
ainda, para designar a inexistência de alguma 
doença mental”, essa pode ser entendida de 
forma bem mais ampla, como a capacidade de 
alcance de um bem-estar cognitivo, comporta-
mental e emocional, no qual o indivíduo é capaz 
de usar as próprias habilidades, recuperar-se do 
estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com 
sua comunidade, sendo capaz inclusive de apro-
veitar a vida e alcançar um equilíbrio entre as 
atividades pessoais, laborais e suas emoções, 
visto que diferenças culturais, julgamentos sub-
jetivos e teorias relacionadas concorrentes afe-
tam o modo como a “saúde mental” é definida.
O termo Saúde Mental se justifica, assim, por 
ser uma área de conhecimento que, mais do 
que diagnosticar e tratar, liga-se à prevenção e 
à promoção de saúde, preocupando-se em reabi-
litar e reincluir o paciente em seu contexto social.
No decorrer da vida, os problemas de saúde 
mental podem afetar o pensamento, humor e 
comportamentos. Muitos fatores contribuem 
para esse problema, incluindo fatores biológicos, 
como genes ou química cerebral; experiências 
de vida, como trauma ou abuso, ou até herança 
familiar de problemas mentais.
Existem vários tipos de transtornos mentais, 
entre eles estão a depressão, o transtorno afe-
tivo bipolar, a esquizofrenia e outras psicoses, 
demência, deficiência intelectual e transtornos 
de desenvolvimento, incluindo o autismo e o 
estresse. Geralmente são caracterizados por 
combinação de pensamentos, percepções, emo-
ções e comportamento anormais, que também 
podem afetar as relações com outras pessoas.
Algumas táticas podem ser importantes e bené-
ficas para prevenção e até mesmo depois da 
6
doença instalada, são elas: melhoria da quali-
dade de vida pelo lazer e socialização, melho-
ria da estrutura do serviço para o atendimento 
tanto para os casos com risco potencial como os 
pacientes em tratamento, aumento os níveis de 
conhecimento dos riscos envolvidos nos trans-
tornos mentais e seus medicamentos, processo 
de trabalho mais bem estruturado, sem contar 
o acesso aos cuidados de saúde e aos serviços 
sociais capazes de proporcionar tratamento e 
apoio social que também é fundamental.
O número de transtornos mentais continua 
crescendo, com impactos significativos sobre a 
saúde e sendo fator importante nas principais 
consequências sociais, de direitos humanos e 
econômicas em todos os países do mundo.
A partir de dados levantados em 2017 pelo Insti-
tuto Nacional do Seguro Social (INSS), concluiu-
-se que a depressão e o estresse ocupacional 
estão entre as cinco principais causas de afas-
tamento do trabalho no Brasil. A OMS alerta que, 
até 2020, a depressão será a doença mais inca-
pacitante do mundo. Já a Associação Brasileira 
de Psiquiatria (ABP) estima que entre 20% e 25% 
da população tiveram, têm ou terão um quadro 
de depressão em algum momento da vida.
Ainda segundo dados da organização, em todo 
o mundo, uma em cada quatro pessoas vai 
sofrer com algum transtorno mental em algum 
momento da vida. O risco de certas perturbações, 
inclusive a doença de Alzheimer, aumenta com 
a idade. Para os especialistas, o preconceito e o 
estigma relacionados a essas doenças mentais 
ainda são os grandes entraves para a busca de 
tratamento.
Outro dado interessante é que populações de 
países das Américas são mais acometidos por 
transtornos de ansiedade, enquanto o leste 
europeu tem maior prevalência de transtornos 
por uso de álcool.
O Brasil é o país com a maior taxa de pessoas 
com transtornos de ansiedade no mundo e o 
quinto em casos de depressão. Segundo esti-
mativas da OMS, 9,3% dos brasileiros têm algum 
transtorno de ansiedade e a depressão afeta 
5,8% da população. Pesam nesse cenário, fatores 
socioeconômicos, como pobreza e desemprego, 
e ambientais, como o estilo de vida em grandes 
cidades.
PRINCIPAIS MARCOS DA SAÚDE 
MENTAL NO BRASIL E NO MUNDO
1912: A Psiquiatria torna-se uma especialidade 
médica autônoma.
1921: Inaugurado o famigerado Manicômio Judi-
ciário, órgão que se encarrega dos doentes men-
tais que cometem delitos.
1955: Usada, pela primeira vez no Brasil, a clor-
promazina, medicamento que inaugura a cate-
goria dos neurolépticos.
Entre as várias iniciativas legais e normativas 
instituídas para a concretização do modelo de 
atenção psicossocial, destacam-se:
Declaração de Caracas – 11/11/1990: Marca as 
reformas na atenção em saúde mental nas 
Américas, enfatizando a reestruturação da assis-
tência psiquiátrica e a vigilância e defesa dos 
direitos humanos das pessoas e em sofrimento 
psíquico. A Declaração de Caracas tinha como 
CURSO SAÚDE MENTAL E TRABALHO NO PODER JUDICIÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃODA SAÚDE MENTAL Módulo 1
7
finalidade transformar os pacientes de doenças 
mentais em cidadãos, visto que muitos não pos-
suíam direitos legais nem mesmo documentos. 
Apesar de o Brasil ser signatário da Declaração 
de Caracas em 1990, as mudanças efetivas ocor-
rem muitos anos depois.
Portaria/GM n. 106, de 11/2/2000: Cria os serviços 
de residências terapêuticas, que têm como finali-
dade dar a garantia de um lar para os indivíduos 
que não possuem referência familiar ou social
Lei n. 10.216, de 6/4/2001: Primeira lei oficial 
que inicia o amparo aos doentes mentais. Dis-
põe sobre a proteção e os direitos das pessoas 
portadoras de transtornos mentais e redireciona 
o modelo assistencial em saúde mental.
A reforma psiquiátrica e o modelo de atenção 
psicossocial não se constituem apenas pelo con-
junto de mudanças políticas, mas pela mudança 
de paradigmas. Só se efetiva a partir de trans-
formações de práticas, saberes, valores culturais 
e sociais associados à saúde mental. Portanto, 
são orientados para um modelo de atenção 
comunitário, com rede de atenção substitutiva 
à internação hospitalar e redução progressiva 
dos leitos psiquiátricos. Os leitos hospitalares 
ainda existem e não podem ser erradicados, 
pois muitos pacientes precisam de internação 
por conta de outras complicações físicas ou sur-
tos. Portanto, a reforma psiquiátrica presa pela 
diminuição dos leitos, e não pela erradicação.
Portaria/GM n. 336, de 19/2/2002: Estabelece 
diretrizes para o funcionamento dos Centros de 
Atenção Psicossocial. Estes serviços passam a ser 
categorizados por porte e clientela, recebendo as 
denominações de CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e 
CAPSad. Os CAPS I, CAPS II e CAPS III têm a finali-
dade e objetivo de atender qualquer demanda 
psiquiátrica onde não possuam CAPSi e CAPSad.
O CAPS I é destinado para cidades de pequeno 
porte ou de até 50.000 habitantes; CAPS II atende 
cidades de médio porte ou de até 100.000 habi-
tantes, e ambos funcionam em horários de aten-
ção básica de saúde (7 às 17 horas); e o CAPS III 
é destinado para cidades com mais de 100.000 
habitantes e é o único CAPS que funciona 24 
horas 7 dias por semana. Contudo, muitas uni-
dades não possuem planejamento e estrutura 
adequados para atender esses pacientes. O 
CAPSi é específico para atender crianças e ado-
lescentes, juntamente com suas famílias, e o 
CAPSad é exclusivo para tratamento de usuários 
de álcool e outras drogas. Já existem hoje CAPS 
especializados em outras necessidades, como o 
CAPSiad, que é destinado ao tratamento de crian-
ças e adolescentes dependentes de substâncias 
entorpecentes, e o CAPSadIII, voltado para usu-
ários e álcool e drogas que funciona 24 horas. 
Cada estado tem autonomia de implantar esse 
serviço de acordo com suas necessidades locais.
Lei n. 10.708, de 31/7/2003: Institui o auxílio-rea-
bilitação psicossocial para pacientes acometidos 
de transtornos mentais egressos de internações. 
Parte integrante de um programa de ressocializa-
ção de pacientes internados em hospitais ou uni-
dades psiquiátricas, denominado “De Volta para 
Casa”, sob coordenação do Ministério da Saúde.
Com a reforma psiquiátrica, os pacientes foram 
reinseridos em suas famílias, uma vez que os 
leitos de grandes manicômios foram fechados.
A assistência financeira para os doentes mentais 
tem o objeto de ampliar e dar suporte às neces-
sidades desses cidadãos, devido à falta de con-
CURSO SAÚDE MENTAL E TRABALHO NO PODER JUDICIÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL Módulo 1
8
dição financeira de muitas famílias. Porém, mui-
tas famílias não possuíam instrução adequada 
para lidar com as condições desses pacientes, e 
outras praticavam maus-tratos.
Portaria GM n. 52/04: Instituiu o Programa Anual 
de Reestruturação da Assistência Hospitalar Psi-
quiátrica no SUS, visando a uma nova pactuação 
na redução gradual de leitos, com uma recompo-
sição da diária hospitalar em psiquiatria.
Reconhecimento em 2009, pela OMS, do modelo 
de atenção à saúde mental brasileiro, e convite 
ao Brasil para participar, em um grupo de 10 paí-
ses, de esforço internacional para diminuição 
da lacuna de tratamento em saúde mental no 
mundo.
IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Inter-
setorial: Realizada em 2010, em Brasília, com o 
tema “Saúde Mental direito e compromisso de 
todos: consolidar avanços e enfrentar desafios”.
CURSO SAÚDE MENTAL E TRABALHO NO PODER JUDICIÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL Módulo 1
9
Unidade II
Saúde Mental nas 
Diversas Fases do 
Desenvolvimento 
Humano
As doenças mentais mais prevalentes, de modo 
geral, são a depressão, a ansiedade, a depen-
dência química e o transtorno bipolar.
Além de fatores genéticos e biológicos, o 
momento da vida – infância, adolescência, vida 
adulta ou terceira idade – pode influenciar na 
incidência de doenças específicas. Fatores gené-
ticos, associados a alterações neuroquímicas e 
estressores ambientais, são os principais respon-
sáveis pela ocorrência dos quadros psiquiátricos.
Um fator que explica as diferentes doenças, 
recorrentes em cada faixa etária, é a própria 
maturidade mental da pessoa. Esses males pre-
cisam que o “arquivo de dados”, dentro da nossa 
cabeça, esteja organizado de forma propícia para 
se manifestarem, o que só acontece com a matu-
ridade do intelecto.
Outra explicação seria a própria rotina da pes-
soa, que pode exercer influência para instalação 
da saúde mental. Dependendo de qual fase se 
esteja vivendo, das exigências enfrentadas e 
da pressão a qual se está exposto, as doenças 
podem, ou não, se manifestar. O tipo de trans-
torno também muda com a idade, assim como 
as obrigações e preocupações. A psicopatologia 
infantil é diferente da do adulto, mesmo porque 
a criança está em formação, em amadureci-
mento de seus recursos e funções.
10
Os transtornos do neurodesenvolvimento, como 
o transtorno do espectro autista e déficit de 
atenção, tendem a ser diagnosticados pela pri-
meira vez na infância, mas não necessariamente 
desaparecem na vida adulta. A esquizofrenia, 
por exemplo, raramente ocorre pela primeira vez 
antes dos 10 anos ou após os 50, embora avance 
até a terceira idade.
Quando não são tratados, os males psiquiátricos 
tendem a piorar. As consequências para a vida 
de um indivíduo não diagnosticado e que não 
tenha recebido o acompanhamento adequado 
são perigosíssimas e podem envolver, inclusive, 
o surgimento de outros transtornos. O risco é de 
agravamento e de cronicidade.
ADULTO JOVEM
A fase adulta jovem compreende um período da 
vida que vai dos 20 aos 40 anos de idade, carac-
terizando-se como uma etapa de muita força e 
vitalidade do ser humano. Porém, o indivíduo 
adulto jovem se encontra em um processo de 
afirmação e testagem de seu potencial, diante 
dos enfrentamentos sociais e pessoais. A maio-
ria dos transtornos mentais emerge durante a 
adolescência e o começo da faixa dos 20 anos.
A adolescência e a vida adulta jovem caracteri-
zam-se por mudanças físicas, psíquicas e sociais. 
Nessa fase, há uma predisposição ao desenvol-
vimento de alguns transtornos psicopatológicos 
como a depressão, a ansiedade e alguns com-
portamentos de risco à saúde como uso de dro-
gas e álcool.
Estudos populacionais no Brasil demonstram 
uma prevalência de Transtornos Mentais Comuns 
(TMC) que variam de 17% a 35%. Em estudos inter-
nacionais, a prevalência varia de 15,4% a 30,5%. 
TMC foram conceituados por Goldberg e Huxley, 
incluindo depressão não psicótica, ansiedade 
e sintomas somatoformes. Os TMC abrangem 
sintomas como: insônia, fadiga, esquecimento, 
irritabilidade, dificuldades de concentração, quei-
xas somáticas e sentimento de inutilidade. Esses 
são comumente encontrados em indivíduos com 
baixa classe socioeconômica, mulheres e pessoasque passaram por processo de separação. Usu-
ários de tabaco e álcool, assim como comporta-
mento sedentário, também mostraram associa-
ções com TMC. Estudos encontraram relações de 
TMC com vulnerabilidade social, tais como baixa 
escolaridade, menor número de bens, condições 
precárias de moradia, baixa renda e desemprego, 
que podem refletir na baixa qualidade de vida 
dos jovens, justificando então a necessidade de 
estudos que avaliem tal relação, já que a percep-
ção de saúde geral do indivíduo está diretamente 
relacionada ao bem-estar físico e psicológico.
Durante a adolescência, e no início da vida adulta, 
a manifestação de diagnósticos como depressão, 
transtorno bipolar e ansiedade são mais frequen-
tes. O uso de álcool e de drogas, geralmente, se 
inicia nessa fase da vida. Aqueles que vão além 
da experimentação podem desenvolver proble-
mas mais tarde, em outra fase da vida.
ADULTO INTERMEDIÁRIO
Na vida adulta, fase denominada adulto inter-
mediário, é compreendida entre os 45 a 60 anos 
de idade. Junto com essa fase, vem a demanda 
aumentada por trabalho excessivo, busca por 
dinheiro e estabilidade. As exigências sociais e 
CURSO SAÚDE MENTAL E TRABALHO NO PODER JUDICIÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL Módulo 1
11
familiares, a vida na cidade grande, por exemplo, 
favorece o surgimento de sintomas ansiosos. Os 
níveis de ansiedade atingem seu ponto máximo 
entre os 40 e os 60 anos de idade, indicam novas 
estatísticas, provando que a “crise da meia-idade” 
pode ser mais real do que muita gente imagina.
Um novo estudo do governo britânico sobre bem-
-estar apontou que, falando em termos gerais, 
as pessoas têm níveis relativamente altos de 
satisfação com a vida e de felicidade entre 16 
e 19 anos de idade e entre 65 e 79 mostram os 
índices mais elevados.
As pessoas entre 45 e 54 anos, entretanto, rela-
taram índices mais baixos, o que coincidiu com 
aumento notável nos níveis de ansiedade.
Os níveis caem depois dos 60 anos de idade, 
coincidindo com aumento do nível de satisfação 
com a vida e de felicidade.
Pode haver várias razões para isso, mas o cená-
rio típico envolve pacientes com um ou mais 
empregos, demandas dos filhos e de adminis-
trar a casa e a preocupação extra de cuidar de 
parentes mais velhos.
Acrescente a isso preocupações financeiras, e a 
pressão fica muito grande, o que pode causar 
depressão e ansiedade.
Fatores como divórcio e luto também podem 
compor o problema.
VELHICE
A terceira idade – a partir dos 60 anos de idade 
– é um período de muitas mudanças na vida de 
uma pessoa; aprender a lidar com essas mudan-
ças é fundamental para que esse período flua 
de maneira natural e não prejudique as relações 
interpessoais do idoso. A saúde mental do idoso 
é um ponto que merece muita atenção, em espe-
cial pela vulnerabilidade desse grupo a determi-
nados transtornos psicológicos causados pelas 
alterações biológicas e sociais.
Apesar da aparente vulnerabilidade dos idosos 
a determinados tipos de transtornos mentais, 
é importante destacar que algumas práticas 
podem evitar ou até mesmo reverter determi-
nados quadros de transtorno. Para isso, é fun-
damental que exista acompanhamento médico 
especializado que permita sinalizar quaisquer 
propensões que o indivíduo possa ter, seja por 
histórico familiar, aspectos psicossociais, grau de 
instrução ou comorbidades.
Algumas características presentes nessa faixa 
etária tendem a influenciar no surgimento dos 
transtornos mentais. Os mais comuns são:
 » Isolamento social;
 » Problemas financeiros;
 » Diminuição das capacidades cognitivas;
 » Transtornos mentais mais comuns em idosos;
 » Perda das funções sociais;
 » Demências;
 » Alzheimer;
 » Demência vascular;
 » Esquizofrenias;
 » Depressão;
 » Bipolaridade;
 » Perda de autonomia (financeira ou motora);
 » Morte de familiares ou colegas próximos;
CURSO SAÚDE MENTAL E TRABALHO NO PODER JUDICIÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL Módulo 1
12
 » Comprometimento da saúde;
 » Delírios;
 » Ansiedade;
 » Utilização de álcool ou substâncias psicoa-
tivas.
Evidentemente que a idade acaba contribuindo 
para o desenvolvimento de determinados trans-
tornos, porém é importante que o idoso e sua 
família se conscientizem sobre a necessidade de 
levar a vida normalmente nessa fase da vida. 
Praticar atividades que estimulem a atividade 
cerebral como palavras cruzadas, xadrez, leitura, 
jogo de videogame, são métodos caseiros para 
driblar a degeneração dos processos cognitivos 
pois o cérebro irá estar sempre sendo estimulado. 
É importante que a família participe ativamente 
desse caminho de readequação do cotidiano, para 
que ele ocorra da maneira mais natural possível.
Na terceira idade, o diagnóstico das demências 
é mais comum. Nessa fase da vida, o risco de 
demência aumenta de 1% a 2% aos 65 anos de 
idade; e para cerca de 30% aos 85. Algumas pecu-
liaridades devem ser levadas em consideração 
quando se fala em tratamento de pessoas mais 
velhas. As medicações já ingeridas por conta de 
outras doenças, como diabetes e hipertensão, 
podem interagir com os medicamentos para os 
transtornos mentais (ou vice-versa). Nesses indi-
víduos deve-se ter o cuidado de escolher medica-
mentos que não diminuam ou aumente o efeito 
quando misturados a outras drogas. Outro ponto 
que merece atenção é o perfil de efeitos colate-
rais. Medicamentos que possam causar queda 
de pressão, por exemplo, são perigosos para os 
idosos, o que poderia causar quedas, que são 
outro fator muito relevante na terceira idade.
Enfim, não só os idosos, como também as outras 
faixas etárias devem manter uma saúde mental 
positiva como alternativa para evitar essas con-
dições mentais durante o processo de envelhe-
cimento, desempenhando todo o seu potencial, 
enfrentando as tensões do cotidiano, sendo pro-
dutivas no trabalho (incluindo o serviço voluntá-
rio) e fazendo contribuições significativas para as 
suas comunidades.
CURSO SAÚDE MENTAL E TRABALHO NO PODER JUDICIÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL Módulo 1
13
Unidade III
Relações Humanas 
e Ética
A ética é um elemento fundamental nas rela-
ções humanas, que, apesar de ter um conceito 
dicionarizado – “Segmento da filosofia que se 
dedica à análise das razões que ocasionam, 
alteram ou orientam a maneira de agir do ser 
humano, geralmente tendo em conta seus valo-
res morais” (Aurélio) – tem um conceito que, de 
modo geral, vai muito além do conceito formal, 
uma vez que não pode ser empregada como um 
protocolo fixo, um conjunto de valores, ela está 
diretamente ligada a liberdade.
A liberdade está diretamente ligada a escolhas; a 
vida não tem uma resposta certa; a mesma res-
posta pode ter várias vertentes e o que é certo para 
uma pessoa pode ser errado para outra. Nesse caso, 
passa a vigorar os juízos de valores, que muitas 
vezes é fator de sabotagem para uma conduta ética.
O modelo de uma sociedade ética é a forma como 
as pessoas deveriam conviver, é inteligência cole-
tiva, compartilhada, porquanto viver em conjunto 
requer mudança de hábitos, pensar não em si 
próprio, mas no grupo, para melhorar a relação 
das pessoas em sociedade, é preciso respeitar 
as relações interpessoais no convívio coletivo, 
na disposição inicial de submeter as vontades 
pessoais ao crivo da convivência, e satisfazê-lo 
somente se não ferir o patrimônio coletivo, pois, 
em uma sociedade eticamente desenvolvida, as 
pessoas devem abrir mão das suas pretensões 
em nome da convivência coletiva.
A mutação da sociedade é constante, está sem-
pre buscando evolução tecnológica, e muitas 
vezes confronta com a capacidade humana de 
administrar, refletir, e estabelecer diretrizes para 
a proteção e defesa de si próprios, sem deixar de 
lado a premissa que a éticadeve ser vista como 
uma espécie de alicerce na construção da socie-
dade visto que ela é contemporânea, mutante, 
em cada lugar, em cada tempo, em cada cultura.
Na sociedade contemporânea, o individualismo 
tem forte presença nas relações interpessoais, 
fruto de uma evolução sociológica e econômica 
14
dentro do capitalismo. As pessoas se encon-
tram na situação de obrigação de acompanhar 
a tecnologia, senão acabam sendo excluídas do 
contexto de sociedade; os sentimentos, as emo-
ções, vão sendo manipuladas por medicações, 
não se pode ter momentos de tristeza, que já é 
associada à doença e combatida com remédios, 
sendo que muitas vezes é um caso isolado, um 
dia difícil, com aquele sentimento de que a tris-
teza é razão para crescimento pessoal.
A ética pode ser vista de forma moral ou racional; 
a ética moral diz respeito à conduta religiosa. 
São as leis que regem a sociedade, muitas com o 
intuito de reprimir maus comportamentos indivi-
duais e coletivos, como as placas de trânsito, os 
radares que impõem uma obrigação, cujo des-
respeito leva à punição das pessoas.
A ética racional é um processo que vai sendo 
adquirido no decorrer da vida, quando se 
aprende o que é certo e errado e se tem consciên-
cia do limite do outro; é um processo construtivo, 
é aprendizado, de educação, de responsabili-
dade, para todas as pessoas, de todas as idades 
em qualquer cultura, fomentando e explorando o 
diálogo entre as comunidades, buscando o bem 
comum em detrimento do bem individual, cen-
trada na noção do dever e da civilidade.
O ambiente de trabalho também tem suas par-
ticularidades. Esse local se torna um universo 
propício para o exercício da ética, uma vez que 
a pessoa mantém convivência ativa com outras 
culturas diferentes, que, em muitos casos, não 
têm vínculos familiares, trabalhando com a 
diferença, alteridade, diversidade de gênero, de 
formação, de origens sociais, participando ativa-
mente da rotina de outras pessoas, respeitando a 
hierarquia, exercendo suas funções, delimitações, 
em busca da felicidade, credibilidade. A acredi-
tação, entre outras características de um bom 
empregado, qualidades que não são adquiridas 
da noite para o dia, leva tempo, meses, anos.
A ética só existe se ela for cultivada; a todo ins-
tante temos de fazer reflexões para percebermos 
como estamos exercitando a cultura da ética, 
pois somos pessoas perfectíveis, não perfeitas. 
A ética não é nata, como diz Aristóteles: todos 
nascemos sem ética, e somos aprimorados, por 
meio de códigos de ética, de leis, de debates, de 
avaliações constantes, buscando esse aprimora-
mento com estudos, reflexões, para combater o 
egoísmo, o pensar em si próprio, melhorando a 
cada dia as nossas relações, produzindo o senso 
mortal, que é pensar no outro, e isso trará uma 
fusão positiva entre o eu e o próximo e traz resul-
tados positivos comuns e a premissa que ética 
está relacionada a felicidade.
Como complemento do conteúdo, segue o link 
da palestra “Ética e Valores” do Professor Clóvis 
de Barros Filho.
Vídeo 1: https://www.youtube.com/watch?v=-
c6Uux6_FCk4 (início da palestra 9:14).
Vídeo 2: https://www.youtube.com/watch?v=O-
xqPyO4FePw
Vídeo 3: https://www.youtube.com/watch?v=1N-
-_4Q2OHxg
Vídeo 4: https://www.youtube.com/watch?v=-
FgwXNlSPe3I
Vídeo 5: https://www.youtube.com/watch?-
v=LekxspEGcIs
Vídeo 6: https://www.youtube.com/watch?v=-
1vYhDPRUZls
CURSO SAÚDE MENTAL E TRABALHO NO PODER JUDICIÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL Módulo 1
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Referências bibliográficas
Blog IPOG – Home Saúde-. 19 de junho de 2018. Transtornos mentais estão entre as principais causas 
de afastamento do trabalho. Disponível em: <https://blog.ipog.edu.br/saude/afastamento-do-tra-
balho-transtornos-mentais/>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica n. 34. Saúde Mental.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno Humaniza SUS, vol. 5, saúde mental. Brasília, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas. Coordenação de Saúde Mental. Reforma Psiquiátrica e Saúde mental no Brasil. Disponível 
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf>.
MEMÓRIA da Loucura: retratos da história – cronologia. Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/
memoria%20da%20loucura/mostra/retratos06.html>.
RESENDE, T. I. M. Saúde Mental. [s.l.]: Juruá. 2016.
TUCHLINSKI, Camila. Depressão será a doença mental mais incapacitante do mundo até 2020. O ESTADO 
DE S. PAULO, 10 out. 2018. Disponível em: <https://emais.estadao.com.br/noticias/bem-estar,depres-
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Saúde mental. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_mental>.
CURSO SAÚDE MENTAL E TRABALHO NO PODER JUDICIÁRIO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL Módulo 1
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	Objetivos de aprendizagem
	Apresentação
	Unidade I
	Introdução: o que é saúde mental?
	Unidade II
	Saúde Mental nas Diversas Fases do Desenvolvimento Humano
	Unidade III
	Relações Humanas e Ética
	Referências bibliográficas

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