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ARTIGO Leitura nas series iniciais

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Leitura nas series iniciais
Resumo: Este artigo tem por finalidade estudar o desenvolvimento do processo da leitura e escrita nas séries inicias do ensino fundamental, destacando a importância do professor de português e, obviamente, a participação do aluno na aprendizagem dessa disciplina. Na sala de aula pode-se perceber claramente a dificuldade de uma boa relação pedagógica no tocante a essa temática, entre professor e aluno. No entanto, ao estudarmos o assunto, na prática houve bons resultados, utilizando-se um maneira mais ousada de aprendizagem: um envolvimento a mais do professor e a participação de elementos extraescolares.
Palavras-Chave: Leitura. Escrita. Séries Inicias
Abstract: This paper aims to study the development of the process of reading and writing in the initial grades of elementary school, highlighting the importance of the teacher of Portuguese, and obviously the student participation in learning this discipline. And in the classroom, one can clearly see the difficulty of a good pedagogical relationship, with respect to this issue, between teacher and student. However, when studying the subject, in practice, there were good results, using a bolder way of learning: a more teacher involvement and participation in other extracurricular elements.
Key Words: Reading. Writing. Initial Series
	
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................9
2. LEITURA E DIFICULDADES ...............................................................11 
2.1. A EDUCAÇÂO NA SOCIEDADE ATUAL...........................................15
2.2. PRATICAS PEDAGOGICAS EM SALA DE AULA..............................17
2.3 EDUCAÇÃO INFANTILNA ATUAL CONSTITUIÇÃO...........................20
2.4. FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL.........22
3. CONCLUSÃO..........................................................................................24
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................
INTRODUÇÃO
A Importância da leitura na Formação do Cidadão é um assunto que deve ser afirmado frente aos profissionais da Educação, observando a diferença, no nas séries iniciais, esclarecendo de que maneira essa etapa da educação pode contribuir na formação cognitiva e social do homem
Este artigo nos remete à dimensão da importância do incentivo e da prática da leitura nas séries iniciais, uma vez que é de suma necessidade a leitura na vida do ser humano, que por sua vez, faz com que as instituições de ensino voltem o olhar para as práticas de buscar a motivação, incentivos e interesse do aluno por essa prática, do professor pela seu preparo e pela escola através da sua adequação. No entanto, o que cabe, não é retirar toda a responsabilidade que a sociedade impõe à escola como formadora de leitores, e sim demonstrar que há muitas formas de agir em pró da formação desses indivíduos, onde a união de vários setores sociais seja ele a própria escola, o grupo profissional que é o que matem ocontato direto com os alunos e a família se unam em função de colaborar para odesenvolvimento na formação desses alunos. O objetivo deste é demonstrar a importância do incentivo e da prática da leitura nas séries iniciais, contudo, como sendo um processo contínuo e lento acaba sendo de grande relevância no processo ensino-aprendizagem, podendo, numa concepção globalizada poder ser adequada como além da formação intelectualda criança, uma forma de lazer, cultura e descontração.
Palavras-Chave:
Leitura, Séries iniciais, Professor, Escola, Formação.
DESENVOLVIMENTO 
 
2. Leitura e dificuldades
 
O conceito de Dificuldade de Aprendizagem e leitura nas séries iniciais subentende, de imediato, um obstáculo às aprendizagens, numa ou mais áreas académicas. De fato, este conceito surge da necessidade de se caracterizar alunos que experimentam sucessivamente o insucesso escolar, principalmente nas áreas da leitura, escrita e cálculo.
A dificuldade não deve ser entendida unicamente como uma característica intrínseca à criança, pois dessa dificuldade derivam variáveis relacionadas com os contextos e rotinas. O fator motivacional é indispensável, bem como uma visão inclusiva e compreensiva de todo o processo da criança. Uma forma, considerável, de se incentivar a leitura é levar os alunos a fazerem uma visita semanal à biblioteca da escola, tendo estes o direito de livre escolha dos livros. É bom que o professor determine um tempo para ficarem no local; um horário de cinqüenta minutos, por exemplo, dará para fazer a leitura de vários textos.
Para nós, a dificuldade surge da desadequação do processo ensino-aprendizagem, face às características do aluno. Pensar que o problema está no aluno, é uma visão redutora e simplista do que realmente se passa, já que todos nós passámos por necessidades de aprendizagem diferentes: alguns alunos só conseguem estudar sob pressão, enquanto outros necessitam de muito tempo para realizar as tarefas; alguns alunos só conseguem estudar num ambiente absolutamente silencioso, enquanto outros precisam do barulho e confusão de um café; para alguns alunos é impossível estudar de manhã, e preferem o horário noturno; para alguns alunos basta ler várias vezes a matéria de estudo, enquanto para outros, a sistematização dessa matéria em tópicos, esquemas ou resumos é absolutamente necessária. O aluno com dificuldade de aprendizagem sente-se rejeitado pelos colegas
- Dislexia: é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos, mas nada foi comprovado pela medicina.
- Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de letras, consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao produzir um texto.
- Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem sequências lógicas. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido.
- Dislalia: é a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.
- Disortografia: é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como consequência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.
- TDAH: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de ordem neurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças e adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir de causas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros profissionais capacitados.
Assim, consideramos que a melhor forma de ultrapassar as dificuldades de aprendizagem das nossas crianças e jovens, passa por identificar as suas áreas fortes e compreender as necessidades específicas de cada criança.
Podemos compreender o termo Educação como um processo pertencente ao desenvolvimento humano que vai sendo estabelecido na medida em que vamos construindo nossos conceitos. Os responsáveis por este processo no início de nossas vidas são os nossos pais, nossa família,pois é no ambiente familiar que vamos aprendendo o que é certo, o que é errado, o que podemos ou não fazer, e é neste ambiente que vamos nos tornando uma pessoa educada. Nem tudo o que nos é ensinado são verdades concretas, porém apenas saberemos disso quando tivermos a capacidade de compreender sozinhos os significados e importância dos valores educativos que nos foram ensinados. As crianças com dificuldades de aprendizagem não são crianças incapazes, apenas apresentam alguma dificuldade para aprender.
São crianças que tem um nível de inteligência bom, não apresentam problemas de visão ou audição, são emocionalmente bem organizadas e fracassam na escola.
Para Guerra (2001) crianças com dificuldades de aprendizagem não são deficientes, não são incapazes e, ao mesmo tempo, demonstram dificuldades para aprender. Incapacidades de aprendizagem não devem ser confundidas com dificuldades de aprendizagem.
Para Strick e Smith (2001), as dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas, e elas só podem ser formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas na escola. As crianças com dificuldades na leitura, são crianças suficientemente inteligentes, mas enfrentam muitos obstáculos na escola. São curiosos e querem aprender, mas sua inquietação e incapacidade de prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a eles. Essas crianças têm boas intenções, no que se refere a deveres e tarefas de casa, mas no meio do trabalho esquecem as instruções ou os objetivos.
Segundo o “DSM-IV: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais” (1995), desmoralização e baixa auto-estima podem estar associadas às dificuldades de aprendizagem. A criança com dificuldades de aprendizagem muitas vezes é rotulada, sendo chamada de “perturbada”, incapaz “ou” retardada”.
Vygotsky (1989) afirma que o auxílio prestado à criança em suas atividades de aprendizagem é válido, pois, aquilo que a criança faz hoje com o auxílio de um adulto ou de outra criança maior, amanhã estará realizando sozinha. Desta forma, o autor enfatiza o valor da interação e das relações sociais no processo de aprendizagem.
Segundo Fonseca (1995), a aprendizagem é uma função do cérebro. A aprendizagem satisfatória se dá quando determinadas condições de integridade estão presentes, tais como: funções do sistema nervoso periférico, funções do sistema nervoso central, sendo que os fatores psicológicos também são essenciais.
Vários estudos têm assegurado que os dois hemisférios do cérebro trabalham em conjunto. Ainda de acordo com o autor, o hemisfério esquerdo é responsável pelas funções de análise, organização, seriação, atenção auditiva, fluência verbal, regulação dos comportamentos pela fala, praxias, raciocínio verbal, vocabulário, cálculo, leitura e escrita. É o hemisfério dominante da linguagem e das funções psicolingüísticas. O hemisfério direito é responsável pelas funções de síntese, organização, processo emocional, atenção visual, memória visual de objetos e figuras. O hemisfério direito processa os conteúdos não-verbais, como as experiências, as atividades de vida diária, a imagem as orientações espaço-temporais e as atividades interpessoais.
O autor refere que para que uma criança aprenda é necessário que se respeitem várias integridades, como o desenvolvimento perceptivo-motor, perceptivo e cognitivo, e a maturação neurobiológica, além de inúmeros aspectos psicossociais, como: oportunidades de experiências, exploração de objetos e brinquedos, assistência médica, nível cultural, etc.
Souza (1996) coloca que os fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso acadêmico se dividem em três variáveis interligadas, denominadas de ambiental, psicológica e metodológica. O contexto ambiental engloba fatores relativos ao nível socioeconômico e suas relações com ocupação dos pais, número de filhos, escolaridade dos pais, etc. Esse contexto é o mais amplo em que vive o indivíduo. O contexto psicológico refere-se aos fatores envolvidos na organização familiar, ordem de nascimento dos filhos, nível de expectativa, etc, e as relações desses fatores são respostas como ansiedade, agressão, autoestima, atitudes de desatenção, isolamento, não concentração. O contexto metodológico engloba o que é ensinado nas escolas e sua relação com valores como pertinência e significado, com o fator professor e com o processo de avaliação em suas várias acepções e modalidades.
A autora ressalta que em consequência do fracasso escolar, devido à inadequação para a aprendizagem, a criança é envolvida por sentimentos de inferioridade, frustração, e perturbação emocional, o que torna sua autoimagem anulada, principalmente se este sentimento já fora instalado no seu ambiente de origem. Se o clima dominante no lar é de tensões e preocupações constantes, provavelmente a criança se tornará um acriança tensa, com tendência a aumentar a proporção dos pequenos fracassos e preceitos próprios da contingência da vida humana. Se o clima é autoritário, onde os pais estão sempre certos e as crianças sempre erradas, a criança pode se tornar acovardada e submissa com professores, e dominadora, hostil com crianças mais jovens que ela, ou pode revoltar-se contra qualquer tipo de autoridade. Se o clima emocional do lar é acolhedor e permite a livre expressão emocional da criança, ela tenderá a reagir com seus sentimentos, positivos ou negativos, livremente.
Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambiente doméstico exerce um importante papel para determinar se qualquer criança aprende bem ou mal. As crianças que recebem um incentivo carinhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas, tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas. Essas crianças buscam e encontram modos de contornar as dificuldades, mesmo quando são bastante graves.
Esta compreensão se dará no momento em que iniciarmos a vida escolar, pois é no processo de aprendizagem escolar que vamos confrontar os conhecimentos transmitidos pela família e os conhecimentos transmitidos pelos professores, que incentivam a criatividade, a busca pelo conhecimento e principalmente a criticidade. No entanto, devemos repensar no conceito que alguns definem a Educação, muitas vezes sendo relacionado apenas ao processo de estudo, onde uma pessoa considerada educada é aquela que estuda bastante. A educação formal tem o objetivo de preparar melhor o indivíduo para exercer suas habilidades pessoais, conhecimentos, levando em consideração a visão de mundo que esta pessoa já possui os conhecimentos prévios adquiridos na educação familiar, que é um processo natural, espontâneo e comum a todos. 
 
2.1. A Educação na sociedade atual
 O precário processo de alfabetização é um dos graves problemas que afetam a educação e consequentemente causa uma evasão escolar. Mas será que isso tem relação com o método de ensinar adotado nas escolas pelos educadores? Professores podem ser os mais importantes no processo de identificação e descoberta desses problemas, porém não possuem formação específica para fazer tais diagnósticos, que devem ser feitos por médicos, psicólogos e psicopedagogos Existem várias formas de incentivar a criança a gostar de ler, bem como a criar o hábito de leitura. Ser um bom contador de histórias é uma dessas formas, pois as crianças se encantam com o professor, com a entonação de sua voz, os gestos que faz, as caras e bocas, os risos ou choros, enfim, tudo aquilo que traz emoção para o momento. E mais tarde tentam imitá-lo agindo da mesma forma. Souza (2003) diz que o homem é um ser histórico-social, situado no tempo e no espaço, alguém produtor de texto, que tem voz, dialoga, interage, entra em confronto com o outro e que o professor que leva em conta essa realidade, procura no processo de ensino da língua considerar, problematizar e questionar as necessidades de vida do educando. Nesse sentido,a sua preocupação maior não é só como programa, mas preocupa-se com o aluno contextualizado. O tempo da criança é ocupado com conteúdos e atividades que desenvolvam o raciocínio, o discernimento, a criatividade, a competência comunicativa e o gosto pela leitura. Tudo isso aumenta a autoestima e a confiança, desenvolve o lado afetivo e ainda ajuda a criança a compreender a si mesmo, o outro e o mundo. 
O papel do professor se restringe em observar o aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir suas potencialidades.
É preciso esclarecer que há uma diferença em ser professor e educador. O professor trabalha sem interesse e sem prazer, apenas para obter um salário no fim do mês. Já um educador tem paixão pelo que faz, dedica-se ao máximo e a sua realização está completa quando sente que o seu trabalho está sendo bem desenvolvido e alcançando os objetivos propostos. 
Infelizmente temos poucos educadores e muitos professores que possuem uma prática pedagógica ultrapassada, adquiridas quando eles estudaram na escola; assim, ficam isolados na maneira como aprenderam as coisas, dificultando a aquisição de novos métodos de ensinoNa medida em que se foi prolongando o tempo de infância, como um período em que a criança é preservada do mundo do trabalho, isso é acompanhado de um reconhecimento social da criança, mas não de uma garantia do direito à infância. Como afirma Rocha (2001): 
“Uma sociedade de extremas diferenças resulta no convívio com diferentes infâncias: a vivida por crianças que têm um pleno reconhecimento dos seus direitos e por aquelas que não têm nenhum destes mesmos direitos garantidos”.
Como afirma Arroyo (1994) : 
 
“A reprodução da infância deixa de ser uma atribuição exclusiva da mulher, no âmbito privado da família. É a sociedade que tem que cuidar da infância. É o Estado que, complementando a família, tem que cuidar da infância (...) que hoje tem que ser objeto dos deveres públicos do Estado, da sociedade como um todo. Infância que muda que se constrói, que aparece não só como sujeito de direitos, mas como sujeito público de direitos, sujeito social de direitos.”
 
Essa reflexão nos leva a crer que as instituições é que passam a ser corresponsáveis pela criança e muitas vezes, na ânsia da “preparação para o futuro”, priorizam uma escolarização precoce, preocupada com a inserção na escola de Ensino Fundamental. Entretanto, como afirma Rocha (2001): 
“A educação infantil tem uma identidade que precisa considerar a criança como um sujeito de direitos, oferecendo-lhe condições materiais, pedagógicas, culturais e de saúde para isso, de forma complementar à ação da família”. 
2.2. Práticas Pedagógicas adotadas em sala de aula
 
De acordo com algumas leituras percebe-se que muitos autores criticam a prática pedagógica tecnicista, pois afirmam que este método de ensino marcou a educação durante o período militar, o que causou algumas divergências entre os educadores, pois “O professor passa a ter que dominar as técnicas e então basta saber ligar e desligar botões para ensinar. O processo é mecânico. Basta saber repetir, copiar modelos, executar ordens e está pronto para o mercado de trabalho”. Olhando deste ângulo realmente percebemos que o tecnicismo torna-se prejudicial à educação, pois se essa técnica for o centro de tudo e o ensino se tornar mecânico, consequentemente não haverá aprendizagem. Não é possuindo o domínio de tais técnicas que podemos afirmar que o ensino está sendo bem aproveitado. Com a complexidade da organização da sociedade contemporânea, o ato de planejar tornou-se uma necessidade recorrente nas ações desenvolvidas pelo sujeito. O planejamento é o ato de refletir, é o processo mental que determinado grupo lança mão para organizar procedimentos para a execução de ações e alcance de determinados objetivos. 
O planejamento na escola deve ter como foco a educação dos alunos. Tendo como objetivo a aprendizagem dos alunos, o momento do planejamento demanda: 
- conhecimento da realidade, das suas urgências, necessidades e tendências; 
- definição de objetivos claros e significativos; 
- determinação de meios e de recursos possíveis, viáveis e disponíveis; 
- estabelecimento de critérios e de princípios de avaliação para o processo de planejamento e execução. 
Planejar, portanto, é pensar sobre aquilo que existe, sobre o que se quer alcançar, com que meio se pretende agir e como avaliar o que se pretende atingir. (MENEGOLLA; SANT’ANNA, 2002, p. 21). 
Analisando esta citação se conclui que o ato de planejar é uma ação sistematizada, “[...] é a atividade intencional pela qual se projetam fins e se estabelecem meios para atingi-los. Por isso, não é neutro, mas ideologicamente comprometido.” (LUCKESI, 1992, p. 117). 
Os sujeitos envolvidos no processo de planejamento na escola, quais sejam, professores, coordenadores pedagógicos e gestores, devem ter como norte desta ação sistematizadora o projeto pedagógico e o currículo escolar. Logo o momento de planejar em conjunto objetiva efetivar a intencionalidade da escola e traduzi-la na prática educativa..
Vale retomar a ideia de Luckesi, (1992, p. 117), quando diz que o planejamento está comprometido ideologicamente “[...] fica claro que não há atividade humana neutra. Todas são axiologicamente definidas. O ser humano não age sem fins independentemente de quais sejam e de a que nível de consciência estejam. 
Poderão ser fins considerados positivos ou fins considerados negativos, poderão ser finalidades que estão manifestadas no nível da consciência ou poderão ser finalidades que estão assinaladas nas camadas do inconsciente. Não importa. O fato é que, na origem de toda conduta humana, há uma escolha; isso implica finalidades e também valores.” 
Com isso, a ação de planejar requer consciência e comprometimento pelos sujeitos envolvidos, pois manifesta a intencionalidade de cada um no processo. 
.
O educador deve antes conhecer a dimensão teórica e prática dos métodos adotados, deve saber qual técnica é mais eficaz em dado momento, ter domínio da técnica e do conteúdo, saber se ela funciona em determinada situação, como, para que e por quê lançar mão deste meio para ensinar. Então podemos utilizar retro- projetores sem sermos tecnicistas, realizar uma aula expositiva sem sermos tradicionais.
Na literatura didática, a aula expositiva é considerada a mais tradicional das técnicas de ensino e também tem sido apontada como a atividade mais empregada pelos educadores e a preferida pelos estudantes em qualquer grau de ensino. Na escola tradicional era considerada como técnica de ensino padrão, onde o docente deveria dominar os conteúdos fundamentais a serem transmitidos aos alunos, sendo o melhor método de transmissão de conhecimentos na sala de aula. Já na "escola nova" a aula expositiva deixa de ser predominante na sala de aula. Dá-se ênfase à atividade do aluno e novas técnicas de ensino surgem. 
A aula expositiva, segundo alguns autores, apresenta vantagens e desvantagens. “Vantagens – a economia de tempo, principalmente para assuntos curtos; supre a falta de bibliografia para o aluno quando este não foi amplamente divulgado ou na dificuldade de acesso; a técnica ajuda na compreensão de assuntos considerados complexos, desde que o professor traduza para linguagem mais simples. E quando suscita perguntas, este aula estimula o pensamento criador do aluno. Desvantagem – A maior é que por ser comunicação verbal, o professor tende a falar por mais tempo, restringindo a participação do aluno, o que os deixa acomodados”.
Uma forma, considerável, de se incentivar a leitura é levar os alunos a fazerem uma visita semanal à biblioteca da escola, tendo estes o direito de livre escolha dos livros. É bom que o professor determine um tempo para ficarem no local; um horário de cinqüenta minutos, por exemplo, dará para fazer a leitura de vários textos.
2.3. Educação Infantil na atual ConstituiçãoSabe-se que a educação e o cuidado na primeira infância vêm sendo tratados como assuntos prioritários de governo, organismos internacionais e organizações da sociedade civil, por um número cada vez maior de países em todo o mundo. No Brasil, a Educação Infantil - isto é, o atendimento a crianças de zero a seis anos em creches e pré-escolas - é um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988. A partir da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional , em 1996, a Educação Infantil passa a ser definida como a primeira etapa da Educação Básica.
Nesse sentido, de acordo com Barros (2008), várias pesquisas realizadas nos anos de 1980 já mostravam que os seis primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento humano e a formação da inteligência e da personalidade; entretanto, até 1988, a criança brasileira com menos de 7 anos de idade não tinha direito à Educação. A Constituição atual então reconheceu, pela primeira vez, a Educação Infantil como um direito da criança, opção da família e dever do Estado. A partir daí, a Educação Infantil no Brasil deixou de estar vinculada somente à política de assistência social passando então a integrar a política nacional de educação.
Pode-se considerar que no Brasil estamos vivendo um momento histórico para a reflexão e a ação em relação às políticas públicas voltadas para as crianças pois vemos, cada vez mais, a educação e o cuidado na primeira infância sendo tratados como assuntos prioritários por parte dos governos Federal, Estadual e Municipal, e também pelas organizações da sociedade civil, por um número crescente de profissionais da área pedagógica e de outras áreas do conhecimento, que vêm na Educação Infantil uma verdadeira " ponte " para a formação integral do cidadão.
No que se refere à Educação Infantil, o Plano Nacional de Educação aponta várias metas qualitativas, como afirma Barros (2008): 
 
"Em primeiro lugar, determina que sejam elaborados, no prazo de um ano, padrões de infra-estrutura para o funcionamento adequado das instituições de Educação Infantil. Esses padrões também devem orientar novas autorizações de funcionamento. O Plano define que o executivo municipal deve assumir a responsabilidade pelo acompanhamento, controle e supervisão das creches e pré-escolas.Também exige a colaboração entre os setores de educação, saúde e assistência, bem como entre os três níveis de governo, no atendimento à criança de 0 a 6 anos de idade. E determina a efetiva inclusão das creches no sistema nacional de estatísticas educacionais. Outra meta importante é assegurar que, em todos os Municípios, além de outros recursos municipais, 10% (dos 25%) das verbas de manutenção e desenvolvimento do ensino seja aplicado, prioritariamente, na Educação Infantil. Para isso, exige a colaboração da União".
 
 
Segundo o que consta no PNE em relação à formação dos professores e dirigentes, o PNE prevê a implantação de um Programa Nacional de Formação dos Profissionais de Educação Infantil para garantir que, em dez anos, todos os dirigentes de creches e pré-escolas e 70% dos professores tenham nível superior. Prevê, ainda, no prazo de três anos, a execução de programa de formação em serviço para profissionais da Educação Infantil e pessoal auxiliar, a cargo dos Municípios. Neste caso, o PNE exige a colaboração da União e recomenda a articulação com instituições de ensino superior e com Estados. Também determina que os novos profissionais admitidos na Educação Infantil tenham titulação mínima de nível médio, modalidade normal, dando-se preferência à admissão de graduados em curso específico de nível superior.
 
2.4. Formação de profissionais das séries iniciais
 
A partir da constatação de que as experiências da primeira infância são determinantes para o desenvolvimento do ser humano, pode-se considerar que o papel do profissional de creches e pré-escolas passa por reformulações profundas e, como decorrência, as exigências relacionadas à sua formação começam a ser repensadas.
Em 1996, a LDB – Lei de Diretrizes e Bases, estabeleceu que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, e tem por finalidade promover o desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade. Sobre a formação de docentes, a Lei determina, no artigo 62, que para atuar na educação básica é preciso nível superior em universidades ou institutos superiores de educação, admitindo como formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil, bem como nas primeiras quatro séries do Ensino Fundamental, a de nível médio, na modalidade Normal. Prevê ainda que em um prazo de dez anos só serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados em serviço.
O Plano Nacional de Educação - (PNE, 2001) -, estabelece como meta um Programa Nacional de Formação dos Profissionais de Educação Infantil para garantir que todos os dirigentes de instituições deste nível de ensino possuam, no prazo de cinco anos, formação em nível médio e, em dez anos, nível superior. Todos (as) os (as) professores (as) também deverão ter nível médio em cinco anos e 70% deles (as), nível superior em dez anos. No entanto, de acordo com os profissionais da educação, esses prazos são curtos demais para serem cumpridos. As exigências descritas implicam retorno à escola por parte dos profissionais de Educação Infantil que não concluíram o Ensino Fundamental e Médio, por meio de programas supletivos especiais e também de programas de formação em serviço.
De acordo com estudos do Censo Escolar 2001, dos professores que atuam nas creches brasileiras, 69% têm curso médio completo e apenas 12,9% possuem nível superior. Na região Nordeste, estes últimos somam apenas 5,6%. Nas classes brasileiras de pré-escola, 67,5% dos docentes têm nível médio e 23,1% possuem curso superior; e no Nordeste os professores com graduação representam 5,3% do total. Neste âmbito, outra questão apresentada por Barros (2020) é a seguinte: 
 
"Outro problema é que a graduação em Pedagogia não oferece uma formação específica para docentes da Educação Infantil. Em 1999, foi instituído o Curso Normal Superior, organizado pelos Institutos de Educação para formar professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, com projetos acadêmicos distintos para cada etapa. Especialistas da área têm posições controversas a respeito da criação do Curso Normal Superior. Segundo o MEC, a estrutura curricular deste curso deve incluir conhecimentos básicos, possibilitando a compreensão crítica da escola e do contexto sócio-cultural, conhecimentos relativos ao exercício da docência, conhecimentos didático-pedagógicos e prática pedagógica. A formação inclui especificidades da educação de 0 a 3 anos de idade e de 4 a 6 anos; fundamentos da Educação Infantil; formação social e pessoal; conhecimento do mundo, da natureza e da sociedade; saúde, nutrição e proteção (cuidar); corpo e movimento (brincar); teatro, música e artes plásticas. Todos os cursos na modalidade Normal Superior em funcionamento estão em processo de reconhecimento pelo MEC".
 
É notório que através de um diálogo com professores do Ensino Fundamental que trabalham com séries iniciais pode-se alavancar algumas diferenças básicas encontradas por estes em alfabetizar alunos que frequentaram a Educação Infantil e aqueles que chegam à escola pela primeira vez já na primeira série, sendo que os primeiros, se bem preparados em creches e escolas que trabalham com esta modalidade de ensino, chegarão futuramente a primeira série com o devido alicerce esperado para
acompanharem a fase de alfabetização o que, consequentemente, facilitará todo o processo educativo, melhorando em muito o seu desempenho ao longo de sua vida escolar.
Sabemos que é nas séries inisiaisl que a criança adquire os primeiros preparos para o convívio social, tem as primeiras noções de valores morais e também, através de atividades apropriadas, aprimora suas capacidades cognitivas e motoras. É fundamental, então, pensar na necessidade do bom preparo do professor paraque desenvolva atividades adequadas a esta faixa etária das crianças. É necessário repensar a prática educativa das escolas onde, comumente, são designados os professores menos preparados e menos comprometidos para trabalhar com a Educação Infantil, já que é uma fase escolar que não possui obrigatoriedade legislativa, sem precisar apresentar resultados quanto ao desempenho do aluno, ou seja, muitos professores preferem a Educação Infantil "por não haver cobranças e não precisar apresentar resultados". 
 
3. CONCLUSÃO
Tendo este este conteúdo como base,podemos perceber que a prática educacional não é um processo finalizado, com um começo e um fim já determinado. Com base na reflexão realizada nesse estudo, é necessário compreender a prática pedagógica como elemento de produção do conhecimento. Dessa forma, ocorre a necessidade de alfabetizar a criança de forma que ela esteja em sintonia com a leitura e a escrita. É necessário um trabalho feito pelo educador pelas pessoas que participam do aprendizado da criança,com mudanças significativas nas práticas pedagógicas comumente utilizadas para a ocorrência do seu aprimoramento nas séries iniciais e, consequentemente, a formação dos leitores do presente e do futuro. A educação está em constante mudança, na escola tradicional os educadores agiam de uma maneira, na "escola nova" era outra forma de agir, na escola tecnicista também houve mudanças e talvez seja a que mais foi criticada. Entretanto, devemos estar conscientes que todo processo tanto na leitura como na escrita, muda com o tempo e com a escola não seria diferente; todas essas técnicas de ensino foram e são utilizadas em momentos pertinentes: elas podem auxiliar o educador e o importante é saber distinguir os prós e contras, excluir os aspectos negativos e filtrar os aspectos positivos de cada técnica para pôr em ação na medida em que for possível.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
ANTUNES, Celso. Educação Infantil: prioridade imprescindível. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2004.
 
ARROYO, Miguel. O significado da infância. In: Anais do Seminário Nacional de Educação Infantil. Brasília, MEC / SEF /COEDI, 1996.
BARROS, Miguel Daladier. Educação infantil: o que diz a legislação . Disponível em http://www.lfg.com.br. 12 de novembro de 2008.
 
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. 7ª edição. São Paulo: Ática.
 
ROCHA, Eloisa Acires. A Função Social das Instituições de Educação Infantil. Revista Conteúdo/Escola. Disponível em http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/81/42/1/1/. Acesso feito no dia 10 de janeiro de 2011. 
 
 
TERENCIO, Janice T. W. Repensando a Educação Infantil, 2004. Revista Conteúdo/Escola. Disponível em http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/81/42/1/1/. Acesso feito em 05 de janeiro de 2011.

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