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Biografia de Paulo Freire
 
Paulo Freire (1921-1997) foi um educador brasileiro, criador do método inovador no ensino da alfabetização, para adultos, trabalhando com palavras geradas a partir da realidade dos alunos. Seu método foi levado para diversos países.
Paulo Freire nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921. Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar e de Edeltrudes Neves Freire morou na cidade do Recife até 1931, quando foi morar no município vizinho de Jaboatão dos Guararapes, onde permaneceu durante dez anos.
Iniciou o curso ginasial no Colégio 14 de julho, no centro do Recife. Com 13 anos perdeu seu pai e coube a sua mãe a responsabilidade de sustentar todos os 4 filhos. Sem condições de continuar pagando a escola, sua mãe pediu ajuda ao diretor de Colégio Oswaldo Cruz, que lhe concedeu matrícula gratuita e o transformou em auxiliar de disciplina, e posteriormente em professor de língua portuguesa.
Em 1943 ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Em 1944 se casou com Elza Maria Costa de Oliveira, professora primária, com quem teve cinco filhos. Depois de formado continuou como professor de português no Colégio Oswaldo Cruz e de Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.
Em 1947, Paulo Freire foi nomeado diretor do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria. Em 1955, junto com outros educadores fundou, no Recife, o Instituto Capibaribe, uma escola inovadora que atraiu muitos intelectuais da época, e que continua em atividades até hoje.
Preocupado com o grande número de adultos analfabetos na área rural dos estados nordestinos, que formavam um grande número de excluídos, Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização baseado no vocabulário do cotidiano e da realidade dos alunos.
As palavras eram discutidas e colocadas no contexto social do indivíduo. Por exemplo: o agricultor aprendia as palavras, cana, enxada, terra, colheita, fogo etc. e os alunos eram levados a pensar nas questões sociais relacionadas ao seu trabalho. A partir das palavras base, ia se construindo novas palavras e ampliando o vocabulário.
A iniciativa do educador foi aplicada pela primeira vez, em 1962, na cidade de Angicos no sertão do Rio Grande do Norte, quando foram alfabetizados 300 trabalhadores da agricultura. O projeto ficou conhecido como “Quarenta horas de Angicos”. Os fazendeiros da região chamavam o processo educativo de “praga comunista”.
Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi acusado de agitador e levado para a prisão onde passou 70 dias, e em seguida se exilou no Chile. Durante cinco anos desenvolveu trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária.
Em 1969, Paulo Freire lecionou na Universidade de Harvard. Durante dez anos, foi consultor especial do Departamento de Educação do Conselho Municipal das Igrejas, em Genebra, na Suíça. Viajou por vários países do Terceiro Mundo dando consultoria educacional.
Em 1980, com a anistia, Paulo Freire retornou ao Brasil, estabelecendo-se em São Paulo. Foi professor da UNICAMP e da PUC. Foi Secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão de Luísa Erundina. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, conhecida como Nita Freire, uma ex-aluna do Colégio Oswaldo Cruz.
Por seu trabalho na área educacional, Paulo Freire foi reconhecido mundialmente. É o brasileiro com mais títulos de Doutor Honoris Causa de diversas universidades, são 41, ao todo, entre elas, Harvard, Cambridge e Oxford.
Paulo Freire faleceu em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997.
Obras de Paulo Freire
Educação Como Prática da Liberdade (1967)
Pedagogia do Oprimido (1968)
Cartas à Guiné-Bissau (1975)
Educação e Mudança (1981)
Prática e Educação (1985)
Por Uma Pedagogia da Pergunta (1985)
Pedagogia da Esperança (1992)
Professora Sim, Tia Não: Carta a Quem Ousa Ensinar (1993)
À Sombra Desta Mangueira (1995)
Pedagogia da Autonomia (1997)
O MÉTODO PAULO FREIRE
 	O método Paulo Freire estimula a alfabetização dos adultos por meio de debates envolvendo o cotidiano dos alunos e assim surgindo as palavras geradoras. Os princípios deste método são: Não existe educação neutra; O conhecimento trazido pelo educando deve ser levado em consideração; Propõe que os sujeitos envolvidos no processo educativo percebam a educação na possibilidade de transformação da sociedade; O Aluno é mediado pelo professor e pela sociedade; A transformação da sociedade só é possível por meio da Educação. 
	Este método possui três etapas que são: A investigação, que começa quando o aluno e o professor buscam informações por meio do universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e os temas centrais de sua biografia; A tematização que ocorre quando eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido; Problematização é quando o aluno e o professor buscam superar uma primeira visão mágica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido. 
	As fases de aplicação do método Paulo Freire se dividem em cinco fases. Na primeira fase ocorre um levantamento do universo vocabular do grupo; Na segunda fase acontece a escolha das palavras selecionadas, seguindo os critérios de riqueza fonética, dificuldades fonéticas - numa sequência gradativa das mais simples para as mais complexas, do comprometimento pragmático da palavra na realidade social, cultural, política do grupo e/ou sua comunidade; A terceira fase é a criação de situações existenciais características do grupo; A Quarta fase é a criação das fichas-roteiro que funcionam como roteiro para os debates, as quais deverão servir como subsídios, sem no entanto seguir uma prescrição rígida; A Quinta fase é a criação de fichas de palavras para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes às palavras geradoras.
O método Paulo Freire nasceu em 1962 quando Freire era diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife onde formou um grupo para testar o método na cidade de Angicos, Rio Grande do Norte, onde alfabetizou 300 cortadores de cana em apenas 45 dias. Este foi o acontecimento mais marcante de Paulo Freire no campo da pedagogia, tendo por metodologia a escolha de “palavras geradoras”, comuns no vocabulário local como, por exemplo, cimento, tijolo, vassoura, enxada, terra, colheita, entre outras. O método usava essas palavras e, a partir da decodificação fonética dessas palavras, iam se construindo e associando novas palavras, aumentando assim o repertório dos alunos.
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA
Nas palavras de Paulo Freire, o tema central do livro Pedagogia da Autonomia é “a questão da formação docente ao lado da reflexão sobre a prática educativo-progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos”. Neste sentido, alguns saberes, pontuados por Freire, são fundamentais ao professor com vistas a possibilitar uma prática pedagógica que proporcione aos alunos uma formação crítica e autônoma.
CAPÍTULO 1 - PRÁTICA DOCENTE: PRIMEIRA REFLEXÃO
Neste capítulo, Paulo Freire inicia sua fala chamando a atenção para a urgente necessidade de que o docente exerça a reflexão crítica de sua prática. Ele reafirma que os saberes que pontua em todo o livro são fundamentais a esta prática educativa-crítica e que por isto devem fazer parte da formação docente, pois desta forma, o futuro professor já toma consciência de um saber fundamental, a de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção e que neste processo, quem ensina aprende e quem aprender ensina, em outras palavras, não há docência sem discência.
	Assim, quanto mais criticamente se exerça a capacidade de aprender, mais se constrói e desenvolve o que ele chamou de “curiosidade epistemológica”.
	Após esta primeira fala, Paulo Freire nos leva a conhecer nove dos saberes fundamentais a prática docente: rigorosidade metódica, pesquisa, respeitoaos saberes dos educandos, criticidade, estética e ética, corporificação das palavras pelo exemplo; risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação; reflexão crítica sobre a prática e reconhecimento e assunção da identidade cultural.
	Segundo Freire, Ensinar Exige Rigorosidade Metódica. Isto quer dizer que o educador democrático tem o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão e trabalhar com eles a rigorosidade metódica.
	Ensinar Exige Pesquisa, pois o professor deve ser um pesquisador, sempre buscando o novo, conhecendo o que não se conhece e assim enriquecendo e aperfeiçoando a sua prática. O mundo está em constante mudança e o professor deve se manter atualizado.
	Ensinar Exige Respeito aos Saberes dos Educando. O aluno é um ser social. Ele traz em si as marcas de sua vivência e essas experiências devem ser respeitadas pelo professor e integradas ao ensino dos conteúdos por meio de discussões desta realidade.
	Ensinar Exige Criticidade no sentido de que o professor deve provocar o aluno a superar o conhecimento ingênuo e através da curiosidade que ele chama de epistemológica, procurar o saber advindo da rigorosidade metódica. É superar o senso comum.
	Ensinar Exige Estética e Ética. Decência e boniteza de mãos dadas. Transformar a experiência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador. O ensino dos conteúdos não pode estar alheio à formação moral do educando. Educar é substancialmente formar. Não há pensar certo à margem de princípios éticos, se mudar é uma possibilidade e um direito, cabe a quem muda, assumir a mudança operada.
	Ensinar Exige Corporificação da Palavra Pelo Exemplo. Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo.
	Ensinar Exige Risco, Aceitação do Novo e Rejeição a Qualquer Forma de Discriminação. Como falado anteriormente, a sociedade está em constante transformação e o professor deve acompanhar este movimento, estando aberto ao novo, dando espaço as novas ideias, sem recusar o velho, apenas por ser velho. Ensinar exige também que nos desprendamos dos preconceitos estruturais a que fomos expostos durante toda a nossa vida, atuando numa perspectiva de inclusão, respeitando as diferenças de raça, classe, gênero, credo, cultura, vivências, experiências e todas as outras. Precisamos ter bom senso para aceitar as pessoas como são.
	Ensinar Exige Reflexão Crítica Sobre a Prática, pois, somente assim o poderemos evoluir na nossa prática. Analisar as nossas ações para percebermos o que deu certo e o que não deu, para que possamos traçar novos caminhos e este processo envolve o movimento dinâmico, dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer.
	Ensinar Exige Reconhecimento e a Assunção da Identidade Cultura. Todos saberes citados deságuam no reconhecer e assumir a identidade cultural. Professor e aluno. Quando o processo educativo se dá na perspectiva crítica e autônoma defendida por Paulo Freire, valorizando o social, as vivências e experiências, tudo isso tem uma ação transformadora no ser, que se reconhece e se assume como é.
3 CAPÍTULO 2 - ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO
Mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Mais uma vez Paulo Freire nos chama a atenção a este saber tão essencial a prática docente, ressaltando que este não apenas deve ser aprendido, mas também vivido pelo professor e seus alunos.
	Assim, Freire nos apresenta mais um saber. O de que Ensinar Exige Consciência do Inacabamento. Sempre temos algo a aprender. Nesta constante evolução da vida e das coisas, conhecimentos que temos hoje podem se apresentar com novas perspectivas amanhã e nós não podemos nos fechar a isto.
	Ensinar Exige o Reconhecimento de Ser Condicionado. É o saber da nossa inconclusão assumida. Sei que sou inacabado e consciente disso, sei que posso ir além. Lutando, deixo de ser apenas objeto, para também ser sujeito da história, sempre em busca de mais. Na experiência educativa aberta à procura, educador e alunos curiosos, programados, mas para aprender, exercitarão tanto melhor sua capacidade de aprender e ensinar, quanto mais se façam sujeitos e não puros objetos no processo.
	Ensinar Exige Respeito à Autonomia do Ser do Educando. Isto é um imperativo ético e qualquer desvio nesse sentido é uma transgressão. Ensinar exige respeito à curiosidade do educando.
	Ensinar Exige Bom-Senso. Esse exercício vai superando o que há de instintivo na avaliação que fazemos de fatos e acontecimentos. O bom senso tem papel importante na nossa tomada de posição em face do que devemos ou não fazer, e a ele não pode faltar a ética.
	Ensinar Exige Humildade, Tolerância e Luta em Defesa dos Direitos dos Educadores. Em consequência do desprezo a que é relegada a prática pedagógica, não posso desgostar do que faço sob pena de não o fazer bem. Necessito cultivar a humildade e a tolerância, a fim de manter meu respeito de professor ao educando. É na competência de profissionais idôneos que se organiza politicamente a maior força dos educadores.
	Ensinar Exige Apreensão da Realidade. O homem é um ser consciente que usa sua capacidade de aprender não apenas para se adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade.
	Ensinar Exige Alegria e Esperança. Esperança de que professor e aluno juntos podem aprender, ensinar, inquietar-se, produzir e também resistir aos obstáculos. A esperança crítica é indispensável à experiência histórica que só acontece onde há problematização do futuro. Um futuro não determinado, mas que pode ser mudado.
	Ensinar Exige a Convicção de Que a Mudança é Possível. É o saber da história como possibilidade e não como determinação. O mundo não é, está sendo. Meu papel não é só o de constatar o que ocorre, mas também o de intervir como sujeito de ocorrências. Constato não para me adaptar, mas para mudar a realidade.
	Ensinar Exige Curiosidade. O bom clima pedagógico-democrático levará o educando a assumir eticamente limites, percebendo que sua curiosidade não tem o direito de invadir a privacidade do outro, nem expô-la aos demais. Como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, não aprendo nem ensino. É fundamental que alunos e professores se assumam epistemologicamente curiosos. O exercício da curiosidade a faz mais criticamente curiosa, mais metodicamente “perseguidora” do seu objetivo. Quanto mais curiosidade espontânea se intensifica e se rigoriza, tanto mais epistemologicamente vai se tornando. Um dos saberes fundamentais à prática educativo-crítica é o que adverte da necessária promoção da curiosidade espontânea para curiosidade epistemológica.
4 CAPÍTULO 3 - ENSINAR É UMA ESPECIFICIDADE HUMANA
A Segurança é fundamentada na competência profissional, portanto a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor. A generosidade do educador deve ser generosa e não arrogante, conhecer a cultura étnica de cada aluno. O educando, quanto mais assumir responsabilidade sobre suas ações, mais sua liberdade exercitará. A autoridade democrática deixa claro que o fundamental é a construção, pelo indivíduo, da responsabilidade da liberdade que ele assume. É o aprendizado da autonomia. 
A maneira como os alunos me observam tem grande importância para o meu desempenho. Mesmo sendo professor, não há como não revelar minha maneira de ser, de pensar politicamente, diante de meus alunos. Assim, devemos nos preocupar em aproximar cada vez mais o que digo do que faço e o que pareço ser do que realmente estou sendo. Devemos revelar aos alunos, nossa capacidade de analisar, comparar, avaliar, de fazer justiça, de não falhar à verdade. O testemunho tem que ser ético. O espaço pedagógico neutro prepara os alunos para práticas apolíticas. A maneira humana de se estar no mundo não é, nem pode ser neutra.
Como professores nossas práticas exigem de nós umadefinição, decisão e ruptura. Como professores devemos ser a favor da luta contra qualquer forma de discriminação, contra a vantagem econômica dos indivíduos ou das classes sociais, etc. Somos a favor da esperança que nos anima apesar de tudo. Não podemos reduzir minha prática docente ao puro ensino dos conteúdos, pois nosso testemunho ético ao ensiná-los é igualmente importante. É o respeito ao saber de “experiência feito” dos alunos, o qual busco superar com eles. 
A autonomia vai se constituindo na experiência de várias e inúmeras decisões que vão sendo tomadas. Vamos amadurecendo todo dia, ou não. A autonomia, enquanto amadurecimento do ser por si, é processo, é vir a ser. Não posso aprender a ser eu mesmo se não decido nunca porque há sempre alguém decidindo por mim. Devemos sempre procurar ser autônomos. 
A educação, especificidade humana é um ato de intervenção no mundo. Tantas intervenções que aspiram mudanças radicais na sociedade, no campo da economia, das relações humanas, da propriedade, do direito ao trabalho, à terra, à educação, etc. quanto as que pelo contrário, pretendem imobilizar a História e manter a ordem injusta.
A educação não vira política por causa da decisão deste ou daquele educador. Ela é política e sua raiz se acha na própria educabilidade do ser humano, que se funde na sua natureza inacabada e da qual se tornou consciente. O ser humano, assim se tornou um ser ético, um ser de opção, de decisão.
Diante da impossibilidade da neutralidade da educação, é importante que o educador saiba que se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental ela pode. O educador crítico pode demonstrar que é possível mudar o país. E isto reforça nele a importância de sua tarefa político-pedagógica. Ele sabe o valor que tem para a modificação da realidade, a maneira consistente com que vive sua presença no mundo. Sabe que sua experiência na escola é um momento importante que precisa ser autenticamente vivido.
Aprendemos a escutar escutando. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, e sem precisar se impor. Quem tem o que dizer deve assim, desafiar quem escuta, no sentido de que, quem escuta diga, fale, responda. Não há inteligência da realidade sem a possibilidade de ser comunicada. O professor autoritário que recusa escutar os alunos, impede a afirmação do educando como sujeito de conhecimento.
Ideologia tem que ver diretamente com a ocultação da verdade dos fatos, com o uso da linguagem para amenizar a realidade, ao mesmo tempo que nos torna “míopes”. Sabemos que há algo no meio da penumbra, mas não o observamos bem. Outra possibilidade que temos é a de docilmente aceitar que o que vemos e ouvimos é o que na verdade é, e não a verdade distorcida. Por exemplo, o discurso da globalização que fala da ética, esconde, porém, que a sua ética é a do mercado e não a ética universal do ser humano, pela qual devemos lutar se optamos, na verdade, por um mundo de gente.
Como professores, devemos estar advertidos do poder do discurso ideológico. Ele nos ameaça de anestesiar a mente, de confundir a curiosidade, de distorcer a percepção dos fatos, das coisas. No exercício crítico de nossa resistência ao poder manhoso da ideologia, vamos gerando certas qualidades que vão virando sabedoria indispensável à minha prática docente. Nos predispondo a uma atitude sempre aberta aos demais, aos dados da realidade, por um lado, e por outro, a uma desconfiança metódica que nos defende de nos tornar absolutamente certo de certezas.
Como educadores devemos testemunhar aos alunos a mesma segurança com que nos comportamos ao discutir um tema, analisar um fato. Abertos ao mundo e aos outros, estabelecendo a relação dialógica em que se confirma a inconclusão no permanente movimento na História. Postura crítica diante dos meios de comunicação não pode faltar. Por isso é impossível a neutralidade nos processos de comunicação. Não podemos desconhecer a televisão, mas devemos usá-la, sobretudo, discuti-la.
Sendo assim, concluímos que, devemos sempre querer o bem aos educandos e a nossa prática educativa. A afetividade não pode nos assustar, afinal, a seriedade docente e a afetividade não são incompatíveis. 
Os saberes pontuados por Paulo Freire no livro Pedagogia da Autonomia e os conhecimentos que nos disponibiliza são mais que importantes, são fundamentais a nossa formação docente enquanto teoria que não se distingue da prática, antes, a complementa. Saberes estes, que Freire considerou necessários a partir de sua própria prática educativa.
PEDAGOGIA DO OPRIMIDO
Pedagogia do Oprimido é um dos mais conhecidos trabalhos do educador e filósofo brasileiro, Paulo Freire. O livro propõe uma pedagogia com uma nova forma de relacionamento entre professor, estudante e sociedade. 
 O livro continua popular entre educadores no mundo inteiro e é um dos fundamentos da pedagogia crítica.
 Dedicado aos que são referidos como "os esfarrapados do mundo" é baseado em reflexões.
 Com mais de um milhão de cópias vendidas, é a terceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos da área de humanas em todo o mundo, à frente de clássicos como Vigiar e Punir de Michel Foucault e O Capital de Karl Marx.
Paulo Freire: É um pensador comprometido com a vida: não pensa ideias, pensa existência.
Neste livro, Paulo Freire propõe uma explicação da importância e necessidade de uma pedagogia que leva a conscientização. 
Caracterizando-se por um movimento de liberdade, e luta do povo pela humanidade.
Na medida em que se a percebe como testemunha de sua história, sua consciência se faz reflexivamente mais responsável dessa história.
Paulo Freire não inventou o homem; apenas pensa e pratica um método pedagógico que procura dar ao homem a oportunidade de redescobrir-se através da retomada reflexiva do próprio processo em que vai ele se descobrindo, manifestando e configurando – “método de conscientização”.
Pedagogia do Oprimido implica uma atitude e postura radicais baseadas no encontro com o povo através do diálogo.
Partindo:
 Linguagem do povo 
 Valores 
 Concepção do mundo
 Transformando-se numa luta pela libertação dos oprimidos. 
JUSTIFICATIVA DA “PEDAGOGIA DO OPRIMIDO:
Educação como Prática da Liberdade
 O homem tem de transformar-se num sujeito da realidade histórica em que se insere, humanizando-se.
Humanização e desumanização.
 Consciência oprimida e da consciência opressora e ao problema da dualidade gerada pela submissão. 
A pedagogia do oprimido, humanista e libertadora, caracteriza-se pela pedagogia dos homens que lutam num processo permanente pela sua libertação.
2. CONCEPÇÃO’’BANCÁRIA’’ DA EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DA OPRESSÃO.SEUS PRESSUPOSTOS, SUA CRÍTICA:
O tema abordado no segundo capitulo enfatiza uma crítica a concepção bancaria muito utilizada pela escola tradicional, no qual seu objetivo é depositar, transferir e transmitir valores e conhecimentos sem preocupação se os alunos realmente estão adquirindo o aprendizado. Outro tema abordado dentro do capitulo é questão da Educação Problematizadora, ela busca liberdade como pratica de educação, buscando assim o conhecimento, a partir do momento que ser torna ser pensante e ele se apropria do próprio processo de aprendizagem.
Educação Bancária x Educação Problematizadora
Educação bancária:
Usado nos modelos de escolas tradicionais.
Alienação da ignorância.
Pensar mecânico.
Educação é pensada como ato de depositar.
Não há criatividade, não há transformação, não há saber.
Humanitarismo não humanização.
Educação Problematizadora:
Educação como prática de liberdade/ educação autentica.
Pensar é problematizar sobre realidade.
Compreender-se como ser social.
Educador que educa, enquanto é educado.
Serve de libertação.
Estimula a reflexão.
3 . A DIALOGICIDADE, ESSÊNCIA DA EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE:
Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho na ação-reflexão 
. Educação Dialógica e diálogo.
. Programático desta educação.
4 . A TEORIA DA AÇÃO ANTIDIALÓGICA:
Dividir para manter a opressão:na medida em que as minorias vão submetendo as maiorias ao seu domínio e poder.
 Manipulação: através da manipulação, as elites dominadoras vão tentando conformar as massas populares a seus objetivos.
Nesse livro concluímos que Paulo Freire mostra vários conceitos pelos quais o educador deve dirigir-se, para uma transformação no contexto social de dominação que se dá através do processo de educar. Opressores e oprimidos são vítimas da mesma inconsciência. A conscientização se dará da forma em que não gere outros opressores e oprimidos. Que o educador traga a conscientização social. Pois o professor passa conteúdo para cumprir um currículo que não condiz com realidade vivida de seus alunos desse modo, ele acaba, não criando um novo saber em seus alunos, nem a curiosidade, criticidade e a autonomia. Esse educador não educa, enquanto está sendo educado. Surgindo assim novos opressores e oprimidos no sistema educacional, não saindo de um padrão, mecanização, não procurando evolução desse sistema.

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