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Artigo Sobre Hans Morgenthau e Edward Carr

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CENTRO UNIVERSITARIO CURITIBA
PALOMA DE PAULA
O COMEÇO DE UMA CIÊNCIA
E
O EQUILIBRIO DE PODER
CURITIBA
2019
INTRODUÇÃO
Edward Hallet Carr, nascido em 28 de junho de 1892, em Londres, foi um historiador e cientista político especializado em história moderna russa. Foi diplomata entre os anos 1916 e 1936. Enquanto funcionário da diplomacia inglesa, participou da Conferência de Paz em Paris, e assinatura do Tratado de Versalhes em 1919. Todas as experiencias que o autor obteve, permitiram que ele escrevesse o livro; Vinte anos de Crise 1919-1939, a escritura revela a importância da história, da filosofia política e da economia. O autor apresenta as principais oposições da ciência política que envolve utopia e realismo.
Hans Morgenthau, nascido em 17 de fevereiro de 1904, em Coburgo, foi pioneiro no estudo as Relações Internacionais, é um dos principais pensadores da corrente realista. O autor propôs-se a investigar as relações entre as nações que envolvem este relacionamento. Escreveu a obra; Política entre as Nações, onde procura levantar os princípios do Realismo Político. Assim como Edward Carr, ele critica a visão idealista das relações internacionais, para ele a paz mundial somente seria possível por mecanismos negativos e/ou equilíbrio de poder.
E.H CARR, Vinte anos de Crise – Capítulo I
É exposta nesta obra, uma abordagem utópica, apresentado também as principais posições da ciência politica .Edward Carr, apresenta os problemas relacionados a forma de estudo.
‘’Até 1914, a condução das relações internacionais era preocupação das pessoas profissionalmente engajadas nela.’’ (Carr, 1981, p. 03). Antes da Primeira Guerra Mundial, as relações internacionais eram vistas como uma área fora do campo de atuação político, os órgãos não se sentiam capacitados para exercerem controle sobre essas operações. Na época, assuntos de guerra, atingiam somente soldados profissionais, a guerra de 1914-1918, colocaram um fim nas opiniões de que a política internacional deveria ser deixada como responsabilidade de diplomatas profissionais.
‘’A campanha pela popularização da política internacional começou, nos países de língua inglesa, sob a forma de uma agitação contra tratados secretos, que foram atacados, sem provas suficientes, como uma das causas da guerra.’’ (Carr, 1981, p.04). Os tratados secretos aconteciam pela indiferença dos povos, todos sabiam que os tratados eram celebrados, poucas pessoas tinham interesse em saber sobre o que se tratava ou achavam condenáveis, a agitação contra os tratados foi o primeiro sintoma da popularização da politica internacional e assim se percebeu o nascimento de uma nova ciência, as relações internacionais, que surgiu em resposta de uma demanda popular.
‘’Nas ciências políticas, que lidam com o comportamento humano, não existem tais fatos. O pesquisador inspira-se no desejo de curar algum mal do corpo político.’’ (Carr, 1981, p.06). Seres humanos reagem de várias formas a diversas ações externas, na política, não é possível prever com precisão a reação da sociedade ou do individuo ao comportamento do Estado, o pesquisador das relações internacionais procura erradicar um problema abstrato do qual não existem fatos consumados, mas que se alteram nos julgamentos políticos ao desenrolar da história. ‘’O pensamento político é, ele mesmo, uma forma de ação política. A ciência política não é apenas a ciência do que é, mas do que deveria ser’’. (Carr, 1981, p.07). Portanto, o objetivo precede e condiciona o pensamento, quando a mente humana começa a exercitar-se em algo novo, entra em estágio inicial.
‘’Durante a Idade Média, o ouro era reconhecido como meio de troca. Entretanto, as relações econômicas não estavam suficientemente desenvolvidas a ponto de requerem mais do que uma quantidade limitada de tal meio’’ (Carr, 1981, p.08). Posteriormente, surgiu um sistema de transações monetárias e a oferta do ouro tornou-se inadequada para este uso, pois se descobriu o verdadeiro valor da matéria, e os sábios da época começaram a experimentar novas possibilidades, como transmutar matais comuns em ouro. Assim como no surgimento da ciência internacional, era impossível no momento considerar os fatos e descobrir o verdadeiro valor da política, quando a mente humana começa a trabalhar em um campo novo, entra como já mencionado, no estágio inicial, em que o elemento do desejo e da descoberta é extremamente forte, e a analise de fatos e meios é fraca ou inexistente. Hobhose, aponta como característica dos ‘’povos mais primitivos’’ que a prova da verdade de uma ideia não esteja ainda separada da qualidade que a torna agradável. 
‘’O aspecto teleológico da ciência da política internacional tem estado evidente desde o princípio. Surgiu de uma grande e desastrosa guerra; e o objetivo mestre que inspirou os pioneiros da nova ciência foi o de evitar a recidiva desta doença do corpo político internacional.’’ (Carr, 1981, p.11). O que determinou o curso e direção iniciais do estudo foi o desejo passional de evitar a guerra, a ciência da política internacional, assim como todas as outras em sua infância, foi marcadamente utópica. No estágio inicial, o desejo prevalece sobre o pensamento, é quase inexistente uma análise crítica. Os primeiros anos desta fase, as principais peças da política internacional estiveram em mãos de jogadores fracos com atenuante falha intelectual. A partir de 1931, o curso dos acontecimentos revelou os erros que foram usados como alicerce de uma ciência política internacional, e pela primeira vez foi possível começar um raciocínio adequado, crítico e analítico sobre os reais problemas no estudo internacional.
‘’Tanto nas ciências físicas quanto nas ciências políticas, logo se atinge um ponto onde o estágio inicial do desejo deve ceder lugar a um estágio de análise dura e impiedosa’’ (Carr, 1981, p.13). As ciências políticas, nunca podem emancipar-se totalmente da utopia, demora algum tempo para perceber que os processos não podem ser desenvolvidos por este caminho, a utopia política não alcançara o sucesso, a não ser que sua originalidade venha da realidade política, a análise da realidade impõe-se como fato essencial para o estudo desta ciência.
‘’O impacto do raciocínio sobre o desejo, que no desenvolvimento de uma ciência, segue-se ao colapso de seus primeiros projetos visionários, e marca o fim de seu período especificamente utópico, é normalmente chamado de realismo.’’ (Carr, 1981, p.14). O realismo substitui o estado inicial, e está sujeito a trazer o aspecto crítico, faz a aceitação dos fatos e tem ênfase na analise de suas causas e consequências, a função do pensamento deste novo modo de estudo é; seguir a sequencia de eventos que ele não tem poder de mudar, alterar ou influenciar. ‘’ O realismo tende a enfatizar o poder irresistível das forças existentes e o caráter inevitável das tendências existentes, e a insistir que a mais alta sabedoria reside em aceitar essas forças e tendências, e adaptar-se a elas.’’ (Carr, 1981, p.14). Ideia esta defendida pelo pensamento objetivo, pode ser conduzida ao extremo que resulte a esterilização do pensamento e rejeição da ação, ainda assim há uma fase em que o realismo é o ‘’remédio’’ para a exuberância da utopia, do mesmo modo que, a utopia foi usada para contra-atacar o realismo.
‘’O pensamento que rejeita o objetivo como um todo é o pensamento da velhice. O pensamento maduro combina objetivo com observação e análise.’’ (Carr, 1891, p.15). Os termos utilizados neste estudo, utopia e realidade, são o aspecto da ciência política, onde ambos estiverem, poderá ser encontrado o pensamento político sensato. 
H. MORGENTHAU, O equilíbrio de Poder – Capítulo XI
O autor levanta os princípios do Realismo Politico, H. Morgenthau neste capitulo coloca em debate principalmente a questão da balança de poder, ou equilíbrio de poder.
‘’A aspiração de poder por parte de várias nações, em que cada uma tenta manter ou alterar o status quo, levanecessariamente a uma configuração que é chamada de equilíbrio de poder, bem como a políticas que se destinam a preservar esse equilíbrio’’. (Hans Morgenthau, 1948, p.321). O que dificultou a compreensão sobre política internacional, foi o falso e equivocado entendimento básico, que afirma que ‘’os homens têm liberdade de optar entre a política de poder e sua consequência necessária, o equilíbrio de poder, por um lado e uma modalidade diferente e melhor de relações internacionais por outro.’’ (Hans Morgenthau, 1948, p.321). A política externa que é baseada no equilíbrio de poder constitui muitas políticas externas que somente pessoas malvadas optaram a primeira e negaram a última.
Para Hans Morgenthau, o equilíbrio significa uma estabilidade dentro de um sistema composto por variedades de forças autônomas. Quando este equilíbrio é abalado por uma força externa, este tem a função de reestabelecer o equilíbrio original ou um novo equilíbrio. Embora, o corpo sempre passe por mudanças na fase de crescimento, o equilíbrio deve ser mantido sempre. ‘’Quando, contudo, o corpo sofre um ferimento ou a perda de um de seus órgãos em virtude de interferência externa, ou experimenta um crescimento maligno ou transformação patológica de um de seus órgãos, aquele equilíbrio é abalado, e o corpo tenta superar a perturbação mediante o restabelecimento de equilíbrio.’’ (Hans Morgenthau, 1948, p.322). Para que o equilíbrio se mantenha é necessário um estado entre os elementos, pois senão, um ganhará ascendência sobre os demais, e começará a desrespeitar os interesses e direitos afim de destruí-los, por isso, este equilíbrio deve ser mantido com finalidade de fornecer estabilidade para o sistema, sem destruir a multiplicidade dos elementos que a compõe. ‘’ O meio utilizado para manter o referido equilíbrio consiste em permitir que os diferentes elementos sigam normalmente suas tendências conflitantes, até o ponto em que a tendência de cada um deixe de ser suficientemente forte para superar a tendência dos demais, mas bastante vigorosa para impedir que as dos demais a subjuguem.’’ (Hans Morgenthau, 1948, p.324.). Para o autor, somente o poder poderia impor limites ao próprio poder e a segurança estará na multiplicidade de interesses e o grau de garantir dependeria da quantidade de interesses. O equilíbrio de poder começa a operar quando está em jogo o padrão da oposição direta, o equilíbrio vem diretamente do desejo de cada nação, de ver as suas políticas ultrapassarem as políticas do outro. Pode ocorrer uma oscilação de forças, que acarreta o aumento de poder de uma nação e diminuição da outra, até que, segundo Hans Morgenthau, mudem os objetivos de suas políticas imperialistas, ou caso não desistam delas, ou até que uma delas ganhe, ou suponha que ganhou, uma vantagem decisiva sobre a outra. Assim, ou a nação mais fraca cede à mais forte, ou a guerra em última instancia, decidirá. Com isso, é evidente que, uma estrutura de equilíbrio de poder pode ser sempre abalada e se assim for terá que ser restaurada. A natureza das relações, estão sujeitas a mudanças contínuas, portanto, o equilíbrio deve se alterar em conformidade com as mudanças que se sucedem.
Hans Morgenthau, afirma em sua obra que, as pequenas nações sempre deveram a sua independência a um dos fatores; ao equilíbrio de poder, à preponderância de um poder protetor e à sua falta de atrativos para aspirações imperialistas. As pequenas nações mantem sua neutralidade, com a combinação destes fatores.
‘’Os mesmos fatores são responsáveis pela existência dos chamados estados-tampão, isto é, Estados fracos localizados junto a vizinhos poderosos e servindo como instrumento de sua segurança militar.’’ (Hans Morgenthau, 1948, p.337). Existem estes, por consentimento a cujos interesses militares e econômicos.
No fechamento do capítulo, o autor, utiliza o caso da Coréia, devido a sua localização geográfica próximo a China, segundo Hans Morgenthau, ela existiu como estado autônomo na maior parte de sua história em virtude do controle de sua poderosa vizinha, sempre que o poderio da China não foi suficiente para proteger a autonomia da Coréia, geralmente o Japão buscava inserir ‘’uma ponta de lança’’ na península coreana. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CARR, Edward. Cap. I: O Começo de uma Ciência, Vinte anos de crise 1919-1939.
MORGENTHAU, Hans. Cap. XI: O equilíbrio de Poder, Política entre as nações.
Rosevics, Larissa. Diálogos Internacionais http://www.dialogosinternacionais.com.br/2015/01/o-legado-de-edward-hallet-carr-para-as.html. Acessado em 15/09/2019 às 14:36 
https://observatoriodeimpactos.blog/2010/07/17/resenha-de-a-politica-entre-as-nacoes-de-hans-morgenthau/. Acessado em 15/09/2019 às 15:00

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