Prévia do material em texto
A ocupação do espaço psicológico Ma. Ana Terra Sudário Gonzaga Centro Universitário Alves Faria Goiânia, 2019 Contextualização No feudalismo, o conhecimento era produzido a partir da Igreja Católica. Conhecimento utilizado para justificar a realidade. Filosofia como maneira principal de compreender a realidade. Feudalismo Mercantilismo Capitalismo Saída dos espaços rurais para os espaços urbanos Processo de industrialização Estrutura social rígida, estável, justificativa a partir de verdades naturais Mudanças no sistema socioeconômico desestabilizaram a noção de identidade dos sujeitos, trazendo novas necessidades e posteriormente o objeto de estudo da Psicologia: A subjetividade e o indivíduo Idade moderna Redefinição das relações entre sujeito/objeto Razão contemplativa em busca da verdade (essência das coisas) Razão e ação instrumental (finalidade utilitária) Caráter operante das relações entre sujeito e mundo (sujeito como senhor e possuidor da natureza) Procedimentos e técnicas definidos nos termos de controle, cálculo e teste – Almeja a antecipação ou técnica de intervenção precisa sobre a realidade Francis Bacon: atitude suspeita do sujeito consigo mesmo (paixões e crenças como algo que enviesa a visão para a verdade) Autoconhecimento e autocontrole como indispensáveis: submissão constante à disciplina do método Confiança ao que pode ser submetido à razão matemática da geometria e mecânica (o que pode ser medido e calculado objetivamente) e exclui-se o que é dado pela sensibilidade Questionamento à aparência (observação) ao que é imediatamente dado – Marx e Hegel – todo conhecimento é mediado e construído. Constituição do sujeito para a Psicologia Individualização: ideal e precondição para a realização do sujeito em sociedade Relações instrumentais e pela luta entre interesses particularmente opostos – para o sujeito se realizar precisa estabelecer relações instrumentais sujeito para si x sujeito para o outro Para a Psicologia se afirmar como ciência independente precisa: Definir seu objeto de estudo Delimitar seu campo de estudo Formular métodos próprios de estudo Formular teorias consistentes Desenvolvimento da Psicologia se dá a partir de um viés de ciência.. Ao passo que precisa deixar de lado ou se afastar de outras perspectivas Dilema: Reconhecimento do objeto da Psicologia como ciência independente ao mesmo tempo que lida com o “problema do mundo interno” Matrizes do pensamento psicológico Bases filosóficas e epistemológicas sobre a relação sujeito – objeto Influências para a constituição das teorias, abordagens e técnicas da Psicologia Matrizes cientificistas Psicologia Matrizes românticas e pós românticas Matrizes cientificistas Matriz nomotética e quantificadora Psicologia como uma ciência natural Busca da ordem natural dos fenômenos psicológicos e comportamentais Classificações e leis gerais com caráter preditivo Lógica experimental: Construção de hipóteses formais, na forma de previsão e teste Orientação para as práticas de controle no “ambiente natural” Trabalho Método científico Fechner (1801 – 1887) Psicofísica: ciência das relações funcionais entre mundo físico e mundo psíquico S – sensação E- estímulo Mensurados através da discriminação verbal 2. Matriz atomicista e mecanicista Busca de relações deterministas de causa/efeito a partir de uma concepção linear unidirecional de causalidade Real como combinações diferentes fenômenos complexos Temporalidade: processo mecânico de desdobramentos Anti-historicista Explicação mecanicista Sujeito capaz de uma ação transformadora (Elimina a noção ética e de responsabilidade individual) Compreensão das causas comportamentais para a intervenção Mecanicismo – preparou o terreno para muitas ciências, entre elas a Psicologia Psicologia: influência apenas no período pré-histórico da Psicologia 3. Matriz funcionalista e organicista Maior influência sobre a Psicologia Fenômenos vitais: explicados a partir de seus propósitos Sobredeterminação de cada fenômeno: funcionalidade de um órgão, um mecanismo, processo fisiológico, um comportamento e etc que faz sentido no contexto de interdependência das partes Fenômenos vitais: adaptação, sobrevivência e reprodução Respeito aos sistemas funcionais História localizada: a partir do desenvolvimento e da evolução Estruturalismo biológico – conflito – disfunção patológica Ética – técnica de sobrevivência a partir de noções de conveniência e adequação Matrizes e ideologias científicas Legitimação da Psicologia como ciência aplicada Criação de conhecimento útil Elaboração de técnicas psicológicas Matrizes românticas e pós românticas Matriz vitalista e naturalista Vida Razão “qualitativo” “indeterminado” “criativo” “espiritual” Rejeição aos métodos de mensuração e controle para estudo da subjetividade Método: intuição, apreensão imediata da natureza, fluxos vitais Seitas psicológicas, antirracionalismo e outros Psicologias humanistas, bioenergética, Gestalt terapia, terapias corporais e outras 2. Matrizes compreensivas Experiência humana inserida no ambiente cultural e manifestada simbolicamente Matrizes românticas, pós românticas e ideologias religiosas Exceção dos estruturalismos Ideologia pararreligiosa: culto a experiência única, mística da liberdade de escolha e indeterminismo Coerência com o liberalismo – felicidade como responsabilidade individual Aproximação com projetos não científicos (terapias holísticas, místicas e etc.) Perspectiva atual Para lidar com os conflitos inconciliáveis da Psicologia, os psicólogos adotam uma postura eclética e superficial Domínio da técnica e intervenção