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Aula 06- Direito Romano, Mentalidade Jurídica Medieval

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTA FLORESTA
CURSO DE DIREITO
História do Direito
Prof.ª Alumara Dins Teixeira.
Alta Floresta- MT
2019
1
2
O Direito Romano:
	O Direito Romano é uma criação típica desde povo, o que eles criaram nos deu a possibilidade de hoje estarmos habitando países que se intitulam “Estados de Direito”.
	Como um todo o Direito Romano é o conjunto de normas vigentes em Roma da Fundação (século VIII a.C) até Justiniano (século VI d.C).
O Direito Romano
3
O Direito Romano
	Para os romanos, a definição de Direito passava por seus mandamentos, que são: “viver honestamente, não lesar ninguém e dar a cada um o que é seu”. 
4
O Direito Romano
Periodização do Direito Romano - São três os períodos do Direito Romano, sendo eles: o Período Arcaico (ou pré-clássico), o Período Clássico e o Período Pós-Clássico.
5
O Direito Romano
Período Arcaico: Esse período vai da Fundação de Roma até o século II a.C. Neste, o Direito caracterizava-se pelo formalismo, pela rigidez, pela ritualidade.
	A família era o centro de tudo, mesmo do Direito. Os cidadãos romanos eram vistos como membros de uma unidade familiar antes mesmo do que como indivíduos. 
6
O Direito Romano
Período Clássico: Esse período, do século II a.C até o século III d.C, foi o auge do Direito Romano e, mais especificamente, foi o auge do desenvolvimento do Direito Romano.
	O poder do Estado foi centralizado e dois personagens – pretores e jurisconsultos - , adquirindo maior poder de modificar as regras existentes, revolucionaram o Direito. 
7
O Direito Romano
Período Pós - Clássico: Neste período, do século III até o século VI d.C, o Direito Romano não teve grandes inovações, vivia-se do legado da fase clássica. 
	Houve algumas tentativas de codificação do Direito vigente, porém estas eram feitas de forma restrita. Como exemplos temos: o Codex Gregorianus e o Codex Theodosianus.
8
O Direito Romano
Período Pós - Clássico: Somente após a queda do Império no Ocidente, Justiniano, Imperador do Oriente, conseguiu empreender tal feito. 
	A Codificação Justinianeia, chamada de Corpus Iuris Civilis, é considerada conclusiva, porque todos os códigos modernos trazem a marca desta obra. 
9
O Direito Romano
Período Pós - Clássico: O Corpus Iuris Civilis é composto por quatro obras: o Codex, o Digesto (chamado também de Pandectas), as Institutas e as Novelas.
10
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
1.0 Costume
	A forma mais espontânea e mais antiga de constituição do direito é o Costume. Os romanos chamavam-no de consuetudo e, mais frequentemente de mores.
11
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
2.0 Leis e Plebiscitos
	Para o Direito Romano Lex indica uma deliberação de vontade com efeitos obrigatórios. 
	Se a aprovação de uma Lex fosse feita apenas pelos Plebeus (parte da população romana) nos Plebiscitos, eram validas, a princípio, somente para os próprios Plebeus.
12
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
2.0 Leis e Plebiscitos
	Porém, com a Lei Hortênsia de 286 a.C, as decisões do Plebiscito tinham força de Lei para a sociedade como um todo.
13
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
3.0 Edito dos Magistrados
	Os pretores eram responsáveis diretos pela justiça, estes ao iniciar seu mandato, publicavam os Edicta para tornar pública a maneira pela qual administrariam a justiça durante o ano. 
14
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
3.0 Edito dos Magistrados
	Com os Editos, os Pretores acabavam criando novas normas e estas acabavam por estratificar-se, visto que os Pretores que entravam utilizavam-se largamente das experiências bem-sucedidas dos Editos dos Pretores anteriores.
15
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
4.0 Jurisconsultos
	No princípio da História romana, somente os sacerdotes conheciam as normas jurídicas e somente eles as interpretavam. A partir do século IV a.C, esse monopólio sacerdotal acabou e, peritos leigos apareceram – os Jurisconsultos. 
16
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
4.0 Jurisconsultos
	A atividade desses homens, consistia em indicar as formas dos atos processuais aos magistrados e ás partes (eles não atuavam em juízo); essa indicação tinha o nome de agere.
17
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
4.0 Jurisconsultos
	Eles também auxiliavam na elaboração e escrita de instrumentos jurídicos, que, em vista do formalismo exigido, necessitava de particular competência.
18
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
4.0 Jurisconsultos
	Era ainda da parte do Jurisconsulto a obrigação de respondere, que consistia em emitir pareceres jurídicos sobre questões a pedido de particulares e magistrados. É importante salientar que, a atividade de Jurisconsulto era gratuita, exercida em nome da fama e vaidade através do destaque social. 
19
O Direito Romano
Fontes do Direito Romano: 
5.0 Constituições Imperiais
	A partir do segundo século depois de Cristo – depois do Imperador Adriano – as decisões dos Imperadores passaram a ser fonte do Direito. As providências legislativas do Imperador eram chamadas constitutiones.
20
O Direito Romano
Divisão do Direito Romano: 
	A principal diferença entre os Direitos (ius) era entre o Ius Cilvile e o Ius Gentium.
21
Divisão do Direito Romano: 
Ius Civile: é o direito próprio do cidadão romano e exclusivo deste.
Ius Gentium: é o direito universal, aplicável a todos os homens livres, inclusive os estrangeiros. 
O Direito Romano
22
O Direito Civil Romano:
Capacidade Jurídica de gozo:
Status Libertates.
Status Familiae.
(pátrio poder).
Status Civitates.
23
Obs. Mulheres não tinham direitos públicos. Possuíam apenas alguns direitos privados.
O Direito Romano de Família:
24
Pátrio Poder:
Estado X Poder Familiar;
Filhos legítimos, filhos adotivos, esposa, escravo;
Dono de todo o patrimônio.
 
Extinção:
Morte, emancipação do filho, casamento filha, perca da cidadania/liberdade.
25
O Direito Romano de Família:
Casamento:
Base da sociedade: Família.
Consensual: base no afeto.
Impedimentos: Ser casado, vinculo sanguíneo ou doação.
Manus: Marido passa a exercer o pátrio poder sobre a mulher.
Idade: Homem 14 anos, mulher 12 anos.
Mulher: O pai escolhe o marido.
Casamento X Divorcio para os Romanos. 
26
O Direito Romano de Família:
Sucessão:
Herança: Ônus e Bônus (não se aplica a penas).
Testamento.
Filhos legítimos e adotados. 
27
Os Delitos no Direito Romano:
Delitos:
Cada um cumpre sua pena.
Exercício da vingança.
Significado do silêncio (calar).
Legitima Defesa.
Presença do flagrante.
Penas: físicas ou pecuniárias.
Dolo e culpa. 
Extinção da pena:
Cumprimento, morte, perdão e prescrição. 
28
Estudo do Direito:
Direito:
Ensino seguindo o exemplo do pai ou tutor.
Posteriormente, complemento do ensino pelos jurisconsultos.
Advogados: 
Vistos com prestigio, todos queriam ser advogados. 
Mentalidade Jurídica Medieval:
29
A Europa Medieval:
30
	A Idade Média é o período histórico da Europa que se estendeu do século V d.C até o século XV. 
	Esses mil anos não foram uniformes; podemos observar pelo menos dois momentos específicos a titulo de estudo: a Alta Idade Média (do século IX ao século X) e a Baixa Idade Média (IX ao século XV). 
A Europa Medieval
31
A Europa Medieval
	A Alta Idade Média é um período de desconstrução e construção. Nesse tempo da história Europeia, os homens tiveram que conviver com o fim do mundo que conheciam, o mundo romano e, ao mesmo tempo, com a construção de um novo mundo, agora tendo como elementos as culturas Germânicas e a Igreja (Católica).
32
A Europa Medieval
	Esse período inicia-se com a queda de Roma e a invasão de tribos germânicas no Território do Império. 
	Os povos germânicos tinham hábitos bastante diferentes dos romanos.
	Além da agricultura e do pastoreio, os germânicos caçavam,pescavam, mas sua economia era basicamente de trocas.
33
A Europa Medieval
	Algumas tribos germânicas, ao invadirem o Império Romano, formaram reinos, outras simplesmente espalharam-se pelo território. 
	Aos poucos, as invasões alteraram a dinâmica social não somente dos germânicos, mas dos romanos também. 
34
A Europa Medieval
	A Baixa Idade Média é o período no qual, superados os momentos de integração dos dois mundos que se encontraram no início da Idade Média (o mundo romano e o mundo germânico), o que se considera medieval, consolidou-se e, ao mesmo tempo, começou a se transformar para daí a alguns séculos pôr fim ao medievo. 
35
		
		Nesse período medieval, encontramos a consolidação da instituição considerada como símbolo da Idade Média, o Feudalismo.
36
A Europa Medieval
37
A Europa Medieval – Feudalismo: 
Senhor Feudal
Vassalo
Servos
SOBREVIVÊNCIA
Obs. Período de fragmentação do Poder / Direito.
Os Direitos da Idade Média:
38
Os Direitos da Idade Média:
Como a Idade Média nasceu da união do que restou do Império Romano, com os povos germânicos que invadiram a Europa romana, e a Igreja Católica que sobreviveu á queda do Império e se fortaleceu durante o período medieval, o Direito da Idade Média não poderia ser composto por outros elementos que não os descritos acima. 
39
Os Direitos da Idade Média:
	Assim, compondo o Direito Medieval como um todo, podem ser vistos os Direitos dos povos Germânicos, o Direito Canônico (relativo á Igreja) e o Direito Romano.
40
	Os povos que invadiram o Império Romano eram originários da região da Germânia e viviam de forma bastante simples, em cidades ou aldeias. 
	Eram extremamente ligados á terra e a este estilo de vida dava o tom de todas as suas relações.
1.0 Direito Germânico:
41
1.0 Direito Germânico:
	Eram povos que, em sua absoluta maioria, não utilizavam a escrita e seu direito era, consequentemente, oral e muito influenciado por esta oralidade.
	A principal instituição desses povos é a família, baseada no poder absoluto (mund) do pai que compartilha com a sua única esposa, que deve ser sempre exemplo de pureza e tradição familiar.
42
Direito Germânico:
	Os filhos até serem “armados” e as filhas até o casamento vivem no seio da família ocupados nos trabalhos domésticos ou na cultura da terra. 
	O jovem ao ser “armado” é considerado maior de idade, porém a família continua juridicamente responsável por ele. 
	É ela que se responsabiliza por seus erros, paga suas dívidas e o vinga.
43
	Seu direito era basicamente consuetudinário (até por não serem escritos) e, como o termo germânico engloba uma serie de povos com costumes semelhantes, porém, não iguais, é forçoso falar em direitos germânicos, pois cada tribo tinha sua própria tradição.
	
Direito Germânico:
44
	A organização judicial é geralmente caracterizada pelo Wergeld (representava o pagamento devido pelo agressor ao ofendido ou parentes deste como forma de reparação do dano causado) de que várias leis de vários povos romano-germânicos nos dão uma medida.
	Tomaremos por exemplo a Lei Visigótica:
Direito Germânico:
45
Direito Germânico:
Lei Visigótica:
“[...] No direito visigótico, o assassino e a sua família pagarão 300 soldos de ouro pela morte de um homem de 20 a 30 anos; 100 soldos se a vitima tem mais de 65 anos”.
46
	Quando esses povos invadiram o Império Romano, algumas tribos estabeleceram-se como reinos e, para um melhor controle da população romana conquistada, portanto diferente e acostumada com o direito escrito, perceberam a necessidade de confeccionar um direito escrito. 
Direito Germânico:
47
	Outros reinos optaram por manter a qualquer custo seus costumes e, portanto, a sua legislação. 
	Estes são chamados de Direitos das Monarquias Germânicas. 
	É o inicio do Direito Medieval, a entrada do elemento germânico na feitura do direito deste período. 
Direito Germânico:
48
	A maior parte das tribos germânicas, mesmo escrevendo suas leis, não vai procurar impô-las aos romanos; o burgúndio será julgado segundo a tradição burgúndia; o visigodo, segundo sua legislação; o romano pela Lex Romana e assim por diante.
Direito Germânico:
49
Direito Germânico:
Isso é chamado “Personalidade das Leis” – cada qual leva consigo, para onde quer que vá ou qualquer que seja o soberano, o estatuto jurídico de sua tribo de origem.	
50
	Hoje em dia utiliza-se o Princípio da Territorialidade das Leis, que indica que estando em um determinado território o indivíduo, indiferentemente de sua origem, está sujeito ás leis daquele território. 
“aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de Direito Internacional, ao crime cometido no território Nacional”. (Código Penal Brasileiro, artigo 5º).
Direito Germânico:
51
O Reino Vândalo:
	Em 477 d.C os Vândalos em seu auge, já eram senhores do Norte da África (atual Tunísia e uma parte da Argélia). 
	
	Uma característica interessante desse povo é que conseguiu fazer coexistir das duas sociedades, dos germânicos e dos romanos, concomitantemente.
Direito Germânico
52
O Reino Vândalo:
	A minoria vândala, de aproximadamente 80.000 pessoas, buscou não se misturar com os romanos, principalmente por razões militares e religiosas. 
	Casamentos mistos eram proibidos, e toda conversão ao catolicismo também. Conservavam também as suas leis e seus costumes.
Direito Germânico
53
Direito Germânico
O Reino Vândalo:
	Em contrapartida, os vândalos mantiveram intacta a organização administrativa da África Romana. Estabeleceram grandes domínios, mas mantiveram os que cultivavam no mesmo lugar.	
54
Direito Germânico
O Reino Vândalo:
	Deixaram para os Romanos a administração (inclusive o aumento) de impostos e o julgamento das causas. 
	O rei é obrigatoriamente vândalo, entretanto ele utiliza na sua corte romanos que redigem leis em latim e o ajudam na administração. 
55
Direito Germânico
O Reino Ostrogodo:
	Em 493, os ostrogodos estabeleceram-se na Península Itálica. Por causa da educação de seu rei, Teodorico, a legislação romana foi conservada quase que na íntegra.
	Teodorico foi educado no Império Romano do Oriente e, por isso, ele se esforçou em manter a administração romana e sua legislação.
56
O Reino Ostrogodo:
	Porém, por causa de divergências religiosas entre os ostrogodos e os romanos , Teodorico proibiu casamentos entre eles, embora tenha procurado, durante todo o seu reinado, conciliar os dois povos. 
	Em 553, o reino chegou ao fim.
Direito Germânico
57
Direito Germânico
O Reino Visigodo:
	Instalados na Península Ibérica, os visigodos, por terem se fundido com a população local, viram seu reino durar mais do que a maioria. 
	O Estado visigótico só será abalado em VIII com a invasão árabe e, mesmo assim, muitas de suas instituições, inclusive no campo do direito, serão utilizadas até séculos mais tarde.
58
Direito Germânico
O Reino Visigodo:
	Até meados do século VII, Hispano-Romanos e Visigodos tem uma dupla legislação. 
	Eles se baseiam na Personalidade das Leis, e suas legislações, ainda que escritas, tomam o mesmo caminho. 
	
59
Direito Germânico
O Reino Visigodo:
	Em 506, o rei Alarico VII manda redigir a lei que foi chamada de Lex Romana Visigothorum ou, como preferia o rei, Breviário de Alarico. 
	Essa legislação tinha por objetivo restaurar o direito romano imperial, mas manteve a Personalidade das Leis.
	
60
Direito Germânico
O Reino Visigodo:
	Esta somente foi suprimida em 654, pelo rei Recesvindo que, suprimindo a Personalidade, promulgou um código unificador, o Liber Judiciorum, em doze livros inspirados no Direito Romano. 	
61
Direito Germânico
O Reino dos Burgúndios:
	Godenbaldo (474-516), rei dos Burgúndio, dominou o centro da Europa, parte do que hoje é a França. 
	Sua legislação, a Lex Romana Burgundiorum, é considerada uma compilação de leis extremamente romanizada, principalmente no tocante ás regras de direito civil e de processo.
62
Direito GermânicoO Reino dos Francos:
	Este foi um dos reinos mais duradouros e poderosos da Alta Idade Média. O modelo administrativo que implantaram durante séculos serviu de base para o próprio feudalismo.
63
Direito Germânico
O Reino dos Francos:
	A primeira dinastia franca, chamada dinastia dos Merovíngios, conquistou vastos territórios e durou aproximadamente três séculos. 
	Eles foram sucedidos pela dinastia Carolíngia (descendente de Carlos Magno) que, durando mais dois séculos, aumentou ainda mais o território franco e, principalmente, sua influencia política na Europa. 
64
Direito Germânico
O Reino dos Francos:
	Em termos legislativos, o período Carolíngio foi muito mais produtivo. 
	Entre 744 e 884, por exemplo, podem ser contados mais de duzentos textos legislativos. 
65
Direito Germânico
O Reino dos Francos:
	Essa leis eram chamadas Edicta, Decreta ou Constituiones ou comumente de capitulares, cujo termo vem de capitula, que quer dizer artigo. 
66
Direito Germânico
O Reino dos Francos:
	As capitulares tinham, geralmente, caráter administrativo. Existindo dois tipos de capitulares, as Capitulares eclesiásticas (organização da igreja e de Instituições eclesiásticas) e as Capitulares Laicas.
67
2.0 O Direito Canônico
	Direito Canônico é o nome dado ao Direito da Igreja Católica e é chamado canônico por causa da palavra “cânon” que, em grego, significa regra. 
	Esse direito foi importantíssimo durante a Idade Média, muito pela própria importância da igreja e muito por ser escrito.
	
68
	O fato de ser escrito dava a esse direito primazia em muitos locais da Europa, visto que a oralidade imperava em um período de analfabetos. 
	O caráter universal da igreja e o domínio, quase absoluto, no campo religioso, deram a esse direito um caráter unitário que nenhuma instituição poderia oferecer nesse período. 
O Direito Canônico
		
69
	
O Direito Canônico
	Na Idade Média o direito canônico foi responsável exclusivo, durante vários séculos, pelo domínio do direito privado, tanto para religiosos quanto para leigos. 
	Os tribunais eclesiásticos eram o local de solução de casamentos e divórcios, por exemplo. 	
70
	Foi objeto de trabalhos doutrinais e, dessa forma, chegou, inclusive, a influenciar os direitos dos nossos dias. 
	As fontes do Direito Canônico são ius divinum (conjunto de regras que podem ser extraídas da Bíblia, dos escritos dos doutores da Igreja). 
O Direito Canônico
71
	Outra fonte é a própria legislação canônica (formada pelas decisões dos Concílios e dos papas – chamada decretais).
	Ademais, os costumes e os princípios recebidos do Direito Romano. 
Obs. Os costumes para serem utilizados como fonte do direito canônico tinham que obedecer a determinadas regras: ser seguido a pelo menos 30 anos, não ofender a razão, ser conforme ao direito divino, aos decretos e ao ensino autorizado.
O Direito Canônico
72
	Em 313, o Imperador Constantino permitiu ás partes submeter-se, voluntariamente, á jurisdição do bispo de sua região, dando então á decisão episcopal o mesmo valor de uma decisão de um julgamento laico. 
O Direito Canônico
73
O Direito Canônico
	Posteriormente, foi dado aos clérigos (padres, bispos, etc) o privilégio de foro, que indicava que estes somente poderiam ser julgados, qualquer matéria que fosse, pelos tribunais da Igreja. 
74
O Direito Canônico
	No período Carolíngio, a igreja acabou sendo a única a julgar quaisquer assuntos relativos aos sacramentos, incluídos aí as questões relativas ao casamento, a legitimidade dos filhos, divórcio, rapto, nulidade de casamento, dentre outros. 
75
O Direito Canônico
	Conforme o poder laico enfraquecia pelo declínio do poder real por causa do feudalismo, a jurisdição eclesiástica aumentava seu poder jurisdicional, mesmo relativo a leigos.
76
O Direito Canônico
	Assim, após o século X, além do poder de julgar os padres e religiosos, os tribunais eclesiásticos passaram a ter jurisdição sobre questões envolvendo os cruzados, o corpo docente e discente de Universidades (que foram até o século XVI instituições eclesiásticas) e as chamadas miserabiles personas, viúvas e órfãos quando pediam a proteção da igreja.	
77
O Direito Canônico
	As outras pessoas poderiam ser julgadas pelos tribunais eclesiásticos em caso de infrações contra a religião (como heresias, sacrilégios, feitiçarias, etc), adultério, usura (empréstimo a juros), testamento, juramentos não cumpridos e matérias acerca da família. 
78
O Direito Canônico
	O processo eclesiástico, ao contrário do laico, era escrito.
	Na área penal, o processo estava atrelado á queixa, á acusação. Até os séculos XII e XIII, era baseado em um tipo de prova chamado “irracional”, visto que não pode ser explicado pela razão. 
79
O Direito Canônico
	Nesse sistema de provas irracionais, recorre-se a uma divindade; por exemplo, para obter justiça, na Idade Média, recorria-se aos ordálios. 
	Estes poderiam ser unilaterais ou bilaterais, dependendo se uma parte ou as duas partes do processo tomavam parte da consulta. 
80
O Direito Canônico
	No período medieval, pelo menos até o século XIII, utilizavam-se as provas de ferro em brasa ou de água fervente que se cria que o inocente não se feria. 
81
O Direito Canônico
	Outro método era o individuo ser mergulhado de pés e mãos atadas em água fria, e a resposta adviria da mesma forma. 
82
O Direito Canônico
	Uma outra forma de provar por ordálios era a chamada “prova do cadáver”, que consistia em fazer o acusado tocar o defunto sem que este sangrasse. 
	Se o imputado fosse nobre de muito alto nível, um príncipe, um conde, era permitido que este indicasse algum subordinado para participar das “provas”. 
83
O Direito Canônico
	Os ordálios bilaterais poderiam ser provas de batalhas com campeões – na base da luta de espada ou outra forma – ou ainda se colocava os indivíduos em contenda de pé de braços abertos e o que primeiro não aguentasse mais a posição perdia a questão; era chamada de iudicium crucis ou julgamento da cruz. 
84
O Direito Canônico
	Os ordálios foram condenados pela Igreja a partir do IV Concílio de Latrão em 1215, mas essas práticas sobreviveram na Europa por muitos séculos.
	A prova do cadáver, por exemplo, foi usada na Alemanha até o século XVI e as do ferro em brasa até pelo menos o século XIX, em algumas regiões com a Inglaterra e a Rússia.
85
O Direito Canônico
	No fim da Idade Média, utilizou-se largamente, nos tribunais eclesiásticos e nos leigos da mesma forma, o processo inquisitório. 
86
	Durante a Idade Média, a Inquisição era o Tribunal Especial para julgar e condenar os hereges, pessoas ou grupos que acreditavam em um catolicismo considerado “desviado” ou praticavam atos que, naquele período em que a superstição reinava, eram indicados como bruxaria ou feitiçaria. 
2.1 A Inquisição
87
A Inquisição
	Já na Idade Moderna, a formação de muitos Estados Absolutistas deve-se, em grande parte, á utilização política do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição (nome completo da Inquisição) que, nas mãos de monarcas ansiosos, por concentrar o máximo de poder, perseguiam através deste vários opositores e conseguiram unificar seus países em torno de Estados centralizados.
88
A Inquisição
	Pode-se indicar exemplos tais como o da famosa Joana D’Arc. Heroína francesa que foi eliminada (através de processo do Tribunal do Santo Ofício) pelos Ingleses e seus aliados franceses como forma de justificar suas vitórias contra a Inglaterra.
89
O Tribunal do Santo Ofício e os Tribunais Seculares:
	
	O processo inquisitorial não era diferente em nada do processo comum da Idade Média e da Idade Moderna, estes se misturavam e se influenciavam profundamente. 
A Inquisição
90
A Inquisição
	No regime feudal, a jurisdição pertencia ao senhor da terra e todas as pessoas que viviam sob seu domínio estavam também sob sua jurisdição. 
	O chamado “sistema acusatório” era o que vigorava (e o que vigorou durante séculos).
91
A Inquisição
	
	O direitode acusar, pertencia somente á parte lesada (o individuo ou, em caso de morte a família) e sem que houvesse queixa era impossível instaurar o processo.
92
A Inquisição
O procedimento era público, oral e formalista:
“No dia fixado, as partes compareciam pessoalmente perante a assembleia formada pelos seus pares, sob a presidência do senhor feudal ou de seu representante. O autor apresentava sua queixa de viva voz, através de rígidas formas tradicionais, sem cometer nenhuma falha que permitisse ao adversário proclamar nula a demanda. Sem seguida, competia ao acusado responder de imediato, uma vez que o silêncio equivalia a uma confissão. A defesa tinha de consistir em negações exatamente ajustadas aos termos da acusação, refutando-a palavra por palavra, de verbo ad verbum”.
Gonzaga, J.B, p.22.
93
A Inquisição
	O julgamento era tal qual um duelo de fato, acusador e acusado batiam-se verbalmente (sob juramento de dizer a verdade e com testemunhas se possível) e reconhecia-se a razão daquele que vencesse o embate. 
94
A Inquisição
	A explicação para esse procedimento era a de que o mentiroso, consciente de sua culpa, combateria com menos veemência até porque Deus, sabedor de quem era a razão, facilitaria a sua derrota. 
	Também poderia se recorrer aos ordálios. 
95
	O julgamento era imediato e oral e dele não caberia recurso e, se o réu fosse considerado culpado, a sanção era, geralmente, de caráter patrimonial (como a perda do feudo por exemplo). 
A Inquisição
96
A Inquisição
	Não havia qualquer intenção de considerar as pessoas iguais perante a lei, isso apesar de esse conceito não ser desconhecido para os homens medievais ou pelo menos para os estudiosos da Idade Média (estudavam a bíblia sagrada, deuteronômio 1, 16-17). 
97
A Inquisição
	A tortura não era aplicada a nobres, e apenas para plebeus e nobres eram diferenciadas.
	Poe exemplo, a pena de morte para nobres era mais rápida e – se assim podemos considerar – mais indolor, já que nobres eram decapitados enquanto plebeus morriam enforcados.
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A Inquisição
	O processo penal não era estipulado rigidamente, o juiz tinha poderes extremos e advogados, tanto de defesa quanto de acusação eram dispensáveis, visto que ele tratava diretamente com o acusado.
99
A Inquisição
	Outra questão muito prejudicial ao réu era a confidencialidade completa com a qual muitas vezes o processo seguia.
	A origem do processo muitas vezes era baseada em acusações secretas, todos os atos subsequentes eram mantidos em segredo, inclusive as provas.
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A Inquisição
	As provas eram “classificadas” pelo valor atribuído a cada tipo. 
	Quanto a natureza poderiam ser: vocais (testemunhos e confissão); instrumentais (escritos e objetos); conjecturais (presunções). 
101
A Inquisição
	A prova mais utilizada era a testemunhal e, nesse sentido, foi cuidadosamente regulamentada, sendo distinguidas várias categorias de testemunhas.
	Só uma testemunha não bastava, assim como não eram válidos os testemunhos de mulheres, criminosos, pobres e mendigos. 
102
A Inquisição
	A testemunha mais válida e mais completa da Idade Média e da Idade Moderna era o próprio réu e a sua confissão, esta era considerada a rainha das provas, a probatio probatissima; somente com essa “prova” era possível comprovar a culpa. 
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	Para alcançar esta tão estimada “prova” lançava-se mão da tortura. A resistência do individuo era o ponto da balança da “justiça”. 
	A tortura poderia ser utilizada como pena ou como meio de obtenção de prova e era amplamente aceita.	 
A Inquisição
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A Inquisição
	Não houve voz – que conheçamos – na Idade Média ou na Idade Moderna (até o iluminismo) que tenha se levantado com veemência contra a tortura. 
	As leis se limitavam a ordenar ou permitir a tortura, regulamentando seu uso, geralmente apoiando-se nos costumes. 
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A Inquisição
	Os juízes eram livres para interpretar a legislação confusa e obscura que eles facilmente poderiam considerar punível ou não um mesmo comportamento.
	As penas eram variadas. O que não era usada era a pena de prisão, já que não existiam prédios construídos para tal fim; a prisão era utilizada como meio processual não como sanção. 
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A Inquisição
	Instituições prisionais só começaram a surgir a partir do século XVI. A primeira foi em Amsterdã em 1595, para homens, e logo depois para mulheres. 
 
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A Inquisição
	Mas trabalhos forçados eram comuns, bem como exílio, desterro, etc.
	Um outro tipo de pena era a de “morte civil”, uma das penas mais cruéis e danosas não somente para o apenado como também para todos que o cercavam. 
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A Inquisição
	Esta suprimia todos e quaisquer direitos do individuo. O condenado tornava-se um morto em vida, porque todos os direitos eram suspensos: desapareciam os laços jurídicos tanto maritais quanto patriarcais, a cidadania e os direitos patrimoniais eram suprimidos, abria-se o processo de herança para seus sucessores, tudo o que o individuo conseguisse dai para frente não poderia ser utilizado por ele. 
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A Inquisição
	Outras penas não físicas eram as multas e o confisco de bens no qual todo o patrimônio do individuo passava para o tesouro Real, colocando na miséria não só o condenado, mas também toda a sua família e todos os que dependiam dele. 	 
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A Inquisição
	Fisicamente, as penas poderiam ser tantas quantas a imaginação desejasse (açoites, mutilações múltiplas (orelhas, olhos, dentes, membros, etc), esmagamento de membros, dentre outros).
	A mais leve (e nem por isso amena) era a do pelourinho, na qual o apenado era amarrado em praça pública, portando um cartaz que revelava seu crime. 
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A Inquisição
	Penalidades corporais poderiam ser aplicadas como medidas preventivas e, por isso, havia mutilações que serviam para avisar a todos que vissem o individuo que ele era um elemento perigoso.
	Queimaduras poderiam ser feitas também para indicar o local do crime, no qual, obviamente, era conhecido o “histórico” do sujeito.
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A Inquisição
	A pena de morte era utilizada para muitos crimes, mas, antes de se desejar eliminar o perigo que o individuo poderia oferecer á sociedade, desejava-se a vingança.
	Muito utilizado era o atenazamento, no qual os carrascos, com tenazes, arrancavam partes do corpo do condenado, cobrindo com piche, chumbo ou cera para impedir que o sujeito sangrasse demais e morresse. 	 
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A Inquisição
	As penas de morte utilizadas eram impostas, entre outras formas, por esquartejamento (com os membros amarrados em animais), fogo, forca e decapitação.
	A roda era uma das mais temidas, porque o sujeito era amarrado em uma roda e atacado violentamente com porretes na altura dos rins, nos braços e perna (que se quebravam) esperando, de cabeça para baixo, a morte chegar.
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A Inquisição
	As penas eram formas de vingança e não formas de inserir o individuo novamente na sociedade. 	Os crimes eram comuns.
	Por fim, a pobreza e a ignorância eram tamanhas que não era possível á população entender outros meios de processo e de pena. 
		 
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	O Direito Romano, até por sua complexidade e sua força, não poderiam deixar de ser utilizado durante a Idade Média.
	Foi aplicado largamente o Princípio da Personalidade das Leis, através do qual o Direito Romano continuou a ser empregado para os romanos e o Direito Germânico para as tribos invasoras.
3.0 O Direito Romano
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3.0 O Direito Romano
	Dessa forma, em maior ou menor grau, a Europa Ocidental, principalmente, continuou a servir-se do Direito Romano diretamente ou como fonte de inspiração para novas legislações.
	Sabedores do Direito Romano eram chamados de advogados, mas estes não eram nada bem vistos na Idade Média.
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História do Direito Geral e Brasil – Flávia Lages de Castro.
Lições de História do Direito – Walter Vieira do Nascimento.
História do Direito – Vicente Bagnoli.
Referencias:
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Obrigada!
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